PORTUGUÊS - 3 o ANO MÓDULO 61 PROCESSO DE PRODUÇÃO LITERÁRIA E FORMAÇÃO NACIONAL: MODERNISMO 2ª FASE POESIA
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1 PORTUGUÊS - 3 o ANO MÓDULO 61 PROCESSO DE PRODUÇÃO LITERÁRIA E FORMAÇÃO NACIONAL: MODERNISMO 2ª FASE POESIA
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8 Como pode cair no enem (ENEM) Ó meio-dia confuso, ó vinte e um de abril sinistro, que intrigas de ouro e de sonho houve em tua formação? Quem ordena, julga e pune? Quem é culpado e inocente? Na mesma cova do tempo cai o castigo e o perdão. Morre a tinta das sentenças e o sangue dos enforcados... - liras, espadas e cruzes pura cinza agora são. Na mesma cova, as palavras, o secreto pensamento, as coroas e os machados, mentira e verdade estão. [...] (MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfidência. RJ: Aguilar, fragmento) O poema de Cecília Meireles tem como ponto de partida um fato da história nacional, a Inconfidência Mineira. Nesse poema, a relação entre texto literário e contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma recriação da realidade, mesmo quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília Meireles, a recriação se concretiza por meio: a) do questionamento da ocorrência do próprio fato, que, recriado, passa a existir como forma poética desassociada da história nacional. b) da descrição idealizada e fantasiosa do fato histórico, transformado em batalha épica que exalta a força dos ideais dos Inconfidentes. c) da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histórico do movimento da Inconfidência: a derrota, a prisão e a morte dos Inconfidentes. d) do distanciamento entre o tempo da escrita e o da Inconfidência, que, questionada poeticamente, alcança sua dimensão histórica mais profunda. e) do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico pela autora, a fim de exaltar o heroísmo dos Inconfidentes.
9 Fixação 1) (ENEM) Ponho-me a escrever teu nome com letras de macarrão. No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados na mesa todos contemplam esse romântico trabalho. Desgraçadamente falta uma letra, uma letra somente para acabar teu nome! Está sonhando? Olhe que a sopa esfria! Eu estava sonhando (...) E há em todas as consciências este cartaz amarelo: Neste país é proibido sonhar. Sentimental (ANDRADE, C. D. Seleta em Prosa e Verso. RJ: Record, 1995.) Com base na leitura do poema, a respeito do uso e da predominância das funções da linguagem no texto de Drummond, pode-se afirmar que: a) por meio dos versos Ponho-me a escrever teu nome (v.1) e esse romântico trabalho (v.5), o poeta faz referências ao seu próprio ofício: o gesto de escrever poemas líricos. b) a linguagem essencialmente poética que constitui os versos No prato, a sopa esfria, cheia de escamas e debruçados na mesa todos contemplam (v.3 e 4) confere ao poema uma atmosfera irreal e impede o leitor de reconhecer no texto dados constitutivos de uma cena realista. c) na primeira estrofe, o poeta constrói uma linguagem centrada na amada, receptora da mensagem, mas, na segunda, ele deixa de se dirigir a ela e passa a exprimir o que sente. d) em Eu estava sonhando... (v. 10), o poeta demonstra que está mais preocupado em responder à pergunta feita anteriormente e, assim, dar continuidade ao diálogo com seus interlocutores do que em expressar algo sobre si mesmo. e) no verso Neste país é proibido sonhar. (v. 12), o poeta abandona a Iinguagem poética para fazer uso da função referencial, informando sobre o conteúdo do cartaz amarelo (v.11) presente no local.
