Como Exportar MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Departamento de Promoção Comercial Divisão de Informação Comercial
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- Sérgio Santos Santiago
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1 COLEÇÃO ESTUDOS E DOCUMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR JAPÃO Como Exportar COMO EXPORTAR Ministério das Relações Exeriores Departamento de Promoção Comercial Divisão de Informação Comercial MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Departamento de Promoção Comercial Divisão de Informação Comercial
2 COLEÇÃO ESTUDOS E DOCUMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR Como Exportar Japão MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Departamento de Promoção Comercial Divisão de Informação Comercial Brasília, 2004
3 Coleção: Estudos e Documentos de Comércio Exterior Série: Como Exportar CEX: 117 Elaboração: Ministério das Relações Exteriores -MRE Departamento de Promoção Comercial - DPR Divisão de Informação Comercial - DIC Embaixada do Brasil em Tóquio Setor de Promoção Comercial - SECOM Coordenação: Divisão de Informação Comercial Distribuição: Divisão de Informação Comercial
4 Os termos e apresentação de matérias contidas na presente publicação não traduzem expressão de opinião por parte do MRE sobre o status jurídico de quaisquer países, territórios, cidades ou áreas geográficas e de suas fronteiras ou limites. Os termos desenvolvidos e em desenvolvimento empregados em relação a países ou áreas geográficas, não implicam tomada de posição oficial por parte do MRE. Direitos reservados. O DPR, que é titular exclusivo dos direitos de autor (*), permite sua reprodução parcial, desde que a fonte seja devidamente citada.
5 O texto do presente estudo foi concluído em setembro de B823c Brasil. Ministério das Relações Exteriores. Divisão de Informação Comercial. Como Exportar: Japão / Ministério das Relações Exteriores. Brasília: MRE, p. ; il. (Coleção estudos e documentos de comércio exterior.). 1. Brasil Comércio exterior. 2. Japão Comércio Exterior. I. Título. II. Série. CDU (82:81)
6 SUMÁRIO PÁGINA INTRODUÇÃO MAPA DADOS BÁSICOS I. ASPECTOS GERAIS Geografia População, centros urbanos e nível de vida Transportes e comunicações Organização política e administrativa Organizações e acordos internacionais II. ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS Conjuntura econômica e financeira Principais setores de atividade Moeda e finanças III. COMÉRCIO EXTERIOR Evolução recente Direção do comércio exterior Composição do comércio exterior IV. RELAÇÕES ECONÔMICO-COMERCIAIS BRASIL-JAPÃO Intercâmbio comercial bilateral Composição do intercâmbio comercial bilateral Investimentos japoneses no Brasil Linhas de crédito de bancos brasileiros Principais acordos econômicos com o Brasil V. ACESSO AO MERCADO Sistema tarifário Regulamentação de importação Documentação e formalidades
7 VI. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO Canais de distribuição Promoção de vendas Práticas comerciais VII. RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS ANEXOS I. ENDEREÇOS ) Órgãos oficiais ) Principais empresas brasileiras ) Câmaras de Comércio ) Principais entidades de classes locais ) Principais bancos ) Principais feiras e exposicões ) Meios de comunicação ) Principais consultorias de "marketing" ) Aquisição de documentação ) Companhias de transporte com o Brasil ) Supervisão de embarques ) Relação de zonas de acesso internacional ("FAZ - Foreign Access Zones") ) Relação das Jurisdições Alfandegárias no Japão 137 II. FRETES E COMUNICACÕES COM O BRASIL )Informações sobre fretes )Comunicações: tarifas III. INFORMAÇÕES SOBRE O SGP IV. INFORMAÇÕES PRÁTICAS ) Moeda ) Pesos e medidas ) Feriados nacionais
8 4) Fusos horários ) Horário comercial ) Corrente elétrica ) Períodos recomendados para viagem ) Visto de entrada ) Vacinas ) Alfândega ) Câmbio ) Hotéis BIBLIOGRAFIA
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10 INTRODUÇÃO Ator de primeira grandeza no cenário econômico internacional, o Japão protagonizou uma das mais fenomenais transformações econômicas na segunda metade do século XX. Em cerca de trinta anos, o Japão saltou de um país derrotado militarmente, ocupado por uma potência estrangeira, exaurido economicamente e sem recursos naturais, para a segunda maior economia do mundo. Boa parte desse processo deveu-se à capacidade japonesa de desenvolver novas tecnologias, de poupar e de trabalhar com afinco em busca de sua recuperação econômica. Na esteira do fim da bolha econômica dos anos oitenta, o Japão amargou cerca de uma década de recessão econômica, deflação e pessimismo por parte dos consumidores. Hoje, apesar de todas as dificuldades passadas ao longo dos anos noventa, o Japão ainda é a segunda maior economia do mundo, um dos países de mais alta renda per capta e de mais alto índice de desenvolvimento humano. O país é um grande comerciante externo (responsável por cerca de 6,5% do comércio mundial), o maior importador de alimentos, um dos maiores investidores externos e doadores de assistência ao desenvolvimento no mundo. Com uma extraordinária capacidade de consumo e concentrando algumas das maiores corporações econômicas do planeta, o Japão é o motor econômico da região asiática e comporta um dos mercados financeiros mais importantes do mundo que atualmente passa por reformas e reestruturação. Talvez a maior questão econômica enfrentada pelo Japão na atualidade está no crescimento chinês, que ao mesmo tempo apresenta desafios e oportunidades para o setor econômico japonês. A despeito de sua participação econômica global e de todos os fatores de influência recíproca entre os agentes econômicos japoneses e ocidentais, a forma como o Japão lidará com a questão chinesa e os ajustes que deverá fazer para se adaptar a essa nova realidade definirão o futuro imediato da economia japonesa. O comércio exterior sempre foi um dos principais fatores de projeção econômica japonesa, inclusive pela dependência externa de recursos energéticos e alimentares. O volume de exportações japonesas (que alcançou quase 9
