Optimização na Adequação Turbina-Compressor numa Turbina a Gás

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1 INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA Departamento de Engenharia Mecânica ISEL Optimização na Adequação Turbina-Compressor numa Turbina a Gás David Lamelas Marques (Licenciado em Engenharia Mecânica) Trabalho Final de Mestrado para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientador : Especialista Paulo de Santamaria Gouveia Júri: Presidente: Doutor. João Manuel Ferreira Calado Vogais: Especialista Paulo de Santamaria Gouveia Doutor André Calado Marta Janeiro 2016

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3 INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE LISBOA Departamento de Engenharia Mecânica ISEL Optimização na Adequação Turbina-Compressor numa Turbina a Gás David Lamelas Marques (Licenciado em Engenharia Mecânica) Trabalho Final de Mestrado para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica Orientador : Especialista Paulo de Santamaria Gouveia Júri: Presidente: Doutor. João Manuel Ferreira Calado Vogais: Especialista Paulo de Santamaria Gouveia Doutor André Calado Marta Janeiro 2016

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5 Agradecimentos A presente dissertação não traduz apenas um processo solitário, cingido a horas extensas de pesquisa e estudo, mas também reúne contributos de várias pessoas, que de alguma forma me estimularam intelectualmente e emocionalmente, às quais quero deixar aqui o meu agradecimento. A minha gratidão ao Professor Especialista Paulo de Santamaria Gouveia, não só pela oportunidade que me deu em trabalhar neste tema, disponibilizando-se como meu orientador, mas também por todo o aconselhamento e receptividade prestada ao longo da elaboração desta dissertação. Quero agradecer aos meus amigos todo o apoio e incentivo que me dedicaram ao longo desta etapa, bem como toda amizade e bons momentos, sem os quais seria com certeza um percurso mais penoso. Um agradecimento à minha família pelo suporte demonstrado nas mais variadas ocasiões, em especial à minha irmã pela presença, assistência, e partilha de conhecimentos ao longo destes anos. Finalmente, um agradecimento muito especial à minha mãe por toda a ajuda e dedicação incansável, não apenas durante a elaboração deste trabalho, mas ao longo de toda a minha vida, permitindo que chegasse até aqui e me tornasse na pessoa que sou hoje. ii

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7 Resumo Um dos objetivos de um projetista de qualquer máquina térmica passa por conseguir culminar o acoplamento dos vários componentes que a constituem, visando a sua melhor performance como um conjunto. Esta dissertação incide no estudo de turbinas a gás dedicadas à propulsão aeronáutica, com o intento de explorar os parâmetros que melhor definem o combinado turbina-compressor, resultando na necessidade de uma análise paramétrica, com base em valores reais de um reator aeronáutico. Irá ser analisado o ciclo termodinâmico do reator, analisando os parâmetros inerentes à sua otimização. Este ciclo termodinâmico será obtido recorrendo ao software GasTurb, que permite efetuar cálculos iterativos em torno dos parâmetros do reator. Os dados e características sobre qualquer reator aeronáutico são informações mantidos fora do alcance do publico. A consulta da dissertação Análise de Performance da Família de Motores de Avião CFM56, por Pedro Ribeiro, proporcionou a aquisição de informações sobre CFM56. Esta consulta foi crucial para prosseguimento desta investigação, bem como para a escolha deste reator aeronáutico. Será assim abordado os conceitos fundamentais de performance do reator, analisando a forma como é alcançado a adequação da turbina com o compressor, percebendo como se aplica a otimização do conjunto. Palavras-chave: Otimização, Reator Aeronáutico, CFM56, Adequação, Turbina-Compressor, Desempenho. iv

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9 Abstract One of the goals for a designer of any engine is to culminate the matching of its several components, aiming to better the performance as a whole set. This dissertation focuses on the study of gas turbines dedicated to aircraft propulsion, with the intent to explore the parameters that best define the combined turbine-compressor, resulting in the need for parametric analysis based on real values of an aircraft turbojet. It will be analysed the thermodynamic cycle of the turbojet, analysing the inherent parameters to its possible optimization. This thermodynamic cycle will be obtained using the GasTurb which allows to perform iterative calculations around the reactor parameters. The data and characteristics of any turbojet are information kept out of reach of the public, being in possession of the manufacturer. The consultation of the thesis "Análise de Performance da Família de Motores de Avião CFM56 by Pedro Ribeiro, provided the acquisition of information about CFM56. This consultation was crucial for continuing the investigation and for the choice of this aircraft engine. It will thus address the fundamental concepts of performance, analysing how it is achieved the matching of turbine with the compressor, realizing how it applies the optimal set. Keywords: Otimization, Aircraft Turbojet, CFM56, Matching, Turbine-Compressor, Performance. vi

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11 Índice Agradecimentos... ii Resumo... iv Abstract... vi Índice... viii Índice de Figuras... x Índice de Tabelas... xii Nomenclatura... xiv Abreviaturas... xvi 1 Introdução Teoria Fundamental da Turbina a Gás Operação Elementar Componentes da Turbina a Gás Compressor Axial Câmara de Combustão Turbina Axial Características do Gás Escoamento Compressível Propriedades de Estagnação Ciclo Ideal Classificação de Reatores Turbojet Teoria da Tubeira Turbofan Performance do Reator Aeronáutico Impulso Eficiência do Core e de Propulsão Rendimento Térmico e Global viii

12 4.4 Consumo Especifico de Combustível (SFC) Rendimento dos Componentes do Reator Optimização da Turbina a Gás Optimização do Turbofan Adequação Turbina- Compressor Mapas de Performance Compressor Axial Turbina Axial Turbina- Compressor Caso de Estudo- Reator CFM Introdução ao CFM Estações Aerodinâmicas do CFM Dados do CFM Simulação em Software GasTurb Introdução ao GasTurb Configuração do CFM Ciclo Termodinâmico do CFM Mapas de Performance do CFM Análise Paramétrica do CFM Resultados Adequação IPC- LPT Adequação HPC- HPT Conclusões Recomendações para Trabalho Futuro Referências ANEXO A ANEXO B ix

