VII Congresso Latino-Americano de Estudos do Trabalho. O Trabalho no Século XXI: Mudanças, impactos e perspectivas

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "VII Congresso Latino-Americano de Estudos do Trabalho. O Trabalho no Século XXI: Mudanças, impactos e perspectivas"

Transcrição

1 VII Congresso Latino-Americano de Estudos do Trabalho O Trabalho no Século XXI: Mudanças, impactos e perspectivas GT 06 - Subcontratación y organización de trabajadores precarios Título da apresentação: Terceirização e resistência: em direção a novos contornos na gestão dos efetivos na CSN Sabrina de Oliveira Moura Dias, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 1

2 Terceirização e resistência: em direção a novos contornos na gestão dos efetivos na CSN 1 Sabrina de Oliveira Moura Dias 2 RESUMO Esta apresentação tem por objetivo discutir o processo de terceirização na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em Volta Redonda, bem como seus desdobramentos mais recentes. Dois acontecimentos principais neste caso se apresentam como fontes interessantes e, até certo ponto, inovadoras nesta temática: as greves sucessivas organizadas por trabalhadores terceirizados na CSN nos anos de 2005, 2006 e 2007; a segunda diz respeito à inversão da terceirização iniciada na empresa desde 2007, quando parte dos efetivos terceirizados começou a ser progressivamente (re)incorporado ao quadro da contratante. A partir destes acontecimentos pretendemos discutir a construção e o fortalecimento de um sentimento de identidade entre os trabalhadores terceirizados, bem como o papel da greve e de outras formas de luta e de resistência como motivadores da desterceirização de parte dos efetivos terceirizados na CSN. INTRO A terceirização consiste na subcontratação de serviços e produtos por uma empresa chamada contratante, junto a uma outra empresa, chamada terceirizada, contratada ou prestadora de serviços. Embora tenha existência anterior, seu desenvolvimento e expansão estão ligados à difusão das práticas de organização da produção japonesa, e do conjunto de prescrições de eficiência produtiva veiculados pelo Toyotismo. Essa expansão da terceirização e sua intensificação como prática de gestão em empresas de diferentes ramos, no mundo inteiro, aconteceu de maneira tardia no Brasil por volta dos anos de 1990 e 2000 se comparada com os países da Europa ou os EUA onde a adoção de técnicas e estratégias do modelo japonês já vinham sendo colocadas em prática desde os anos de 1970 e O que nomeamos fenômeno da terceirização remete a este período recente da história no qual a força alçada por tal 1 Esta apresentação é parte de uma pesquisa desenvolvida pela autora desde o início do mestrado em Ela apresenta resultados tanto da pesquisa de mestrado, já concluída, quanto daquela de doutorado, em andamento. 2 Doutoranda do curso de Sociologia e Antropologia da UFRJ e bolsista do CNPq. Contato: sabrinamouradias@gmail.com 2

3 forma de organizar a produção confere-lhe um status de regra, de pilar essencial da maneira mais eficiente de produzir. A defesa da terceirização como forma mais eficiente de organização da produção e de gestão dos efetivos estava ancorada em duas constatações: a terceirização permitia à empresa se concentrar em seu core business e possibilitaria a transformação de custos fixos do trabalho em custos variáveis, substituindo o contrato de trabalho com trabalhadores individuais pelo contrato de prestação de serviços com a empresa terceirizada. Uma profusão de autores e de artigos se propuseram a analisar as características e as conseqüências da intensificação do processo de terceirização nas décadas finais do século XX e no início do século XXI. Se por um lado sobretudo aquele dos autores da Administração e da Economia a terceirização era celebrada como a modernidade em termos de gestão da produção e do trabalho, ou como condição de sobrevivência das empresas em um ambiente concorrencial acirrado, para os críticos ela era responsável pela deterioração das relações de trabalho e emprego, processo este sumarizado no conceito de precarização. Enquanto a maior parte dos administradores de empresas e economistas abordou o tema da terceirização do ponto de vista da redefinição das fronteiras da empresa, de seu novo dinamismo e plasticidade, os sociólogos entre outros buscavam apontar para a redefinição das fronteiras da proteção social e da estabilidade que conduziu ao crescimento da precarização. Seja ao buscar demonstrar seu caráter maligno ou suas virtudes a maioria dos escritos sobre a terceirização, em maior ou menor grau, direta ou indiretamente apontavam o fenômeno como algo irremediável e irreversível. Isto porque para além da ênfase nas virtudes produtivas ou nos malefícios ao trabalho e suas instituições havia o consenso de que a terceirização era a forma mais lucrativa para a empresa conduzir seus negócios. Tendo em vista este panorama, como explicar a desterceirização por iniciativa da empresa? Como uma prática considerada com algum grau de acordo mais lucrativa e eficiente retrocede? Entre os autores da Administração e os altos quadros das empresas ainda há muitas divergências sobre a desterceirização: seria ela resultado de uma terceirização mal feita ou de uma intensificação da flexibilidade e do poder de escolha das empresas? 3

4 A desterceirização, como o nome sugere, consiste no processo inverso à terceirização, ou seja, na retomada de atividades, funções ou áreas anteriormente subcontratadas à empresas prestadores de serviços. Em lugar de contratar o serviço, a empresa passa a realizá-lo com funcionários próprios. Entre as causas da desterceirização autores apontam o aumento dos custos da terceirização (ou sua falha em produzir redução de custos), a perda do know-how, perda de mão de obra qualificada e a queda na qualidade dos serviços. Embora os autores da Administração de empresas e da Economia apontem razões para a desterceirização, em geral, o argumento não é desenvolvido. Poucos buscam responder: porque subcontratar se tornou mais caro do que produzir em casa em alguns casos? Porque os contratos com as empresas terceirizadas aumentaram? Por que em lugar de eficiência a terceirização trouxe, em alguns casos, a baixa qualidade dos serviços e a perda de mão de obra qualificada? Menos consensual do que se fez crer, a terceirização engendra contradições e disputas nas relações entre contratante e contratada, entre contratante e trabalhadores da contratada, e trabalhadores contratados e a contratada. Obviamente, se a relação de forças tende quase sempre a favorecer a contratante, em determinadas conjunturas trabalhadores terceirizados ou empresas terceirizadas podem galgar espaços e alargarem o espectro de concessões previsto pela contratante. Apesar de a desterceirização ser um processo ligado a múltiplas causas, nos concentraremos neste texto em apontar como uma de suas razões as pressões exercidas pelos trabalhadores terceirizados de uma grande usina siderúrgica brasileira sobre as empresas contratada e contratante. Neste contexto, desenvolvem-se formas de ação diretas e coletivas sobre as empresas no caso das greves, mas também formas de não cooperação individuais e menos visíveis. Sendo a terceirização um mecanismo propiciador da precarização das relações de trabalho e emprego, não é de se espantar a emergência de oposições a sua instalação e permanência. Ao rebaixar os direitos, as condições de trabalho e emprego de trabalhadores muitos deles ligados diretamente à produção as empresas em geral fracassam em mobilizar seu comprometimento e cooperação. Consideramos neste caso que, quanto mais estratégica e vinculada às atividades diárias e indispensáveis da empresa, mais risco a terceirização oferece à produção, à manutenção da estrutura produtiva e à qualidade do produto. 4

5 A TERCEIRIZAÇÃO NO BRASIL E NA CSN A terceirização do trabalho caracteriza-se, grosso modo, pela flexibilização da produção através da transferência de atividades consideradas acessórias à consecução dos objetivos da contratante. Com o intuito de concentrar esforços nas etapas consideradas essenciais à produção o chamado core business empresarial a empresa contratante transfere para sua(s) contratada(s) a realização de serviços ou a produção produtos considerados complementares ou periféricos. Como resultado da adoção generalizada da prática terceirizante tem sido diagnosticado no Brasil, bem como em outros países, o aprofundamento da precarização das relações de trabalho e emprego. Embora grande esforço tenha sido realizado para distinguir a boa terceirização caracterizada pela especialização e pelo know-how da má terceirização praticada exclusivamente com o intuito de reduzir custos o conceito tem sido associado de maneira geral à deterioração das condições de trabalho e emprego. Demissões, redução de salários e postos de trabalho, aumento dos riscos à saúde e à integridade física dos trabalhadores, intensificação e extensão da jornada de trabalho, discriminação e preconceitos entre trabalhadores do quadro e terceirizados, instabilidade no emprego, redução de benefícios e fragmentação da categoria são as principais conseqüências apontadas como resultado da terceirização no Brasil. Embora a terceirização possa ter diferentes significados para os trabalhadores terceirizados, entre os críticos há certa ênfase nos casos e situações mais vulneráveis de terceirização, pois além de eles comporem a maioria dos casos, eles permitem chamar atenção para as mazelas que a prática impõe ao trabalho. Aliado a esta forma de encarar a terceirização, como sinônimo de vulnerabilidade e instabilidade, está um discurso político contra seus efeitos desreguladores. Embora o termo terceirização seja muitas vezes tratado como um bloco monolítico, a abrangência de práticas que a designação reúne compreende uma variedade de realidades específicas. Sob a designação terceirização estão reunidas práticas como a contratação de autônomo para trabalho doméstico ou domiciliar; rede de contratações de empresas fornecedoras de produtos, equipamentos ou peças; a subcontratação de serviços de apoio, realizado por empresas especializadas em uma determinada atividade; 5