11 meio trilhão de dólares no ano de 2003) é a base do superávit em conta corrente e o maior responsável pela ansiada recuperação econômica por que passa o país. O perfil de comércio externo japonês é nitidamente marcado pela exportação de produtos de alto valor agregado, o que lhe garante boa fatia do valor total de trocas no mundo. Pelos próprios rumos que tomou seu setor produtivo, o Japão é um dos maiores defensores do sistema multilateral de comércio. Por outro lado, pratica uma política de restrições na área agrícola, em que se notabiliza como um dos mercados mais fechados do mundo. Mais recentemente, o país lançou-se em inéditas negociações de acordos bilaterais de livre comércio exercícios já concluídos com Cingapura e México e em curso com Coréia do Sul, Tailândia Filipinas e Malásia. A parceria econômica com o Japão continua sendo da maior importância para o Brasil, muito embora tenha perdido parte considerável de seu dinamismo desde o fim da era dos grandes projetos. Desde 2002, a China ultrapassou o Japão como maior destino das exportações brasileiras na Ásia. Na última década, o país passou do segundo para o oitavo lugar entre os maiores investidores no Brasil. O tamanho do mercado japonês, a complementaridade de setores produtivos dos dois países, nosso perfil de exportador global e o potencial da economia local faz do Japão um mercado obrigatório para qualquer estratégia de incremento dos índices de exportação brasileiros. Mercado extremamente exigente e rigoroso, o Japão é um desafio complexo, mas compensador, para o exportador brasileiro. 10
12 MAPA 11
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14 DADOS BÁSICOS Superfície: Km 2 População (est. dez/2003): 127,7 milhões de habitantes Densidade demográfica: 338 hab/km 2 População economicamente ativa (2003): 66,7 milhões de habitantes Principais cidades: Moeda: Tóquio, Osaka, Yokohama, Nagóia, Sapporo e Quioto Iene Cotação (taxa média, 2003): 115,93 ienes por dólar norteamericano PIB (preços correntes, 2003): US$ 4,72 trilhões Origem do PIB (2002): Serviços: 20,8% Indústria: 20,5% Comércio varejista e atacadista: 13,7% Bens imóveis: 13,7% Construção: 6,9% Financiamentos e seguros: 6,8% Transportes e comunicações: 6,3% Eletricidade, gás e fornecimento de água: 2,8% Agropecuária, silvicultura e pesca: 1,3% Mineração: 0,1% Outros: 7,1% Crescimento real do PIB (2003): 2,7% PIB per capita (2003): US$ Comércio exterior (2003): Exportações (FOB): US$ 470,5 bilhões Importações (CIF): US$ 382,7 bilhões Intercâmbio comercial bilateral (2003): Exportações brasileiras: US$ 2,31 bilhões Importações brasileiras: US$ 2,52 bilhões 13
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16 I ASPECTOS GERAIS 1. Geografia Localização e superfície Com uma superfície de km 2, o Japão está situado no extremo leste do continente asiático. O país se separa da República Popular da China, a sudoeste, pelo mar da China; da Rússia, Coréia do Norte e Coréia do Sul, a oeste, pelo mar do Japão; e das ilhas russas de Sakhalin e Kurilas, a norte e nordeste, respectivamente, pelo estreito de La Pérouse (Soya), o mar de Okhotsk e o estreito de Nemuro. Toda a costa leste do Japão é banhada pelo Oceano Pacífico. Principais cidades As principais cidades japonesas são: Tóquio (Capital), Yokohama, Osaka, Nagóia, Sapporo, Kobe, Quioto, Fukuoka e Sendai. Algumas distâncias internas (km) Tóquio Sapporo Yokohama 29 Nagóia 366 Quioto 514 Osaka 556 Kobe 590 Fukuoka Algumas distâncias internacionais (km) Tóquio Los Angeles Rio de Janeiro Pequim Hong Kong Moscou Paris Camberra Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão 15
17 Regiões geográficas O território japonês é formado por quatro ilhas principais: Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu, uma série de cadeias de ilhas e cerca de ilhas menores. Honshu representa mais de 60% da área total, onde estão localizadas as principais províncias. De uma ponta a outra, o país tem mais de km de extensão. Hokkaido, no extremo norte, está a 300 km de distância do continente asiático, enquanto Kyushu, no extremo sul, dista do continente cerca de 100 km. Shikoku, a menor das quatro ilhas, situa-se entre Honshu e Kyushu. O relevo japonês é bastante acidentado, com cerca de 72,8% da superfície do país constituída por áreas montanhosas, em grande parte de origem vulcânica. O ponto mais alto do Japão é o monte Fuji, com metros. Clima As ilhas do Japão situam-se na zona temperada e na extremidade nordeste da área das monções. O clima é, em geral, moderado, embora varie de maneira considerável de acordo com o lugar. A combinação de chuvas abundantes e um clima temperado na maior parte do arquipélago produz ricas florestas e vegetação densa em toda a área rural. Temperatura e precipitação média em diferentes regiões (média anual 1970/2001) Estação C i d a d e s (Mês) Unid. Sapporo Sendai Tóquio Nagóia Osaka Fukuoka Naha Inverno T ( C) -4,1 1,5 5,8 4,3 5,8 6,4 16,6 (Janeiro) P (mm) Primavera T ( C) 6,7 10,1 14,4 14,1 14,8 14,8 21,3 (Abril) P (mm) Verão T ( C) 20,5 22,1 25, ,2 26,9 28,5 (Julho) P (mm) Outono T ( C) 11,3 14,8 18,2 17,6 18,7 18,7 24,9 (Outubro) P (mm) , Fonte: Agência Meteorológica do Japão Obs.: T = Temperatura (unidade: C) P = Índice pluviométrico (unidade: mm) 16