13 Índice de Figuras FIGURA 1- REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UMA TURBINA A GÁS [1]... 3 FIGURA 2- VISTA CORTADA DE UM COMPRESSOR SINGLE-SHAFT TURBOJET [3]... 4 FIGURA 3- VISTA CORTADA DE UM COMPRESSOR AXIAL E RESPECTIVA EVOLUÇÃO TERMODINÂMICA [3]... 5 FIGURA 4- ROTOR (1), ESTATOR (2) E MONTAGEM (3) DE UM COMPRESSOR AXIAL [4] FIGURA 5- VISTA CORTADA DE UMA TURBINA AXIAL E RESPECTIVA VARIAÇÃO TERMODINÂMICA [3] FIGURA 6- ROTOR (1), ESTATOR (2) E MONTAGEM (3) DE UMA TURBINA AXIAL. [4]... 8 FIGURA 7- CICLO IDEAL DE BRAYTON - DIAGRAMA P-V (1) E DIAGRAMA T-S (2) [2] FIGURA 8- REPRESENTAÇÃO ILUSTRATIVA DE UM TURBOJET [3] FIGURA 9-REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM SINGLE-SPOOL TURBOJET [5] FIGURA 10- REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM TWIN-SPOOL TURBOJET [5] FIGURA 11- EFEITO DO NÚMERO DE MACH NA GEOMETRIA DA TUBEIRA PARA UM ESCOAMENTO COMPRESSÍVEL [8] FIGURA 12- REPRESENTAÇÃO ILUSTRATIVA DE UM TURBOFAN [3] FIGURA 13- REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UM TWIN-SPOOL TURBOFAN [5] FIGURA 14- REPRESENTAÇÃO DO CIRCUITO DE CAUDAL DE UM UNMIXED TURBOFAN [3] FIGURA 15- REPRESENTAÇÃO DO CIRCUITO DE CAUDAL DE UM TURBOFAN WITH MIX EXHAUST [3] FIGURA 16- VOLUME DE CONTROLO DE UM REATOR [9] FIGURA 17- DIAGRAMA H-S PARA O COMPRESSOR [7] FIGURA 18- DIAGRAMA H-S PARA A TURBINA [7] FIGURA 19- DIAGRAMA SFC VS IMPULSO DE UM REATOR TÍPICO [1] FIGURA 20- DIAGRAMA DA OTIMIZAÇÃO EM FUNÇÃO DA FAN PARA UM REATOR TÍPICO [1] FIGURA 21- MAPA DE PERFORMANCE DE UM COMPRESSOR TÍPICO FIGURA 22- MAPA DE PERFORMANCE DE UMA TURBINA TÍPICA FIGURA 23- MAPA DE PERFORMANCE ALTERNATIVA DE UMA TURBINA TÍPICA FIGURA 24- MAPA DE PERFORMANCE RECONSTRUÍDO CARACTERÍSTICO DO COMPRESSOR [11] FIGURA 25- MAPA DE PERFORMANCE RECONSTRUÍDO CARACTERÍSTICO DA TURBINA [11] FIGURA 26- MAP PERFORMANCE DO CONJUNTO TURBINA-COMPRESSOR [11] FIGURA 27- CONSTITUIÇÃO GERAL DO CFM FIGURA 28- ESTAÇÕES AERODINÂMICAS DO CFM FIGURA 29- SELEÇÃO DA CONFIGURAÇÃO DO CFM56 NO GASTURB FIGURA 30- GEOMETRIA CONFIGURADA NO SOFTWARE GASTURB FIGURA 31- REPRESENTAÇÃO DAS ESTAÇÕES AERODINÂMICAS DO TURBOFAN EM GASTURB FIGURA 32- DIAGRAMA P-V CICLO TERMODINÂMICO CFM FIGURA 33- DIAGRAMA T-S CICLO TERMODINÂMICO CFM FIGURA 34- MAPA CARACTERÍSTICO DO BOOSTER (IPC) x

14 FIGURA 35- MAPA CARACTERÍSTICO DO COMPRESSOR DE ALTA PRESSÃO (HPC) FIGURA 36- ANÁLISE PARAMÉTRICA DO CFM56-3 VS CORE EFFICIENCY FIGURA 37- ANÁLISE PARAMÉTRICA DO CFM56-3 VS IMPULSO FIGURA 38- ANÁLISE PARAMÉTRICA DO CFM56-3 VS SFC FIGURA 39- ANÁLISE PARAMÉTRICA IMPULSO VS SFC VS CORE EFFICIENCY FIGURA 40- DEPENDÊNCIA DO SFC E IMPULSO EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO DO IPC PARA O HPC DE 7, FIGURA 41- DEPENDÊNCIA DO SFC E IMPULSO EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO DO HPC PARA UM IPC DE 2, FIGURA 42- DEPENDÊNCIA DO SFC E IMPULSO EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO DO IPC PARA UM HPC DE 9, FIGURA 43- DEPENDÊNCIA DO CORE EFFICIENCY E VARIAÇÃO DO FATOR DE PRESSÕES DE AMBOS OS ESTÁGIOS DE PRESSÃO PARA UM IPC DE 2, FIGURA 44- DEPENDÊNCIA DO CORE EFFICIENCY E VARIAÇÃO DO FATOR DE PRESSÕES DE AMBOS OS ESTÁGIOS DE PRESSÃO PARA UM HPC DE 9, FIGURA 45- CAUDAL CORRIGIDO DO CICLO DE BAIXA PRESSÃO EM DEPENDÊNCIA DA RELAÇÃO TURBINA- COMPRESSOR LPT/IPC FIGURA 46- TEMPERATURA DO CICLO DE BAIXA PRESSÃO EM DEPENDÊNCIA DA RELAÇÃO TURBINA-COMPRESSOR LPT/IPC FIGURA 47- EFICIÊNCIA ISENTRÓPICA DO CICLO DE BAIXA PRESSÃO EM DEPENDÊNCIA DA RELAÇÃO TURBINA- COMPRESSOR LPT/IPC FIGURA 48- TRABALHO ESPECÍFICO DO CICLO DE BAIXA PRESSÃO EM DEPENDÊNCIA DA RELAÇÃO TURBINA- COMPRESSOR LPT/IPC FIGURA 49- CAUDAL CORRIGIDO DO CICLO DE ALTA PRESSÃO EM DEPENDÊNCIA DA RELAÇÃO TURBINA- COMPRESSOR HPT/HPC FIGURA 50- TEMPERATURAS DO CICLO DE ALTA PRESSÃO EM DEPENDÊNCIA DA RELAÇÃO TURBINA-COMPRESSOR HPT/HPC FIGURA 51- EFICIÊNCIA ISENTRÓPICA DO CICLO DE ALTA PRESSÃO EM DEPENDÊNCIA DA RELAÇÃO TURBINA- COMPRESSOR HPT/HPC FIGURA 52- TRABALHO ESPECÍFICO DO CICLO DE ALTA PRESSÃO EM DEPENDÊNCIA DA RELAÇÃO TURBINA- COMPRESSOR HPT/HPC xi

