UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A COMUNICAÇÃO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS E O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS Por: Juliana Romar Brum Pinheiro Orientador Prof. Mary Sue Rio de Janeiro 2009

2 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A COMUNICAÇÃO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS E O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Comunicação Empresarial. Por: Juliana Romar Brum Pinheiro

3 3 AGRADECIMENTOS...aos amigos e parentes, clientes, servidores públicos, ao estágio, ao emprego, etc...

4 4 DEDICATÓRIA...dedico este trabalho ao meu pai, minha avó, amigos, marido e companheiros de trabalho...

5 5 RESUMO Considerando que a comunicação nos órgãos públicos é essencial para prestar contas à sociedade daquilo que está sendo desenvolvido, é necessário que as atividades deste setor sejam desempenhadas de forma estratégia, com medidas de comunicação interna e externa, planos de ação estratégia e objetivos delimitados. Por isso, este trabalho vem mostrar quais são os benefícios das novas tecnologias nas atividades de comunicação nos órgãos públicos e na divulgação e difusão das informações, diante da grande dificuldade nessa área que é a falta de verba para a aquisição e manutenção de novos equipamentos, inclusive, de alta tecnologia. Em contraposto a essa situação, com o avanço tecnológico vivido pela sociedade, os órgãos públicos já entendem a necessidade de estarem incluídos nesse mundo, principalmente, virtual e já estão se adaptando às novas tecnologias. É preciso um bom aparato para que as informações cheguem à população em tempo real e para que a mídia tenha acesso às informações o mais rapidamente possível. Pensando nisso, este trabalho vem abordar as ações que estão sendo implementadas no atual governo para que uma comunicação mais ágil e eficaz seja desenvolvida pelas assessorias de imprensa dos órgãos públicos. Este material irá falar sobre a comunicação nos órgãos públicos e apresentar as novas ferramentas tecnológicas utilizadas pelas assessorias de imprensa nas atividades diárias e na divulgação das informações. Além de mostrar o impacto e os benefícios que ferramentas como a Internet, celulares, filmadoras e máquinas fotográficas digitais, rede wireless (Internet sem fio), laptops, dentre outras, estão trazendo e facilitando a divulgação de releases e notas.

6 6 METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido com base em experiência própria, uma vez que trabalho na Coordenadoria Geral de Estratégia e Comunicação e acompanho todos os dias o trabalho desenvolvido pelas assessorias de imprensa de todas as secretarias da Prefeitura do Rio de Janeiro. Além disso, utilizei em meu trabalho publicações próprias da Prefeitura do Rio, livros, artigos, publicações de periódicos e de Internet. Durante aproximadamente dois meses minha bibliografia básica foi a Revista A Prefeitura: Seminário Ibero- Americano de Comunicação Social em Governos Locais, baseada em um seminário realizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, na cidade do Rio de Janeiro, de 23 a 25 de outubro de Com base nos depoimentos de responsáveis pela comunicação social de 15 cidades importantes da União das Cidades Capitais Ibero-Americanas, como Brasil, Uruguai, Equador, El Salvador, República Dominicana, México, Panamá, Nicarágua, Venezuela, Costa Rica, Guatemala, dentre outras, foi possível compreender o sistema de comunicação nos órgãos públicos. O conteúdo utilizado, em sua maioria, está relacionado aos depoimentos de assessores e responsáveis pela comunicação de órgãos públicos no Brasil, visando alcançar uma vertente com a realidade dos que lerão esse trabalho.

7 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I - A Importância da Comunicação nos Órgãos Públicos CAPÍTULO II - As Assessorias de Comunicação nos Órgãos Públicos CAPÍTULO III - O Impacto das Novas Tecnologias nas Atividades de Comunicação CONCLUSÃO GLOSSÁRIO BIBLIOGRAFIA ÍNDICE FOLHA DE AVALIAÇÃO