6 a subcontratação de empresas prestadoras de serviço ou trabalhadores autônomos para atuarem em áreas produtivas centrais; a quarteirização, prática na qual a empresa terceirizada subcontrata outra empresa para prestação de serviços a sua contratante; e por fim, a terceirização via cooperativas de produção ((Druck, 1999; Alves apud Artur, 2007). A terceirização no Brasil abrange uma grande variedade de estatutos e condições de trabalho e de emprego. As modalidades de contratação legal da mão de obra terceirizada compreendem o contrato de trabalho por tempo indeterminado, o contrato por tempo determinado e o contrato temporário. Isto quer dizer que o trabalhador terceirizado pode ter tanto um contrato padrão, por tempo indeterminado, quanto um contrato temporário, variando seu nível de desproteção social e de precarização. Enquanto o trabalhador terceirizado com contrato de trabalho por tempo indeterminado tem mais garantias que o terceirizado temporário ou com contrato por tempo determinado, eles são, por sua vez, menos estáveis e têm menos direitos que os trabalhadores da empresa contratante, mesmo quando realizam tarefas e funções iguais e/ou similares àqueles. Em comparação com os trabalhadores da empresa contratante, os terceirizados com contrato por tempo indeterminado têm, em geral, acordos coletivos menos vantajosos. O contrato por tempo indeterminado terceirizado apresenta frequentemente uma contradição: enquanto o contrato do trabalhador com a empresa terceirizada é permanente, estável, o contrato entre a empresa contratante e a contratada é temporário (no Brasil ele tem uma duração média de 2 a 3 anos). Uma vez que a maioria dos empregos das empresas terceirizadas depende da renovação do contrato comercial interempresas, o contrato por tempo indeterminado terceirizado não é um contrato estável, pois ele depende quase sempre da continuidade da parceria entre empresa contratante e contratada. 6

7 No Brasil, o debate recente 3 sobre a criação de uma lei que regulamente a terceirização reacende as disputas em torno de sua expansão de um lado, e do seu refreamento de outro. Como não há no país uma lei específica sobre a terceirização a atual definição de terceirização lícita é assegurada por um enunciado ou súmula elaborado a partir das decisões da Justiça do Trabalho, e consolidadas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A terceirização lícita no Brasil segundo o enunciado nº 331 consiste na contratação de empresas fornecedoras de produtos ou serviços por uma outra empresa para atuação em sua atividade-meio, ou seja, atividades consideradas acessórias e complementares. De acordo com o enunciado não são permitidas terceirizações na atividade-fim das empresas, isto é, em funções e/ou etapas da produção consideradas essenciais à elaboração do produto final. Embora o enunciado limite a terceirização às atividades-meio, ele não define quais atividades estão abrangidas pela designação. Esta falta de precisão do enunciado, e a não definição das áreas e funções consideradas essenciais ou acessórias conduz a interpretações e decisões diferentes por parte do judiciário brasileiro. O enunciado nº 331 findou por caracterizar como atividade-meio não apenas os serviços de apoio como segurança, jardinagem ou alimentação, como também atividades produtivas estratégicas e diretamente ligadas à produção, como é o caso da manutenção. A intensificação do processo de terceirização na CSN está ligada a um contexto nacional e local específicos, cujos principais acontecimentos foram: a intensificação da assimilação do paradigma flexível pelas empresas brasileiras na década de 1990; a privatização da CSN em 1993 e o apogeu de um discurso pela eficiência e pelo enxugamento da empresa; a publicação do enunciado nº 331 do TST também em 1993, que regulamentou a terceirização nas atividades consideradas acessórias às empresas. O enunciado nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) abriu o precedente para a 3 A luta em torno da definição dos limites e possibilidades da terceirização no Brasil ganhou ainda mais foco nos últimos anos devido a um acontecimento emblemático: em 2010 pela primeira vez o TST realizou uma audiência pública, convidando diversos atores e segmentos da sociedade (representantes de empresas, sindicalistas, pesquisadores e professores universitários, membros do Ministério Público do Trabalho) a se posicionarem em relação à esta forma de organização do trabalho. Através do debate, o TST pretendia reunir argumentos e informações técnicas, sociais e econômicas para auxiliar os magistrados nos julgados sobre a terceirização. Além disso, tramitam no congresso dois projetos de lei, um deles buscando expandir as possibilidades de terceirização, e outro que busca limitar os efeitos precarizadores e diferenciadores de tal prática. 7

8 licitude da terceirização em atividades antes consideradas centrais às empresas. Atividades como a manutenção industrial, embora de caráter permanente e contínuo para a produção, e realizadas em grande medida na planta da contratante, tornaram-se passíveis de terceirização (Faria, 1994; Druck, 1999). Na CSN em Volta Redonda mais da metade do quadro de manutenção foi terceirizado a partir da década de Em 1994, ano seguinte à privatização e à publicação do enunciado do TST, a empresa japonesa Sankyu firmou um contrato de prestação de serviços com a CSN para a preservação da área da Coqueria. Mas os grandes contratos de prestação de serviços na área de manutenção dos equipamentos só foram firmados à partir dos anos À partir de então e, sobretudo em 2002 quando da extinção da Fábrica de Estruturas Metálicas (FEM) 5, as atividades de manutenção foram transferidas majoritariamente à duas empresas terceirizadas: a italiana Comau, e a japonesa Sankyu. A CSN manteve em seus quadros próprios um número reduzido de trabalhadores de manutenção com a função de elaborar as OSs (ordens de serviços) e fiscalizar os serviços terceirizados. Há um esforço de separação entre a concepção do serviço (em geral à cargo dos trabalhadores da contratante) e a sua execução (de responsabilidade dos efetivos terceirizados). Assim como em outras situações de terceirização, muitos trabalhadores apenas mudaram de camisa, expressão utilizada para denunciar a permanência de trabalhadores nas mesmas funções e áreas da usina, contudo não mais na condição de contratados diretos, mas de terceirizados. É importante ressaltar que neste processo de intensificação da terceirização acentuou-se a pulverização dos efetivos de manutenção em diversas empresas. Considerados a força das greves durante a década de 1980, os quadros de manutenção da CSN foram sistematicamente divididos, inicialmente entre a empresa e sua subsidiária FEM, e em seguida entre a CSN, a Sankyu, a Comau, e outras empresas menores de manutenção. A representação desses trabalhadores de manutenção, então terceirizados, continuou a ser feita pelo Sindmetal-SF, mesmo sindicato dos trabalhadores diretos 6. Entretanto, as negociações coletivas foram multiplicadas pelo número de empresas 4 Em 2009 trabalhavam na UPV 8524 trabalhadores diretos e 9967 terceirizados (Dados da Delegacia Regional do Trabalho/Volta Redonda DRT/VR). As empresas terceirizadas com maior número de trabalhadores dentro da CSN naquele ano eram a japonesa Sankyu (1379), a italiana Comau (868), a brasileira Magnesita (105), a alemã Vais do Brasil (215) e as brasileiras Verzani & Sandrini (974) e Cikel (1272). 5 Subsidiária responsável pela maior parte dos serviços de manutenção na CSN. 8

9 subcontratadas, criando condições de trabalho diferentes entre os trabalhadores de manutenção dentro da usina. Uma marca importante do início da terceirização da manutenção na usina foi o grau extremo de degradação das condições de trabalho ao qual foram submetidos os trabalhadores. Além de salários baixos e inferiores aos de antes da terceirização, e da perda dos direitos conquistados nos acordos coletivos 7 as entrevistas apontam para a ausência de refeitórios, e de condições de higiene nas refeições e nos vestiários dos terceirizados, bem como para a falta constante de equipamentos de segurança (EPIs). A inexistência de condições básicas de trabalho está presente mesmo nos acordos coletivos de empresas como a Sankyu, em que o sindicato reproduz sucessivamente uma cláusula em que a prestadora de serviços se comprometeria a fornecer água gelada e vestiários e refeitórios em condições de higiene para seus trabalhadores. Alguns sindicalistas atuantes na época do início da terceirização utilizam a expressão sub-raça para descrever a situação dos terceirizados dentro da usina. Esta situação era agravada pelo fato de ela contrastar com aquela dos trabalhadores da CSN. GREVES, RESISTÊNCIA E DESTERCEIRIZAÇÂO NA CSN A partir dos anos 2000 um número crescente de empresas no Brasil começou a desterceirizar parcial ou completamente funções e setores de produção 8. Na CSN no ano de 2006 e 2007 foram desterceirizadas a Guarda Patrimonial, a atividade de transporte e manutenção de linhas férreas e parte da manutenção 9. No ano de 2010 a empresa deixou 6 Embora mesmo no caso da CSN a terceirização tenha contribuído para o enquadramento sindical de trabalhadores em sindicatos diferentes daqueles de antes da terceirização (e em geral mais fracos que o Sindimetal-SF), no caso da manutenção, não houve mudança de representação sindical. 7 Perdas para aqueles que foram transferidos da CSN para a terceirizada. 8 Grandes empresas como Fiat, Cenibra, Xerox do Brasil, Petrobrás, TAM, Telemar e Caixa Econômica Federal (CAIXA) entre outras realizaram a desterceirização de parte de suas atividades nos últimos anos. 9 Segundo a imprensa virtual da Confederação Nacional dos Metalúrgicos de 01/08/2007, a CSN tinha a intenção de desterceirizar o setor de manutenção industrial, o transporte e manutenção de linhas férreas e o setor de embalagens. O programa de primarização, segundo a notícia, estaria sendo implantado na CSN porque os serviços terceirizados estariam saindo a custos mais elevados do que se realizados pela empresa, e porque a CSN teria o interesse em aumentar o controle e a fiscalização sobre os trabalhadores da UPV. As principais vantagens para os trabalhadores estariam no incremento dos benefícios, da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), no direito a plano de saúde (ou a uma cobertura mais abrangente), na filiação à previdência privada dos trabalhadores da CSN (Caixa Beneficente dos Empregados da CSN - CBS) e, em alguns casos, no aumento de salário. Disponível em: Acesso em: 25/11/

