EDUCAÇÃO, INFÂNCIA E MÚSICA
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- Bruna Aires Farias
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1 EDUCAÇÃO, INFÂNCIA E MÚSICA Mirtes Antunes Locatelli Strapazzon RESUMO A educação infantil e a infância estão intrinsecamente ligadas. Conhecer o processo histórico da Educação Infantil remete-se a pesquisar o comportamento da criança nos aspectos social, cultural, econômico, psíquico, familiar, entre tantos outros é fundamental para o pedagogo. Saber de teorias científicas da educação implica neste conhecimento também, assim como os das leis que gerem este processo. Refletir que as instituições, sejam particulares ou públicas, não necessitam ter o pensamento assistencialista e sim educacional. Disciplinas como a música desde a antiguidade é relacionada com a Educação Infantil e com o desenvolvimento da criança, atualmente sabe-se de estudos científicos que comprovam a relação da música com desenvolvimento lógico, sensória e emocional. Palavras-chave: Educação; Infância; Música. 1 INTRODUÇÃO Segundo Wolff (2008) a Educação Infantil a criança passa a aprender e desenvolver o seu potencial individual com a concivência social a partir dos cuidados e ensinamentos que recebe. Platão já preocupava-se com a escolaridade da criança. Outros estudiosos como Comênio ( ); Rousseau ( ); Pestalozzi ( ); Fröebel ( ); Dewey ( ); Montessori ( ); Decroly ( ); Claparède ( ); Freinet ( );Wallon ( ); Piaget ( ); Vygotsky ( ) e Ferreiro (1936) são referência na Educação Infantil e no processo de desenvolvimento no decorrer da história. Conhecer a criança quanto a psicologia, a sociologia e a antorpologia é parte fundamental no processo educacional da mesma. Alinhar as concepções da Educação Infantil desde que a mesma foi construída é essencial para se trabalhar com a criança no contexto atual e globalizado do século XXI. O intuito desta pesquisar além de averiguar tais concepções é centrar-se que a criança tem um mundo diferenciado do adulto, e isto necessita ser respeitado e valorizado no processo de ensino e educação. 2 COMO COMPREENDER A CRIANÇA
2 2 Pode-se dzer que a criança é sempre a mesma em qualquer tempo e espaço. Também é possível afirma que a concepção da infância varia de acordo com a cultura onde ela é concebida, tratando-se da perspectiva histórica; pois na Idade Média as crianças foram tratadas como mini adultos. Somente a partir do século XVI que se estabeleceu a diferença entre o mundo infantil e o adulto. SegundoWolff (2008) a sociedade burguesa exigiu o aumento de produção com a atuação da mulher e da criança no mercado de trabalho. Refere-se aqui especifica e essencialmente o trabalho na fábrica. Ao mesmo tempo que a criança integrada numa família trabalhadora e envolvida na produçõa econômica, os estudiosos fundamentaram teorias da criança quanto a sua natureza infantil, dizendo que se por um lado a criança era dotada de capacidades inatas, de potencialidades naturais, de outro era ser incompleto e imaturo: precisava ser modelado, ensinado e educado. (Wolff, 2008) Surge neste modelo a escola, onde as crianças eram separadas de sua família e enclausuradas na escola, principalmente nos asilos e orfanatos. Em meados do século XIX a educação compensatória é a solução paraa a privação cultural. Wollf (2008) citaque: a educaçõa era vista como modo de superação da condprição social de carência e deficiência, o que posteriormente veio caracterizar as propostas pedagógicas para a pré escola. Assim, conclui-se que o conceito de infância foi construido ou elaborado a partir das relações sociais estabelecidas e não em função de uma essencia ou natureza da criança. Atualmente, o mundo globalizado e capitalista, onde o pensamento e vivência das pessoas tem a total interferência dos meios de comunicação de massa, principalmente pela TV e internet, a criança se encontra num vida com hábitos de adultos, seja no pensar, vestir, agir, estudar, entre tantos outros. Será que estamso voltando ao século XI? 3 A EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA CONCEPÇÃO
3 3 O destino da Educação Infantil estava direcionado ao atendimento de crianças pobres por creches particulares, instituições religiosas e filantrópicas, ou pelo poder público, na ausência deste, as comunidades se organizavam e criavam suas próprias pré escolas. Segundo Wolff (2008) a Constituição de 1988 representou um grande avanço em estabelecer como dever do Estado, através dos Municípios, a Educação Infantil à crianças de 0 a 6 anos de idade. A partir daí a concepção mudou, a Educação Infantil deixava de se constituir em caridade para se transformar em obrigação do Estado e direto da criança, mesmo que esta consideração estivesse apenas na lei. Para que haja respeito e valorização nas e das Instituições Infantis se faz necessário conhecer a criança, a qual é trabalhada, entende-la como um ser social e histórico que possa apresentar diferenças de procedências social-econômica-cultural, familiar, étnica, entre tantas outras. Este papel não cabe apenas ao professor, mas a todos que trabalham na escola desde a servente até a direção. 4 A CRIANÇA E A MÚSICA Musicalizar refere-se ao sentido de educar pela música, com o objetivo de contribuir na formação e desenvolvimento da personalidade do indivíduo, pela ampliação da cultura, pelo enriquecimento da inteligência e pela vibração da sensibilidade musical. (CARVALHO, 1997) A musicalização vem ao encontro das aptidões naturais que todo indivíduo traz consigo ao nascer: instinto, audição, sensorialidade, ritmo, emotividade, inteligência ordenadora e criadora; ao contrário da aprendizagem musical, que trata da prática de um determinado instrumento. Esta prática pode ter início nas escolas de música, nas escolas infantis, enfim, quando começar a sua socialização da criança. É uma abordagem ativa, e o professor deve criar condições para que se propicie o perfeito entendimento dos sons; até de concretizar a música, através de recursos técnicos que as crianças utilizam na escola infantil; tais quais: a pintura, o desenho, o recorte, a colagem; explorando assim o tato fino e a coordenação motora da criança. As aulas podem ser coordenadas por jogos e brincadeiras dirigidos à música, desta forma as crianças aprendem a se conhecerem e se relacionarem com as pessoas que as cercam.