15 Índice de Tabelas TABELA 1- RAZÃO DE PRESSÕES DO CFM56 INSERIDOS EM GASTURB TABELA 2- PARÂMETROS DO CFM56 INSERIDOS EM GASTURB TABELA 3- PARÂMETROS DE EFICIÊNCIA DO CFM56-3 INSERIDOS EM GASTURB TABELA 4- VALORES DE PERFORMANCE OBTIDOS PELO GASTURB TABELA 5- VALORES DE RAZÃO DE PRESSÃO OBTIDOS PELO GASTURB TABELA 6- LIMITE DE VALORES DE RAZÃO DE PRESSÃO DO IPC E DO HPC TABELA 7- VALORES DE PERFORMANCE RESULTADO DO PROCESSO DE OTIMIZAÇÃO DO CFM TABELA 8- RAZÃO DE PRESSÃO ENCONTRADOS NA OTIMIZAÇÃO PARA OS VÁRIOS COMPONENTES DO CFM xii

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17 Nomenclatura Símbolo Unidades SI Designação a m/s Velocidade do som C m/s Velocidade da fluido na admissão C! m/s Velocidade do escoamento C! m/s Velocidade do jato C! J/kgK Calor específico a pressão constante C! J/kgK Calor específico a volume constante F! N Força de impulso h J/kg Entalpia h! J/kg Entalpia de estagnação M - Número de Mach m! kg/s Caudal mássico do ar m! kg/s Caudal mássico do combustível N rad/s Rotação do veio P Pa Pressão xiv

18 P! Pa Pressão atmosférica P! Pa Pressão de estagnação PCI J/kg Poder calorífico inferior r - Razão de pressão SFC g/ns Consumo específico de combustível T C Temperatura T! C Temperatura de estagnação v m! /kg Volume específico W W Potência γ - Constante adiabática η! - Rendimento isentrópico do compressor η! - Rendimento térmico η! - Rendimento global η! - Rendimento isentrópico da turbina xv

19 Abreviaturas Abreviatura CVT HPC HPT IPC IGV ISA LPC LPT MEC NGV OGV SFC TSFC Designação Center Vent Tube High Pressure Compressor High Pressure Turbine Intermediate Pressure Compressor Inlet Guide Vane International Standard Atmosphere Low Pressure Compressor Low Pressure Turbine Main Engine Control Nozzle Guide Vane Outlet Guide Vane Specific Fuel Consumption Thrust Specific Fuel Consumption xvi

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21 Capítulo 1 Introdução Das várias formas que o Homem desenvolveu para produzir trabalho sob a forma de potência mecânica, o uso da turbina é, dentro de vários aspectos, a mais satisfatória. As vantagens inerentes ao uso da turbina foram descobertas inicialmente usando água como fluido de trabalho, sendo que as turbinas a vapor, ainda nos tempos atuais, é um grande contributo para as reservas de energia eléctrica em todo o mundo. A turbina a gás foi verdadeiramente desenvolvida após a segunda guerra mundial, inicialmente com atenção dada para gerar potência mecânica sobre a forma de um veio, designadamente, shaft-power turbine, servindo para gerar energia num gerador eléctrico, ou até para conduzir outra turbina. Contudo, a atenção dada a esta funcionalidade da turbina durou pouco, e logo se incidiu na sua aplicação para a propulsão aeronáutica, criando-se o turbojet, ou reator aeronáutico. O turbojet é um sistema de propulsão, que consiste num motor cuja função é produzir potência sobre a forma de impulso, de modo a conduzir uma determinada aeronave, proporcionando o seu avanço e aceleração. É objetivo de qualquer entidade industrial de concepção e fabrico, ou até de prestação de serviços, o constante aperfeiçoamento e optimização de produtos e serviços prestados, de forma a rentabilizar equipamentos e materiais, com visa a evolução da tecnologia e progresso da própria entidade, presente numa realidade comercial cada vez mais competitiva. O projeto ótimo de uma turbina a gás, passa por trabalhar com mapas de performance dos principais componentes, turbina e o compressor. São estes mapas característicos, que indicam as condições de operação do respectivo componente em análise, fornecendo uma ideia da gama de valores dos parâmetros termodinâmicos, aos quais este irá operar com eficiência. 1

22 Contudo, na análise dos mapas de performance, a turbina a gás não é analisada como um conjunto, mas sim como componentes em separado. Dentro do objetivo de conseguir avaliar o combinado turbina-compressor, explorando os seus parâmetros termodinâmicos, é apresentando um mapa de performance que represente o acoplamento turbina-compressor. Este mapa característico de uma turbina a gás tem por objetivo conseguir encontrar o ponto ótimo, à semelhança dos mapas individuais, mas que defina à partida as condições de operação do seu conjunto. 2

23 Capítulo 2 Teoria Fundamental da Turbina a Gás 2.1 Operação Elementar A componente turbina-compressor, com uma câmara de combustão entre estes, é denominada turbina a gás, ou gerador de gás. Figura 1- Representação esquemática de uma turbina a gás [1] Conforme ilustrado na Figura 1, o primeiro módulo deste gerador de gás é o compressor (1), em que o fluido é trabalhado de forma aumentar a sua pressão, que irá resultar também num aumento significativo de temperatura e densidade. Deixado o compressor (2), o ar pressurizado entra na câmara de combustão, onde o combustível injetado queima-se com o ar, dando-se a combustão. Este procedimento, adiciona uma grande quantidade de energia ao fluido, proporcionando um aumento significativo da sua temperatura, não alterando expressivamente a sua pressão. O gás resultante da câmara de combustão (3) chega à parte complementar do compressor, chamada de turbina, onde esta absorve parte da energia do fluido, resultando no movimento 3

24 das suas pás. A turbina é um dispositivo ligado rigidamente ao compressor, que tem a função de converter a energia absorvida do gás em trabalho mecânico de modo a fazer trabalhar o compressor, por meio de um veio. 2.2 Componentes da Turbina a Gás Neste capitulo será abordado os três principais módulos do gerador de gás, de modo a que o leitor compreenda na integra o funcionamento destes componentes Compressor Axial Como citado anteriormente, o compressor irá ser o primeiro componente móvel que o fluxo de ar encontrará ao entrar no reator. O compressor, na maioria das aplicações do gerador a gás, é um compressor axial. O compressor axial é no qual o fluido de trabalho entra em direção axial (paralelamente ao eixo de rotação), e sai igualmente na direção axial [2]. Existe ainda aplicação de compressor radial, em que é admitido o caudal de ar axialmente, mas expelido de forma radial. Na Figura 2 é possível visualizar, em vista cortada, um compressor de um single-shaft turbojet. Figura 2- Vista cortada de um compressor single-shaft turbojet [3]. 4

