UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DAS SAÚDE E DO ESPORTE CEFID PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO

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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DAS SAÚDE E DO ESPORTE CEFID PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO HUMANO MARIA LETÍCIA ELIAS PINTO DA LUZ KNORR COMPOSIÇÃO CORPORAL, IMAGEM CORPORAL E MATURAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES FLORIANÓPOLIS 2011

2 MARIA LETÍCIA ELIAS PINTO DA LUZ KNORR COMPOSIÇÃO CORPORAL, IMAGEM CORPORAL E MATURAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Ciências do Movimento Humano, da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Movimento Humano. Orientador: Dr. Fernando Luiz Cardoso FLORIANÓPOLIS 2011

3 MARIA LETÍCIA ELIAS PINTO DA LUZ KNORR COMPOSIÇÃO CORPORAL, IMAGEM CORPORAL E MATURAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Ciências do Movimento Humano, da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências do Movimento Humano. Banca Examinadora: Orientador: Prof. Dr. Fernando Luiz Cardoso Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Membro: Membro: Membro: Prof. Dr. Fernando Copetti Universidade Federal de Santa Maria - UFSM Prof. Dra. Andreia Pelegrini Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Prof. Dra. Fabiana Flores Sperandio Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Florianópolis, 06 de setembro de 2011.

4 Dedico este trabalho ao meu marido Geraldo Knorr e à minha filha Isabela Knorr, minhas maiores fontes de amor e inspiração.

5 AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu marido Geraldo Knorr, amor da minha vida, exemplo de homem, de bondade, que me motiva em todas as ações e me faz a mulher mais feliz do mundo. Agradeço por estar comigo em todos os momentos e por me proporcionar a oportunidade de transpor todo o nosso amor e respeito à nossa filha Isabela Knorr que é a maior alegria de nossas vidas. Agradeço aos meus pais Isabel Pinto da Luz e Ricardo Pinto da Luz e à minha irmã Maria Eugênia Pinto da Luz pelo suporte, exemplo, educação, amor e incentivo à vida acadêmica. Aos meus avós e minha família pelo apoio durante toda a vida. A educação e o amor que me deram, fizeram com que eu chegasse até aqui. Agradeço à minha grande amiga, irmã e companheira, Vanessa Francalacci. Obrigada pelo exemplo profissional e pessoal e pelo incentivo diário para que concluísse esta árdua tarefa em meio aos demais compromissos e prioridades. Registro a minha gratidão, pois com certeza sem o seu apoio e carinho eu não chegaria até aqui. Aos meus colegas e amigos, Gustavo Schutz e Elinai Schutz, pelas contribuições dadas frente ao trabalho como também incentivos dados nesta reta final. Ao acadêmicos e docentes do Núcleo de Pesquisa em Gestão do Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina, por todo suporte e apoio junto às coletas de dados. Ao Curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina por acreditar na proposta da pesquisa e incentivar o desenvolvimento do trabalho junto ao Projeto de Extensão Mais Educação. À Prefeitura Municipal de São José, por também acreditar e apoiar a proposta. Aos colegas do LAGESC por toda compreensão e contribuição. Ao meu orientador, Prof. Fernando Luiz Cardoso, pela compreensão por minha ausência, por toda a contribuição frente ao trabalho, por todos os conhecimentos sobre a docência e sobre a vida transmitidos e por todos os exemplos passados. Agradeço a todos que contribuíram de alguma forma com o processo e principalmente à Deus, que me acompanha, me protege, me ilumina e fortalece em todas as horas da minha vida.

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7 RESUMO KNORR, Maria Letícia Elias Pinto da Luz. Composição corporal, imagem corporal e maturação sexual de crianças e adolescentes f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano Área: Atividade Física e Saúde) Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Florianópolis, O objetivo do estudo foi identificar a existência de congruência entre as variáveis da composição corporal e imagem corporal de crianças e adolescentes durante a maturação sexual. Pode ser caracterizada como pesquisa aplicada, quantitativa, descritiva e correlacional. A amostra foi composta de 334 indivíduos (178 do sexo masculino e 156 do sexo feminino) de 8 a 17 anos, inscritas no Programa Mais Educação de São José-SC que foram selecionados intencionalmente, considerado critério a inscrição do sujeito no Programa Mais Educação. Foram mensurados dados de massa corporal, estatura, dobras cutâneas e diâmetros ósseos. Calculouse o percentual de gordura corporal pelas equações propostas por Slaugther et al. (1988) e o fracionamento da massa corporal em quatro componentes proposto por Matiegka (1921). Para obtenção de dados referentes à imagem corporal, aplicou-se o instrumento proposto por Tiggeman e Barret (1998). Calculou-se a diferença entre a imagem corporal percebida e desejada proposta por Stunkard (1983) referente a insatisfação com a imagem corporal. Para avaliação dos estágios da maturação sexual foi aplicado a escala proposta por Tanner (1962). Para descrição da amostra, utilizou-se a estatística descritiva. Para obtenção da relação entre as variáveis, foi determinado o coeficiente de correlação de Spearman (p). Para avaliar a influência dos quatro componentes da composição corporal (Massa Magra, Massa Gorda, Massa Óssea, Massa Residual) no Índice de Massa Corporal optou-se pelo coeficiente de determinação (r2). Para todos os testes estatísticos adotou-se um nível de significância de 95% (p<0,05). Verificou-se que no sexo masculino, o IMC aumenta na proporção que o estágio maturacional avança de G1 para G3. Embora estatisticamente significante, a correlação entre o IMC e o estágio de maturação sexual e entre massa gorda e o estágio de maturação sexual para meninos foram fracas e para meninas moderadas. Já entre a massa muscular e o estágio de maturação sexual foi moderado. O percentual de gordura apresentou correlação muito fraca e negativa para meninos e moderada para meninas. Todas as correlações foram mais fortes no sexo feminino. Nas meninas, a massa gorda aumenta progressivamente enquanto que a massa muscular diminui. A medida que os estágios da maturação sexual evoluem, o percentual de massa gorda que contribui frente ao aumento do IMC, avança também progressivamente.

8 Considerando os três componentes (massa muscular, massa residual e massa óssea) como massa magra, conclui-se que as meninas apresentam um ganho de massa gorda e uma diminuição de massa magra. Percebeu-se que correlação entre a imagem corporal percebida e o IMC foi moderada para ambos os sexos. Palavras-chave: Crianças. Adolescentes. Composição Corporal. Imagem Corporal. Maturação Sexual.

9 ABSTRACT KNORR, Maria Letícia Elias Pinto da Luz. Body Composition, body image and sexual maturation of children and adolescents f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano Área: Atividade Física e Saúde) Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Florianópolis, The purpose of the study was to identify the correlation between the variables of the corporal composition and image of corporal composition of children and adolescents during the sexual maturation process. It can be characterized as applied research, quantitative, descriptive and correlational. The sample was composed of 334 subjects (178 male and 156 female) from 8 to 17 years of age, enrolled in Programa Mais Educação, from São José SC, that were selected considering as criteria the enrollment in the program. It was collected corporal mass, height, skin fold and bone diameters data. Corporal fat was calculated using the equations proposed by Slaughter et al. (1988) and the fractioning of corporal mass in four components using equations proposed by Matiegka (1921). To obtain data related to body image, was applied the instrument proposed by Tiggeman and Barret (1998). The difference between body image perceived and desired was calculated using the method proposed by Stunkard (1983) related with body image insatisfaction. To evaluate the stages of sexual maturation, the proposed method was Tanner s (1962). To describe the sample was used descriptive statistics. To obtain the relationship between the variables was determined the correlation coefficient of Spearman (p). To evaluate the influence of the four components of corporal composition (free fat mass, fat mass, bone mass, residual mass) in the Corporal Mass Index was chosen the determination coefficient (r2). For all the statistical tests was adopted a security level of 95% (p<0,05). It was checked that for males the CMI increases proportionally as the maturation stage goes from G1 to G3, given increase of fat mass and muscular mass in relative terms. Even though it is statistically significant, the correlation between CMI and the sexual maturation stage and between fat mass and sexual maturation stage for male were weak and for female were moderate. The variation between the sexual maturation stages can explain these results and indicate that the evaluation of the CMI regarding the sexual maturation might present limitations. Furthermore, the muscular mass and the sexual maturation stage was moderate. The percentage of fat presented weak and negative correlations for males and moderate for females. All the correlation were stronger for females. For this gender, the fat mass increases progressively while the muscular mass descreases. As the sexual maturation stages evolve, the percentage of fat mass that contributes for the increase of CMI also advances progressively. Considering the three components (muscular mass, residual mass, and bone mass) as free fat mass, it is concluded that the female sample

10 9 present a gain of fat mass and a loss of free fat mass. The correlation between perceived corporal image and CMI was perceived as moderate for both genders. Key-words: Children. Adolescents. Body Composition. Body Image. Sexual Maturation.

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12 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 Aspectos e considerações relativas à cineantropometria Quadro 2 Valores de referência de IMC para adultos de ambos os sexos Quadro 4 Equações para indivíduos de Cor Branca Quadro 5 Equações para indivíduos de Cor Negra Quadro 6 Equações de fracionamento da Composição Corporal Quadro 7 Indicações das associações/relações a partir do valor numérico Figura 1 Distribuição das espessuras e soma das dobras cutâneas em função da idade para o sexo masculino Figura 2 Distribuição das espessuras e soma das dobras cutâneas em função da idade para o sexo feminino Quadro 8 Classificação de Percentual de Gordura (%G) Figura 3 Diferença entre imagem corporal percebida e imagem corporal desejada para os sexos feminino e masculino Figura 4 Distribuição do IMC de acordo com os estágios de maturação das mamas para o sexo feminino Figura 5 Distribuição do IMC de acordo com os estágios de maturação da genitália para o sexo masculino Figura 6 Contribuição dos quatro componentes no IMC médio Figura 7 Contribuição percentual dos quatro componentes no IMC médio Figura 8 Contribuição dos quatro componentes no IMC médio em relação aos estágios de maturação da genitália para o sexo masculino Figura 9 Contribuição percentual dos quatro componentes no IMC médio em relação aos estágios de maturação da genitália para o sexo masculino Figura 10 Contribuição dos quatro componentes no IMC médio em relação aos estágios de maturação das mamas para o sexo feminino Figura 11 Contribuição percentual dos quatro componentes no IMC médio em relação aos estágios de maturação das mamas para o sexo feminino

13 12 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição dos sujeitos por idade Tabela 2: Massa corporal, estatura e IMC Tabela 3: Dobras cutâneas (em mm) Tabela 4: Percentual de gordura e fracionamento da composição corporal Tabela 5: Imagem corporal percebida e desejada Tabela 6: Estágios da Maturação Sexual Tabela 7: Valores de ρ para as correlações entre o Índice de Massa Corporal e os Estágios da Maturação Sexual Tabela 8: Distribuição do IMC de acordo com os estágios de maturação das mamas para o sexo feminino Tabela 9: Distribuição do IMC de acordo com os estágios de maturação da genitália para o sexo masculino Tabela 10: Valores de ρ para as correlações entre o percentual de gordura, massa gorda e massa muscular e os Estágios da Maturação Sexual Tabela 11: Valores de ρ para as correlações entre a imagem corporal percebida e o Índice de Massa Corporal Tabela 12: Coeficiente de determinação entre o Índice de Massa Corporal e os componentes da Composição Corporal

14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA OBJETIVOS Objetivo geral Objetivos específicos REVISÃO BIBLIOGRÁFICA APTIDÃO FÍSICA Composição Corporal IMAGEM CORPORAL MATURAÇÃO SEXUAL Maturação Características Sexuais Secundárias Avaliação da Maturação METODOLOGIA CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO PARTICIPANTES TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE MEDIDA Dados Antropométricos Medidas derivadas Estágios da Maturação Sexual Escala de Percepção Corporal DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS Variáveis Dependentes Variáveis Independentes COLETA DE DADOS ESTUDO PILOTO PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS RESULTADOS E DISCUSSÃO DESCRIÇÃO DOS DADOS RELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS... 87

15 4.3 INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL NO IMC CONCLUSÕES E SUGESTÕES REFERÊNCIAS APÊNDICES ANEXOS

16 1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA O entendimento da composição corporal é importante para diversas áreas das ciências biológicas, como a Educação Física, Nutrição, Fisioterapia e Medicina. De acordo com Tritschler (2003), a composição corporal pode ser compreendida como a quantidade e proporção dos diversos constituintes do corpo humano relacionados com a saúde, doença e qualidade de vida do indivíduo. O conhecimento e aplicação da composição corporal podem auxiliar no diagnóstico de riscos à saúde, em processos fisiopatológicos, prescrição de treinamento e suas alterações podem estar associadas a indicadores de desenvolvimento e a doenças. Através do fracionamento da composição corporal, consegue-se chegar em valores relacionados com as variáveis de massa corporal gorda, massa óssea, massa residual e massa muscular. Em função de que o corpo é constituído por vários tecidos e órgãos que crescem, se desenvolvem, maturam e envelhecem, é importante ressaltar que estas variáveis citadas sofrem constantes alterações. Isto ocorre, pois estes compartimentos são afetados pela idade, hereditariedade, sexo, etnia e tendência secular. Portanto, para poder aplicar a composição corporal em qualquer fase do ciclo vital para prescrever exercício físico, formular diretrizes dietéticas ou registrar qualquer tipo de diagnóstico é relevante levar em consideração estas alterações (VAN LOAN, 1996). A investigação da composição corporal em crianças e adolescentes, tendo como referência a maturação sexual, aumenta as possibilidades de uma melhor avaliação, pois leva em consideração mais uma variável que influencia nesta fase. De acordo com Tanner (1962), durante a infância e principalmente na adolescência, a idade cronológica acaba perdendo parte de sua importância como indicador e condicionante de crescimento e desenvolvimento. Em função de que na adolescência ocorrem amplas variações entre indivíduos e populações em relação ao início, duração, sequência e magnitude dos eventos da puberdade principalmente entre os 10 e 14 anos, acredita-se ser importante que a criança e o adolescente sejam avaliados levando-se em consideração a maturação biológica. Estas alterações podem estar relacionadas com o sexo e com os estágios da maturação sexual.

17 16 Segundo Anjos (1992), o índice de massa corporal apresenta uma correlação entre massa corpórea e estatura. Assim, vem sendo constantemente utilizado para avaliar o estado nutricional de indivíduos na maioria das vezes adultos. Nesta faixa de idade, a correlação entre massa e gordura corporal é alta e com a estatura a correlação é baixa. No entanto, durante o processo de desenvolvimento que envolve a infância e a adolescência, encontram-se algumas limitações para sua utilização, em virtude de aspectos e características próprias desta faixa etária. Sendo desta forma, o IMC não reflete as mudanças na composição corporal e não se correlaciona adequadamente a estatura. Assim, durante a adolescência esta incongruência do IMC pode ser entendido como um marcador de amadurecimento orgânico. De acordo com Sigulem et al. (2000), a validade da utilização do IMC para diagnósticos nutricionais de sobrepeso e obesidade baseia-se justamente na boa correlação que apresenta com a gordura corporal. Porém, o índice de massa corporal não faz distinção entre as variáveis da composição corporal, ou seja, não diferencia massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual. Este fato dificulta a diferenciação entre o sobrepeso causado pelo excesso de gordura, do sobrepeso por hipertrofia muscular. Na infância e adolescência, este fator limitante torna-se ainda mais marcante devido ao constante processo de crescimento e desenvolvimento. Assim, o jovem pode apresentar um grande aumento do IMC. Entre os 8 e 10 anos, a maioria das crianças passa por uma fase de repleção pré-puberal, ocorrendo acréscimo de tecido adiposo em ambos os sexos, que replica no aumento das dobras cutâneas e logo do percentual de gordura corporal (GRAUER et al., 1984). O interesse em mensurar a quantidade dos diferentes componentes corporais teve início por volta do século XIX e aumentou no século XX em virtude da associação entre o excesso de gordura corporal e o aumento de doenças crônicas, como diabetes mellitus, doenças coronarianas e até mesmo alguns tipos de câncer. Em crianças e adolescentes, esta avaliação se faz importante, visto que a prevalência da obesidade infantil vem crescente em todo o mundo. Sendo assim, este fato pode ser considerado um preditor para a obesidade na vida adulta e um fator de risco frente ao desenvolvimento de doenças crônicas. Considerando estas afirmações, a avaliação da composição corporal na infância é uma importante variável de promoção à saúde (SANTÁNNA et al., 2009; TRITSCHLER, 2003).

18 17 Segundo Barbosa et al. (2006), as modificações que ocorrem durante a adolescência na fase da puberdade, exercem maior influência frente ao risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, quando comparadas àquelas ocorridas na infância. Estes aspectos relacionados ao desenvolvimento tornam-se ainda mais relevantes na sociedade atual. Muitos problemas comportamentais envolvendo hábitos alimentares que influenciam também na composição corporal têm sido mais constantes. Estes fatos têm repercussão frente a auto imagem e imagem corporal, especialmente entre crianças e adolescentes. Considerando dois extremos, da obesidade a anorexia, jovens desenvolvem inúmeros distúrbios de hábitos e condutas alimentares que podem comprometer a saúde e qualidade de vida. Nesta linha de raciocínio, os resultados obtidos através da avaliação podem ser extremamente valiosos quando bem trabalhados. Após a obtenção e interpretação dos dados, estes resultados podem ser aproveitados como uma grande ferramenta de conscientização e educação para um estilo de vida saudável. A partir disto, pode-se conduzir atividades que envolvam a importância da adesão e manutenção de hábitos saudáveis de alimentação e dos benefícios da atividade física. Quando envolve-se crianças e adolescentes, esta conscientização pode gerar um aprendizado para a vida toda do indivíduo e este fato é reflete-se de maneira positiva em prol da saúde pública. Brook e Tepper (1997) colocam que independente do sexo, as crianças e adolescentes preocupam-se em proporções extremas com peso, tamanho corporal e aparência. Quando esta preocupação é descontrolada, pode desencadear hábitos alimentares inadequados e logo, um problema para saúde pública. Segundo Osório (1992), a infância e a adolescência são compreendidas como uma etapa evolutiva do ser humano. Conforme citado anteriormente, neste período culmina o processo de maturação biosicossocial do indivíduo, motivo pelo qual não se pode compreender estes períodos, sem que sejam estudados separadamente os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Estes aspectos constituem um conjunto de características que conferem o fenômeno da adolescência. A partir das mudanças ocorridas na composição corporal durante o processo de maturação sexual, as crianças e adolescentes devem incorporar suas novas imagens corporais, capacidade reprodutiva e energia sexual para sua identidade. Além disto, devem aprender a enfrentar a sua própria reação e a dos demais à

19 18 maturação e imagem corporal. De acordo com WHO (1995), existem diferenças biológicas básicas entre os sexos no período da puberdade e no processo de construção social do gênero em relação ao seu significado na sociedade. Segundo os dados de 2008 e 2009 do estudo Pesquisa de Orçamentos Familiares, o perfil antropométrico das crianças catarinenses difere da mediana observada para a mesma faixa etária. Por exemplo, a massa corporal média das crianças catarinenses que possuem 10 anos esta 2,2 kg acima da mediana nacional (36,4% para 34,2%). Ainda, a diferença entre as estaturas encontra-se na casa dos 2cm (141,8% contra 139,9%), o que possivelmente indica diminuição do déficit de crescimento no Estado de Santa Catarina. Assis et al. (2006) colocam que Florianópolis-SC é uma das capitais do Brasil que apresenta níveis altos de sobrepeso e obesidade durante a infância quando comparados a outras cidades, estados e países. Farias Junior e Lopes (2003), tem avaliado a prevalência de sobrepeso e obesidade nas idades entre 7 e 10 anos e 15 e 18 anos. Os percentuais encontrados são de 22,1% de sobrepeso e 11,4% de obesidade. Adami e Vasconcelos (2008), ao analisarem a prevalência de obesidade em 629 escolares entre 10 e 14 anos de Florianópolis-SC, identificaram uma média de prevalência de sobrepeso e obesidade em meninos de 27,8% e 5,8% respectivamente. Já para as meninas, foi encontrada uma prevalência de 16,5% de sobrepeso e de 5,1% de obesidade. A imagem corporal é a figura mental que cada indivíduo tem das suas próprias medidas, dos contornos e da forma do corpo (KAKESHITA; ALMEIDA, 2006). É uma ilustração que se tem na mente acerca do tamanho, da imagem e da forma do corpo e refere-se também aos sentimentos relacionados a estas características, bem como das partes que as constituem (ALMEIDA et al., 2005). Siegel et al. (1999), ao investigarem o período da adolescência ou tempo relativo de desenvolvimento, afirmam que este tempo influencia no sentimento sobre a puberdade, satisfação e imagem corporal e dentre outros componentes psicológicos em ambos os sexos. Em virtude de grandes variações individuais relacionadas aos eventos da puberdade, o uso de referências e curvas de índice de massa corporal que se embasam na idade cronológica pode levar a um diagnóstico errôneo. Isto significa que um mesmo valor de IMC, de Massa Gorda e de Massa Muscular relacionado à

20 19 idade, poderá ter diferentes significados em termos de composição corporal e risco nutricional, pois depende de sexo e estágio maturacional (ANJOS et al., 1998). Desta maneira, a avaliação e interpretação da composição corporal relacionadas com o processo de maturação sexual em crianças e adolescentes vão contribuir para diagnósticos clínicos e nutricionais, feedbacks de indicador de desenvolvimento e até mesmo prescrições de exercício mais precisas. Por consequência de todas as alterações impostas pela infância e adolescência, ocorrem mudanças nas formas e proporções corporais que alteram a imagem corporal. Além disto, os resultados das avaliações podem ser utilizados como educativo e de conscientização sobre a importância de hábitos saudáveis e de um estilo de vida ativo. Neste sentido, formula-se a seguinte questão problema: Existe congruência entre as variáveis da composição corporal e imagem corporal durante a maturação sexual de crianças e adolescentes inscritas no Programa Mais Educação da Rede Municipal de São José-SC? 1.1 OBJETIVOS Objetivo geral Verificar a existência de congruência entre as variáveis da composição corporal e imagem corporal de crianças e adolescentes durante a maturação sexual Objetivos específicos 1. Verificar características antropométricas de massa corporal, estatura, dobras cutâneas e diâmetros ósseos, 2. Verificar a imagem corporal percebida e desejada; 3. Identificar o percentual de insatisfação com a imagem corporal percebida; 4. Verificar os estágios da maturação sexual;

21 20 5. Correlacionar o Índice de Massa Corporal com os estágios da maturação sexual; 6. Correlacionar o percentual de gordura, a massa gorda, a massa muscular, a massa residual e a massa óssea com a maturação sexual; 7. Correlacionar a imagem corporal percebida com o Índice de Massa Corporal; 8. Verificar a contribuição dos quatro componentes da composição corporal (massa muscular, massa gorda, massa residual e massa óssea) no IMC de acordo com os estágios de maturação sexual.

22 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A seguir, serão apresentados conceitos e pesquisas sobre as principais variáveis do trabalho. Em virtude de que a composição corporal é componente da aptidão física, inicialmente serão colocadas abordagens sobre a aptidão física e posteriormente serão citados conceitos e pesquisas sobre a composição corporal, imagem corporal e maturação sexual considerando a faixa etária do presente estudo. Além disto, constam também abordagens que relacionam estas variáveis. 2.1 APTIDÃO FÍSICA Cada vez mais é maior a preocupação com a qualidade de vida e sua relação com a morbidade da população. Segundo Shepard (1996) se faz uma relação entre qualidade de vida e estado de saúde. Inúmeros estudos vêm demonstrando o aumento do sedentarismo, obesidade e desenvolvimento de doenças não contagiosas, como hipertensão, doenças coronarianas, diabetes melitus, tanto em adultos como em crianças. Pieron (2004) coloca que comprovadamente, vários fatores de risco para doenças crônicas e cardiovasculares estão presentes ou iniciam-se na infância. Esses fatores estão relacionados à dieta, exercício físico e outros componentes que constituem o hábito de vida, sendo importante salientar que é durante a infância, que são constituídas atitudes mais ou menos positivas à prática de exercício físico na vida adulta. De acordo com Caspersen et al. (1985), a atividade física pode ser entendida como todas as formas de movimentação corporal que eleve o gasto energético acima dos níveis do repouso. O mesmo autor define exercício físico como uma das formas de atividade física planejada, sistemática e repetitiva, que tem por objetivo a manutenção, desenvolvimento ou recuperação de um ou mais componentes da aptidão física. A atividade física do ser humano tem características determinantes de ordem biológica e sócio-cultural que são igualmente significativas nas escolhas e nos benefícios frente a este comportamento, sendo que a prática de exercício físico está associada a inúmeros benefícios para a saúde e qualidade de vida (NAHAS, 2001; PATE ET AL, 1995). Quando se trata de saúde é importante compreender que a

23 22 contribuição da prática de atividade física está associada à redução de riscos ao desenvolver de doenças crônicas que o individuo possa ter ao longo da vida. Isto é comprovado por estudos epidemiológicos que demonstram uma relação inversa entre atividade física habitual e o risco de acidente vascular cerebral e doenças coronarianas, tal como pelo fato de que indivíduos fisicamente ativos tendem a apresentar menor incidência das citadas doenças como também de hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade e determinadas formas de câncer (PIERON, 2004). Apesar de conhecidos os benefícios da prática regular de atividade física desde a infância para a saúde, vários fatores estão associados a esta prática regular de exercício e impactam no nível de aptidão física. Pieron (2004) coloca que no decorrer da última década, houve um aumento da atribuição da importância do desenvolvimento da condição física aeróbia na promoção da atividade física habitual ao longo da vida. A aptidão física pode ser definida como habilidade para realizar atividades necessárias e desejadas, podendo ser estas sociais, profissionais, recreativas e competitivas. Matsudo (2000) define a aptidão física como a capacidade de um indivíduo desempenhar suas funções quotidianas sem prejuízo ao equilíbrio biopsicossocial. É composta de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Os estudos se dirigem com maior freqüência aos fatores biológicos, que podem ser subdivididos em antropométricos, metabólicos, neuromotores, nutricionais e maturacionais. Assim, a aptidão física pode ser classificada como aptidão física relacionada à saúde e aptidão física relacionada ao rendimento. Dentre os componentes da aptidão física relacionada à saúde pode-se citar a força muscular, a flexibilidade, a resistência aeróbia e a composição corporal. Já dentre os componentes da aptidão física relacionada ao rendimento pode-se incluir a agilidade, o equilíbrio, a velocidade e a resistência anaeróbia. Já a aptidão física relacionada à performance motora consiste em obter estes mesmos componentes, porém em níveis de esforço máximo, a fim de atingir objetivos esportivos para um alto rendimento (NAHAS, 2001). A aptidão física relacionada à saúde é a característica orgânico-funcional associada ao nível de produção de energia para o trabalho e o lazer e a um menor risco de doenças ou condições crônico-degenerativas, que depende de características herdadas e da atividade física habitual (MATSUDO, 2000). É definida

24 23 como a capacidade que o indivíduo apresenta de executar tarefas diárias ou atividades físicas básicas com vigor sem excesso de fadiga, com energia para aproveitar os momentos de lazer e para atender emergências inesperadas. (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2008; BERGMANN, 2005; BOHME, 2003; LUGUETTI et al., 2010; PATE, 1983; PATE, 1988 ; PEZZETTA et al., 2003; SILVA et al., 2005). A avaliação da aptidão física relacionada à saúde deve ser focada a níveis que visem a manutenção da saúde, ao contrário da relacionada à performance, que visa elevados níveis de aptidão e rendimento, onde é avaliado um conjunto diversificado de componentes e capacidades que englobam força, destreza, velocidade, resistência, dentre outros (LOPES et al., 2004). Para a avaliação da aptidão física de jovens é necessário conhecer suas qualidades físicas e classificar os escores obtidos diante de critérios estabelecidos e aceitos como referência. Vale considerar o curto espaço de tempo que marca esse período da vida. Sendo assim, as variações da aptidão física associadas à maturação biológica são importantes, ressaltando que a idade cronológica por si só não é de valia para tal avaliação. A velocidade com a qual os caracteres sexuais alcançam a maturação biológica faz a diferença entre adolescentes que apresentam a mesma idade cronológica (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2008; GUEDES et al., 2002; SEABRA, 2001). Bergmann et al. (2009), colocam que o aprimoramento da aptidão física relacionada à saúde capacita crianças e adolescentes a adotarem uma vida ativa, mesmo depois dos anos escolares, possibilitando a manutenção de um status de aptidão física desde o início até o fim da vida. Nesta mesma linha, vale salientar que verificar os aspectos da aptidão física relacionados à saúde de jovens poderá contribuir de forma decisiva na tentativa de promoção da saúde coletiva (LUGUETTI et al., 2010). Mc Gee (2006) e Nahas (2001) mostram que índices satisfatórios de aptidão física estão relacionados com proteção ao aparecimento e desenvolvimento de doenças crônicas. Índices igualmente satisfatórios de componentes de aptidão física referentes à capacidade cardiorrespiratória, força e resistência muscular e flexibilidade associados a níveis adequados de gordura corporal, estão relacionados a menor risco de desenvolvimento de doenças crônicas e portanto, a aquisição de hábitos positivos para a prática de atividade física na infância pode repercutir de forma positiva no estado de aptidão física e saúde durante a vida adulta.