18 2. População, centros urbanos e nível de vida População Com população de 127,7 milhões de habitantes em dezembro de 2003, o Japão é o nono mais populoso país do mundo, depois da China, Índia, Estados Unidos, Indonésia, Brasil, Paquistão, Rússia e Bangladesh. A densidade populacional é de 342 pessoas por km 2. O crescimento populacional é de 1,32%. O índice de natalidade gira em torno de 9,3 e o de mortalidade de 7,8 em cada habitantes. A expectativa de vida é das mais elevadas do mundo para ambos os sexos, com 78,3 anos para os homens e 85,2 anos para as mulheres (dados de 2003). Pouco menos de 20% da população japonesa tem mais de 65 anos. População por províncias (outubro/2003, em milhares de habitantes) Província População % Província População % 1 Hokkaido ,43 25 Shiga ,07 2 Aomori ,15 26 Quioto ,07 3 Iwate ,10 27 Osaka ,91 4 Miyagi ,86 28 Hyogo ,38 5 Akita ,91 29 Nara ,13 6 Yamagata ,96 30 Wakayama ,83 7 Fukushima ,66 31 Tottori 611 0,48 8 Ibaraki ,34 32 Shimane 753 0,59 9 Tochigi ,58 33 Okayama ,53 10 Gunma ,59 34 Hiroshima ,26 11 Saitama ,51 35 Yamaguchi ,18 12 Chiba ,72 36 Tokushima 817 0,64 13 Tóquio ,65 37 Kagawa ,80 14 Kanagawa ,81 38 Ehime ,16 15 Niigata ,93 39 Kochi 807 0,63 16 Toyama ,88 40 Fukuoka ,96 17 Ishikawa ,92 41 Saga 872 0,68 18 Fukui 827 0,65 42 Nagasaki ,18 19 Yamanashi 887 0,70 43 Kumamoto ,45 20 Nagano ,74 44 Oita ,95 21 Gifu ,65 45 Miyazaki ,91 22 Shizuoka ,97 46 Kagoshima ,39 23 Aichi ,61 47 Okinawa ,06 24 Mie ,46 Japão ,00 Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão 17
19 População total (2002) Composição por principais faixas etárias Composição por idade (%) Tx média Densidade Ano População 0 a a 64 acima de de Cresc. Cresc hab. anos anos 65 anos anual(%) anual(%) ,9 60,7 5,4 0, ,4 59,6 4, ,2 64,1 5,7 0, ,7 68,0 6,3 1, ,0 68,9 7,1 1, ,5 67,3 9,1 0, ,2 69,5 12,0 0, ,9 69,4 14,5 0, ,6 67,9 17,3 0, ,4 67,7 18,0 0, ,2 67,3 18,5 0, Fonte:Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão PopulaÁ o projetada (janeiro de 2002) Composição por idade (%) Tx média Densidade Ano População 0 a a 64 acima de de Cresc. Cresc hab. anos anos 65 anos anual(%) anual(%) ,4 64,1 22, ,2 60,0 27, ,3 59,2 29, ,0 55,8 33, ,8 53,6 35, Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão PopulaÁ o dos centros urbanos O Japão é uma sociedade urbana industrializada, e mais de três quartos dos povos vivem em áreas metropolitanas. Somente 6% da mão-de-obra estão voltadas para a agricultura. A maior parte da população se concentra na costa do Pacífico entre Honshu e norte de Kyushu. 18
20 PopulaÁ o dos principais centros urbanos Densidade Densidade Cidade População populacional Cidade População populacional hab. (por km 2 ) hab. (por km 2 ) Sapporo ,626 Quioto ,405 Sendai ,287 Osaka ,743 Chiba 887 3,261 Kobe ,716 Tóquio ,093 Hiroshima ,518 Yokohama ,839 Fukuoka ,953 Kawasaki ,759 Kitakyushu ,089 Nagóia ,652 Japão ,717 Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão Indicadores sócio-econômicos Principais indicadores sócio-econômicos PIB (preços correntes, US$ trilhão, 2003)... : 4,72 Renda per capita (US$, 2003)... : Automóveis de passageiros (2002) (*)... : 86,4% Aparelhos de TV (2002) (*)... : 99,4% Aparelhos de Vídeo (2002) (*)... : 81,4% Computadores (2002) (*)... : 63,3% Fac-símile (2002) (*)... : 42,8% Telefones fixos (2002) (*)... : 96,3% Geladeiras (2002) (*)... : 98,9% Máquina de lavar roupas (2002) (*)... : 99,6% Aparelhos de ar condicionado (2002) (*)... : 88,8% Taxa de crescimento populacional anual (2002)... : 0,11% Taxa de natalidade por hab. (2002)... : 9,2 Taxa de mortalidade infantil por hab. (2002). : 3 Taxa de mortalidade por hab. (2002)... : 7,8 Número de estudantes universitários (2003)... : Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão Obs.: * Índice de propagação dos produtos de bens duráveis em domicílios (%) 19
21 Salários Média mensal da renda de empregados regulares por segmento (US$) Ano Todas Cons- Manufa- Serviços Trans- Atacado Finanças Serviços Indús- trução tura Públicos portes e e Varejo, e trias Restau- Hotelaria Seguros rantes e Restaurantes Variação (%) 01/02-2,9-2,5-1,2 0,4-3,9-5,0-1,8-3,0 02/03-0,1-0,4 2,3 0,4-3,1 0,1-0,2-0,9 Fonte: Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar Social Força de trabalho Em 2003, a força de trabalho do Japão contava com um efetivo de 66,7 milhões de pessoas, 230 mil (0,3%) a menos que no ano anterior, significando o quinto ano consecutivo de declínio. A força de trabalho compõe-se de trabalhadores tanto empregados como desempregados. O número de trabalhadores empregados foi de 63,2 milhões, 140 mil (0,2%) a menos que no ano anterior, resultando também no quinto ano sucessivo de declínio. Por outro lado, o número de trabalhadores desempregados diminuiu em 90 mil pessoas em comparação com o ano anterior, para 3,5 milhões. Isso interrompe a tendência de crescimento apresentada nos últimos anos, mas permanece acima do patamar dos 3 milhões pelo quinto ano consecutivo. As tendências a longo prazo no setor industrial continuam inalteradas. Há um declínio do emprego no setor primário (agricultura, silvicultura e pesca) e no setor secundário (mineração, construção e manufatura). Por outro lado, há um rápido aumento no setor terciário (todos os demais setores, além daqueles acima mencionados). A distribuição da força total de trabalho por setor econômico em 2003 foi a seguinte: 4,6% no setor primário, 28,3% no setor secundário, 66,1% no setor terciário. 20
22 ForÁa de trabalho ( , em milhares) Força de Trabalho Popula- Empre- Desem- Fora da Taxa de Ano ção com Total gado pregado Força de Desem- +15 anos Trabalho prego % , , , ,3 Fonte: Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar Social Educação A educação é gratuita e obrigatória para todas as crianças entre as idades de seis a 15 anos. O sistema educacional está dividido em cinco estágios: o jardim-deinfância de um a três anos, a escola primária de seis anos, o ginásio de 1º grau de três anos, o colégio de 2º grau de três anos e a universidade em geral de quatro anos. Existem também universidades juniores ( junior college ), que oferecem cursos de dois ou três anos. Além disso, há ampla oferta de cursos de pós-graduação para estudos avançados. A administração do sistema educacional do Japão é descentralizada e o papel do Ministério da Educação e Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia (MEXT) é, em geral, o de coordenador. Número de Escolas, Estudantes e Professores, Ano Fiscal 2003 Escolas Estudantes Professores em Tempo Integral Jardins-de-infância Escolas primárias Escolas secundárias de 1º grau Escolas secundárias de 2º grau Escolas técnicas superiores Universidades juniores ( junior college ) Universidades Escolas variadas Total Fonte: Ministério da Educação e Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia 21