25 O compressor axial consiste num ou mais séries de andares de pressão, cada andar contém uma fila de pás móveis, denominado de rotor, seguido de uma fila de pás estáticas, o estator. O fluxo que irá ser trabalhado é inicialmente acelerado pelo rotor, sendo de seguida desacelerado nas pás do estator, onde a energia cinética submetida ao fluido no rotor é então convertida num aumento de energia de pressão. Este processo repete-se ao longo dos vários estágios, de forma a entregar o fluido à câmara de combustão com a pressão desejada [1]. Na Figura 3 é possível observar a evolução típica das características do fluido, ao longo dos vários andares do compressor. Figura 3- Vista cortada de um compressor axial e respectiva evolução termodinâmica [3]. É frequente o compressor conter uma fila adicional com palhetas de geometria variável, designada de IGV (Inlet Guide Vanes), que estão inseridas à entrada do compressor, garantindo que o ar entra no primeiro estágio de rotor com o ângulo de fluido desejado. Estas palhetas podem ser ajustadas, satisfazendo as variações de caudal requeridas no motor. 5

26 Também a saída do compressor, é usual implementar o EGV (Exit Guide Vanes), que consiste num difusor contendo outra séries de palhetas, controlando a velocidade a que o fluido entra na câmara de combustão [2]. Figura 4- Rotor (1), Estator (2) e montagem (3) de um compressor axial [4] Câmara de Combustão A câmara de combustão, situado entre o compressor e a turbina, é um elemento com processo ininterrupto, onde o combustível é queimado com o caudal de ar fornecido pelo compressor. Uma faísca elétrica inicia o processo de combustão, sendo que de seguida a chama será autosustentável [1]. A injeção e queima do combustível irá adicionar energia ao fluido de trabalho, passível de ser convertido em energia mecânica. Esta adição de energia ao fluido é essencial para a turbina gerar algum trabalho extra na sua saída, para além de movimentar o compressor. Caso não se adicionasse energia ao fluido, o caudal chegando à turbina apenas serviria para impor rotação no compressor, ou seja, o gerador de gás apenas se auto-movia. Inicialmente, dois possíveis sistemas de combustão eram propostos. Num, a energia adicionada era efetuada a pressão constante, noutro a volume constante. Teoricamente, o ciclo a volume constante apresenta uma eficiência térmica melhor do que no ciclo a pressão constante. Contudo, uma câmara de combustão com processo de queima a volume constante, apresenta maiores dificuldades mecânicas na sua concepção. 6

27 Para uma adição de calor a volume constante, era necessário válvulas de forma a isolar a câmara de combustão de outros componentes, e a combustão era efetuada de forma intermitente. É difícil conceber uma turbina a gás que opere eficientemente sobre estas condições, e apesar de algumas tentativas bem sucedidas em construir este sistema, na Alemanha entre 1908 e 1930, o desenvolvimento deste sistema foi descontinuado [1]. No sistema de combustão a pressão constante o processo é contínuo, e torna-se desnecessário o uso de válvulas isolantes, sendo assim concordado, pelos especialistas, que este ciclo apresentava melhores possibilidades para desenvolvimento futuro [1] Turbina Axial A turbina é um elemento que tem uma função similar mas oposta ao do compressor, ou seja, extrai a energia que o fluido armazena após a sua combustão, resultando portanto na expansão do fluido, diminuindo a sua pressão e temperatura. A turbina axial é também constituída por várias etapas, cada etapa inclui um rotor e um estator, como representado na Figura 5. Figura 5- Vista cortada de uma turbina axial e respectiva variação termodinâmica [3]. 7

28 As pás do rotor extrai energia do fluido, que conduz movimento rotativo ao compressor, e as pás do estator dirige o fluido na direção do próximo rotor. Tipicamente, em 70 a 80 por cento do aumento de entalpia provocado na combustão é usado na turbina para mover o compressor, sendo o restante usado para provocar impulso na tubeira à saída [4]. Existem dois tipos de turbinas usados na turbina a gás, a turbina axial e a turbina radial, sendo que a turbina de fluxo axial é aplicada em mais de 80% dos casos [2]. Figura 6- Rotor (1), Estator (2) e montagem (3) de uma turbina axial. [4] 2.3 Características do Gás As propriedades do fluido de trabalho numa turbina a gás, tem uma grande influência na sua performance. É importante uma descrição rigorosa destas propriedades do gás, de modo a quaisquer cálculos e assunções sejam quantificados e entendidos [5]. Um gás perfeito é compreendido como um gás que relaciona as propriedades termodinâmicas, através da seguinte equação. Pv = RT (2.1) Esta equação de estado permite relacionar as propriedades termodinâmicas do gás. Sendo R, a constante molecular dos gases, esta relaciona-se diretamente com a mudança de pressão e temperatura do gás perfeito, através da Equação 2.2. R = c! c! (2.2) 8

29 Em que c! e c! são propriedades designadas de calor especifico, que se mantém constante ao longo do escoamento de um gás perfeito. Estas constantes relacionam a mudança de energia do gás relativamente à temperatura a pressão constante (c! ), e a volume constante (c! ), dadas pelas Equação 2.3 e Equação 2.4. c! = h T! (2.3) c! = u T! (2.4) Com o conceito de gás perfeito, é possível chegar à relação entre a variação de entalpia com a variação de temperatura, através da Equação 2.5 Δh = c! ΔT (2.5) Estas duas propriedades permitem definir uma outra propriedade, com grande relevância para os cálculos de rendimento dos componentes da turbina a gás, designada por índice adiabático, ou constante adiabática (Equação 2.6). γ = C! C! (2.6) Segundo Walsh [6], uma descrição física de um gás perfeito, é que a sua entalpia está em função apenas da temperatura e não da pressão, pois não existem forças intermoleculares para absorver ou libertar energia quando a sua densidade se altera. Na análise desta performance do reator é assumido os seguintes valores para as propriedades do fluido de trabalho [7]: Propriedades do Ar: C!! = 1005 J/kgK; γ! = 1,4 Propriedades do Gás: C!! = 1150 J/kgK; γ! = 1,333 9

30 2.4 Escoamento Compressível É necessário perceber o comportamento do fluido de trabalho numa turbina a gás. Como tal, é essencial caracterizar se existe um escoamento compressível ou incompressível. Introduzindo um pouco a diferença entre ambos, o escoamento diz-se incompressível, quando a densidade do fluido permanece constante. Já num fluido compressível, existe uma variação significativa na sua densidade, quando lhe é submetida uma variação na sua pressão. Isto ocorre quando a velocidade do fluido se aproxima da velocidade do som, sobre as mesmas condições. Esta variação de densidade, tipicamente, não ocorre com líquidos, mas facilmente ocorre em escoamento de gases [8], como é o caso da turbina a gás. É assim apresentada o conceito de Número de Mach, que caracteriza o comportamento do escoamento relativo à velocidade do som, podendo ir desde subsónico até supersónico, passando por escoamento sónico, em que M = 1. O número de Mach é definido por: M = C a, (2.7) em que a é a velocidade do som, para um gás perfeito, e é dada por: a = γrt (2.8) A denominação do tipo escoamento, é dada através do Número de Mach, consoante a seguinte gama de valores: M 0,3 Escoamento Incompressível (densidade é constante) 0,3 M 0,7 Escoamento Subsónico 0,8 M 1,2 Escoamento Transsónico 1 M Escoamento Supersónico 10

