SANEAMENTO BÁSICO: histórico, situação e perspectivas
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- Mikaela Canela de Sousa
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1 SANEAMENTO BÁSICO: histórico, situação e perspectivas Leocádio Neves e Silva Jaraguá do Sul, junho de 2015
2 História do saneamento no mundo Remonta séculos antes da Era Cristã: sempre relacionada ao surgimento e ao crescimento das cidades. Água é fator limitante para as sociedades. Cursos d água sempre estão na paisagem: abastecimento de água e afastamento de despejos. Primeiros coletores de esgoto: Nipur (Babilônia) a.c. O primeiro sistema público de abastecimento de água: aqueduto de Jerwan (Assíria, norte do Iraque) em 691 a.c. Grandes aquedutos romanos foram construídos em várias partes da Europa, a partir de 312 a.c. Primeiro gestor reconhecido na história: Gal. Sextus Julius Frontinus nomeado Superintendente de Águas de Roma em 70 ac.
3 Aqueduto de Jerwan, Assíria 691 a.c.
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5 Histórico do Saneamento Santa Catarina e Brasil Histórico
6 O saneamento no Brasil: contexto histórico Século XIX (período colonial): o abastecimento de água era feito através de coleta em bicas e fontes públicas (cariocas) pelos pipeiros.
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8 O saneamento no Brasil: história Um exemplo de como era "resolvido" o problema de afastamento dos dejetos (Amilcar Neves, início Séc. XX): "Ainda no século passado a obscenidade das mansões senhoriais era carregada nas costas dos escravos. Cerrada a noite, vazias as ruas da cidade pequena e pacata, esgueiravamse pelos portões dos fundos aqueles tristes negros com um barril às costas (cabungos ou tigres), um barril repleto de dejetos domésticos, em direção à praia mais próxima. E o mar, sempre tão amplo e generoso a ponto de supor-se infinito em sua capacidade de absorver qualquer tipo de sujeira, via-se compelido a aceitar a carga e, ainda por cima, a purificar o barril da noite seguinte. Obsceno, na realidade, é tentar esquecer que fezes existem e supor que o mar se constitui em uma espécie de sumidouro universal.
9 O saneamento no Brasil: história Chegada da Família Real: início da implantação de uma infraestrutura mínima, com a execução de obras tais como pontes, estradas e sistemas de abastecimento de água. Segunda metade do século XIX: crescimento das cidades e o aumento dos fluxos migratórios leva ao agravamento dos problemas de saneamento (epidemias).
10 O saneamento no Brasil: história Planasa: década de 1970 Meta: alcançar até o ano de 1980 no mínimo 80% da população urbana com água potável e 50% desta população com os serviços de coleta e tratamento de esgoto. Para realizar: previsão de US$ 2 bi/ano (ONU) Realidade diferente: Entre de 1968 e 1980: US$ 4,7 bilhões (média de US$ 392 mi/ano). Nos anos 1980: média de US$ 800 mi/ano
11 O saneamento no Brasil: situação atual O padrão atual do Brasil (80,5% de moradores urbanos atendidos por saneamento adequado), segundo dados das Nações Unidas, é: inferior ao das áreas urbanas dos Territórios Palestinos Ocupados (84%), Jamaica (82%) e Filipinas (81%), e pouco superior às de Irã (80%), Angola (79%) e China (74%).
12 O saneamento no Brasil: situação atual O Brasil rural amarga índices equivalentes aos observados em países subdesenvolvidos e/ou em guerra civil ou conflitos étnicos: Brasil: 23,1% Sudão: 24% Nepal: 24% Nigéria: 25% Afeganistão: 25% Timor Leste: 32%
13 O saneamento em SC CASAN: criada pela Lei Estadual n.º 4.547, de 31 de dezembro de 1970 Objetivo: implantar, operar e administrar sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em municípios catarinenses. Sociedade de economia mista, sob poder acionário do Governo do Estado. No auge, chegou a mais de 70% dos municípios na década de Atualmente, atende a 68%.
14 Mas... O QUE É SANEAMENTO BÁSICO?
15 Para o Governo Federal: É o conjunto de medidas, visando preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. (Ministério da Saúde / FUNASA)
16 Principais doenças relacionadas à falta de saneamento Poliomielite; Hepatites infecciosas; Febre tifóide e paratifóide; Diarreias e disenterias bacterianas (ex. cólera); Esquistossomose; Leptospirose e Peste Bubônica (vetores associados).
