PÓS-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE BACHAREL EM DIREITO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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1 PÓS-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE BACHAREL EM DIREITO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DIREITO SUCESSÓRIO: VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IGUALDADE NA UNIÃO ESTÁVEL KETLYN BARBOSA DE ANDRADE Orientador: Prof. Fabiana Teixeira Albuquerque Keller Brasília - DF 2013

2 KETLYN BARBOSA DE ANDRADE DIREITO SUCESSÓRIO: VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IGUALDADE NA UNIÃO ESTÁVEL Artigo apresentado ao curso de graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito. Orientador: Prof. Fabiana Teixeira Albuquerque Keller Brasília DF 2013

3 Artigo de autoria de Ketlyn Barbosa de Andrade, intitulado Direito Sucessório: violação ao princípio da igualdade na união estável, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito da Universidade Católica de Brasília, em de 2012, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: Prof.ª Fabiana Teixeira Albuquerque Keller Orientadora Direito - UCB Prof. Prof. Brasília - DF 2013

4 Dedico essa obra especialmente a minha família, que sempre esteve ao meu lado durante todos os momentos, sempre me apoiando e dando muita força e amor.

5 5 DIREITO SUCESSÓRIO: Violação ao princípio da igualdade na união estável. KETLYN BARBOSA DE ANDRADE Resumo O objetivo da pesquisa é a apresentar uma análise do direito sucessório na entidade familiar da união estável. É essencial mostrar ao sob um aspecto jurídico as injustiças existentes na legislação pertinente à sucessão do companheiro, indicando a falta de adequação das normas a realidade social, pois as normas existentes não se adéquam a mudança de valores, realidade cultural e praticas reiteradas pela sociedade, ocasionando assim uma diferenciação de tratamento das famílias brasileiras, demonstrando que o legislador não teve a habilidade de redigir texto coerente com a isonomia entre as famílias. O primeiro capítulo expõe discussões doutrinarias a respeito proteção fundamental do núcleo familiar, com a inserção na Constituição Federal do artigo 223, 3.º 1, que visa proteger a família formada pela união estável. O segundo capítulo mostra a abordagem a respeito da redação do direito sucessório do companheiro no Código Civil 2 e como ele fere preceitos constitucionais como igualdade e dignidade da pessoa humana. No terceiro capítulo é demonstrado Projetos de Leis que visão a reformulação do Código Civil, trazendo o aspecto do direito sucessório do companheiro, demonstrando o entendimento que o artigo atual não acolhe a proteção da família formada na união estável. Palavras chaves: Direito Sucessório. Entidade Familiar. União estável. Efeito patrimonial. INTRODUÇÃO O Direito de família merece proteção do Estado devido a sua importância no contexto social, e o Direito Sucessório empenha-se em dar amparo as famílias assegurando que os bens sejam partilhados de forma justa. O Direito de família, esse por sua vez é influenciado pelas modificações sociais como os costumes e os valores sociais. A Constituição Federal acompanhando a evolução cultural determinou que houvesse o reconhecimento da união estável, concedendo proteção a essa entidade familiar, que compõe o núcleo que é fundamental e serve de base para o Estado. 1 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro Portal Legislação do Senado Federal. Brasília, DF, 05 out Disponível em: < Acesso em: 28 mai BRASIL. Lei n , de 10 de janeiro de Institui o Código Civil. Brasília, DF, 10 jan Disponível em: < Acesso em: 28 mai

6 6 Este artigo visa demonstrar que as normas pertinentes a sucessão do companheiro são equivocadas, uma vez que são incompatíveis com princípios constitucionais, exibindo condutas que trazem diferenciação das famílias, hierarquizando as entidades familiares. Preceitos que precisam ser reformulados, pois atendem a valores do século passado, e deixam de compreender que uma grande parcela da sociedade hoje se encontra vivendo em uma família que não há casamento. A escolha desse tema deve-se ao aumento da mudança de realidade social, já que a constituição de família sem matrimonio vem crescendo e precisa de uma melhor regulamentação. A união estável é a entidade familiar composta por pessoas tanto de sexo diferente tanto do mesmo sexo, que seja pública, duradora e contínua, e que tenha finalidade de constituir uma família. A pesquisa bibliográfica tem o objetivo de demonstrar o desequilibro entre o direito de igualdade da Constituição Federal em seu art.226, 3.º 3, onde disciplina que a família é base da sociedade e tem proteção especial do Estado no que tange para efeito de proteção do Estado é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, e o disciplinado no Código Civil em seu art , que conduz a praticas injustas e descriminalizatorias. 1 DIREITO SUCESSÓRIO NA UNIÃO ESTÁVEL É importante abordar o surgimento das discussões doutrinárias em relação ao direito a sucessão nas entidades familiares, pois a família é um dos institutos mais antigos da humanidade, evidenciando lacunas existentes na legislação brasileira em relação à sucessão do companheiro na união estável e expondo projetos que buscam a modificação do Código Civil BREVE HISTÓRICO DAS ENTIDADES FAMILIARES A religião doméstica, assim como era chamada na civilização antiga, concebeu o primeiro sinal de núcleo familiar baseado em ritos especiais, que inspirou as modernas legislações sobre o assunto, segundo Culange A primeira instituição que a religião doméstica estabeleceu foi, na verdade, o casamento. (...) Somente por isso se pode avaliar o caráter essencial da união conjugal entre os antigos. 6 A produção dos efeitos materiais e sucessórios decorrem da construção histórica familiar, assim a família esta orientada à visão de hereditariedade relativa à propriedade de seus bens e ao direito hereditário nos moldes legislados contemporaneamente: 3 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, BRASIL Lei n , de 10 de janeiro de Novo Código Civil Brasileiro. Legislação Federal. sítio eletrônico internet - planalto.gov.br. 5 BRASIL Lei n , de 10 de janeiro de Novo Código Civil Brasileiro. Legislação Federal. sítio eletrônico internet - planalto.gov.br. 6 CULANGE, Numa-Denys Fustel de. A cidade antiga. Edameris: São Paulo, p. 50.