10 de renovar contrato com a Comau, uma das empresas terceirizadas de manutenção com maior número de trabalhadores na usina, e que prestava serviços para a CSN desde Em lugar de contratar outra firma terceirizada para substituir o contrato da Comau, a CSN optou pela desterceirização e incorporação de parte do quadro efetivo da terceirizada. Antes disso, desterceirizações pontuais na manutenção foram feitas com o objetivo de recompor a manutenção volante da CSN. Contrariando a tendência à terceirização, amplamente defendida e realizada pela administração flexível, a CSN iniciou um processo de reversão de um dos pilares da reestruturação produtiva. Embora nem toda a manutenção da empresa tenha sido desterceirizada, parte importante da função foi reintegrada pela empresa. As razões arroladas pelos entrevistados para a mudança são muitas, analisaremos e discutiremos algumas delas a seguir. Antes, porém, recuperaremos um pouco da história das greves na CSN, para demonstrar que previamente à decisão de reintegrar parte da manutenção a empresa vinha sofrendo com a ação grevista de trabalhadores terceirizados. Durante três anos seguidos os trabalhadores terceirizados de manutenção da CSN organizaram greves, a mais longa delas chegando a durar 21 dias. Neste cenário destacaremos os seguintes aspectos: o ressurgimento da greve como forma de protesto e de reivindicação dos trabalhadores da usina; a organização política de trabalhadores terceirizados e seu sentimento de identidade forjado à partir da comparação com a condição do trabalhador da CSN; os novos horizontes e demandas, pautados por argumentos morais de igualdade de condições. A desterceirização parcial da manutenção começa a ser colocada em prática em 2007, talvez não por coincidência o último ano em que os terceirizados fizeram greve juntos. Embora as greves não sejam a única forma de protesto e demanda por melhores condições, ela representa um importante recurso no repertório de luta da classe trabalhadora na medida em que permite exercer sobre o empregador uma pressão econômica. A parada parcial ou total da produção e dos serviços ameaça o lucro, os prazos, a confiança e a qualidade assumidos pelas empresas com seus clientes. Em comum com as greves, outras práticas como absenteísmo, evasão, falta de motivação para o trabalho foram atribuídas pelos entrevistados à atitude dos trabalhadores terceirizados como resultado da sua condição precária ou do seu sentimento de não reconhecimento. 10

11 Na CSN as greves tiveram seu ápice nos anos de Período de grande efervescência no cenário político brasileiro devido à luta pela redemocratização do país, os anos de 1980 testemunharam a ascensão de novos grupos politicamente engajados e organizados, entre eles os trabalhadores. As greves por muito tempo duramente reprimidas durante a ditadura militar no Brasil explodiram naquela década. É neste contexto, dos anos de 1970 e 1980, com o fortalecimento da classe trabalhadora e de sua combatividade, que as greves se multiplicaram entre trabalhadores de diferentes ramos ou setores da economia 10. Em Volta Redonda na CSN duas grandes greves foram realizadas pelos trabalhadores nos anos de 1988 e Particularmente a greve de 1989 ganhou contornos dramáticos por causa da intervenção e repressão do exército brasileiro, que culminou com a morte de três trabalhadores. A partir do final do ano de 1990, não há mais registro de greve entre os trabalhadores da CSN. Sobretudo a partir de 1993, a privatização da então estatal representou, segundo sindicalistas, um recuo das estratégias de confronto. A política das gestões sindicais assumida a partir de então enfatizava o discurso da concertação de classes em lugar de estratégias de confronto como a greve. Embora não houvesse estabilidade no emprego nem mesmo na época em que a empresa era pública, anteriormente a 1993, o crescimento da instabilidade no emprego na CSN é ressaltado como resultado da mudança para a propriedade privada 11. Além disso, uma grande redução do número de funcionários da CSN foi realizada através de demissões e terceirizações no período de transição para a propriedade privada, com vistas a torná-la mais eficiente e competitiva. O enfraquecimento da greve na CSN está relacionado com a privatização, mas não apenas com ela, mas também com as mudanças na organização dos trabalhadores. A reestruturação produtiva alterou quantitativa e qualitativamente as relações de trabalho e emprego dentro das empresas através da redução de postos de trabalho, da alteração do estatuto dos trabalhadores, da terceirização das atividades e da 10 O novo sindicalismo foi um movimento surgido na década de 1980 no Brasil que contribuiu para o fortalecimento das demandas da classe trabalhadora e para o movimento de redemocratização no país. O novo sindicalismo tinha por objetivo se diferenciar do sindicalismo do período anterior, considerado pelego, e pressionar o Estado por uma democracia política e social. Greves, manifestações e grandes mobilizações de trabalhadores com a emergência de líderes são marcas do sindicalismo deste período. O expoente mais famoso do novo sindicalismo foi Lula, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, que assumiu a presidência do país entre os anos de 2003 a E do estatuto dos trabalhadores, que passaram de empregados de empresa pública a funcionários do setor privado. 11

12 diversificação das condições de trabalho e emprego. No entanto, embora a reorganização do trabalho e da produção na CSN tenha atingido diretamente a identidade e a subjetividade dos trabalhadores, novas solidariedades e identidades se forjaram nos anos seguintes. À partir dos anos de 2005, três greves importantes foram realizadas, e se elas não chegaram a parar a CSN como outrora, elas exigiram da empresa saídas para cobrir a ausência de um número substancial de trabalhadores alocados na produção por empresas terceirizadas de manutenção. Apoiados pelo Sindmetal-SF os trabalhadores de grandes empresas terceirizadas como a Sankyu e a Comau, entre outras, entraram em greve reivindicando melhores salários e a extensão de direitos. A greve de 2007 mostrou o grau de separação ao qual foram submetidos os trabalhadores da usina. A tentativa de greve e parada da usina fracassou, pois os trabalhadores da CSN, embora em sua maioria votando em favor da greve, não a colocaram em prática. Apenas os trabalhadores terceirizados, sobretudo os de manutenção votaram e realizaram a greve naquele ano. Em entrevistas feitas com trabalhadores terceirizados e sindicalistas a principal demanda durante as greves era por melhores salários, direitos e benefícios. Nas falas dos trabalhadores terceirizados não raras vezes transparecia a ideia de que a responsabilidade por sua condição era da empresa contratada, mas também da CSN. Era comum encontrar nesses depoimentos um ressentimento em relação à CSN juntamente com um sentimento de que a condição de trabalho e emprego degradada era resultado não apenas da relação com a prestadora de serviços com a qual possuíam seu contrato e vínculo de trabalho, mas também dos contratos e exigências impostos pela contratante que gere e organiza o seu espaço de trabalho e que paga indiretamente seus salários. A CSN seria responsável pelos baixos salários e direitos na medida em que ela estaria sempre em busca de firmar contratos com menor custo 12. Além disso, através de seus funcionários, a CSN propiciava aos trabalhadores terceirizados um tratamento como uma subcategoria. Portanto, ao falar sobre a greve, bem como sobre o cotidiano de trabalho na usina, os terceirizados deixavam transparecer o sentimento contraditório de trabalhar na CSN, e não ser trabalhador da CSN. A greve foi apontada pelos terceirizados como uma forma de pressão contra as prestadoras de serviços que os empregavam, mas também como meio 12 O custo dos contratos de manutenção é em geral calculado sobre a base homem/hora. Quanto mais baixo o valor homem/hora negociado com a contratada, maior o impacto sobre os salários e benefícios. 12

13 de causar prejuízo para a CSN. Entre os trabalhadores terceirizados havia a expressão de um forte ressentimento contra a CSN, sobretudo devido às políticas de segregação espacial e subjetiva 13, levando-os a uma sensação de pertencer e não pertencer ao mesmo tempo, em participar e não serem devidamente reconhecidos e recompensados por seu trabalho. A visão de precarização veiculada pelos trabalhadores terceirizados era resultado de uma comparação com a situação de trabalhador de manutenção anterior à terceirização, mas sobretudo da comparação com a condição e os direitos do trabalhadores diretos da CSN. Portanto, é significativo na construção da identidade de trabalhador terceirizado a apreciação relacional de sua condição vis-à-vis a condição do assalariado da contratante. A identidade política e as demandas veiculadas durante as greves, portanto, carregavam uma demanda de fundo moral: a trabalhos iguais e similares não deveriam ser pagos salários e benefícios diferentes. Em lugar de uma condição imaginada, a condição de trabalhador direto fornece um horizonte concreto de perspectivas aos trabalhadores terceirizados. Por outro lado, em entrevistas com trabalhadores da CSN, a causa utilizada para explicar a não adesão ao esforço grevista incentivado pelo sindicato e levado à cabo pelos terceirizados em 2007 era o argumento de que eles (os terceirizados) têm menos a perder do que nós. Outras declarações mais ou menos explícitas expressavam esta descontinuidade que a intensa terceirização da manutenção impôs aos interesses dos trabalhadores da usina. Entre os trabalhadores da CSN a não realização da greve estava ancorada justamente na diferença de condições e na situação relativamente superior em que eles se encontravam vis-à-vis os terceirizados. Desta forma, para os trabalhadores da CSN, embora sua condição absoluta não fosse necessariamente satisfatória, aderir ao esforço grevista juntamente com os trabalhadores terceirizados significaria pôr em risco 13 Segundo relatos, os terceirizados possuem refeitórios e vestiários diferentes e (em geral) inferiores aos dos trabalhadores da CSN. A ausência de ar-condicionado nas salas de trabalho foi um aspecto repetido por diversos terceirizados. O que poderia parecer um luxo é na verdade uma demanda por um artigo que poderia amenizar o incômodo e o mal-estar causados por se trabalhar em um ambiente extremamente quente. Em contraposição aos terceirizados, os trabalhadores da CSN têm ar-condicionado nas salas, água gelada e direito a estacionar o carro na usina. Muitos terceirizados demonstravam revolta em seus relatos ao afirmar que mesmo um funcionário ocupando um alto cargo na terceirizada vale menos que um trabalhador de baixo escalão da CSN. Isso demonstra que em lugar da suposta existência de hierarquias paralelas, institucionalizadas pelas empresas, os trabalhadores constroem hierarquias e valorações independentes, não oficiais, que não levam em conta apenas aspectos formais como o cargo e a função, mas o valor dos uniformes e de suas empresas na produção. 13

