TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Transcrição

1 fls. 1 Registro: ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de Taubaté, em que é apelante UNIMED DE TAUBATE - COOPERATIVA DE TRABALHO MEDICO, é apelado CLAUDIO JOSE FERNANDES BASTOS. ACORDAM, em 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ALEXANDRE LAZZARINI (Presidente sem voto), JOSÉ APARÍCIO COELHO PRADO NETO E PIVA RODRIGUES., 31 de março de 2015 LUCILA TOLEDO RELATOR Assinatura Eletrônica

2 fls. 2 VOTO Nº APELAÇÃO Nº COMARCA: TAUBATÉ APTE.: UNIMED DE TAUBATÉ COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO APDO.: CLAUDIO JOSÉ FERNANDES BASTOS MANUTENÇÃO EM PLANO DE SAÚDE - LEGITIMIDADE PASSIVA DA OPERADORA - ART. 31, DA LEI 9.656/98 - PRELIMINAR REJEITADA DENUNCIAÇÃO DA LIDE RELAÇÃO DE CONSUMO VEDAÇÃO EXPRESSA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PLANO DE SAÚDE PEDIDO DE MANUTENÇÃO FORMULADO POR SEGURADO RESCISÃO DO PLANO DE SAÚDE COLETIVO EMPRESARIAL A QUE ESTAVA VINCULADO IMPOSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO EM PLANO COLETIVO EXTINTO - PLANO DE SAÚDE QUE DISPONIBILIZOU SEGURO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA MODALIDADE INDIVIDUAL OU FAMILIAR NOS TERMOS DA RESOLUÇÃO DA CONSU Nº 19 MENSALIDADES DO NOVO PLANO DE ACORDO COM OS PREÇOS PRATICADOS PELO MERCADO - SENTENÇA PARCIALMENTE PROCEDENTE DADO PROVIMENTO AO RECURSO O apelante insurge-se contra sentença a fls. 211, cujo relatório adoto, que julgou procedente o pedido inicial para condená-lo a manter o autor como segurado, nas mesmas condições que mantinha quando empregado, mediante o pagamento integral do prêmio. Argui preliminar de legitimidade passiva e Apelação nº Taubaté - VOTO Nº SSL 2/6

3 fls. 3 denuncia a empregadora à lide. No mérito, alega que o contrato coletivo celebrado com a empregadora foi rescindido em 31 de janeiro de 2013, por inadimplemento, o que impede a manutenção do autor como segurado. Sustenta a impossibilidade de manutenção do segurado por tratar-se de plano de coparticipação, sem pagamento de mensalidade por parte do autor. Em contrarrazões, a parte apelada sustenta a lisura da sentença. É o relatório. O autor pretende reestabelecer o vínculo contratual que possuía junto ao plano de saúde, enquanto funcionário da empresa Pelzer. Patente, pois, a legitimidade da operadora do plano de saúde para figurar no polo passivo da demanda. A denunciação da lide em relações regidas pelo Código de Defesa do Consumidor, como a dos autos, é expressamente vedada pelo artigo 88 do referido Diploma Apelação nº Taubaté - VOTO Nº SSL 3/6

4 fls. 4 legal. Pelo meu voto, rejeito as preliminares. Examino o mérito. O apelado pretende ser mantido no plano coletivo fornecido pela empresa, mesmo após a extinção do contrato coletivo. Diz que o apelante teria apresentado plano de saúde cuja mensalidade corresponderia a R ,44 mensais, o que comprometeria mais de 52% de seus rendimentos. É fato incontroverso que o apelante rescindiu o contrato de plano de saúde em 31 de janeiro de 2013, conforme notificação a fls Desse modo, não é possível a manutenção do plano de saúde coletivo já extinto. Nos termos do art. 1º da Resolução CONSU nº 19, de 25/03/1999: As operadoras de planos ou seguros de assistência à saúde, que administram ou operam planos coletivos empresariais ou por adesão para empresas que Apelação nº Taubaté - VOTO Nº SSL 4/6

5 fls. 5 concedem esse benefício a seus empregados, ou exempregados, deverão disponibilizar plano ou seguro de assistência à saúde na modalidade individual ou familiar ao universo de beneficiários, no caso de cancelamento desse benefício, sem necessidade de cumprimento de novos prazos de carência. É verdadeiro que o apelante não está obrigado a manter o apelado como segurada nos moldes do plano coletivo do qual era beneficiária. Porém, cancelado este plano a operadora é obrigada a oferecer modalidade individual ou familiar de contratação à beneficiária. O autor afirma na petição inicial que o plano de saúde cumpriu a resolução acima mencionada, ao conceder a oportunidade de migração para outro plano, com manutenção dos mesmos benefícios do plano anterior. Por outro lado, a mensalidade do plano individual para um novo contrato, no valor de R$ 1.397,44 não se mostra abusiva ou em descompasso com os praticados pelo mercado, por causa da faixa etária do autor e sua dependente. A sucessão dos contratos não padece de Apelação nº Taubaté - VOTO Nº SSL 5/6

6 fls. 6 qualquer ilegalidade, porque não há notícia da exigência do cumprimento de novo prazo carência. Pelo meu voto, dou provimento ao recurso para julgar improcedente o pedido. Despesas pelo autor, que condeno ao pagamento de honorários de advogado, fixados em 15% sobre o valor da causa. LUCILA TOLEDO RELATORA Apelação nº Taubaté - VOTO Nº SSL 6/6