7 7 O casamento portanto, é ato sério, para a jovem, e não é o menos para o esposo, porque a religião exige que se nasça junto ao fogo sagrado para ter-se o direito de oferecer-lhe sacrifícios. E, no entanto, o rapaz vai introduzir ao lar uma estranha: em sua companhia, oficiará as cerimônias misteriosas do culto, revelando ritos e fórmulas, que constituem o patrimônio da família. Não há nada mais precioso do que essa herança; os deuses, ritos e hinos, que recebeu dos pais, é quem o protege na vida, e lhe promete riqueza felicidade, virtude. No entanto, em vez de guardar para si esse poder tutelar, como o selvagem guarda um ídolo ou amuleto, vai admitir uma mulher para participante dos mesmos. 7 A família se constitui sempre pelos padrões sociais e ideais que cada sociedade possui, sendo remodelada de acordo com os valores, costume e cultura de cada época. Na Roma Antiga a religião ditava o parentesco que Não era pelo nascimento, mas pelo culto que se reconhecia os verdadeiros agnados 8, que consistia em ser parente tal qual a religião estabeleceu. Esta perspectiva se enfraqueceu e deu lugar ao parentesco chamado de cognatio, que era independente da religião e prezava os laços do nascimento. 9 Nesse mesmo tempo houve o surgimento do matrimonio, após surgir à necessidade de proteger seus domínios e para preservar a espécie, onde o homem se deparou com a realidade de ter necessariamente a formação de uma família e um lar, tendo apenas uma única mulher, com a finalidade de dar a entender que os filhos que ela concebesse seriam seus 10, construindo um sistema patriarcal hierarquizado. A antiga idéia de propriedade não se continha apenas no conceito de bens materiais, a visão era ampliada abrangendo bens incorpóreos: A ideia de propriedade privada fazia parte da própria religião. Cada família tinha seu lar e seus antepassados. Esses deuses não podiam ser adorados senão por ela, e não protegiam senão ela; eram sua propriedade exclusiva. 11 O conflito entre povos por vezes teve como objeto a propriedade privada. O Direito a sucessão em união ao Direito da propriedade e ao Direito da família tem seu papel social a fim de valorizar o trabalho realizado durante vida, de resguardar os interesses da sua família, garantindo a composição econômica do Estado, Flávio Tartuce prosseguindo da mesma maneira apresenta a concepção de Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka: O fundadmento da transmissão causa mortis estaria não apenas na continuidade patrimonial, ou seja, na manutenção pura e simples dos bens da família como forma de acumulação de capital que estimularia a poupança, o trabalho e a economia, mais ainda e principalmente no fator de proteção, coesão e de perpetuidade da família 12 7 CULANGE, 2006, p.60 e Ibid., p Ibid., p COSTA, Elder Lisbôa Ferreira da. História do Direito: de Roma à história do povo hebreu muçulmano: a evolução do direito antigo à compreensão do pensamento jurídico contemporâneo Unama: Belém, p Ibid., p TARTUCE.apud Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka p e 1187.

8 8 O concubinato não tinha grande valor nem jurídico nem social, era apenas um estado de fato não constituindo um instituto jurídico, foi apenas no reinado dos imperadores cristãos que, com a finalidade de se extinguir ou pelo menos diminuir o numero de relações mantidas fora do casamento, por ser considerado ato imoral, que houve os primeiros efeitos jurídicos ao concubinato. 13 Primeiramente o Imperador Constantino adotou medidas repressivas e em segundo momento incentivou a transformação dessas relações duradoras e estável em matrimonio. 14 A partir do século XIV, houve um desenvolvimento da família moderna, reforçando os poderes do marido que estabeleceu uma espécie de monarquia doméstica, se tornando a célula social, a base dos Estados e fundamento do poder monárquico 15 : Enquanto se enfraqueciam os laços da linhagem, a autoridade do marido dentro de casa tornava-se maior e a mulher e os filhos se submetiam a ela mais estritamente. Esse movimento duplo, na medida em que foi o produto inconsciente e espontâneo do costume, manifesta sem dúvida uma mudança nos hábitos e nas condições sociais[...] 16 A partir do século XVI, quando houve o Concílio de Trento, que tornou o casamento um ato de respeito, entrando em vigor em Portugal em setembro de 1564, as relações que não eram matrimoniais foram proibidas, somente no século XIX a união estável passou a receber relevância diante da doutrina individualista e aumento de uniões não matrimoniais, apresentado no Código de civil de 1916 o reconhecimento de um estado de fato, mas não como instituto jurídico 17. O Código Civil de 1916 reconhecia apenas o casamento como entidade familiar, tornando-se a única forma legal de demonstrar a constituição de família, não reconhecendo a união estável como forma de construção familiar. É perceptível no art. 229 do Código Civil de uma menção ao casamento religioso Criando a família legítima, o casamento legitima os filhos, antes dele nascidos ou concebidos, este que a partir do Direito Canônico tornou o matrimonio quase indissolvível. A família com a função de assegurar a transmissão da vida, dos bens e dos nomes, teve a necessidade de intimidade e de identidade, unindo os membros da família pelo sentimento, o costume e o gênero de vida 19. A família moderna trouxe a relação entre o sentimento da família e o da classe 20, sendo que a burguesia influenciou as normas da sociedade, pois detinham o poder do capital, e por essa influencia a sociedade capitalista existente nos dias atuais é que rege os rumos da 13 FERREIRA, Fábio Alves. O Reconhecimento da União de Fato como Entidade Familiar e sua Transformação num Casamento não Solene. Lumen Juris, Rio de Janeiro, p FERREIRA, 2003 apud António A. Vieira Cura. A União de Facto (Comcubinatus) no Direito Romano. pp e ss. 15 ARIEÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2.ª ed. Editora: Rio de Janeiro, p ARIEÈS, 1981 apud P. Pelot, La famille em France sous l Ancien Régime, in Sociologie comparée de la famille comtemporaime, Cóloquios do CNRS, FERREIRA, 2003, p. 11 e BRASIL. Lei n , de 1.º de janeiro de Código Civil dos Estados Unidos do Brasil revogado pela Lei n de Disponível em: < Acesso em: 28 mai ARIEÈS, 1981, p. 275 e Ibid., p. 278.