4 4 Segundo CARVALHO (1997) A musicalização infantil desenvolve na criança os campos: físico, mental, cognitivo e emocional. Na fase de alfabetização, a criança manifesta espontaneamente seu sentido rítmico da palavra e movimento. A música é capaz de imprimir no cérebro a compreensão da melodia das próprias palavras. A música como linguagem pode expressar idéias e sentimentos. A infância se caracteriza pela ação e pelo ato concreto. Ao pensar ou expressar verbalmente uma idéia, a criança se encontra num processo de representação. A música proporciona a vivência da linguagem musical como um destes meios de representação, interage com o meio ambiente, incluindo os sons, as canções e outras manifestações, é também um excelente meio no desenvolvimento da aptidão criativa e lúdica, que é parte integrante da infância. Tratandose do campo lógicos, as porções cerebrais, responsáveis pela música e pela matemática estão próximas, no setor esquerdo do cérebro, o que oferece uma percepção espacial e matemática adequada. Da Europa vieram as primeiras informações sobre o ensino formal da música. Porém, mais recentemente, um dos países que exerceram grande influência sobre o campo do ensino musical no Brasil foram os Estados Unidos, principalmente no que diz respeito a métodos e processos, bem como na melhor compreensão do papel da música na educação em geral. Esse país, entretanto, também recebeu influência de origem européia a começar por Lowell Mason, que pioneiramente aplicou, em 1829, o método pedagógico de Pestalozzi ao ensino da música. Na América do Sul, dois países se destacaram no movimento da Educação Musical: a Argentina, onde a notável figura de Alberto Williams ( ) se sobrepõe às demais, não só como educador, mas principalmente como compositor. O Chile, com os pioneiros Humberto Allende e Domingo Santa Cruz. O desenvolvimento musical no Brasil no que se refere ao ensino da música verifica-se que José de Anchieta utilizava a música como veículo de educação geral e sempre houve um divórcio entre educação e música. Quando muito, o estudo da arte musical era informativo, profissional, com finalidade em si própria. Com o progresso da ciência psicológica e dos novos conceitos sobre Educação, evidenciou-se o grande papel que as Artes desempenham na formação da personalidade dos indivíduos e em seu amadurecimento emocional. 5 CONCLUSÃO
5 5 As crianças são o maior bem que a humanidade possui. É muito importante que os governantes do país possam dar atenção a este fato, disponibilizar verbas para a Educação. Entretanto, os profissionais da educação, principalmente os da Educação Infantil devem aprofundar temas relacionados a esta etapa da educação básica, podendo assim, com este conhecimento, desempenhar seu trabalho com excelência e contribuir para a qualidade desta educação. A atividade musical e as demais artes unidas ao jogo recreativo formam o alicerce sobre o qual se apóiam as escolas infantis. A prática e utilização da música são oportuníssimas no período de passagem do lar para a escola, ocasião em que o aparecimento do interesse pela palavra é simultâneo ao da música. No mundo atual, as crianças encontram tudo pronto, virtual e artificial, muitas vezes limitando assim sua criação. A ação criadora é própria do ser humano como resultado de uma ação cognitiva, ou seja, da aquisição de algum conhecimento. A música deve ser um dos meios para se alcançar esta ação; podemos oferecer à criança, através de recursos pedagógicos vivos e adequados, para que ela possa expressar sua criatividade. Para levar essa educação musical às crianças, antes de tudo, é preciso considerar a música como um meio de cultura humana; e enfatizar também que a criança se aproxima da música com alegria, e esta alegria poderá ser transformado em amor pela música, fazendo parte do seu cotidiano. O professor que trabalha com a Educação Infantil tem sua responsabilidade redobrada, pois não basta apenas ter o conhecimento, se faz necessária a compreensão da infância de acordo com a realidade de cada aluno; numa perspectiva de trinta a quarenta alunos por classe, este profissional passa a ser um herói na conjuntura brasileira. 5 REFERÊNCIAS CARVALHO, Mônica Fontanari de. Pré-escola da música: musicalização infantil. Curitiba: Martins Fontes, WOLFF, Celi Terezainha. Organização do Trabalho pedagógico na Educação Infantil. Indaial: ASSELVI, 2008.
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