14 uma situação mais vantajosa e comparativamente mais confortável. Não obstante o fato de compartilharem o mesmo espaço de trabalho, uma identidade comum ligada ao ofício siderúrgico, de estarem sujeitos a uma mesma cultura de chão-de-fábrica e de desempenharem funções e atividades iguais ou similares, naquele momento, esses dois conjuntos de trabalhadores estavam situados em níveis diferentes de conquistas. Enquanto a visão relacional incentivou terceirizados a se reunirem em um esforço conjunto reivindicando direitos, salários e benefícios gozados pelos trabalhadores diretos, ela conferiu aos trabalhadores diretos uma postura defensiva, de não confronto com o objetivo de não correr o risco de terem revogadas conquistas de seus acordos coletivos. Formas de diferenciação e competição trazidas ou aprofundadas pela terceirização findaram por criar uma elite siderúrgica, representada pelos trabalhadores diretos, que vivem afrontados permanentemente pela ameaça de verem seu estatuto rebaixado dentro da usina. Por outro lado, um outro fator historicamente ligado à função de manutenção foi mobilizado de maneira recorrente pelos entrevistados para explicar as greves dos anos de 2005, 2006 e Os trabalhadores de manutenção da usina tinham sido historicamente considerados a vanguarda das grandes greves ocorridas nos anos de A explicação para o maior potencial grevista dos trabalhadores de manutenção em relação aos trabalhadores de operação estava no domínio de um know-how e de uma técnica característicos da função. Durante as entrevistas havia certo consenso entre os entrevistados fossem eles sindicalistas, terceirizados de manutenção ou trabalhadores da CSN sobre a figura do profissional de manutenção como mais independente da empresa: sendo ele um eletricista ou mecânico poderia trabalhar dentro ou fora da indústria, ou até mesmo em diferentes tipos de indústria. Portanto, há uma noção de valor e independência atrelados à atividade de manutenção de equipamentos. Este valor era quase sempre contrastado negativamente com os trabalhadores de operação da CSN, considerados dependentes das máquinas. Outros pontos menos visíveis e espetaculares quanto a greve foram mobilizados durante as entrevistas para argumentar um suposto menor comprometimento do trabalhador terceirizado com o trabalho e com a produtividade. A falta de comprometimento era apresentada pelos trabalhadores terceirizados como uma atitude 14

15 consciente e de reciprocidade: a sua falta de comprometimento seria proporcional à falta de reconhecimento de seu trabalho. Práticas como greves, absenteísmo, falta de comprometimento, baixo rendimento e evasão também apareceram nas entrevistas como resultado da falta de motivação em função do não reconhecimento do trabalhador terceirizado por parte da CSN e da contratada. Neste sentido, fica clara uma das contradições que a terceirização inscreve no seio das práticas cotidianas de trabalho: se por um lado ela é bem sucedida em tornar flexível sua mão de obra, e em dividir os interesses dos trabalhadores, por outro, ela falha em estimular a cooperação e em cooptar os trabalhadores terceirizados. Se na relação trabalhadores terceirizados X empresas prestadoras de serviços e contratante, as contradições e os conflitos emergem, na relação entre as empresas contratada e contratante há também pontos de tensão pouco explorados. Relatos de trabalhadores sobre vistas grossas feitas por chefes das empresas terceirizadas durante as greves, ou mesmo a contratação e o envio de número de trabalhadores inferior àquele considerado necessário para a realização das tarefas (relatado por chefes da CSN) denota que a relação entre as empresas também supõe competição. A pressão das empresas contratantes por baixar os contratos e o custo do trabalho nas empresas terceirizadas gera por parte destas últimas formas de driblar as exigências e baixar os custos. Por outro lado, a pressão e a conquista de melhores salários pelos trabalhadores terceirizados nos últimos anos pressionou o aumento do custo da mão de obra para as prestadoras de serviços e, provavelmente, os contratos de prestação. A inversão da terceirização, ou desterceirização foi concebida e realizada pela CSN a partir dos anos 2006/2007. Embora não possamos avaliar o grau de importância, é certo que as conquistas galgadas pelos terceirizados bem como as greves por eles organizadas tiveram ressonância sobre a decisão de desterceirizar, mesmo que não sejam as únicas causas envolvidas. Muitos dos argumentos utilizados pela bibliografia, bem como pelos atores envolvidos neste caso específico da CSN, recorrem a elementos que podem ser relacionados com as formas acima mencionadas de resistência e pressão direta e indireta contra a condição de terceirizados. Ao justapor as causas da desterceirização apontadas por especialistas da Administração de empresas, e as causas apontadas pelos atores específicos de Volta Redonda, podemos encontrar correspondência e convergência 15

16 empírica. A exemplo disso, podemos avaliar a partir do caso da CSN, a existência de múltiplos fatores que colaboraram para a desterceirização parcial da manutenção, entre eles: - Má qualidade dos serviços prestados e queda na produtividade foram mencionados como resultado da terceirização da manutenção na CSN. Como fora discutido acima, os trabalhadores terceirizados durante as entrevistas por vezes associavam a sua falta de engajamento e cooperação e de seus colegas como resultado da falta de reconhecimento de seu trabalho. Por outro lado, as greves recorrentes também podem ter conduzido a perdas materiais por parte da CSN. - O aumento dos custos da terceirização pode ser resultado das conquistas imprimidas nos acordos coletivos dos trabalhadores terceirizados, e da incorporação desses custos na renovação dos contratos entre a prestadora e a empresa contratante; - Perda de know-how devido à intensa terceirização da atividade de manutenção e a separação entre concepção e execução; - Finalmente a perda de mão-de-obra qualificada, uma vez que os trabalhadores terceirizados estão dispostos à mobilidade, para outras usinas ou empresas, devido ao sentimento de não valorização e reconhecimento do seu trabalho. Todos esses fatores, e o último em especial, estão ligados a uma conjuntura econômica específica e favorável, que levou à expansão do emprego industrial na região nos últimos anos favorecendo a valorização do profissional de manutenção 14. A necessidade de fixar a mão de obra qualificada apareceu nas entrevistas de chefes (supervisores e coordenadores) das empresas siderúrgicas da região, como forma de fazer frente ao que eles identificaram como um apagão da mão de obra qualificada de manutenção. É possível que esta conjuntura tenha contribuído para um rearranjo das relações de forças, aumentando o poder de barganha dos terceirizados e permitindo a assimilação de parte de suas demandas. CONSIDERAÇÕES FINAIS 14 Só no setor siderúrgico, a oferta de empregos na região e no Estado aumentou significativamente com a inauguração da Thyssen Krupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) em 2010 e a Siderúrgica Votorantim em Além disso, a área de petróleo e gás no Estado do Rio de Janeiro foi também responsável pelo aumento de postos de trabalho industriais na área de manutenção. Muitos trabalhadores terceirizados qualificados que prestavam serviços na CSN migraram para estas empresas, seja na condição de contratados diretos ou terceirizados. 16

17 Esperamos nesta apresentação ter conseguido demonstrar a partir do estudo de um caso, da terceirização de trabalhadores de manutenção em uma grande siderúrgica brasileira, que a condição de precarização em alguns casos não gera passividade e fraqueza, pelo contrário. Transformada em recurso a precarização se torna o palco de demandas por supressão/redução das defasagens entre trabalhadores diretos e terceirizados. Ela motivou também a mobilização coletiva de terceirizados de diferentes empresas em greve, mesmo que seus acordos coletivos fossem diferentes. As greves sucessivas permitem vislumbrar uma identidade política emergente, baseada na condição de trabalhador terceirizado, em meio à fragmentação dos estatutos, das condições e dos acordos coletivos de trabalho. Esperamos ter conseguido também apontar para a relação entre as formas de resistência e não cooperação dos trabalhadores terceirizados e os argumentos utilizados por especialistas em administração e gerenciamento para explicar a desterceirização parcial das atividades de manutenção por parte da empresa. Não queremos aqui expandir esta interpretação ou pretender utilizá-la para explicar outros casos. É certo que no Brasil multiplicam-se os casos de greves de terceirizados e desterceirizações, no entanto a associação desses dois fatores, bem como a explicação para o seu desenrolar dependem de estudos de casos específicos. No caso da CSN, a existência de uma conjuntura de crescimento de empregos industriais nos anos recentes contribuiu para o aumento do poder de barganha dos terceirizados. Ressaltamos que apesar da existência de casos de desterceirização na CSN, não estamos afirmando que este processo é irreversível e nem que ele vai se expandir até abarcar a totalidade dos trabalhadores de manutenção. Em conjunturas diferentes, nada impede que a empresa volte a terceirizar seus efetivos de manutenção parcial ou completamente. Esta possibilidade torna saliente a instabilidade criada por este tipo de flexibilidade: se os trabalhadores de manutenção estão constantemente ameaçados de terem seu estatuto de trabalhador direto revogado pela CSN, eles não têm controle nem garantias em relação a sua própria condição e identidade. Por outro lado a flexibilização expande seu significado: ela não está exclusivamente vinculada à terceirização, mas à liberdade de ação empresarial e ao eterno fazer-e-desfazer das relações, e na constante 17