25 24 Para Lopes et al. (2004), níveis moderados a elevados de aptidão física são de grande valia na qualidade de vida de crianças e adolescentes, já que esta irá refletir na resposta destes indivíduos aos estímulos lúdicos de aprendizagem Assim, aponta-se que a aptidão física irá determinar a resposta da criança em seu aprendizado e desenvolvimento motor e cognitivo Composição Corporal Assim como no estudo da distribuição ponderal, a idéia de estratificar a composição corporal em componentes também não data dos dias de hoje. A composição corporal refere-se à quantidade e proporção dos diversos constituintes do corpo humano, os quais estão relacionados com a saúde, doença e qualidade de vida do indivíduo. Como consequência disto, o interesse pelo estudo da composição corporal tem aumentado nos últimos anos a partir do surgimento de novas tecnologias (DEXA, Bioimpedância, entre outros) para a medição de seus vários componentes (TRITSCHLER, 2003). De acordo com Costa (2001), as quantidades dos diferentes componentes corporais sofrem alterações durante toda a vida dos indivíduos, o que torna a composição corporal uma característica extremamente dinâmica, que sofre influência dos aspectos fisiológicos, como crescimento e desenvolvimento, e aspectos ambientais, como o estado nutricional e o nível de atividade física. Segundo Gallahue e Ozmun (1998), pode-se classificar cronologicamente crianças e adolescentes dos sexos masculino e feminino da seguinte maneira: primeira infância, que corresponde ao período do nascimento aos dois anos de idade; a segunda infância que refere-se aos sujeitos entre 2 e 10 anos; e adolescência, compreendendo dos 10 aos 20 anos, sendo considerados prépúberes os meninos entre 11 e 13 anos e meninas entre 10 e 12 anos; e póspúberes os meninos entre 14 e 20 anos e as meninas entre 12 e 18 anos. A WHO (2007) propõe que podem ser consideradas crianças os sujeitos entre 1 e 12 anos e adolescentes os sujeitos entre 12 e 18 anos. Segundo Castilho (2003), para monitorar a saúde da criança e do adolescente e facilitar diagnósticos nutricionais mais precisos, torna-se fundamental acompanhar

26 25 e avaliar as mudanças que ocorrem na composição corporal neste período. Mudanças estas influenciadas pelo sexo e estágio maturacional. Assim, torna-se possível identificar em que proporção as variáveis que envolvem a composição corporal (massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual) participam no aumento do índice de massa corporal. Medidas de avaliação da composição corporal se fazem importantes para o monitoramento do crescimento, para a avaliação periódica do desenvolvimento físico de crianças e adolescentes, sendo estes atletas ou não, tal como para a quantificação de gordura corporal relativa em crianças. A composição corporal adequada é demasiadamente importante para a saúde e o bem estar de crianças e adolescentes (GOING, 2007; LOHMAN, 1992; TRITSCHLER, 2003;). A composição corporal pode ser definida como o peso corporal total, com as contribuições dos tecidos gordos e magros, ou seja, é a soma da massa gorda ou gordura corpórea e a massa livre de gordura, que é constituída pelo tecido ósseo, fluidos, vísceras e massa magra ou muscular. Sendo assim, a avaliação da composição corporal objetiva quantificar os principais componentes estruturais do corpo humano (PEZZETTA et al., 2003). Para a avaliação da composição corporal pode-se utilizar a medida das dobras cutâneas que serve para quantificar a gordura corporal, analisar a distribuição de massa corporal magra de crianças e jovens. A composição de dobras cutâneas está baseada na suposição de que aproximadamente metade da gordura corporal de um adulto está em tecidos subcutâneos (LOHMAN, 1992; PEZZETTA, 2003; TRITSCHLER, 2003). Para avaliar a composição corporal de crianças e adolescentes foram desenvolvidas equações de densidade corporal para estimativa de gordura corporal, já que as existentes para adultos não são válidas em virtude de que crianças possuem mais água e menos conteúdo mineral ósseo. Estes novos procedimentos foram propostos por Lohman (1989), que após extensas pesquisas envolvendo crianças, propôs a utilização das dobras cutâneas triciptal e subescapular ou triciptal e panturrilha (TRITSCHLER, 2003). A antropometria pode ser definida com a técnica para expressar quantitativamente a forma e as proporções do corpo, sendo o método mais utilizado para a avaliação da composição corporal devido a sua aplicabilidade simples e de baixo custo. Por meio da antropometria é possível acompanhar o crescimento

27 26 morfológico, tal como as alterações de medidas corporais. As técnicas mais utilizadas na avaliação antropométrica são a massa corporal, a estatura, as dobras cutâneas e circunferências (BECK et al., 2010; COSTA, 2001; KAMIMURA et al., 2005). Vale portanto, a descrição dos componentes da avaliação antropométrica. Massa corporal é o peso, a soma de todos os componentes corpóreos. Expressa a dimensão da massa, do volume corporal. Estatura, também conhecida como altura, é um indicador de desenvolvimento corporal, comprimento ósseo ou segmentar, é o valor em cm do topo da cabeça à planta do pé. Dobras cutâneas ou pregas cutâneas medem indiretamente a espessura do tecido adiposo subcutâneo e são anotados em milímetros (BECK et al., 2010; KAMIMURA et al., 2005). Pela avaliação da composição corporal pode-se, além de avaliar os componentes do corpo humano de forma quantitativa, utilizar os dados obtidos para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento de crianças e idosos. Medidas a partir da composição corporal podem ser usadas para monitorar mudanças durante o crescimento e desenvolvimento e para classificar o nível de gordura corporal em crianças. Pesquisas mostram que crianças com maior porcentagem de gordura, têm uma tendência mais forte à obesidade quando adultas (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000). Modelos teóricos são utilizados para obter medidas referenciais de composição corporal (CC). O modelo clássico de dois componentes divide a massa corporal em compartimentos de gordura (MG) e massa livre de gordura (MLG). A gordura consiste de todos os lipídeos que podem ser extraídos. A MLG inclui água, proteínas e componentes minerais (HEYWARD, 1996). Quanto à estratificação da CC para crianças, o modelo de dois componentes é limitado por causa das mudanças nas proporções e densidades dos componentes de MLG devido ao crescimento e maturação. Para avaliar a composição corporal de crianças pode ser utilizado os métodos de dobras cutâneas (DOC) ou impedância bioelétrica (BIA) (HEYWARD, 2000). Para classificar os níveis de gordura corporal, a gordura corporal relativa (%GC) pode ser obtida dividindo-se a MG pelo total do peso corporal {(PC):%GC=(MG/PC) x 100} (HEYWARD, 2000). O mesmo autor coloca que o padrão de obesidade que coloca o indivíduo em risco de doenças é acima de 25%

28 27 para homens e 32% para as mulheres. Os níveis mínimos saudáveis de %GC são estimados em 5% para homens e 12% para mulheres. Um elevado valor de gordura corporal está intimamente relacionado aos distúrbios metabólicos e à baixa aptidão física. Contudo, não se pode afirmar com precisão um valor específico de percentual de gordura para determinado indivíduo. Baseando-se em pesquisas de adultos jovens fisicamente ativos, parece estar próximo do ideal um percentual de gordura corporal de 15% para homens e 25% para mulheres (McARDLE; KATCH, 2001). Segundo Katch e McArdle (1996), a gordura corporal pode ser classificada no organismo humano sob duas formas. A gordura essencial, que consiste na gordura armazenada internamente nos principais órgãos, intestinos, músculos e nos tecidos ricos em lipídeos presentes no sistema nervoso central, sendo indispensável para o funcionamento fisiológico satisfatório do organismo. E a gordura armazenada, a qual consiste na gordura estocada no tecido adiposo. O peso do indivíduo é estabelecido a partir da proporção constante de água, sais minerais e matéria orgânica, incluindo uma quantidade não determinada de lipídeos essenciais (GUEDES; GUEDES, 1998). O excesso de gordura corporal, principalmente na região central do corpo, constitui-se em um fator de risco para a saúde da população na atualidade (HEYWARD; STOLARCZYK, 1996; POLLOCK; WILMORE, 1993). A associação do excesso e da distribuição de peso aumenta o risco individual de desenvolver doença arterial coronariana, hipertensão, diabetes tipo II, doença pulmonar obstrutiva, ósteoartrite e certos tipos de câncer (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000). Para demonstrar a correlação entre composição corporal e nível de atividade física em crianças e adolescentes, Amaral (2001) analisou o tempo de atividade física e o tempo de televisão de 56 crianças (29 meninas e 27 meninos) na faixa de 10 a 11,9 anos. Foi considerado como tempo de atividade física, o tempo destinado às aulas de educação física, às atividades esportivas, ao lazer fisicamente ativo e às atividades físicas de locomoção, sendo as atividades domésticas excluídas. O tempo dedicado à TV abrangeu somente aquele destinado a assistir à televisão. As atividades e vídeo game não foram incluídos, pois poderiam resultar num aumento do consumo energético. O tempo médio de televisão por semana foi de 1.014,4 minutos para os meninos e 1185,5 minutos para as meninas, sendo a média do percentual de gordura de 25,30 e 25,13, respectivamente. Os valores

29 28 médios semanais, para meninos e meninas, do tempo destinado à atividade física foram, respectivamente, de 588,5 e 371,7 minutos, demonstrando uma maior tendência das meninas à inatividade. Neste estudo, observou-se uma tendência ao sedentarismo que influencia nas taxas do percentual de gordura, pois a energia ingerida (consumo alimentar) e não gasta, implica no acúmulo de energia sob a forma de gordura, traduzindo a obesidade e acarretando diversos problemas futuramente. Através dos resultados obtidos neste estudo, parece que devido aos índices de percentual de gordura e nível de atividade física, os meninos são mais ativos, uma vez que o maior percentual de sujeitos do sexo masculino (93% EPU e 60% EPR) optou por conversar/brincar com os amigos ao invés de assistir TV e jogar vídeo game. Com relação às meninas, grande parte, tanto da EPU quanto da EPR além de conversar/brincar com amigos também assistem TV muitas vezes por semana. No Brasil, as crianças mais atingidas pela obesidade ainda pertencem às classes sociais mais privilegiadas, apesar da tendência recente de uma mudança nesse perfil. O Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) aponta que a obesidade infantil no Brasil atinge 16% das crianças. Apesar de não haver dúvidas quanto ao real aumento da obesidade nas crianças, persistem questões quanto ao melhor critério diagnóstico nessa faixa etária. O peso por estatura em crianças e o índice de massa corporal em adolescentes seriam os melhores indicadores. São citadas dificuldades na avaliação da composição corporal em crianças e também o desconhecimento quanto aos limites do percentual de gordura, associado a riscos em relação à saúde nessa faixa etária. Giugliano (2004) admite ser insatisfatório o número de técnicas disponíveis para o estudo da composição corporal de crianças e adolescentes quando comparado aos adultos. Parte do problema pode ser atribuída às profundas alterações na composição corporal que ocorrem no processo fisiológico do crescimento, principalmente quanto às porcentagens de gordura, músculos e ossos. A prática de atividade física e alimentação saudável são de grande relevância ao se tratar de índice de massa corporal (IMC) e percentual de gordura (%G). Acredita-se que quanto maior o nível de atividade física e hábitos de alimentação saudável com ingestão calórica baixa, mais próximo do nível ideal serão o IMC e o

30 29 percentual de gordura de dobras cutâneas do indivíduo. Assim, o mesmo aplica-se para as crianças e adolescentes (MIQUELETO, 2006). A determinação do percentual de gordura corporal, antes e após um programa de condicionamento e de controle ponderal, proporciona um meio conveniente para avaliar as alterações da composição corporal que, com freqüência, independem de mudanças no peso corporal (McARDLE; KATCH; KATCH, 1996). É importante ressaltar que para a escolha dos métodos utilizados em avaliar a CC, alguns fatores devem ser considerados, como precisão, instrumentos necessários, praticidade e custo. Há prós e contras distintos associados com os vários métodos e em geral existe uma combinação de exatidão e praticidade. Dentre tais procedimentos, há o método direto, métodos indiretos e os métodos duplamente indiretos que serão abordados posteriormente (McARDLE; KATCH, 2001) Modelos de Fracionamento da Composição Corporal No estudo da composição corporal, modelos teóricos e equações de predição para os diversos métodos comumente são utilizados para estimar o percentual de gordura. De acordo com Heyward (2000), o peso corporal pode ser subdividido em dois ou mais componentes. Usualmente, a CC é fracionada em dois a quatro componentes, usando modelos químicos, anatômicos ou fluido-metabólicos, formando equações com fatores de correções. Dentre os modelos mais utilizados, dois possuem maior relevância: o modelo de dois componentes (2C) e quatro componentes (4C). O modelo clássico de 2C faz distinção mais generalizada acerca dos componentes corporais, subdividindo o peso, segundo Siri (1961), apenas em massa livre de gordura (MLG) e compartimentos de gordura (MG). A MG constitui todos os lipídeos que podem ser extraídos, e a MLG inclui água, proteína e componentes minerais. Apesar deste modelo não fornecer informações detalhadas sobre a densidade mineral óssea e dos órgãos teciduais, é o que tem servido de fundamento para as formulas de pesagem hidrostática (COSTA, 1999).

31 30 Entretanto, segundo Heyward (2000), o conceito de densidade corporal (DC) e a correlação entre os componentes no valor da DC sugere que estimar o percentual de gordura talvez seja mais oportuno estratificando a composição corporal em quatro componentes - massa gorda (MG), água corporal total (W), massa residual (MR) e massa óssea (MO). Especialmente em crianças, segundo McArdle (2006), a composição da massa livre de gordura varia muito (água, minerais e proteínas) por conta das diferenças de crescimento e maturação. Fohmon et al., (1982) verificou que o conteúdo mineral ósseo aumenta de 3,7% nos primeiros anos de vida para 6,8% na fase adulta. Lohman (1989) encontrou diminuição de 79% para 74% na água corporal total entre o início da vida e aos vinte anos. Dessa forma, de acordo com Nielsen (1993), as equações de 2C (BROZEK et. al., 1963; SIRI, 1961) subestimam a massa livre de gordura entre 1,5 a 2,0kg e superestimam o percentual de gordura em 3% a 4% em crianças e adolescentes. Isto torna evidente a importância de selecionar corretamente o tipo de equação e o método ao tentar estimar o percentual de gordura. Nesse sentido, equações específicas para idade e raça foram desenvolvidas por Slaughter et al. (1988), para meninos e meninas de 8 a 17, negros e brancos, baseadas no modelo de fracionamento em quatro componentes e utilizando o somatório das dobras cutâneas triciptal (TR) e subescapular (SE) ou triciptal e panturrilha medial (PM) e fatores de correção (interceptos) para maturação e etnia. Entretanto, de acordo com Janz et al. (1993), o erro de predição para TR + PM foi inaceitável (4,6%) em meninos e leve em meninas, sugerindo que utilizar as dobras TR e SE gerem resultados mais fidedignos. Ainda comparando os resultados obtidos, foi encontrada boa concordância na predição utilizando TR + SE e pesagem hidrostática. Por fim, conforme coloca Heyward (2000), novas equações de predição para crianças e adolescentes devem ser baseadas em modelos de multicomponentes, de forma que leve-se em consideração a variabilidade entre indivíduos nos componentes hídricos e minerais Métodos de Estudo da Composição Corporal

32 31 Neste item, serão descritos os métodos de estudo da composição corporal diretos, duplamente indiretos e indiretos. No método direto da dissecação de cadáveres duas formas são utilizadas, em uma delas o corpo é dissolvido em uma solução química e posteriormente analisa-se a quantidade de gordura presente. Outra técnica consiste em dissecar fisicamente cada um dos componentes corporais (McARDLE et al., 2001). Os métodos indiretos são aqueles onde não há manipulação dos componentes separadamente, pois realizam suas estimativas a partir de princípios químicos e físicos que visam a extrapolação das quantidades de gordura e massa magra. A pesagem hidrostática é um método de referência, sendo chamado pelos pesquisadores de gold standard da análise da composição corporal. Sua fidedignidade é excelente r = 0,99 (HEYWARD; WAGNER, 1999). É muito utilizada para validar as técnicas duplamente indiretas, pois considera que o corpo é formado por dois componentes distintos, massa de gordura (MG) e massa livre de gordura (MLG) (LUKASKI, 1987). Também conhecida como pesagem subaquática, é baseada no princípio de Arquimedes, no qual o peso da água deslocada é igual à diferença entre peso corporal em terra firme e o peso subaquático (BARROW; McGREE, 2001). Para medir a densidade do corpo humano, este deve ser pesado ao ar livre e depois submerso completamente em água, realizando uma expiração máxima, e o volume residual é posteriormente corrigido por uma equação onde multiplica-se a capacidade vital (BTPS) pela constante 0,24 para homens e 0,28 para mulheres (FOSS; KETEYIAN, 2000). A densitometria de raios X de dupla Energia (DEXA) é considerada uma técnica avançada para medir a densidade do osso e avaliar a composição corporal. É um procedimento que vem sendo utilizado para quantificar massa magra e massa gorda em segmentos isolados e corpo total. O princípio básico da densitometria é a utilização de uma fonte de raio X com um filtro que converte um feixe de raio X em picos fotoelétricos de baixa e alta energia que atravessam o corpo do paciente. A obtenção da composição corporal é feita pela medida da atenuação dos picos foto elétricos no corpo (BONNICK, 1998).

33 32 DEXA é uma avaliação não-invasiva, não- traumática que proporciona uma avaliação longitudinal de um indivíduo com maior segurança, rapidez e baixo custo (GUTIN et al., 1996). Como exemplo dos Métodos Duplamente Indiretos, pode-se citar a Bioimpedância ou Impedância Bioelétrica. De acordo com Costa (2001) a análise da composição corporal por este método tem como base a medida da resistência total do corpo à passagem de uma corrente elétrica de 500 a 800 µa e 50 khz. Os componentes corporais oferecem uma resistência diferenciada à passagem da corrente elétrica. Ossos e gordura contêm uma pequena quantidade de água e possuem baixa condutividade, ou seja, alta resistência à passagem da corrente elétrica. Já a massa muscular e outros tecidos ricos em água e eletrólitos são bons condutores, permitindo mais facilmente a passagem da corrente elétrica. A técnica consiste em colocar eletródios injetores nas superfícies dorsais do pé e do punho e eletródios detectores entre o rádio e a ulna e ao nível do tornozelo. A partir disto, um estímulo elétrico é dado e a impedância (resistência) é determinada, calculando-se através de uma equação a densidade corporal e posteriormente o percentual de gordura. A antropometria é um método duplamente indireto utilizado de longa data para se obter as medidas corporais do homem. Já nas antigas civilizações da Índia, Grécia e Egito, segundo Petroski (2003), utilizavam-se as dimensões corporais como primeiro padrão de medida, para tentar estabelecer o perfil das proporções do corpo humano. Os estudos antropométricos tiveram origem com dois povos, os atenienses e os espartanos. Esses povos tinham preocupação com a estética e com a preparação militar, o que os levou a uma observação detalhada do corpo humano, para que os indivíduos alcançassem uma forma física perfeita. Muitos desses estudos foram retratados pelas esculturas de artistas gregos, que estudavam a simetria e as proporções corporais por razões estéticas e, freqüentemente, encaravam o atleta como o ideal físico, os únicos que chegavam a ser comparados com os deuses para serem temas de esculturas (TRITSCHLER, 2003). Através da antropometria, de acordo com Petroski (2003), é que se pôde complementar e diversificar os estudos do homem. A partir de suas técnicas de medidas, estudos da composição corporal, de somatotipos e de proporcionalidade são possíveis. A partir da definição dos pontos anatômicos que a antropometria evoluiu e definiu padrões para a realização de suas medidas. Atualmente é um

34 33 método amplamente utilizado, pois seus materiais e técnicas são de simples execução e inocuidade, além de ter uma boa aceitação por parte da população. No entanto, existe certa dificuldade no que diz respeito à fidedignidade dos dados, em que a comparação com outros indivíduos depende estritamente do rigor com que o avaliador obteve a medida (DRICOT; DRICOT, 1982). As aferições das medidas antropométricas são muito utilizadas para controlar o crescimento e o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Segundo Costa (2001), a estimativa da composição corporal por meio de medidas antropométricas utiliza medidas simples como massa corporal, estatura, perímetros, diâmetros ósseos e dobras cutâneas. No entanto, essas medidas requerem o uso de padronizações. Dentre essas padronizações, o indivíduo escolherá aquela que é compatível com o objetivo de seu estudo, a fim de minimizar os erros e permitir que sejam feitas comparações locais, nacionais ou internacionais (GLANER, 2004). Os métodos de antropometria são aplicados para grandes amostras devido ao baixo custo operacional (COSTA, 2001). Por volta de 1915, começou a ser usado para medir a espessura do tecido adiposo subcutâneo, por meio das dobras cutâneas (DOC), mais tarde nos anos 60 e 70, essas medidas foram utilizadas para desenvolver inúmeras equações antropométricas para predizer a densidade corporal (Dc) e a gordura corporal (GC) (HEYWARD, 2000). Neste sentido, vale ressaltar o conceito de cineantropometria. O termo cineantropometria foi utilizado primeiramente no ano de 1972 em um artigo científico escrito por Willian Ross e colaboradores publicado na revista belga Kinanthropologie. O primeiro conceito referente à cineantropometria foi proposto no Congresso Internacional de Ciências da Atividade Física na cidade de Montreal, Canadá. onde Ross a definiu como a aplicação de medições para o estudo do tamanho, forma, proporção, maturação e crescimento com o objetivo de ajudar a entender o movimento humano no contexto de crescimento, exercício, performance e nutrição com aplicação direta da medicina, da educação e da administração (BÖHME, 2000; CARNAVAL, 1997). A cineantropometria teve sua evolução a partir da antropometria (anthropo = homem e metry = medida), cujo significado não contemplava o termo cine (kines = movimento), compreendido pela medida do movimento humano (MARTINS; WALTORTT, 1999). O quadro 1, é explicativo no sentido de evidenciar em quais aspectos pode-se identificar, especificar, aplicar e justificar a utilização conceitual

35 34 desta definição. Na presente pesquisa, a cineantropometria será utilizada para compreender as medidas morfológicas da composição corporal junto às alterações vinculadas à maturação sexual de crianças e adolescentes. ASPECTO CONSIDERAÇÕES Identificação Cineantropometria é a mensuração do movimento humano. Especificação Aplicação Relevância É o estudo do tamanho, forma, proporção, maturação e função do homem. Tem aplicação para o entendimento do crescimento, da fisiologia do exercício, do desempenho esportivo e nutrição. Apresenta aplicação em medicina, educação e em saúde pública. Quadro 1 Aspectos e considerações relativas à cineantropometria. Fonte: Pompeu (2004). A estimativa da composição corporal por meio de medidas antropométricas utiliza medidas relativamente simples como massa, estatura, perímetros, diâmetros ósseos e espessura de dobras cutâneas (HEYWARD, 2000). De acordo com McArdle et al., (2001), as dobras mais comuns são: tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, e parte superior da coxa. As pregas menos comuns de serem utilizadas são na panturrilha, porção medial lateral e posterior e no tórax próximo à axila, somente para homens. A dobra cutânea é aferida pinçando-se, com o dedo indicador e o polegar a pele e a gordura subcutânea, separando-a do músculo. A medida é feita com o compasso de dobras através da distância entre as suas extremidades, que por sua vez exerce uma pressão de 10g/mm2 na dobra. A medida deve ser tomada dois segundos após a colocação do compasso (McARDLE et al., 2001). A exatidão e a precisão das medidas de dobras cutâneas são afetadas pelo tipo de compasso utilizado. Os compassos Harpenden e Lange (internacionais) segundo Jackson e Pollock, (1984) são ferramentas de medidas precisas que fornecem medidas de dobras cutâneas razoavelmente fidedignas. No Brasil, os compassos mais utilizados além dos internacionais são o Cescorf e o Sanny (COSTA, 2001).