8 8 INTRODUÇÃO A comunicação nos órgãos públicos é essencial para prestar contas à sociedade daquilo que está sendo desenvolvido. Sendo assim, a comunicação é uma função que está incorporada a todas as atividades do governo, uma vez que não há educação sem comunicação, saúde sem comunicação, obras públicas sem comunicação, transporte sem comunicação. Mas para que as atividades deste setor tenham efeito é necessário que sejam desempenhadas de forma estratégica, com medidas de comunicação interna e externa, planos de ação estratégia e objetivos delimitados. Sendo assim, neste trabalho, o primeiro capítulo abordará a importância da comunicação nos órgãos públicos (federal, estadual e municipal), focando na comunicação interna e externa, nas publicações desenvolvidas pelas secretarias, na criação do Diário Oficial, e na utilização do sistema de ouvidoria. Em seguida, será apresentado o trabalho desenvolvido nas assessorias de comunicação das secretarias estaduais e municipais, descrevendo a sua estrutura e o papel do assessor de imprensa, e identificando e relacionando as funções e atividades desenvolvidas, além dos problemas mais comuns, que são a falta de verba para a aquisição e manutenção de novos equipamentos, inclusive, de alta tecnologia. Com o avanço tecnológico vivido pela sociedade, os órgãos públicos já entenderam a necessidade de estarem incluídos nesse mundo, principalmente, virtual e já estão se adaptando às novas tecnologias. Dessa forma, o terceiro capítulo falará sobre o impacto das novas tecnologias nas atividades de comunicação, como aparato para que as informações cheguem à população em tempo real e para que a mídia tenha acesso às informações o mais rapidamente possível.

9 9 Será abordada a importância do ciberespaço (internet), único meio que compreende todos os meios de comunicação fazendo com que diferentes mídias possam estar reunidas em um mesmo site; as ações que estão sendo implementadas no atual governo para que uma comunicação mais ágil e eficaz seja desenvolvida pelas assessorias de imprensa dos órgãos públicos, citando como exemplo ferramentas tecnológicas como internet, celulares, laptops, câmeras digitais, rede wireless (internet sem fio); e o novo papel do jornalista nesse mundo virtual, onde as informações não param e as notícias são transmitidas em tempo real. O conteúdo deste trabalho é voltado para profissionais de comunicação, estudantes, servidores públicos e pessoas que tenham interesse em entender melhor o impacto da tecnologia nas atividades de comunicação nos órgãos públicos. Para a elaboração deste projeto foram utilizados, além da pesquisa literária e via internet, depoimentos retirados de revistas. E ainda fatos e experiências vividas por mim durante os anos que trabalhei na assessoria de Comunicação do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos e na Secretaria Especial de Comunicação Social da Prefeitura do Rio de Janeiro e na Coordenadoria Geral de Estratégia e Comunicação, também da Prefeitura do Rio, onde atualmente exerço a função de repórter do prefeito Eduardo Paes. Boa leitura!

10 10 CAPÍTULO I A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS Hoje é difícil imaginar um órgão público (federal, estadual ou municipal) que não tenha seu setor de comunicação, seja ele interno ou terceirizado. Os gestores estão percebendo que a comunicação está diretamente ligada ao sucesso dos negócios, seja ele público ou privado. Nenhum órgão se sustenta caso sua imagem seja ruim ou indiferente perante a opinião pública. A comunicação é uma arma poderosa que irá firmar a posição daquele órgão no mercado junto aos clientes, funcionários, concorrentes e frente à sociedade na qual se encontra inserida. A imagem é um dos bens fundamentais dos órgãos públicos. Sendo assim, a comunicação é responsável por cuidar desse patrimônio. Depende deste setor a formação e defesa de uma boa imagem perante funcionários, clientes, fornecedores e consumidores. Quando a construção da imagem corporativa é falha ou quando o órgão público não possui o setor da comunicação (seja ele interno ou terceirizado) para formar a imagem que será projetada pela imprensa, este abre caminho para que a mídia forme a sua imagem a revelia. A comunicação nos órgãos públicos é o elo fundamental para fortalecer o regime de igualdade entre o gestor e os cidadãos. Em todas as funções do governo há a incorporação da função da Comunicação. No governo, não existe educação sem comunicação, não há saúde sem comunicação, não há obras públicas sem comunicação. Por isso, a crescente aceitação da Assessoria de Comunicação torna-se transparente nos órgãos públicos. Constitui-se em nítida

