AVALIAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO MEL DE APIS MELLIFERA PRODUZIDO NA REGIÃO DE SINOP/MT
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- Nelson Flores Faro
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1 AVALIAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO MEL DE APIS MELLIFERA PRODUZIDO NA REGIÃO DE SINOP/MT GARCIA, Iarema Vicente¹; RUBIO, Alisson Fernando¹, FIGUEIREDO, Julia Raisa¹, WOBETO, Carmem² Palavras Chaves: Boas práticas, Sinop, abelhas, mel. Introdução Entende-se por mel, o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas, a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia. (Instrução Normativa Nº 11, de 20 de Outubro de 2000). A apicultura é uma atividade capaz de causar impactos positivos, tanto sociais quanto econômicos, além de contribuir para a manutenção e preservação dos ecossistemas existentes (CAMARGO et al., 2002). Em 2008, no diagnóstico da apicultura realizado pelo SEBRAE-MT, agência de Sinop, foi demonstrado que somente 4% dos apicultores comercializam seus produtos no mercado formal. Portanto, esta atividade está em fase de implantação e não há registros sobre a qualidade do mel produzido. Verifica-se que, para a consolidação da atividade apícola, como fonte de renda e desenvolvimento para a região, faz-se necessário reconhecer as condições de produção, extração e processamento, verificando as instalações e métodos de colheita e se estes obedecem às normas do RIISPOA, a fim de auxiliar na implantação desta atividade e, desta forma contribuir para produção de alimentos seguros para a população. Embora, o mel seja um produto que por suas características físicas e químicas apresente elevado grau de resistência diante da proliferação de *Resumo revisado por: (Carmem Wobetto). Inserir: Diagnóstico do sistema de produção e qualidade do mel de apis mellifera produzido na região de Sinop/MT ¹Universidade Federal do Mato Grosso Campus Sinop/MT,Acadêmicos de medicina veterinária Dra_iaiagarcia@hotmail.com ²Universidade Federal de Mato Grosso, orientador- wobeto2003@yahoo.com.br
2 microrganismos, a ação de fatores externos (ambientais, condições de manipulação e estocagem) pode vir a influenciar negativamente sua qualidade final. O manejo de colheita para o mel deve seguir alguns procedimentos de boas práticas, visando não apenas a sua coleta eficiente, mas, principalmente, a manutenção de suas características originais e consequentemente a qualidade do produto final. A apicultura destaca-se como uma atividade autossustentável. A ação polinizadora das abelhas é um importante fator para a manutenção da biodiversidade e para aumentar a produção agrícola (FREITAS, 2000; NOGUEIRA-COUTO e COUTO, 2000; LIMA, 2005). A região do médio norte de Mato Grosso, pertencente ao bioma de transição cerrado-amazônico, apresenta características especiais de flora e clima que, aliado a presença da abelha africanizada, lhe confere um bom potencial para a atividade apícola. Contudo, esta atividade ainda é pouco explorada e não há registros dos indicativos da qualidade do mel produzido nesta região. Para consolidar esta cadeia produtiva, para que a mesma deixe a informalidade, é necessário adequar o produto as exigências legais que regulamentam o mel próprio para consumo. Como objetivos para a pesquisa, temos o diagnostico da qualidade do mel produzido na região do Médio Norte de Mato Grosso, estabelecer critérios e recomendações técnicas em conformidade com as Boas Práticas de extração e processamento de mel, investigar in loco as condições de produção e processamento dos méis produzidos na região do médio norte de Mato Grosso, determinar a qualidade do mel em três fases da produção: no momento da extração, antes do processamento na casa de mel e após o envase para a comercialização. Metodologia O critério empregado para a seleção de apicultores foi os pertencentes a associações credenciadas no projeto de Fomento à Apicultura, desenvolvido pelo SEBRAE/MT, agência de Sinop. Foram realizadas visitas técnicas nas propriedades de 03 apicultores, escolhidos aleatoriamente, pertencentes a cada uma das 04 associações de apicultores distribuídas nas seguintes cidades: Sinop, Santa Carmen, Ipiranga de Norte e Sorriso, totalizando 12