36 35 Outra questão freqüente discutida sobre os compassos ou plicômetros de dobras cutâneas é se há ou não diferenças entre resultados obtidos nas equações de predição de gordura corporal quando utilizados diferentes compassos (COSTA, 2001). Os pesquisadores relataram que isso possivelmente ocorre porque, mesmo para equações muito próximas dos compassos, -9,3 g..mm-² para o Lange e 9,36 g.mm² para harpendem, este último requer três vezes mais força para a abertura de suas hastes. Entretanto, deve-se ressaltar que a força necessária para a abertura não recebe influência somente da pressão das molas, mas também do tamanho dos braços de alavanca do instrumento (GRUBER et al., 1990). Quanto aos procedimentos de dobras cutâneas, para que seja eficiente, o avaliador tem que seguir alguns procedimentos com o objetivo minimizar os erros de medida, sendo eles: medir no hemicorpo direito do avaliado, utilizando o dedo indicador e o polegar da mão esquerda para diferenciar o tecido celular subcutâneo do tecido muscular. Aproximadamente um centímetro abaixo do ponto de reparo, pinçando pelos dedos que devem ser introduzidos nas pontas do compasso. Para a execução da leitura, deve-se aguardar em torno de dois segundos. É importante observar se as hastes do compasso estão perpendiculares à superfície da pele no local da medida (LOHMAN, 1989). Devido à variabilidade das medidas de dobras cutâneas, devem ser executadas três medidas não consecutivas de cada dobra escolhida, ou seja, são medidas e anotadas todas as dobras cutâneas, em seguida repete-se a operação e ao final, mais uma vez. O objetivo deste procedimento é evitar que as medidas sejam viciadas, fazendo com que seja possível encontrar três valores iguais ou muito próximos, quando as medidas são aferidas consecutivamente no mesmo ponto de reparo (COSTA, 2001) Existem diferentes padronizações para as medidas de dobras cutâneas, sendo que não há uma forma mais correta que as outras para se medir as dobras cutâneas. O importante é utilizar sempre a mesma padronização para que possam ser feitas comparações ao longo do tempo homem (COSTA, 2001). Segundo McArdle et al. (2001), pode-se utilizar os valores obtidos da mensuração de duas formas. A primeira se dá a partir da soma das dobras como um parâmetro para avaliar as alterações na gordura corporal antes e após um programa de treinamento, podendo-se também avaliar a medida de cada dobra

37 36 separadamente. O resultado da avaliação pode ser expresso tanto em valores absolutos como percentuais. A segunda forma seria a partir da utilização de equações com a finalidade de obter o percentual de gordura corporal para diagnosticar a propensão do indivíduo às dislipidemias pelo excesso de gordura corporal. Vale salientar que as equações são bastante fidedignas para populações semelhantes as quais elas foram validadas (MCARDLE et al., 2001; QUEIROGA, 2005). Dentre as medidas antropométricas, pode-se citar Massa Corporal, Estatura, perímetros, diâmetros ósseos, dobras cutâneas. O Índice de Massa Corporal é uma medida derivadas destas que será também definido a seguir. A massa corporal expressa à dimensão da massa ou volume corporal. É mensurada, principalmente, para um posterior cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que irá fornecer o estado nutricional do indivíduo. É muito utilizada também na avaliação do processo de crescimento, associada com a idade, o sexo e a estatura. Para aferir a massa corporal, normalmente é utilizada uma balança com precisão de 100 gramas. Os avaliados devem estar com a menor quantidade de roupa possível e de costas para a escala de medida (PETROSKI, 2003). Segundo Petroski (2003), a estatura é o maior indicador do desenvolvimento corporal e comprimento ósseo. Sua aferição é importante na verificação de doenças estado nutricional e seleção de atletas. Além disso, de acordo com Kac (1999), a utilização de dados da estatura vem sendo explorada para caracterizar o padrão de vida das populações. Sua mensuração é feita a partir de um estadiômetro e tem como referência anatômica o vértex e a região plantar. O avaliado deve estar em posição ortostática, com os pés descalços e unidos, encostados no instrumento. A cabeça deve estar orientada no plano de Frankfurt. Para evitar conflitos em posteriores comparações, em estudos longitudinais deve-se registrar a hora em que foi feita a medida, para as próximas aferições serem feitas no mesmo período do dia (PETROSKI, 2003). As medidas de perímetro permitem avaliar o crescimento e fornecem índices de estado nutricional e níveis de gordura, através de uma estimativa indireta. Sua mensuração facilita o estudo da composição corporal de indivíduos jovens, crianças e idosos, por ser de aplicação simples e rápida, além de ser indolor. (PETROSKI, 2003). De acordo com Sant Anna et al. (2009), os perímetros mais utilizados na avaliação da composição corporal de crianças são os da cintura e do quadril, a fim

38 37 de se obter a Relação Cintura/Quadril (RCQ). A RCQ é o índice mais utilizado como indicador de possíveis doenças cardiovasculares. Quanto menor esse índice, menor é o risco que o avaliado apresenta (GLANER, 2004). A fita métrica é o instrumento utilizado para se obter as medidas dos perímetros. Ela deve ser flexível, porém não elástica, e ter preciso de um milímetro (PETROSKI, 2003). Segundo Petroski (2003), as medidas de diâmetros ósseos são utilizadas para determinar a compleição física, para fins ergonômicos, de assimetria aplicada à área desportiva e para acompanhar o crescimento humano. Ainda é possível, na visão de Silva e Rodriguez-Añez (2008), determinar o somatotipo dos indivíduos através dos dados obtidos com os diâmetros ósseos. Para mensurar os diâmetros ósseos, utilizam-se paquímetros ou um compasso de pontas rombas. Para diâmetros ósseos pequenos, o paquímetro comum é utilizado, enquanto que para diâmetros maiores, um paquímetro especial é utilizado. Para o diâmetro ântero-posterior do tórax, usa-se o compasso de pontas rombas, por existir um caráter de profundidade. O diâmetro ósseo é definido pela menor distância entre duas extremidades ósseas. Para diminuir a margem de erro, o avaliador deve encontrar as referências anatômicas dessas duas extremidades e marcá-las com uma caneta hidrográfica, para depois ficar mais fácil de visualizar o local onde se deve colocar o paquímetro. Por padronização, a medida deve ser realizada três vezes (PETROSKI, 2003). Uma dobra cutânea, ou prega cutânea como também é conhecida, é uma dobra dupla de pele e da camada imediata de gordura subcutânea (TRITSCHLER, 2003). Segundo Costa (2001), a lógica para a medida das dobras cutâneas é o fato de que quase metade do conteúdo corporal total de gordura fica localizada nos depósitos adiposos existentes logo debaixo da pele. O instrumento para mensuração das dobras cutâneas é o plicômetro, ou ainda conhecido como adipômetro, espessímetro ou compasso de dobras. De acordo com Petroski (2003), esse equipamento tem como objetivo medir a espessura do tecido adiposo em determinados pontos da superfície corporal. Ele deve ter precisão de milímetros, e a medida deve ser realizada pelo menos três vezes. As dobras cutâneas que aparecem com mais freqüência na literatura e que atendem às necessidades da grande maioria das equações preditivas de gordura

39 38 corporal são: tríceps (TR), subescapular (SB), bíceps (BI), axilar média (AM), torácica ou peitoral (TX), supra-ilíaca (SI), supra-espinal (SS), coxa (CX) e panturrilha medial (PM) (COSTA, 2001). Assim, as características dos indivíduos avaliados em estudos devem ser levadas em conta na hora da escolha da equação que será utilizada para se obter o percentual de gordura corporal. Cada uma delas foi validada para uma população específica, sendo importante observar à idade, o sexo, a etnia, a região onde os indivíduos vivem, entre outras variáveis, afim de o cálculo tenha validade para a população em questão. No século XIX, o estatístico belga Adolf Quetelet, foi pioneiro ao desenvolver uma fórmula que serviria de ponto de partida para análise da composição corporal (CC) em grandes populações. Antes de 1980, os médicos utilizavam tabelas de peso vs. altura, que incluía faixas de peso para cada polegada de altura, de acordo com as referências de Quetelet. Este índice era matematicamente representado por I = peso (em quilogramas) / estatura (em polegadas). De acordo com os relatos históricos de Tritschler (2003), o Índice de Massa Corporal (IMC) é uma evolução destas tabelas utilizadas antigamente. Para a autora, o IMC pode ser definido como a razão entre peso corporal total em quilogramas pela estatura expressa em metros ao quadrado. Outro instrumento comumente usado para controlar o crescimento e o desenvolvimento de crianças e adolescentes é a curva de percentil para massa corporal e estatura. Segundo Guedes (2009), as curvas percentílicas para acompanhamento da massa corporal e da estatura em função da idade, padronizadas pelo Natinoal Center for Health Statistics (NCHS) e recomendadas para uso internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), são importantes instrumentos disponíveis para análise do crescimento físico. No entanto, de acordo com Soares (2003), essas curvas apresentaram algumas limitações em seus limites inferiores e superiores, que impossibilitavam o enquadramento de alguns indivíduos que estavam fora desse limite. Dessa maneira, iniciou-se um processo de revisão conduzido pelo próprio NCHS e definiu-se um novo referencial, denominado novas curvas de crescimento CDC/2000, no qual essas limitações foram revistas e corrigidas. Apesar de ser um dos referenciais mais adequados para se basear, para Zeferino et al. (2003), as curvas do NCHS não podem servir como padrão de avaliação do crescimento físico, o que vem acontecendo muito no Brasil. Para os

40 39 autores, todo padrão é uma referência, mas nem toda referência é um padrão. Padrão é algo a que todos têm que se igualar, enquanto referência serve para se fazer comparações. Portanto, a avaliação do crescimento envolve comparações de medidas físicas observadas com valores de referência expressos em tabelas e curvas. E o uso desse instrumento, não só permite acompanhar no tempo a evolução da criança, como também é um excelente recurso de educação em saúde para os pais ou responsáveis pela criança (SOARES, 2003). O IMC tem se mostrado uma ferramenta útil para medir a CC da grande população nas mais diversas áreas da ciência e também para controles populacionais. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE utiliza-o como parâmetro básico para analisar a antropometria da população brasileira. A exemplo disto pode-se citar a Pesquisa de Orçamentos Familiares, primariamente feito em 2002 e depois refeito em Este índice tem suas grandes vantagens observadas no baixo custo operacional e a grande facilidade em sua obtenção, embora sua utilização seja questionável para avaliação de indivíduos, coloca Costa (1999). A não-distinção de massa gorda e massa magra do IMC é um fator que o torna consideravelmente dúbio para avaliar a CC, especialmente para análises isoladas de porcentual de gordura. Tritschler (2003) sugere que o IMC seja utilizado em conjunto com outros métodos de análise da CC nesses casos, sobretudo quando os valores ultrapassarem 25 kg/m2. Isto pode se tornar mais claro segundo o exemplo de McArdle (2008), onde para um determinado nível de IMC, asiáticos podem possuir conteúdo de gordura corporal mais alto que os caucasianos, e, para o sexo feminino, diferenças geralmente existem entre mulheres hispano-americanas em comparação a mulheres européias e afro-americanas. Num estudo desenvolvido por Glaner (2005) para avaliar se o IMC apresenta concomitância com o somatório de dobras cutâneas (subescapular e triciptal), foram avaliados 716 homens e 694 mulheres, com idade média entre 10,50 e 17,49 anos. Os dados indicaram que apenas 48,98% das mulheres e 57,32% dos homens apresentaram concordância dentre as classificações, baseadas nos parâmetros da AAHPERD (1988). Apesar de não indicar a composição corporal, Anjos (1992) sugere que o IMC constitui uma ferramenta eficaz para indicação do estado

41 40 nutricional em estudos epidemiológicos, em conjunto com outros métodos antropométricos, até que novas técnicas epidemiológicas que levem em consideração a CC sejam desenvolvidas, já que quando uma população apresenta valores médios mais elevados de IMC, pode-se afirmar que isso ocorre em função do excesso do componente gordura corporal (SICHIERI, 1998). Para tanto, o National Health and Nutrition Examination Survey NHANES (2002), delimitou valores de referência de IMC para indivíduos adultos de ambos os sexos, apresentados no quadro 2. RESULTADO Abaixo de 17 Entre 17 e 18,49 Entre 18,5 e 24,99 Entre 25 e 29,99 Entre 30 e 34,99 Entre 35 e 39,99 Acima de 40 Quadro 2 Valores de referência de IMC para adultos de ambos os sexos. Fonte: NHANES (2002). SITUACÃO Muito abaixo do peso Abaixo do peso Peso normal Acima do peso Obesidade I Obesidade II (severa) Obesidade III (mórbida) No entanto, para crianças e adolescentes (7 a 14 anos), a maioria dos estudos utiliza a classificação percentílica, de acordo com a faixa etária (KENGERISKI, 2009; OLIVEIRA, 2003,). Isto ocorre, pois de acordo com diferenças maturacionais ao longo da vida na distribuição do conteúdo corporal, o IMC neste período se torna muito sensível a essas variações (McARDLE, 2008). A WHO (1995) propõe a classificação do Índice de Massa Corporal através de percentis por faixa etária onde é considerado: baixo peso os sujeitos que apresentarem percentil menor do que 5, eutróficos ou normais quando os valores encontram-se entre 5 e 85; sobrepesados quando os valores ficam entre 85 e 95; e por fim, obesos quando estão acima de percentil 95. Segundo as ultimas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase metade da população brasileira acima dos 20 anos apresenta excesso de peso. De 188 mil pessoas avaliadas, chegou-se a conclusão

42 41 que 49% destas possuem IMC superior a 25 kg/m 2. De 1974 para 2009, o sobrepeso em homens saltou de 14,5% para 50,1%, sendo para o sexo feminino uma menor taxa de variação de 28,7% para 48%. Outro dado interessante mostra que apenas 2,7% dos adultos tem déficit de peso, e que, das crianças de 5 a 9 anos, uma em cada três, ou seja, 33,5%, tem excesso de peso e que 14,3% são obesas. Por outro lado, os adolescentes entre 10 e 19 anos possuem uma taxa de excesso de peso menor em relação às crianças, sendo apenas 20,5%. Existe outro indicador que tem sido utilizado para caracterizar o estado nutricional de crianças e adolescentes dentro de uma população, que é o déficit de altura. Segundo o IBGE, este índice caiu de 29,3% em 1974, para 7,2% em Para a distribuição geográfica, afirmase que o excesso de peso e a obesidade estão presentes em todas as categorias de rendas e regiões do Brasil. Entretanto, a maioria dos obesos e dos com menor déficit estão presentes na região Sul do Brasil. Segundo os dados de 2008 e 2009 do estudo Pesquisa de Orçamentos Familiares, o perfil antropométrico das crianças catarinenses difere da mediana observada para a mesma faixa etária. Por exemplo, o peso médio das crianças catarinenses que possuem 10 anos esta 2,2kg acima da mediana nacional (36,4% para 34,2%). Ainda, a diferença entre as alturas encontra-se na casa dos 2cm (141,8% contra 139,9%), o que possivelmente indica diminuição do déficit de crescimento no Estado de Santa Catarina. Pela última avaliação da população brasileira feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2003, 56,4% da população total masculina brasileira possui IMC entre 18,5 e 24,9%. Dos indivíduos com sobrepeso, 41,1% estão enquadrados, e 3,5% da população esta abaixo do peso (abaixo de 18,5%). Em comparação às estatísticas de países do primeiro mundo, como Canadá e Estados Unidos, a população brasileira com o peso adequado é superior, sendo 55,4% contra 44,1% dos canadenses, por exemplo. Já a taxa de indivíduos brasileiros com sobrepeso varia assustadoramente em relação à taxa americana, 66,9% contra 40,1% dos brasileiros. Fica evidente que a composição corporal da população vem se alterando fortemente ao longo dos anos. Segundo Costa (2001), fatores como nível de atividade física, condição socioeconômica, genética e disponibilidade de alimentos podem estar fortemente correlacionados com as alterações na composição corporal ao longo do tempo. Importante ressaltar também que, segundo a tendência da

43 42 literatura atual, o nível de atividade física e os hábitos alimentares na infância podem estar intimamente correlacionados com as alterações na fase adulta, assim como a composição corporal pode implicar em diversas morbidades como diabetes, hipertensão, obesidade (McMURRAY et al., 2003). Alguns autores também sugerem que a condição socioeconômica pode estar correlacionada com o acúmulo de peso, principalmente na infância. Ricardo et. al. (2009) não encontraram correlação forte entre sexo, região ou faixa etária nos escolares entre 6 e 10 anos matriculados em 365 escolas de ensino fundamental do estado de Santa Catarina. Entretanto, foi encontrada correlação estatística entre obesidade e a rede particular de ensino, onde os escolares apresentaram 1,46 de chance de desenvolver obesidade em relação aos alunos da rede publica. Entretanto, Pinho (1999) sugere que o nível de atividade física por si só pode não ser uma boa variável de correlação com a adiposidade na infância e adolescência, estando o maior viés presente na intensidade do esforço. De 28 escolares avaliados longitudinalmente nos períodos de dezembro e janeiro em 1998 e 1999, verificou-se que o tempo despedido em atividades físicas vigorosas por crianças de 14 e 15 anos está aquém das recomendações especificas feitas pela literatura, e que os adolescentes executam a maior parte de suas atividades físicas em intensidade leve (abaixo de 50% da FC Max). Por fim, o último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) e sua agência responsável pelo estudo da Agricultura e Alimentos no mundo (FAO), o consumo calórico diário médio per capita dos brasileiros encontra-se em kcal. Segundo a literatura específica como coloca Hirschbruch (2008), a necessidade calórica media de um adulto sedentário encontra-se em torno de kcal/dia. Este dado pode sugerir que a população brasileira apresenta um consumo alimentar inadequado para suas necessidades diárias. 2.2 IMAGEM CORPORAL A história da imagem corporal teve início na França do século XV, quando o pesquisador francês Ambroisé Paré descreveu a existência de um membro fantasma, caracterizando-o como uma alucinação de um membro ausente que estaria presente. Algum tempo depois, Weir Mitchell, demonstrou que a imagem corporal pode ser mudada sob tratamento ou em condições experimentais. Já em

44 , o francês Bonnier descreveu um distúrbio, que se caracteriza como uma distorção do tamanho das áreas corporais, chamado de esquematia, sendo este distúrbio descrito em toda a região corporal (PETROSKI; PELEGRINI, 2009). A partir daí a utilização do termo imagem corporal começa a surgir e com ela algumas considerações sobre qual seria o termo mais adequado a se utilizar: imagem corporal ou esquema corporal. Inicialmente o termo esquema corporal foi mais utilizado na área da neurologia e imagem corporal na área da psicologia (BARROS, 2005). Gardner (1996) define imagem corporal como a figura mental que temos das medidas, dos contornos e da forma de nosso corpo, sentimentos concernentes a essas características e as partes de nosso corpo. Para Slade (1998) trata-se de uma ilustração que se tem na mente acerca do tamanho, imagem e forma do corpo e refere-se também aos sentimentos relacionados a essas características bem como às partes que a constituem. Cash e Pruzinsky (1990) elaboraram um conceito amplo com sete afirmações envolvendo aspectos pertinentes à imagem corporal: Imagem corporal refere-se às percepções, aos pensamentos e aos sentimentos sobre o corpo e suas experiências. Ela é uma experiência subjetiva. Imagens corporais são multifacetadas. Suas mudanças podem ocorrer em muitas dimensões. As experiências da imagem corporal são permeadas por sentimentos sobre nós mesmos. O modo como percebemos e vivenciamos nossos corpos relata como percebemos a nós mesmos. Imagens corporais são determinadas socialmente. Essas influências sociais prolongam-se por toda vida. Imagens corporais não são fixas ou estáticas. Aspectos de nossa experiência corporal são constantemente modificados. As imagens corporais influenciam o processamento de informações, sugestionando-se a ver o que se espera ver. A maneira como sentimos e pensamos o nosso corpo influencia o modo como percebemos o mundo. As imagens corporais influenciam o comportamento, particularmente as relações interpessoais.

45 44 Schilder (1999) afirma que a imagem corporal só adquire suas possibilidades e existência, porque o corpo não é isolado. Um corpo é necessariamente, um corpo entre corpos. É preciso ter outros corpos à volta. Sendo assim é preciso levar em consideração os conceitos de imagem corporal condizentes com a realidade. A imagem corporal é constituída por dois componentes: a estima corporal e a insatisfação com o corpo. A primeira refere-se ao gostar ou não do corpo de forma global, a qual pode incluir aspectos como o peso e forma do corpo, cabelos ou rosto. Já a insatisfação corporal está relacionada com as atitudes e avaliações do próprio do corpo, pode ser definida como uma avaliação negativa do próprio corpo (TRICHES; GIUGLIANI, 2007; GRABE; HYDE, 2006). Heinberg (1996) afirma que explicações para distúrbios da imagem corporal podem ser classificadas em teorias perceptuais e subjetivas. Teorias perceptuais abordam aspectos relativos à percepção do tamanho e da forma corporal, ocorre distorção no grau de precisão com que o tamanho do corpo é percebido. Nas teorias subjetivas o enfoque é nos sentimentos e atitudes em relação ao corpo, muitas vezes são investigados fatos, eventos ocorridos na infância e na adolescência que estão relacionados aos distúrbios da imagem corporal. A imagem corporal tem sido objeto de estudo desde o século passado, tendo sua abordagem inicial na área da psicologia, neurologia, sociologia e antropologia. Mais recentemente vem sendo estudada pelos cientistas da área do esporte e exercício, visto que existe uma relação entre a imagem corporal e atividade física, tal como com a qualidade de vida, formação da personalidade, desenvolvimento motor e cognitivo, social, psicológico e cultural, além de ser um componente importante em todo o complexo de identidade da pessoa (ADAMI et al., 2008; HART, 2003; PELEGRINI; PETROSKI, 2009; TRICHES; GIUGLIANI, 2007). Para Kuhn e McPartland (1954), o estudo da auto imagem não é recente na área de ciências humanas e sociais, colocando como um dos aspectos mais importantes das pesquisas nesta área o saber da relação indivíduo sociedade. Embora os estudos na área tenham sido iniciados com objetivos trans culturais, logo passou a ter um foco no indivíduo e não mais na cultura (GOUVEIA et al., 2002). Gouveia et al. (2002), coloca que apesar do conceito de imagem corporal parecer óbvio, expressando a percepção que a pessoa tem de si, envolve elementos que necessitam ser diferenciados, já que para alguns autores até três tipos

46 45 principais de auto-imagem podem ser identificados: uma dimensão individualista do eu, reunindo conceitos como independente, autônomo e separado; uma outra denominada coletivista, que acentua as relações entre o indivíduo e a coletividade; e uma terceira dimensão, que recebe o nome de relacional, cujo foco de atenção são os indivíduos entre si (GOUVEIA et al., 2002; KASHIMA; COL, 1995; TRIANDIS, 1989). A Imagem Corporal, de acordo com Tavares (2003), é a maneira pela qual nosso corpo aparece para nós mesmos, ou seja, é uma representação mental que engloba todas as maneiras de visualização, seguido de uma auto-avaliação da imagem física percebida. Muitas vezes, esta imagem é destorcida ou apresenta alguma deficiência ou deformidade que acaba gerando bloqueios psicológicos. Os profissionais que trabalham com o corpo humano criam estratégias para melhorar a qualidade de vida destas pessoas utilizando diversificadas estratégias, de acordo com sua competência profissional, a fim de minimizar as insatisfações com a imagem corporal. A auto-percepção corporal pode diferenciar entre meninas e meninos. Os resultados de um estudo longitudinal de Gardner et al. (1999) com escolares entre 6 e 13 anos, mostram que as meninas apresentam uma constante discrepância em relação aos meninos para uma maior imagem corporal percebida e ideal ao longo dos anos. Segundo Barros (2005), para alguns autores existe uma diferença entre estas duas denominações. Rodrigues (1987, p.18) define esquema corporal como sendo uma estrutura neuromotora que permite ao indivíduo estar consciente do seu próprio corpo anatômico, ajustando-o às solicitações de situações novas, e desenvolvendo ações de forma adequada. Oliver (1995) concorda com esta definição dada por Rodrigues e ainda afirma que a imagem corporal é construída a partir do esquema corporal (BARROS, 2005). Tratando ainda da terminologia, Barros (2005) apud Le Boulch (1992) que afirma a ambigüidade introduzida por esta dupla terminologia cria a impressão de que existiria, por um lado, um corpo neurológico, e por outro lado, um corpo espiritual e teria que se fazer esforço para unir os dois corpos colocando que o esquema corporal interpõe-se na imagem corporal e vice-versa, formando um único conceito, não importando qual deles usar.