18 mutação das condições de trabalho e do estatuto dos trabalhadores. Contudo é certo que este processo tem levado a reconstruções sucessivas, constantes e cada vez menos espaçadas da subjetividade operária. O medo de que nova terceirização venha a mudar sua condição e revogar seu acordo coletivo de trabalhador direto provavelmente estará sempre ligado à função de manutenção 15. A continuidade da terceirização da manutenção em áreas e setores da CSN aponta para o fato de que a terceirização não esgotou suas virtudes para a empresa. É possível que a desterceirização parcial tenha sido parte de uma estratégia de re-equilíbrio da proporção de trabalhadores diretos de manutenção/trabalhadores terceirizados. A terceirização bem como a desterceirização são fenômenos complexos, fragmentários e controversos. Assim como a tercerização não é o mundo das vantagens ilimitadas para as empresas, como defendiam muitos gestores e administradores, a desterceirização por vezes não vem ao encontro dos anseios de trabalhadores e sindicatos. No entanto cabe aos pesquisadores apreender e demonstrar estas contradições e complexidades como forma de vislumbrar as mudanças no mundo do trabalho atual. Ressaltamos que a desterceirização é um processo em curso, mesmo na empresa em questão, e sua compreensão é dificultada seja devido à recenticidade dos acontecimentos, seja devido à escassez de trabalhos e pesquisas sobre a temática. Portanto assumimos o risco e o desafio de analisar um processo que ainda não esgotou seus traços e possibilidades. No entanto, se admitirmos que a essência da flexibilidade é a constante mudança e a rápida adaptação, e que a organização está fadada a mudar antes mesmo que formas anteriores se consolidem, não nos resta que tentar apreender e interpretar este permanente processo. A terceirização, a flexibilização ou a precarização não findam com as práticas e estratégias de luta dos trabalhadores, mas as alteraram sem dúvida em termos de sua freqüência, seus atores e o conteúdo de suas demandas. O caso acima exposto é profícuo em demonstrar as novas possibilidades e limites das ações coletivas nas empresas, sobretudo no sentido da associação entre trabalhadores terceirizados de diferentes empresas e da competição e reforço das diferenças entre estes e os trabalhadores do quadro direto. Também é interessante notar que no caso acima discutido essas mudanças 15 Pelo menos enquanto a lei permitir esta alteração de estatuto dos trabalhadores de manutenção. 18

19 suscitaram choques com noções de direitos, de valor de mínimo considerados essenciais pelos trabalhadores. Sobre as conseqüências da desterceirização, ainda há poucos trabalhos e interpretações. É sabido, no entanto, que em algumas situações, como no caso aqui apresentado, ela conduz à demissão de parte dos trabalhadores terceirizados, ou seja, a desterceirização e a reintegração de trabalhadores é apenas parcial, desagradando os trabalhadores que são demitidos e em certa medida o sindicato. Por outro lado, ao reduzir o número de terceirizados de manutenção, a desterceirização contribui para o enfraquecimento das demandas daqueles que continuaram terceirizados, dificultando a reedição de greves como as de 2005, 2006 e Para os trabalhadores que passam a compor o quadro da empresa contratante, a nova condição de trabalhador da CSN em muitos casos agrega um sentido de valorização do trabalho e de ascensão social e profissional mesmo quando a transferência leva à ocupação de um mesmo cargo ou função e quando o salário é apenas ligeiramente aumentado (o que acontece na maioria dos casos). Isto posto, é interessante notar que os benefícios de ordem subjetiva desempenham um papel tão importante quanto os ganhos materiais na luta pela redução das desigualdades entre trabalhadores diretos e subcontratados. Fazer parte da empresa contratante, principal, propicia um orgulho ligado não apenas à identidade de trabalhador dentro da usina, mas também fora, na condição de cidadão, uma vez que o uniforme de funcionário da CSN pode ser reconhecido numa cidade cuja história e sociabilidade estão diretamente ligados à existência da empresa, e cujos mecanismos de leitura dos símbolos de diferenciação e de status transcendem os muros da fábrica. Referências bibliográficas Antunes, et al. (2002). Neoliberalismo, trabalho e sindicatos: Reestruturação produtiva no Brasil e na Inglaterra. 2ª edição. São Paulo: editora Boitempo, Appay, B. (1998). Economic concentration and the externalization of labour. Economic and industrial democracy, 19, Artur, K (2007). O TST frente a terceirização. São Carlos: EDUFSCAR. Barthélémy, J., & Donada, C. (2007). Décision et gestion de l externalisation: une approche integrée. Revue française de gestion, 177 (8), Bouquin, S (2008). Résistances au travail. Paris, Editions Syllepse. 19

20 Cardoso, L. A, & Romão, F. L (2011). Primeirização : um modelo pós-fordista de organização do trabalho na indústria brasileira. In. XV Congresso Brasileiro de Sociologia (SBS), Curitiba. Carelli, R. de L (2003). Terceirização e Intermediação de Mão-de-obra na Administração Pública. Revista LTR, 67 (6), p Carelli, R. de L (2007). Terceirização e direitos trabalhistas no Brasil, in: Druck, G., Franco, T. (orgs.) A perda da razão social do trabalho: terceirização e precarização. São Paulo: Boitempo. Castel, R (1998). As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Petrópolis: Vozes. Conceição, J. J, & Lima, C. R. de (2009). Empresários e trabalhadores diante da terceirização: é possível um acordo mínimo?, In: Dau, et al (orgs). Terceirização no Brasil: do discurso da inovação à precarização do trabalho. São Paulo: Annablume. Coriat, B (1994). Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e organização. Rio de Janeiro: UFRJ/Revan. Dau, D. M (2009). A expansão da terceirização no Brasil e estratégia da CUT de enfrentamento à precarização do trabalho, in: Dau, et al (orgs). Terceirização no Brasil: do discurso da inovação à precarização do trabalho. São Paulo: Annablume. Dias, S. de O. M., & Oliveira, R. G. (2011). Depois da terceirização, a desterceirização: comparações dos processos na CSN e na CAIXA, in. XV Congresso Brasileiro de Sociologia (SBS), Curitiba. Available in: option=com_docman&task=cat_view&gid=174&limit=150&order=name&dir=asc&ite mid=170 Druck, M. da G (1999). (Des)fordizando a fábrica: um estudo do complexo petroquímico. Salvador/São Paulo: Edufba/Boitempo. Druck, M. da G., & Franco, T (2007). Terceirização e precarização: o binômio antisocial em indústrias. In: DRUCK, G.; FRANCO, T. (orgs.) A perda da razão social do trabalho: terceirização e precarização. São Paulo: Boitempo. Everaere, C. (2012). Flebixilité apliquée aux resources humaines. Compatibilités et contradictions. Revue française de gestion, 221 (2), Fréry, F., & Law-kheng, F. (2007). La réinternalisation, chainon maquant des theories de la firme. Revue française de gestion, 177 (8), Graciolli, E. J (2007). Privatização da CSN: da luta de classes à parceria. São Paulo: Editora Expressão Popular. Groux, G., & Pernot, J-M (2008). La grève. Paris: Presses de Sciences Po. Kakabadse, A., & Kakabadse, N. (2005). Outsourcing: current and future trends. Thunderbird International business review, 47 (2), Marcelino, P. R. P (2007). Afinal, o que é terceirização? Em busca de ferramentas de análise e ação política. Revista Pegada Eletrônica FCT/Unesp. Morel, R.L. de M (1989). A ferro e fogo: construção e crise da família siderúrgica : o caso de Volta Redonda ( ) Tese (doutorado em Sociologia) Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. Nollet, J., & Tchokogué, A. (2010). Gestion des achats: aller au-delà des tendances et paradigms. Revue française de gestion, 205 (6), Oliveira, R. G. de (2009). Desterceirização e a intensificação do trabalho: idas e vindas da flexibilidade no setor bancário Estatal f. Dissertação (Mestrado em 20

Terceirização: o que é? terceirização

Terceirização: o que é? terceirização Terceirização: o que é? A terceirização é o processo pelo qual uma empresa deixa de executar uma ou mais atividades realizadas por trabalhadores diretamente contratados por ela, e as transfere para outra

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

MANUTENÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS

MANUTENÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS 45º SEMINÁRIO DE ACIARIA -ABM PRIMARIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO: VANTAGENS E DESVANTAGENS Cléverson Stocco Moreira PORTO ALEGRE - MAIO/2014 CONCEITO DE MANUTENÇÃO: INTRODUÇÃO Garantir a confiabilidade e a disponibilidade

Leia mais

ATIVIDADES DE LINHA E DE ASSESSORIA

ATIVIDADES DE LINHA E DE ASSESSORIA 1 ATIVIDADES DE LINHA E DE ASSESSORIA SUMÁRIO Introdução... 01 1. Diferenciação das Atividades de Linha e Assessoria... 02 2. Autoridade de Linha... 03 3. Autoridade de Assessoria... 04 4. A Atuação da

Leia mais

1.3. Planejamento: concepções

1.3. Planejamento: concepções 1.3. Planejamento: concepções Marcelo Soares Pereira da Silva - UFU O planejamento não deve ser tomado apenas como mais um procedimento administrativo de natureza burocrática, decorrente de alguma exigência

Leia mais

OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO

OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO Karen Ramos Camargo 1 Resumo O presente artigo visa suscitar a discussão acerca dos processos de trabalho do Serviço Social, relacionados

Leia mais

GRUPO FIAT CNM/CUT - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS METALÚRGICOS DA CUT

GRUPO FIAT CNM/CUT - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS METALÚRGICOS DA CUT CNM/CUT - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS METALÚRGICOS DA CUT DIEESE - DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS SUBSEÇÃO CNM/CUT GRUPO FIAT Mundo A FIAT iniciou suas atividades em

Leia mais

Globalização e solidariedade Jean Louis Laville

Globalização e solidariedade Jean Louis Laville CAPÍTULO I Globalização e solidariedade Jean Louis Laville Cadernos Flem V - Economia Solidária 14 Devemos lembrar, para entender a economia solidária, que no final do século XIX, houve uma polêmica sobre

Leia mais

EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS

EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS Jorge Luis Nicolas Audy * A Universidade vem sendo desafiada pela Sociedade em termos de uma maior aproximação e alinhamento com as demandas geradas pelo

Leia mais

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas... APRESENTAÇÃO O incremento da competitividade é um fator decisivo para a maior inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE), em mercados externos cada vez mais globalizados. Internamente, as MPE estão inseridas

Leia mais

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM

difusão de idéias AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias dezembro/2006 página 1 AS ESCOLAS TÉCNICAS SE SALVARAM Celso João Ferretti: o processo de desintegração da educação atingiu em menor escala as escolas técnicas.

