Autoria: Lucila Maria de Souza Campos

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1 Sistemas de Gestão Ambiental para Pequenas Empresas: Uma comparação entre as Visões das Grandes Empresas Certificadas, dos Implementadores e das Pequenas Empresas Autoria: Lucila Maria de Souza Campos Resumo A gestão ambiental vem recebendo cada vez mais atenção, tanto por parte das organizações produtivas, quanto por parte de pesquisadores e acadêmicos que estudam o tema. Dentro da gestão ambiental, os Sistemas de Gestão Ambiental ou SGA vem se tornando uma ferramenta importante para aquelas organizações que procuram gerenciar seus aspectos ambientais visando a prevenção da poluição, o atendimento à legislação e a minimização dos impactos que suas atividades causam ao meio ambiente. Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que procurou verificar a visão das pequenas e grandes empresas do Estado de Santa Catarina e a visão de implementadores que trabalham com esta ferramenta, sobre quais seriam, dentre os 17 requisitos de um SGA segundo a NBR ISO 14001, aqueles que melhor se adequariam às necessidades e realidade das pequenas empresas. A pesquisa foi realizada em dois momentos. Num primeiro momento pesquisou-se a opinião das pequenas empresas e dos implementadores. Num segundo momento a visão das grandes empresas. Os resultados obtidos foram comparados, testados estatisticamente e apontam visões semelhantes, porém com algumas peculiaridades para cada conjunto de empresas pesquisadas. 1. Introdução Os sistemas de gestão ambiental, também conhecidos por SGA, vêm se difundindo, sobretudo nas grandes organizações, como forma destas mostrarem sua preocupação com a questão ambiental e atenderem às exigências de mercados e consumidores mais conscientes. Segundo alguns pesquisadores da área, a série de normas ambientais ISO 14000, e mais especificamente a NBR ISO 14001, se apresenta como uma das ferramentas que podem ser usadas, possibilitando, ao mesmo tempo, o comprometimento com o cumprimento da legislação ambiental, a proteção ao meio ambiente e a melhoria da competitividade das empresas (MAIMON, 1996 e 1999; MOREIRA, 2001; VITERBO Jr., 1998, VALLE, 1995; BARBIERI, 2004; ANDRADE et al, 2002). Porém, sabe-se que a implementação de um SGA exige das organizações recursos importantes, como tempo, dinheiro e grande envolvimento dos recursos humanos. Desta forma, há um predomínio marcante das grandes empresas no processo de certificação de sistemas de gestão no Brasil e no mundo. Ficam à margem deste processo as pequenas empresas que não possuem recursos financeiros, tampouco humanos, para atenderem às exigências mínimas necessárias no processo de implementação de um SGA. A importância das micro e pequenas empresas pode ser verificada analisando-se os dados do SEBRAE (CHAGAS, 1999), que demonstram que estas contribuem com 97% em média na participação do número de empresas, 48% em média na produção, 60% em média dos postos de trabalho e 25% do PIB brasileiro. Uma pequena empresa quando vista isoladamente em seu setor seria quase insignificante, mas quando vista em seu coletivo excede o resultado das grandes empresas do setor. Muitos estudos já foram desenvolvidos, ou estão em desenvolvimento, abordando como tema principal o funcionamento dos pequenos empreendimentos (PREVIDELLI e MEURER (2005), LONGENECKER, MOORE e PETTY (1997), SANTOS, (2001), KRUGLIANSKAS (1996), RESNIK (1990)). Nos dias atuais, a importância das pequenas empresas tem sido bastante discutida, como geradoras de empregos, desenvolvimento do local 1

2 onde estão inseridas, ou seja, uma infinidade de contribuições importantes para a nossa economia. No entanto, o que caracteriza de forma essencial as pequenas empresas são seus recursos muito limitados. Segundo Cândido (1998), a maioria dessas empresas tem muito pouca disponibilidade de caixa durante os primeiros anos de operação e ficam altamente vulneráveis a qualquer mudança repentina. Outro ponto essencial que caracteriza as pequenas empresas é a exigência fundamental que o proprietário-gerente administre e mantenha controle total sobre todos os aspectos da empresa. O que torna o processo decisório bastante centralizado. Motivados por identificar formas de adaptar a implementação de um SGA às necessidades e possibilidades de uma pequena empresa, optou-se por realizar uma pesquisa junto a um conjunto de pequenas empresas do Estado de Santa Catarina, buscando identificar, dentre os 17 requisitos na NBR ISO 14001, quais seriam, na visão dos administradores das pequenas empresas e de um conjunto de 5 implementadores de SGA do Estado, os mais importantes para fazerem parte de um Sistema de Gestão Ambiental mais adaptado às necessidades das pequenas empresas. Os resultados desta pesquisa geraram informações que contribuíram sobremaneira para o entendimento do que deveria ser um SGA aplicado a esta realidade. Ao apresentar estes resultados em eventos da área de administração, discussões surgiram sobre a necessidade de se verificar a opinião a cerca da mesma questão (requisitos da NBR ISO mais aplicáveis a pequenas empresas) das grandes empresas certificadas. Sendo assim, optou-se por dar continuidade à pesquisa, aplicando o mesmo questionário enviado às pequenas empresas, agora às grandes empresas certificadas do Estado de Santa Catarina. O objetivo principal deste artigo é apresentar uma análise comparativa entre os dados coletados num primeiro momento da pesquisa, realizado com as pequenas empresas e implementadores de SGA e num segundo momento, com as grandes empresas. Além desta introdução, o artigo apresenta ainda mais quatro tópicos: a fundamentação teórica que aborda os temas da gestão ambiental e da pequena empresa; os métodos da pesquisa, que está subdividido em três tópicos, métodos da etapa 1 da pesquisa (com implementadores e pequenas empresas), métodos da etapa 2 da pesquisa (com as grandes empresas) e análise comparativa. Além destes dois tópicos, apresenta-se ainda um item com os resultados das duas etapas da pesquisa e as comparações feitas; e um último item as considerações finais. 2. A Gestão Ambiental e a Pequena Empresa no Brasil O termo gestão ambiental é bastante abrangente. Ele é freqüentemente usado para designar ações ambientais em determinados espaços geográficos como, por exemplo: gestão ambiental de bacias hidrográficas, gestão ambiental de parques e reservas florestais, gestão de áreas de proteção ambiental, gestão ambiental de reservas de biosfera e outras tantas modalidades de gestão que incluam aspectos ambientais. Já a gestão ambiental empresarial está essencialmente voltada para organizações, ou seja, companhias, corporações, firmas, empresas ou instituições e pode ser definida como sendo um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que levam em conta a proteção do meio ambiente por meio da eliminação ou minimização de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos ou atividades, incluindo-se todas as fases do ciclo de vida de um produto. O termo gestão ou gerenciamento ambiental pode ser definido de diferentes maneiras e por diferentes pesquisadores. Para Reis (1995) o gerenciamento ambiental é um conjunto de rotinas e procedimentos que permite a uma organização administrar adequadamente as 2