47 46 Slade (1988) define a imagem corporal como a figura que se tem do próprio corpo e os sentimentos em relação a este, incluindo a visão do tamanho, da forma e o julgamento das partes constituintes, ou seja, uma ilustração mental acerca de seu tamanho, forma corporal que sobre influência dos sentimentos relacionados as estas características. Assim a imagem corporal envolve fatores emocionais e de percepção. Quase que da mesma maneira Kakeshita e Almeida (2006) definem imagem corporal, acrescentando que a satisfação do indivíduo com seu corpo, englobando contorno, forma, tamanho e outros constituintes, dando origem a um componente subjetivo da imagem corporal. Consta na literatura que a imagem corporal é constituída por dois componentes, a estima e a insatisfação corporal, sendo que a primeira refere-se ao quanto o indivíduo gosta ou não de seu corpo de forma global, o que pode incluir o peso, a forma e ainda outros aspectos, como seu rosto, cabelo, dentre outros. A insatisfação corporal tem o foco na preocupação com o peso, a forma do corpo e a gordura corporal, ao contrário da estima corporal, estando relacionada com as atitudes e avaliações do próprio do corpo, podendo ser definida como uma avaliação negativa do mesmo (GIUGLIANI; PELEGRINI, 2007; GRABE; HIDE, 2006; PETROSKI, 2009; SMOLAK; LEVINE, 2001). Ferreira e Leite (2002), afirmam que a imagem corporal é o resultado de representações sobre o tamanho e a aparência do corpo unido ao grau de satisfação que o individuo possui desta percepção de seu corpo. Na mesma linha de definição, Cash (1993) coloca que a imagem corporal é resultante das experiências psicológicas de determinada pessoa sobre a aparência e o funcionamento de seu corpo. Marcus e Kitayama (1991) construíram um exemplo de auto-imagem independente e interdependente, demonstrando assim a importância e a relação com a cognição, emoção e a motivação, sendo estes exemplos utilizados como explicativos em pesquisas que abrangem a comunicação, o emocional, a auto estima e sentimentos como o constrangimento (GOUVEIA, 1998; SHARKEY, 1995; SINGELIS; BROWN, 1995; SINGELIS et al., 1999). Apesar de ainda não existir na literatura um consenso quanto às nomenclaturas da imagem corporal, sabe-se que esta está relacionada com a autoestima, envolvendo aspectos cognitivos, afetivos, sociais, culturais e motores, estando ainda associada com o conceito de si própria e sendo influenciada pelo

48 47 meio que se vive. Assim, pode ser considerada como um processo de construção ou de desenvolvimento associado a um conjunto de fatores (CAMARGO et al., 2005). Heinberg (1996) afirma que explicações para distúrbios da imagem corporal podem ser classificadas em teorias perceptuais e subjetivas. Teorias perceptuais abordam aspectos relativos à percepção do tamanho e da forma corporal, ocorre distorção no grau de precisão com que o tamanho do corpo é percebido. Nas teorias subjetivas o enfoque é nos sentimentos e atitudes em relação ao corpo, muitas vezes é investigado fatos, eventos ocorridos na infância e na adolescência que estão relacionados aos distúrbios da imagem corporal. Partindo da definição de Schilder (1994), que coloca imagem corporal como o modo pelo qual o corpo se apresenta para os indivíduos, segundo a literatura, esta forma como o corpo se apresenta é o resultado da inter relação entre três informações, a imagem idealizada, a imagem representada pela impressão de terceiros e a imagem objetiva (MELLO FILHO, 1992 apud PELEGRINI; PETROSKI, 2009). ter uma boa aparência não significa ter uma imagem corporal positiva, a imagem corporal é, na verdade, um estado de espírito - Simone M. Castilho. Segundo Pelegrini e Petroski (2009), existem dimensões da imagem corporal, sendo estas, afetiva, perceptiva, cognitiva e comportamental. Para a dimensão afetiva se tem os sentimentos relacionados à aparência do corpo. Para a cognitiva, está relacionado à pensamentos e crenças quanto à forma e aparência do corpo e para a dimensão comportamental, às atitudes tomadas com o objetivo de mudar a forma de seu corpo. A auto percepção do peso corporal é um importante fator da imagem corporal, estando às dimensões da imagem corporal relacionadas entre si, ou seja, afeto e cognição negativos podem levar a distúrbios no comportamento. Isto significa que no caso de existência de insatisfação corporal e do grau deste, pode-se ter afetado aspectos psicossociais, físicos e cognitivos, alterando a vida do indivíduo. Ainda vale colocar que distúrbios comportamentais, como transtornos alimentares, podem levar a problemas nas dimensões afetivas e cognitivas (TRICHES; GIUGLIANI, 2007; VEGGI et al., 2004)

49 MATURAÇÃO SEXUAL Maturação O crescimento está relacionado a mudanças no tamanho do individuo. É um aumento no tamanho do corpo como um todo ou partes dele (DUARTE, 1993; MALINA, 2002). O estudo do crescimento humano é dividido de acordo com a faixa etária e características individuais, indo desde o nascimento até a idade adulta. O intervalo entre o nascimento e a idade adulta, lactância, infância e adolescência. O crescimento refere-se ao aumento do corpo como um todo e de suas partes. De acordo com Malina (2003), ao crescer, as crianças se tornam mais altas e pesadas, devido ao aumento do tecido magro e gorduroso. Os órgãos aumentam de tamanho, bem como as demais substâncias. Beunem e Malina (1996) definem crescimento como as mudanças mensuráveis no tamanho físico e da composição corporal, além dos vários sistemas do corpo, considerando que a maturação refere-se à progressão para o estado biológico maduro do indivíduo adulto. Contudo, Marcondes (1994) salienta que o crescimento e desenvolvimento são fenômenos diferentes em sua concepção fisiológica, sendo estes paralelos no seu curso e integrados no seu significado. O crescimento significa a divisão celular e conseqüentemente aumento da massa corpórea. O estudo do crescimento pode ser resumido em termos de tamanho corporal total, de proporção e de composição corporal. A massa corporal e a estatura são geralmente as duas mais utilizadas para verificar o crescimento. No entanto, várias outras dimensões, além da massa corporal e da estatura, fornecem informações úteis de crescimento. A altura do indivíduo sentado ou altura tronco-cefálica e o comprimento dos membros inferiores, podem ser utilizadas para o acompanhamento do crescimento no segundo longitudinal (RECH, 2010). A maturação biológica alcança níveis intensos de modificação durante a puberdade, definida por Marshall (1978) como todas aquelas mudanças morfológicas e fisiológicas que acontecem durante o crescimento devido à

50 49 transformação das gônodas de um estado infantil a um adulto. A puberdade manifesta- se basicamente por um surto no crescimento, desenvolvimento das gônodas dos órgãos e características sexuais secundárias, mudanças na composição corporal e o desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório. Para Malina (1988), os indicadores mais comumente usados para determinar a maturação biológica nos estudos de crianças e jovens são a maturação esquelética e o desenvolvimento das características sexuais secundárias, ou seja, a maturação sexual. Quatro sistemas biológicos podem ser utilizados para avaliar a maturidade biológica: sexual, dental, morfológica e óssea (CHIPKEVITCH, 2001; MALINA, 2002). Marshall (1977) define a maturação biológica como todas as mudanças morfológicas e fisiológicas que ocorrem durante o crescimento devido à transformação das gônadas de um estado infantil para adulto. Dentre os sistemas biológicos que são utilizados para avaliar a maturidade biológica, pode-se citar a maturação sexual, dental, morfológicas e óssea (CHIPKEVITCH, 2001; MALINA, 2002). A estimativa da maturação biológica por meio da maturação sexual proposto por Tanner (1962) utiliza as características sexuais secundárias - pelos axilares, pelos pubianos e desenvolvimento escrotal para o sexo masculino e, desenvolvimento mamário, pelos pubianos e menarca para o sexo feminino. A maturação biológica pode ser definida como processo que conduz a um completo estado de desenvolvimento morfológico, fisiológico ou psicológico, que tem influência genética e ambiental. A maturação está relacionada com o tempo biológico e a idade cronológica, mas não necessariamente estão em sincronia. Quatro sistemas biológicos podem ser utilizados para avaliar a maturidade biológica: sexual, dental, morfológica e óssea (CHIPKEVITCH, 2001; MALINA, 2002). A Maturação esquelética ou óssea é considerada um verdadeiro registro da idade biológica. Acompanha a tendência do crescimento geral do corpo, ocorrendo mais marcadamente durante a infância e a puberdade. Sua determinação está baseada nas mudanças esqueléticas que podem ser visualizadas em radiografias de áreas selecionadas do corpo durante todo o período de crescimento. As diferenciações em forma e tamanho apresentadas pelos ossos são os indicadores da maturação. Várias áreas do corpo podem ser radiografadas e utilizadas para

51 50 avaliar a maturação óssea, mas as radiografias de punho e mão apresentam-se como as mais utilizadas (BARBOSA et al., 2006; MALINA, 2002). O esqueleto é um indicador ideal de maturidade, porque seu desenvolvimento abrange o período inteiro do crescimento. Em outras palavras, em ambos os pontos, iniciais e finais, do processo de maturidade são conhecidos, pois a estrutura do esqueleto de todos os indivíduos progride da cartilagem até o osso. O progresso da maturidade do esqueleto pode ser monitorado com segurança e o uso prudente do raio X. A idade óssea (IO) é expressa em relação à idade cronológica (IC) da criança e por isso pode simplesmente ser comparada (MALINA; BOUCHARD, 2002). É o uso de medidas corporais como indicador de maturidade, através de avaliações regulares ao longo do tempo num mesmo indivíduo. Como indicadores podem ser utilizados o pico máximo de velocidade de crescimento, porcentagem da estatura adulta (MALINA, 2002). De acordo com Duarte (1993) o crescimento somático acelerado apresenta três fases: a fase intra-uterina, a fase da infância (entre 6 e 8 ano) e a fase da puberdade. O crescimento somático afirma, Rogol (2002) é um processo dinâmico associado a um amplo espectro de alterações somáticas e celulares. Embora as mudanças morfológicas e fisiológicas, típicas do processo maturacional, decorram de forma contínua, existe uma proposta de divisão em séries de estágios pubertais de desenvolvimento baseados nas características sexuais secundárias. O tempo médio em que o indivíduo progride nesses estágios pubertais é cerca de quatro anos. Este processo ocorre primeiro nas meninas, normalmente com o desenvolvimento mamário (telarca), começando aos 10,5 ou 11 anos de idade e culmina com o surgimento da menarca (MALINA, 1999). Para os rapazes, o aumento da genitália começa em média entre os 11 ou 12,5 anos de idade (MALINA, 1999; TANNER, 2002). Segundo Tanner (2002), o crescimento somático pode ser influenciado por inúmeros fatores que atuam, independentemente ou em conjunto, para alterar o potencial genético individual. O estado nutricional, incluindo a ingesta de nutrientes específicos, parece ser o principal determinante do crescimento. De acordo com Malina (2002) para verificar a maturação dental é utilizado o nível ou estágio de calcificação dos dentes permanentes ou ainda levando em

52 51 consideração a época ou idade do surgimento dos dentes de leite e dos dentes permanentes. A maturação sexual é marcada por mudanças físicas e biológicas durante a puberdade. As características sexuais primárias são aquelas relacionadas diretamente com a reprodução. Nas meninas, dizem respeito ao desenvolvimento dos ovários, do útero e da vagina; nos meninos, ao desenvolvimento dos testículos, próstata e produção de esperma. Os estudos de maturação tendem a se concentrar nas características sexuais secundárias, devido à impossibilidade de determinação do nível de desenvolvimento dos órgãos sexuais internos. As características sexuais secundárias são as ligadas ao dimorfismo sexual externo, isto é, o desenvolvimento dos seios, pênis, pelos faciais, pelos pubianos e modificação da voz. No período de desenvolvimento das características sexuais secundárias desenvolvimento dos seios e menarca nas meninas, desenvolvimento do pênis e dos testículos nos meninos, e pelos púbicos em ambos os sexos. Tanner (1962) descreveu cinco estágios de maturação sexual das mamas e órgãos genitais e seis estágios para pelos púbicos, sendo estagio I para pré-púbere, os estágios II, III e IV para púbere e os estágios V e VI para pós-púbere. Essa classificação permite identificar o nível de maturação sexual em que se encontram crianças e adolescentes, podendo ser feita através do método de auto-avaliação, permitindo de maneira pratica e eficaz ao indivíduo se avaliar de forma visual através de pranchas ilustrativas sem necessidade de um método invasivo (CHIPKEVITCH, 2001; MALINA, 2002). Tanner (1965) e Tanner et al. (1981) estudaram o comportamento dos tecidos adiposo e muscular, calculando as áreas transversais e radiografias do braço. Os valores encontrados foram agrupados em torno do pico de velocidade do crescimento e não da idade cronológica, um recurso que facilita a análise das correlações entre o estirão e o aumento dos tecidos que impactam na composição corporal, pois assim a dispersão das idades do estirão em diferentes crianças e adolescentes é anulada. Aos 9 anos, indivíduos de ambos os sexos têm em torno de 15% de gordura corporal. Já na época do pico de crescimento, esta gordura gira em torno de 12% em meninos e de 19% nas meninas, subindo para 25% após a primeira menarca. Marshall (1977) afirma que ao final da puberdade, as mulheres têm o dobro de gordura quando comparadas aos homens.

53 Características Sexuais Secundárias Silva e Adan (2003) colocam que puberdade é o período de transição entre a infância e a idade adulta, onde ao fim desta o individuo está apto a reprodução. Durante a puberdade é que ocorre, dentre outras modificações fisiológicas, psicológicas, morfológicas, o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, sendo estes mamas e pelos pubianos no sexo feminino e genitália e pelos pubianos no sexo masculino (FERRARI et al., 2008; SAITO, 1984; SILVA; ADAN, 2003). Segundo Duarte (1993), as características sexuais primárias referem-se aquelas ligadas diretamente a reprodução, tendo no sexo feminino o desenvolvimento dos ovários, útero e vagina, e no sexo masculino, o desenvolvimento dos testículos, próstata e produção de esperma. Já as características sexuais secundárias são as ligadas ao dimorfismo sexual externo, ou seja, o desenvolvimento dos seios, pênis, testículos, pelos faciais, pelos pubianos e modificação da voz, que são considerados indicadores da puberdade (DUARTE, 1993; FERRARI et al., 2008). Com o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, o aparelho genital feminino passa a funcionar e assim ocorre a menarca. Nos meninos a testosterona é produzida em elevadas quantidades na puberdade, o que vai determinar as mudanças nos caracteres sexuais primários e secundários (MACÊDO; FERNANDES, 2003; VITALLE et al., 2003) Avaliação da Maturação A adolescência ganha um foco especial também ao se tratar de maturação, pois nesta fase da vida, segundo coloca Martin et al., (2001), ocorrem grandes modificações biológicas tanto em relação ao crescimento como à maturação, promovendo mudanças no aspecto físico, tal como no desempenho motor (BASTOS; HEGG, 1986; BEUNEN, 1989; BEUNEN; MALINA, 1996; GUEDES; GUEDES, 1997; JONES; HITCHEN; STRATTON, 2000; KATZMARZYK; BEUNEN;

54 53 MALINA, 1997; MALINA, 1988). Ainda na adolescência ocorre além do estirão de crescimento, a maturação sexual, assim pode-se observar a influência da maturação biológica em aspectos como: na composição corporal, no crescimento e no desempenho motor de cada indivíduo. Durante a puberdade a variabilidade nas características físicas entre indivíduos de uma mesma idade cronológica é notória; conseqüentemente, a utilização apenas da idade cronológica é insuficiente para determinar o estágio maturacional do adolescente (MALINA; BOUCHARD, 1991). Martin et al. (2001), coloca que na literatura são descritos alguns métodos para a avaliação da maturação biológica, como a avaliação somática, esquelética, dental e sexual, sendo a avaliação somática realizada através da utilização de medidas antropométricas, a avaliação da maturação esquelética é feita mediante uso de radiografias, com a determinação do estado de ossificação e fusões das epífises ósseas, o mesmo procedimento é descrito por Martins et al., (2006), onde cita que o estágio de desenvolvimento ósseo pode ser estimado por meio de tomadas por meio de radiografias de mão e de punho e a maturação esquelética visualizada em radiografias cefalométricas laterais das vértebra cervicais. Ainda tratando da avaliação da maturação, Martin et al., (2001) cita que a maturação dental é realizada pela idade de erupção de dentes temporários e permanentes e a avaliação sexual pode ser avaliada pelo desenvolvimento da características sexuais secundárias, através de perfis hormonais, assim como pela idade da menarca nas meninas e da espermarca nos meninos, sendo que uma das técnicas que tem sido usada para a avaliação da maturação biológica são os estágios de maturação sexual conforme proposto por Tanner (1962) para:a) pilosidade pubiana para ambos os sexos; b) desenvolvimento das mamas para o sexo feminino e c) desenvolvimento dos genitais. A partir do início do estirão de crescimento da adolescência, a velocidade do ganho de gordura citado acima diminui. Paralelamente a isto, há o incremento de massa óssea e muscular, que atinge a velocidade mínima no momento do pico de velocidade de crescimento (PVC). Tanner (1965) e Marshall e Tanner (1986), afirmam que a diferença entre os sexos consiste no fato de que meninas têm o percentual de gordura corporal sempre maior que meninos e continuam sempre ganhando gordura lentamente, enquanto que os meninos em muitas vezes chegam a diminuir este percentual.

55 54 A maturação sexual pode ser avaliada através de estágios de desenvolvimento que, de acordo com Tanner (1962) são: a) cinco estágios para desenvolvimento dos genitais nos meninos; b) cinco estágios de desenvolvimento das mamas nas meninas; c) cinco estágios de pilosidade pubiana para ambos os sexos. Saito (1984) coloca que a maturação sexual é evidenciada pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, sendo estes mamas e pelos pubianos no sexo feminino e genitália e pelos pubianos no sexo masculino. É importante considerar que esta avaliação por vezes não é fácil de ser realizada e assim surge então como solução alternativa a avaliação realizada pelo próprio adolescente quando de apresentação de pranchas com figuras correspondentes aos estágios de maturação (segundo critério de Tanner, envolvendo mamas e pelos pubianos para o sexo feminino e genitália externa e pelos pubianos para o masculino). Segundo Saito (1984), é dado de literatura a dificuldade da relação que o adolescente estabelece com os novos esquemas corporais principalmente quando as mudanças se processam em curto espaço de tempo, sendo às vezes referida pouca exatidão em relação a sua auto-imagem. Ao finalizar a busca bibliográfica de pesquisas que envolveram as variáveis presentes neste estudo, observou-se que muitas destas foram desenvolvidas utilizando o fracionamento da massa corporal em dois componentes (massa gorda e massa magra), considerando como massa magra a subtração do total de quilos da massa gorda total. Assim, não leva-se em consideração os componentes da massa magra (massa residual, massa óssea e massa muscular). Percebeu-se uma quantidade grande de estudos que correlacionam a imagem corporal e a composição corporal, a imagem corporal com a maturação sexual e a composição corporal com a maturação sexual. Com isto, sente-se a necessidade de estudos que correlacionem as três variáveis observadas nesta pesquisa (composição corporal, imagem corporal e maturação sexual), envolvendo um mesmo grupo de crianças e adolescentes. 2.4 PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO

56 55 O Programa Mais Educação é apoiado pelo Governo Federal e envolve escolas que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O Programa visa o aumento das formas educativas nas escolas públicas, através de atividades pedagógicas, esportivas, culturais, científicas, entre outras. As atividades iniciaram nas escolas em 2008, para melhorar o ambiente escolar de mais de 1300 escolas. Em 2011 a meta era atender 10 mil escolas em todo o Brasil. Em Santa Catarina, uma das cidades beneficiadas com o programa foi São José, com 13 escolas da rede fundamental de ensino. O Programa conta com muitos parceiros que desenvolvem diversas atividades. Dentre eles, destaca-se a Unisul Universidade do Sul de Santa Catarina que recebe 5 das 13 escolas da rede fundamental de ensino de São José no contra turno escolar. Cada escola vai num dia especifico, nos períodos matutino e vespertino. Através de uma metodologia baseada nos princípios da Educação Física, as crianças e adolescentes entre 7 e 18 anos são inseridas em atividades de estimulação aquática, estimulação terrestre e inclusão digital. Dentre os objetivos do programa encontram-se: Promover por meio de ações esportivas a saúde, socialização, integração, solidariedade e a valorização individual e coletiva das crianças e adolescentes atendidos; Promover o desenvolvimento físico lateralidade, equilíbrio, organização espaço-temporal, coordenação e esquema corporal; Sensibilizar quanto à importância da participação e da persistência nas atividades planejadas; Contribuir para a formação dos princípios e valores ética, cooperação, respeito e disciplina; Contribuir para a inclusão digital de alunos da escola pública de São José e comunidade; Dinamizar e qualificar os processos de ensino e de aprendizagem (para melhorar a aprendizagem dos alunos, promovendo o desenvolvimento de competências, habilidades e conhecimentos esperados em cada nível/série); Refletir sobre o impacto da tecnologia e suas contribuições na vida cotidiana; Utilizar os softwares livres; Desenvolver habilidades necessárias ao manejo do computador e de programas que possibilitam comunicação interpessoal, interatividade, edição

57 56 de textos e de apresentações, navegação e pesquisa de informações e produção. Como citado anteriormente, a metodologia aplicada envolve atividades de estimulação motora aquática, estimulação motora terrestre e inclusão digital. As atividades são distribuídas em três grupos. No grupo de estimulação motora aquática, as crianças recebem as orientações e as primeiras lições para adaptação ao meio aquático, entram na piscina em grupos de 15 a 20 alunos e aprendem as técnicas básicas de natação. A universidade e seus parceiros oferecem as crianças maiôs, sungas, toucas, óculos para que elas possam praticar as atividades propostas dentro da piscina. O outro grupo refere-se a estimulação motora terrestre, no qual os alunos desenvolvem atividades lúdicas que fazem parte do desenvolvimento motor da criança, como a lateralidade, equilíbrio, coordenação entre outras. No terceiro grupo, são desenvolvidas atividades de inclusão digital, que visa melhorar o acesso e abrir novos canais de expressão para os educandos do Programa mais Educação das Escolas da rede publica municipal de são José- SC. É importante salientar que os dados obtidos através deste estudo, contribuíram de maneira significativa frente às avaliações dos sujeitos que compõem o Programa Mais Educação e este fato foi fundamental para o aperfeiçoamento da metodologia desenvolvida.

58 3. METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Este estudo, quanto a sua natureza, caracteriza-se como uma pesquisa aplicada, onde, de acordo com Thomas e Nelson (2001), tende a remeter a problemas imediatos, oferecendo assim, resultados de valor imediato, utilizando os chamados ambientes do mundo real, ou seja, utilizando os sujeitos e tendo controle limitado sobre o ambiente da pesquisa. Em relação à abordagem do problema o estudo caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa. Conforme Gil (2002), a abordagem quantitativa, atua em níveis de realidade e tem como objetivo trazer a luz dados, indicadores e tendências observáveis. Quanto aos objetivos, classifica-se como descritiva, pois tem como objetivo descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 2002). Por último, quanto aos procedimentos técnicos o estudo se enquadra como descritivo de inter-relação, do tipo correlacional. Estudos descritivos do tipo correlacional procuram explorar relações que possam existir entre variáveis, sem que haja manipulação de variáveis (THOMAS; NELSON, 2001). O trabalho de campo foi planejado objetivando identificar a congruência entre as variáveis da composição corporal, imagem corporal e maturação sexual de crianças e adolescentes inscritos no Programa Mais Educação, estudantes de cinco Escolas da Rede Municipal de São José Santa Catarina. 3.2 LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ SC E DAS ESCOLAS MUNICIPAIS ENVOLVIDAS NO ESTUDO A seguir, são apresentadas características referentes ao município de São José Santa Catarina:

59 58 O município de São José possui, segundo dados do IBGE de 2009, divulgados pelo site da Prefeitura Municipal, cerca de habitantes, quarto mais populoso de Santa Catarina; Na educação, conta com 23 Centros de Educação Infantil, 24 Centros de Educação ou Escolas de Ensino Fundamental, 21 instituições filantrópicas, tendo ainda convênio com dois colégios particulares; A base da economia do município está na indústria e no comércio, estando grande parte de suas indústrias à margem da BR 101. Além da indústria e do comércio, a atividade de prestação de serviço, a pesca artesanal, maricultura, produção de cerâmica artesanal utilitária e agropecuária são também atividade geradoras de renda para o município; Segundo dados da Prefeitura Municipal, São José possui mais de indústrias, cerca de estabelecimentos comerciais, empresas prestadoras de serviços e autônomos. Seguem abaixo dados referentes às cinco escolas envolvidas na pesquisa, com uma breve caracterização de cada escola: O Centro Educacional São Luiz, foi fundado em 1976 com o nome de Escola Reunida. Em 1997 tornou-se Escola Básica Municipal Docilício Vieira da Luz, passando a ser Centro de Educação Municipal (CEM) São Luiz somente em O diretor geral do CEM é João Fábio Thives Margarida. O colégio conta com 63 colaboradores e atende a 282 alunos do Ensino Fundamental, estando localizado no município de São José, à Rua Docilício Luz, 663, no bairro São Luiz; O CEM Altino Corsino da Silva Flores atende a cerca de 700 alunos, contando com 45 professores e com uma estrutura que possui, 1 quadra coberta, 1 sala de informática, 1 refeitório, 1 biblioteca, 1 sala de vídeo, 1 sala de dança, 12 salas de aula, 1 cozinha, 3 banheiros, 1 sala de professores, secretaria, direção e 1 sala de supervisão. O colégio está situado no município de São José, na Rua Genuíno Pereira da Silva, nº Santos Dumont; O colégio José Nitro, atende alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Foi fundado em 1998 como escola Reunida, passando a se chamar CEM José Nitro em No Ensino Fundamental o colégio atende a

60 alunos e conta com 24 professores sendo estruturado com 4 salas de aula, 1 sala de professores, 1 sala de direção, 1 laboratório de informática, 3 banheiros, 1 cozinha, 1 biblioteca, 1 quadra de esportes, 1 refeitório e 1 pequeno pátio externo. Está localizado à Rua João Izídio de Souza, S/N, Serraria, no município de São José, SC; Também localizado no município de São José, à Rua Alvelina Maria da Silva, nº 2551, no bairro de Barreiros, o CEM Jardim Solemar foi fundado em 1998, porém somente em 2001 é que passou a ser CEM Jardim Solemar. Atende hoje a 424 adultos, sendo alunos do Ensino Fundamental e também jovens e adultos, que fazem parte do programa Educação de Jovens e Adultos, não chegando a compreender 100 alunos. São 52 professores trabalhando no processo de ensino e aprendizagem em uma estrutura de oito salas de aula, uma biblioteca, um sanitário masculino e um feminino para os alunos, um sanitário para os professores, uma cozinha, 40 m 2 para o recreio e demais espaços destinados às funções administrativas. O colégio não conta com determinadas instalações, como sala multiuso, laboratório de informática, refeitório, auditório, quadra de esporte, espaço para recreio. As aulas de educação física acontecem nas salas de aula; Em 1998 foi fundando o CEM Vila Formosa, denominada na época de Escola Reunida, onde atendia da Pré-Escola à 4ª Série do Ensino Fundamental. Em 2000 ampliou seu atendimento, indo da Pré-Escola até à 6ª Série do Ensino Fundamental. Passou a ser CEM Vila Formosa em Hoje atende a aproximadamente 357 alunos do 1º ano a 8ª série do Ensino Fundamental com a ampliação do Ensino dos Nove Anos, nos período matutino e vespertino, atendendo atualmente 144 alunos no programa Mais Educação. Conta com 44 em uma estrutura formada por 07 salas de aula, 01 sala de direção, 01 sala de professores, 01 sala para especialistas, 01 secretaria, banheiros para alunos e para professores, biblioteca, sala de informática, cozinha, pátio interno e externo e quadra coberta. O colégio está localizado à Rua Ayrton Senna da Silva, nº 94 na localidade de Vila Formosa, Bairro de Forquilhas, Município de São José.

