Programa: Design e Saúde
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- André Benevides Belmonte
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1 Programa: Design e Saúde Aprovado pelo Conselho Departamental em 13/03/2012 Belo Horizonte, MG Fevereiro de 2012 Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 1
2 1. INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde - OMS (1983) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social. Conseguir essa condição constitui-se em tarefa que se aproxima da utopia diante de tantas adversidades. Tanto numa análise mundial, quanto do panorama brasileiro oferecer saúde de qualidade à população além de ser um preceito legal previsto na legislação brasileira, ainda representa um grande desafio a ser vencido por todos os que participam de alguma forma desse contexto. Essa idéia vem muitas vezes atrelada aos profissionais da saúde que são os que participam diretamente da assistência à população. No entanto, no entorno desses atendimentos, inúmeros outros profissionais trabalham arduamente para tornar esse trabalho o mais eficaz e efetivo possível. Dentre esses inúmeros profissionais, o designer é um profissional que, embora não alcance grande visibilidade, aparece com inúmeras possibilidades de atuação na área da saúde. Seu trabalho está vinculado principalmente ao planejamento, desenvolvimento, escolha de materiais, utilização de tecnologias, preocupações com ambiente sustentável dentre outros. Design é uma atividade criativa cujo objetivo é estabelecer qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas em todo ciclo de vida. Conseqüentemente, design é o fator central de humanização inovadora das tecnologias e o fator crucial de mudança cultural e econômica. Internacional Council of Societies of Industrial Design ICSID, 2003 Diante de uma perspectiva de produtos, ambientes, peças gráficas e serviços em comunicação com a área da saúde há que se pensar em como todos esses elementos podem contribuir na tentativa de se obter melhores resultados no que tange a promoção da saúde de um modo geral. Essa é uma perspectiva que pode e deve ser pensada pelo designer quando da elaboração de seus projetos. Outra vertente diz respeito à humanização da assistência em saúde. O sistema único de saúde brasileiro (SUS) preconiza que a humanização supõe troca de saberes (incluindo os dos usuários e de sua rede social), diálogo entre os profissionais, modos de trabalhar em equipe (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Pensar produtos, ambientes, peças gráficas e serviços que contribuam para tornar o atendimento à população mais humanizado, Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 2
3 contribuindo para minimizar momentos de dor, podem elencar o rol de elementos que não devem ser esquecidos quando da elaboração dos projetos desenvolvidos pelos designers. Ainda nas especificações do trabalho do designer não há como permanecer alheio às questões que envolvem os inúmeros problemas referentes a preservação de todo o bioma na Terra. Tanto nas escolhas quando da elaboração de seus produtos, sejam eles quais forem, quanto no destino a ser aplicado a esses produtos após o seu descarte ou ainda na possibilidade de não se propagar e evitar contaminações. O designer precisa ser cuidadoso e entendedor de toda essa cadeia para contribuir com a preservação essencial à todos os seres vivos. 2. OBJETIVOS O Programa visa a articulação entre as várias expertises e possibilidades de atuação atribuídas ao design com as diversas demandas da área de saúde propondo melhorias para a qualidade de vida e para a qualidade do ambiente. Os principais objetivos do programa Design & Saúde são: Identificar, revelar, consolidar e ampliar a trajetória de desenvolvimento de projetos na área de saúde existente; Realizar eventos de caráter científico que informem e estimulem a comunidade acadêmica a elaborar e desenvolver projetos de pesquisa/extensão na interface design/saúde; Desenvolver projetos de pesquisa que contemplem a interface design e saúde; Desenvolver projetos de extensão que promovam impacto positivo através do bem estar físico, social e mental; Reunir acadêmicos de todos os cursos da Escola de Design interessados em participar das investigações pertinentes à proposta do programa; Oferecer suporte metodológico nos projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos na Escola de Design relacionados à área da saúde; Disponibilizar legislação pertinente necessária ao desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos na Escola de Design relacionados à área da saúde; Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 3