3 relações entre suas atividades e o meio ambiente que as abriga, atentando para as expectativas das partes interessadas (REIS, 1995, p.10) Pode também ser conceituado como um processo que objetiva, dentre suas várias atribuições, identificar as ações mais adequadas ao atendimento das imposições legais aplicáveis às várias fases dos processos, desde a produção até o descarte final, passando pela comercialização, zelando para que os parâmetros legais sejam permanentemente observados. Além de manter os procedimentos preventivos e pró-ativos que contemplam os aspectos e efeitos ambientais da atividade, produtos e serviços e os interesses e expectativas das partes interessadas (REIS, 1995). Para Moreira (2001), a empresa que apresenta um nível mínimo de Gestão Ambiental geralmente possui um departamento de meio ambiente, responsável pelo atendimento às exigências do órgão ambiental e indicando os equipamentos ou dispositivos de controle ambiental mais apropriados à realidade da empresa e ao potencial de impactos ambientais. Ou seja, a empresa demonstra quase sempre uma postura reativa, procurando evitar os riscos e limitando-se ao atendimento dos requisitos legais o que, normalmente, significa investimentos. Barbieri (2004, p.19-20), define gestão ambiental como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que elas surjam. Barbieri (2004) também apresenta uma outra definição para o termo gestão ambiental, afirmando que a expressão gestão ambiental : aplica-se a uma grande variedade de iniciativas relativas a qualquer tipo de problema ambiental. Na sua origem, estão as ações governamentais para enfrentar a escassez de recursos como mostrado anteriormente. Com o tempo, outras questões ambientais foram sendo consideradas por outros agentes, com alcances diferentes e, atualmente, não há área que não esteja contemplada. Qualquer proposta de gestão ambiental inclui, no mínimo, três dimensões, a saber: (1) a dimensão espacial que concerne à área na qual se espera que as ações de gestão tenham eficácia; (2) a dimensão temática que delimita as questões ambientais às quais as ações se destinam; e (3) a dimensão institucional relativa aos agentes que tomaram as iniciativas de gestão. (BARBIERI, 2004, p.21) Já os chamados Sistemas de Gestão Ambiental, também conhecidos por SGA surgiram no final da década de 80 e início da década de 90. Estes sistemas têm como principal característica promover um processo de melhoria contínua, que busca manter seus processos, aspectos e impactos ambientais sob controle. Um SGA é a parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental (NBR ISO 14004:1996, p. 5). O objetivo principal de um SGA é controlar sistematicamente o desempenho ambiental, promovendo sua melhoria contínua. É constituído de procedimentos ambientais que estabelecem responsabilidades específicas e definem quando, onde e o que deve ser observado, para que as atividades sejam conduzidas em conformidade com as políticas ambientais estabelecidas, e integrado aos esforços existentes em outras áreas. De acordo com Moreira (2001), a implantação de um sistema de gestão ambiental depende de três pilares fundamentais: base organizacional, técnica e jurídica. A base organizacional refere-se ao estabelecimento de rotinas administrativas e operacionais, estrutura funcional, responsabilidade e autoridade, planejamento, recursos, etc; a base técnica trata do conhecimento dos aspectos ambientais associados às atividades, instalações, produtos 3