23 3. Transportes e comunicaáões Transportes A rede de transportes do Japão desenvolveu-se, gradativamente, em virtude do aumento da demanda gerada pelo crescimento econômico do país após a guerra. Volume de cargas transportadas (milhão de ton./km) Item Var. % 01/02 Ferrovias (2) ,2 Rodovias (1) Cabotagem (2) ,4 Aéreo Vôos Internos Regulares * 820 0,4 Vôos Internacionais * ,1 Transporte de passageiros (milhão de passageiros/km) Item Var. % 01/02 Ferrovias (2) ,9 Rodovias Aéreo Vôos Internos Regulares * ,9 Vôos Internacionais * ,1 Fonte: Ministério da Terra, Infra-estrutura e Transportes do Japão Obs.: (1) Embarcação de aço e madeira (2) Cálculo de valor numérico do Diretório Geral de Estatísticas * Dados Preliminares Rede rodoviária O transporte rodoviário aparece atualmente como principal meio de transporte de cargas do país. Segundo dados de 2002 o Japão dispõe de um total de quilômetros de estradas, das quais quilômetros de auto-estradas nacionais e quilômetros de rodovias nacionais e provinciais. O índice de estradas pavimentadas chega a cifra dos 77,1%. No ano de 2002, o total de veículos registrados era de 76,89 milhões de unidades. 22
24 Rede ferroviária Com uma extensão de km, a malha ferroviária se estende por todo território japonês, oferecendo um dos mais confortáveis e eficientes transportes do mundo. As principais cidades estão ligadas com trens modernos de alta velocidade ( shinkansen, ou trem bala). Em 2002, foram transportados 8,6 bilhões de passageiros e 39 milhões de toneladas de carga. Rede de hidrovias O Japão praticamente não possui vias fluviais de navegação, sendo inexpressivo seu aproveitamento para o transporte. Transporte marítimo A maioria dos produtos comprados pelo Japão no exterior chega ao país por via marítima. O Japão conta com vários portos bem equipados e com facilidades para armazenagem de cargas em geral. Destacam-se os portos de Chiba, Nagóia, Tóquio, Yokohama, Kawasaki, Komaki, Kobe e Osaka, todos com excelente infra-estrutura, segurança e eficiência Existem portos no Japão. Os nove principais e os respectivos volumes de cargas movimentadas (em mil toneladas) em 2001 foram: Porto Volume Expor- Impor- Comércio Cabotagem Total tação tação Interno Ferry-boat 1 Chiba Nagóia Yokohama Kawasaki Komaki Mizushima Osaka Kitakyushu Tóquio Fonte: Ministério da Terra, Infra-estrutura e Transportes Em dezembro de 2002, a frota mercante japonesa era composta por navios, que representavam milhões de toneladas, segundo a ìjapanese Shipowners Associationî ( 23
25 O tráfego marítimo entre o Brasil e o Japão é atendido pela Conferência de Fretes Brasil/Extremo Oriente/Brasil, e também pelos não conferenciados, que compreende os principais portos brasileiros e japoneses. Principais portos em operação com o Brasil: Tóquio, Yokohama e Kobe. Companhias com freqüências com o Brasil (Vide Anexo I, item 10). Informações sobre fretes (Vide Anexo II, item 1). Transporte aéreo O Japão conta com grande número de aeroportos dotados de instalações para receber vôos internacionais. Os de maior movimento são os de Narita e Kansai, equipados para receberem cargas. O principal aeroporto, Narita, está localizado a 60 km de Tóquio. O Japão mantêm atualmente acordos aéreos bilaterais com 39 países, inclusive o Brasil. Operam no Japão atualmente 66 companhias de navegação aéreas com vôos internacionais, com freqüências semanais, para todas as partes do mundo. Três companhias mantêm linhas diretas com o Brasil, a saber, VARIG, em operação conjunta com a All Nippon Airways (ANA), e Japan Airlines (JAL). Comunicações Detentor de tecnologia de ponta e sede de algumas das maiores indústrias na área de telecomunicações, o Japão conta com uma das mais eficientes redes de telefonia, telecomunicações e transmissão de dados do mundo. As ligações telefônicas ou fax para o Brasil são rápidas e fáceis. As chamadas domésticas ou internacionais podem ser feitas com o uso do cartão IC ou pré-pago. A rede de telefones públicos aceitam também moedas japonesas de 10 ienes ou 100 ienes. Há uma série de operadoras de cartão pré-pago atuante no mercado, inclusive empresas fundadas e operadas por brasileiros. O número de telefones celulares no Japão passa a casa dos 82 milhões de unidades. Os serviços postais são oferecidos pelo governo. O prazo médio de entrega de correspondência dentro do país é 24
26 de dois dias e para o Brasil é de 7 a 10 dias. Informações sobre tarifas (Vide Anexo II, item 2). 4. Organização política e administrativa Organização política O Japão é uma monarquia constitucional parlamentar inspirada no modelo inglês. Sua Constituição foi aprovada em 3 de novembro de 1946 e está em vigor desde 3 de maio de De acordo com a mesma, o Imperador ( Tennô ) é o símbolo do Estado e da unidade do povo japonês, não estando investido de poderes de governo. Os poderes executivo, legislativo e judiciário são representados respectivamente pelo Gabinete, Dieta e Cortes de Justiça. Vigora no país o pluripartidarismo, sendo os principais partidos políticos: - Partido Democrático Liberal ( Jiyu Minshutou ), LDP: Liberal Democratic Party; - Partido Democrático Japonês ( Minshuto ), DPJ: Democratic Party of Japan and Club of Independents, - New Koumeito ( Komeito ), NK: New Komeito; e - Partido Comunista Japonês ( Nihon Kyosanto ), JCP: Japanese Communist Party. Principais órgãos do Governo japonês: Ministérios relacionados ao Comércio Exterior: Ministério das Finanças Ministry of Finance - MOF (Zaimusho) Ministério da Economia, Comércio e Indústria Ministry of Economy, Trade and Industry - METI (Keizaisangyosho) Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca Ministry of Agriculture, Forestry and Fisheries - MAFF (Norinsuisansho) 25