11 11 vantagem para os políticos terem seus posicionamentos e atos registrados e divulgados para a população. Mas não foi sempre assim. Os órgãos públicos utilizaram durante um longo tempo da ocultação dos fatos além da maquiagem destes com o objetivo de não revelar ao contribuinte as práticas exercidas e assim manter o controle sobre a população. Infelizmente restam vestígios deste tempo de obscuridade. Alguns governos não aceitam que é dever de uma instituição pública prestar contas das atividades exercidas. A disponibilidade de informações deve abranger não somente serviços que favoreçam o governante, diretamente ligado ao setor público, mas também a total clareza quanto a fatos obscuros surgidos na imprensa. A divulgação dos serviços prestados, atividades, etc, passa a ser essencial para um diálogo com a sociedade. O público necessita saber o que ocorre com o órgão que mantém quando paga os impostos, seus programas e suas ações. Os órgãos públicos são encarregados de prestar serviços à população. Sendo assim, os principais beneficiários e consequentemente, o target da Assessoria de Comunicação deve ser a comunidade que se utiliza desses serviços. É importante promover a interação órgão-servidor-comunidade a fim de produzir um diálogo e integrar estes setores. A integração produz uma comunicação eficiente. De acordo com Torquato (2006) é preciso que os cidadãos tenham noção clara, transparente, do que o governo faz na área da saúde, da educação, dos transportes, da segurança. Esses temas centrais precisam ser bem comunicados e bem informados (p.18). Como no setor privado, o setor público também tem a comunicação como estratégia. Não basta apenas enviar releases ou atender à imprensa quando solicitado. O assessor desta instituição deve preparar medidas de comunicação

12 12 interna e externa, com planos de ação estratégica e objetivos delimitados. Um bom esquema de comunicação deve compreender Marketing, Imprensa, Publicidade e Relações Públicas. Nos setores públicos a Ascom, como é chamada a Assessoria de Comunicação, desempenha multifunções de Jornalismo, Marketing e Relações Públicas. Somente em alguns casos encontramos estes setores delimitados e separados dentro da instituição. Isso se deve principalmente à falta de verba para contratar outros profissionais ou alocá-los em outras salas. Independentemente desta separação, os profissionais devem estar diretamente envolvidos com todo o processo da estratégia de comunicação. Quando se realiza um evento além da sua característica inicial ele é analisado e construído com o intuito de gerar notícia. O assunto escolhido para ser abordado, toda a cobertura do evento, os releases produzidos e a divulgação na mídia são partes integrantes desta multifunção, e, como tal, deve ter todo o olhar multiprofissional e o acompanhamento das estratégias de Marketing, Relações Públicas e Jornalismo. Os órgãos públicos que têm estes três setores definidos geralmente são aqueles diretamente ligados aos governantes do local como: governos, prefeituras, câmaras de deputados, etc. As instituições subordinadas a estes têm pequenas assessorias de imprensa (quando as têm) que remetem seus atos à secretaria à qual estão ligadas. Sendo assim, os governos têm conseguido uma comunicação integrada e eficiente com tarefas determinadas para os setores de divulgação. No início do mandato são tratados planos de ação com metas e prazos com o objetivo de tornar única a imagem do órgão em questão Principais ferramentas de comunicação Nos órgãos públicos a função Comunicação deve estar presente tanto nas atividades internas quanto externas. No ambiente interno, a adoção de estratégias