31 Para efeitos de compreensão e análise, facilitando cálculos que não apresentem grande discrepância da realidade, é assumido que o escoamento é ideal. O adjetivo ideal implica que não ocorrem perdas em nenhum dos componentes. À exceção na câmara de combustão, considera-se que o escoamento processa-se isentropicamente. Isentrópico significa ser adiabático e reversível, ou seja, tanto a transferência de calor, como perdas por atrito ao longo do escoamento, são excluídas, e a entropia do processo mantêm-se constante. A premissa anterior permite estabelecer uma conformidade entre duas equações de estado, dado pela relação Isentrópica P-T (Equação 2.9). P! P! = T! T!!!!! (2.9) 2.5 Propriedades de Estagnação Em qualquer ponto de um determinado escoamento compressível, o estado termodinâmico do gás é fixado através da especificação da sua velocidade nesse ponto, bem como de outras duas propriedades termodinâmicas intensivas, tal como a pressão e a temperatura. No entanto, como especificar a velocidade diretamente não é por vezes a forma mais conveniente de descrever o escoamento unidimensional, serão aplicadas propriedades que dependam da própria velocidade, nomeadamente a entalpia de estagnação, temperatura de estagnação e pressão de estagnação [7]. Fisicamente, a entalpia de estagnação é a entalpia que um fluido (com uma determinada entalpia e velocidade) teria num dado ponto, quando este é trazido ao repouso adiabaticamente, e sem transferência de trabalho [1]. A entalpia de estagnação é dada por: h! = h + C! 2 (2.10) Usando as propriedades de um gás perfeito, reutilizando a Equação 2.5, e manipulando a expressão anterior, obtêm-se a temperatura de estagnação pela Equação

32 T! = T + C! 2c! (2.11) A pressão de estagnação é definida de forma similar à temperatura de estagnação, mas com a adição de um restrição, em que o gás não só é trazido ao repouso adiabaticamente, mas também de forma reversível, ou seja isentropicamente. Assim sendo, a pressão de estagnação é dada pela relação isentrópica P-T (Equação 2.12). P! = P T! T!!!! (2.12) 2.6 Ciclo Ideal O ciclo ideal de uma turbina a gás é representado pelo ciclo Brayton, sendo um ciclo termodinâmico no qual se idealiza os processos que ocorrem na turbina a gás, descrevendo variações de estado (pressão e temperatura) dos gases. Um reator de propulsão opera em ciclo aberto, ou seja, ar novo é dado na entrada do compressor, e os gases de exaustão são expelidos para a atmosfera, sem a sua reutilização. É neste contexto que de seguida será sintetizado o processo ideal da turbina a gás. O Ciclo de Brayton processa-se em quatro etapas, como demonstrado na Figura 7. Figura 7- Ciclo Ideal de Brayton - Diagrama P-V (1) e Diagrama T-S (2) [2]. 12

33 Primeiro, o ar em condição de ambiente entra pelo compressor, onde ocorre compressão isentrópica, resultando num aumento de pressão e num aumento ligeiro de temperatura (processo 1-2). Pressurizado, o ar é direcionado à câmara de combustão, onde se mistura com o combustível, possibilitando a sua queima. A combustão irá aumentar a temperatura do gás, a pressão constante, resultando num aumento de entalpia (processo 2-3). O gás, ao sair da câmara de combustão com elevada pressão e temperatura, expande-se isentropicamente ao longo da turbina (processo 3-4). Na medida em que o fluido exerce trabalho sobre as pás da turbina, reduz-se a pressão e temperatura do gás, bem como o seu volume especifico, produzindo potência mecânica. A maior parte da energia extraída através da turbina, é usada para gerar rotação no compressor, através do veio que os interliga. O restante da energia é utilizada para produzir trabalho útil, que no caso do reator é aproveitada sobre a forma de impulso. Com este procedimento, é possível relacionar, em cada componente, o trabalho efetuado e a transferência de calor, por unidade de massa, aplicando a equação da energia para um estado estacionário (assumindo um energia cinética e potencial constante). Trabalho específico do compressor: w! = c! T! T! (2.13) Calor adicionado ao sistema: q!" = c! T! T! (2.14) Trabalho específico da turbina: w! = c! T! T! (2.15) 13

34 Trabalho produzido pelo sistema: w!"!#$ = w! w! = c! [ T! T! (T! T! )] (2.16) O trabalho produzido pelo sistema, quantifica a energia que o sistema produz por unidade de massa. Evidentemente o trabalho da turbina terá de ser maior que o do compressor, de modo a ser aproveitado energia na descarga para mover uma aeronave, produzindo potência sobre a forma de impulso. Posto isto, um indicador simples que descreve a eficiência geral do ciclo, é dada por: η = trabalho produzido calor fornecido = w!"!#$ q!" (2.17) Contudo, se for feito determinadas assunções tais como: m! m!, sendo o fluxo de combustível desprezável; o calor especifico C! e C! e a constante adiabática γ permanecem constantes em todo o ciclo ; a razões de pressão é igual para o compressor e para a turbina,!!!! = r =!!!! ; não existe perdas mecânicas no trabalho do veio, a eficiência geral do ciclo pode ser dada por: η = 1 1 r!!!! (2.18) Obtém-se razão de temperaturas usando a relação isentrópica P-T com:!!! τ = r! (2.19) Com esta relação, a eficiência pode ser traduzida em: η = 1 T! T! (2.20) 14

35 η = 1 T! T! (2.21) Com as prévias relações analíticas, é demonstrado que a eficiência do ciclo pode ser incrementada com o aumento da razão de pressões, diminuindo a temperatura de entrada do compressor, ou aumentando a temperatura de entrada da turbina [1]. 15

36 16

37 Capítulo 3 Classificação de Reatores Para desenvolvimento empírico desta dissertação, o autor decidiu utilizar os dados de um caso real de um turbofan, o CFM56, surgindo a necessidade de apresentar os principais tipos de reatores usados na indústria aeroespacial. Historicamente, os reatores têm evoluído a partir de concepções simples para outras mais complexas. Dependendo da aplicação pretendida, a utilização de um modelo particular de um reator pode ser mais vantajoso em relação a outros. Será explicado neste capítulo o modelo mais simples, o turbojet, e o modelo do reator usado para esta dissertação, o turbofan. 3.1 Turbojet Como referido anteriormente, sendo o objetivo da turbina a gás gerar energia suficiente para produzir varias formas de trabalho. Uma dessas forma é a criação de impulso requerido para provocar avanço duma aeronave. É neste contexto que foi concebido o turbojet. Configurado com uma turbina a gás, turbojet também apresenta na sua configuração um entrada de ar, e um sistema de exaustão, como representando na Figura 8. Figura 8- Representação ilustrativa de um Turbojet [3]. 17