27 Demais Ministérios: Ministério de Administração Pública, Assuntos Internos, Correios e Telecomunicações Ministry of Public Management, Home Affairs, Posts and Telecommunications - MPHPT (Somusho) Ministério dos Negócios Estrangeiros Ministry of Foreign Affairs - MOFA (Gaimusho) Ministério de Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia Ministry of Education, Culture, Sports, Science and Technology - MEXT (Monbukagakusho) Ministério da Saúde, Trabalho e Bem Estar Social Ministry of Health, Labour and Welfare - MHLW (Koseirodosho) Ministério da Terra, Infra-estrutura e Transportes do Japão Ministry of Land, Infrastructure and Transport - MLIT (Kokudokotusho) Ministério do Meio-Ambiente Ministry of the Environment - MOE (Kankyosho) Ministério da Justiça Ministry of Justice - MOJ (Homusho) Outros órgãos na área econômica e comercial Japan Bank for International Cooperation (JBIC) 26
28 Japan External Trade Organization (JETRO) Japan Patent Office (JPO) New Energy and Industrial Technology Development Organization (NEDO) Nippon Export and Investment Insurance (NEXT) Organização administrativa O Japão é dividido em 11 regiões Chugoku, Chubu, Hokkaido, Hokuriku, Kansai, Kanto, Kyushu, Okinawa, Shinetsu, Shikoku e Tohoku por sua vez subdivididas em 47 províncias ou prefeituras. Essas províncias coordenam um total de municipalidades. 5. Organizações e acordos internacionais O Japão é membro da Organização das Nações Unidas ONU. Pertence também, entre outros, aos seguintes organismos internacionais de caráter econômico ou financeiro: APEC Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico; BIRD Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial; FAO Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura; FMI Fundo Monetário Internacional; OECD Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico; OMC Organização Mundial do Comércio; UNCTAD Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento; UNIDO Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. 27
29 28
30 II - ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS 1. Conjuntura econômica e financeira O Japão é a segunda maior economia do mundo e com relevante importância nos cenários de comércio, economia e finanças mundiais. Não obstante, a economia japonesa continua marcada pela persistência do fenômeno deflacionário, embora em grau mais mitigado do que em anos anteriores. Desde meados de 2003, vêm-se acumulando indícios de que a economia japonesa estaria ingressando em novo ciclo de recuperação. Os mais recentes indicadores macroeconômicos e índices de confiança do consumidor reforçam a percepção de que a presente retomada dos níveis de crescimento econômico começa a apresentar traços de maior sustentabilidade em relação aos breves ciclos de expansão, seguidos de longos períodos de recessão/ deflação, que marcaram o comportamento da economia japonesa desde a primeira metade da década de 90. Para analistas e autoridades econômicas locais, a sustentabilidade da recuperação econômica do país dependerá, em última análise, de uma retomada consistente dos níveis de demanda interna o que terá que ocorrer sem grande aumento dos gastos governamentais (particularmente em grandes projetos de infra-estrutura), em vista das medidas de austeridade fiscal adotadas pelo governo para fazer frente à situação de desequilíbrio estrutural das contas públicas. Como se recorda, a relação entre dívida pública e PIB no Japão é a maior entre países desenvolvidos (cerca de 150%). O desempenho exportador segue fortemente dependente da demanda criada pelo mercado chinês, responsável por cerca de 80% do crescimento global das vendas externas japonesas em 2003, em termos de valor. A expectativa prevalecente é de que as exportações japonesas continuem a apresentar bom desempenho mesmo num eventual cenário de desaceleração da economia chinesa. A combinação entre o comportamento dinâmico do segmento exportador, o conseqüente aumento dos lucros corporativos e a implementação de políticas de racionalização de custos pelas grandes empresas, inclusive no que se refere ao saneamento de seus passivos financeiros, acabou contribuindo para a criação do excedente de capital que tem permitido a expansão dos investimentos produtivos. Outro fato de destaque da presente conjuntura 29
31 econômico-financeira japonesa é que, com variados graus de progresso, estão em curso reformas econômicas estruturais concentradas nos seguintes tópicos: a) o saneamento do sistema financeiro mediante a resolução do problema dos créditos não-recuperáveis; b) a privatização dos serviços postais; c) a privatização das empresas estatais de construção e administração de auto-estradas ( public highway corporations ); d) a reforma do sistema previdenciário; e) as iniciativas de reformas regulatórias em setores-chave da economia, a exemplo de certos segmentos de serviços, de logística, e do setor agrícola. a) Produto Interno Bruto - PIB ( , Preços Correntes, US$ bilhão) Setores * 2003 Agropecuária, silvicultura e pesca 63,0 66,6 66,0 55,8 52,8 Mineração 5,7 5,8 6,1 5,6 5,0 Indústria 866,7 974,41,040,3 865,8 816,4 Construção 303,6 337,9 352,0 298,4 273,9 Eletricidade, gás e fornecimento de água 111,1 126,6 131,9 119,4 112,8 Comércio varejista e atacadista 591,1 641,7 650,2 570,0 546,5 Financiamentos e seguros 224,5 265,3 288,8 273,3 270,9 Bens imóveis 489,7 571,8 615,6 554,5 545,8 Transportes e comunicações 264,7 289,1 302,7 268,7 251,7 Serviços 764,0 884,3 962,7 854,4 826,2 Outros 247,1 289,4 329,6 296,4 273,0 TOTAL 3.931, , , , , ,5 Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão Obs.: * Em 2003, o PIB japonês alcançou ,7 bilhões de ienes (ou US$ 4.719,5 bilhões), em preços correntes. O Governo japonês, entretanto, ainda não havia divulgado a compilação, por setores, até a data de elaboração deste documento. Durante o período de alto crescimento da economia japonesa na década de 60, a taxa de desemprego variou entre 1 e 2 pontos percentuais. Em 1990/91, a taxa voltou para um patamar pouco acima de 2%. Após o estouro da bolha econômica no início da década de 90, a taxa de desemprego teve consecutivos aumentos, partindo de 2,2%, em 1992, para 30