17 A Lei nº /07 Art. 3º. Para os efeitos desta Lei, considera-se: I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de água potável: (...) desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; b) esgotamento sanitário: (...) desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
18 A Lei nº /07 c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: (...) coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: (...) de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas;
19 Portanto, Água Esgoto SANEAMENTO BÁSICO Drenagem pluvial Resíduos sólidos urbanos
20 Panorama atual do Saneamento em SC e no Brasil Abastecimento de Água
21 36,16 42,61 42,19 38,78 53,34 73,03 69,75 75,45 70,89 67,12 80,17 76,46 77,43 75,60 81,37 83,05 80,90 86,97 84,06 89,15 86,02 85,62 85,75 86,23 91,15 95,85 98,20 Índice de Atendimento Total de Água (%) AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE ES MG RJ SP PR RS SC DF GO MS MT média nacional: 82,6% Fonte: SNIS 2013.
22 39,05 57,43 53,67 51,21 75,72 81,77 91,02 90,70 88,60 84,65 99,36 95,29 93,95 95,06 94,88 93,15 92,80 90,42 99,08 98,51 95,07 99,91 96,72 98,20 94,31 99,50 95,70 Índice de Atendimento Urbano de Água (%) AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE ES MG RJ SP PR RS SC DF GO MS MT média nacional: 92,98% Fonte: SNIS 2013.
23 Volume Médio de Consumo de Água (litros/hab.dia) Fonte: SNIS 2013.
24 Índices Estaduais de Perda de Água Tratada (%) Fonte: SNIS 2013.
25 Panorama atual do Saneamento em SC e no Brasil Esgotamento Sanitário
26 10,44 6,41 4,12 3,75 3,63 14,71 10,19 6,64 18,83 19,68 15,25 16,03 24,74 25,32 24,54 21,54 17,72 31,02 29,15 36,47 41,82 41,51 62,59 60,00 74,22 82,73 87,36 Índice de Atendimento Total de Esgoto (%) AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE ES MG RJ SP PR RS SC DF GO MS MT média nacional: 48,64% Fonte: SNIS 2013.
27 14,10 7,44 4,60 5,04 4,83 16,89 15,60 9,53 23,26 23,81 20,12 18,77 20,99 32,28 32,92 31,63 27,30 33,42 42,16 48,39 45,63 42,28 64,45 69,84 84,81 82,73 90,32 Índice de Atendimento Urbano de Esgoto (%) AC AM AP PA RO RR TO AL BA CE MA PB PE PI RN SE ES MG RJ SP PR RS SC DF GO MS MT média nacional: 56,3% Fonte: SNIS 2013.
28 Perspectivas de água e esgoto em Santa Catarina O movimento de municipalização
29 O saneamento em SC: municipalização Movimento que começa em meados de 2005, com o vencimento dos primeiros contratos. Razões para a retomada: Baixos índices de cobertura refletiam a qualidade dos serviços prestados, principalmente no tocante ao esgoto e apesar do acesso às fontes de financiamento como visto anteriormente. Notória ingerência política por muitos anos, gerando: Falta de planejamento de longo prazo. Excesso de cargos públicos. Inchaço na estrutura sem sustentabilidade econômica.
30 O saneamento em SC: municipalização Justificativas para a retomada: Lucratividade que pode ser reinvestida no sistema (fim do custeio da caixa preta): chega a superar 30%, não importando tamanho do sistema. Poder de decisão local: fortalecido pela participação social preconizada na Lei nº /07 Abertura de fontes de recursos (???) desde a criação do Ministério das Cidades (SNSA) e Ministério da Saúde (FUNASA): PAC
31 O saneamento em SC: argumentos para municipalização Art. 30, CF/88. Compete aos Municípios: (...) V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial (entendimento do STF caminha no sentido de confirmar que o saneamento também é competência dos municípios); (...) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
32 O saneamento em SC: brecha para municipalização Fragilidade jurídica dos contratos, resumida em três pontos: falta de normas sobre a estruturação tarifária; inexistência de obrigações (metas) de atendimento; ausência de definições claras sobre os bens reversíveis ou fórmula para cálculo de sua amortização. Serviços prestados como se fossem de competência estadual, portanto, dispensados de qualquer tipo de regulação municipal: fere Pacto Federativo e princípio da Lei /07 (regulação dos serviços públicos concedidos).