4 Disponibilizar princípios básicos de biossegurança necessários ao designer para a elaboração de projetos na área da saúde; Divulgar os resultados obtidos pelo programa em periódicos e eventos científicos específicos de interesse da área contemplada; Disponibilizar referências sobre o tema em toda a sua abrangência; Buscar parcerias intra e interinstitucionais para desenvolver projetos de pesquisa e extensão na interface design/saúde. 3. JUSTIFICATIVA Uma análise dos últimos anos da Escola de Design da UEMG tem demonstrado que há uma atuação, tanto do corpo docente quanto do corpo discente, em projetos e trabalhos que envolvem de alguma forma a área da saúde. A disciplina de Prática Projetual vem atuando com um enfoque muito interessante nesse sentido quando da busca de soluções para demandas específicas da área da saúde. Além disso, vários projetos de graduação, bem como trabalhos de conclusão de curso, apresentados ao final do curso nessa área, têm sido objeto de interesse investigativo crescente por parte dos alunos e com resultados extremamente promissores. A interface Design e Saúde constitui hoje um tema internacional, seja no âmbito das discussões acadêmicas ou no campo da atuação profissional e a adesão da Escola de Design a essas discussões permitirá que a escola tome a dianteira no que diz respeito ao assunto. Esse novo contexto, de complexidade sem precedentes, cria um ponto de inflexão do setor. Só uma abordagem multidisciplinar, dotada de visão sistêmica, tem efetiva condição de reunir e articular todas as peças do gigantesco quebra-cabeças em que se converteu o hospital. E a resposta ao desafio abre espaço para o Design e sua vocação integradora. Abre espaço para um Design de resultados. Um Design baseado em evidência. [...] O conceito de Design hoje é muito mais amplo e abrangente. Incorpora a função, busca a boa estética por ser atributo humanizador, mas abarca todas as causas que produzem o resultado, assume compromisso com a sustentabilidade e mira os efeitos, que são seu propósito e sua razão de ser. (CELSO SKRABE , p. 04) 1 Editor do Anuário de Design Hospitalar SaúdeBest. O primeiro anuário é datado de Fonte: Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 4
5 O tema ainda possibilitará o estabelecimento de ações inter e multidisciplinares na Escola de Design e em outras instituições de ensino e principalmente, irá contribuir para o cumprimento do papel social da Universidade do Estado de MG. Diante dessa perspectiva, um programa que estruture, oriente e norteie essas atuações torna-se emergente principalmente pela possibilidade de participação de professores atualmente alocados na Escola de Design da UEMG, com formação acadêmica na área da saúde. A união dessas expertises na constituição de programa intitulado Design & Saúde pode resultar no desenvolvimento de propostas e investigações e ações muito promissoras para todos os envolvidos direta e indiretamente nessas questões. 4. GRUPO DE PESQUISA O programa tem, vinculado a ele, um grupo de pesquisa intitulado: Design em interface com a saúde, cadastrado junto ao CNPQ e que tem como ementa: Identificar, revelar, consolidar e ampliar uma trajetória de desenvolvimento de projetos na área de saúde existente e; contribuir para o cumprimento do papel social da Universidade do Estado de Minas Gerais. As pesquisas desenvolvidas pelo grupo e suas linhas objetivam fornecer subsídios ao programa para a elaboração e desenvolvimento de ações extensionistas. Ao grupo de pesquisa poderão se vincular docentes e alunos cujos projetos estejam em consonância a uma das linhas de pesquisa O grupo de pesquisa terá como eixo norteador em todos os projetos que poderão ser desenvolvidos, duas perspectivas que não poderão se ausentar em nenhuma proposta: A tentativa de pensar e elaborar projetos que contemplem a humanização da assistência à saúde seja na esfera pública, seja na esfera privada entendendo-se como humanização a preocupação em conferir aos espaços, produtos e serviços relacionados à saúde condições para o desenvolvimento integral dos seres humanos sejam eles doentes ou trabalhadores da saúde. Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 5
6 A preocupação em desenvolver propostas que não negligenciem os preceitos da sustentabilidade principalmente no que concerne ao planejamento de ambientes, produtos e serviços para a saúde que não agridam o meio ambiente e planejamento de ambientes, produtos e serviços para a saúde que permitam aos usuários a manutenção e continuidade de uso sem recorrer a serviços especializados Linhas de Pesquisas As principais linhas de pesquisa que serão desenvolvidas pelo grupo são: 1. Educação para a saúde: investiga estratégias didático-pedagógicas que se mostrem mais eficientes para a compreensão e aplicação de informações e procedimentos que promovam melhoria das condições de saúde das pessoas. 2. Design, Ergonomia e Saúde: investiga a relação homem/usuário em situações de trabalho ou uso de equipamentos/serviços de saúde, de modo a identificar possíveis fatores de risco ocupacional e potenciais soluções ergonômicas para esses ambientes, produtos, serviços e/ou peças gráficas. 3. Projetos de design para a área da saúde: Investiga as possibilidades, limitações, perspectivas e oportunidades do desenvolvimento de projetos de design (de produtos, gráficos e de ambientes) voltados para o atendimento às áreas da saúde. 4. Design universal e inclusivo: investiga abordagens teóricas e metodológicas que possibilitem o desenvolvimento de design de produtos, de interface gráficas e de ambientes para serem usados por todas as pessoas, na maior extensão possível, sem a necessidade de adaptação ou design especializado. 5. Design de serviços para a área da saúde: investiga possibilidades de articulação entre as áreas do design para promover a melhoria e a otimização de marcas, espaços, serviços ou objetos, além de seus sistemas. Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 6