9 9 economia e consequentemente os costumes e valores que guiam as relações de direito. Houve mudança de concepção quando a Constituição Federal de 1988 determinou em seu art. 226, 3.º o reconhecimento da união estável entre um homem e uma mulher, que mais tarde foi ampliada para o reconhecimento da união entre casais do mesmo sexo. Havia distinção entre filhos concebidos dentro do matrimonio, filhos legítimos, e os havidos fora do casamento, filhos ilegítimos, e hierarquia entre os filhos, porem com a mudança de costumes as opiniões foram se modificando como coloca Philippe Ariés Na realidade, esse respeito pela igualdade dos filhos de uma família é uma prova de um movimento gradual da família-casa em direção a família sentimental moderna, trazendo a Constituição Federal a abolição da diferenciação entre os filhos ao decretar o art. 227, 6.º 21 A evolução destas concepções trouxe o conceito acerca do vínculo jurídico do parentesco estabelecido entre pessoas. Dessa forma, as modalidades aceitas no Direito Civil Brasileiro são a de parentesco consangüíneo, civil e afim AMPARO A ENTIDADE FAMILIAR A família constitui a base da sociedade, fundamento no qual o Estado deve focar proteção especial, esta sendo não só referência intelectual, espiritual para a formação do indivíduo, como também o ambiente de assistência moral e material. Entendimentos doutrinários expõem que As famílias constituídas pelo afeto, pela convivência, são merecedoras do mesmo respeito e tratamento dados as famílias matrimonializadas. A discriminação entre elas ofende, inclusive, fundamentos constitucionais. 23 A Constituição Federal garante a união pelo casamento, pela união estável, com o propósito de proteger essa instituição social, da mesma forma a lição do doutrinador Carlos Roberto Gonçalves 24 : [...] uma realidade sociológica e constitui a base do Estado, o núcleo fundamental em que repousa a organização social. Em qualquer aspecto que é considerada, aparece a família como uma instituição necessária e sagrada que vai merecer a mais ampla proteção do Estado. Os legisladores brasileiros revelam a intenção de manter a principiologia constitucional, mediante o atual cenário, resguardando o direito à sucessão como um princípio constitucional disposto no art. 5.º, XXX, da Constituição Federal de O direito sucessório retratado como uma relação jurídica entre a entidade familiar e a propriedade reafirma o vínculo histórico, legitimando a sucessão, pois BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil. São Paulo: Método, v. único, p In Código Civil Comentado, coordenado por Ricardo Fiúza e Regina Beatriz Tavares da Silva, 6. ed., Saraiva, GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito de família. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, v. 6, p BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.

10 10 o direito das sucessões tem sua razão de ser nos dois institutos combinados: a propriedade e a família..., como entende Maria Helena Diniz 26. O Estado Democrático de Direito possui a função de resguardar a entidade familiar prevista no art. 226, 3.º da Constituição Federal, orientado pelos princípios fundamentais, aplicando pelo direito à dignidade da pessoa humana, o direito a liberdade, direito a igualdade, entre outros. 1.3 PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO DAS ENTIDADES FAMILIARES Carlos Roberto Gonçalves julga que durante a normatizando o direito sucessório brasileiro os princípios utilizados na formulação do Código Civil de 2002 se tratando do direito da família foram o da dignidade da pessoa humana estabelecido como o mais humano de todos 27. Fez referência ao princípio da igualdade jurídica de todos os filhos, consubstanciado no art º da Constituição Federal expondo que Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. O princípio da paternidade responsável e planejamento trazem a proibição de qualquer citação quanto à filiação ilegítima e vedando as designações discriminatórias quanto à filiação 28. O princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros foi estabelecido no art º da Constituição Federal 29. Percebendo-se que o princípio da comunhão plena de vida, baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes, tem perspectiva de constituição de entidade familiar os que preenchem os requisitos de afetividade, estabilidade, entre outros: [...] tem relação com o aspecto espiritual do casamento e com o companheirismo que nele deve existir. Demonstra a intenção do legislador de torná-lo mais humano. Como assinala Gustavo Tependino 30, com a Carta de 1988 altera-se o conceito de unidade familiar, antes delineado como aglutinação formal de pais e filhos legítimos baseado no casamento, para um conceito flexível e instrumental, que tem em mira o liame substancial de pelo menos um dos genitores com seus filhos tendo por origem não apenas o casamento e inteiramente voltado para a realização espiritual e o desenvolvimento da personalidade de seus membros Dessa forma para resguardar a estrutura familiar há preceitos que devem ser revistos, pois há grandes disparidades nas formas de tratamento entre os direitos de cada indivíduo que compõem as famílias. Ampara a concepção de reformular regras que afetam toda sociedade. 26 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil: direito das sucessões. São Paulo: Saraiva, v. 6, p GONÇALVES, 2012, p Ibid., p BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, GONÇALVES, 2012 apud A Disciplina Civil-Constitucional, cit., p. 50.