10 Fixação 2) (ENEM) Eu preparo uma canção, em que minha mãe se reconheça todas as mães se reconheçam e que fale como dois olhos. [...] Aprendi novas palavras E tornei outras mais belas. Eu preparo uma canção que faça acordar os homens e adormecer as crianças. Canção amiga (ANDRADE, C. D. Novos Poemas. RJ: Jose Olympio, fragmento) A linguagem do fragmento acima foi empregada pelo autor com o objetivo principal de: a) transmitir informações, fazer referência a acontecimentos observados no mundo exterior. b) envolver, persuadir o interlocutor, nesse caso, o leitor, em um forte apelo à sua sensibilidade. c) realçar os sentimentos do eu-lírico, suas sensações, reflexões e opiniões frente ao mundo real. d) destacar o processo de construção de seu poema, ao falar sobre o papel da própria linguagem e do poeta. e) manter eficiente o contato comunicativo entre o emissor da mensagem, de um lado, e o receptor, de outro.
11 Fixação 3) (ENEM) No poema Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade expressa a concepção estética de se fazer com palavras o que o escultor Michelângelo fazia com mármore. O fragmento a seguir exemplifica essa afirmação. (...) Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (...) Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: trouxeste a chave? (ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 1997, p ) Esse fragmento poético ilustra o seguinte tema constante entre autores modernistas: a) a nostalgia do passado colonialista revisitado. b) a preocupação com o engajamento político e social da literatura. c) o trabalho quase artesanal com as palavras, despertando sentidos novos. d) a produção de sentidos herméticos na busca da perfeição poética. e) a contemplação da natureza brasileira na perspectiva ufanista da pátria.
12 Fixação F 5 4) (ENEM) Eu começaria dizendo que poesia é uma questão de linguagem. A importância do poeta é que ele torna mais viva a linguagem. Carlos Drummond de Andrade escreveu um dos mais belos versos da língua portuguesa com duas palavras comuns: cão e cheirando. Um cão cheirando o futuro (Entrevista com Mário Carvalho. Folha de S.Paulo) O que deu ao verso de Drummond o caráter de inovador da língua foi: a) o modo raro como foi tratado o futuro. b) a referência ao cão como animal de estimação. c) a flexão pouco comum do verbo cheirar (gerúndio). d) a aproximação não usual do agente citado e a ação de cheirar. e) o emprego do artigo indefinido um e do artigo definido o na mesma frase.
13 ixação ) (UFRRJ) O homem; As viagens O homem, bicho da Terra tão pequeno chateia-se na Terra lugar de muita miséria e pouca diversão, faz um foguete, uma cápsula, um módulo. toca para a Lua desce cauteloso na Lua pisa na Lua planta bandeirola na Lua experimenta a Lua coloniza a Lua civiliza a Lua, humaniza a Lua. Lua humanizada: tão igual à Terra. O homem chateia-se na Lua. Vamos para Marte! - ordena a suas máquinas. Elas obedecem, o homem desce em Marte. pisa em Marte. experimenta coloniza civiliza humaniza Marte com engenho e arte. Marte humanizado, que lugar quadrado. Vamos a outra parte? (...) O homem funde a cuca se não for a Júpiter Proclamar justiça com injustiça, (...) Outros planetas restam para outras colônias. O espaço todo vira terra-a-terra O homem chega ao Sol ou dá uma volta Só para tever? (...) mas que chato é o Sol, falso touro espanhol domado. Restam outros sistemas fora Do solar a colonizar Ao acabarem todos, Só resta ao homem (estará equipado?) A dificílima, dangerosíssima viagem de si a si mesmo pôr um pé no chão do seu coração. Experimentar, colonizar, civilizar, humanizar. O homem descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene insuspeitada alegria De con-viver. (ANDRADE, Carlos Drummond de. As impurezas do branco. Rio de Janeiro, José Olympio, p ) O poema de Carlos Drummond de Andrade permite estabelecer, claramente, um confronto de ideias sintetizado pela oposição: a) conquistas espaciais do homem X desconhecimento da própria natureza humana. b) chegada do homem à Lua X necessidade de conhecer novos planetas. c) progresso tecnológico X destruição do meio ambiente. d) chegada do homem à Lua X volta em torno do Sol. e) chegada do homem a Marte X incapacidade humana de conviver com seu semelhante.
