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1 + nae,,.9)a4ex. judicid,tia da Cotada da fpcvtalita gltifuutat de juaiça ACÓRDÃO REEXAME NECESSARIO:N /001 - João Pessoa RELATOR: Miguel de Britto Lyra Filho, Juiz de Direito convocado IMPETRANTE: Man( Fernandes de Gusmão ADVOGADO: Antônio Barbosa de Araújo e outros IMPETRADO: Gerente Executivo da Folha de pagamento da Administração direta do Estado da Paraíba ADVOGADO: José Fernandes Mariz e outro IMPETRADO: Estado da Paraíba PROCURADOR: Harrison Alexandre Targino REMETENTE: Juízo de Direito da 5' Vara da Fazenda Pública da Capital REEXAME NECESSÁRIO. Mandado de segurança. Descontos em folha de pagamento. Limite legal. ) 1'' ^ Notificação. Preliminares. Ilegitimidade passiva. Contestação do mérito. Teoria da encampação. Impossibilidade jurídica do pedido. Previsão no ordenamento. Rejeições. Mérito. Descontos indevidos. Limite legal. Desprovimento. -Os limites de consignação em folha de pagamento devem obedecer ao parâmetro estipulado em lei.. VISTO S, relatados e discutidos os autos acima 010 referenciados. ACORD A, a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao reexame necessário. Trata-se de MANDADO DE SEGURANÇA, impetrado por MARX FERMANDES DE GUSMÃO em face de PAULO ROBERTO MEIRA, Gerente Executivo de Folha de pagamento da Administração Direta do Estado da Paraíba, alegando, em síntese, que vêm sendo efetuados descontos na folha de pagamento, sem que seja reservado ao menos 30% (trinta por cento) do valor total, como assegurado por lei. Notificada, a autoridade coatora prestou informações (fls. 25/35), arguindo preliminares de ilegitimidade passiva e de impossibilidade jurídica do pedido. No mérito, asseverou que os descontos que totalizam percentual superior ao permitido pela lei somente ocorrem por livre arbítrio e concordância do impetrante. Às fls. 43/47, prolatou-se sentença, rejeitando as preliminares levantadas, e, concedendo parcialmente a ordem denegada. necessária (fls. 61/64). Parecer ministerial opinando pelo provimento da remessa

2 É o breve relatório. VOTO: Juiz MIGUEL DE BRITTO LYRA FILHO Relator 1. DAS PRELIMINARES: a) Da ilegitimidade passiva da autoridade coatora: É pacífica, nas instâncias superiores, a adoção da teoria da encampação, que consiste em considerar legítima a autoridade coatora, para figurar no pólo passivo, que contesta o mérito do mandado de segurança: RECURSO ORDINÁRIO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - ILEGITIMIDADE PASSIVA DO GOVERNADOR DO ESTADO - INFORMAÇÕES PRESTADAS CONTESTANDO O MÉRITO DA AÇÃO - TEORIA DA ENCAMPAÇÃO - NECESSIDADE DE JULGAMENTO DO MÉRITO - RECURSO PROVIDO. 1. Mesmo sendo a autoridade apontada coa tora ilegítima para configurar no pólo passivo do mandado de 11 segurança, se ao prestar as informações, além de alegar su, 411 ilegitimidade "ad causam", ainda, contesta o mérito da ação, passa a adquirir a legitimidade, pela chamada Teoria da Encampação. 2. Trata-se de mero erro formal do impetrante, que deve ser sanado, pela emenda a inicial, em face dos objetivos maiores de proteção de direito líquido e certo, ameaçado por ilegalidade ou abuso de poder, no mandado de segurança. 3. Recurso que se dá provimento, para determinar o retorno dos autos ao Tribunal de origem, para processar e julgar o mérito da ação? (grifo nosso). Assim, uma vez prestadas as informações, bem como contestado o mérito do mandado de segurança, não há de se falar em ilegitimidade passiva do coa tor. b) Da impossibilidade jurídica do pedido: Haverá impossibilidade jurídica do pedido quando o pleito formulado não encontrar amparo no ordenamento. Não é, pois, o caso dos autos, já que o pleito fora fundamentado no que reza a Lei n, 1.046/50. Assim, não há de se acolher a preliminar levantada. 2. DO MÉRITO: Conforme relatado, o impetrante objetiva que os descontos dos proventos, referentes às consignações em folha de pagamento sejam limitados a 70% (setenta por cento) do valor da remuneração, incluindo, no caso, as pensões alimentícias a que é obrigado. 1 (STJ; RMS 18418/MG RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA 2004/ ; Ministro PAULO MEDINA (1121); T6 - SEXTA TURMA; DJ p. 390)