11 11 2 REFORMULAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO NA UNIÃO ESTÁVEL A primeira reformulação deve tratar dos direitos do cônjuge supérstite em comparação ao do companheiro sobrevivente, pois há lacunas a serem preenchidas ocorrendo dúvidas a respeito do procedimento da interpretação da lei. Diante das formas de constituição das entidades familiares, o empenho em não distinguir cônjuge e o companheiro, mostra-se prioritário, em razão da expansão do conceito de família, ocasionando a efetiva proteção dos indivíduos que a compõem. O concubinato já foi classificado como puro e impuro, sendo o primeiro o que se trata de uniões que tenham aparência de casados, enquanto que o impuro se refere às relações de adultério e incestuosas, termo que vem sendo deixado de lado pelos doutrinadores, adotando novas nomenclaturas como: família de fato, família sem casamento, casamento de segunda classe, união estável, convivência more uxória, entre outros. 31 A promulgação da Constituição Federal de 1988 ressaltou preferencialmente o amparo da entidade que sustenta a sociedade, ajustando o reconhecimento da união estável entre o homem e a mulher, em seu art. 226, 3.º, sendo essa união contínua e duradoura e estabelecida com objetivo de constituir família. Assim, o legislador constitucional permitiu que casais oficializassem o convívio familiar, dando liberdade ao cidadão de proceder à escolha do instituto jurídico que vai reger a sua instituição familiar, conforme entendimento de Zeno Veloso 32 : [...] o que ela quer é simplesmente, é que, se os conviventes resolverem casar, que esse objetivo seja facilitado, dispensando-se os que já vivem juntos, em união estável, como entidade familiar, de algumas exigências que são prescritas para os que não exibem tal condição. Por conseguinte essa informação torna indispensável o ponto de vista que interpreta que não há inferioridade nas entidades familiares entre o cônjuge e o companheiro. Porém o legislador não se atentou ao fato de que com a normatização houve falhas que refletem claramente incoerências e discriminação em confronto entre as estruturas de partilhas pelo casamento e a união estável. O Código Civil de 2002 regulou em seu ordenamento o direito sucessório do companheiro na união estável. Antes este era feito pelas leis 8.971/94 33 e 9.278/96 34 que traziam em seu regulamento os direitos dos companheiros na união estável, sendo que a primeira inseriu o companheiro na ordem da vocação hereditária, e a segunda regulava o direito real de habitação como direito sucessório. Porém o legislador ao invés de solucionar os conflitos e duvidas já existem em relação à união estável, elaborou apenas um artigo não estabelecendo regras claras e proporcionou incisos que ferem claramente os preceitos constitucionais. 31 FERREIRA, 2003, p. 18 e VELOSO, Zeno. Direito hereditário do cônjuge e do companheiro. São Paulo: Saraiva, v.1, p BRASIL. Lei n , de 29 de dezembro de Regula o direito dos companheiros a alimentos e à sucessão. Disponível em: < Acesso em: 28 mai BRASIL. Lei n , de 10 de maio de Regula o +3.º do art. 226 da Constituição Federal. Disponível em: < Acesso em: 28 mai

12 12 O legislador não acompanhou as mudanças de valores sociais e nem a mudança de costumes, se prendendo ao modelo de família tradicional formado por concepções pertencentes à igreja. O principio da igualdade e da dignidade da pessoa humana que regem o art. 5º, caput, e 1º, III, da Constituição Federal 35, são ofendidos ao se legislar no art do Código Civil 36, uma condição de tratamento discriminatório na sucessão causa mortis do companheiro sobrevivente. O descrito no art do Código Civil, traz a estrutura do procedimento da partilha de bens da sucessão do companheiro já falecido, conforme exposto: Art A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. 37 Logo o exame minucioso do artigo descrito demonstra a existência de diferenciação ao discorrer a cerca do tratamento entre o cônjuge supérstite e o companheiro sobrevivente. Observa-se que o dispositivo legal foi colocado nas disposições gerais, ao passo que os artigos que se destinam à sucessão do cônjuge supérstite foram instalados no âmbito da ordem da vocação hereditária. A partir desse limitado detalhe, é perceptível o início do tratamento inferior em relação ao companheiro, o que não deveria ocorrer, uma vez que a Constituição Federal 38 procura proceder com isonomia quando há referencia à proteção das famílias. O art do Código Civil foi mal redigido se tornando em algumas partes inconstitucional para muitos juristas, conduz a uma concepção injusta, hierarquizando as famílias, uma vez que estabelece uma diferenciação gritante entre o cônjuge e o companheiro. Fere o preceito de igualdade e consequentemente atrapalha a efetiva proteção da sociedade familiar. Nessa mesma linha de pensamento Zeno Veloso entende que: As famílias são iguais, dotadas da mesma dignidade e respeito. Não há, em nosso país, família de primeira, segunda ou terceira classe. Qualquer discriminação neste campo é nitidamente inconstitucional. O art do Código Civil desiguala as famílias. É dispositivo passadista, retrógado, perverso. Deve ser eliminado o quanto antes. O Código ficaria melhor e muito melhor sem essa excrescência BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, BRASIL. Lei n , de 10 de janeiro de Novo Código Civil Brasileiro. Legislação Federal. sítio eletrônico internet - planalto.gov.br 37 BRASIL. Lei n , de 10 de janeiro de Novo Código Civil Brasileiro. Legislação Federal. sítio eletrônico internet - planalto.gov.br 38 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, VELOSO, Zeno. Código civil comentado. 6ed. Coord. Ricardo Fiuzza e Regina Beatriz Tavares da Silva. São Paulo: Saraiva, p