14 Fixação F 6) (UFRRJ) A temática central do poema de Carlos Drummond de Andrade é: a) o questionamento em torno da própria existência humana. b) o avanço tecnológico da humanidade. c) o domínio do homem sobre o sistema solar. d) o processo de humanização dos planetas. e) a capacidade humana de desbravar o desconhecido. 7 f a b c d e
15 ixação ) (UFRRJ) Lugar de muita miséria e pouca diversão. (l. 3) Proclamar justiça com injustiça, (l. 25) Os versos acima destacados do texto reproduzem uma característica já observada na 2 a ase da poesia modernista, que é: ) o desencanto com a vida. ) o amadurecimento poético. ) a crítica à monotonia. ) a tendência religiosa. ) a denúncia social.
16 ixação F ) (ENEM) 9 Lépida e leve Língua do meu Amor velosa e doce, que me convences de que sou frase, que me contornas, que me vestes quase, como se o corpo meu de ti vindo me fosse. Língua que me cativas, que me enleias os surtos de ave estranha, em linhas longas de invisíveis teias, de que és, há tanto, habilidosa aranha [ ] Amo-te as sugestões gloriosas e funestas, amo-te como todas as mulheres te amam, ó língua-lama, ó língua-resplendor, pela carne de som que à ideia emprestas e pelas frases mudas que proferes nos silêncios de Amor! (MACHADO, G. In: MORICONI, I. [org.]. Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 [fragmento].) i s A poesia de Gilka Machado identifica-se com as concepções artísticas simbolistas. Entretanto, a texto selecionado incorpora referências temáticas e formais modernistas, já que, nele, a poeta: b ) procura desconstruir a visão metafórica do amor e abandona o cuidado formal. p ) concebe a mulher como um ser sem linguagem e questiona o poder da palavra. c ) questiona o trabalho intelectual da mulher e antecipa a construção do verso livre. d ) propõe um modelo novo de erotização na lírica amorosa e propõe a simplificação verbal. c ) explora a construção da essência feminina, a partir da polissemia de língua, e inova o léxico e
17 ixação ) (ENEM) Ai, palavras, ai, palavras Que estranha potência a vossa! Todo o sentido da vida Principia a vossa porta: O mel do amor cristaliza Seu perfume em vossa rosa; Sois o sonho e sois a audácia, Calúnia, fúria, derrota... A liberdade das almas, ai! Com letras se elabora... e dos venenos humanos sois a mais fina retorta: frágil, frágil, como o vidro e mais que o aço poderosa! Reis, impérios, povos, tempos, pelo vosso impulso rodam... (MEIRELES, C. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 [fragmento].) O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Independência, de Cecília Meireles. Centralzada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla obre a seguinte relação entre o homem e a linguagem: ) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras. ) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíbrio vinculado aos significado das alavras. ) O significado dos nomes não expressa de forma justa e completa a grandeza da luta do homem pela vida. ) Renovando o significado das palavras, o tempo permite às gerações perpetuar seus valores e suas renças. ) Como produto da criatividade humana, a linguagem tem seu alcance limitado pelas intenções e gestos.
18 Proposto 1) (UNIRIO) A Flor e a Náusea Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego, Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. (Carlos Drummond de Andrade. [fragmento].) a) Que representa flor no fragmento apresentado no texto? b) A que fase do Modernismo pertence esse fragmento? c) Cite uma característica desse movimento existente no texto.
19 Proposto 2) (UFRJ) Amar Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? Amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o áspero, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa Amar a água implícita, e o beijo tácito e a sede infinita. (Reunião 10 livros de Poesia de Carlos Drummond de Andrade. 10 a ed. José Olympio, 1980.) a) O amor, presença constante na literatura através dos tempos, é tema do poema de Drummond. Explique, com base na terceira estrofe, qual a relação entre o tratamento dispensado a esse tema e o projeto modernista brasileiro. b) No poema Amar, destaque do último verso as três palavras que participam do campo do significado de FALTA (penúltimo verso).