3 Compulsando a documentação apresentada pelo impetrante, fl. 12, contata-se que o valor liquido, de fato, é bem inferior ao que reza a Lei n /50. Dos descontos efetuados na folha de pagamento, observase pensão alimentícia, por duas vezes, empréstimos perante instituições financeiras, cartão de crédito, mensalidade de plano de saúde, contribuição previdenciária e imposto de renda retido na fonte. O art. 2, da Lei n /50, regula quais os descontos passíveis de serem realizados em consignação em folha: Art. 20 A consignação em folha poderá servir a garantia de: 1- Fiança para o exercício do próprio cargo, função ou emprego; II - Juros e amortização de empréstimo em dinheiro; III - Cota para aquisição de mercadorias e gêneros de primeira necessidade, destinados ao consignante e sua família, a cooperativas de consumo, com fins beneficentes e legalmente organizadas; IV - Cota para educação de filhos ou netos do consignante, a favor de estabelecimentos de ensino, oficiais ou reconhecidos pelo Governo; V - Aluguel de casa para residência do consignante e da familia, comprovado com o contrato de locação; VI - Contribuição inicial para aquisição de imóvel destinado à residência própria, ou da família; ou, prestação mensal, após a aquisição, para pagamento de juros e amortização. VII - prêmios de seguros privados, quando consignatária qualquer das entidades reftridas no item III, do art. 5 0, desta lei No entanto, deverá ser observado o limite estatuído pelo art. 21, do mesmo diploma legal: Art. 21. A soma das consignações não excederá de 30% (trinta por cento) do vencimento, remuneração, salário, provento, subsídio, pensão, montepio, meio-soldo, e gratzficação adicional por tempo de serviço. Parágrafo único. Esse limite será elevado até 70% (setenta por cento) para prestação alimentícia, educação, aluguel de casa ou aquisição de imóvel destinados a moradia própria. No caso em discussão, em que pese as consignações ocorrerem por vontade espontânea do autor, indiscutível é o fato de que as mesmas ultrapassam o limite permitido legalmente. Tendo em vista o caráter alimentar dos vencimentos e o princípio da razoabilidade, mostram-se excessivos, no presente caso, os descontos nos valores demonstrados, sobre a remuneração líquida do recorrente, de modo que lhe assiste razão em buscar a limitação de tais descontos, o que assegura tanto o adimplemento das dívidas como o sustento de sua família. Neste sentido: DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. CONSIGNAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO. LIMITE DE 30%. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Tendo em vista o caráter alimentar dos vencimentos e o princípio da razoabilidade, mostram-se excessivos, na hipótese, os descontos referentes às consignações em folha de pagamento em valor equivalente a 50% da remuneração liquida do recorrente, de modo que lhe assiste razão em buscar a limitação de tais

4 descontos em 30%, o que assegura tanto o adimplemento das dívidas como o sustento de sua família. 2. Recurso ordinário provido. 2 Desta forma, deverá a autoridade coatora, após realizados os descontos referentes às pensões alimentícias, proceder às consignações dos créditos, em ordem de antiguidade, de forma que o total destas não ultrapasse 70% (setenta por cento) dos vencimentos brutos do impetrante. Por todo o exposto, REJEITO as preliminares aventadas, e NEGO PROVIMENTO à remessa necessária. É como voto. Presidiu a Sessão o Excelentíssimo Desembargador JOSÉ DI LORENZO SERPA, que participou do Julgamento com este Relator - designado em razão do afastamento do Excelentíssimo Desembargador MARCOS A. SOUTO MAIOR - e com o Excelentíssimo Desembargador MANOEL SOARES MONTEIRO. Presente à Sessão, a Excelentíssima Doutora DINALBA ARARUNA, Procuradora de Justiça. Sala das Sessões da Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa/PB, 19 de março de , Juiz ' 1 P P TTO LYRA FILHO ator 2 (STJ. RMS 21380/MT. Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima. 5' Turma. Julg. 30/08/2005. DJ 15/10/2007. p. 300)

5 TRIBUNAL DE JUSTIÇA Coordenadoria Jadiciária Registrado e'nfqç 7.PrZ-