Leia mais

22/02/2009. Supply Chain Management. É a integração dos processos do negócio desde o usuário final até os fornecedores originais que

22/02/2009. Supply Chain Management. É a integração dos processos do negócio desde o usuário final até os fornecedores originais que Supply Chain Management SUMÁRIO Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM) SCM X Logística Dinâmica Sugestões Definição Cadeia de Suprimentos É a integração dos processos do negócio desde o usuário final até

Leia mais

Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL. Prof. José Junior

Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL. Prof. José Junior Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL Prof. José Junior O surgimento do Serviço Social O serviço social surgiu da divisão social e técnica do trabalho, afirmando-se

Leia mais

4. Tendências em Gestão de Pessoas

4. Tendências em Gestão de Pessoas 4. Tendências em Gestão de Pessoas Em 2012, Gerenciar Talentos continuará sendo uma das prioridades da maioria das empresas. Mudanças nas estratégias, necessidades de novas competências, pressões nos custos

Leia mais

Apesar de colocar-se no campo das Engenharias, profissional destaca-se, também, pelo aprimoramento das relações pessoais

Apesar de colocar-se no campo das Engenharias, profissional destaca-se, também, pelo aprimoramento das relações pessoais Lustre sem graxa Engenharia de Produção Apesar de colocar-se no campo das Engenharias, profissional destaca-se, também, pelo aprimoramento das relações pessoais Falo sempre com a minha família que não

Leia mais

Título A terceirização sob a perspectiva do interesse público Veículo Congresso em Foco Data 23 dezembro 2014 Autores Claudio J. D.

Título A terceirização sob a perspectiva do interesse público Veículo Congresso em Foco Data 23 dezembro 2014 Autores Claudio J. D. Título A terceirização sob a perspectiva do interesse público Veículo Congresso em Foco Data 23 dezembro 2014 Autores Claudio J. D. Sales e Richard Lee Hochstetler Este ano o Supremo Tribunal Federal

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 553 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Irene Caires da Silva 1, Tamires Fernanda Costa de Jesus, Tiago Pinheiro 1 Docente da Universidade do Oeste Paulista UNOESTE. 2 Discente

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

Módulo 1 Questões Básicas da Economia. 1.1. Conceito de Economia

Módulo 1 Questões Básicas da Economia. 1.1. Conceito de Economia Módulo 1 Questões Básicas da Economia 1.1. Conceito de Economia Todos nós temos uma série de necessidades. Precisamos comer, precisamos nos vestir, precisamos estudar, precisamos nos locomover, etc. Estas

Leia mais

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL INTRODUÇÃO O conceito de ação social está presente em diversas fontes, porém, no que se refere aos materiais desta disciplina o mesmo será esclarecido com base nas idéias

Leia mais

FALTA DE TRABALHADOR QUALIFICADO NA INDÚSTRIA. Falta de trabalhador qualificado reduz a competitividade da indústria

FALTA DE TRABALHADOR QUALIFICADO NA INDÚSTRIA. Falta de trabalhador qualificado reduz a competitividade da indústria SONDAGEM ESPECIAL INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO E EXTRATIVA Ano 3 Número 1 ISSN 2317-7330 outubro de www.cni.org.br FALTA DE TRABALHADOR QUALIFICADO NA INDÚSTRIA Falta de trabalhador qualificado reduz a competitividade

Leia mais

1 Informações diversas Projeto de Terceirização A Câmara dos Deputados concluiu dia 22/04 a votação do projeto de lei que regulamenta contratos de terceirização. O texto principal foi aprovado no último

Leia mais

INSTRUMENTOS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

INSTRUMENTOS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 4, 5 e 6 de junho de 2012 INSTRUMENTOS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Marcela Tapajós e Silva Painel

Leia mais

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema 1. Introdução 1.1 Contextualização do problema e questão-problema A indústria de seguros no mundo é considerada uma das mais importantes tanto do ponto de vista econômico como do ponto de vista social.

Leia mais

GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA. Profª. Danielle Valente Duarte

GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA. Profª. Danielle Valente Duarte GESTÃO EMPRESARIAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ESTRATÉGICA Profª. Danielle Valente Duarte 2014 Abrange três componentes interdependentes: a visão sistêmica; o pensamento estratégico e o planejamento. Visão Sistêmica

Leia mais

TRABALHOS TÉCNICOS Coordenação de Documentação e Informação INOVAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROCESSOS: UMA ANÁLISE BASEADA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO

TRABALHOS TÉCNICOS Coordenação de Documentação e Informação INOVAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROCESSOS: UMA ANÁLISE BASEADA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO TRABALHOS TÉCNICOS Coordenação de Documentação e Informação INOVAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROCESSOS: UMA ANÁLISE BASEADA NA GESTÃO DO CONHECIMENTO INTRODUÇÃO Os processos empresariais são fluxos de valor

Leia mais

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS APRESENTAÇÃO ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS Breve histórico da instituição seguido de diagnóstico e indicadores sobre a temática abrangida pelo projeto, especialmente dados que permitam análise da

Leia mais

OS FUTUROS CONTRATOS DE TRABALHO.

OS FUTUROS CONTRATOS DE TRABALHO. OS FUTUROS CONTRATOS DE TRABALHO. José Alberto Couto Maciel Da Academia Nacional de Direito do Trabalho. Não me parece que com o tempo deverá perdurar na relação de emprego o atual contrato de trabalho,

Leia mais

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul.

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul. Pesquisa A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul. Introdução Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e políticas capazes de ampliar a inserção da mulher no mercado de trabalho.

Leia mais

Movimentos sociais - tentando uma definição

Movimentos sociais - tentando uma definição Movimentos sociais - tentando uma definição Analogicamente podemos dizer que os movimentos sociais são como vulcões em erupção; Movimentos sociais - tentando uma definição Movimentos sociais ocorrem quando

Leia mais

A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006

A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006 A GESTÃO HOSPITALAR E A NOVA REALIDADE DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA RENILSON REHEM SALVADOR JULHO DE 2006 No passado, até porque os custos eram muito baixos, o financiamento da assistência hospitalar

Leia mais

TERCEIRIZAÇÃO - Esclarecimentos Necessários

TERCEIRIZAÇÃO - Esclarecimentos Necessários TERCEIRIZAÇÃO - Esclarecimentos Necessários CONTEXTUALIZAÇÃO O cenário produtivo e de negócios vem sofrendo contínuas transformações que ampliam o grau de competição entre as organizações, especialmente

Leia mais

com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. China Sendo que, esse percentual é de 47% para o total das indústrias brasileiras.

com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. China Sendo que, esse percentual é de 47% para o total das indústrias brasileiras. 73% das indústrias gaúchas exportadoras que concorrem com produtos chineses perderam mercado no exterior em 2010. 53% das indústrias gaúchas de grande porte importam da China Sendo que, esse percentual

Leia mais

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa 3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa Escolher o tipo de pesquisa a ser utilizado é um passo fundamental para se chegar a conclusões claras e responder os objetivos do trabalho. Como existem vários tipos

Leia mais

5 Considerações finais

5 Considerações finais 5 Considerações finais 5.1. Conclusões A presente dissertação teve o objetivo principal de investigar a visão dos alunos que se formam em Administração sobre RSC e o seu ensino. Para alcançar esse objetivo,

Leia mais

Capítulo 3. Avaliação das capacidades internas de uma empresa

Capítulo 3. Avaliação das capacidades internas de uma empresa Capítulo 3 Avaliação das capacidades internas de uma empresa O que uma análise interna nos diz? A análise interna nos permite ter um comparativo entre as capacidades da empresa Quais são as forças da empresa?

Leia mais

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA José Ivo dos Santos Pedrosa 1 Objetivo: Conhecer os direitos em saúde e noções de cidadania levando o gestor a contribuir nos processos de formulação de políticas públicas.