32 alcançar 5,4%, em O crescimento da economia japonesa, principalmente, no último trimestre de 2003, influenciou o mercado de trabalho. Em 2003, a taxa recuou 0,1%, em comparação ao ano anterior, para 5,3%, No final daquele ano, havia 3,5 milhões de desempregados no Japão, ou 90 mil pessoas a menos do que em a) Taxa de Desemprego ( ) Taxa de desemprego (%) da Força de Trabalho 4,7 4,7 5,0 5,4 5,3 Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão A economia japonesa vem sofrendo sucessivas quedas nos preços desde Analistas consideram que três fatores, inter-relacionados, são os motivos para o fenômeno da deflação. O primeiro fator é estrutural, no lado do fornecimento (importações de produtos têxteis e de bens de consumo a baixos preços). Em segundo lugar, o custo mais baixo dos bens que as empresas japonesas produzem na Ásia (China, inclusive) para posterior exportação ao Japão. E, finalmente, o efeito das inovações na área de tecnologia da informação e a racionalização do sistema de distribuição. b) Índice de Preços ao Consumidor ( ) Variação anual do índice de preços ao consumidor (%) -0,3-0,7-0,7-0,9-0,3 Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão 2. Principais setores de atividade a) Agropecuária, silvicultura e pesca O Japão tem atualmente a menor taxa de autosuficiência alimentar (em termos de calorias) entre os países industrializados. Nos últimos anos, essa taxa tem permanecido estável em torno de 40%. Um dos principais motivos para a queda foi a diminuição do consumo interno 31
33 de arroz, devido à diversificação dos hábitos dietéticos dos japoneses. Outro importante fator foi o aumento substancial da importação de produtos, de forma a suprir as necessidades alimentares locais. Agropecuária O número de fazendas cultiváveis no Japão vem diminuindo desde 1960, quando o crescimento econômico do país atingia o seu ápice, Em 2002, havia 3,03 milhões de fazendas, metade do número de 1960 (6,06 milhões), Em termos de área, houve um decréscimo de cerca de 20% de 6,09 milhões de hectares em 1961, para 4,76 milhões. Em 2002, o setor empregou cerca de 3,75 milhões de pessoas, sendo que 55,4% desses trabalhadores tinham idade de 65 anos ou mais. Cereais em grãos Ano Área Produção Rendimento Importações Consumo Fiscal Plantada (1000 ha) por hectare (1000 ton.) Doméstico (1000 ha) (ton.) (1000 ton.) , , , , , , , , , Fonte: Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca Trigo Arroz Produção agrícola (mil toneladas) Vegetais e legumes Batata Soja Pepino Tomate Repolho Repolho chinês Cebola Alface Rabanete japonês Cenoura
34 Frutas Laranja ( mikan ) Maçã Uva Pêra japonesa Fonte: Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca Produção de carne, leite e ovos (toneladas) Carne suína Carne bovina Carne de vitela Carne eqüina Carneiro e ovelha Carne caprina Frango Leite bovino Ovos Fonte: Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca Silvicultura O Japão mantém cerca de 25 milhões de hectares em florestas (cerca de 70% da área territorial japonesa). Embora haja abundância de recursos florestais, a indústria local vem sofrendo com a baixa lucratividade do setor com a queda nos preços de madeira serrada e o alto custo operacional japonês. Como resultado, a produção doméstica de toras está estagnada. Em 2001, a produção de toras totalizou 16,76 milhões de metros cúbicos, apenas 30% do pico atingido de 52,74 milhões em Produção de toras (em mil metros cúbicos) Madeira Nacional Madeira Por Espécie Por Uso Impor- Ano Total Total Coní- Lati- Madeira Com- Partícula tada feras folhadas Serrada pensada Total Fonte: Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca 33
35 Pesca Base da dieta local, o Japão retira do mar parte substancial de suas necessidades alimentares. No entanto, a indústria pesqueira tem sofrido com problemas estruturais, disputas internacionais e a poluição das águas costeiras. Em 2003, o total pescado atingiu cerca de 4,6 milhões de toneladas. O número de trabalhadores no setor ( em 2002) no ápice da produção em l953 chegou a totalizar pessoas. O setor pesqueiro, como todo o setor primário, sofre com o crescente envelhecimento da força de trabalho. Entre os trabalhadores do sexo masculino 39,3% tem idade de 60 anos ou mais. 34 Produção pesqueira (mil toneladas) Espécies * 2003 Atum Espadarte Bonito Tubarão Salmão/Truta Sardinha Camarão/Lagosta Caranguejo/Siri Eufausiáceos Conchas Lulas Algas marinhas Outros peixes Total Fonte: Ministério de Agricultura, Florestas e Pesca Obs.: * Dados estimativos b) Indústria Em 2002, o setor industrial representou cerca de 20,5% do PIB japonês. A indústria desempenha um importante papel no desenvolvimento da economia japonesa, embora o setor terciário de serviços venha tendo um peso cada vez maior. O setor sofre ainda com a crescente competição de seus vizinhos asiáticos e a perda de capacidade produtiva para o exterior. Por outro lado, continua como força-motriz do desenvolvimento japonês e sustentáculo das exportações que mantém a balança comercial japonesa rentável.