13 13 O artigo apresenta diferenciação entre cônjuge e companheiro quanto ao quinhão a ser recolhido na herança do de cujus, uma vez que o cônjuge sobrevivente terá direito sob a meação, concorrendo à totalidade da herança com os descendentes ou ascendentes, havendo apenas exceção se o regime de casamento era o de comunhão universal, ou separação obrigatória, e caso seja comunhão parcial o de cujus não houver deixado bens particulares. O artigo do Código Civil determina que o companheiro só terá direito a bens adquiridos onerosamente na constância da união, portanto a herança será dividida se houver descendentes, ascendentes e parentes colaterais até 4º grau. Ficando excluídos os bens que forem recebidos por doação ou por herança do de cujus. Equivale dizer que os bens que o companheiro possui direito são o da meação, caso ocorra de não haver nenhum bem adquirido onerosamente na constância da união, simplesmente não haverá nada a herdar. Tratando-se da relação de casamento o cônjuge supérstite herdaria, no mesmo regime comunhão parcial de bens, conforme art do Código Civil 40 além da meação o direito aos bens particulares. A opinião de uma parcela da doutrina tem uma clara idéia de que é injusta a posição em que é colocado o companheiro: O companheiro e a companheira ficam em situação de estrema inferioridade, quanto à sucessão, diante do marido e da mulher. Note-se que a herança que pode caber ao companheiro sobrevivente é limitada aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, o que representa uma restrição de calado profundo 41 A perceptível desigualdade em decretar que o companheiro, como ente de uma entidade familiar, tem direito apenas a uma parte dos bens do de cujus enquanto o cônjuge a participa na totalidade dos bens na herança, afronta o direito a igualdade e também ao art. 226, 3º da Constituição federal 42, que buscou a proteção das famílias. A doutrinadora Maria Helena Diniz compreende que não deveria haver tratamento vantajoso se tratando das relações familiares: A relação matrimonial na seara sucessória prevalece sobre a estabelecida pela união estável [...]. Não poderia ter tratamento privilegiado, porque a disciplina legal da união estável tem natureza tutelar, por um fato cada vez mais frequente entre nós. Dá-se uma solução humana ao amparar o convivente após o óbito do companheiro, presumindo-se sua colaboração na formação do patrimônio do autor da herança 43. A redação desse comentário conduziu a uma maior clareza aos fatos de que o companheiro ajuda na manutenção e preservação do patrimônio que possui natureza particular, não adquirido onerosamente durante a união, acarretando assim uma percepção de que o companheiro supérstite deveria possuir direito a herança dos bens particulares do de cujus. 40 BRASIL. Lei n , de 10 de janeiro de Novo Código Civil Brasileiro. Legislação Federal. sítio eletrônico internet - planalto.gov.br 41 In Código Civil Comentado, coordenado por Ricardo Fiúza e Regina Beatriz Tavares da Silva, 6. ed., Saraiva, BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, DINIZ, 2002, p. 117.

14 14 Reforçando a concepção de desigualdade que traz o art. art do Código Civil, o entendimento do TJSC, que profere decisão a favor da isonomia de direitos: "ALVARÁ JUDICIAL. CRÉDITOS TRABALHISTAS. LEI Nº 6.858/80. BENEFÍCIO AOS DEPENDENTES PREVIDENCIÁRIOS. EXISTÊNCIA DE OUTROS DESCENDENTES. VIOLAÇÃO AO DIREITO DE HERANÇA E IGUALDADE ENTRE OS FILHOS. CF/88, ARTS. 5º, XXX E 227, 6º. A teor do art. 1º da Lei nº 6.858/80, os valores decorrentes da relação empregatícia, não recebidos em vida pelo empregado, serão pagos aos dependentes regularmente habilitados perante a previdência social, sem necessidade do ajuizamento de inventário ou arrolamento. Tal previsão somente poderá ser efetivada na sua integralidade se todos os filhos participarem da lista de dependentes, porquanto, permitir que somente parte deles recebam a importância, violar-se-ia o direito fundamental à herança, previsto no art. 5º, inciso XXX, da Constituição Federal, bem como a igualdade incondicional entre os filhos, também estabelecido na Carta Magna, em seu art. 227, 6º. ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA. UNIÃO ESTÁVEL (CC, ART ). INAPLICABILIDADE. DESIGUALDADE NO TRATAMENTO ENTE CÔNJUGE E COMPANHEIRO SOBREVIVOS. ISONOMIA QUEBRADA. VIOLAÇÃO DO ART. 226 DA CF/88. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART DO CC. A Carta Magna de 1988, por meio de seu art. 226, igualou a união estável e o casamento no tocante a direitos e proteção estatal, não havendo qualquer razão para que haja diferenças no tratamento entre os cônjuges e os companheiros.desse modo, o art do Código Civil, que regula a ordem de sucessão na união estável, mostra-se em desacordo com o ordenamento constitucional, pois não observa a mencionada igualdade, reduzindo o direito do companheiro supérstite, se comparado com o rol de garantias conferidas ao cônjuge sobrevivente." 44 (negrito nosso) Os preceitos utilizados para a demonstração de constituição de união estável são os de afetividade e atualidade, como dispõe os artigos 1.642, V e 1830 do Código Civil 45, o que nos conduz a refletir sobre a incompatibilidade do modo de tratamento desigual em comparação ao cônjuge, pois se preza a dedicação, o companheirismos, os interesses e atitudes em construir uma vida a dois tanto no instituto familiar do casamento tanto no da união estável, logo não é compreensível à delimitação preconceituosa na herança constituída apenas na constância da união estável. A jurisprudência alega em seu entendimento que o companheirismo se classifica a partir das seguintes particularidades: CIVIL. UNIÃO ESTÁVEL. RECONHECIMENTO POST MORTEM. RELACIONAMENTO AFETIVO. SUBSISTÊNCIA. ASSIMILAÇÃO COMO UNIÃO ESTÁVEL. ELEMENTOS IDENTIFICADORES. PROVA. INEXISTÊNCIA. ÔNUS DA AUTORA. DEFICIÊNCIA. 1.A união estável se assemelha ao casamento, encerrando os deveres de respeito, assistência e lealdade recíprocos, demandando sua caracterização a comprovação de que o relacionamento havido entre os nele envolvidos fora contínuo, duradouro, público e estabelecido com o objetivo de constituição de família, legitimando que lhe seja conferida essa qualificação e reconhecida como entidade familiar (CC, art e Lei nº 9.278/96, art. 1º.[...] 2.[...] 3.Apelação conhecida e desprovida. Unânime. 46 (grifo nosso) 44 BRASIL. TJSC. APC AC Desembargadora Salete Silva Sommariva. 45 BRASIL. Lei n , de 10 de janeiro de Novo Código Civil Brasileiro. Legislação Federal. sítio eletrônico internet - planalto.gov.br. 46 BRASIL. TJDFT. APC AC Desembargador Teófilo Caetano.