Leia mais

O papel educativo do gestor de comunicação no ambiente das organizações

O papel educativo do gestor de comunicação no ambiente das organizações O papel educativo do gestor de comunicação no ambiente das organizações Mariane Frascareli Lelis Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP, Bauru/SP e-mail: mariane_lelis@yahoo.com.br;

Leia mais

introdução Trecho final da Carta da Terra 1. O projeto contou com a colaboração da Rede Nossa São Paulo e Instituto de Fomento à Tecnologia do

introdução Trecho final da Carta da Terra 1. O projeto contou com a colaboração da Rede Nossa São Paulo e Instituto de Fomento à Tecnologia do sumário Introdução 9 Educação e sustentabilidade 12 Afinal, o que é sustentabilidade? 13 Práticas educativas 28 Conexões culturais e saberes populares 36 Almanaque 39 Diálogos com o território 42 Conhecimentos

Leia mais

Como participar pequenos negócios Os parceiros O consumidor

Como participar pequenos negócios Os parceiros O consumidor Movimento incentiva a escolha pelos pequenos negócios na hora da compra A iniciativa visa conscientizar o consumidor que comprar dos pequenos é um ato de cidadania que contribui para gerar mais empregos,

Leia mais

ORGANIZAÇÕES DA SOCIDEDADE CIVIL NO BRASIL. Um novo setor/ator da sociedade

ORGANIZAÇÕES DA SOCIDEDADE CIVIL NO BRASIL. Um novo setor/ator da sociedade ORGANIZAÇÕES DA SOCIDEDADE CIVIL NO BRASIL Um novo setor/ator da sociedade Emergência da Sociedade Civil Organizada I fase Séculos XVIII e XIX Entidades Assistenciais tradicionais Confessionais Mandato

Leia mais

cada fator e seus componentes.

cada fator e seus componentes. 5 CONCLUSÃO Conforme mencionado nas seções anteriores, o objetivo deste trabalho foi o de identificar quais são os fatores críticos de sucesso na gestão de um hospital privado e propor um modelo de gestão

Leia mais

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO MESTRADO SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO Justificativa A equipe do mestrado em Direito do UniCEUB articula-se com a graduação, notadamente, no âmbito dos cursos de

Leia mais

EDITAL SENAI SESI DE INOVAÇÃO. Caráter inovador projeto cujo escopo ainda não possui. Complexidade das tecnologias critério de avaliação que

EDITAL SENAI SESI DE INOVAÇÃO. Caráter inovador projeto cujo escopo ainda não possui. Complexidade das tecnologias critério de avaliação que ANEXO II Caráter inovador projeto cujo escopo ainda não possui registro em base de patentes brasileira. Também serão considerados caráter inovador para este Edital os registros de patente de domínio público

Leia mais

VII Congresso Latino-Americano de Estudos do Trabalho. O Trabalho no Século XXI. Mudanças, Impactos e Perspectivas.

VII Congresso Latino-Americano de Estudos do Trabalho. O Trabalho no Século XXI. Mudanças, Impactos e Perspectivas. VII Congresso Latino-Americano de Estudos do Trabalho. O Trabalho no Século XXI. Mudanças, Impactos e Perspectivas. GT 18 - Psicología Social Del Trabajo en América Latina: Identidades y procesos de subjetivación,

Leia mais

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004 Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004 Por Zilda Knoploch, presidente da Enfoque Pesquisa de Marketing Este material foi elaborado pela Enfoque Pesquisa de Marketing, empresa

Leia mais

Melhores práticas no planejamento de recursos humanos

Melhores práticas no planejamento de recursos humanos Melhores práticas no planejamento de recursos humanos Planejamento Performance Dashboard Plano de ação Relatórios Indicadores Preparando a força de trabalho para o futuro Planejamento de recursos humanos

Leia mais

3. Processos, o que é isto? Encontramos vários conceitos de processos, conforme observarmos abaixo:

3. Processos, o que é isto? Encontramos vários conceitos de processos, conforme observarmos abaixo: Perguntas e respostas sobre gestão por processos 1. Gestão por processos, por que usar? Num mundo globalizado com mercado extremamente competitivo, onde o cliente se encontra cada vez mais exigente e conhecedor

Leia mais

Pesquisa Mensal de Emprego

Pesquisa Mensal de Emprego Pesquisa Mensal de Emprego EVOLUÇÃO DO EMPREGO COM CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA 2003-2012 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 2 Pesquisa Mensal de Emprego - PME I - Introdução A Pesquisa

Leia mais

Companheiros e companheiras,

Companheiros e companheiras, Companheiros e companheiras, Utilizada sob o falso argumento de modernizar as relações de trabalho e garantir a especialização no serviço, a terceirização representa na realidade uma forma de reduzir o

Leia mais

Mídias sociais como apoio aos negócios B2C

Mídias sociais como apoio aos negócios B2C Mídias sociais como apoio aos negócios B2C A tecnologia e a informação caminham paralelas à globalização. No mercado atual é simples interagir, aproximar pessoas, expandir e aperfeiçoar os negócios dentro

Leia mais

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades;

Promover um ambiente de trabalho inclusivo que ofereça igualdade de oportunidades; POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE OBJETIVO Esta Política tem como objetivos: - Apresentar as diretrizes de sustentabilidade que permeiam a estratégia e a gestão; - Fomentar e apoiar internamente as inovações

Leia mais

A TERCEIRIZAÇÃO NOS BANCOS 5

A TERCEIRIZAÇÃO NOS BANCOS 5 A TERCEIRIZAÇÃO NOS BANCOS 5 Como a maioria das empresas, os bancos terceirizam para cortar custos fixos e preservar suas elevadíssimas margens de lucro e rentabilidade. O lucro líquido dos maiores bancos

Leia mais

Como funcionam as micro e pequenas empresas

Como funcionam as micro e pequenas empresas Como funcionam as micro e pequenas empresas Introdução Elas são 99,2% das empresas brasileiras. Empregam cerca de 60% das pessoas economicamente ativas do País, mas respondem por apenas 20% do Produto

Leia mais

Avanços na transparência

Avanços na transparência Avanços na transparência A Capes está avançando não apenas na questão dos indicadores, como vimos nas semanas anteriores, mas também na transparência do sistema. Este assunto será explicado aqui, com ênfase

Leia mais

PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO

PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO PROBLEMA, MUDANÇA E VISÃO Esse é o ponta-pé inicial da sua campanha. Se você não tem um problema, não tem porque fazer uma campanha. Se você tem um problema mas não quer muda-lo, também não tem porque

Leia mais

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique Carlos Nuno Castel-Branco carlos.castel-branco@iese.ac.mz Associação dos Estudantes da Universidade Pedagógica Maputo, 21 de Outubro

Leia mais

SERVIÇO SOCIAL E TRABALHO INTERDISCIPLINAR

SERVIÇO SOCIAL E TRABALHO INTERDISCIPLINAR SERVIÇO SOCIAL E TRABALHO INTERDISCIPLINAR Fátima Grave Ortiz é assistente social, mestre e doutora em Serviço Social pela UFRJ. É professora da Escola de Serviço Social da mesma universidade, e compõe

Leia mais

ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS

ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM RECORTE HORIZONTAL NO ATENDIMENTO DAS POLÍTICAS SOCIAIS Mônica Abranches 1 No Brasil, no final da década de 70, a reflexão e o debate sobre a Assistência Social reaparecem e surge

Leia mais

QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS

QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS O percentual de famílias endividadas em Santa Catarina caiu de 93% em julho para 90% em agosto.

Leia mais

ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO DO TRABALHO SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO I. EMPREGADOR 1. Conceito A definição celetista de empregador é a seguinte: CLT, art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual

Leia mais

Abrangência da terceirização

Abrangência da terceirização Reportagem especial explica os pontos polêmicos do projeto da terceirização A proposta que regulamenta a terceirização no Brasil e derrubou a reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania

Leia mais

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA ANÁLISE DOS INDICADORES E METAS DO ACORDO DE RESULTADOS DA DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DO DER/MG.

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA ANÁLISE DOS INDICADORES E METAS DO ACORDO DE RESULTADOS DA DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DO DER/MG. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO/MBA GESTÃO PÚBLICA ANÁLISE DOS INDICADORES E METAS DO ACORDO DE RESULTADOS DA DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO

Leia mais

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação

A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação Marcela Alves de Araújo França CASTANHEIRA Adriano CORREIA Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia

Leia mais

Categoria Temática- Sequenciamento Proposto Modelo de Comércio Exterior- Padronização das Ações Preparação

Categoria Temática- Sequenciamento Proposto Modelo de Comércio Exterior- Padronização das Ações Preparação 1 1. Apresentação A ideia de investigar o processo de internacionalização de micro, pequenas e médias empresas, em Pernambuco, surgiu de observações iniciais realizadas pelo pesquisador enquanto profissional

Leia mais

A DESVIRTUALIZAÇÃO DA TERCEIRIZAÇÃO

A DESVIRTUALIZAÇÃO DA TERCEIRIZAÇÃO A DESVIRTUALIZAÇÃO DA TERCEIRIZAÇÃO A essência da terceirização visa trazer às empresas contratantes desenvolvimento econômico, especialização dos serviços, competitividade, busca de qualidade, controles

Leia mais

Como implementar a estratégia usando Remuneração e Reconhecimento

Como implementar a estratégia usando Remuneração e Reconhecimento Como implementar a estratégia usando Remuneração e Reconhecimento De Luís Cláudio S. Pinho As organizações buscam continuamente gerar valor para maximizar a riqueza no longo prazo e, conseqüentemente,

Leia mais

TERCEIRIZAÇÃO. Autor: Ivaldo Kuczkowski, Advogado Especialista em Direito Administrativo e Conselheiro de Tributos da Empresa AUDICONT Multisoluções.