4 e serviços e como controlá-los; o conhecimento e atendimento dos requisitos legais e outros requisitos aplicáveis à organização compõem a base jurídica. Várias são as normas de SGA que vem servindo de base para a implementação de SGA em empresas de diversos setores, tamanhos e regiões do mundo. Os mais famosos, porém, são o EMAS, a BS 7750 e a ISO O EMAS (Eco Management Audit Scheme), trata-se de uma norma Britânica que surgiu em 1993, e que permite às indústrias da Comunidade Européia obter um registro publicado no jornal oficial da União Européia. Já a BS 7750 surgiu no Reino Unido, em Trata-se de uma norma da British Standard que apresenta especificações para o desenvolvimento, implementação e manutenção de um SGA afim de assegurar e demonstrar conformidade com as declarações da empresa quanto à política, objetivos e metas ambientais. A BS 7750 serviu de inspiração para a ISO (International Organization for Standardization), em 1996, lançar a ISO 14001, mais famosa dentre as normas de SGA. A ISO é uma norma ambiental internacional, do conjunto ISO 14000, que especifica os requisitos relativos a um SGA, permitindo à organização formular sua política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e informações referentes aos impactos ambientais significativos. Cabe ressaltar que esta é a única norma do conjunto ISO passível de certificação. Sua primeira versão foi lançada em A segunda versão da norma, após algumas poucas alterações, foi lançada em Ambas versões possuem 17 requisitos normativos. A principal alteração entre as duas versões da norma é com relação ao requisito de avaliação do atendimento a requisitos legais que não existia na primeira versão e que foi introduzida nesta segunda. Em contrapartida, os requisitos de objetivos & metas e programa de gestão ambiental, que na versão de 1996 eram dois, a partir de 2004 foram condensados num só requisito. De todas as normas de SGA, a ISO sem dúvida é a que possui maior número de empresas certificadas no Brasil e no mundo. Mas, cabe ressaltar, que todas estas normas são muito mais adequadas à realidade das grandes empresas, pois necessitam de recursos humanos e financeiros para sua implementação. As pequenas empresas representam a maioria dos estabelecimentos existentes no Brasil: na indústria, o percentual de micro e pequenas empresas é de 96,37%; no comércio, é de 99,2% e no setor de serviços é de 97,43%. Em relação à distribuição dos empregos nas micro e pequenas empresas, verifica-se que 33,43% deles estão no setor industrial; 68,05% estão no comércio e 36,85% no setor de serviços. Esses dados revelam a grande importância que as micro e pequenas empresas exercem no Brasil (SILVA, et al (2005)). Leone (1999) considera que as pequenas e médias empresas possuem problemas diferentes em relação às empresas de grande porte e já merecem uma teoria específica. A autora indica a necessidade de uma gestão específica para as pequenas empresas, fundamentada em quatro características comuns: a importância do papel do empreendedor, o papel do ambiente, a natureza da organização e a natureza das atividades. Leone (1999) propõem, ainda, um agrupamento das especificidades que caracterizam as pequenas e médias empresas, emtrês grupos: organizacionais, decisionais e individuais. Silva (1998) aponta que as pequenas empresas não têm condições de investir no seu desenvolvimento, porque o seu potencial de acumulação de capital é baixo em relação às grandes empresas, o que resultado numa incapacidade de autofinanciamento. Existem ainda os vários problemas organizacionais que limitam o crescimento e a expansão das empresas de pequeno e médio porte. O maior deles é que o dono da empresa, na maioria das vezes, é o produtor, o vendedor, o administrador, o gerente financeiro, o de recursos humanos, e o de marketing. A participação das pequenas empresas em Santa Catarina supera a média nacional e com isso essas empresas contribuem significativamente para e desenvolvimento econômico 4

5 do Estado. Mesmo com todo o potencial existente no Estado as empresas enfrentam problemas que impedem o seu pleno desenvolvimento. Dentre os vários problemas que afetam as empresas catarinenses, os mais significativos estão nas áreas de produção. A ausência de uma programação da produção eficiente gera atrasos de entrega, paralisação nas linhas de montagem e estoques excessivos. Essa falta de programação ou planejamento de produção também acarreta em perdas excessivas de matéria prima, além de um alto índice de geração de resíduos, que são muitas vezes lançados no meio ambiente sem qualquer tratamento (SILVA, 1998). Vale ainda destacar que um dos fatores que determinam o sucesso de uma empresa é o seu mercado. As pequenas empresas sofrem problemas nessa área ocasionados pela sua incapacidade de competir com as grandes empresas, no que se refere a preços, prazos, quantidade, qualidade e condições de pagamento. Oprine et al (1999) destacam que uma grande deficiência observada nas pequenas e médias empresas é a falta de articulação dos vários aspectos da organização com as estratégias de mercado. Essa falta de informação do empresário sobre o mercado interno e externo faz com que a maioria das empresas não consiga atingir um mercado maior, limitando o seu crescimento. Todos esses aspectos refletem a necessidade ainda existente de estudo destas empresas, para dotá-las de técnicas que permitam uma gestão eficiente de seus processos proporcionando uma extinção ou diminuição dos resíduos gerados, transformando-os em uma fonte de rendimentos e lucro e trazendo possibilidades de criação de empregos e geração de renda. Com todo apelo pela conservação e preservação ambiental, as pequenas empresas precisam também se adequar a esta realidade e atenderem às demandas de mercado, produzindo com maior respeito ao meio ambiente. 3. Métodos da Pesquisa Este item está subdividido em três sub-itens: os métodos da pesquisa realizada com as pequenas empresas e implementadores de SGA, os métodos da segunda etapa, com as grandes empresas e a análise comparativa. 3.1 Métodos da primeira etapa da pesquisa pequenas empresas e implementadores de SGA A partir dos estudos realizados em torno dos principais modelos e métodos de implementação de SGA - mais especificamente sobre os 17 requisitos da NBR ISO e das principais características das Pequenas Empresas procurou-se identificar a visão das pequenas empresas e de um conjunto de implementadores de SGA do estado de Santa Catarina sobre os requisitos de um SGA mais aplicáveis à realidade e necessidades da pequena empresa. A pesquisa realizada classifica-se, quanto aos seus objetivos, como uma pesquisa exploratória. Quanto à sua forma de abordagem, representa uma pesquisa quali-quantitativa, pois utiliza técnicas e métodos tanto quantitativos, quanto qualitativos. Em relação à natureza do trabalho, pode ser classificada como uma pesquisa aplicada. De acordo com a classificação sugerida por Gil (1994), quanto aos procedimentos técnicos adotados para que fosse possível o desenvolvimento da pesquisa, fez-se uso de duas modalidades de pesquisa: a Pesquisa Bibliográfica (caracterizada como um estudo teórico) e a Pesquisa de Campo realizada em duas partes. Na primeira parte foram entrevistados cinco profissionais que atuam em implementação de sistemas de gestão ambiental, direta ou indiretamente e que tinham algumas características em comum: terem contatos com Pequenas Empresas do Estado; terem liderado ou implementado SGAs; terem mais de 10 anos de experiência prática; atuarem no Estado de Santa Catarina. As entrevistas realizadas foram do tipo semi-estruturada, com 5