61 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO Para este estudo, os participantes foram selecionados de forma intencional, sendo que o critério de inclusão está na necessidade de o sujeito estar regularmente matriculado no Programa Mais Educação, vinculado a Prefeitura Municipal de São José. A escolha deste grupo para realização da avaliação ocorreu em virtude de parceria entre a Prefeitura Municipal de São José com a Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), uma vez que a instituição apoiou a pesquisa e propiciou que todo o processo de coleta de dados ocorresse durante as atividades que compõem a programação junto ao Mais Educação. Além disto, as crianças e adolescentes inscritas no Programa abrangem a faixa etária alvo da pesquisa, apresentando idades entre 8 e 17 anos. 3.4 PARTICIPANTES Inicialmente foram projetados participarem da pesquisa e coletados dados antropométricos de 604 sujeitos. No entanto, mesmo tendo sido realizado um trabalho de aproximação aos responsáveis e as escolas tendo contribuído com o esclarecimento da importância da participação de todos no estudo, foi constatada grande dificuldade frente ao retorno dos termos de consentimento livre e esclarecidos (TCLE) por parte dos sujeitos. Sendo assim, obteve-se o retorno dos TCLE de apenas aproximadamente 50% dos participantes do programa e participaram do estudo 334 crianças e adolescentes de ambos os sexos, (178 do sexo masculino e 156 do sexo feminino), com limite de idade de 8 a 17 anos. O limite de idade foi estabelecido desta maneira em virtude das equações escolhidas para o cálculo do percentual de gordura corporal propostas por SLAUGTHER et al, (1988). Todos os participantes eram estudantes de cinco escolas da rede municipal de São José que participam do Programa Mais Educação, apoiado pelo Governo Federal. Este programa envolve escolas que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), situadas na cidade de São José. Em

62 61 virtude de parceria existente entre a Prefeitura Municipal de São José e a Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, parte das atividades é desenvolvida na UNISUL, Campus Universitário da Grande Florianópolis Pedra Branca Palhoça, Santa Catarina. Assim, através de uma metodologia de trabalho baseada nos princípios da educação física, as crianças e adolescentes são inseridas em aulas que envolvem estimulação motora terrestre e aquática e a inclusão digital. Está delimitação foi definida em função de que as tabelas de referência que serão utilizadas para avaliar a composição corporal envolvem esta faixa etária. Além disto, as equações escolhidas para cálculo do percentual de gordura também delimitam esta faixa etária. Da mesma forma, o instrumento utilizado para avaliar os estágios da maturação sexual proposto por Tanner (1962), envolve crianças e adolescentes destas idades. 3.5 PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS Inicialmente, foi estabelecido o contato com a direção das escolas e com a Coordenação do Programa Mais Educação, vislumbrando a autorização, mediante a apresentação da proposta de pesquisa. A partir da autorização que foi concedida pelas Escolas, pelo Programa Mais Educação e logo, pela Prefeitura Municipal de São José (APÊNDICE A), foi solicitada a permissão dos pais para que as crianças e/ou adolescentes participassem do estudo através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B) que relata os procedimentos e a intenção da pesquisa, de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (196/96), editadas pela Comissão Nacional de Saúde. Após a obtenção do consentimento por escrito da escola e dos responsáveis, cada criança e/ou adolescente foi consultado quanto ao desejo de participar da pesquisa. Foi assegurado o direito de desistir a qualquer momento. Todos os alunos que preencherem os requisitos exigidos pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISUL e concordaram em participar do estudo, foram avaliados. A partir disto, foram coletados dados antropométricos, dados referentes aos estágios maturacionais e à imagem corporal. A avaliação da maturação sexual foi realizada em local privado, por profissional de educação física do mesmo sexo que a criança ou adolescente para minimizar qualquer constrangimento, sem que houvesse

63 62 qualquer vínculo prévio entre o examinador e os examinados. A coleta foi realizada entre os meses de fevereiro, março e abril do ano de Cada indivíduo que participou da pesquisa recebeu após a avaliação, um relatório contendo os dados coletados e devidos resultados. 3.6 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA A pesquisa foi devidamente submetida e aprovada junto ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina sob protocolo número III (ANEXO A). Todos os envolvidos foram informados sobre os riscos da pesquisa antes de receberem o termo de consentimento livre esclarecido para assinatura dos responsáveis. Mesmo em caso de autorização para participar da pesquisa, foi resguardado a criança e/ou adolescente que, no momento da aplicação do instrumento, podem desistir por qualquer motivo ou desconforto. Foi garantido o sigilo em relação à identidade dos participantes durante o desenvolvimento da pesquisa. 3.7 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE MEDIDA Dados Antropométricos As técnicas, instrumentos e padronizações utilizadas para as coletas de dados referentes à massa, estatura, dobras cutâneas e diâmetros ósseos foram coletadas conforme sugeridas na literatura de Lohman et al. (1988) Massa Corporal e Estatura

64 63 Para coleta massa corporal foi utilizada uma balança da marca Welmy com precisão de 100g e para medida da estatura foi utilizado o antropômetro da própria balança Diâmetros Ósseos Para cálculo de massa óssea foram coletadas com o uso de um paquímetro antropométrico de 22 cm da marca WCS, as medidas dos diâmetros ósseos biestilóide, biepicondiliano do úmero, biepicondiliano do fêmur e bimaleolar, conforme descrição abaixo: Diâmetro Ósseo Biestilóide: Técnica: Referência Anatômica: processo estilóide do rádio (aspecto medial) e da ulna em pronação (aspecto lateral); cotovelo direito fletido (90 graus); Diâmetro Ósseo Biepicondiliano do Úmero: Técnica Referência Anatômica: distância entre epicôndilo medial e lateral do úmero; braço direito fletido (90 graus); deve-se apalpar os epicôndilos medial e lateral do úmero e então mensurar a medida a partir do paquímetro; Diâmetro Ósseo Biepicondiliano do Fêmur: Técnica Referência Anatômica: bordas medial e lateral dos epicôndilos do fêmur é a distância entre os côndilos lateral e medial do fêmur. Deve ser medido com a perna flexionada (90 graus); Diâmetro Ósseo Bimaleolar: Técnica Referência Anatômica: maléolos medial e lateral do pé direito. É a maior entre os maléolos medial e lateral no mesmo plano horizontal. Medido com os pés afastados cerca de 6cm e o peso distribuído igualmente nos dois pés. Deve ser medido posteriormente, porém quando o espaço for insuficiente poderá ser coletado anteriormente Dobras Cutâneas

65 64 Foram coletadas em três tentativas as espessuras das dobras cutâneas do tríceps e subescapular, anotando-se a mediana considerando que a margem entre o menor e o maior valor não superior a 5%. Em caso positivo, os três valores serão descartados e a coleta deverá ser refeita. As seguintes especificações foram seguidas: Dobra Cutânea do Tríceps: Técnica: É vertical, medida no ponto médio entre o acrômio (processo da escápula) e o olécrano (processo da ulna) no lado posterior do braço a marcação deve ser feita com o cotovelo fletido (90 graus) e lateralmente após efetuar a marca, deve-se estendê-la para a parte posterior do braço/ deve ser mensurada a dobra do lado direito do corpo; Dobra Cutânea Subescapular: Técnica: Oblíqua ou diagonal, medida a dois centímetros do ângulo inferior da escápula o corpo deve estar ereto com extremidades relaxadas. Deve-se apalpar a escapular, inferiormente e lateralmente, até que a borda inferior do ângulo for identificada. Principalmente em obesos, geralmente pede-se para que o avaliado coloque seu braço para trás, para que a escápula seja mais fácil identificada Medidas derivadas Após coleta dos dados de massa corporal, estatura, idade, sexo, dobras cutâneas e diâmetros ósseos foram calculados o Índice de Massa Corporal (IMC), o percentual de gordura corporal e o fracionamento da massa corporal em quatro componentes (massa óssea, massa residual, massa gorda e massa muscular) Índice de Massa Corporal (IMC): De acordo com o que foi proposto por Quetelet em 1832, o Índice de Massa Corporal (IMC) foi obtido através da relação entre massa corporal e estatura, a partir da seguinte equação: IMC (Kg/m2) = massa Kg

66 65 (estatura)² m Percentual de Gordura Corporal (%GC) Em virtude de que um dos objetivos do estudo é relacionar o percentual de gordura (%GC) com a maturação sexual, o %GC foi calculado a partir das equações sugeridas por Slaugther et al. (1988), para crianças de 08 a 17 anos, onde são utilizadas as medidas de duas dobras cutâneas (TR tricipital e SB subescapular). As variações que ocorrem na composição corporal, envolvendo percentual de gordura, massa óssea e proporcional entre as partes do corpo, estão presentes de acordo com a raça (FORBES, 1999; HE et al., 2000; VAN LOAN, 1996). Conforme exposto acima, para cálculo do percentual de gordura Slaugther et al. (1988) propuseram equações distintas para brancos e negros que foram respeitadas no cálculo do percentual de gordura. As equações utilizadas são especificadas no quadro 4 para indivíduos de Cor Branca e no quadro 5 para indivíduos de Cor Negra. Quando a soma das dobras cutâneas foi < 35mm Sexo Masculino pré-púbere %GC = 1,21 (TR + SB) 0,008 (TR + SB)² - 1,7 Sexo Masculino púbere %GC = 1,21 (TR + SB) 0,008 (TR + SB)² - 3,4 Sexo Masculino pós-púbere %GC = 1,21 (TR + SB) 0,008 (TR + SB)² - 5,5 Sexo Feminino (independente do estágio puberal) %GC = 1,33 (TR + SB) 0,013 (TR + SB)² - 2,5 Quando a soma das dobras cutâneas foi > 35mm Sexo Masculino (independente do estágio puberal) Sexo Feminino (independente do estágio puberal) %GC = 0,783 (TR + SB) + 1,6 %GC = 0,546 (TR + SB) + 9,7 Quadro 4 Equações para indivíduos de Cor Branca.

67 66 Fonte: Slaugther et al. (1988). Quando a soma das dobras cutâneas foi < 35mm Sexo Masculino pré-púbere %GC = 1,21 (TR + SB) 0,008 (TR + SB)² - 3,5 Sexo Masculino púbere %GC = 1,21 (TR + SB) 0,008 (TR + SB)² - 5,2 Sexo Masculino pós-púbere %GC = 1,21 (TR + SB) 0,008 (TR + SB)² - 6,8 Sexo Feminino (independente do estágio puberal) %GC = 1,33 (TR + SB) 0,013 (TR + SB)² - 2,5 Quando a soma das dobras cutâneas foi > 35mm Sexo Masculino (independente do estágio puberal) Sexo Feminino (independente do estágio puberal) %GC = 0,783 (TR + SB) + 1,6 %GC = 0,546 (TR + SB) + 9,7 Quadro 5 Equações para indivíduos de Cor Negra. Fonte: Slaugther et al. (1988) Fracionamento da Composição Corporal em 4 Componentes. A partir das equações apresentadas no quadro 6, foi determinado o fracionamento da Composição Corporal em 4 componentes.

68 67 Massa Gorda (MG) COMPONENTE EQUAÇÃO MG = Massa Corporal x (%GC/100) Massa Residual (MR) Massa Óssea (MO) Massa Muscular (MM) Para meninos: MR =Massa Corporal x 0,241 Para meninas: MR = Massa Corporal x 0,209 MO = 0,00006 x Estatura x (DO Fêmur + DO Úmero + DO Punho + DO Tornozelo) 2 MM = Massa Corporal (Massa Gorda + Massa Residual + Massa Muscular) Quadro 6 Equações de fracionamento da Composição Corporal. Fonte: MATIEKGA (1921) Estágios da Maturação Sexual Para avaliação dos estágios da maturação sexual foi aplicado o teste proposto por Tanner (1962) para o sexo masculino (ANEXO B) e para o sexo feminino (ANEXO C). Nesta avaliação foram utilizadas figuras comparativas para o desenvolvimento puberal. O autor leva em consideração o estágio de desenvolvimento das mamas (M) e a quantidade de pelos pubianos (P) no sexo feminino. Já no sexo masculino, os critérios envolvem o tamanho e desenvolvimento do genital (G) e a quantidade de pelos pubianos (P). Esta avaliação foi realizada em local reservado por profissional de educação física do mesmo sexo da criança ou adolescente e os dados foram anotados em ficha/relatório. Para as meninas, foi solicitada a informação sobre o uso de depilação para confirmação da avaliação referente à pilosidade pubiana. Vale salientar que o instrumento em questão pode ser considerado subjetivo e este fato pode determinar uma limitação do estudo Escala de Percepção Corporal

69 68 Para obtenção de dados referentes à imagem corporal, foi aplicado o instrumento proposto por Tiggeman e Barret (1998). (ANEXO D) Foram apresentadas nove silhuetas a partir de figuras para que a criança ou adolescente indique qual destas figuras representam a sua imagem atual. Após este momento, foi questionado também qual das silhuetas representa a imagem ideal. Assim, foi possível obter dados referentes à imagem corporal percebida e imagem corporal desejada. A partir disto, foi calculada a diferença entre a imagem corporal percebida e a imagem corporal desejada seguindo a proposta de Stunkard (1983) referente a insatisfação com a imagem corporal. 3.8 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS Variáveis Dependentes Como variáveis dependentes, foram consideradas: o índice de massa corporal, a massa muscular, a massa gorda, a massa óssea e a massa residual Variáveis Independentes O sexo, a idade, a maturação sexual e a imagem corporal foram consideradas como variáveis independentes. 3.9 ESTUDO PILOTO Foi realizado um estudo piloto entre os meses de setembro e outubro de 2010 com objetivo de familiarização do pesquisador e equipe com os processos e técnicas

70 69 de mensuração, assim como possibilidades para análise dos dados. Foi aplicado em 30 sujeitos (15 do sexo feminino e 15 do sexo masculino), estudantes de cinco Escolas da Rede Municipal de São José SC e que encontravam-se devidamente matriculados no Programa Mais Educação, conforme estabelecido como critério para participação na pesquisa. O conteúdo está apresentado integralmente no apêndice C PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS Os dados da pesquisa foram inseridos inicialmente em uma planilha eletrônica e realizados os cálculos necessários para determinação das variáveis derivadas. Cada sujeito foi identificado numericamente, preservando a identidade das crianças. Na sequência os dados foram exportados para o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão Para descrição das variáveis observadas foi utilizada da estatística descritiva através de valores de média, desvio padrão, mínimo, máximo, percentis, frequência absoluta e frequência relativa de acordo com o tipo de variável, sendo os dados apresentados em forma de tabelas. Para verificar a relação entre as variáveis, optou-se pela determinação do coeficiente de correlação de postos de Spearman, representado pela grega ρ (rho). Esta opção segue o descrito por Barro e Reis (2003), como teste adequado para verificar a relação entre variáveis intervalares (Índice de Massa Corporal, Percentual de Gordura, Massa Gorda e Massa Magra) com variáveis ordinais (Imagem Corporal Percebida e Estágio da Maturação) e desta forma não apresentam uma relação linear. Para análise dos valores de ρ, optou-se pela classificação proposta por Pestana e Gageiro (2003), apresentada no Quadro 7, possibilitando descrever uma correlação em palavras dado o valor numérico. Valor observado (positivo ou negativo) Força das associações/relações (positiva ou negativa) 0,00 a 0,20 Muito fraca

71 70 0,20 a 0,39 Fraca 0,40 a 0,69 Moderada 0,70 a 0,89 Forte 0,90 a 1,00 Muito forte Quadro 7 Indicações das associações/relações a partir do valor numérico. Fonte: Adaptado de Pestana e Gageiro (2003). Para avaliar a influência dos quatro componentes da composição corporal (Massa Magra, Massa Gorda, Massa Óssea, Massa Residual) no Índice de Massa Corporal optou-se pelo coeficiente de determinação (r 2 ). Este coeficiente, segundo Thomas e Nelson (2002) indica a porção da variação total em uma medida que pode ser explicada, ou devida a variação na outra medida, sendo o r 2 é determinado pelo quadrado do coeficiente de correlação de Pearson (r) e expresso em percentagem. Os pressupostos de envolver variáveis intervalares e que estas apresentem uma relação linear entre si (BARROS; REIS, 2003) foram observados para a determinação do r de Pearson. Para todos os testes estatísticos foi adotado um nível de confiança de 95% (p<0,05).

72 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados estão apresentados de acordo com os objetivos do estudo. Para organização dos mesmos, optou-se por apresentá-los da seguinte maneira: Inicialmente de forma descritiva, a fim de traçar um perfil dos participantes da pesquisa em termos de: Composição Corporal, Imagem Corporal e Maturação Sexual. Em seguida, a análise inferencial a fim de tentar explicar a relação entre as variáveis da Composição Corporal e Imagem Corporal e a Composição Corporal e Maturação Sexual. 4.1 DESCRIÇÃO DOS DADOS A fim de traçar um perfil dos participantes da pesquisa, primeiramente estão apresentados os dados referentes à idade e composição corporal e na sequência, são apresentados os dados referentes à imagem corporal e maturação sexual. Tabela 1: Distribuição dos sujeitos por idade e sexo. Idade Sexo masculino Sexo feminino Geral 8 anos 35 (19,7%) 43 (27,6%) 78 (23,4%) 9 anos 23 (12,9%) 24 (15,4%) 47 (14,1%) 10 anos 32 (18,0%) 24 (15,4%) 56 (16,8%) 11 anos 19 (10,7%) 30 (19,2%) 49 (14,7%) 12 anos 27 (15,2%) 12 (7,7%) 39 (11,7%) 13 anos 22 (12,4%) 15 (9,6%) 37 (11,1%) 14 anos 9 (5,1%) 6 (3,8%) 15 (4,5%) 15 anos 9 (5,1%) 1 (0,6%) 10 (3,0%) 16 anos 1 (0,6%) 1 (0,6%) 2 (0,6%) 17 anos 1 (0,6%) 0 (0,0%) 1 (0,3%) Total 178 (100,0%) 156 (100,0%) 334 (100,0%) Onde: Frequência absoluta (frequência relativa / coluna)

73 72 A média de idade geral dos sujeitos avaliados foi de 10,5±2,1 anos (mínimo de 8 e máximo de 17), sendo a média para o sexo masculino de 10,8±2,2 anos e para o sexo feminino de 10,2±1,9 anos. Na Tabela 2 são apresentados resultados por sexo e gerais referentes à massa corporal, estatura e Índice de Massa Corporal (IMC). Tabela 2: Massa corporal, estatura e IMC. Massa corporal [kg] Estatura [m] IMC [kg/m 2 ] Sexo masculino (n = 178) 39,9 ± 15,5 (19,1 109,2) 1,42 ± 0,14 (19,1 109,2) 19,2 ± 4,4 (13,3 42,0) Sexo feminino (n = 156) 35,9 ± 11,7 (17,9 87,2) 1,38 ± 0,13 (1,10 1,71) 18,4 ± 3,5 (13,4 33,2) Geral (n = 334) 38,0 ± 14,0 (17,9 109,2) Onde: Média ± desvio padrão (mínimo máximo) 1,40 ± 0,14 (1,10 1,88) 18,8 ± 4,0 (13,3 42,0) Percebe-se que em média, o sexo masculino apresentou maior massa corporal e estatura em relação ao sexo feminino. Este fato reflete-se em um maior IMC também do sexo masculino. A média de idade dos sujeitos do sexo masculino foi ligeiramente maior do que do sexo feminino. De acordo com a WHO (2007), para esta faixa etária média, a estatura média para o sexo masculino, é de 1,41±6,61 m. Já para o sexo feminino é de 1,39±6,44 m A Massa Corporal para meninos é de 31,1 Kg e para meninas é 31,8 Kg. Já o Índice de Massa Corporal médio é de 16,7 kg/m 2 para ambos os sexos. Assim, utilizando a mesma referência proposta em 2007, pode-se classificar a média de IMC do sexo masculino e do sexo feminino como normal. Petroski et al. (2006) sugere que para crianças e adolescentes brasileiros, os pontos de corte desenvolvidos por Conde e Monteiro (2006) sejam os mais adequados para classificar o IMC. Levando em consideração esta proposta, as médias de idades dos sexos feminino e masculino encontradas neste estudo podem ser classificadas como normais, já que o ponto de corte para excesso de peso considerado pelo autor para os meninos é de 19,68 kg/m 2 e para as meninas é de 19,04 kg/m 2.

74 73 No estudo proposto por Guedes e Guedes (1997), os autores analisaram o ganho de estatura, massa corporal e IMC de rapazes e moças entre 7 e 17 anos. Foi constatado que o maior ganho de estatura para as moças ocorreu entre os 10 e 11 anos (7,08 cm e para rapazes entre 13 e 14 anos (6,44 cm). Em relação a massa corporal, para as meninas, o maior ganho ocorreu entre os 10 e 11 anos (5,55 kg) e para os meninos entre os 13 e 14 anos (6,00 kg). Por fim, estes aumentos refletiram no Índice de Massa Corporal, de modo que o maior ganho para o sexo feminino ocorreu entre 10 e 11 anos (1,06 kg/m 2 ) e para o sexo masculino entre 13 e 14 anos (0,97 kg/m 2 ). Segundo os dados de 2008 e 2009 do estudo Pesquisa de Orçamentos Familiares, o perfil antropométrico das crianças catarinenses difere da mediana observada para a mesma faixa etária. Por exemplo, a massa corporal média das crianças catarinenses que possuem 10 anos esta 2,2 kg acima da mediana nacional (36,4% para 34,2%). Ainda, a diferença entre as estaturas encontra-se na casa dos 2cm (141,8% contra 139,9%), o que possivelmente indica diminuição do déficit de crescimento no Estado de Santa Catarina. Assis et al. (2006) colocam que Florianópolis-SC é uma das capitais do Brasil que apresenta níveis altos de sobrepeso e obesidade durante a infância quando comparados a outras cidades, estados e países. Farias Junior e Lopes (2003), tem avaliado a prevalência de sobrepeso e obesidade nas idades entre 7 e 10 anos e 15 e 18 anos. Os percentuais encontrados são de 22,1% de sobrepeso e 11,4% de obesidade. Adami e Vasconcelos (2008), ao analisarem a prevalência de obesidade em 629 escolares entre 10 e 14 anos de Florianópolis-SC, identificaram uma média de prevalência de sobrepeso e obesidade em meninos de 27,8% e 5,8% respectivamente. Já para as meninas, foi encontrada uma prevalência de 16,5% de sobrepeso e de 5,1% de obesidade. Filosof et al. (2000) coloca que foram encontrados números de sobrepeso em crianças e adolescentes na Colômbia (14,0%), na Bolívia (15,2%), no Paraguai (19,8%), no Peru (28,6%) e no Brasil (18,8%). Anjos et al. (1998) analisaram as medidas de massa corporal e estatura de crianças e jovens brasileiros de ambos os sexos do nascimento até 25 anos obtidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição em Constataram que os valores de massa corporal

75 74 levantados tendem a manter-se estáveis entre 6 e 8 anos e aumentam progressivamente até se estabilizarem aos 19 a 20 anos no sexo feminino e aos 20 a 21 anos no sexo masculino. A pesquisa revelou também que as meninas apresentam valores de índice de massa corporal superiores aos meninos a partir dos 12 anos, bem como diferenças entre os percentis extremos. Assim, foi possível afirmar que em linhas gerais, o padrão de evolução do índice de massa corporal no Brasil assemelha-se ao encontrado na França, Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Segundo Dietz (1994), a adolescência é um dos períodos mais críticos da obesidade. Bray (2000), afirma que quando presente nesta fase do ciclo vital, este distúrbio tende a permanecer durante a vida adulta e associa-se de forma significativa a hipertensão arterial e com a hipercolesterolemia, o que representa fator de risco para doença coronariana futura. Estas afirmações ratificam a importância de avaliação adequada e acompanhamento durante esta fase. Denadai et al. (1998) propuseram a intervenção e acompanhamento de atividade física moderada associadas a orientação nutricional em 11 adolescentes obesos com média de idade de 12,8 anos em duas sessões semanais durante nove meses. Ao aferir o IMC inicial e final (após a intervenção), foi constatado que o modelo de intervenção através de exercício físico aeróbio aliado a orientação nutricional é apropriado para o controle precoce da obesidade e para minimização de riscos mórbidos associados, podendo ser considerada como um recurso importante para diminuição de incidência e prevalência da obesidade na vida adulta. Giugliano e Melo (2004), colocam que não há dúvidas quanto ao aumento da obesidade em crianças, porém afirmam que persistem questões sobre o melhor critério diagnóstico nesta faixa etária. Fisberg (1995) cita que o peso por estatura em crianças e o IMC em adolescentes seriam os melhores indicadores. Porém, o autor coloca dificuldades na avaliação da composição corporal em crianças e também desconhecimento quanto aos limites de percentual de gordura associados aos riscos em relação à saúde nesta faixa de idade. Davies e Preece (1989) também admitem ser insatisfatório o número de técnicas para o estudo da composição corporal em crianças e adolescentes ao comparar-se aos adultos. Giugliano e Melo (2004) sugerem que parte deste problema, pode ser atribuído às alterações na composição corporal que ocorrem durante o processo fisiológico do crescimento. Malina e Bouchard (1991), afirmam que estas alterações referem-se principalmente às porcentagens de gordura, músculos e ossos.

