O QUE A ARTE ENSINA SOBRE AS PSICOSES ORDINÁRIAS
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- Maria das Neves Alcântara Fonseca
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1 O QUE A ARTE ENSINA SOBRE AS PSICOSES ORDINÁRIAS Angélica Cantarella Tironi 1 Marcia Mello de Lima 2 Freud assegura que a Arte é uma das mais altas realizações do homem, pois lhe oferece uma satisfação substitutiva de valor inestimável. Desde então, a pesquisa freudiana em direção à conexão Psicanálise-Arte produz exemplos que fazem série e consagram essa conexão como um verdadeiro método de investigação no campo psicanalítico. Freud acredita que o artista visa despertar no espectador o mesmo efeito de captura com o qual foi afetado no ato de criação 3. O presente artigo pretende justificar a importância desta argumentação. Com Lacan, aprendemos que a Psicanálise não se aplica à Arte, é a Arte que se antecipa à Psicanálise e transmite um saber avant la lettre, um saber que se antecipa. Justamente porque o artista, ao manejar a obra, lida de forma surpreendente com o real sem sentido denotando um saber-fazer que, no entanto, não é da mesma ordem de um saber absoluto. Para explicar o saberfazer, Lacan produz um equívoco com lalíngua utilizando o som das palavras. Afirma que existe no artista uma arte-dizer [art-dire] que desliza rumo ao ardor [ardeur] 4. Portanto, o saber construído pela Arte é um artifício em relação ao qual o psicanalista não pode recuar. Exatamente por isso escolhemos a personagem Lol V. Stein, de Marguerite Duras, com o objetivo de conduzir algumas considerações sobre a função do objeto para a Psicanálise, o modo de construção de um corpo pela personagem e os efeitos produzidos no sintoma. 1 Psicanalista. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação do IP/UERJ. Correspondente da Seção Rio da Escola Brasileira de Psicanálise Escola do Campo Freudiano. 2 Psicanalista. Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise do IP/UERJ. Membro Aderente da Escola Brasileira de Psicanálise Escola do Campo Freudiano do Rio de Janeiro. 3 FREUD, S. El Moisés de Miguel Angel (1914). Obras completas, Sigmund Freud. Buenos Aires: Amorrortu, 1993, v.xiii, p LACAN, J. O Seminário, livro 23: o sinthoma ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007, p. 114.
2 2 As psicoses ordinárias Nosso objetivo é introduzir a temática das psicoses ordinárias a partir de um programa de investigação que vem sendo recentemente elaborado pelos psicanalistas de orientação lacaniana. Tais psicoses revelam determinados tipos clínicos que incluem diagnósticos de difícil interpretação. O que vem sendo denominado de a segunda clínica de Lacan, ou então de a clínica dos nós borromeanos, permite que esses tipos clínicos sejam situados sem recorrer às famosas categorias classificatórias de borderline, neurose narcísica, e outras utilizadas pela psicologia das subjetividades. Na verdade, a segunda clínica privilegia as modalidades de gozo e as amarrações sinthomatizadas que mantém o psicótico fora do desencadeamento. Nesta formalização da práxis, as psicoses ordinárias são nomeadas desta forma por serem comuns, freqüentes, ordinárias, por assim dizer. São casuísticas reconhecidas em certas demandas de análise que trazem sintomatizações corporais típicas de nosso tempo. Por exemplo, os graves transtornos alimentares das anorexias e bulimias, os usos compulsivos no alcoolismo e nas toxicomanias, as manifestações hipocondríacas e os fenômenos psicossomáticos, os estados depressivos com distúrbios do humor e outros. São pacientes que surpreendem o psicanalista pelo fato de não se apresentarem na forma usual da psicose desencadeada. Ao contrário, elas não manifestam os fenômenos elementares esperados tais como o automatismo mental, as alucinações, os distúrbios de linguagem, o delírio sistematizado, as certezas absolutas, dificultando o diagnóstico diferencial neurose-psicose recomendado por Freud no início do tratamento. No dispositivo analítico, os sujeitos trazem inúmeras demandas. Ora se trata de um impasse no engajamento afetivo e na sustentação do laço social, ora uma instabilidade sem devastações aparentes causadas pelo grande Outro;