15 15 O tempo estipulado para concorrer a herança após a separação de fato, do cônjuge, é de dois anos, porem ocorre que esse tempo é suficiente para que um dos ex cônjuges encontrem um companheiro, acarretando conflitos de interesses entre o ex cônjuge supérstite e o companheiro sobrevivente. O Código Civil não elucida a possibilidade de concorrer o cônjuge e o companheiro, deixando a cargo dos doutrinadores e jurisprudência a decisão da proporção da partilha da herança, levando em consideração que pela faltade filho do de cujus ou parentes até quarto grau, o companheiro deveria receber a totalidade de bens. Flávio Tartuce traz em seu Manual de Direito Civil algumas propostas de doutrinadores para a solução desse problema: Euclides de Oliveira propõe que os bens sejam divididos de forma igualitária entre o cônjuge e o companheiro. 47 Para José Luiz Gavião de Almeida, o companheiro terá direito a um terço dos bens adquiridos onerosamente durante a união estável, o que é aplicação do inc. III do art do C.C. O restante dos bens devem ser destinados ao cônjuge. 48 Para Cristinano Cassettari, a companheira deve receber toda a herança, eis que prevalece tal união quando da morte. 49 Conforme consta da obra escrita com José Fernando Simão, o entendimento do presente autor, a priori, é seguinte: considerando-se toda a orientação jurisprudencial no sentido de que a separação de fato põe fim ao regime de bens, o patrimônio do falecido deve ser dividido em dois montes. O primeiro monte é composto pelos bens adquiridos na constância fática do casamento. A segunda massa de bens é constituída pelos bens adquiridos durante a união estável. Quanto aos bens adquiridos onerosamente durante a união, a companheira terá direito à herança. Em relação aos bens adquiridos a outro título durante a união estável, o cônjuge terá direito a herança. 50 A população tem optado por constituir as famílias em uma proporção maior através da união estável do que pelo casamento, devendo o legislador apreciar com cautela a realidade fática do contexto social que se apresenta as relações de companheirismo, ressaltando os preceitos constitucionais que declaram a isonomia nas relações familiares. O texto apresenta uma má redação, pois traz elementos que por vezes permitem que o companheiro leve desvantagem em relação ao cônjuge, e em outra ocasião permite que haja uma condição mais favorável ao recebimento da herança do que o consorte sobrevivo. Permitindo um tratamento privilegiado quando o de cujus deixa um único bem adquirido onerosamente durante a convivência, com um filho e o companheiro, onde terá direito a 50% da meação e mais 25% da concorrência com o filho, enquanto o cônjuge sobrevivente teria direito a apenas 50% do patrimônio e igual parte ao filho TARTUCE, 2011 apud Euclides de Oliveira. Direito de herança. São Paulo: Saraiva, 2005, p TARTUCE, 2011 apud José Luiz Gavião de Almeida. Código civil comentado. Coord. Álvaro Vilaça Azevedo. São Paulo: Atlas, V. XVIII, p TARTUCE, 2011 apud Christiano Cassettari. Direito civil. Direito das Sucessões. Orientação: Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka. Coord. Christiano Cassettari e Márcia Menin. São Paulo: RT, p TARTUCE, 2011 apud Flávio Tartuce; José Fernando Simão. Direito das sucessões. 3. ed. São Paulo: Método, v. 6, p GONÇALVES, 2012 apud Euclides de Oliveira, Concorrência Sucessória, cit., p. 39, nota 12.