33 Vencimento dos contratos na região Município Mês Ano Guaramirim Junho 2005 Barra Velha Abril 2006 Schroeder Setembro 2006 Massaranduba Fevereiro 2007 Corupá Setembro 2009 S. J. Itaperiú vinculado a Barra Velha
34 Fim da primeira parte
35 Panorama atual do Saneamento em SC e no Brasil Resíduos Sólidos
36 Mas... Se resíduo sólido também faz parte dos serviços de saneamento básico, por quê ainda não foi abordado nesta apresentação????
37 Resíduos sólidos: aspectos São resolvidos localmente: governos federal ou estadual nunca se envolveram ou geriram; Problema vem se agravando nas últimas duas décadas, exigindo novas soluções: o volume de resíduos per capita cresce em função do aumento do poder aquisitivo; os vazadouros e lixões estão se esgotando; A legislação (e a tecnologia) avançaram muito; Na região da Amvali: falta de alternativa de destinação (Mafra ou Brusque) implica em elevados custos (transporte). custo regional próximo de R$ 20 mi/ano (est. 2014);
38 Resíduos sólidos: aspectos PROBLEMA ou POTENCIALIDADE Região gera em torno de 120 ton./dia RSD. Potencial para aumento do reaproveitamento: em média, +80% dos RSD podem ser reciclados ou reaproveitados. materiais industrializados recicláveis: + 30%; compostagem: destinado para atividades agrícolas e áreas públicas; biodigestão: produção de biogás; geração de energia elétrica (green volt) e vapor.
39 O TAC do saneamento na região 09 de setembro de 2004: MP/SC instaura IC 04/2004, em âmbito estadual, com o objetivo de apurar responsabilidades em face do baixo índice de saneamento básico nos Municípios. O IC tinha como réus os Municípios, por serem titulares dos serviços.
40 O TAC do saneamento na região Levantamento realizado à época pelo MP, apurou que dos 295 municípios, apenas 8% eram atendidos, mesmo que apenas parcialmente, com serviços adequados de esgoto. Resultado: Santa Catarina detinha um dos piores índices de atendimento à população urbana com serviços adequados de esgoto sanitário, representando apenas 12%, enquanto a média nacional chegava a 44%.
41 Resultado do IC: TAC Saneamento Centro de Apoio do MP/SC propõe Minuta do TAC para aplicação pelos Promotores em todas as Comarcas do Estado. Na região, firmado em Principais elementos: Revisão do Código Sanitário; Fiscalização dos serviços de limpa-fossa; Cursos de atualização profissional dos fiscais sanitários em temas de Vigilância Sanitária; Capacitação para elaboração da Política e do Plano Municipal de Saneamento Básico; Projeto de Lei da Política Municipal de Saneamento Básico; Definição de Agência Reguladora; Plano Municipal de Saneamento Básico.
42 O que é o Plano Municipal de SB? Previsto na Lei Federal Nº /2007. Documento dinâmico que avalia a situação, estuda alternativas e propõe metas para universalização dos serviços de saneamento. Competência do titular (art. 9º). Condição de validade dos contratos (art. 11). Deve ser revisto no máximo a cada 4 anos, antes da aprovação do PPA.
43 PMSB Estrutura : diagnóstico da situação (indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos); objetivos e metas para a universalização (curto, médio e longo prazos); programas, projetos e ações para atingir objetivos e metas; ações para emergências e contingências; mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia.
44 Planos Municipais de Saneamento Básico na AMVALI Barra Velha: Lei nº de 23/12/2010 Corupá: Lei nº de 18/07/2011 Guaramirim: Plano concluído. Em análise pública. Jaraguá do Sul: Lei nº de 20/11/2012 Massaranduba: Lei nº de 14/12/2010 S. J. Itaperiú: Lei nº 714 de 25/04/2012 Schroeder: Lei nº de 23/12/2009
45 As novas metas da Legislação Federal
46 Além da Lei Federal Nº /07 (Marco Regulatório do Saneamento Básico), o Governo Federal sancionou a: Lei Federal Nº /2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos
47 E como a região da Amvali começou a atender às determinações da PNRS e da PERS? PIGIRS
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