76 75 Ao considerar estes dados, é importante ressaltar que a validade da utilização do IMC para diagnosticar sobrepeso e obesidade é baseada na correlação que apresenta com a gordura corporal. Entretanto, o índice não distingue os componentes, ou seja, não considera o que refere-se a massa gorda, a massa muscular, a massa residual e a massa óssea. Este fato dificulta a diferenciação entre o sobrepeso causado por excesso de gordura ou de massa muscular (SIGULEM et al., 2000). Considera-se esta limitação ainda maior durante o processo de maturação sexual, principalmente na adolescência, quando o jovem apresenta um aumento progressivo do IMC. Por este motivo, mais a frente serão apresentados os dados do fracionamento da massa corporal em quatro componentes, permitindo uma melhor avaliação. A seguir, a tabela 3 que refere-se aos dados de dobras cutâneas tricipital e subescapular de ambos os sexos. Tabela 3: Dobras cutâneas (em mm). Dobras cutâneas (DC) Sexo masculino (n = 332) Sexo feminino (n = 332) Geral (n = 332) Tricipital 12,2 ± 6,5 (4,2 35,0) 13,9 ± 5,9 (4,2 35,5) 13,0 ± 6,3 (4,2 35,5) Subescapular 10,1 ± 7,2 (3,9 40,0) 11,4 ± 6,7 (4,4 37,5) 10,7 ± 7,0 (3,9 40,0) Σ DC 22,3 ± 13,3 (8,2 73,3) Onde: Média ± desvio padrão (mínimo máximo) 25,3 ± 12,2 (11,0 69,8) 23,7 ± 12,9 (8,2 73,3) Pode-se observar que as dobras cutâneas tricipital e subescapular apresentam valores mais elevados no sexo feminino. Guedes e Guedes (1997) propõem que embora as meninas em todas as idades consideradas apresentaram valores médios mais elevados do que os meninos, foi a partir dos 12 anos na região tricipital e dos 15 anos na região subescapular que as diferenças tornaram-se ainda mais significantes.

77 76 Montañes et al. (2007) demonstraram que a dobra cutânea tricipital pode ser considerada um forte indicador de dislipidemias e hipertensão arterial em crianças. Seguindo este raciocínio, a dobra cutânea subescapular pode ser entendida como um bom indicador de adiposidade. Misra et al. (2007) complementa que esta última dobra cutânea em comparação com IMC e com a Composição Corporal tem melhor capacidade para predizer fatores de risco cardiovascular em adolescentes. De acordo com Guedes e Guedes (1997), a superioridade das moças em relação aos rapazes quanto à quantidade de gordura subcutânea na adolescência deve ser atribuída, numa proporção mais elevada aos depósitos de gordura localizados mais nas extremidades do corpo do que na parte central. No estudo proposto por Guedes e Guedes (1997), a principal diferença entre as meninas de mais idade para as mais jovens parece ter ocorrido na quantidade de gordura subcutânea, entre os meninos as maiores diferenças constatadas foram referentes à disposição dos depósitos regionais de adiposidade, sendo que a tendência de concentração de gordura é mais centralizada com o avanço da idade. Outros estudos sobre a distribuição de gordura subcutânea também concluíram resultados semelhantes que corroboram na sugestão de que esta é uma tendência esperada quanto a distribuição do tecido adiposo nesta faixa etária (GUEDES, 1982; KEMPER; VERSCHUUR, 1985; MALINA; BOUCHARD, 1988). Em estudo realizado por Forbes (1986), que levou em consideração a idade cronológica, constatou que à medida que a maturação progride de um estágio inicial para o estágio pleno, a dobra cutânea tricipital aumenta nas meninas e diminui progressivamente nas meninos. O decréscimo da taxa de aumento da gordura corporal com a idade é de menor intensidade no tronco do que nos membros. Isto pode ser explicado pois a espessura da dobra cutânea subescapular continua aumentando também no sexo masculino, contrariamente do que ocorre com a dobra tricipital (TANNER; WHITEHOUSE, 1975). A proporção apresentada pelas medidas de espessura das dobras cutâneas nas regiões subescapular e tricipital são fundamentais para os indicadores referenciais visto que apontam interesses junto a monitoramento dos índices de saúde de crianças e adolescentes, uma vez que a medida da gordura subcutânea exerce função importante frente a variação das funções metabólicas, consideradas junto a gordura corporal total, com um dos fatores de risco mais significativo

78 77 associado ao aparecimento de doenças degenerativas (BJORNTORP, 1985). Com isto, Guedes e Guedes (1997) colocam que ao controlar e ratificar a importância deste acompanhamento e diagnóstico quanto à distribuição de gordura subcutânea na parte central e extremidades do corpo, pode-se auxiliar na minimização de possíveis disfunções metabólicas durante a infância e adolescência que possivelmente poderiam provocar o surgimento de distúrbios patológicos na fase adulta. Seguem abaixo as figuras 1 e 2, que apresentam a distribuição das espessuras e soma das dobras cutâneas tricipital e subescapular em função da idade para os sexos masculino e feminino. 60,0 48,0 mm 36,0 24,0 12,0-8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos Triciptal 10,2 11,0 14,5 14,3 12,8 12,1 15,2 11,8 17,8 8,4 Subescapular 7,8 8,8 11,8 11,0 10,4 11,8 18,5 11,4 11,6 9,2 17 anos Σ DC 18,0 19,8 26,3 25,4 23,2 23,9 33,8 23,2 28,8 17,7 Figura 1 Distribuição das espessuras e soma das dobras cutâneas em função da idade para o sexo masculino. Contrapondo os dados apresentados no estudo de Forbes (1986), a dobra cutânea tricipital dos sujeitos do sexo masculino teve uma leve diminuição entre os 10 e 13 anos, porém entre os 13 e 17 anos, os valores oscilaram entre aumento e diminuição. Entretanto, os dados referentes à dobra cutânea subescapular corroboram com a pesquisa realizada por Tanner e Whitehouse (1975), visto que a espessura encontrada é menor do que na dobra cutânea tricipital, considerando que com o avanço da idade, a concentração de gordura corporal tende a ser menor no tronco do que nos membros. Em relação ao somatório das dobras cutâneas, os valores identificados demonstraram uma grande oscilação de aumento e diminuição

79 78 da espessura com o avanço da idade. No estudo proposto por Guedes e Guedes (1997), a média do somatório aumentou com o passar dos anos. 60,0 48,0 mm 36,0 24,0 12,0-8 anos 9 anos 10 anos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos Triciptal 12,2 13,3 14,2 15,9 13,8 13,5 15,2 20,5 27,5 Subescapular 10,4 11,4 11,0 12,6 11,1 11,0 12,9 11,4 27,5 Σ DC 22,6 24,7 25,3 28,4 24,9 24,5 28,1 32,1 55,0 Figura 2 Distribuição das espessuras e soma das dobras cutâneas em função da idade para o sexo feminino. No sexo feminino, observa-se que a dobra cutânea tricipital aumentou progressivamente com o avanço da idade. Este resultado semelhante foi encontrado na pesquisa de Forbes (1986), Guedes e Guedes (1997) e Santos et al. (2007). A dobra subescapular aferida em todas as idades, foi mantida em valores mais baixos do que a dobra tricipital e ainda que em espessuras e proporções menores, também aumentou progressivamente com o avanço da idade. Na Tabela 4, são contemplados dados referentes ao percentual de gordura e aos fracionamento da massa corporal em quatro componentes, distinguindo a quantidade em quilos referente a massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual.

80 79 Tabela 4: Percentual de gordura e fracionamento da composição corporal. Sexo masculino (n = 176) Sexo feminino (n = 156) Geral (n = 332) Percentual de gordura [%] 19,4 ± 10,5 (5,0 59,0) 21,8 ± 7,9 (10,6 47,8) 20,5 ± 9,4 (5,0 59,0) Massa Gorda [kg] 8,5 ± 8,3 (1,0 63,9) 8,4 ± 5,8 (2,3 41,7) 8,5 ± 7,2 (1,0 63,9) Massa Muscular [kg] 16,2 ± 5,3 (5,9 37,1) 15,8 ± 3,9 (7,5 26,1) 16,0 ± 4,7 (5,9 37,1) Massa óssea [kg] 5,1 ± 1,5 (2,5 10,4) 4,2 ± 1,0 (2,2 7,1) 4,7 ± 1,4 (2,2 10,4) Massa residual [kg] 9,4 ± 3,4 (4,6 26,3) Onde: Média ± desvio padrão (mínimo máximo) 7,5 ± 2,5 (3,7 18,2) 8,5 ± 3,1 (3,7 26,3) Pode-se observar que a média de percentual de gordura do sexo masculino foi aproximadamente 2% menor do que no sexo feminino. De acordo com classificação proposta por Lohman (1987) apresentada no quadro abaixo, que leva em consideração as duas dobras cutâneas coletadas no presente estudo (TR + SB), a média de percentual de gordura encontrada para meninos e para meninas podem ser consideradas em nível ótimo. Sexo masculino Valor observado Sexo feminino Classificação Até 6,0 Até 12,0 Muito baixo 6,1 10,0 12,1 15,0 Baixo 10,1 20,0 15,1 25,0 Ótimo 20,1 25,0 25,1 31,0 Moderadamente alto 25,1 31,0 31,1 35,5 Alto Maior que 31,0 Maior que 35,5 Muito alto Quadro 8 Classificação de Percentual de Gordura (%G). Fonte: Adaptado de Lohman (1987).

81 80 Assim, é possível perceber que a maioria dos sujeitos do presente estudo apresentou este índice dentro dos padrões considerados normais. Estes resultados apresentam-se de forma similar ao estudo realizado por Pires (2002), ao analisar escolares da região de Florianópolis SC e Lopes (1999), em estudo com crianças de diferentes grupos étnico-culturais do Estado de Santa Catarina. Diniz et al. (2006), ao pesquisarem o percentual de gordura de escolares de ambos os sexos entre 8 e 11 anos de Ijuí RS, também constataram que grande parte dos sujeitos apresentou nível considerado adequado para a saúde. Santos et al. (2007), ao avaliarem meninas não atletas entre 7 e 17 anos, observaram uma média de percentual de gordura de 27,2% e média de massa gorda de 14,2 Kg. Resultados que apontam valores mais elevados do que os observados no presente estudo. Isto pode ocorrer pois a concentração de crianças e adolescentes da pesquisa realizada por Santos et al. (2007) foi maior nas fases púberes e pós-púberes, contrapondo-se às características da maioria dos sujeitos do presente estudo. Em virtude de que os sujeitos da presente pesquisa apresentaram idade cronológica média entre os 10 e 11 anos, as diferenças entre os percentuais de gordura e logo dos componentes da massa corporal (massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual) não apresentaram grandes variações entre os sexos. Isto pode ocorrer, pois os eventos da puberdade geralmente se dão posteriormente a esta fase. Nos próximos capítulos, será possível verificar de que maneira reage o percentual de gordura e logo o aumento e/ou diminuição de massa gorda e massa muscular a medida que os estágios da maturação sexual avançam em ambos os sexos. A seguir, a tabela 5 apresenta dados referentes à imagem corporal percebida e imagem corporal desejada indicada pelos sujeitos em geral e por divisão de sexo.

82 81 Tabela 5: Imagem corporal percebida e desejada. Escala da Silhueta Sexo masculino Sexo feminino Geral IP ID IP ID IP ID 1 10 (5,6%) 6 (3,8%) 8 (4,5%) 7 (4,5%) 16 (4,8%) 15 (4,5%) 2 13 (7,3%) 13 (8,3%) 12 (6,7%) 9 (5,8%) 26 (7,8%) 21 (6,3%) 3 26 (14,6%) 10 (10,8%) 33 (18,5%) 11 (7,1%) 36 (10,8%) 44 (13,2%) 4 48 (27,0%) 26 (16,7%) 44 (24,7%) 30 (19,2%) 74 (22,2%) 74 (22,2%) 5 35 (19,7%) 52 (33,3%) 48 (27,0%) 68 (43,6%) 87 (26,0%) 116 (34,7%) 6 29 (16,3%) 30 (19,2%) 26 (14,6%) 26 (16,7%) 59 (17,7%) 52 (15,6%) 7 14 (7,9%) 17 (10,9%) 7 (3,9%) 5 (3,2%) 31 (9,3%) 12 (3,6%) 8 2 (1,1%) 2 (1,3%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 4 (1,2%) 0 (0,0%) 9 1 (0,6%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (0,3%) 0 (0,0%) Total 178 (100%) 178 (100%) 156 (100%) 156 (100%) 334 (100%) 334 (100%) Onde: Frequência absoluta (frequência relativa) Nota-se que aproximadamente 80% dos sujeitos do sexo masculino se percebem e se desejam entre as silhuetas 3 e 6 e se desejam entre as silhuetas 3 e 6, sendo a maior concentração de percepção na silhueta 4 e de desejo na silhueta 5. Da mesma maneira, no sexo feminino, aproximadamente 80% das meninas se percebem e se desejam entre as silhuetas 3 e 6, sendo a maior concentração de percepção e de desejo na silhueta 5. Ao adotar a classificação para Imagem Corporal Percebida colocada por Madrigal-Fritsch et al. (1999), onde silhueta 1 representa baixo peso, entre as silhuetas 2 e 5 eutrofia, silhuetas 6 e 7 sobrepeso, e 8 e 9 obesidade, pode-se considerar que mais da metade dos sujeitos de ambos os sexos do presente estudo classificam-se em termos de imagem corporal percebidas como eutróficos. Stunkard (1983), diz que a silhueta percebida é a real e a desejada a ideal. Acrescenta que a discrepância entre estas mede o grau de insatisfação com a imagem corporal. Em linhas gerais, esta discrepância se dá a partir da subtração da imagem corporal percebida da imagem corporal desejada. Quando este valor é positivo (exemplo: icp=5 / imd=4), significa que o sujeito apresentou desejo de

83 82 diminuir a imagem corporal. Quando o valor é negativo (exemplo: icp=5 / imd=6), significa que o sujeito apresentou desejo em aumentar a imagem corporal. As questões colocadas para esta escala, são as mesmas colocadas para a escala presente no estudo em questão, proposta por Tiggeman e Barret (1998) adaptada para crianças e adolescentes. Segue abaixo a figura 3 que coloca a diferença entre a imagem corporal percebida e a imagem corporal desejada dos sexos masculino e feminino do presente estudo, seguindo a proposta de Stunkard (1983) referente a insatisfação com a imagem corporal. 140 Frequência absoluta masculino feminino Total Figura 3 Diferença entre imagem corporal percebida e imagem corporal desejada para os sexos feminino e masculino Ao aplicar a proposta de Stunkard (1983) junto aos sujeitos que compõem a amostra do presente estudo, nota-se que 35% dos sujeitos encontra-se satisfeito com a imagem corporal atual. Sendo que destes, há pouca variação de satisfação entre os sexos. Entre os meninos, cerca de 34% encontram-se satisfeitos com sua imagem corporal atual, aproximadamente 36% apresentou desejo em diminuir a imagem corporal, enquanto que cerca de 30% apresentou desejo em aumentar a imagem corporal. Em contrapartida, no sexo feminino, 34% encontram-se satisfeitas com a imagem corporal atual, 40% manifestou desejo em diminuir a imagem corporal e 26% esboçaram vontade em aumentar a imagem corporal. Savoia (2003) afirma que principalmente nas meninas, a preocupação com o corpo esbelto e esguio, pode provocar distúrbios nutricionais com consequências

84 83 graves para a saúde. Assim, a insatisfação com a imagem corporal parece ser mais elevada no sexo feminino. Gardner et al,.(2003) coloca que isto pode ser constatado até mesmo em crianças. No sexo masculino, a insatisfação com a imagem corporal também está relacionada com as desordens alimentares, como anorexia e bulimia nervosa (KEEL et al., 1997; LEON et al., 1995). Fernandes (2007) afirma que a insatisfação corporal não é exclusiva do sexo feminino e na pesquisa realizada pela autora, o percentual desta foi maior no sexo masculino, corroborando com os dados encontrados por Furnham e Calnan (1998). Ricciardelli e McCabe (2001), afirmam que possivelmente a preocupação com a imagem corporal está relacionada com sexo, idade, cor, grupos étnicos e índice de massa corporal. No próximo capítulo, será possível verificar a correlação existente entre a imagem corporal e o índice de massa corporal. Em estudo realizado por Robinson et al. (2001), foi colocado que meninas asiáticas americanas podem relatar menos insatisfação com a imagem corporal do que crianças brancas latinas. Os mesmo autores afirmam que crianças africanas americanas têm preferência a uma figura corporal maior do que as figuras percebidas em contrapartida que as crianças caucasianas têm o desejo de uma imagem corporal mais magra do que a percebida. Sem dúvida, cada vez mais em função da globalização mundial e da valorização exagerada na imagem perante os veículos de comunicação, a imagem reconhecida como a ideal vem se tornando progressivamente mais magra. Com isto, segundo Labre (2002), a proporção de indivíduos insatisfeitos com suas aparências físicas vem aumentando durante as os últimos anos, sendo que em menores proporções nos países ocidentais. Na Noruega, foi observado um aumento da insatisfação corporal entre os anos de 1992 e 2002 (STORVOLL ET AL,. 2005). Cuadrado et al. (2000), ao estudarem a imagem corporal percebida e atitudes para emagrecer de crianças e adolescentes entre 12 e 18 anos na Espanha, constataram que 56% das meninas e 27% dos meninos identificaram insatisfação com a massa corporal, mesmo apesar da baixa prevalência de sobrepeso encontrado (10% para o sexo feminino e 6% para o sexo masculino). Em pesquisa realizada por Ducan et al. (1985), ao estudarem os efeitos da maturação puberal sobre a imagem corporal, comportamento escolar e desvios de conduta de adolescentes entre 12 e 17 anos norte-americanos, identificaram que os meninos que encontravam-se no início da puberdade demonstraram mais satisfação

85 84 corporal (24% desejava ser magro). Enquanto que as meninas desta mesma fase do desenvolvimento puberal, demonstraram maior insatisfação com a imagem corporal (69% desejava ser magra). Em estudo desenvolvido por Fernandes (2007) envolvendo 1183 crianças e adolescentes entre seis e 18 anos de Belo Horizonte, foi encontrado que 28,9% dos sujeitos gostariam de ser mais gordos, 37,4% sentem-se bem com o corpo e 33,7% gostariam de ser mais magros. A mesma autora observa que mesmo em crianças mais novas, o número de indivíduos insatisfeitos com o seu corpo é elevado. Estes dados assemelham-se aos encontrados em pesquisa de Triches e Giugliani (2007) e são inferiores ao estudo proposto por Pinheiro (2003). Heinberg e Thompson (1992) colocam que algum nível de insatisfação corporal pode ser benéfico para sujeitos com valores de IMC na média ou acima dela, uma vez que pode estimular comportamento saudáveis de controle de peso. Quando a preocupação com a imagem corporal é muito pequena, os indivíduos podem não assumir comportamentos positivos relacionados a alimentação e atividade física. No Brasil, em estudo realizado em Porto Alegre-RS, Pinheiro e Giugliani (2006) verificaram a prevalência da insatisfação corporal em meninas e meninos, sendo que 81% e 55% desejavam ser mais magros respectivamente e 28% dos meninos desejavam ter um corpo maior. A seguir, a tabela 6 representa a distribuição dos sexos masculino e feminino de acordo com os estágios da maturação do genital e pelos pubianos, mamas e pelos pubianos respectivamente segundo TANNER (1962). Tabela 6: Estágios da Maturação Sexual. Estágios da Maturação Sexual Sexo masculino Sexo feminino Idade Genitália Pelos Idade Mamas Pelos 1 9,2±1,7 37 (20,8%) 66 (37,1%) 8,9±1,1 54 (34,6%) 79 (50,6%) 2 10,1±1,6 77 (43,3%) 63 (35,4%) 10,0±1,5 58 (37,2%) 41 (26,3%) 3 12,0±1,9 41 (23,0%) 26 (14,6%) 11,5±1,6 34 (21,8%) 26 (16,7%) 4 13,6±1,2 18 (10,1%) 21 (11,8%) 13,1±1,6 7 (4,5%) 10 (6,4%) 5 12,8±3,1 5 (2,8%) 2 (1,1%) 14,0±2,0 3 (1,9%) 0 (0,0%)

86 85 Total (100%) 178 (100%) (100%) 156 (100%) Onde: em idade: Média ± desvio padrão; demais: Frequência absoluta (frequência relativa) Pode-se perceber que em ambos os sexos, as maiores concentrações dos sujeitos referentes aos estágios da maturação sexual propostos por Tanner (1962), encontram-se entre os estágios 1, 2 e 3. Em relação a pilosidade, observa-se que da mesma forma que na genitália e nas mamas, grande parte dos sujeitos de ambos os sexos encontram-se entre os estágios 1, 2 e 3. O baixo número de sujeitos nos estágios 4 e 5 se devem à faixa etária da presente amostra, com média de idade de 10,8±2,2 anos para o sexo masculino e de 10,2±1,9 anos para o sexo feminino. Segundo o autor, o estágio 1 refere-se a fase infantil ou pré-puberal, os estágios 2, 3 e 4 referem-se às fases púberes e o estágio 5 refere-se à fase adulta ou pós púbere. Assim, pode-se colocar que em tanto no sexo masculino quanto no sexo feminino, a maioria dos sujeitos classifica-se no período pré-púbere e púbere. Chipkevitch (2001), descreve os estágios de maturação da genitália masculina da seguintes maneira: no estágio 1, os meninos apresentam pênis, testículos e escroto de tamanho e proporções infantis. No estágio 2, há um aumento inicial do volume testicular, a pele escrotal torna-se mais avermelhada e o aumento do pênis é mínimo ou ausente. Já no estágio 3, o crescimento peniano é notável principalmente em cumprimento e há crescimento também dos testículos e escroto. No estágio 4, o crescimento do pênis continua principalmente em diâmetro e com maior desenvolvimento da glande. Os testículos também crescem e a pele se torna mais pigmentada. No estágio 5 há o desenvolvimento completo da genitália que assume tamanho e forma da fase adulta. O mesmo autor, descreve os estágios de maturação das mamas no sexo feminino. Define que no estágio 1, a mama é do tamanho infantil, com elevação somente da papila. No estágio 2, há o aparecimento do broto mamário, caracterizado com um aumento inicial da glândula mamária, com elevação da aréola e papila, formando uma pequena saliência. O diâmetro e textura da aréola é modificado. No estágio 3, há maior aumento da mama e da aréola, mas sem separação de seus contornos. O estágio 4 é marcado por uma ainda maior crescimento da mama e da aréola, sendo que é formado uma segunda saliência acima do contorno da mama. Por fim, o estágio 5 corresponde a fase final, onde as

87 86 mamas atingem o aspecto adulto e o contorno areolar novamente é incorporado ao contorno da mama. Em relação aos pelos pubianos em ambos os sexos, no estágio 1 há ausência dos pelos, podendo haver uma penugem semelhante a da parede abdominal. No estágio 2, aparecem alguns pelos longos e finos, levemente pigmentados, na base do pênis e nos grandes lábios. No estágio 3, percebe-se uma maior quantidade de pelos, agora mais grossos, escuros e encaracolados que se espalham pela sínfise púbica. No estágio 4, os pelos já são do tipo adulto, cobrindo densamente a região púbica, sem ainda atingir a face interna das coxas. Por último, o estágio 5 é marcado pela pilosidade pubiana igual a do adulto, em quantidade e distribuição, invadindo a face interna das coxas (CHIPKEVITCH, 2001). Chipkevitch (1995) afirma que alguns adolescentes poderão estar em diferentes fases para cada uma das características, em virtude de que a maturação das mesmas obedece a mecanismos genéticos e hormonais distintos. A maioria não diverge entre os dois componentes mais do que um estágio. Em alguns casos em que esta divergência é maior, pode ser um sinal de patologia. Parent et al. (2003) ao fazerem uma revisão de estudos sobre a maturação sexual, colocam que a idade de início da puberdade, é determinada pelo estágio 2 do desenvolvimento das mamas, segundo o critério de Tanner (1962) em meninas de diversos países, sendo o valor médio de idade do respectivo estágio de 10,5 anos. Sun et al. (2002) afirma que dados têm apontado a idade de 10 anos para o início da puberdade dos meninos, identificada também pelo estágio 2, de acordo com o desenvolvimento da genitália. Em relação ao estágio 5, o desenvolvimento das mamas no sexo feminino e da genitália no sexo masculino se estende até os 15 e 16 anos de idade (SUN ET AL., 2002; MALINA; BOUCHARD, 1991). Em estudo realizado por Ré et al. (2005), os meninos entre 10 e 11 anos se encontravam nos estágios 2 e 3 de maturação. Na faixa etária de 12 anos, observou-se maior distribuição entre os estágios, sendo eles 2, 3 e 4. Em estudo realizado no Brasil envolvendo 6765 adolescentes entre 10 e 19 anos, Colli (1988) evidenciou que de modo geral, a maturação sexual se inicia um ano mais cedo no sexo feminino, quando comparado ao masculino. Nas meninas, o início do desenvolvimento puberitário ocorreu geralmente até os 13 anos, a partir do crescimento das mamas e dos pelos púbicos, quase que simultaneamente. Já no

88 87 sexo masculino, o início ocorreu até os 14 anos, a partir do desenvolvimento da genitália e dos pelos pubianos. De Sanctis et al. (2000) afirmam que a maturação sexual considerada precoce ocorre quando se instala em uma idade que corresponde a mais de dois desvios padrão abaixo da idade média de instalação da mesma na população referencia. Isto significa quando os eventos puberais esteroides sexuais ocorrem abaixo dos oito anos de idade no sexo feminino e dos nove anos no sexo masculino. A WHO (1995) afirma que para o sexo masculino, o estágio 3 de desenvolvimento da genitália foi considerado marcador biológico inicial do estirão puberal, enquanto que a mudança no timbre da voz foi entendido como marcador biológico final. O estágio 3, precede aproximadamente, um ano o pico da velocidade máxima do crescimento. Já a mudança no timbre da voz ocorre aproximadamente um ano depois do pico máximo de velocidade do crescimento. Para o sexo feminino, o estágio 2 de desenvolvimento das mamas foi considerado como marcador biológico inicial do estirão da puberdade, enquanto que a menarca foi compreendida como marcador biológico final. O estágio 2 ocorre aproximadamente um ano antes do pico de velocidade do crescimento e a menarca, se dá aproximadamente um ano após o pico máximo de velocidade do crescimento (WHO, 1995). Ao considerar a velocidade de crescimento, é possível identificar se um adolescente com estatura baixa para a idade, iniciou ou não o estirão puberal. Isto também auxilia na avaliação do estado nutricional e por consequência, na avaliação das alterações antropométricas e de composição corporal. Sem dúvida, isto possibilita o direcionamento de toda a intervenção (SIERVOGEL, ET AL., 2003; WHO, 1995). 4.2 RELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS Os resultados estão abaixo apresentados em forma de tabelas e gráficos a fim de esclarecer o grau de correlação entre as variáveis do presente estudo. A tabela 7 apresenta o nível de correlação entre o Índice de Massa Corporal e os Estágios da Maturação Sexual para os sexos feminino e masculino.