20 Proposto 3) (PUC) Soneto do maior amor Maior amor nem mais estranho existe Que o meu, que não sossega a coisa amada E quando a sente alegre, fica triste E se a vê descontente, dá risada. E que só fica em paz se lhe resiste O amado coração, e que se agrada Mais da eterna aventura em que persiste Que de uma vida mal-aventurada. Louco amor meu que, quando toca, fere E quando fere, vibra, mas prefere Ferir a fenecer e vive a esmo Fiel à sua lei de cada instante Desassombrado, doido, delirante Numa paixão de tudo e de si mesmo. Sobre o soneto de Vinícius de Moraes podemos afirmar que: a) o eu lírico não manifesta seus sentimentos; b) a tradição clássica não contamina a forma do poema; c) a herança barroca não se faz presente; d) a menção à mulher amada descarta a influência romântica; e) o sentimento amoroso não se iguala ao do protótipo neoclássico, plácido e idílico. (Vinícius de Moraes)
21 Proposto 4) (PUC) O soneto só não apresenta: a) métrica regular, pois todos os versos são decassílabos; b) rimas alternadas nas quadras; c) influência da estética parnasiana; d) características formais próprias da geração modernista de 22; e) figuras de antítese e de paradoxo ligadas à estética barroca.
22 Proposto Assinale a série em que todos os traços presentes neste poema sejam comuns ao Modernismo brasileiro: a) Musicalidade - devaneio - linguagem regionalista; b) Linguagem direta - paráfrase - adjetivação abundante; c) Elementos do cotidiano - economia verbal - coloquialismo; d) Saudosismo - inversões sintáticas - ausência de rimas; e) Paródia - metrificação regular - desencanto. 5) (PUC) E tudo o que eu pensei e tudo o que eu falei e tudo o que me contaram era papel. E tudo o que descobri amei, detestei, papel. Papel quanto havia em mim e nos outros, papel de jornal de parede de embrulho papel de papel papelão. Papel (ANDRADE, Carlos Drummond de. As impurezas do branco.)
23 Proposto 6) (UFF) Este é tempo de partidos, Tempo de homens partidos. Em vão percorremos volumes, Viajamos e nos colorimos. A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua. Os homens pedem carne. Os lírios não nascem da lei. Meu nome é tumulto, e, escreve-se na pedra. (Carlos Drummond de Andrade) Assinale a alternativa coerente com o fragmento apresentado: a) O poema retrata alguns fatos históricos, políticos e sociais ocorridos na 2 a fase modernista. b) O poema é modernista, porém retrata a sua 1 a fase. c) Percebemos no poema a predominância de características românticas. d) O poema apresentado é romântico da 1 a geração. e) O poema é pós-modernista.
24 Proposto 7) (UERJ) Na areia da praia Oscar risca o projeto. Salta o edifício da areia da praia. No cimento, nem traço da pena dos homens. As famílias se fecham em células estanques. O elevador sem ternura expele, absorve num ranger monótono substância humana. Edifício Esplendor Entretanto há muito se acabaram os homens. Ficaram apenas tristes moradores. (ANDRADE, Carlos Drummond de. José: Poesias e Prosa, Nova Aquilar, Rio de Janeiro ) Dê duas características que, quanto à forma, identifiquem o poema como modernista.
25 Proposto Açúcar O branco açúcar que adoçará meu café Nesta manhã de Ipanema Não foi produzido por mim Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. (...) Em lugares distante, Onde não há hospital, Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome Aos 27 anos Plantaram e colheram a cana Que viraria açúcar Em usinas escuras, homens de vida amarga E dura Produziram este açucar Branco e puro Com que adoço meu café esta manhã Em Ipanema. (GULLAR, F. Toda poesia. RJ: Civilização Brasileira,1980 [fragmento].) 8) (ENEM) A Literatura Brasileira desempenha papel importante ao suscitar reflexão sobre desigualdades sociais. No fragmento, essa reflexão ocorre porque o eu lírico: a) descreve as propriedades do açúcar. b) se revela mero consumidor de açúcar. c) destaca o modo de produção do açúcar. d) exalta o trabalho dos cortadores de cana. e) explicita a exploração dos trabalhadores.
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