16 16 No tocante a concorrência do companheiro supérstite com os descendentes do de cujus há dúvidas sobre a interpretação da norma, pois o inciso I do art do Código Civil. estatui que se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho, enquanto no inciso II se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles. Apesar de não se estabelecer diferença dos filhos quanto a legítimos e ilegítimos, e a ordem de vocação, observa-se a distinção entre os filhos havido dentro e fora da convivência, tratando de receber maior cota parte os filhos que são descendentes apenas do de cujus. Deveria ter sido levado em consideração que pode ocorrer à concorrência do companheiro, dos filhos comuns e filhos só do autor da herança. Não há nada redigido a respeito de tal possibilidade, o legislador se omitiu deixando interpretação dificil a cargo da doutrina e jurisprudência, como é demonstrado a seguir: CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - UNIÃO ESTÁVEL - SUCESSÃO - CONCORRÊNCIA DA COMPANHEIRA COM FILHOS COMUNS E EXCLUSIVOS DO AUTOR DA HERANÇA - APLICAÇÃO DO ART. 1790, I, CC 1. Predomina na doutrina o entendimento de que, diante da lacuna da lei quanto à hipótese de concorrência entre a companheira, herdeiros comuns e herdeiros apenas do autor da herança, a melhor solução é dividir de forma igualitária os quinhões hereditários entre o companheiro sobrevivente e todos os filhos. 2. Negou-se provimento ao agravo do Ministério Público do Distrito Federal. 52 As lacunas a serem preenchidas são muitas, um exemplo constituiria ausência de dispositivo que indique como será feita a partilha dos quinhões da herança havendo concorrência do companheiro supérstite com netos comuns. A hipótese apresentada seria partilha por cabeça já que são descendentes de filhos comuns como enunciado no inciso I do art do C.C., outra teoria seria a da divisão por estirpe já que no inciso II, do mesmo dispositivo, indica outros parentes sucessíveis, segundo a interpretação de Sílvio Venosa 53. Se a intenção do legislador foi colocar os netos como parentes sucessíveis, estes herdariam dois terços enquanto que o companheiro apenas um. O posicionamento de Sílvio Venosa sobre esta questão é de se este for o caso: [...] o legislador estaria rompendo com a tradição da vocação hereditária. É difícil a solução e mais uma vez o legislador foi cruel com o intérprete e com a sociedade. A mesma dúvida persiste quando da aplicação do inciso II, na hipótese de os netos serem só do autor da herança, quando o sobrevivente receberia só metade do cabente aos netos, se não fosse aplicado o inciso III. 54 Ao se tratar do inciso III, do art do Código Civil, pode ser visualizado a flagrante inconstitucionalidade, uma vez que o companheiro sobrevivente na ausência de filhos, sejam eles comuns ou apenas descendentes do autor da herança, deve partilhar a herança com outros parentes sucessíveis consistindo em 52 BRASIL. TJDFT. AGI AC Desembargador Sergio Rocha. 53 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito das sucessões. 11ª ed. São Paulo: Atlas, v. 7, p VENOSA, 2011, p. 152.

17 17 ascendentes e colaterais até quarto grau. Essa partilha será de um terço para o convivente e dois terços para os parentes. Flávio Tartuce é favorável a tese de inconstitucionalidade desse inciso, por ser desproporcional e desprestigiar a união estável 55 A redação desse inciso coloca o companheiro em uma posição extremamente desfavorável em relação ao cônjuge, porque aquele terá que dividir o patrimônio que auxiliou o de cujus a estabelecer com parentes que por vezes nem tem contato 56. A uma parte da jurisprudência acolhe a afirmativa de ocorrência de inconstitucionalidade nesse inciso: "INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE. SUCESSÃO DA COMPANHEIRA. ART , III, DO CÓDIGO CIVIL. INQUINADA AFRONTA AO ART. 226, 3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, QUE CONFERE TRATAMENTO PARITÁRIO AO INSTITUTO DA UNIÃO ESTÁVEL EM RELAÇÃO AO CASAMENTO. NECESSIDADE DE MANIFESTAÇÃO DO COLENDO ÓRGÃO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE DE LEI INFRACONSTITUCIONAL DISCIPLINAR DE FORMA DIVERSA O DIREITO SUCESSÓRIO DO CÔNJUGE E DO COMPANHEIRO. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE. ELEVAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL AO STATUS DE ENTIDADE FAMILIAR. INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA. CONHECIMENTO DO INCIDENTE, DECLARADO PROCEDENTE. 1. Inconstitucionalidade do art , III, do Código Civil por afronta ao princípio da igualdade, já que o art. 226, 3º, da Constituição Federal conferiu tratamento similar aos institutos da união estável e do casamento, ambos abrangidos pelo conceito de entidade familiar e ensejadores de proteção estatal. 2. A distinção relativa aos direitos sucessórios dos companheiros viola frontalmente o princípio da igualdade material, uma vez que confere tratamento desigual àqueles que, casados ou não, mantiveram relação de afeto e companheirismo durante certo período de tempo, tendo contribuído diretamente para o desenvolvimento econômico da entidade familiar." 57 (negrito nosso) O inciso IV, do art do Código Civil segue a mesma noção de desigualdade dos incisos antecedentes, mas conduz assim como o inciso III a evidente inconstitucionalidade na redação de seu texto. Esse inciso tem relação direta com os três primeiros, uma vez que deve ser argüida sua inconstitucionalidade por somente ter direito a herdar os bens particulares e aqueles adquiridos por doação se não houver nenhum filho do de cujus ou parentes até quarto grau. A inconstitucionalidade dos incisos III e IV, art. 1790, do Código Civil, traz uma discussão doutrinaria longa e controversa, chegando o Superior Tribunal de Justiça admitir cabível sua inconstitucionalidade: INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART , INCISOS III E IV DO CÓDIGO CIVIL DE UNIÃO ESTÁVEL. SUCESSÃO DO COMPANHEIRO. CONCORRÊNCIA COM PARENTES SUCESSÍVEIS.Preenchidos os requisitos legais e regimentais, cabível o incidente de inconstitucionalidade dos incisos, III e IV, do art. 1790, Código Civil, diante do intenso debate doutrinário e jurisprudencial acerca da matéria tratada. 58 (negrito nosso) 55 TARTUCE, 2011, p Ibidem., 2011, p BRASIL. TJPR. Incidente de Decl.de Inconstitucionalidade nº /01 AC Desembargador Sérgio Arenhart. 58 BRASIL. STJ. AI no REsp /PB AC Ministro Luís Felipe Salomão.