13 13 de comunicação contribuirá para promover a integração interna e a consequente motivação do público interno que desempenha papel estratégico na recuperação da credibilidade dos serviços públicos. Comunicação interna: A informação é o produto da comunicação interna e a maior estratégia de aproximação funcionário/empresa. Ou seja, é um conjunto de ações utilizadas por uma empresa para vender a sua própria imagem a funcionários e familiares, utilizando modernas ferramentas de marketing. O endomarketing é comunicação interna para os quadros funcionais. (...) Há um foco muito concentrado no público externo. Quer apresentar uma boa lição? Primeiro faça a lição de casa. Corrija os defeitos que você tem em relação aos seus funcionários, aí você tem condições de se apresentar. Até porque o funcionário é o melhor propagandista da administração. Um funcionário insatisfeito ou grupos de funcionários insatisfeitos derrubam uma imagem (TORQUATO, 2006, p.17). O endomarketing é um elemento indispensável para o sucesso de qualquer órgão/empresa, já que em seus empregados está sua maior força. São eles a mais importante vitrine e peça de comunicação daquele órgão, uma vez que são os mais eficientes portadores de mensagens, sejam elas positivas ou negativas. Afinal, servidores insatisfeitos com as condições de trabalho e com os próprios produtos lançados, irão fazer uma contra-propaganda cada vez que multiplicam fora do órgão a sensação de descontentamento que os dominam. E, caso estejam satisfeitos, poderão "vendê-la" mais facilmente. O servidor público é o repórter mais importante que um governo tem. (...) Se essas pessoas não receberem um tratamento e uma comunicação adequados, poderão falar mal da Prefeitura, o que é muito ruim porque elas têm uma alta dose de credibilidade. (...) Há a necessidade de uma comunicação interna e de um cuidado permanente com o servidor, uma comunicação em todos os níveis. (...) Se ele

14 14 fala mal do governo, não há televisão que resolva o problema (MAIA, 2006, p. 6). No ambiente interno, a comunicação destina-se a manter o quadro de pessoal sempre informado do que ocorre naquele órgão/empresa, como um fator de motivação e participação. E é nas ações mais simples que o público interno encontra aquilo que procura: a informação, o reconhecimento e o estímulo necessário para um bom trabalho. Tais ações devem mostrar ao servidor a importância do lugar onde trabalha e sua própria importância dentro daquele órgão/empresa, pois só assim ele poderá ter um bom ambiente de trabalho e equipe. Além da utilização de campanhas internas, concursos e cursos, livretos, folhetos, murais, revistas e newsletters, os órgãos públicos possuem em seus portais (site) um local exclusivo para o acesso dos servidores seu público interno - conhecido como Intranet. A Intranet funciona como uma mini-internet dentro da corporação, porém é independente da internet, ou seja, não necessita de conexão. Disponibiliza desde arquivos e programas até comunicados urgentes, serviços diversos e classificados. Outro material muito utilizado para informar os servidores é o Diário Oficial, que utiliza a sua capa para noticiar fatos de interesse do público interno, como cursos, palestras, seminários, convocações, além de assuntos culturais e de educação. Comunicação externa: Já na comunicação externa, a tarefa principal é a do jornalista, que exerce a função de assessor de comunicação utilizando todos os recursos para a divulgação nos veículos de comunicação como rádio, TV, impressos, e outros. O compromisso fundamental do jornalista é com a veracidade dos fatos através do fornecimento de informações precisas e corretas sobre a instituição que ele representa.

15 15 A ênfase hoje é muito forte na área de assessoria de imprensa. Portanto, esse foco na mídia é o que caracteriza hoje a comunicação governamental. (...) A produção de notícias, fatos socialmente significativos na esfera das administrações, é uma produção muito intensa e densa. (...) As informações devem chegar ao público de maneira que cada fato tenha o seu impacto específico (TORQUATO, 2006, p.17). Além das funções desempenhadas elas assessorias de comunicação de cada secretaria, o setor da Publicidade e Propaganda também utiliza diversos meios de divulgação para a população. São criados folders, material promocional, pesquisa de satisfação, painéis, comerciais, jornal, atividades festivas, entre outros. A Prefeitura do Rio, por exemplo, se utiliza também do Diário Oficial como pautador da imprensa; as placas de obras, entendidas como comunicação direta; os uniformes dos funcionários que trabalham nas ruas; a agência de notícias Notícias Rio, no portal da Prefeitura ( usada pela imprensa, principalmente as rádios e os jornais on-line; as revistas Nós da Escola e Escola e Família, enviadas aos pais ou responsáveis pelos alunos da rede municipal; o podcast, arquivos de áudio por Internet, com informações úteis; criação de estandes para feiras e eventos Portais corporativos: ferramenta de divulgação de balanços, relatórios anuais, releases, últimas notícias sobre o órgão, histórico, missão, últimas edições de house-organs, além de assuntos institucionais e matérias relacionadas à produção daquele órgão. Para ser desenvolvido deve ter um projeto e planejamento definido como target, layout, tempo de atualização, mecanismos disponíveis...geralmente é feito em parceria com o setor de informática do órgão público, que irá desenvolver a parte técnica e colocar o site no ar. Para o assessor e sua equipe resta a produção de todo o conteúdo além de definir, junto com o webdesign o projeto gráfico. Deve ser leve, claro e objetivo, ter sempre novidades