6 perguntas abertas. Todas as entrevistas seguiram o mesmo roteiro de perguntas e foram realizadas diretamente com cada um dos entrevistados. A segunda parte foi realizada a partir da aplicação de um questionário do tipo múltipla escolha, com perguntas fechadas, que foram enviados por para pequenas empresas do Estado de Santa Catarina. O questionário continha 17 perguntas. Cada pergunta estava relacionada com um dos 17 requisitos da norma NBR ISO e continha 3 possibilidades de respostas: muito importante, importante e pouco importante. Inicialmente foram identificadas aproximadamente 1250 empresas dentre todas as pequenas empresas do Estado de Santa Catarina que poderiam estar interessadas em implementação de sistemas de gestão ambiental. O critério utilizado para a seleção destas primeiras 1250 empresas foi de acordo com suas respectivas atividades-fim. Todas aquelas que fossem fornecedoras de algum tipo de produto para outras empresas (medias ou grandes) e que pudessem fazer parte de uma cadeia de produção de processos que de alguma maneira cause grandes impactos negativos ao meio ambiente, foram selecionadas num primeiro momento. Por exemplo, empresas que fornecem produtos para: indústria têxtil, celulose, metal-mecânica, entre outras. Foram excluídas desta amostragem inicial pequenas empresas de serviços, tais como clínicas, escolas, escritórios, etc. Após esta primeira seleção identificou-se o endereço eletrônico de 870 destas empresas. Para todas as 870 empresas foram enviados s verificando o interesse e a disponibilidade em responder um questionário acerca das principais necessidades destas empresas com relação às questões ambientais e processos de implementação de SGAs. Das 870 pequenas empresas contatadas 335 responderam o enviado e apenas 127 responderam ter interesse em participar da pesquisa. As demais 208 empresas contatadas e que responderam o mostraram algum tipo de desinteresse em participar da pesquisa. Dentre eles foram listados como principais motivos: falta de tempo, falta de interesse em SGA e desconhecimento sobre SGAs. Dos 127 questionários enviados por 83 foram respondidos. Coincidentemente verificou-se junto à FIESC (Federação das Indústrias de Santa Catarina) e o SEBRAE que quase 75% destas empresas já haviam participado de algum curso ou iniciativa no tema ambiental. Tal informação reforçou a representatividade desta amostra (apesar de pequena) com relação ao tema da pesquisa. Os principais resultados das duas partes da pesquisa, bem como uma análise de cruzamentos realizados a partir destes resultados, encontram-se apresentados no tópico de resultados. 3.2 Métodos da segunda etapa da pesquisa grandes empresas Os resultados preliminares da primeira etapa da pesquisa, com as pequenas empresas e com implementadores de SGA, foram publicados em congressos, revistas e num capítulo de um livro que reuniu artigos sobre pequenas empresas. A partir das discussões geradas nas apresentações destes resultados, surgiram novos questionamentos que originou uma nova pesquisa. As principais perguntas que nortearam esta segunda etapa foram: Baseando-se no fato de que as pequenas empresas normalmente fornecem seus produtos e serviços a grandes empresas, qual seria a visão das grandes empresas sobre os principais requisitos de um SGA? As grandes empresas concordam ou discordam das pequenas empresas e dos implementadores entrevistados quanto aos requisitos mais importantes para um SGA numa pequena empresa? A certificação segundo a NBR ISO em SGA de pequenas empresas é um fator importante para as grandes? Com intuito de responder a estas novas perguntas, optou-se por realizar uma pesquisa junto às grandes empresas do Estado de Santa Catarina, com SGA certificado pela NBR ISO A pesquisa realizada com as grandes empresas seguiu os mesmos moldes da pesquisa 6

7 realizada com as pequenas empresas. Pode-se classifica-la, quanto aos seus objetivos, como uma pesquisa exploratória e quanto à sua forma de abordagem, representa uma pesquisa quali-quantitativa. Para coleta dos dados utilizou-se o mesmo questionário da primeira etapa 1, com perguntas fechadas, que foi então encaminhado também por às 60 empresas com SGA certificados (até dezembro de 2005) pela NBR ISO As perguntas elaboradas seguiram a mesma estrutura do questionário da primeira pesquisa, indagando (agora às grandes empresas do Estado) sobre o grau de importância (muito importante, importante, pouco importante) de cada um dos 17 requisitos de um SGA para uma pequena empresa (ex: política ambiental, aspectos ambientais, comunicação, treinamento, controle operacional, análise da administração, entre outros). Dos 60 questionários enviados apenas 07 foram respondidos a contento e puderam fazer parte da amostra, o que representa 11,67% da população. Este número baixo, num primeiro momento, desmotivou os pesquisadores a dar continuidade à pesquisa, mas num segundo momento despertou nossa curiosidade em saber se havia ou não diferença entre as respostas das pequenas e das grandes empresas. Partiu-se então para uma análise comparativa. 3.3 Métodos da Análise Comparativa A partir das respostas obtidas com as grandes empresas, gerou-se um quadro único destacando a visão das pequenas e grandes empresas sobre os 17 requisitos da norma 2. A partir deste quadro, as respostas das grandes e pequenas empresas foram comparadas. Foi então realizado um teste de hipótese, com intuito de comparar os dois conjuntos de dados e verificar se a hipótese H 0 apresentada a seguir era verdadeira ou não. H 0 : o conjunto de respostas das grandes empresas não difere consideravelmente do conjunto de respostas das pequenas empresas. H 1 : o conjunto de respostas das grandes empresas difere consideravelmente do conjunto de respostas das pequenas empresas. Para este teste de hipótese utilizou-se o teste t para amostras independentes, que segundo Barbetta (2005), pode ser usado para amostras de tamanhos diferentes, como é o caso desta pesquisa. A fórmula utilizada foi: t = X 1 - X 2 S a. (1/n 1 ) + (1/n 2 ) Onde: X 1 : média da amostra das pequenas empresas X 2 : média da amostra das grandes empresas S a : desvio padrão agregado (raiz quadrada da variância agregada) n 1 : tamanho da amostra das pequenas empresas n 2 : tamanho da amostra das grandes empresas Optou-se por considerar o grau de significância (α) de 5%, ou seja, α =0,05. Calculado o t, verificou-se a probabilidade p através da tabela de distribuição de t de Student: se p > α aceita-se H 0, e se p < ou = α rejeita-se H 0 4. Apresentação dos Resultados 7