3 3 ou então expressam questões corporais inexplicáveis que provocam o enigma. Em outros casos são as abulias. Em novas situações são as lembranças que não fazem série e não produzem a retificação subjetiva esperada, pois o sujeito não reorganiza e nem movimenta a série significante, como ocorre com o neurótico. O traço em comum é que nenhum deles apresenta um desencadeamento da psicose conforme os casos clássicos da estrutura. Existem alguns indicadores para o diagnóstico inicial que facilitam reconhecer uma psicose ordinária. São fenômenos que pré-existem ao desencadeamento da enfermidade, mas que já estão presentes na estrutura. Por este motivo, requerem um manejo clínico específico a fim de que a psicose não se desencadeie. Podemos citar a estranheza em relação ao corpo próprio, as distorções temporal e espacial, os transtornos concernentes ao sentido e à verdade do sujeito em relação às experiências vividas, a sensação de ausência ou mesmo um laço desregulado com o semelhante. Assim sendo, como estes indicadores podem ser percebidos em Lol V. Stein, a personagem do livro de Marguerite Duras? Sobre a Lol V. Stein de Marguerite Duras Duras 5 publicou um romance que permite tecer articulações entre a Arte, o corpo-sintoma e as psicoses ordinárias. Ele se desenrola em torno das experiências de Lol e a solução que ela encontrou para construir um corpo. No livro, duas cenas descritas pela autora possibilitam verificar o pathos vinculado ao objeto lacaniano por excelência o objeto a em termos da função do olhar. Descrevemos sumariamente duas cenas extraídas do romance. A primeira acontece em um baile onde Lol se vê preterida pelo noivo que a troca por outra mulher. A segunda se desenrola em um campo de centeio quando Lol 5 DURAS, M. O Deslumbramento (Le ravissement de Lol V. Stein). (1964). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
4 4 testemunha, do lado de fora, uma cena de amor entre um casal à janela de um hotel. Esse livro magistral mereceu uma homenagem de Lacan. Ele admite que a arrebatadora é Marguerite Duras, e nós, os arrebatados 6, pois a autora revelou saber, sem ele, aquilo que ele próprio ensina. O texto lacaniano resgata no título o significante arrebatamento, o termo ravissement contido no título da autora, para explicar alguns pontos que priorizamos neste artigo. Este significante auxiliará a argumentação que desenvolvemos aqui sobre o diagnóstico da psicose ordinária em Lol. Destacamos o corpo arrebatado de Lol conectado à função do ser a três teorizada por Lacan. A questão situa-se, inicialmente, na cena do baile e no efeito de fascínio que uma mulher causou em Lol e no noivo, ambos arrebatados pela beleza da mulher. Depois, na cena do campo de centeio: não sendo vista pelo casal, mas olhando-o, Lol torna-se um puro olhar fixado na cena em que o homem ocupa-se do corpo da mulher. Ao se posicionar como terceira em ambas as cenas, Lol inventa o ser a três, como forma de ganhar um lugar privilegiado para seu corpo: ela só podia ser vista vendo, invenção que converge para o reconhecimento do corpo construído através do olhar do Outro. Na teoria, o conceito de corpo fragmentado advém da extração do objeto a. Lacan o define como uma espécie de ponto ideal que escapa no intervalo entre a imagem especular do corpo, i(a), e a imagem refletida do sujeito, i (a), no espelho do grande Outro 7. Assim, ele diferencia o objeto a dos objetos comuns. O primeiro tem uma estrutura de borda enraizada nos furos do corpo pulsional e significa um resto separado do corpo, perdido. Porém esta peça avulsa 8, destacada, ao mesmo tempo é soletrada no corpo, por meio dos objetos comuns constituídos a partir de a imagem especular. Por isso os objetos comuns são passíveis de troca, compartilháveis, e dão margem às rivalidades 6 LACAN, J. Homenagem a Marguerite Duras pelo arrebatamento de Lol V. Stein (1965). Em: Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003, p Idem O Seminário, livro 10: a angústia ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005, p Idem, ibidem, p. 54.