TERCEIRIZAÇÃO. Autor: Ivaldo Kuczkowski, Advogado Especialista em Direito Administrativo e Conselheiro de Tributos da Empresa AUDICONT Multisoluções. TERCEIRIZAÇÃO Autor: Ivaldo Kuczkowski, Advogado Especialista em Direito Administrativo e Conselheiro de Tributos da Empresa AUDICONT Multisoluções. INTRODUÇÃO Para que haja uma perfeita compreensão sobre

Leia mais

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA Indicadores CNI INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA Momento difícil da indústria se reflete nos investimentos Intenção de investimento para 2015 é a menor da pesquisa Em 2014, 71,8% das empresas investiram 7,9

Leia mais

Unidade II Poder, Estudo e Instituições Aula 10

Unidade II Poder, Estudo e Instituições Aula 10 CONTEÚDO E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES DESAFIO DO DIA Unidade II Poder, Estudo e Instituições Aula 10 2 CONTEÚDO E HABILIDADES FORTALECENDO SABERES DESAFIO DO DIA Conteúdo O Consulado: Economia, Educação

Leia mais

1. Introdução. 1.1 Apresentação

1. Introdução. 1.1 Apresentação 1. Introdução 1.1 Apresentação Empresas que têm o objetivo de melhorar sua posição competitiva diante do mercado e, por consequência tornar-se cada vez mais rentável, necessitam ter uma preocupação contínua

Leia mais

RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CENÁRIO EMPRESARIAL ¹ JACKSON SANTOS ²

RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CENÁRIO EMPRESARIAL ¹ JACKSON SANTOS ² RESPONSABILIDADE SOCIAL NO CENÁRIO EMPRESARIAL ¹ JACKSON SANTOS ² A Responsabilidade Social tem sido considerada, entre muitos autores, como tema de relevância crescente na formulação de estratégias empresarias

Leia mais

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização Juliana Ferreira Universidade Estadual Paulista UNESP- Araraquara E-mail: juliana.ferreiraae@gmail.com Silvio Henrique

Leia mais

Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING

Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING 1 ÍNDICE 03 04 06 07 09 Introdução Menos custos e mais controle Operação customizada à necessidade da empresa Atendimento: o grande diferencial Conclusão Quando

Leia mais

Curso de Graduação. Dados do Curso. Administração. Contato. Modalidade a Distância. Ver QSL e Ementas. Universidade Federal do Rio Grande / FURG

Curso de Graduação. Dados do Curso. Administração. Contato. Modalidade a Distância. Ver QSL e Ementas. Universidade Federal do Rio Grande / FURG Curso de Graduação Administração Modalidade a Distância Dados do Curso Contato Ver QSL e Ementas Universidade Federal do Rio Grande / FURG 1) DADOS DO CURSO: COORDENAÇÃO: Profª MSc. Suzana Malta ENDEREÇO:

Leia mais

ACOMPANHAMENTO GERENCIAL SANKHYA

ACOMPANHAMENTO GERENCIAL SANKHYA MANUAL DE VISITA DE ACOMPANHAMENTO GERENCIAL SANKHYA Material exclusivo para uso interno. O QUE LEVA UMA EMPRESA OU GERENTE A INVESTIR EM UM ERP? Implantar um ERP exige tempo, dinheiro e envolve diversos

Leia mais

medida. nova íntegra 1. O com remuneradas terem Isso é bom

medida. nova íntegra 1. O com remuneradas terem Isso é bom Entrevista esclarece dúvidas sobre acúmulo de bolsas e atividadess remuneradas Publicada por Assessoria de Imprensa da Capes Quinta, 22 de Julho de 2010 19:16 No dia 16 de julho de 2010, foi publicada

Leia mais

Roteiro VcPodMais#005

Roteiro VcPodMais#005 Roteiro VcPodMais#005 Conseguiram colocar a concentração total no momento presente, ou naquilo que estava fazendo no momento? Para quem não ouviu o programa anterior, sugiro que o faça. Hoje vamos continuar

Leia mais

Serviço Social e o Trabalho Social em Habitação de Interesse Social. Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz Novembro de 2015

Serviço Social e o Trabalho Social em Habitação de Interesse Social. Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz Novembro de 2015 Serviço Social e o Trabalho Social em Habitação de Interesse Social Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz Novembro de 2015 Sobre o trabalho social O trabalho social nos programas de, exercido pelo (a) assistente

Leia mais

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRABALHO REALIZADO PELO SERVIÇO SOCIAL NO CENTRO PONTAGROSSENSE DE REABILITAÇÃO AUDITIVA E DA FALA (CEPRAF) TRENTINI, Fabiana Vosgerau 1

Leia mais

w w w. y e l l o w s c i r e. p t

w w w. y e l l o w s c i r e. p t consultoria e soluções informáticas w w w. y e l l o w s c i r e. p t A YellowScire iniciou a sua atividade em Janeiro de 2003, é uma empresa de consultoria de gestão e de desenvolvimento em tecnologias

Leia mais

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO

difusão de idéias EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Fundação Carlos Chagas Difusão de Idéias outubro/2007 página 1 EDUCAÇÃO INFANTIL SEGMENTO QUE DEVE SER VALORIZADO Moysés Kuhlmann :A educação da criança pequena também deve ser pensada na perspectiva de

Leia mais

Pesquisa Semesp. A Força do Ensino Superior no Mercado de Trabalho

Pesquisa Semesp. A Força do Ensino Superior no Mercado de Trabalho Pesquisa Semesp A Força do Ensino Superior no Mercado de Trabalho 2008 Ensino superior é um forte alavancador da carreira profissional A terceira Pesquisa Semesp sobre a formação acadêmica dos profissionais

Leia mais

estão de Pessoas e Inovação

estão de Pessoas e Inovação estão de Pessoas e Inovação Luiz Ildebrando Pierry Secretário Executivo Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade Prosperidade e Qualidade de vida são nossos principais objetivos Qualidade de Vida (dicas)

Leia mais

As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com:

As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com: 1 Metodologia da Pesquisa Científica Aula 4: Tipos de pesquisa Podemos classificar os vários tipos de pesquisa em função das diferentes maneiras pelo qual interpretamos os resultados alcançados. Essa diversidade

Leia mais

Estruturando o modelo de RH: da criação da estratégia de RH ao diagnóstico de sua efetividade

Estruturando o modelo de RH: da criação da estratégia de RH ao diagnóstico de sua efetividade Estruturando o modelo de RH: da criação da estratégia de RH ao diagnóstico de sua efetividade As empresas têm passado por grandes transformações, com isso, o RH também precisa inovar para suportar os negócios

Leia mais

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade

Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade Quando as mudanças realmente acontecem - hora da verdade Pergunte a um gestor de qualquer nível hierárquico qual foi o instante em que efetivamente ele conseguiu obter a adesão de sua equipe aos processos

Leia mais

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE

POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE POLÍTICAS DE GESTÃO PROCESSO DE SUSTENTABILIDADE 1) OBJETIVOS - Apresentar de forma transparente as diretrizes de sustentabilidade que permeiam a estratégia e a gestão; - Fomentar e apoiar internamente

Leia mais

GESTÃO, SINERGIA E ATUAÇÃO EM REDE. Prof. Peter Bent Hansen PPGAd / PUCRS

GESTÃO, SINERGIA E ATUAÇÃO EM REDE. Prof. Peter Bent Hansen PPGAd / PUCRS GESTÃO, SINERGIA E ATUAÇÃO EM REDE Prof. Peter Bent Hansen PPGAd / PUCRS Agenda da Conferência O que são redes? O que são redes interorganizacionais? Breve histórico das redes interorganizacionais Tipos

Leia mais

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO

INFORMAÇÃO PARA A PREVENÇÃO FALANDO SOBRE NEXO EPIDEMIOLOGICO Um dos objetivos do CPNEWS é tratar de assuntos da área de Segurança e Medicina do Trabalho de forma simples de tal forma que seja possível a qualquer pessoa compreender

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Atuação estratégica dos departamentos jurídicos Marco Antonio P. Gonçalves A atuação estratégica de departamentos jurídicos é um dos principais temas de interesse dos advogados que

Leia mais

Projeto Você pede, eu registro.

Projeto Você pede, eu registro. Projeto Você pede, eu registro. 1) IDENTIFICAÇÃO 1.1) Título do Projeto: Você pede eu registro. 1.2) Equipe responsável pela coordenação do projeto: Pedro Paulo Braga Bolzani Subsecretario de TI Antonio

Leia mais

INTELIGÊNCIA E PROSPECTIVA ESTRATÉGICAS. A moderna administração está repleta de ferramentas, técnicas e métodos de

INTELIGÊNCIA E PROSPECTIVA ESTRATÉGICAS. A moderna administração está repleta de ferramentas, técnicas e métodos de INTELIGÊNCIA E PROSPECTIVA ESTRATÉGICAS Raul Sturari (*) A moderna administração está repleta de ferramentas, técnicas e métodos de apoio à Gestão Estratégica, cujo sucesso condiciona a sobrevivência e

Leia mais

Aplicações da FPA em Insourcing e Fábrica de Software

Aplicações da FPA em Insourcing e Fábrica de Software Aplicações da FPA em Insourcing e Fábrica de Software Copyright 2002 por FATTO CONSULTORIA E SISTEMA LTDA. Esta publicação não poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer modo ou meio, no todo ou

Leia mais

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO

DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO ROSINALDO PANTOJA DE FREITAS rpfpantoja@hotmail.com DEMOCRÁTICA NO ENSINO PÚBLICO RESUMO: Este artigo aborda o Projeto político pedagógico e também

Leia mais

Serviços de Saúde do Trabalho

Serviços de Saúde do Trabalho 1 CONVENÇÃO N. 161 Serviços de Saúde do Trabalho I Aprovada na 71ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho (Genebra 1985), entrou em vigor no plano internacional em 17.2.88. II Dados referentes

Leia mais

Cinco principais qualidades dos melhores professores de Escolas de Negócios

Cinco principais qualidades dos melhores professores de Escolas de Negócios Cinco principais qualidades dos melhores professores de Escolas de Negócios Autor: Dominique Turpin Presidente do IMD - International Institute for Management Development www.imd.org Lausanne, Suíça Tradução:

Leia mais

Categorias Temas Significados Propostos

Categorias Temas Significados Propostos 91 5. Conclusão O objetivo do presente trabalho foi descrever a essência do significado da experiência consultiva para profissionais de TI que prestam de serviços de consultoria na área de TI. Para atingir

Leia mais