38 O ar primeiramente entra pelo difusor (Diffuser), que deverá conduzir o ar até ao compressor de forma desacelerada e uniforme, aumentando ligeiramente a pressão do fluido, facilitando o trabalho ao compressor. De seguida dá-se o ciclo da turbina a gás (Capitulo 2.1), em que se cria um gás energeticamente abastecido. Após o gás contribuir para gerar trabalho mecânico na turbina, parte da energia termodinâmica deste fluido ainda está disponível para conversão em energia cinética, por meio de um sistema de exaustão. O sistema de exaustão do turbojet (Nozzle) é composto por uma tubeira, que converte a energia de calor e pressão do fluido em velocidade, sendo este sistema o responsável por transformar a energia do gás à saída da turbina, em impulso. Este formato é chamada de single-spool ou single-shaft, representada pela Figura 9. Figura 9-Representação esquemática de um single-spool turbojet [5]. Outra configuração deste reator mais complexa, que apresenta melhores características para operações não nominais, é o twin-spool turbojet. Esta configuração dispõe de dois sistemas turbina-compressor em separado, ou seja, dois compressores consecutivos e duas turbinas consecutivas, que operam em dois veios distintos, sendo normalmente o segundo veio oco (Figura 10). 18

39 Figura 10- Representação esquemática de um twin-spool turbojet [5]. O primeiro compressor é destinado a trabalhar o ar a baixa pressão, chamado de LPC (Low Pressure Compressor) e é conduzido pela ultima turbina, designada de LPT (Low Pressure Turbine) - sistema de baixa pressão. O segundo compressor designa-se HPC (High Pressure Compressor), conduzido este pela primeira turbina, chamada de HPT(High Pressure Turbine), a qual o ar encontra ao sair da câmara de combustão - sistema de alta pressão. Tipicamente o veio de alta pressão tem rotações consideravelmente maiores do que o de baixa pressão Teoria da Tubeira Como explicado anteriormente, é adicionado dois novos componentes à turbina a gás, formando o turboreator, ou turbojet. Este componente é uma passagem para o fluido com variação na área, implicando conversões de energia no escoamento. Dependendo da sua aplicação e velocidades de escoamento, irão apresentar geometrias diferentes. O sistema de entrada do reator, designado de difusor, tem três propósitos essenciais. Primeiro, de abrandar o ar para que este entre de forma amena. Segundo, de aumentar a pressão. E terceiro, de entregar o ar de forma uniforme ao compressor [5]. Já o sistema de exaustão, a tubeira ou nozzle, a sua variação na secção permite a conversão da abundância de energia térmica do fluido, em energia cinética, concedendo uma exaustão axial com elevadas velocidades, produzindo impulso à aeronave. O leitor poderá pensar que, para acelerar um determinado escoamento, é necessário uma área de passagem reduzida à saída da tubeira, e vice versa. Esta premissa deriva de hábitos no 19

40 quotidiano, em que usualmente pressiona-se a área de saída de um jato de água, de forma a aumentar a velocidade do jato. Esta afirmação apresenta alguma verdade para escoamentos incompressíveis, pois não havendo variação de densidade do fluido, o escoamento apenas depende da área e da velocidade. Isto pode ser demonstrado pela Equação da Continuidade para um escoamento unidimensional. m = ρ(x)c(x)a(x) = constante (3.1) Derivando a equação anterior, e dividindo pelo termo pca, obtêm-se a Equação 3.2. Δρ ρ + ΔC C + ΔA A = 0 (3.2) Em que cada termo dita a dilatação do escoamento em densidade, velocidade e área, respectivamente. Como a densidade em escoamentos incompressíveis mantém-se constante, a variação da área tem efeito contrário à variação da velocidade. O mesmo não é linearmente aplicado para escoamentos incompressíveis, pois entra-se com a dilatação da densidade. Desenvolvendo a Equação 3.2, usando a velocidade do som local a = c! γt para gases perfeitos, e equação da entalpia de estagnação h! = h +!!, para um escoamento isentrópico, é possível obter as seguintes equações. Estas equações relacionam as propriedades do fluido, influenciadas pelo número de Mach do escoamento.! C C = 1 A 1 M! A (3.3) P ρc! = 1 A 1 M! A (3.4) 20

41 As prévias equações permitem concluir a geometria para cada sistema, dependendo do escoamento ser subsónico ou supersónico. Na Figura 11 é demonstrado o resultado da leitura das expressões anteriores. Figura 11- Efeito do Número de Mach na geometria da tubeira para um escoamento compressível [8]. Esta teoria de confinar a geometria das condutas de passagem para escoamentos compressíveis, ajuda a entender os fenómenos de conversão de energia no estator e do rotor de cada estágios. Como exemplo do processo de escoamento subsónico de um gás perfeito no compressor, o fluido ao atravessar uma conduta convergente no rotor é lhe imposto aceleração, aumentando a sua energia cinética. Ao atravessar o estator, que funciona como difusor, é abrandado dado à geometria divergente da pá fixa, forçando o fluido a reduzir o volume especifico no escoamento aumentando assim a sua pressão. 21

42 3.2 Turbofan O turbofan é uma evolução do turbojet, com um maior grau de complexidade, construído com o intuito de promover a eficiência de propulsão. É um motor mais pesado, mas apresenta um valor mais económico de combustível [5]. Figura 12- Representação ilustrativa de um turbofan [3]. Destinado essencialmente para aviação comercial, este tipo de reator foi concebido inicialmente como um método de melhorar a eficiência de propulsão de um motor a jato, reduzindo a sua velocidade operacional, adequado essencialmente para operações de alta velocidade subsónica. Em função desta redução da velocidade do jato, constatou-se que o ruído provocado pelo mesmo havia sido reduzido, tornando-se num factor importante para a sua implementação na aviação comercial [1]. Basicamente, o turbofan é um turbojet multi-spool com um fan implementada, antes do compressor de baixa pressão. É possível visualizar a representação esquemática deste sistema na Figura