16 16 e freqüência em suas atualizações. É importante também a disponibilização de uma ferramenta de busca. Ouvidoria: Os governos precisam, além de informar e de tornar público seus atos, criar canais de comunicação que permitam que a sociedade manifeste sua opinião, possa tirar dúvidas ou indicar sugestões de melhorias. Dentro de um órgão público, o sistema de Ouvidoria tem como objetivo a comunicação com o cidadão, recebendo as reclamações e as demandas, encaminhando ao setor responsável e oferecendo o follow-up das ações quando o cidadão quiser acompanhar o processo daquilo que solicitou. Para Maia (2006), (...) o sistema de ouvidoria é um sistema de comunicação. (...) Receber mensagem eletrônica ou telefonema e dar atenção é comunicação, não é recepção (p.7). O papel da Ouvidoria Pública não é o de procurar e apontar defeitos na ação da Secretaria, mas funcionar como uma espécie de controle de qualidade do serviço público, auxiliando na busca de soluções para os problemas e otimização dos processos. Funciona como uma crítica interna da Administração Pública sob a ótica do cidadão. É um canal de comunicação direta entre o Cidadão e a Secretaria. (...) o instituto da Ouvidoria propicia...uma visão macroestrutural da organização, constituindo rica fonte de informações para o planejamento interno, no sentido do redirecionamento de ações em sintonia com reais necessidades da comunidade, a partir da participação dos que estão na base do sistema (...) (VILANOVA in SÁ, VILANOVA e MACIEL, 2004, p.86). As dificuldades que a Ouvidoria Pública irá enfrentar estão localizadas, na sua maioria, no interior do próprio órgão. Além das resistências deliberadas à sua ação, a lentidão causada pelo tratamento "burocrático" de suas solicitações pode atrapalhar seu desempenho (daí a importância de procurar agir por caminhos

17 17 menos formais). Para vencer esta dificuldade, é preciso que os servidores sejam sensibilizados para a importância do trabalho da Ouvidoria. Responsabilidade social: eficaz ferramenta de comunicação empresarial. Um órgão que apóia ou cria projetos sociais mantém a imagem perante a opinião pública. No campo social, o retorno é bem maior que o investimento. O marketing social deve estar inserido nas estratégias de comunicação porque gera lucro social que é revertido para a boa imagem daquele órgão público Problemas mais comuns no setor público As dificuldades são comuns em qualquer ambiente de trabalho, inclusive nas grandes empresas. Problemas como fechamento de empresas, redução do quadro de funcionários, eliminação de setores são crises constantes. Na comunicação pública não é muito diferente. Além destes fatores comuns há problemas específicos do setor, mas que podem ser resolvidos se previamente esperados, facilitando ao assessor de comunicação estar mais bem preparado para enfrentá-los. Os problemas encontrados no setor público são basicamente dois: a falta de verba e a mudança de governo. A falta de verba impede a compra de materiais, equipamentos mais modernos e a contratação de mais profissionais. Ter um esquema de comunicação integrado é importante para um bom diálogo com a comunidade, porém as funções que deveriam ser exercidas por diversos profissionais são efetuadas, na maioria das vezes, por apenas um assessor que tem como apoio alguns estagiários ou assistentes. Esses profissionais, em sua maioria, não são reconhecidos e seus salários costumam ser baixos. Neste caso, o valor do salário não está de acordo com a competência, mas, sim, dentro das possibilidades de pagamento da instituição.