5 5 entre o sujeito e o semelhante. No entanto, quando o objeto a aparece no campo da partilha, ou seja, como objeto passível de troca na experiência do sujeito, este é lançado em uma dimensão de estranheza e de um real insuportável. No romance, Marguerite Duras deixa claro que muito antes da cena do baile Lol já era estranhamente incompleta 9 em relação ao corpo. Nós, leitores de Duras, entendemos o modo com o qual ela sintetiza a posição de uma Lol arrebatada em seu gozo. O registro imaginário que vela o objeto a no campo da realidade não exerceu em Lol sua função de véu, i (a), e coincidiu com o objeto a, o que precipitou a angústia e a emergência do real. A imagem de corpo que vinha sendo inventada por Lol se esvai fazendo emergir uma vacuidade sem barra e os efeitos da despersonalização. O desencadeamento da psicose Nesse entrelaçamento entre a teoria lacaniana e o romance de Duras, localizamos algumas situações que só fizeram surgir o fading, o curto-circuito do sujeito, apontando que a estratégia de gozo se desfez. A fragilidade da invenção de Lol torna-se evidente quando o homem, ao invés de se ocupar da outra mulher, objeto de seu gozo, ele próprio passa a se ocupar de Lol. Diante da impossibilidade de sustentar seu lugar na partilha sexual, bem como confirmar a inexistência da relação sexual, o impasse de Lol demonstra a inviabilidade de subjetivar o gozo deslocado. Sem a imagem do corpo da mulher para velar o real do gozo, Lol torna-se puro dejeto-olhar. Nas páginas finais do livro, Duras descreve o desencadeamento da loucura. Lacan 10 ensina que o fenômeno da despersonalização é o que há de mais contrário ao eu, e pode ser encontrado em qualquer estrutura clínica, uma vez que indica a presença da angústia e do real. Portanto, não é exclusivo à psicose. Começa pelo não-reconhecimento da imagem especular que se torna 9 DURAS, M. O deslumbramento (Le ravissement de Lol V. Stein), op. cit, p LACAN, J. - O Seminário, livro 10: a angústia, op. cit., ps
6 6 estranha, invasiva, e advém o sentimento de desapossamento do corpo. Ao não se ver no espelho do Outro, o sujeito é tomado por esse fenômeno de borda típico da vacilação despersonalizante do eu. Porém no caso de Lol, não se trata unicamente de apontar a existência de um objeto invasivo na psicose. A questão específica vincula-se ao perigo que se instala no eu quando ocorre a inclusão do objeto a como olhar na cena fantasmática. Inclusive porque na psicose essa inclusão acontece sem a extração do objeto a do campo do Outro, o que fornece o caráter de invasão. Além disso, a própria estrutura do objeto de troca neste caso, o corpo de outra mulher que lhe garantia um lugar de gozo torna-se ineficaz para a constituição do corpo como falta-a-ser. Na verdade, ao inventar para si um corpo, Lol dá provas da descrença do ser-de-falta e a certeza no ser-degozo. Em outras palavras, ela tenta subjetivar o corpo como puro real. Ao ser despojada do olhar do Outro que a reconhece e corporifica nesse sentido em que o desejo do Outro fazia suplência e lhe fornecia um corpo, a angústia sobrevém pelo encontro com o objeto a. Lol vive então a experiência de despersonalização: a desmontagem da cena a retira do lugar de gozo que ela inventou, desestabilizando-a. O psicótico não demanda o objeto a nos moldes da neurose, porque a estrutura não se sustenta do lugar do Outro. Segundo Lacan, o psicótico tem seu objeto a disponível no bolso, por isso é um louco 11. No romance, Duras descreve os efeitos produzidos entre as duas cenas que traduzem os fenômenos anteriores ao desencadeamento da psicose. Lol sofria transtornos concernentes ao sentido e à verdade dos fatos. As experiências vividas a impeliam a vagar pela rua com uma sensação de ausência em busca de novos olhares que a faria reorientar o lugar de gozo, sem proceder à retificação subjetiva. Em outras palavras, Lol não fazia escansões metafóricas. 11 Idem, Petit discours aux psychiatres (1967). Conferência no Hospital de Sainte-Anne. Inédita.
7 7 No entanto não podemos nos enganar sobre a posição do objeto a- olhar na experiência da personagem de Duras. Pois não é Lol quem olha, nem que seja pelo fato de que ela não vê nada. Ela não é o voyeur. O que acontece a realiza 12. Portanto, sua posição subjetiva não a confunde com a do voyeurismo perverso se fosse o caso de admitir tal estrutura na mulher. Não se trata disso. Lol inclui-se na cena sob determinadas condições: uma delas é fazerse consistir como mancha, com o olhar fixado em corpos que a faz subsumir na posição de terceira. Mas que não representa a posição de um terceiro excluído, pois é nela que Lol se encaixa enquanto ser-de-gozo. Lacan fornece à função da mancha a dimensão de um não-saber, uma união do olho e do olhar. A mancha assinala a pré-existência, ao visto, de um dado-a-ver 13, um elo do campo escópico do desejo. Na verdade, a mancha é conceituada como uma célula vazia que representa o ponto zero em que nos situamos no desejo 14. Isso quer dizer que, no lugar de mancha, o sujeito não existe. Nesse sentido, o fascínio adquire uma função especial por ser a conseqüência da posição de mancha que Lol deseja ocupar. A contemplação dos corpos traduz a onipotência imaginária do sujeito. No entanto, a função do olhar aponta que há um isso olha antes mesmo que a visão possa operar. Essa teorização de Lacan introduz versões diferenciadas e concomitantes em relação ao significante arrebatamento: a de encanto e a de desaparecimento do sujeito. Lacan denomina objeto a-olhar o que fascina e não o sujeito fascinado. Ele reconhece a origem do objeto olhar como objeto avulso, destacado do corpo, equiparando-o à mancha 15. Neste caso, a posição subjetiva de Lol não se confunde com a da histeria. Se Lol se satisfaz vendo o homem gozar de outra mulher, é preciso que ela mesma permaneça na posição de presença ignorada, sem a qual desencadeia a loucura. 12 Idem, Homenagem a Marguerite Duras pelo arrebatamento de Lol V. Stein, op. cit., p Idem, O Seminário: livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (1964). Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979, p Cf. O Seminário, livro 10: a angústia, op. cit., ps. 277 e MILLER, J.-A.- Los usos del lapso ( ). Buenos Aires: Paidós, 2004, p. 424.