89 88 Tabela 7: Valores de ρ para as correlações entre o Índice de Massa Corporal e os Estágios da Maturação Sexual. Estágios da Maturação Sexual * p < 0,05 Sexo masculino Sexo feminino Genitália Pelos Mamas Pelos IMC 0,31 * 0,39 * 0,53 * 0,37 * Observa-se que o coeficiente de correlação de (Spearman) entre o IMC e o estágio de maturação sexual embora considerado estatisticamente significante, para o sexo masculino foi fraco e para o sexo feminino foi moderado. A variação entre os estágios da maturação sexual pode explicar estes resultados. Ao avaliar crianças e adolescentes entre 8 e 18 anos, Castilho (2001) encontrou resultados semelhantes aos do presente estudo. Yalcin e Kinik (1999), ao estudarem transversalmente 167 adolescentes do sexo feminino, entre 9 e 16 anos, identificaram que o IMC se correlacionou positivamente com os estágios de maturação das mamas (r=0,79) e também com a idade cronológica. No entanto, quando foram consideradas independente da idade, meninas que se encontravam em um mesmo estágio de desenvolvimento mamário, o IMC deixou de se correlacionar com a idade cronológica. Estes valores demonstram que a avaliação do IMC de acordo com o estágio maturacional e de acordo com a idade cronológica em crianças e adolescentes, apresenta limitações. Por este fato é importante que os diagnósticos de saúde, as avaliações e os acompanhamentos que envolvem crianças e adolescentes devem levar em consideração a análise da composição corporal frente aos estágios da maturação sexual. Diversos estudos tem mostrado a associação entre indicadores maturacionais e a obesidade em meninas (HIMES ET AL., 2004; RIBEIRO ET AL., 2006). A tabela 8 e a figura 4 correspondem à distribuição do IMC de acordo com estágio de maturação das mamas para o sexo feminino.

90 89 Tabela 8: Distribuição do IMC de acordo com os estágios de maturação das mamas para o sexo feminino. Estágio n med ± dp min p5 p10 p25 p50 p75 p90 p95 max ,3 ± 1,8 13,4 14,2 14,5 15,1 15,8 17,5 18,9 19,6 23, ,7 ± 3,3 14,7 15,0 15,1 16,3 17,7 20,7 23,7 25,3 27, ,0 ± 3,3 14,5 15,0 16,0 17,5 19,5 22,3 25,2 26,5 27, ,3 ± 5,5 16,4 16,4 16,4 18,7 21,2 24, , ,2 ± 5,3 18,5 18,5 18,5 18,5 24, ,1 Onde: med = média; dp = desvio padrão; min = mínimo; p = percentil; max = máximo Figura 4 Distribuição do IMC de acordo com os estágios de maturação das mamas para o sexo feminino. Percebe-se que no sexo feminino, o IMC aumenta na proporção que o estágio maturacional avança, ao passar no p50 de 15,8 kg/m 2 no estágio 1 para 24,8 kg/m 2 no estágio 5. Na pesquisa realizada por Castilho (2001), este valor do IMC passou de 17,0 kg/m 2 no estágio 1 para 21,5 kg/m 2 no estágio 5.

91 90 Nas meninas, o estirão do crescimento marca o início da maturação sexual. As mamas começam o desenvolvimento no estágio 2, à medida que a velocidade de crescimento aumenta (TANNER, 1962; MARSHALL, 1977; TANNER, 1986). Em estudo realizado por Díaz et al. (1996), foi considerado o IMC de acordo com o grau de maturação sexual frente a avaliação do estado nutricional de adolescentes entre 7 e 17 anos, de ambos os sexos. Concluíram que o IMC aumenta significativamente a cada estágio de maturação sexual, entre 0,5 e 1,3 kg/m 2. A partir disto, foi proposta uma classificação de IMC para avaliação nutricional, segundo o estágio da maturação sexual para adolescentes. Assim, foram considerados como ponto de corte de percentil 10 e percentil 90 para diagnóstico de baixo peso e sobrepeso respectivamente. Sendo desta forma, os sujeitos do sexo feminino que se encontravam nos estágios 2 com valores de IMC acima de 21,0 kg/m 2, com aumento de 1 kg/m 2 em cada estágio de desenvolvimento puberitário, atingindo o valor de 24,0 kg/m 2 no estágio 5. Foster et al. (1977), realizaram pesquisa em Lousiana, Estados Unidos, envolvendo 3524 crianças e adolescentes e identificaram que em meninas com maior massa corporal, a maturação sexual ocorreu mais cedo. Esta diferença não foi observada no sexo masculino. Santos et al. (2007) avaliaram meninas atletas e não atletas entre 7 e 17 anos e encontraram no grupo de não atletas médias de IMC de 18,16 kg/m 2, 20,31 kg/m 2 e 22,35 kg/m 2, nos estágios pré-púbere, púbere e pós-púbere respectivamente. Estes resultados corroboram com os valores encontrados na presente pesquisa. De acordo com Barbosa et al. (2006), o diagnóstico de sobrepeso que considera o estágio de desenvolvimento puberitário apresenta maior sensibilidade em relação a proposta clássica. Adami e Vasconcelos (2008), afirmam que meninas com maturação sexual precoce têm maiores prevalências de sobrepeso e obesidade. A tabela 9 e a figura 5 correspondem à distribuição do IMC de acordo com estágio de maturação da genitália para o sexo masculino.

92 91 Tabela 9: Distribuição do IMC de acordo com os estágios de maturação da genitália para o sexo masculino. Estágio n med ± dp min p5 p10 p25 p50 p75 p90 p95 max ,8 ± 2,6 14,6 15,1 15,5 16,1 17,0 18,5 20,9 24,2 27, ,7 ± 4,3 14,4 14,6 15,3 16,2 17,3 20,0 24,3 29,3 39, ,6 ± 5,2 14,6 14,8 15,7 16,8 19,1 23,3 26,5 29,2 42, ,6 ± 5,3 13,3 13,3 17,1 18,4 18,9 20,9 31, , ,0 ± 4,0 14,0 14,0 14,0 18,1 22,3 23, ,1 Onde: med = média; dp = desvio padrão; min = mínimo; p = percentil; max = máximo Figura 5 Distribuição do IMC de acordo com os estágios de maturação da genitália para o sexo masculino. Observa-se que no sexo masculino, o IMC aumenta na proporção que o estágio maturacional avança do 1 para o 3, ao passar no p50 de 17,00 kg/m 2 no estágio 1 para 19,1 kg/m 2 no estágio 3. Deste estágio para o 4, há uma leve queda e logo um aumento ao chegar no último estágio. Esta diminuição do IMC do entre os estágios 3 e 4, pode ser explicada pois os meninos iniciam a puberdade em média

93 92 cerca de dois anos depois do que as meninas e iniciam a maturação do genital por volta do estágio 2, antes de iniciar a aceleração do crescimento. Quando atingem esta fase, já encontram-se no estágio 3, ocasionando uma diminuição no IMC, já que este representa a relação entre massa e estatura 2 (TANNER, 1962; MARSHALL, 1977; TANNER, 1986). Em pesquisa realizada por Linhares et al. (2009) envolvendo meninos atletas entre 10 e 14 anos identificaram o aumento progressivo do IMC entre os estágios 1 e 2, uma leve queda entre os estágios 2 e 3 e posterior aumento ao avançar nos estágio 4 e 5. Foi constatado também que os resultados apontam diferença significativa entre os estágios puberais na massa corporal, na estatura e logo, no IMC. Zeferino et al. (2003) afirmam que a estatura, a massa corporal e o IMC estão relacionados ao crescimento e desenvolvimento de jovens que possuem ritmos biológicos distintos, principalmente durante a puberdade que é caracterizada por transformações físicas que acompanham o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Klein e Fernandes Filho (2003), relataram ter observado tendência de aumento da idade, da massa corporal e da estatura entre indivíduos pré púberes e púberes de 10 a 13 anos. O mesmo aumento foi encontrado por Schneider et al. (2002). Freitas et al. (2002) também identificaram súbito aumento nos valores de massa corporal em estudo envolvendo meninos entre 7 e 18 anos. Em estudo realizado por Díaz et al. (1996), foi considerado o IMC de acordo com o grau de maturação sexual frente a avaliação do estado nutricional de adolescentes entre 7 e 17 anos, de ambos os sexos. Concluíram que o IMC aumenta significativamente a cada estágio de maturação sexual, entre 0,5 e 1,3 kg/m 2. A partir disto, foi proposta uma classificação de IMC para avaliação nutricional, segundo o estágio da maturação sexual para adolescentes. Assim, foram considerados como ponto de corte de percentil 10 e percentil 90 para diagnóstico de baixo peso e sobrepeso respectivamente. Sendo desta forma, os sujeitos do sexo masculino que se encontravam nos estágios 2 e 3 com valores de IMC acima de 21,0 kg/m 2, foram classificados como sobrepeso; no estágio 4 acima de 22,0 kg/m 2 e no estágio 5, acima de 23,0 kg/m 2. Ao comparar os dados obtidos referentes aos meninos e meninas no presente estudo, pode-se observar que o aumento do IMC se deu em um percentual menor

94 93 no sexo masculino à medida que o estágio maturacional avançou. Esta percepção fica clara ao analisar e comparar as figuras 3 e 4. Para Wang (2002), a obesidade esta associada em ambos os sexos à maturação sexual. Contrariamente aos meninos, as meninas com IMC mais alto tem a tendência de avançarem mais cedo nos estágios da maturação sexual. Segundo Castilho (2001), o IMC durante a adolescência é um marcador de amadurecimento orgânico, que reflete as alterações na composição corporal. As diferenças sexuais no ritmo de amadurecimento explicam as alterações que ocorrem no organismo durante este processo. A Tabela 10 apresenta valores para as correlações entre o percentual de gordura, massa gorda, massa muscular, massa residual e massa óssea Estágios da Maturação Sexual propostos por Tanner (1962). e os Tabela 10: Valores de ρ para as correlações entre o percentual de gordura, massa gorda e massa muscular e os Estágios da Maturação Sexual. Estágios da Maturação Sexual Percentual de gordura Sexo masculino Sexo feminino Genitália Pelos Mamas Pelos -0,06-0,01 0,41 * 0,23 * Massa gorda 0,28 * 0,33 * 0,60 * 0,45 * Massa muscular 0,49 * 0,54 * 0,65 * 0,70 * Massa residual 0,56 * 0,61 * 0,71 * 0,63 * Massa óssea 0,61 * 0,64 * 0,66 * 0,65 * * p < 0,05 Pode-se perceber que o coeficiente de correlação (Spearman) entre a massa gorda e o estágio de maturação sexual do sexo masculino (genitália) é fraca e do sexo feminino (mamas) é moderada. O coeficiente de correlação (Spearman) entre a massa muscular e o estágio de maturação sexual para meninos e meninas, pode ser considerado moderado. Os coeficientes de massa residual em relação a maturação sexual no sexo masculino foi moderado e para o sexo feminino está correlação pode ser considerada forte. Para a massa óssea, em ambos os sexos este coeficiente

95 94 pode ser entendido como moderado. Todas as correlações se mostraram mais fortes no sexo feminino. O percentual de gordura apresentou correlação muito fraca e negativa no sexo masculino e moderada no sexo feminino. De acordo com Barbosa et al. (2006), existem crescentes evidências de que a maturação sexual precoce, constitui um fator de risco para o maior percentual de gordura corporal. Entretanto, os sujeitos com percentual de gordura mais elevado, têm maiores chances de maturar precocemente. Siervogel et al. (2003) afirma que não somente para o sexo feminino, mas também para o masculino são necessários determinados níveis de gordura corporal para que possibilite a ocorrência do estirão puberal. De acordo com Siervogel et al. (2000), a diferença entre os sexos ocorre somente em relação a idade de ocorrência dos eventos puberais, mas também em função das modificações antropométricas e de composição corporal que são características deste processo. Tanto para meninas, quanto para meninos ocorre aumento significativo da massa de gordura corporal. Entretanto, no sexo masculino este aumento se dá de maneira mais lenta, sendo superado pelo ganho de massa magra. A fim de verificar o grau de correlação entre o IMC com a maneira em que as crianças e adolescentes percebem sua imagem corporal, a Tabela 11 considera o coeficiente de correlação de Spearman entre as variáveis de Imagem Corporal Percebida e IMC dos sexos masculino e feminino. Tabela 11: Valores de ρ para as correlações entre a imagem corporal percebida e o Índice de Massa Corporal. Imagem corporal percebida Sexo masculino (n = 176) Sexo feminino (n = 156) Geral (n = 332) * p < 0,05 IMC 0,53 * 0,54 * 0,51 * É possível observar que o coeficiente de correlação (Spearman) entre a imagem corporal percebida e o IMC pode ser considerado moderado para ambos os sexos.

96 95 Para Hargreaves e Tiggemann (2002), a insatisfação com a imagem corporal de meninas a partir da puberdade, é verificada mesmo entre aquelas que encontram-se com o IMC dentro da classificação considerada normal. Ricciardelli e McCabe (2001), durante o processo de maturação sexual, principalmente devido aos efeitos da puberdade, as meninas tendem a acumular maior quantidade de gordura corporal e muitas vezes, se percebem mais distantes do padrão considerado ideal. Em Santo André-SP, Conti et al. (2005) verificaram que os sujeitos do sexo feminino que apresentaram excesso de peso, identificaram maior insatisfação com determinadas regiões do corpo do que os sujeitos do sexo masculino. Neste mesmo estudo, foi constatada associação estatisticamente significante entre excesso de peso e insatisfação para as áreas do estômago, cintura e peso corporal de meninos. Para as meninas, foram apontadas as regiões do cabelo, nádegas, quadril. Coxas pernas, estômago, ombros/costas, tônus muscular, peso e aparência geral. Em estudo realizado por Triches e Giugliani (2007) envolvendo crianças de 8 a 10 anos em dois municípios do Rio Grande do Sul, identificaram que 63,9% dos sujeitos estavam insatisfeitas com a imagem corporal e destas, apenas 16,9% foram classificadas com sobrepeso. 4.3 INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL NO IMC Neste capítulo, estão apresentados os dados que avaliam a proporção em que cada um dos tecidos (massa gorda, massa muscular, massa residual e massa óssea) participa do aumento do IMC para cada sexo. A figura 6 apresenta a contribuição dos quatro componentes (IMGC, IMMC, IMRC e IMOC) no IMC médio dos sujeitos dos sexos masculino e feminino.

97 96 25,0 IMC [kg/m*m]. 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 2,5 2,2 2,3 4,6 3,9 4,3 7,8 8,2 8,0 4,3 4,2 4,3 Sexo masculino Sexo feminino Geral IMGC IMMC IMRC IMOC Figura 6 Contribuição dos quatro componentes no IMC médio. A figura 7 apresenta a contribuição percentual dos quatro componentes (IMGC, IMMC, IMRC e IMOC) no IMC médio dos sujeitos dos sexos masculino e feminino. IMC [kg/m*m]. 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% 13,3% 12,0% 12,7% 24,1% 20,9% 22,6% 42,6% 45,3% 43,8% 20,1% 21,8% 20,9% Sexo masculino Sexo feminino Geral %IMGC %IMMC %IMRC %IMOC Figura 7 Contribuição percentual dos quatro componentes no IMC médio. Nota-se que o percentual de massa gorda teve pouca variação média entre os sexos frente a contribuição percentual de IMC, apresentando no sexo feminino uma proporção levemente maior. Logo, o percentual de massa magra envolvendo os outros três componentes (massa muscular, massa residual e massa óssea) também apresentou pouca variação. A massa muscular das meninas apresentou maior contribuição frente ao aumento do IMC no sexo feminino do que no sexo masculino.

98 97 A figura 8 relaciona a proporção em que os quatro componentes (IMGC, IMMC, IMRC e IMOC), participam do aumento do IMC, de acordo o estágio de maturação da genitália para o sexo masculino. 25,0 IMC [kg/m*m]. 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 2,4 4,3 4,5 7,8 2,4 7,5 2,6 2,7 2,7 5,0 5,0 5,1 7,9 8,5 8,3 3,3 4,3 5,1 4,4 4, Estágios da Maturação Sexual IMGC IMMC IMRC IMOC Figura 8 Contribuição dos quatro componentes no IMC médio em relação aos estágios de maturação da genitália para o sexo masculino. A figura 9 relaciona a proporção em percentual em que os quatro componentes (IMGC, IMMC, IMRC e IMOC), participam do aumento do IMC, de acordo com o estágio de maturação da genitália para o sexo masculino. IMC [kg/m*m]. 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% 13,4% 13,2% 13,0% 13,6% 13,0% 24,1% 24,1% 24,1% 24,1% 24,1% 44,6% 42,1% 41,0% 44,3% 41,1% 17,9% 20,6% 21,9% 17,9% 21,8% Estágios da Maturação Sexual %IMGC %IMMC %IMRC %IMOC Figura 9 Contribuição percentual dos quatro componentes no IMC médio em relação aos estágios de maturação da genitália para o sexo masculino.

99 98 A figura 10 relaciona o aumento dos quatro componentes (IMGC, IMMC, IMRC e IMOC), relativos ao IMC, com o estágio de maturação da mamas para o sexo feminino. IMC [kg/m*m]. 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 2,1 3,4 7,9 2,2 3,9 2,3 4,2 8,1 8,5 3,0 4,4 5,1 2,4 4,7 8,6 2,1 5,1 9,3 6,6 7, Estágios da Maturação Sexual IMGC IMMC IMRC IMOC Figura 10 Contribuição dos quatro componentes no IMC médio em relação aos estágios de maturação das mamas para o sexo feminino. A figura 11 relaciona o aumento percentual dos quatro componentes (IMGC, IMMC, IMRC e IMOC), relativos ao IMC, com o estágio de maturação da mamas para o sexo feminino. IMC [kg/m*m]. 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% 12,7% 11,9% 11,5% 10,9% 8,9% 20,9% 20,9% 20,9% 20,9% 20,9% 48,5% 44,4% 43,2% 40,7% 39,7% 17,9% 22,7% 24,4% 27,5% 30,6% Estágios da Maturação Sexual %IMGC %IMMC %IMRC %IMOC Figura 11 Contribuição percentual dos quatro componentes no IMC médio em relação aos estágios de maturação das mamas para o sexo feminino.

100 99 Observa-se que a medida que os estágios 1, 2 e 3 avançam no sexo masculino, há um incremento na massa gorda e na massa muscular em termos relativos. Ao considerar a massa magra envolvendo os três componentes (massa muscular, massa residual e massa óssea), pode-se dizer que há um aumento de massa gorda e de massa magra nestes estágios. Por consequência disto, há também um aumento progressivo do IMC nestas fases onde há maior concentração da amostra deste estudo. Percebe-se que a medida que os estágios da maturação sexual evoluem, o percentual de massa gorda que contribui frente ao aumento do IMC, avança também progressivamente, passando de 17,9% no Estágio 1 (M1) para 24,6% no estágio 3 (M3) e para 30,6% no estágio 5 (M5). Contrariamente a isto, o percentual de massa muscular diminui progressivamente ao longo do avanço dos estágios, passando de 48,5% no estágio 1 (M1), para 43,2% no estágio 3 (M3), para 39,7% no estágio 5 (M5). Considerando os três componentes (massa muscular, massa residual e massa óssea) como massa magra, pode-se dizer que a medida que os estágios avançam, as meninas apresentam um ganho de massa gorda e uma diminuição de massa magra. Nota-se que à medida que a mulher amadurece sexualmente, pode-se observar neste estudo que em termos absolutos, ganha massa e massa gorda. Estas mesmas evidências foram encontradas em pesquisa realizada por Castilho (2001), onde relativamente as meninas ganham tecido adiposo e perdem massa magra ao longo dos estágios da maturação sexual. Em pesquisa realizada por Ibanez et al. (2003), envolvendo sujeitos do sexo feminino, identificaram que independente do IMC, tanto as medidas que refletem a massa gorda e o percentual de gordura, como aquelas que referem-se à distribuição da gordura corporal, foram significativamente maiores em todos os estágios puberais em meninas com maturação sexual precoce. Isto significa que no sexo feminino, a maturação sexual precoce está relacionada à maior adiposidade e à distribuição centralizada de gordura. Segundo Castilho (2001), o IMC durante a adolescência é um marcador de amadurecimento orgânico que reflete às alterações na composição corporal. Marino e King (1980) afirmam que as diferenças sexuais no ritmo de amadurecimento explicam as mudanças que ocorrem nesta fase no organismo. Os meninos iniciam a puberdade em média, dois anos mais tarde do que as meninas. No sexo feminino, o estirão do crescimento marca o início da maturação

101 100 sexual. As mamas começam a se desenvolver em M2 a medida que a velocidade de crescimento acelera. Os meninos iniciam a maturação do genital em G2 antes de iniciar a aceleração do crescimento. Quando atingem esta fase, já estão no estágio G3 (TANNER, 1962; MARSHALL, 1977; TANNER, 1986). Malina e Bouchard (1991) afirmam que durante a adolescência, as meninas tendem a ganhar maior massa gorda do que os meninos, sendo que no gênero feminino, a massa gorda refere-se a um percentual maior de massa corporal quando comparado ao sexo masculino. Oliveira e Veiga (2005) colocam que tem sido verificada associação significativa entre maturação sexual e a prevalência de sobrepeso e obesidade no sexo feminino. Van Loan (1996) observou também esta diferença entre os sexos e contribui afirmando que o aumento anual da gordura corporal em meninas pode chegar a 1,14 Kg, enquanto que nos meninos ocorre um decréscimo que pode ser explicado pelo aumento da massa magra. A fim de avaliar a influência dos quatro componentes da composição corporal (massa muscular, massa gorda, massa residual e massa óssea) no IMC, a tabela 12 apresenta o coeficiente de determinação entre o IMC e a Massa Gorda, Massa Muscular, Massa Óssea e Massa Residual. Tabela 12: Coeficiente de determinação entre o Índice de Massa Corporal e os componentes da Composição Corporal. Índice de Massa Corporal Sexo masculino (n = 176) Sexo feminino (n = 156) Geral (n = 332) Massa Gorda 84 % (0,91 *) 83 % (0,91 *) 81 % (0,90 *) Massa Muscular 1 % (0,11) 23 % (0,48 *) 6 % (0,25 *) Massa Óssea 31 % (0,56 *) 34 % (0,59 *) 31 % (0,56 *) Massa Residual 72 % (0,85 *) 70 % (0,84 *) 67 % (0,82 *) Onde: Coeficiente de determinação (coeficiente de correlação de Pearson). * p < 0,05 Complementando as figuras (6, 7, 8 e 9) expostas anteriormente, percebe-se que em ambos os sexos, uma variação de massa gorda e de massa residual influencia muito mais na variação do IMC do que uma variação de massa muscular e

102 101 de massa óssea. Ao considerar os componentes massa muscular, massa óssea e massa residual como massa magra, pode-se dizer que os valores altos de massa residual podem ser explicados pois as vísceras, órgãos, líquidos e gases representam um peso maior (em quilos) quando comparada a massa óssea e massa muscular. Observa-se que o grau de correlação da massa gorda e massa residual com o IMC pode ser considerado muito forte em ambos os sexos. A massa muscular no sexo masculino possui um grau de correlação fraco e no sexo feminino muito fraco. Em ambos os sexos, a massa óssea apresentou um coeficiente de correlação fraco em relação ao IMC.