18 18 Além disso, estes assessores ainda enfrentam a concorrência com indicados dos administradores públicos, já que muitas vezes o critério utilizado para contratar alguém, no serviço público, acaba sendo o quem indica e não as qualidades profissionais do contratado. A contratação de profissionais qualificados é muito difícil e, na maioria das vezes, acontece apenas através da realização de concurso público. A falta de verba afeta também o setor de compras. A falta de material básico como papel, caneta, cola, tesoura, entre outros atrapalha o andamento do trabalho dentro da assessoria de comunicação, assim como os antigos equipamentos. Porém a aquisição de novos computadores, scanners e impressoras é outro problema relacionado à falta de verba. Neste caso a comunicação é demasiadamente prejudicada, já que necessita de subsídios para repassar suas informações. É impossível uma assessoria de imprensa sem acesso a um fax e duas linhas telefônicas, no mínimo, mesmo que sejam usadas mutuamente por outros departamentos. Um computador é pouco, principalmente se o volume de informações é grande. Geralmente um é usado para edição de releases e outro para acompanhamentos e envios pela internet. Outro problema comum, a mudança de governo, fator crucial no setor público, acontece a cada quatro anos. Em período de eleições os assessores de órgão públicos enfrentam limitações financeiras nos gastos com divulgação e publicidade e têm atenção redobrada para atender às demandas da imprensa. Compras e contratações são adiadas e a divulgação deve ser cautelosa para não infringir a lei ao transformar a matéria em propaganda eleitoral. Quando dirigentes da instituição se candidatam à eleição, o cuidado deve ser maior. O problema mais comum nesta situação é o candidato querer utilizar o profissional de comunicação da instituição para assessorá-lo na campanha, sem acréscimo no salário, favorecendo-se do cargo público.

19 19 Na mudança de governo a situação é semelhante quanto às restrições financeiras. O modo de trabalhar também pode sofrer modificações. Diferenças de visão e administração afetam todos os setores da instituição acarretando cancelamento de projetos ou novos objetivos da comunicação. A boa adaptação à nova realidade é essencial para o andamento da assessoria de comunicação.

20 20 CAPÍTULO II AS ASSESSORIAS DE COMUNICAÇÃO NOS ÓRGÃOS PÚBLICOS A Assessoria de Comunicação existe em todos os escalões dos governos federal, estadual e municipal, Congresso Nacional, Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais, empresas estatais, fundações e autarquias, e outros. É crescente a aceitação deste setor em órgãos públicos. Mas, o que é Assessoria de Comunicação? A Assessoria de Comunicação Social de um órgão público, assim como de uma empresa privada, é um setor especializado que busca permanentemente o aprimoramento dos fluxos de comunicação no interior das organizações e perante a opinião pública. Ela tem o objetivo de projetar, desenvolver, divulgar e consolidar a posição e a imagem daquele órgão/empresa no mercado e na sociedade. As Assessorias de Comunicação nos órgãos públicos estão diretamente ligadas às secretarias ou autarquias daquele órgão. É esse setor que coordena todo o trabalho de comunicação, definindo as estratégias que reúnem os setores de Jornalismo (assessoria de imprensa), Relações Públicas e Publicidade e Propaganda. A coordenação perfeita da política de comunicação só pode ser concretizada se houver um trabalho interrelacionado entre estes três setores, eliminando superposições e conflitos de atividades. As atribuições básicas das Assessorias de Comunicação Social nos órgãos públicos são facilitar o acesso dos grupos externos às realizações de cada secretaria ou autarquia, por meio de uma linguagem simples e organizada, mediada pelos meios de comunicação, além de promover a integração e a