3 visitas. Foi agendada com os apicultores a semana de realização da visita, sem informar o dia. Esta etapa de diagnóstico foi realizada através da aplicação de um questionário do tipo check list, baseada na Portaria no. 06 de 02 de julho de 1985 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que aprova as Normas Higiênico- Sanitárias e Tecnológicas para o Mel, Cera de Abelhas e Derivados (BRASIL, 1985). O questionário foi aplicado a cada um dos 12 apicultores escolhidos aleatoriamente e pertencentes às 04 associações credenciados no SEBRAE por meio de visita a um dos apiários e ao local de processamento de mel. Este questionário inclui questões que abordam os seguintes tópicos: condições do apiário, manejo, equipamentos, utensílios e materiais apícolas, casa do mel ou local de processamento, mel, manipuladores, higienização, manejo dos resíduos e abastecimento de água. Além disso, também foram registradas as condições de produção através de fotografias realizadas nos dias de visitas a cada apicultor. Foi realizada análise descritiva dos dados levantados pela aplicação dos questionários, permitindo identificar a sistemática de produção, os pontos positivos e aqueles que necessitam de um redirecionamento de modo a promover condições mais adequadas de produção. Esta análise servirá de base para a elaboração de recomendações técnicas realizadas para cada apicultor em particular e, também para a elaboração da cartilha de Boas Práticas de Extração e Processamento de mel que será distribuída a todos os apicultores e, apresentada em palestra proferida nas dependências do SEBRAE/MT, Agência de Sinop. Resultados e discussão Através do diagnóstico da produção e qualidade do mel da região de Sinop/MT (médio norte de MT) foram averiguados os pontos positivos da produção e os entraves para a consolidação da atividade apícola como promotora de trabalho e renda para esta região. O check list possui questões que abordam diferentes tópicos, onde as respostas apresentavam-se da seguinte forma Sim, Não e Parcial. O primeiro deles é itens apiário, no qual obteve-se os resultados onde aproximadamente 72% responderam Sim, 7% responderam Não, aproximadamente 5% Parcial.
4 Segundo tópico, manejo, com aproximadamente 67% responderam Sim, aproximadamente 29% Não, aproximadamente 2% Parcial. Tópico 3, com 57% respondendo Sim, aproximadamente 38% Não, aproximadamente 4% Parcial. Tópico 4 Casa de mel ou local de processamento do mel, 52% Sim, 22% Não, aproximadamente 55% Parcial. Tópico 5 Mel, aproximadamente 56% responderam Sim, aproximadamente 21% Não, 22% Parcial. Tópico 6 Manipuladores, aproximadamente 50% Sim, 37,5% Não, aproximadamente 12% Parcial. Tópico 7 Higienização, 56% responderam Sim, aproximadamente 33% Não, aproximadamente 10% Parcial. Tópico 8 Manejo de resíduos, 50% responderam Sim, 25% Não, 25% Parcial. Tópico 9 Abastecimento de água, 58% Sim e 42 % Não. Deve-se levar em consideração para uma análise mais profunda dos resultados a observação das perguntas individualmente, pois nem sempre uma resposta Sim, Não ou Parcial, tem relação com estar dentro dos parâmetros aceitos pela legislação. Conclusões De acordo com os dados obtidos, pode-se ter uma ideia do estilo de produção dos apicultores, que apresenta-se de forma artesanal, tentando ao máximo seguir as normas de boas práticas estabelecidas pela legislação vigente, para manipulação e envase do mel. Ainda falta, incentivo e investimento dos órgãos competentes, cursos para esses produtores para sua adequação as boas práticas, fortalecimento das cooperativas, educação da população para o consumo do mel e conhecimento da procedência destes ao passo que devam saber que alimentos inspecionados são de maior segurança e com isso procurar consumir somente provenientes de locais onde haja fiscalização fazendo com que os produtores se adequem as normas. Tudo isso aliado, uma boa fiscalização, favorecerá para o crescimento da apicultura na região, o produto valoriza, o comércio aumenta, gera renda, e claro associado aos benefícios do consumo de produtos apícolas tem-se pessoas com melhor qualidade de vida. Conclui-se que os produtores da região de Sinop/MT, estão dispostos a mudanças, mesmo com as dificuldades encontradas, e contam com o apoio do
5 Sebrae/Sinop e da UFMT, para auxilia-los nas adequações, e tornar seu produto seguro. Referencias Bibliográficas BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria no. 06 de 02 de julho de Aprova as normas higiênico sanitárias e tecnológicas para o mel, cera de abelha e derivados. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 de julho de BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria no. 368 de 04 de setembro de Aprova as normas higiênico-sanitárias de boas práticas de estabelecimentos elaboradores / industrializadores de alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 08 de setembro de BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Instrução Normativa 11, de 20 de outubro de 2000, Regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Disponível em htm. Acesso em: 10 de maio de SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Diagnóstico de apicultura: Sinop. Sinop/MT, 2008, 17 p Boas Práticas de Manipulação na Colheita de Mel Disponível em Acesso em :10 de maio de 2012.
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