36 Em 2002, havia empresas (com quatro ou mais funcionários) e um total de 8,32 milhões de trabalhadores. A indústria foi responsável por um total de quase 270 trilhões de ienes (cerca de US$ 2,15 trilhões) em produtos manufaturados. Número de estabelecimentos, empregados e valor de bens fabricados e expedidos pela indústria manufatureira (1) (2002) Valor de Número Número produtos de de manufa- Indústrias estabeleci- funcio- turados e mentos nários expedidos (US$ milhão) Equipamentos de transporte Máquinas em geral Produtos alimentícios Produtos químicos e aliados Equipamentos e máquinas elétricos Peças e dispositivos eletrônicos Produtos de metais fabricados Equipamentos eletrônicos de informação e comunicação Ferro e aço Bebidas, fumo e alimentos Produtos plásticos (2) Produtos de petróleo e carvão Produtos de barro, pedras e cerâmicos Indústrias de impressão e publicação Polpa, papel e produtos de papel Metais não ferrosos Instrumentos de precisão e máquinas Produtos de borracha Vestuário e outros produtos acabados de tecidos e materiais semelhantes Madeira e produtos de madeira (3) Produtos têxteis (4) Móveis e acessórios Tanino de couro, produtos de couro e pele Manufaturados variados Total da indústria manufatureira Fonte: Ministério de Economia, Comércio e Indústria Obs.: (1) estabelecimentos com quatro ou mais funcionários (2) exclui móveis e placas de plástico etc. que estão incluídas em outra classificação industrial (3) exclui móveis (4) exclui peças de vestuário e produtos acabados feitos de tecido e materiais semelhantes 35
37 c) Energia O Japão depende historicamente de fontes externas de energia. Atualmente, o país importa cerca de 80% das suas necessidades de energia. No ano fiscal de 2000, o fornecimento de energia primária totalizou petajoules. Desse total, o petróleo representou 51,8%; o carvão, 17,9%; a nuclear, 12,4%; o gás natural e o gás natural liqüefeito (LNG), 13,1%; a hidrelétrica, 3,4%; as novas alternativas que incluem energias eólica e solar, 1,1%; e a geotérmica, 0,2%, Geração de energia elétrica por fontes de energia (milhão de kwh) Hidrelétrica Termelétrica Nuclear Outros Total Percentagem (%) Hidrelétrica 9,0 8,9 8,7 8,3 Termelétrica 61,0 61,3 61,2 64,4 Nuclear 29,7 29,5 29,7 26,9 Outros 0,3 0,3 0,3 0,4 Total Fonte: Ministério da Economia, Comércio Exterior e Indústria d) Ciência e Tecnologia Os setores de ciência e tecnologia têm servido como base para os avanços socio-econômicos japoneses. O país investiu 16,5 trilhões de ienes (US$ 132,1 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento no ano fiscal de As maiores indústrias têm programas de ponta em pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias e novos materiais. Universidades japonesas têm alguns dos mais avançados centros de pesquisas. 36
38 Investimento na área de pesquisa e desenvolvimento (US$ bilhão) Item / Ano Fiscal Var. % 00/01 Empresas privadas 63,9 97,4 98,3 91,5 5,4 Instituições sem fins lucrativos e organizações públicas 10,4 21,0 20,1 14,7-17,0 Universidades e faculdades15,8 30,9 29,0 25,8 0,8 Total 90,1 149,4 147,4 132,1 1,5 Origem dos fundos (%) Governos Locais e Nacional17,9 22,9 21,7 21,0-1,8 Setor privado 82,0 77,0 77,9 78,6 2,4 Países estrangeiros 0,1 0,1 0,4 0,4 0,8 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 1,5 Fonte: Bureau de Estatísticas, Ministério da Administração Pública, Interior, Correios e Telecomunicações do Japão Obs.: A variação percentual foi mantida da comparação original em moeda local e) Comércio e Serviços Censo do setor de comércio realizado em 2002 apontou a existência de 1,68 milhão de estabelecimentos atacadistas e varejistas em operação no Japão, com faturamento conjunto anual de 549 trilhões de ienes (cerca de US$ 4,38 trilhões) e 11,98 milhões de empregados. Todos esses números vêm sofrendo decréscimos desde o censo de Com a modernização e os avanços econômicos, houve inicialmente uma gradual transferência de trabalhadores do setor primário para o secundário e, posteriormente, para o setor terciário. De acordo com censo de empresas de 1975, o setor de serviços respondia por 21% do total de negócios privados e por 15,4% do total da força de trabalho. Em 2001, esses números aumentaram para 27,6% e 27,2%, respectivamente, Isso eqüivaleu a um total de 1,7 milhão de estabelecimentos e 14,92 milhões de pessoas. 37