8 8 Quanto ao continuum que vem sendo elaborado até aqui, não se trata de interpretar a existência de uma amarração sinthomatizada, tal como trabalhada por Lacan em O seminário, livro 23: o sinthoma, em relação à Joyce. Trata-se mais de considerar que havia em Lol, antes do desencadeamento da enfermidade, uma forma de enlaçamento imaginário com o simbólico que fornecia uma garantia de estabilização em sua psicose ordinária. A estratégia do ser a três, a contemplação dos corpos, enfim, permitiam um encadeamento que a mantinha na amarração borromeana. A partir do ponto em que algo da realidade mobiliza um significante que falta, desfaz-se o imaginário e começa a catástrofe: Lol, capturada pelo simbólico, tem sua distribuição de gozo alterada. A noção lacaniana de momento fecundo 16 funciona como um empuxoao-delírio e facilita interpretar o que aconteceu com Lol no momento do desencadeamento. O delírio situa-se exatamente no lugar em que o simbólico não pôde fornecer um lugar ao eu. Lol buscava significantes capazes de livrá-la da falta-a-ser, não como na histeria. Na neurose, quando uma mulher dirige-se a outra supostamente desejada, ela o faz a partir de um não saber que visa a decifração, tal como aconteceu com Dora e com a Jovem Homossexual na clínica freudiana. No caso de Lol, o que a dirigia a outra mulher não tinha o estatuto de um segredo, a fantasia está aqui como realizada ou mais exatamente passou ao real 17. Pelo fato do psicótico não estar inscrito na função fálica e não acreditar nos semblantes, estes não funcionam na repartição entre os sexos. A invenção do ser a três permitiu que Lol realizasse uma metáfora de corpo, mesmo que fosse uma metáfora delirante. Ao efetuar a conjunção imagemobjeto, o desencadeamento foi precipitado devido à dissolução do laço do simbólico com o imaginário. 16 LACAN, J. O Seminário, livro 3: as psicoses ( ). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985, ps. 26, 122 e MILLER, J.-A. Los usos del lapso, op. cit., p. 500.
9 9 A arte ensina Após essa incursão pela obra de Marguerite Duras, podemos retornar ao início do artigo para mostrar o que representa o savoir-faire do artista ligado à prática do significante; bem como apontar as contribuições fornecidas pela Arte nessa passagem dos efeitos do sentido à letra, enquanto cifra de gozo. Sabemos que no momento em que Lacan escreve o texto em homenagem a Marguerite Duras, sua teorização sobre a conexão Psicanálise- Arte baseia-se na teoria do significante e no uso do inconsciente como prática da letra. Mas em 1975, ao ditar o seminário sobre Joyce, ele desdobra uma outra posição sobre essa conexão: ambas têm em comum o fato de produzirem artifícios; nos dois casos, tanto o artista quanto o psicanalista fazem um caminho que os leva do sentido ao texto, isto é, ao artifício 18. Marie-Hélène Brousse aponta, inclusive, que o saber do artista tem algo em comum com o discurso do psicanalista. Ambos dirigem-se para o forade-sentido do sintoma e para a divisão subjetiva como método, mesmo porque o artista promove um efeito-sujeito naquele que o lê 19. E acrescenta que a arte e o artista não operam a partir do S 1, o que produz o saber do artista é a recuperação do objeto perdido através do seu savoir-faire. Esse saber provém da separação desse objeto no espectador. O saber do artista não divide o espectador, ele o separa. Isso faz com que o artista tampouco seja subsumido pelo saber inconsciente, mesmo se é neurótico 20. Se Joyce, em Finnegans Wake mostrou os efeitos do objeto a-voz sobre o significante, Marguerite Duras, com sua Lol V. Stein, procedeu da mesma forma com o objeto a-olhar. Enfim, ela deu provas de que a Arte ensina ao psicanalista, não apenas sobre o saber-fazer do artista, mas também o que representa, em todos os tempos, a inovação no modo de gozar. 18 BROUSSE, M.H. - O saber dos artistas. Em: Arquivos da Biblioteca n.5. Rio de Janeiro, Publicação da EBP-RJ, junho de 2008, p Idem, ibidem, p Idem, ibidem, p. 54.
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