Apostila de Avaliação Nutricional NUT/UFS 2010 CAPÍTULO 2 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADOLESCENTES
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- Aparecida Felgueiras de Sintra
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1 CAPÍTULO 2 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES
2 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES A avaliação nutricional dos adolescentes deve considerar a idade cronológica (peso, estatura e idade) e a idade biológica (maturação sexual). Para avaliação do estado nutricional em adolescentes recomenda-se a utilização do índice 1) IMC/idade Índice de Massa Corporal (IMC) = Peso (kg) Altura 2 (m) ÍNDICE: IMC/IDADE (IMC/I) VARIÁVEIS: PESO, ALTURA E IDADE REFERÊNCIA: OMS (2007) CLASSIFICAÇÃO: PERCENTIS Quadro 1 Pontos de corte e classificação do estado nutricional segundo o IMC Pontos de corte Diagnóstico nutricional < percentil 0,1 Magreza acentuada > percentil 0,1 e < percentil 3 Magreza > percentil 3 e < percentil 85 Eutrofia > percentil 85 e < percentil 97 Risco de sobrepeso > percentil 97 e < percentil 99,9 Sobrepeso > percentil 99,9 Obesidade 2) Estatura/idade ÍNDICE: ESTATURA/IDADE (E/I) VARIÁVEIS: ESTARURA E IDADE REFERÊNCIA: OMS (2007) CLASSIFICAÇÃO: PERCENTIS Quadro 2 Pontos de corte e classificação do estado nutricional segundo o estatura Pontos de corte Diagnóstico nutricional < percentil 0,1 Muito baixa estatura para idade > percentil 0,1 e < percentil 3 Baixa estatura para idade > percentil 3 Estatura adequada para idade
3 3) Perímetros Perímetro da cintura (circunferência da cintura) ÍNDICE: Circunferência da cintura / idade VARIÁVEIS: Circunferência da cintura e idade REFERÊNCIA: Freedman et al. (1999) CLASSIFICAÇÃO: PERCENTIS Ponto de corte: > p90 riscos associados à obesidade Tabela 1 Distribuição em percentis da circunferência cintura segundo sexo e idade
4 Circunferência do braço ÍNDICE: Circunferência do braço / idade VARIÁVEIS: Circunferência do braço e idade REFERÊNCIA: Frisancho (1990) Tabela 2 CLASSIFICAÇÃO: PERCENTIS Quadro 3 Critério de Classificação para o Estado de gordura corporal Percentil Estado de gordura Categoria I 0 5 Magro* Categoria II 5,1 15,0 Abaixo da média Categoria III 15,1 75,0 Média Categoria IV 75,1 85,0 Acima da média Categoria V 85,1 100 Gordura excessiva Frisancho, ) Avaliação da gordura corporal por dobras cutâneas Com um único sítio: Dobras Cutâneas Triciptal ou Subescapular ÍNDICE: DCT/idade; DCSE/Idade VARIÁVEIS: dobra cutânea triciptal; subescapular e idade REFERÊNCIA: Frisancho (1990) Tabela 3 e 4 CLASSIFICAÇÃO: PERCENTIS Classificação de acordo com as categorias de Frisancho, 1990 (Quadro 3) Com dois sítios de aferição: Dobras Cutâneas Triciptal e Subescapular ÍNDICE: % de gordura corporal VARIÁVEIS: dobra cutânea triciptal, subescapular e esdiamento puberal REFERÊNCIA: Equações preditivas de SLAUGHTER et al. (1988) e estadiamento puberal segundo TANNER (1962). Quadro 7 e Figuras 1 ou 2 CLASSIFICAÇÃO: Lohman (1986)
5 Etapas para cálculo do percentual de gordura corporal (crianças e adolescentes) Utilizam-se as dobras cutâneas Triciptal e Subescapular. A partir da aferição destas dobras pode-se estimar o percentual de gordura pelas equações preditivas de SLAUGHTER et al. (1988) Quadro 4 Equações preditivas para estimativa do percentual de gordura de acordo com estadiamento puberal. Meninos Brancos com somatório de dobras menor ou igual a 35 mm Meninos Negros com somatório de dobras menor ou igual a 35 mm Pré-Púbere %G = 1,21(TR + SE) 0,008 (TR + SE) 2 1,7 %G = 1,21(TR + SE) 0,008 (TR + SE) 2 3,2 Púbere %G = 1,21(TR + SE) 0,008 (TR + SE) 2 3,4 %G = 1,21(TR + SE) 0,008 (TR + SE) 2 5,2 Pós-Púbere %G = 1,21(TR + SE) 0,008 (TR + SE) 2 5,5 %G = 1,21(TR + SE) 0,008 (TR + SE) 2 6,8 Meninos Brancos ou Negros com somatório de dobras maior ou igual a 35 mm (8-17anos) %G = 0,783 (TR + SE) + 1,6 Meninas Brancas ou Negras com somatório de dobras menor ou igual a 35 mm %G = 1,33 (TR + SE) 0,013 (TR + SE) 2 2,5 Meninas Brancas ou Negras com somatório de dobras maior ou igual a 35 mm %G = 0,546 (TR + SE) + 9,7 Fonte: SLAUGHTER et al. (1988) Quadro 5 - Interpretação dos valores de gordura corporal para crianças e adolescentes