21 21 satisfação de segmentos internos que convivem e sustentam essas estruturas organizacionais. Em algumas secretarias e/ou autarquias, por serem pequenas e terem a verba curta, a Assessoria de Comunicação Social não existe. Neste caso, apenas a Assessoria de Imprensa (que integra uma Assessoria de Comunicação) realiza os trabalhos de divulgação externa e contatos com a mídia. Como nem todas as secretarias possuem uma Assessoria de Comunicação, mas todas, possuem uma Assessoria de Imprensa, o tema será abordado a seguir, juntamente com as tarefas, atividades, funções desse setor nos órgãos públicos Assessoria de Imprensa A Assessoria de Imprensa é um dos setores dentro de uma Assessoria de Comunicação. Ela é a responsável por lançar o órgão público e suas ações nos veículos de comunicação, sejam eles jornais, revistas ou mesmo na mídia eletrônica, fazendo contatos, elaborando press-releases, enviando sugestões de notas e pautas, enfim, fazendo o contato com os veículos de comunicação. Ela é um instrumento estratégico fundamental, já que sua boa atuação aumenta a visibilidade pública da organização por meio dos veículos de comunicação de massa. Tem como objetivos construir por meio de um trabalho contínuo, alicerces de credibilidade essenciais para o órgão obter respeito dos formadores de opinião e, consequentemente, dos diversos públicos com os quais se relaciona. As diversas instituições da área pública e as múltiplas empresas do setor privado têm interesses semelhantes, apesar de suas características próprias. Executivos, empresários e administradores buscam objetivos planejados que se voltam basicamente para o campo social, onde se movimentam diversos públicos grupos de indivíduos cujos

22 22 interesses comuns são atingidos pelas ações de uma organização, instituição ou empresa (LOPES, 1995, p.9). O jornalista da Assessoria de Imprensa de um órgão público deve ser extremamente responsável, ter equilíbrio e senso ético, pois, em muitos casos, ele é o primeiro, em todo o país, a receber uma informação de impacto e interesse nacional. Por isso, deve ser claro para aquele profissional que uma informação de real interesse da imprensa e da sociedade não deve ser objeto de quaisquer negociações ou barganhas com veículos e/ou jornalistas e tão pouco de divulgação exclusiva. Uma informação dessa natureza, considerando os preceitos democráticos, deve sempre ser compartilhada, o mais rapidamente possível, com todos os veículos, numa divulgação maciça e simultânea. Este é o momento em que um assessor de imprensa do governo, seja ele federal, estadual ou municipal, é mais testado em sua responsabilidade profissional e senso ético. Enfim, a Assessoria de Imprensa no governo também, e sobretudo, deve ser considerada uma atividade de prestação de serviços de transmissão de notícias à mídia e, portanto, à sociedade. Ambas, a primeira como veículo e a segunda como destinatária, têm direito às informações geradas nos órgãos públicos Estrutura de uma Assessoria de Imprensa Uma Assessoria de Imprensa compreende basicamente um grupo de jornalistas, que pode variar dependendo do porte da secretaria ou autarquia e dos serviços oferecidos. O trabalho realizado por este setor exige a presença de uma equipe com profissionais devidamente habilitados e, de preferência, experientes no trato com os meios de comunicação e capazes de produzir textos bem

23 23 estruturados. Podem complementar a equipe diagramadores, montadores, ilustradores e fotógrafos. No serviço público, os profissionais de imprensa são denominados técnicos de Comunicação Social. É importante que a Assessoria de Imprensa esteja instalada em uma localidade de fácil acesso aos funcionários e que tenha livre acesso ao alto escalão, sejam estes presidentes, ministros ou secretários. Alguns equipamentos como fax e telefone encurtam distâncias e são imprescindíveis nesse tipo de atividade. Um computador com programas específicos como Pagemaker, Ventura, Coreldraw e Photoshop, possibilita melhor apresentação de todo o trabalho desenvolvido, além de facilitar o arquivamento de dados e textos, elaboração da agenda, do check-list e do mailing-list. Para o serviço de acompanhamento de informações de TV e do rádio, um bom radiogravador, uma televisão e um aparelho de DVD ou videocassete também são indispensáveis dentro de uma Assessoria de Imprensa. No caso dos veículos impressos, assinaturas de jornais e revistas de circulação nacional e regional não podem faltar O papel do Assessor O Assessor de Imprensa é o profissional que intermedia a relação entre órgão público e imprensa. Quando um órgão necessita divulgar suas ações nos meios de comunicação, é o assessor quem prepara o release e envia para a mídia a fim de ver a matéria de seu interesse publicada. Segundo Venceslau (2002), Como em um jogo de tênis em dupla, em que um vai para o ataque enquanto o outro garante a retaguarda, os assessores de imprensa são a sombra dos seus chefes (p.39).