8 Os resultados foram divididos em: resultados da primeira etapa da pesquisa, com as pequenas empresas e implementadores de SGA; resultados da segunda parte da pesquisa, obtidos das respostas das grandes empresas; e uma comparação entre os resultados da primeira etapa com os resultados da segunda etapa da pesquisa. 4.1 Os requisitos de um SGA visão das Pequenas Empresas e de implementadores Para definição de um modelo de SGA aplicado às necessidades de pequenas empresas do estado de Santa Catarina (objetivo da primeira etapa da pesquisa), foram, inicialmente, contatados 05 especialistas em implementação de SGA em empresas catarinenses. A partir de análises realizadas nos depoimentos destes cinco profissionais, pôde-se constatar o seguinte: o interesse dos empresários em relação às questões ambientais ainda está diretamente ligado ao benefício econômico ou em relação à imagem que isso pode trazer para as suas empresas, independentemente de seu porte; o desconhecimento e o despreparo do empresariado, bem como a falta de incentivos por parte do governo contribuem para a não disseminação da questão ambiental entre as pequenas empresas; de uma forma geral, o que se vê nas pequenas empresas é desinformação e falta de comprometimento por parte do empresariado, com relação à causa ambiental; na visão de muitos empresários, ser ecologicamente correto é construir uma estação de tratamento de efluentes e reduzir a carga poluidora de sua produção para evitar as multas dos órgãos de fiscalização, ou seja, gestão ambiental ainda está muito relacionado à controle ou correção; as pequenas empresas tomam o sucesso ou fracasso das grandes empresas na implementação de SGAs como exemplo; o pequeno número de funcionários das pequenas empresas e a diversidade de tarefas a serem desempenhadas dificultam a implementação de um SGA neste tipo de organização; a implementação de um SGA numa pequena empresa é vista, num primeiro momento, como extremamente custosa; um sistema para uma pequena ou média empresa, deve ser fácil, rápido e não pode exigir uma coleta muito grande de informações nem sistemas de informações muito complexos, caso contrário poderá demandar muito tempo e custo para sua implantação e manutenção. A respeito das entrevistas realizadas com estes profissionais é possível dizer que as empresas de maior porte têm mais experiência em virtude de sua posição e atuação no mercado, desta forma conseguem lidar com as questões administrativas e burocráticas com mais facilidade. No entanto, o maior interesse das empresas ainda está em cumprir a legislação. A pequena empresa não tem estrutura suficiente para implantar um SGA porque as atividades diárias já requerem tempo, habilidade e conhecimento. Normalmente, a pequena empresa não tem condições de ter uma equipe técnica, ou um responsável com condições de assumir a implementação. Com isso, a melhor opção para essas empresas é investir em outras tecnologias de resultado mais rápido, como por exemplo produção mais limpa, ou até mesmo programas como o 5S. Mas, apesar das dificuldades que os profissionais destacaram, todos foram unânimes em considerar que, o mesmo modelo de SGA implementado nas grandes e médias empresas pode ser implementado nas pequenas empresas, desde que possam ser feitas determinadas alterações, como por exemplo, mudanças na ordem de implementação, redução de alguns tipos de controle que possam burocratizar a empresa, menor expectativa e cobrança com 8

9 relação ao tempo de implementação, uso de metodologias e ferramentas mais simples e desenvolvidas para a própria necessidade da organização. Sendo assim, partiu-se para o momento da pesquisa de se identificar quais etapas do modelo tradicional de implementação de SGA, ou requisitos da norma NBR ISO 14001, as pequenas empresas acreditavam ser mais importantes para a sua realidade. Os principais resultados encontram-se apresentados no quadro 1 a seguir: Requisito média Grau de importância Política ambiental 4.07 Alto Aspectos ambientais 3.93 Alto Requisitos legais 3.67 Alto Objetivos, metas e programas 2.87 Médio Recursos, funções, responsabilidade e autoridade 3.67 Alto Competência, treinamento e conscientização 3.53 Alto Comunicação 2.60 Médio Documentação 3.47 Alto Controle de documentos 3.27 Médio Controle operacional 3.40 Alto Preparação e resposta à Emergências 3.00 Médio Monitoramento e medição 3.40 Alto Avaliação do atendimento a requisitos legais 3.67 Alto Não conformidade, ação corretiva e preventivas 3.27 Médio Controle de registros 3.00 Médio Auditoria interna 3.00 Médio Análise da administração 2.93 Médio Quadro 1: Médias dos requisitos da NBR ISO avaliação das pequenas empresas do Estado de Santa Catarina. Fonte: Dados da pesquisa Quando a empresa considerava o requisito muito importante equivalia a 5 (cinco) pontos. Quando considerava o requisito importante estava atribuindo 3 (três) pontos ao item e quando considerava o requisito pouco importante para o SGA no caso das pequenas empresas, equivalia a 1 (um) ponto. Após computados todos os dados dos questionários respondidos, optou-se por identificar um índice médio para cada um dos requisitos que constavam no questionário. Foi usado, então, o seguinte critério: Para o item que tivesse a média entre 1,00 e 2,00 o requisito teria um grau de importância BAIXO; Para o item que tivesse a média entre 2,01 e 3,30 o requisito teria um grau de importância MEDIO; Para o item que tivesse a média entre 3,31 e 5,00 o requisito teria um grau de importância ALTO, para o sistema. De acordo com os intervalos adotados, dos 17 elementos ou requisitos de um SGA, segundo a NBR ISO 14001, aqueles que obtiveram maior grau de importância, segundo a amostra escolhida, foram 09, e estão apresentados a seguir, por ordem de importância: Política Ambiental; Aspectos Ambientais; Requisitos Legais e Avaliação ao atendimento de requisitos legais; Recursos, Funções, Responsabilidade e Autoridade; Competência, Treinamento e Conscientização; Documentação do SGA; Controle Operacional; e, Monitoramento e Medição. 4.2 Os requisitos de um SGA visão das Grandes Empresas Os resultados da pesquisa, obtidos através de 07 questionários respondidos e retornados por , foram compilados no quadro 2, apresentado a seguir. 9