43 Figura 13- Representação esquemática de um twin-spool turbofan [5]. O ar entra pelo difusor, de seguida entra na conduta da fan. A fan comprime o ar e aumenta a sua pressão, semelhante a um compressor de baixa pressão. De seguida, o ar é separado resultando em dois circuitos de caudal, o primário e o secundário. O caudal primário, consiste no fluido que percorre o gerador de gás, e é expelido pelo nozzle principal. O caudal secundário, chamado de caudal de by-pass, será uma porção do caudal que percorre um caminho alternativo ao core do reator. Este caudal é então ejectado por um outro nozzle na conduta da fan, usualmente designado de fan nozzle. Este impulso criado no circuito secundário, contribui usualmente entre 70% a 85% do impulso da aeronave. Figura 14- Representação do circuito de caudal de um unmixed turbofan [3]. Com isto, o impulso deste reator irá ter duas componentes. O impulso do caudal frio, e o impulso do caudal quente. O turbofan pode ser configurado com uma mistura dos dois caudais à saída, usando ambos o mesmo sistema de exaustão (Figura 15), ou por sistemas separados (Figura 14). 23

44 Figura 15- Representação do circuito de caudal de um turbofan with mix exhaust [3]. 24

45 Capítulo 4 Performance do Reator Aeronáutico 4.1 Impulso A característica fundamental de um reator é a sua capacidade de produzir impulso. É com base neste critério de performance que é escolhido o tipo de reator mais adequado para cada aeronave. O impulso é uma consequência básica das Leis de Newton, em que é necessário uma velocidade superior à saída do reator, proporcionando uma elevada energia cinética. No presente capitulo, irá ser apresentado ao leitor as equações que descrevem a força de impulso criada pelo motor. Estas equações são desenvolvidas com base num volume de controlo no reator, em que as propriedades de entrada e de saída são conhecidas. No esquema representado na Figura 16, está representado um volume de controlo criado à volta de um reator, montado na asa de uma aeronave. É assumido que a pressão estática em redor do volume de controlo é uniforme, e desprezado o efeito da asa da aeronave, de forma a perceber como se calcula o impulso criado pelo reator [9]. 25

46 Figura 16- Volume de controlo de um reator [9]. A maior parte do ar passa à volta do motor, só uma pequena parte é realmente admitida no reator, a uma velocidade C, igual e oposta à velocidade de avanço da aeronave. A porção de fluido admitido é acelerado, abandonando a unidade com uma velocidade superior, C!. Para simplificar, assume-se que o caudal é constante em todo o processo, pois o caudal de combustível injetado na câmara de combustão é considerado desprezável em relação ao caudal de ar. É criado uma força de Impulso F! (Net Thrust), devido à variação de movimento, definido por: F! = m(c C! ) (4.1) Se o reator estiver a ser testado em banco de ensaio, ou a aeronave permanecer em estado estacionário, o impulso produzido é denominado de impulso bruto F! (Gross Thrust), sendo que a velocidade da aeronave é nula (C = 0), dado pela Equação 4.2 [9]: F! = mc! (4.2) A diferença entre estas duas forças resulta em mc, chamado de força de arrasto. Quando os gases de escape não são expandidos completamente para a pressão atmosférica P!, a pressão à saída da aeronave será maior do que a pressão atmosférica, e haverá uma pressão 26

47 de impulso adicional, exercido sobre a área de saída do jato A! [1], resultando na Equação 4.3: F! = m(c C! ) + A! (P! P! ) (4.3) Quando a aeronave se encontra em modo cruzeiro a uma velocidade uniforme C, o impulso deverá ser igualmente oposta ao arrasto provocado pela aeronave, à mesma velocidade. É esta força de impulso que, sendo maior ou menor que o arrasto, irá respectivamente, acelerar ou desacelerar a aeronave. Assumindo que ocorre uma expansão completa na tubeira para a atmosfera, a Equação 4.1 é aplicável. Em suma, o motor escolhido para mover uma aeronave deverá criar um impulso suficientemente igual ou superior que o arrasto provocado por esta. O contrário, a aeronave não voará. Pela Equação 4.1, verifica-se que o impulso pode ser concebido tanto pela escolha de um grande caudal, expelido a uma velocidade de jato reduzida, ou por pequenas quantidades de caudal mas com uma elevada velocidade de jato. 4.2 Eficiência do Core e de Propulsão Como previamente constatado, um impulso unitário de um reator pode ser requerido com um elevado caudal de exaustão a uma velocidade reduzida, ou pequenas quantidades de caudais expelidos a uma grande velocidade. A questão será, qual das duas hipóteses é mais eficiente. É neste contexto que surge a eficiência de propulsão. A eficiência de propulsão η!, pode ser definida como a potência de propulsão (Equação 4.4), pela energia cinética do fluido de trabalho (Equação 4.5) [1]. P! = CF = C[m C C! ] (4.4) E! = m C! C!! 2 (4.5) Dito isto, a eficiência de propulsão η!, é expressa pela Equação 4.6: 27

48 η! = C[m C C! ] 1 2 m C! C!! (4.6) Simplificando, obtém-se η!, também conhecida como Equação de Fraude. η! = 2C C + C! (4.7) Assim sendo, é encontrado um paradigma entre o impulso e a eficiência de propulsão. Sendo que F! é máximo quando C = 0, ou seja, em condição estacionária, mas aqui η! tende para zero. Quando η! é máximo, C! = C, ou seja, a velocidade de avanço da aeronave é igual ao a velocidade do jacto, o impulso é nulo. Concluindo, C! deverá ser maior que C, mas a diferença não pode ser excessiva. A eficiência de propulsão tem grande importância em medir a eficiência em função da propulsão da aeronave, quando esta se encontra em modo voo. Quando se efetua testes em banco de ensaio, esta eficiência deixa de ser possível mensurar, pois o reator encontra-se em estado estacionário. É neste sentido que surge a eficiência do core. A eficiência do core, ou core efficiency, dita a potência disponível à saída da turbina, ou seja, pelo fluido do circuito primário (core), por energia de combustível utilizada no motor. Esta energia disponível, é determinada após os requisitos de potência suficientes para conduzir o compressor serem satisfeitos. Como pode ser apresentado na Equação 4.8. η!"#$ = m Δh C! ] m! PCI (4.8) 4.3 Rendimento Térmico e Global Como o rendimento propulsivo mede a eficiência do reator em relação à propulsão da aeronave, e não em termos da conservação de energia, é definido um novo parâmetro, o rendimento térmico. 28

49 O rendimento térmico relaciona a energia cinética que o escoamento ganha ao atravessar o motor, e a energia introduzida na queima do combustível [1]. η! = E! m! PCI (4.9) Em que m! é o caudal mássico de combustível usado na queima do fluxo de ar, e PCI é o poder calorífico inferior do combustível usado. Relativamente ao rendimento global, é definido pelo quociente entre a potência útil utilizada para vencer o arrasto e a energia térmica fornecida pelo combustível [1]: η! = P! m! PCI = η! η! (4.10) 4.4 Consumo Especifico de Combustível (SFC) Como referido anteriormente, a característica mais importante e que define um reator, é a sua capacidade de promover impulso. Contudo, um parâmetro igualmente importante é o consumo especifico de combustível por unidade de impulso, dado por: SFC = m! F! (4.11) SFC (ou TSFC ) é uma medida da quantidade de combustível usada para um determinado impulso, que serve para comparação da eficiência de diversos reatores [5]. Este parâmetro também não deixa de ter uma elevada importância na concepção de reatores aeronáuticos. 4.5 Rendimento dos Componentes do Reator Além de se determinar a eficiência da turbina a gás como um sistema de reator, pelos métodos já enunciados, é igualmente importante precisar a rendimento dos componentes em separado. 29