103 5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES A partir do desenvolvimento da presente pesquisa, foi possível identificar em que proporção as variáveis que envolvem a composição corporal (massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual) participam no aumento do índice de massa corporal durante o processo de maturação sexual entre os sujeitos inscritos no Programa Mais Educação da Rede Municipal de São José - SC. Percebeu-se que em média, o sexo masculino apresentou maior massa corporal e estatura em relação ao sexo feminino. Este fato reflete-se em um maior IMC também do sexo masculino. A média de idade dos sujeitos do sexo masculino foi ligeiramente maior do que do sexo feminino. A partir de classificação proposta pela WHO (2007), pode-se classificar a média de IMC do sexo masculino e do sexo feminino como normal. Observou-se que a dobra cutânea tricipital dos sujeitos do sexo masculino teve uma leve diminuição entre os 10 e 13 anos, porém entre os 13 e 17 anos, os valores oscilaram entre aumento e diminuição. Entretanto, os dados referentes à dobra cutânea subescapular foram menores do que na dobra cutânea tricipital, considerando que com o avanço da idade, a concentração de gordura corporal tende a ser menor no tronco do que nos membros. Em relação ao somatório das dobras cutâneas, os valores identificados demonstraram uma grande oscilação de aumento e diminuição da espessura com o avanço da idade. No sexo feminino, observou-se que a dobra cutânea tricipital aumentou progressivamente com o avanço da idade. A dobra subescapular aferida em todas as idades, foi mantida em valores mais baixos do que a dobra tricipital e ainda que em espessuras e proporções menores, também aumentou progressivamente com o avanço da idade. Foi possível observar que a média de percentual de gordura do sexo masculino foi aproximadamente 2% menor do que no sexo feminino. Com base na classificação proposta por Lohman (1987), a média de percentual de gordura encontrada pode ser consideradas em nível ótimo para ambos os sexos. Em relação a imagem corporal, ao adotar a classificação para Imagem Corporal Percebida colocada por Madrigal-Fritsch et al. (1999), foi possível considerar que mais da metade dos sujeitos de ambos os sexos do presente estudo classificam-se em termos de imagem corporal percebidas como eutróficos. Notou-se

104 103 que 35% dos sujeitos encontram-se satisfeitos com a imagem corporal atual. Sendo que destes, há pouca variação de satisfação entre os sexos. Entre os meninos, cerca de 34% encontram-se satisfeitos com sua imagem corporal atual, aproximadamente 36% apresentou desejo em diminuir a imagem corporal, enquanto que cerca de 30% apresentou desejo em aumentar a imagem corporal. Em contrapartida, no sexo feminino, 34% encontram-se satisfeitas com a imagem corporal atual, 40% manifestou desejo em diminuir a imagem corporal e 26% esboçaram vontade em aumentar a imagem corporal. Pôde-se perceber que em ambos os sexos, as maiores concentrações dos sujeitos referentes aos estágios da maturação sexual propostos por Tanner (1962), encontram-se entre os estágios 1, 2 e 3. Em relação a pilosidade, observou-se que da mesma forma que na genitália e nas mamas, grande parte dos sujeitos de ambos os sexos encontram-se entre os estágios 1, 2 e 3. O baixo número de sujeitos nos estágios 4 e 5 se devem à faixa etária da presente amostra, com média de idade de 10,8±2,2 anos para o sexo masculino e de 10,2±1,9 anos para o sexo feminino. Ao correlacionar o IMC com os estágios da maturação sexual, foi evidenciado que no sexo feminino, o IMC aumenta na proporção que o estágio maturacional avança. Observou-se que no sexo masculino, o IMC aumenta na proporção que o estágio maturacional avança do 1 para o 3. Deste estágio para o 4, há uma leve queda e logo um aumento ao chegar no último estágio. Esta diminuição do IMC do entre os estágios 3 e 4, pode ser explicada pois os meninos iniciam a puberdade em média cerca de dois anos depois do que as meninas e iniciam a maturação do genital por volta do estágio 2, antes de iniciar a aceleração do crescimento. Quando atingem esta fase, já encontram-se no estágio 3, ocasionando uma diminuição no IMC, já que este representa a relação entre massa e estatura 2. Observou-se que o coeficiente de correlação de (Spearman) entre o IMC e o estágio de maturação sexual embora considerado estatisticamente significante, para o sexo masculino foi fraco e para o sexo feminino foi moderado. A variação entre os estágios da maturação sexual pode explicar estes resultados. Foi possível perceber que o coeficiente de correlação (Spearman) entre a massa gorda e o estágio de maturação sexual do sexo masculino (genitália) observada foi fraca e do sexo feminino (mamas) foi moderada. Em contrapartida, esta correlação entre a massa muscular e o estágio de maturação sexual para

105 104 meninos e meninas, pôde ser considerado moderado. Os coeficientes de massa residual em relação a maturação sexual no sexo masculino foi moderado e para o sexo feminino está correlação pode ser considerada forte. Para a massa óssea, em ambos os sexos este coeficiente pode ser entendido como moderado. O percentual de gordura apresentou correlação muito fraca e negativa no sexo masculino e moderada no sexo feminino. Vale salientar que todas as correlações se mostraram mais fortes no sexo feminino. Ao observar a correlação entre a imagem corporal percebida e o IMC, percebeu-se que pode ser considerada em um nível moderado para ambos os sexos. Percebeu-se que a medida que os estágios 1, 2 e 3 avançam no sexo masculino, há um incremento na massa gorda e na massa muscular em termos relativos. Ao considerar a massa magra envolvendo os três componentes (massa muscular, massa residual e massa óssea), pode-se dizer que ocorreu um aumento de massa gorda e de massa magra nestes estágios. Por consequência disto, houve também um aumento progressivo do IMC nestas fases onde há maior concentração da amostra deste estudo. Assim, a medida que os estágios da maturação sexual evoluem, o percentual de massa gorda que contribui frente ao aumento do IMC, avança também progressivamente. Contrariamente a isto, o percentual de massa muscular diminui progressivamente ao longo do avanço dos estágios. Considerando os três componentes (massa muscular, massa residual e massa óssea) como massa magra, pode-se dizer que a medida que os estágios avançam, as meninas apresentam um ganho de massa gorda e uma diminuição de massa magra. À medida que a mulher amadurece sexualmente, pôde-se observar neste estudo que em termos absolutos, ganha massa e massa gorda. A partir destes dados, foi possível verificar a existência de congruência entre as variáveis da composição corporal e a imagem corporal de crianças e adolescentes durante o processo de maturação sexual. Vale salientar que este tipo de avaliação e acompanhamento nesta faixa estaria contribuem para mais precisos diagnósticos clínicos e nutricionais, feedbacks de indicadores de desenvolvimento e prescrições de exercícios mais coerentes e seguros. É importante ressaltar que os dados observados contribuíram de maneira marcante para o processo de estruturação da metodologia de ensino desenvolvida frente ao Programa Mais

106 105 Educação de São José-SC. Talvez esta proposta de metodologia de avaliação possa ser estendida às demais escolas que compõem o programa não somente no município citado, mas em outros que aderem a este projeto subsidiado pelo governo federal. Se isto fosse implementado, sem dúvida seria possível contribuir para uma avaliação e acompanhamento de qualidade para a população em questão. A participação dos sujeitos no Programa Mais Educação realizado como Extensão na Universidade do Sul de Santa Catarina contribuiu de maneira positiva na realidade dos participantes. As avaliações realizadas colaboraram com a elaboração da metodologia desenvolvida e os resultados foram efetivamente trabalhados de forma educativa junto aos envolvidos. Assim, acredita-se que a participação dos sujeitos e o comprometimento da instituição e da pesquisa, contribuíram frente a realidade das crianças e adolescentes inscritas no programa e que encontram-se em situação de vulnerabilidade social. A partir dos resultados, foram conduzidas atividades objetivando o esclarecimento da importância de aspectos que envolvem saúde e qualidade de vida, dos cuidados com a alimentação e dos hábitos saudáveis. Sendo assim, o retorno fornecido aos sujeitos envolvidos, bem como aos responsáveis, às escolas e à Prefeitura Municipal de São José corrobora com a saúde pública do município em questão. Em virtude de que a presente pesquisa avaliou somente um contexto social, sugere-se para novos estudos, que além das variáveis aqui mensuradas, seja também avaliado o nível socioeconômico dos sujeitos. Este fato pode ser considerado uma limitação do estudo, visto que isto permitiria controlar mais uma variável que influencia no estilo de vida de crianças e adolescentes e que pode provocar alterações na composição corporal, na maturação sexual e na imagem corporal. A partir desta mensuração, ressalta-se a importância da obtenção destes dados em outros contextos sociais. Com isto, seria possível identificar os perfis e características de cada contexto, observando as possíveis associações e diferenças destas variáveis aqui avaliadas.

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125 APÊNDICES Apêndice A: Declaração de Ciência e Concordância das instituições envolvidas Apêndice B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Apêndice C: Estudo Piloto

126 125 Apêndice A: Declaração de Ciência e Concordância das instituições envolvidas. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Av. José Acácio Moreira, Bairro Dehon - Cx. Postal Tubarão - SC Fone: (48) DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA E CONCORDÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS Local e data: Palhoça, 28 de novembro de Com o objetivo de atender às exigências para a obtenção de parecer do Comitê de Ética em Pesquisa - CEP-UNISUL, os representantes legais das instituições envolvidas no projeto de pesquisa intitulado " COMPOSIÇÃO CORPORAL, IMAGEM CORPORAL E MATURAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES " declaram estarem cientes e de acordo com seu desenvolvimento nos termos propostos, lembrando aos pesquisadores que na execução do referido projeto de pesquisa, serão cumpridos os termos da Resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde. Ass. Pesquisador responsável (UNISUL) Prof. Maria Letícia Pinto da Luz Knorr Ass. Pesquisador responsável (UDESC) Prof. Dr. Fernando Luiz Cardoso Ass. do responsável pela Instituição (UNISUL) (Coordenador do Curso de Educação Física e Esporte)

127 126 Ass. do responsável da outra Instituição (Escola Altino Flores) Ass. do responsável da outra Instituição (Escola Jardim Solemar) Ass. do responsável da outra Instituição (Escola Vila Formosa) Ass. do responsável da outra Instituição (Escola São Luis) Ass. do responsável da outra Instituição (Escola José Nitro)

128 127 Apêndice B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA CEP UNISUL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Palhoça, 30 de agosto de Senhores pais e/ou responsáveis, Sou Maria Letícia Pinto da Luz Knorr, profissional de Educação Física, professora e Coordenadora Interina do Curso de Educação Física e Esporte da UNISUL e Pós Graduanda em Ciências do Movimento Humano da UDESC. Pretendo desenvolver estudo relacionado ao crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, para defesa de dissertação de Mestrado intitulada: Composição Corporal, Imagem Corporal e Maturação Sexual de crianças e adolescentes do sexo feminino e masculino. Esta faixa etária apresenta variáveis importantes, pois crianças e adolescentes da mesma idade podem apresentar características físicas diferentes. Sendo assim, durante a adolescência a idade cronológica perde parte de sua importância em virtude de que os estágios da maturação sexual podem ser decisivos para as transformações pelas quais a criança passa até chegar à idade adulta. Para atingir o objetivo desta pesquisa, é necessário coletar dados referentes à composição corporal (massa, estatura, dobras cutâneas e diâmetros ósseos), imagem corporal e maturação sexual. Vale salientar que estes dados darão subsídio à metodologia de ensino utilizada pela UNISUL no desenvolvimento das atividades junto ao Programa Mais Educação e serão conduzidas por profissionais com ampla experiência.

129 128 Para coleta de dados referentes à maturação sexual, serão utilizadas figuras comparativas para o desenvolvimento puberal, levando em consideração o estágio de desenvolvimento. Ao observar as figuras, a criança e/ou adolescente apenas indica aquela que mais se assemelha às suas características. Da mesma forma, para avaliação da imagem corporal, serão apresentadas nove silhuetas a partir de figuras ilustrativas para que a criança ou adolescente indique qual destas figuras representam a sua imagem atual. Esta avaliação será realizada em local reservado, por pesquisador profissional de educação física do mesmo sexo da criança e/ou adolescente. Após este momento, será também perguntado qual das silhuetas representa a imagem ideal ou como gostaria de ser. Assim, é possível obter dados referentes à imagem corporal percebida e imagem corporal desejada. Para avaliação da massa corporal (peso) e estatura (altura), será utilizada a balança e estadiômetro da mesma. Para coleta de dobras cutâneas e diâmetros ósseos serão feitas medições simples de gordura local, comprimento e largura dos ossos. Estas avaliações serão realizadas em local reservado. Todos os dados serão coletados na UNISUL, durante as atividades do Programa Mais Educação. O tempo médio para estas avaliações é de aproximadamente 40 minutos. A lei brasileira através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde determina que seja obtido o consentimento livre por escrito, após esclarecimento, dos responsáveis por crianças menores de idade. Por estarmos lidando com crianças e adolescentes, desejamos também que estes manifestem sua concordância com a realização da pesquisa. Fica garantido a eles, o direito de desistir de participar, mesmo que de antemão tenham concordado. Os dados obtidos serão utilizados somente para o fim exposto acima e será assegurado o anonimato das crianças e adolescentes envolvidos na pesquisa. Cada sujeito receberá uma cópia da ficha com todos os dados colhidos durante a pesquisa. Dessa forma, espera-se que estas informações contribuam para a construção de programas de iniciação esportiva que adotem a preocupação com os indicadores de saúde voltada a criança e ao adolescente. Agradecemos desde já sua atenção e colaboração. Cordialmente, Prof. Dr. Fernando Luiz Cardoso

130 129 Laboratório de Gênero, Sexualidade e Corporeidade LAGESC - UDESC Prof. Maria Letícia Elias Pinto da Luz Knorr Núcleo de Pesquisa em Gestão do Esporte NUPEGE Curso de Educação Física e Esporte- UNISUL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu (nome do pai ou responsável) autorizo o menor (nome do aluno) do colégio/escola (nome da instituição de ensino) a participar da coleta de dados para a pesquisa: Composição Corporal, Imagem Corporal e Maturação sexual de crianças e adolescentes do sexo feminino e masculino. Nome por extenso do pai e /ou responsável: Assinatura do responsável: Data: / /.

131 130 Apêndice C: Estudo Piloto. Este estudo piloto teve como objetivo a familiarização do pesquisador e equipe envolvida no processo com os instrumentos de avaliação, bem como o tempo de execução de todos os testes, a exeqüibilidade e se os resultados respondem aos objetivos específicos traçados para a pesquisa. A descrição do mesmo, bem como seus resultados, encontram-se suscintamente dispostos abaixo. Para organização da pesquisa, os dados serão apresentados e analisados em cinco capítulos: I Composição Corporal II Imagem Corporal III Maturação Sexual IV Composição Corporal e Imagem Corporal V Composição Corporal e Maturação Sexual Os três primeiros capítulos apresentados são descritivos, a fim de traçar um perfil dos participantes da pesquisa em termos de: Composição Corporal, Imagem Corporal e Maturação Sexual. A partir destes, os dois últimos capítulos são de cunho inferencial a fim de tentar explicar a relação entre Composição Corporal e Imagem Corporal e Composição Corporal e Maturação Sexual. O estudo piloto foi aplicado em 30 sujeitos (sexo masculino (15) e sexo feminino (15)) estudantes de cinco Escolas da Rede Municipal de São José e que encontram-se devidamente matriculados no Programa Mais Educação conforme critério estabelecido anteriormente na metodologia. Segue abaixo a caracterização da amostra selecionada: Tabela 1: Sujeitos Distribuídos por Escola ESCOLA Frequência % % Válido % Total CEM ALTINO FLORES 6 20,0 20,0 20,0 CEM VILA FORMOSA 3 10,0 10,0 30,0 CEM JARDIM SOLEMAR 14 46,7 46,7 76,7 CEM JOSE NITRO 5 16,7 16,7 93,3 CEM SAO LUIS 2 6,7 6,7 100,0 Total ,0 100,0

132 131 Tabela 2: Sujeitos Distribuídos Por Sexo SEXO Frequência % % Válido % Total Sexo Masculino 15 50,0 50,0 50,0 Sexo Feminino 15 50,0 50,0 100,0 Total ,0 100,0 Tabela 3: Sujeitos distribuídos por Idade IDADE Frequência % % Válido % Total 8, ,7 16,7 16,7 9, ,0 10,0 26,7 10, ,3 23,3 50,0 11, ,7 26,7 76,7 12,00 1 3,3 3,3 80,0 13, ,0 20,0 100,0 Total ,0 100,0 Tabela 4: Sujeitos distribuídos por Raça Raça Frequência % % Válido % Total Branca 27 90,0 90,0 90,0 Negra 3 10,0 10,0 100,0 Total ,0 100,0 Tabela 5: Estatística Descritiva Sexo Masculino SEXO MASCULINO N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão IDADE 15 8,00 13,00 10,2667 1,98086 MC_Kg 15 23,40 48,30 33,4400 8,00587 ESTAT_m 15 1,20 1,65 1,3720,13597 IMC 15 14,51 19,78 17,5328 1,50085 PERC_GORD 15 8,44 27,55 16,0298 4,76655 M_GORDA 15 2,64 8,92 5,3473 1,89937 M_MUSC 15 10,17 22,81 15,4762 4,07218 M_RESIDUAL 15 5,64 11,64 8,0590 1,92942 M_OSSEA 15 2,82 6,80 4,5574 1,17620 MAMAS 0 GENITAIS 15 1,00 4,00 1,8000,94112 IC_PERC 15 1,00 6,00 3,7333 1,75119 IC_DESEJ 15 1,00 6,00 3,6667 1,34519

133 132 Tabela 6: Estatística Descritiva Sexo Feminino SEXO FEMININO N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão IDADE 15 8,00 13,00 10,7333 1,33452 MC_Kg 15 24,50 53,50 37,1067 8,28678 ESTAT_m 15 1,25 1,56 1,4027,10053 IMC 15 15,14 24,99 18,6861 2,69129 PERC_GORD 15 14,43 38,06 21,9788 6,24476 M_GORDA 15 3,54 17,85 8,4385 3,91231 M_MUSC 15 12,22 24,42 16,3854 3,14758 M_RESIDUAL 15 5,12 11,18 7,8400 1,79041 M_OSSEA 15 2,94 5,66 4,4428,84453 MAMAS 15 1,00 3,00 2,0667,70373 GENITAIS 0 IC_PERC 15 2,00 6,00 4,6667 1,49603 IC_DESEJ 15 2,00 6,00 4,2667 1,16292 CAPÍTULO I PERFIL ANTROPOMÉTRICO Tabela 7: Estatística Descritiva Composição Corporal Sexo Masculino COMPOSIÇÃO CORPORAL SEXO MASCULINO N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão IDADE 15 8,00 13,00 10,2667 1,98086 MC_Kg 15 23,40 48,30 33,4400 8,00587 ESTAT_m 15 1,20 1,65 1,3720,13597 IMC 15 14,51 19,78 17,5328 1,50085 PERC_GORD 15 8,44 27,55 16,0298 4,76655 M_GORDA 15 2,64 8,92 5,3473 1,89937 M_MUSC 15 10,17 22,81 15,4762 4,07218 M_RESIDUAL 15 5,64 11,64 8,0590 1,92942 M_OSSEA 15 2,82 6,80 4,5574 1,17620 Tabela 8: Estatística Descritiva Fracionamento da Composição Corporal (4C) Sexo Masculino FRACIONAMENTO COMPOSIÇÃO CORPORAL (4C) SEXO MASCULINO N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão MC_Kg 15 23,40 48,30 33,4400 8,00587 M_GORDA 15 2,64 8,92 5,3473 1,89937 M_MUSC 15 10,17 22,81 15,4762 4,07218 M_RESIDUAL 15 5,64 11,64 8,0590 1,92942 M_OSSEA 15 2,82 6,80 4,5574 1,17620

134 133 Tabela 9: Estatística Descritiva Composição Corporal Sexo Feminino COMPOSIÇÃO CORPORAL FEMININO N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão IDADE 15 8,00 13,00 10,7333 1,33452 MC_Kg 15 24,50 53,50 37,1067 8,28678 ESTAT_m 15 1,25 1,56 1,4027,10053 IMC 15 15,14 24,99 18,6861 2,69129 PERC_GORD 15 14,43 38,06 21,9788 6,24476 M_GORDA 15 3,54 17,85 8,4385 3,91231 M_MUSC 15 12,22 24,42 16,3854 3,14758 M_RESIDUAL 15 5,12 11,18 7,8400 1,79041 M_OSSEA 15 2,94 5,66 4,4428,84453 Tabela 10: Estatística Descritiva Fracionamento da Composição Corporal (4C) Sexo Feminino FRACIONAMENTO COMPOSIÇÃO CORPORAL (4C) SEXO FEMININO N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão MC_Kg 15 24,50 53,50 37,1067 8,28678 M_GORDA 15 3,54 17,85 8,4385 3,91231 M_MUSC 15 12,22 24,42 16,3854 3,14758 M_RESIDUAL 15 5,12 11,18 7,8400 1,79041 M_OSSEA 15 2,94 5,66 4,4428,84453 CAPÍTULO II IMAGEM CORPORAL Tabela 11: Estatística Descritiva Imagem Corporal Percebida Sexo Masculino IMAGEM CORPORAL PERCEBIDA SEXO MASCULINO Frequência % % Válido % Total Baixo peso 3 20,0 20,0 20,0 Eutrofia 1 6,7 6,7 26,7 Eutrofia 1 6,7 6,7 33,3 Eutrofia 4 26,7 26,7 60,0 Eutrofia 4 26,7 26,7 86,7 Sobrepeso 2 13,3 13,3 100,0 Total ,0 100,0

135 134 Tabela 12: Estatística Descritiva Imagem Corporal Desejada Sexo Masculino IMAGEM CORPORAL DESEJADA SEXO MASCULINO Frequência % % Válido % Total baixo peso 1 6,7 6,7 6,7 Eutrofia 2 13,3 13,3 20,0 Eutrofia 3 20,0 20,0 40,0 Eutrofia 5 33,3 33,3 73,3 Eutrofia 3 20,0 20,0 93,3 Sobrepeso 1 6,7 6,7 100,0 Total ,0 100,0 Tabela 13: Estatística Descritiva Imagem Corporal Percebida Sexo Feminino IMAGEM CORPORAL PERCEBIDA SEXO FEMININO Frequência % % Válido % Total eutrofia 3 20,0 20,0 20,0 eutrofia 1 6,7 6,7 26,7 eutrofia 6 40,0 40,0 66,7 sobrepeso 5 33,3 33,3 100,0 Total ,0 100,0 Tabela 14: Estatística Descritiva Imagem Corporal Desejada Sexo Feminino IMAGEM CORPORAL DESEJADA SEXO FEMININO Frequência % % Válido % Total eutrofia 2 13,3 13,3 13,3 eutrofia 1 6,7 6,7 20,0 eutrofia 4 26,7 26,7 46,7 eutrofia 7 46,7 46,7 93,3 sobrepeso 1 6,7 6,7 100,0 Total ,0 100,0 CAPÍTULO III MATURAÇÃO SEXUAL

136 135 Tabela 15: Distribuição de Frequência Genitais e Pêlos Pubianos Sexo Masculino GENITAIS SEXO MASCULINO Frequência % % Válido % Total 1, ,7 46,7 46,7 2, ,3 33,3 80,0 3, ,3 13,3 93,3 4,00 1 6,7 6,7 100,0 Total ,0 100,0 PELOS PUBIANOS SEXO MASCULINO Frequência % % Válido % Total 1, ,0 40,0 40,0 2, ,7 46,7 86,7 3, ,3 13,3 100,0 Total ,0 100,0 Tabela 16: Distribuição de Frequência Mamas e Pêlos Pubianos Sexo Feminino MAMAS SEXO FEMININO Frequência % % Válido % Total 1, ,0 20,0 20,0 2, ,3 53,3 73,3 3, ,7 26,7 100,0 Total ,0 100,0 PELOS PUBIANOS SEXO FEMININO Frequência % % Válido % Total 1, ,0 40,0 40,0 2, ,3 33,3 73,3 3, ,7 26,7 100,0 Total ,0 100,0 CAPÍTULO IV COMPOSIÇÃO CORPORAL E IMAGEM CORPORAL Neste capítulo, busca-se relacionar a imagem corporal percebida e o estado nutricional (IMC), considerando como:

137 136 Variável 1 - Imagem corporal percebida: variável categórica ordinal que varia de 1 a 9. Classificação adotada para Imagem Corporal Percebida proprosta por Madrigal-Fritsch et al (1999): Silhueta 1 baixo peso Silhueta 2 a 5 eutrofia Silhueta 6 e 7 sobrepeso Silhueta 8 e 9 obesidade Variável 2 - Estado nutricional Índice de Massa Corporal - IMC variável numérica e contínua sendo que quanto maior o índice, maior a relação entre massa corporal e estatura Variável Controle Idade distribuição Será utilizada a Correlação de Pearson ou Spearman dependendo da CAPÍTULO V COMPOSIÇÃO CORPORAL E MATURAÇÃO SEXUAL Busca-se avaliar a proporção em que cada tecido (massa muscular, massa gorda, massa residual e massa óssea) participa do aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) para cada sexo, de acordo com o estágio de maturação das mamas (sexo feminino) e genitais (sexo masculino). Possibilidade de análise: Correlação Simples utilizando a matriz de correlação com as variáveis de interesse; Regressão - Variável Dependente: Estágio Maturacional; Coeficiente de Correlação de Spearman entre composição corporal (massa gorda, massa muscular, massa residual e massa óssea) e estágio da maturação sexual para ambos os sexos

138 137 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTUDO PILOTO O objetivo maior deste estudo piloto foi de testar a aplicabilidade dos instrumentos no trabalho de campo, bem como prever o tempo necessário para avaliar a população prevista no estudo oficial em tempo hábil. Além disto, busca-se contar com as contribuições efetuadas pela banca de qualificação deste projeto, a fim de atingir a qualidade do trabalho. Após a finalização do estudo piloto, ratificou-se a importância de seguir prioritariamente a padronização da instrumentação selecionada para a pesquisa. Além disto, vale registrar também a importância da manutenção dos mesmos avaliadores para aplicação dos instrumentos, visando diminuir as diferenças existentes inter-avaliadores. Por tratar-se de um método de estudo da composição corporal duplamente indireto, estas ponderações ganham ainda mais força ao considerar que seguindo prioritariamente a padronização diminui-se as possibilidades de erro. Foi possível destacar a dificuldade para o retorno dos termos de consentimento, o que certamente demandará uma organização e planejamento durante o estudo oficial. O contato com a Secretaria de Educação, com as direções das escolas, bem como com os pais a partir de reuniões organizadas com antecedência serão de fundamental importância para que o processo seja concluído com êxito.

139 ANEXOS Anexo A: Carta de Aprovação pelo Comitê de Ética Anexo B: Estágios da Maturação Sexual Sexo Masculino (TANNER, 1962) Anexo C: Estágios da Maturação Sexual Sexo Feminino (TANNER, 1962) Anexo D: Escala da Silhueta Tiggeman e Barret (1998.)

140 Anexo A: Carta de Aprovação pelo Comitê de Ética. 139

141 Anexo B: Estágios da Maturação Sexual Sexo Masculino (TANNER, 1962). 140

142 Anexo C: Estágios da Maturação Sexual Sexo Feminino (TANNER, 1962). 141

143 142 Anexo D: Escala da Silhueta Tiggeman e Barret (1998.) 1. Qual é a silhueta que melhor representa a sua imagem atualmente (Imagem Corporal Percebida)? 2. Qual é a silhueta que você desejaria ter (Imagem Corporal Desejada)?

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