10 Requisito média Grau de importância Política ambiental 3,86 Alto Aspectos ambientais 3,57 Alto Requisitos legais 3,57 Alto Objetivos, metas e programas 3,29 Médio Recursos, funções, responsabilidade e autoridade 2,14 Médio Competência, treinamento e conscientização 3,0 Médio Comunicação 2,71 Médio Documentação 3,86 Alto Controle de documentos 3,29 Médio Controle operacional 2,71 Médio Preparação e resposta à Emergências 2,71 Médio Monitoramento e medição 3,57 Alto Avaliação do atendimento a requisitos legais 3,57 Alto Não conformidade, ação corretiva e preventivas 3,29 Médio Controle de registros 2,71 Médio Auditoria interna 3,86 Alto Análise da administração 3,00 Médio Quadro 2: Médias dos requisitos da NBR ISO avaliação das grandes empresas do Estado de Santa Catarina. Fonte: Dados da pesquisa Na visão das grandes empresas certificadas, 07 são os requisitos de um SGA mais importantes para uma pequena empresa, sendo eles, em ordem de importância: política ambiental, documentação, auditoria interna, aspectos ambientais, requisitos legais, monitoramento e medição e avaliação do atendimento a requisitos legais. 4.3 Comparação entre os resultados das pesquisas com pequenas e grandes empresas de Santa Catarina e com implementadores de SGA Os dados das médias de cada um dos requisitos das duas pesquisas, com as pequenas empresas e com as grandes empresas, estão apresentados no quadro 2 a seguir. Percebe-se que dentre os 17 requisitos, há diferença em quatro deles, respeitando-se as escalas propostas no trabalho e que foi a mesma para as duas etapas da pesquisa. Visão pequenas empresas Visão grandes empresas Requisito média Grau import. média Grau import. Política ambiental 4.07 Alto 3,86 Alto Aspectos ambientais 3.93 Alt 3,57 Alto Requisitos legais 3.67 Alto 3,57 Alto Objetivos, metas e programas 2.87 Médio 3,29 Médio Recursos, funções, responsabilidade 3.67 Alto 2,14 Médio e autoridade Competência e conscientização 3.53 Alto 3,0 Médio Comunicação 2.60 Médio 2,71 Médio Documentação 3.47 Alto 3,86 Alto Controle de documentos 3.27 Médio 3,29 Médio Controle operacional 3.40 Alto 2,71 Médio Preparação e resposta à 3.00 Médio 2,71 Médio Emergências Monitoramento e medição 3.40 Alto 3,57 Alto Avaliação do atendimento a requisitos legais 3.67 Alto 3,57 Alto 10

11 Não conformidade, ação corretiva e 3.27 Médio 3,29 Médio preventiva Controle de registros 3.00 Médio 2,71 Médio Auditoria interna 3.00 Média 3,86 Alta Análise da administração 2.93 Média 3,00 Média Quadro 2: Quadro comparativo entre médias e grau de importância dos requisitos da NBR ISO pesquisas realizadas com pequenas e grandes empresas do Estado de Santa Catarina. Fonte: Dados da pesquisa Tanto para as pequenas como para as grandes empresas, seis dos requisitos da NBR ISO foram apontados com alto grau de importância. São eles: política ambiental, aspectos ambientais, requisitos legais, documentação do SGA, monitoramento e medição, e avaliação do atendimento a requisitos legais. Houve, porém, divergências em 4 dos 17 requisitos, sendo eles: Recursos, funções, responsabilidade e autoridade, competência, treinamento e conscientização, controle operacional e auditoria interna. Sendo assim, para estes quatro requisitos foi realizado um teste de hipótese para verificar se H 0 era verdadeira ou não. Para este teste de hipótese utilizou-se o teste t para amostras independentes (BARBETTA, 2005). No caso do requisito de recursos, funções, responsabilidade e autoridade, verificouse que t = 2,2935. Com este valor, obteve-se na tabela de distribuição t de Student uma probabilidade (p) de 0,01. Por ser este um teste bicaudal deve-se multiplicar este valor por dois. Sendo assim, o valor encontrado 0,02 é menor que 0,05 e, portanto, a hipótese H 0 deve ser rejeitada. Ou seja, no caso deste requisito, há diferença entre a visão das pequenas e grandes empresas. No caso do requisito de competência e conscientização, verificou-se que t = 0,8183. Com este valor, obteve-se na tabela de distribuição t de Student uma probabilidade (p) de 0,25. Por ser este um teste bicaudal deve-se multiplicar este valor por dois. Sendo assim, o valor encontrado 0,5 é maior que 0,05 e, portanto, a hipótese H 0 deve ser aceita. Ou seja, no caso deste requisito, não há diferença entre a visão das pequenas e grandes empresas. No caso do requisito de controle operacional, verificou-se que t = 1,1252. Com este valor, obteve-se na tabela de distribuição t de Student uma probabilidade (p) de 0,1. Por ser este um teste bicaudal deve-se multiplicar este valor por dois. Sendo assim, o valor encontrado 0,2 é maior que 0,05 e, portanto, a hipótese H 0 deve ser aceita. Ou seja, no caso deste requisito, não há diferença entre a visão das pequenas e grandes empresas. E, no caso do requisito de auditoria interna, verificou-se que t = 1,3314. Com este valor, obteve-se na tabela de distribuição t de Student uma probabilidade (p) de 0,1. Por ser este um teste bicaudal deve-se multiplicar este valor por dois. Sendo assim, o valor encontrado 0,2 é maior que 0,05 e, portanto, a hipótese H 0 deve ser aceita. Ou seja, no caso deste requisito, não há diferença entre a visão das pequenas e grandes empresas. Sendo assim, pode-se concluir que há pouca divergência entre a visão das pequenas e grandes empresas sobre os requisitos mais adequados de um SGA aplicado a pequenas empresas. Não foi surpresa que a política ambiental constasse como primeiro item em grau de importância dos requisitos de um SGA tanto para as pequenas quanto para as grandes empresas. No caso das grandes empresas, a alta administração deve assegurar que esta Política seja entendida por todos os empregados. Numa organização média ou grande há várias maneiras de fazer isso: publicar uma carta do presidente da empresa, publicar no jornal interno, elaborar quadros, incluir na agenda dos funcionários, etc. No caso das empresas de pequeno porte isto poderá ser feito, por exemplo, através de conversas ou treinamentos informais. 11