39 Totais de vendas e pessoas empregadas em estabelecimentos atacadistas e varejistas em operação (1) (2) * 2002 Atacadistas 429 (-7,0) 392 (-8,8) 426 (-5,2) 380 (-10,9) Varejistas (-6,6) (-5,4) (-7,5) (-7,6) Lojas (em milhares) (-6,7) (-6,1) (-7,0) (-8,4) Atacadistas 5,0 (-10,0) 4,0 (-6,7) 4,3 (-9,7) 3,3 (-16,6) Varejistas 1,4 (0,7) 1,2 (3,1) 1,3 (-8,0) 1,1 (-6,1) Venda Anual (US$ trilhão) 6,4 (-7,9) 5,2 (-4,6) 5,6 (-9,3) 4,4 (-14,2) Atacadistas (-2,7) (-9,1) (-5,9) (-11,0) Varejistas (5,5) (-0,5) (2,6) (-0,7) Pessoas (em milhares) (2,2) (-3,8) (-0,5) (-4,4) Fonte: Ministério de Economia, Comércio e Indústria Obs.: (1) figuras em parênteses indicam taxas de crescimento, com comparação realizada em moeda local (2) as taxas de aumento de 1999 são calculadas usando os valores ajustados de 1999 e que não são divulgados * Dados Preliminares 3. Moeda e finanças Moeda A unidade monetária do país é o iene, No Japão, não existe nenhuma restrição de natureza cambial e o iene é facilmente conversível a taxas determinadas pelo mercado livre de câmbio. Não existe mercado paralelo no país, nem diferentes taxas para operações comerciais, financeiras ou turísticas. 1 Taxas de C mbio ( , Ienes por US$ 1,00) Ano Calendário ,23 94,06 108,79 121,00 130,90 113,91 107,77 121,53 125,31 115,93 Ano Fiscal ( abril a março) ,39 96,45 112,65 122,71 128,02 111,54 110,52 125,13 121,90 112,80 Fonte: Banco do Japão 1 Calculadas com base na mèdia das taxas interbanc rias. Para as conversões da moeda local (iene) para dûlar americano ao longo desse documento, foram utilizadas as taxas de c mbio descritas nas tabelas. 38
40 a) Balanço de Pagamentos ( , US$ bilhão) A. Balança Comercial 70,16 93,63 105,71 Exportações 383,31 394,86 447,91 Importações 313,14 301,22 342,20 B. Serviços (líquido) -43,73-42,01-33,55 Receita 64,46 65,72 77,13 Despesa 108,20 107,73 110,68 C. Renda (líquido) 69,12 65,97 71,47 Receita 102,97 91,66 95,39 Despesa 33,85 25,69 23,92 D.Transferências correntes -7,90-4,75-7,48 E. Transações correntes (A+B+C+D)87,65 112,84 136,16 F. Conta de capitais (líquido) -2,85-3,37-4,03 G. Conta financeira -47,94-64,29 74,18 Investimentos diretos (líquido)-32,09-23,06-22,39 Portfolio (líquido) -46,32-104,93-98,82 Outros 30,47 63,70 195,39 H. Erros e omissões 3,76 1,08-20,60 I. Saldo (E+F+G+H) 40,62 46,26 185,71 Fonte: Ministério das Finanças do Japão b) Reservas Internacionais ( , US$ milhão) Divisas Conversíveis Posição das Reservas no FMI Direitos Especiais de Saque (SDRs) Ouro Total Fonte: Ministério das Finanças do Japão 39
41 c) Finanças públicas Para o ano fiscal de 2002 (abril/02 a março/03), as receitas do governo japonês foram de 87,29 trilhões de ienes (US$ 716 bilhões), enquanto que as despesas alcançaram 83,67 trilhões de ienes (US$ 686 bilhões). 40 Orçamento Federal (Ano Fiscal de 2003, %) Seguridade Social 23,2 Obras Públicas 9,9 Educação e Ciência 7,9 Defesa Nacional 6,1 Aposentadoria de Funcionários Públicos 1,5 Assistência Econômica 1,0 Medidas no Setor Alimentício 0,8 Medidas no Setor Energético 0,7 Assistência a Pequenas e Médias Empresas 0,2 Transferência para Contas Especiais de Investimentos Industriais 0,2 Miscelâneos 6,3 Contingências 0,4 Total Allocation Tax Grants etc. 21,3 Serviço da Dívida 20,5 100,0 Fonte: Ministério das Finanças do Japão d) Sistema bancário O sistema bancário do Japão divide-se em três eixos: o Banco do Japão (BOJ Banco Central), as instituições financeiras privadas e as instituições financeiras públicas. O Banco do Japão é responsável pela política financeira. As instituições financeiras privadas processam os depósitos, além de operar como bancos regulares que executam principalmente as funções de financiamento de curto prazo e de longo prazo, financiamento às pequenas e médias empresas e financiamento à agricultura e à pesca. Entre as instituições financeiras públicas incluem-se os Correios e o Japan Bank for International Cooperation (JBIC). Tendo como início a fusão dos Bancos de Tóquio e Mitsubishi em 1996, os maiores bancos estão rapidamente se reorganizando em praticamente 4 grandes grupos financeiros: Mizuho, Sumitomo-Mitsui, UFJ e Tokyo-
42 Mitsubishi. Os principais bancos privados japoneses têm divulgado significativos progressos na redução de suas carteiras de créditos não-recuperáveis. A maioria dos analistas de mercado avalia positivamente a evolução recente desse tema, embora estimem que as cifras reais sejam bastante inferiores ao que tem sido anunciado pelos bancos. O montante total desses créditos foi estimado em cerca de 3,9 trilhões de ienes (US$ 350 bilhões). Segundo as últimas estimativas disponíveis, realizadas entre setembro de 2002 e março de 2003, havia um total de estabelecimentos no setor financeiro, sendo bancos, instituições financeiras, seguradoras, cooperativas agrícolas com atribuições creditícias e agências dos correios. Numerosos bancos estrangeiros operam no Japão, inclusive cinco bancos brasileiros: Banco do Brasil S.A., Banespa - Banco do Estado de São Paulo S.A., Bradesco Services Co., Ltd., ABN Amro Bank NV e o Banco Itaú. 41
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