50 O rendimento de uma máquina, cuja a finalidade é a produção ou absorção de trabalho, é usualmente expresso através da razão entre a transferência de trabalho atual e ideal. Sendo o processo numa turbina a gás essencialmente adiabático, este rendimento é denominado de rendimento isentrópico [1]. Para um gás perfeito, em que o valor do calor especifico C! e índice adiabático γ mantém-se constante, facilmente se constrói a relação entre variação de entalpia do fluido com a sua temperatura, através da Equação Δh = cpδt (4.12) Fazendo uso das propriedades de estagnação, de forma a contabilizar qualquer variação de energia cinética entre a entrada e saída dos componentes [1], obtém-se a Equação 4.13 para o rendimento isentrópico do compressor. η! = Trabalho ideal Trabalho atual = (h!" h!" ) (h!" h!" ) = (T!" T!" ) (T!" T!" ) (4.13) Do mesmo modo, se obtém para a turbina: η! = Trabalho atual Trabalho ideal = (h!" h!" ) (h!" h!" ) = (T!" T!" ) (T!" T!" ) (4.14) A Figura 17 e 18, ajudam a entender o processo isentrópico, num diagrama h-s, diferenciando o processo ideal para o processo atual. 30

51 Figura 17- Diagrama h-s para o compressor [7]. Figura 18- Diagrama h-s para a turbina [7]. Contudo, é errado pensar que o rendimento isentrópico é constante para as varias razões de pressão a que os componentes operam. Assim surge uma variante do rendimento isentrópico, o rendimento politrópico. 31

52 A eficiência politrópica, basicamente, é uma medida de eficiência independente da razão de pressões de um componente, de forma a que vários componentes possam ser comparáveis, independentemente do número de andares de pressão. A vantagem de usar este método, é de que a eficiência politrópica é aproximadamente idêntica para os constituintes dos motores modernos, e é determinada pelo design de um único andar. Assim sendo, torna-se possível dois motores de diferentes tamanhos e diferentes andares de pressão, serem comparados através da eficiência politrópica [5]. A eficiência politrópica do compressor e da turbina é dada pela Equação 4.15 e Equação 4.16, respectivamente. η!" = ln(p!/p! ) (!!!)/! ln(t! /T! ) (4.15) η!" = ln(t! /T! ) ln(p! /P! ) (!!!)/! (4.16) É importante referir que o rendimento isentrópico e o politrópico apresentam a mesma informação em diferentes formas e que quando o objectivo é proceder a cálculos para várias razões de pressão é correto usar rendimento politrópico e considerar que se mantém constante. Isto porque este conceito representa o nível a que se encontra a tecnologia e não o comportamento de um determinado componente [7]. 4.6 Optimização da Turbina a Gás Sendo esta dissertação centrada na optimização do combinado turbina-compressor, é essencial começar por elucidar o leitor sobre os parâmetros termodinâmicos que influenciam significativamente o ciclo da turbina a gás. Na concepção de um reator, os parâmetros termodinâmicos relevantes à concepção da turbina a gás são essencialmente, a temperatura de entrada da turbina (dada pela câmara de combustão) e a razão de pressões do compressor. É comum a pratica de efetuar uma série de cálculos abrangendo uma gama de valores destas duas variáveis, fixando os valores de rendimento politrópico para o compressor e para a turbina, resultando num ajuste do SFC em função do impulso necessário para mover a aeronave [1]. 32

53 Estes cálculos deverão ser efetuados para varias condições de voo, em termos de altitude e velocidade de avanço da aeronave. Resultados típicos aplicados a uma condição de voo subsónico são mostrados na Figura 19. Figura 19- Diagrama SFC vs Impulso de um reator típico [1]. É possível verificar que o impulso especifico é fortemente dependente do valor da temperatura de entrada da turbina T!", e a utilização da máxima temperatura possível permite um motor de menor dimensão, para um impulso requerido. Isto deve-se ao facto de quanto maior o gradiente de temperaturas dos gases de escape para atmosfera, maior será jacto de saída que irá impor maior força de impulso. Este incremento na temperatura a saída da câmara de combustão permite um ganho considerável no impulso, contudo, haverá um incremento de injeção de combustível. Para aeronaves de alta velocidade, esta penalização no consumo de combustível, é um fator secundário, visto ser essencial a redução de peso do motor e da força de arrasto provocada por este. Contudo, o aumento da temperatura T!" é limitado consoante o material usado na concepção da turbina. Este limite salvaguarda o correto funcionamento do motor, pois a excessiva 33

54 temperatura à saída da câmara de combustão pode levar a cedência e ruptura das pás da turbina, deixando o reator num possível estado catastrófico. O efeito de aumentar a razão de pressões é claramente a redução do SFC. Para um valor fixo de temperatura T!", aumentar a razão de pressões inicialmente resulta no aumento do impulso especifico, mas eventualmente irá resultar numa redução Optimização do Turbofan O turbofan varia ligeiramente nas propriedades em relação a um turbojet de ciclo simples, a sua concepção tem em conta quatro parâmetros termodinâmicos, além da razão de pressões e temperatura a entrada da turbina, dispõe também da razão de by-pass e razão de pressões da fan. Este aumento de parâmetros complica de certa forma a otimização do ciclo da turbina a gás [1]. Considerando o reator com a razão de pressões global (incluindo o by-pass), temperatura de entrada na turbina previamente especificados. A temperatura de entrada no sistema está também previamente escolhida, pelas condições de operação. Resta-nos o FPR (Fan Pressure Ratio), razão de pressões da fan. O primeiro passo a considerar é a variação de impulso e o consumo de combustível especifico em função da FPR. Começando com um FPR baixo, isto irá traduzir num escoamento de caudal frio reduzido. Sendo um FPR reduzido, a fan irá necessitar pouco trabalho mecânico fornecido pelo LPC, requerendo pouca energia da mistura do gás, resultando numa elevada percentagem de impulso derivado do caudal quente. Elevando o FPR, obviamente que mais energia por parte do LPC será necessária, reduzindo a quantidade de energia disponível no caudal quente para produzir impulso. Pode ser consultado na Figura 20, a variação de impulso e do SFC em função do FPR. 34

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