12 O requisito de aspecto ambiental também foi, tanto entre as pequenas como entre as grandes empresas, avaliado como um requisito de alto grau de importância. Provavelmente porque a própria definição da gestão ambiental e de sistemas de gestão ambiental cita o termo aspectos ambientais. Ou seja, aqueles que conhecem com maior profundidade a norma sabem de sua importância, os que não conhecem ao menos há ouviram falar. Além dos aspectos ambientais, os requisitos de identificação dos requisitos legais e avaliação do atendimento foram citados em ambas pesquisas. A empresa deve ser capaz de identificar e manter atualizados os requisitos legais, em nível federal, estadual e municipal, pertinentes à instalação e operação das atividades que desenvolve. Num primeiro momento isto pode parecer muito complicado para ser realizado em pequenas empresas. Mas deve-se lembrar que estes são realmente requisitos importantes, caso contrário a empresa não possuirá sequer conhecimento sobre quais atividades que sua empresa realiza que podem estar infringindo alguma legislação aplicável. Dentro da estrutura de uma grande empresa, todos os empregados, em todos os níveis, sejam operacionais, de apoio, administrativos ou chefias, têm que ter responsabilidades muito bem definidas dentro do SGA. Já no caso das pequenas empresas, a realidade é diferente. Como citado na fundamentação teórica deste artigo, na pequena empresa as atribuições delegadas a uma só pessoa podem ser muitas, dificultando a realização de suas atividades. Este foi o item em que houve maior discrepância entre a visão das pequenas e grandes empresas. As pequenas entendem este como um requisito de alto grau de importância para um SGA, provavelmente pela dificuldade que têm no dia a dia para executar suas tarefas, talvez ainda com receio de maior sobrecarga de trabalho com um SGA. Já para a grande empresa, este é um requisito não tão importante, provavelmente por achar difícil haver dificuldades em delegar recursos, funções, responsabilidades e autoridades a um conjunto pequeno de pessoas. Após o teste estatístico verificou-se que dentre os 17 requisitos da norma, esse foi realmente o único discrepante. Pode-se notar isso claramente apenas observando-se os resultados das duas médias. Da mesma forma, a realização de treinamentos, bem como sua eficiência, são de grande importância para o sucesso de um SGA, na visão das pequenas empresas. Já na visão das grandes, num SGA para pequenas empresas este é um requisito não tão importante. Particularmente este foi o item que causou maior espanto aos pesquisadores, já que o treinamento é crucial para o sucesso de um SGA e pelo fato de que qualquer empresa deve garantir que todos os funcionários estejam cientes de suas responsabilidades em relação à lei e todos os procedimentos e normas da empresa. Devendo ainda ser assegurado que todos os funcionários entendam esses procedimentos. Um sistema de gerenciamento ambiental requer um sistema de documentação a fim de coletar, analisar, registrar e recuperar informações. As decisões são geralmente relacionadas à solução de problemas. Com relação a este requisito de documentação, não houve divergências entre as amostras de pequenas e grandes empresas, ambas consideraram o requisito como de lato grau de importância. No caso do controle operacional de um SGA, este tem por objetivo identificar quais operações e atividades associadas aos aspectos ambientais mais significativos devem ter algum tipo de controle. Cabe ressaltar que a proposição deste requisito vai contra a visão das grandes empresas e dos profissionais que foram entrevistados (e que trabalham com implementação de SGAs). Para estes profissionais, o controle é algo que deveria ser minimizado num modelo de SGA adaptável a organizações de pequeno porte. Contrária a esta idéia está a posição dos profissionais que responderam o questionário e representaram as pequenas empresas. Segundo as respostas obtidas, o controle operacional é um requisito importante para o SGA em suas organizações. 12