7 5.. OPERACIONALIZAÇÃO O programa Design & Saúde é aberto aos alunos, centros e núcleos da Escola de Design. Embora o foco do programa seja o Design e sua interface com a saúde, os alunos e professores do curso de Artes Visuais também serão estimulados a participar nos temas de sua competência. Será de responsabilidade do programa uma ação que procure em um segundo momento, informar à comunidade acadêmica sobre o trabalho a que se propõe bem como identificar ações e/ou projetos que já estejam em andamento e que desejem se vincular ao programa. As informações sobre legislação, biossegurança, ética, entre outros, bem como editais e eventos na área, serão disponibilizados em blog a ser criado especificamente para o programa e vinculado ao site da Escola de Design. O suporte metodológico aos interessados em desenvolver projetos de pesquisa e extensão nesse tema será oferecido como parte da rotina das respectivas coordenações 5.1. Equipe gestora Prof. Dr. Edson José Carpintero Rezende Coordenação do Programa Design e Saúde / Responsável pelo Grupo de pesquisa Design com interface para a saúde. Profª. Ms. Giselle Hissa Safar - Interlocução com a extensão da Escola de Design Prof. Dr. Antônio Carlos Vassalo Alves Pesquisador Profª. Johelma Pires de Avelar (voluntária) Pesquisas bibliográficas e de legislação. Contribuições relacionadas aos conhecimentos em design. 5.2 Formas de participação da comunidade acadêmica Os professores ou alunos interessados em desenvolver projetos de pesquisa/extensão vinculados ao programa podem buscar orientações junto à equipe gestora. Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 7
8 As propostas de projetos de pesquisa e extensão seguirão a tramitação regular proposta na Portaria 010/2011 devendo ser apresentados à Comissão Científica da unidade. Os professores vinculados a algum dos centros da unidade deverão ter suas propostas aprovadas previamente pela respectiva coordenação. Não há necessidade de vínculo físico com a coordenação de extensão e a coordenação de pesquisa. O programa objetiva reunir os interessados da Escola de Design, preservando suas atuais locações de atividades. Os alunos interessados em fazer parte do programa e que ainda não estiverem vinculados a alguma proposta de pesquisa ou extensão serão cadastrados como bolsistas ou voluntários interessados, em procedimento já instituído pela ED Viabilidade Financeira Os recursos financeiros para o suporte do programa serão pleiteados em órgãos de fomento como CNPq, FAPEMIG e instituições privadas. Caso não sejam disponibilizados, o programa se fará com recursos próprios. 6. AVALIAÇÃO O Programa Design & Saúde propõe uma institucionalização de dois anos ao final dos quais será apresentado ao Conselho Departamental da unidade um relatório detalhado de suas ações para avaliação da pertinência de sua continuidade. Belo Horizonte, 02 de março de Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 8
9 7. REFERENCIAS CLINIC DESIGN - Design & Construction Process Toolkit. In: The Center for Health Design. California, Disponível em:< Acesso em: 03 de fevereiro de DEL NORD, Romano. Design and health: A new paradigm. In: International Academy for Design and Health. Research Center Design and Health, Italia, Disponível em: < Nord-WCDH-2003.pdf>. Acesso em: 03 de fevereiro de DILANI, Alan. A New Paradigm of Design and Health In: International Academy for Design and Health. Research Center Design and Health, 41(4): Stokholm, Disponível em:< Acesso em: 03 de fevereiro de HCD Human centred design. Fundação Bill & Melinda Gates BMGF. In: IDEO. Boston, Disponível em:< Acesso em: 03 de fevereiro de HUMANIZASUS - Política nacional de humanização. In: Ministério da Saúde. Brasília, Disponível em:< cfm?idtxt=28291> Acesso em: 03 de fevereiro de 2012.entrado ICSID International council of societies of industrial design. Definition of design. CANADÁ, Disponível em:< Acesso em: 03 de fevereiro de MORITZ, S. Service design: pratical acess to an involving field. Londres: KISD, SEGRE, Marco. O Conceito de saúde. In: Revista Saúde Pública, 31 (5): São Paulo, SKRABE, Celso. Chegou a hora e a vez do design. In: Anuário Hospital Best. Eximia Comunicação: São Paulo, Disponível em:< html>. Acesso em: 03 de fevereiro de WHITNEY, Patrick. Designing the Experience of Health Care. In: Top Stroke Rehabil. 15(2): Thomas Land Publishers: Chicago, Programa Design e Saúde Escola de Design / UEMG 9
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