6 Meninos Meninas Muito baixo < 5 < 12 Baixo Ótimo Moderadamente alto Alto Muito Alto > 31 > 36 LOHMAN (1986) 5) Avaliação a massa muscular em crianças e adolescentes Circunferência Muscular do Braço (CMB) ÍNDICE: CMB/iadade VARIÁVEIS: dobra cutânea triciptal; circunferência do braço e idade REFERÊNCIA: Frisancho (1990) Tabela 5 CLASSIFICAÇÃO: PERCENTIS Utilizam-se as medidas de dobra cutânea Triciptal e Circunferência do braço. A partir da aferição destas pode-se estimar o conteúdo muscular pela equação abaixo: Em seguida fazer a classificação por percentil (Frisancho, 1990) e oferecer o diagnóstico nutricional do conteúdo de massa muscular de acordo com as categorias descritas no Quadro 6. CMB = CB - ( DCT(mm) x 0,31416 ) Quadro 6 Critério de Classificação para o Estado Muscular Percentil Estado muscular Categoria I 0 5 Baixa musculatura* Categoria II 5,1 15,0 Abaixo da média Categoria III 15,1 75,0 Média Categoria IV 75,1 85,0 Acima da média Categoria V 85,1 100 Alta muscularidade: bom estado nutricional Frisancho, 1990
7 FRISANCHO, A.R. Anthropometric standards for the assessment of growth and nutritional status. University of Michigan., 1990 Tabela 2 - Média, Desvio Padrão e Percentis da Circunferência do Braço (cm). Sexo Masculino e Feminino de 1 a 74 anos.
8 FRISANCHO, A.R. Anthropometric standards for the assessment of growth and nutritional status. University of Michigan., 1990 Tabela 3 - Média, Desvio Padrão e Percentis da Dobra Cutânea Triciptal (mm). Sexo masculino e Feminino de 1 a 74 anos.
9 FRISANCHO, A.R. Anthropometric standards for the assessment of growth and nutritional status. University of Michigan., 1990 Tabela 4 - Média, Desvio Padrão e Percentis da Dobra Cutânea Subescapular (mm). Sexo masculino e Feminino de 1 a 74 anos.
10 Apostila FRISANCHO, de Avaliação A.R. Nutricional Anthropometric NUT/UFS standards for the assessment of growth and 2010 nutritional status. University of Michigan., 1990 Tabela 5 - Média, Desvio Padrão e Percentis da Circunferência Muscular do Braço (cm).
11 Quadro 7. Características dos estágios de maturação sexual ( Estágios de Tanner ) Genitais (Sexo Masculino) G 1 = Pênis, testículos e escroto do tamanho e proporções infantis G 2 = Aumento inicial do volume testicular ( 3-4mL). Pele escrotal muda de textura e torna-se avermelhada. Aumento do pênis pequeno ou ausente G 3 = Crescimento peniano, principalmente em comprimento. Maior crescimento dos testículos e escroto G 4 =Continua crescimento peniano, agora principalmente em diâmetro, e com maior desenvolvimento da glande. Maior crescimento dos testículos e do escroto, cuja pele se torna mais pigmentada G 5 = Desenvolvimento completo da genitália, que assume tamanho e forma adulta Pêlos Púbicos (Ambos os sexos) Mamas (Sexo Feminino) M 1 = Mama infantil, com elevação somente da papila M 2 = Broto mamário: aumento inicial da glândula mamária, com elevação da papila e da aréola, formando uma pequena saliência. Aumenta o diâmetro da aréola e modifica-se a textura M 3 = Maior aumento da mama e da aréola, mas sem separação de seus contornos M 4 = Maior crescimento da mama e da aréola, sendo que esta agora forma uma segunda saliência acima do contorno da mama M 5 = Mamas com aspecto adulto. O contorno areolar novamente incorporado ao contorno da mama P 1 = Ausência de pelos pubianos. Pode haver uma leve penugem semelhante à observada na parede abdominal P 2 = Aparecimento de pelos longos e finos, levemente pigmentados, lisos ou pouco encaracolados, principalmente na base do pênis (ou ao longo dos grandes lábios) P 3 = Maior quantidade de pelos, agora mais grossos, escuros e encaracolados, espalhando-se esparsamente pela sínfise púbica P 4 = Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a região púbica, mas ainda sem atingir a face interna das coxas P 5 = Pilosidade pubiana igual ao adulto, em quantidade e distribuição, invadindo a face interna das coxas P 6 = Extensão dos pelos para cima da região púbica
12 Figura 1 - Estágio de maturação sexual de 1 a 5 (genitália/pêlos e mamas e pêlos). Tanner JM. Growth at adolescence. Oxford: Blackwell, 1962.
13 Figura 2 - Estágio de maturação sexual de 1 a 5 (genitália/pêlos e mamas e pêlos). Tanner JM. Growth at adolescence. Oxford: Blackwell, 1962.
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