13 O item de monitoramento e medição foi outra surpresa das respostas obtidas quando comparadas as visões das pequenas e grandes empresas com as dos implementadores. Monitoramento e medição não deixa de ser também um tipo de controle e mais uma vez aparece citado, contrariando a visão dos implementadores. Com relação ao item de auditoria interna, as grandes empresas discordam tanto da visão das pequenas empresas (que atribuíram média importância ao requisito) quanto da visão dos implementadores, que consideram este um requisito de controle, portanto não tão importante. 5. Considerações Finais Durante o desenvolvimento da pesquisa foi possível observar algumas diferenças entre as visões das pequenas e grandes empresas, mas de um modo geral, pode-se considerar que o conjunto de respostas das grandes empresas não difere consideravelmente do conjunto de respostas das pequenas empresas. Surpreendeu o fato das pequenas empresas, copiando os modelos tradicionais de implementação, preocuparem-se com aspectos legais passíveis de fiscalização. Outra surpresa foi a presença de três requisitos relacionados a controle: documentação do sistema, controle operacional e monitoramento e medição, que aparecerem entre os 9 requisitos de maior importância para um SGA nas pequenas empresas, contrariando inclusive a visão dos profissionais que atuam na área e que participaram da primeira etapa da pesquisa. Apesar do número de empresas que participaram da pesquisa ser muito pequeno quando comparado ao universo de pequenas empresas no Estado de Santa Catarina, considera-se que esta pesquisa pôde dar sua contribuição no sentido de procurar explorar um tema muito mais do universo das grandes organizações no âmbito das pequenas organizações. A baixa adesão à pesquisa pode derivar de vários fatores, dentre eles o número extremamente baixo de pequenas empresas que exportam seus produtos (1,7% do total de produtos exportados no Brasil). Sendo assim, a pressão por implementar um SGA em pequenas empresas não é tão grande quanto a pressão nas grandes empresas. Já com relação ao baixo número de respondentes das grandes empresas (7 empresas em 60 contactadas), um dos fatores que pode ter contribuído foi a época em que a pesquisa foi realizada (novembro e dezembro de 2005). Por ser final de ano, há a possibilidade de ter sido realizada num mau momento para as grandes empresas (fechamento de ano). Pretende-se realizar ainda uma segunda rodada, com intuito de se buscar um maior número de respondentes. Cabe ainda ressaltar que esta proposta de maneira alguma esgota o assunto, tampouco pretende colocar-se como a visão mais apropriada destas organizações. Apenas procurou relatar a visão de profissionais que atuam na área e de algumas das empresas interessadas no assunto. Acredita-se que a experiência das grandes empresas, mais habituadas ao convívio e às exigências desta ferramenta, bem como o conhecimento das expectativas das grandes organizações em relação aos SGA das pequenas, pudesse trazer grandes contribuições ao tema e às pequenas empresas, por este motivo optou-se por dar continuidade à primeira etapa da pesquisa. A idéia de trabalhar somente com as empresas certificadas em Santa Catarina, num primeiro momento, ocorreu com o intuito de trazer à tona a visão das grandes empresas que estão mais relacionadas com as pequenas empresas e aos implementadores que já haviam sido pesquisados e entrevistados. Outro motivo foi o de tentar identificar a visão das grandes e pequenas empresas num mesmo contexto e realidade. Acredita-se que como desdobramento desta pesquisa, num segundo momento, seja possível realizar uma pesquisa mais ampla com empresas certificadas de outros estados. 13

14 Referências ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; TACHIZAWA, Takechy e CARVALHO, Ana Barreiros de. Gestão ambiental: enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2.ed. São Paulo, Markon Books, BARBETTA, P. A. estatística aplicada a ciências sociais. Florianópolis: Editora UFSC. BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, CANDIDO, Marcondes da Silva. Gestão da Qualidade em Pequenas Empresas: uma contribuição aos modelos de implantação Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Programa de Pós -Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC. CHAGAS, Fernando Celso Dolabela. O segredo de Luíza. São Paulo: Cultura Editores Associados, KRUGLIANSKAS, I. Tornando a pequena e média empresa competitiva. São Paulo: Instituto de Estudos Gerenciais e Editora, LEONE, N. M. de C. P. G As especificidades das pequenas empresas. Revista de Administração, São Paulo, n. 2, p , abr/jun, LONGENECKER, J. G.; MOORE, C. W.; PETTY, J. W. Administração de Pequenas Empresas: ênfase na gerência empresarial. Trad. Maria Luica da Rosa e Sidney Stancatti. São Paulo: Books, MOREIRA, Maria Suely. Estratégia e implantação do Sistema de Gestão Ambiental (Modelo ISO 14000). Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, MAIMON, Dalia. Passaporte Verde: Gestão ambiental e Competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, MAIMON, Dália. Modelo ISO Passo a Passo. Rio de Janeiro: Qualitymark, NBR ISO Sistemas de Gestão Ambiental Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de Janeiro: ABNT, OPRINE, P. C.; CARNEVAROLO, M. E.; FARIA, L. I. L. et al Método para caracterização das demandas tecnológicas de multi-empresas de pequeno porte uutilizando-se da análise de cluster. XXIII Enanpad, Foz do Iguaçu. Anais... Rio de Janeiro, PREVIDELLI, J. J. e MEURER V. (org.) Gestão da Micro, Pequena e Média Empresa no Brasil: uma abordagem multidimensional. Maringá: Editora Unicorpore, REIS, Maurício J. L. ISO Gerenciamento Ambiental: um novo desafio para a sua competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, RESNIK, P. A. A Bíblia da pequena empresa: como iniciar com segurança sua pequena empresa e ser muito bem sucedido. São Paulo: McGraw-Hill, Makron Books, SANTOS, E. O. Administração Financeira da Pequena e Média Empresa. São Paulo: Atlas, SILVA, A. B. A Pequena Empresa na busca da excelência. João Pessoa: Universitária,

15 SILVA, A. B.; ALBERTON, A.; CANCELLIER, E. L. P.; MARCON, R. Fatores determinantes para a criação e gestão de pequenas empresas. In: Gestão da Micro, Pequena e Média Empresa no Brasil: uma abordagem multidimensional. Maringá: Editora Unicorpore, VALLE, Cyro Eyer do. Como se preparar para as normas ISO São Paulo: Pioneira, VITERBO JÚNIOR, Ênio. Sistema integrado de Gestão Ambiental: Como implementar um sistema de gestão que atenda à norma ISO a partir de um sistema baseado na norma ISO São Paulo: Aquariana, As únicas alterações necessárias foram as adequações quanto aos novos requisitos da versão NBR ISO 14001: Para efeito de comparação e melhor compreensão dos resultados, os nomes dos requisitos adotados na apresentação, tanto no caso das pequenas quanto no caso das grandes empresas seguiu a nomenclatura da última versão da norma (2004). 15

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