18 18 O Código Civil também não dispõe expressamente a respeito do direito real de habitação, que consiste em uma falha, sendo usada a previsão da Lei n /1996 que não foi revogada ou pela analogia feita ao art. 1831, do Código Civil, informado pelo art. 6.º, caput da Constituição Federal, prevalecendo o entendimento doutrinário da proteção constitucional da moradia, citado na Constituição Federal PROJETOS DE LEI PARA REFORMA DO CÓDIGO CIVIL Diante das inúmeras realidades existentes é imprescindível que seja tipificado a luz da realidade e dos valores sociais, novas regras a respeito da sucessão na união estável. Existe arquivada na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados Projeto de Lei n /2002 que visa redigir alguns artigos do Código Civil, entre eles o art , dando a seguinte redação: Art O companheiro participará da sucessão do outro na forma seguinte: I - em concorrência com descendentes, terá direito a uma quota equivalente à metade do que couber a cada um destes, salvo se tiver havido comunhão de bens durante a união estável e o autor da herança não houver deixado bens particulares, ou se o casamento dos companheiros se tivesse ocorrido, observada a situação existente no começo da convivência, fosse pelo regime da separação obrigatória (art ); II - em concorrência com ascendentes, terá direito a uma quota equivalente à metade do que couber a cada um destes; III em falta de descendentes e ascendentes, terá direito à totalidade da herança. Parágrafo único. Ao companheiro sobrevivente, enquanto não constituir nova união ou casamento, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar 60 A nova redação traz pontos positivos, como o companheiro receber sempre a metade do que couber aos descendentes do morto, sem distinção da origem do parentesco. E elimina a concorrência do cônjuge sobrevivente com colaterais até 4º grau, não havendo descendentes e ascendentes. Outro importante Projeto de Lei é o n /2005, que visa alterar os dispositivos que dispõem a respeito da igualdade de direitos sucessórios entre cônjuges e companheiros de união estável, decretando o Congresso Nacional as seguintes modificações: Art. 1º. Esta Lei modifica disposições do Código Civil sobre igualdade de direitos sucessórios entre cônjuges e companheiros de união estável. Art. 2º Os arts. 544, 1.829, 1.830, 1.831, 1.832, 1.837, 1.838, 1.839, e 2003 da Lei Código Civil, de 10 de janeiro de 2002, passam a vigorar com a seguinte redação: Art A doação de ascendentes a descendentes importa adiantamento do que lhes cabe por herança. (NR) TARTUCE, 2011, p DEPUTADOS, Câmara dos. Projeto de Lei n /2002. Disponível em: < Acesso em: 09 mai

19 19 Art A sucessão legítima defere-se na seguinte ordem: I aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente ou com o companheiro sobrevivente; II aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente ou com o companheiro sobrevivente; III ao cônjuge sobrevivente ou ao companheiro sobrevivente; IV aos colaterais. Parágrafo único. A concorrência referida nos incisos I e II darse- á, exclusivamente, quanto aos bens adquiridos onerosamente, durante a vigência do casamento ou da união estável, e sobre os quais não incida direito à meação, excluídos os subrogados. (NR) Art Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados de fato. (NR) Art Ao cônjuge ou ao companheiro sobreviventes, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que, na abertura da sucessão, esteja sob domínio exclusivo do falecido ou deste e do sobrevivente. Parágrafo único. O direito real de habitação não será assegurado se o imóvel integrar a legítima dos descendentes menores ou incapazes. (NR) Art Em concorrência com os descendentes, caberá ao cônjuge ou ao companheiro sobrevivente parte igual àquela que couber a cada um dos herdeiros que sucederem por cabeça. (NR)... Art Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge ou ao companheiro tocará um terço da herança; caberlhe- á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau. (NR) Art Na falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge ou companheiro sobrevivente. (NR) Art Se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1830, serão chamados a suceder os colaterais até terceiro grau. (NR)... Art São herdeiros necessários os descendentes e os ascendentes. (NR)... Art A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida neste Código, as legítimas dos descendentes, obrigando também os donatários que, ao tempo do falecimento do doador, já não possuíam os bens doados. Parágrafo único. Se, computados os valores das doações feitas em adiantamento de legítima, não houver no acervo bens suficientes para igualar as legítimas dos descendentes, os bens assim doados serão conferidos em espécie, ou, quando deles já não disponha o donatário, pelo seu valor ao tempo da liberalidade. (NR) Art. 3º. Revoga-se o art da Lei , de 10 de janeiro de E há o Projeto de Lei 508/ que também visa à alteração dos dispositivos que estabelecem a igualdade de direitos sucessórios entre cônjuges e companheiros de união estável. Esse projetos necessitam ser aprovados sem demora, para que o companheiro possa ter igualdade em relação ao cônjuge, ao menos em matéria sucessória DEPUTADOS, Câmara dos. Projeto de Lei n /2005. Disponível em: < Acesso em: 09 mai DEPUTADOS, Câmara dos. Projeto de Lei n. 508/2007. Disponível em: < Acesso em: 09 mai. 2013

20 20 CONCLUSÃO Com a ampliação do conceito de família e suas formas a Constituição Federal compreendeu que houve mudanças de valores sociais, reconhecendo o seu valor e consentiu em receber a união estável como uma forma de se constituir família. Não deve haver diferenciação no Código Civil dos tratamentos dispensados ao casamento e a união estável. Os fundamentos constitucionais buscam alcançar a proteção do núcleo familiar, porém as normas que tratam do direito sucessório do companheiro não estão convergindo para o auxílio e proteção dos entes inseridos nesse núcleo. A composição de família não se dá somente pelo matrimônio estando este em decadência, mostrando que a união estável esta ganhando espaço exigindo que o ordenamento jurídico sofra alterações em suas normas. As relações existentes entre os cônjuges e os companheiros se assemelham, os dois dividem afeto, respeito, ajuda moral, material, psicológica, tem por objetivo a criação de uma família, não existindo motivo para o legislador edificar normas que trazem disparidades e discriminações. É indispensável que seja revisto o art do Código Civil, pois causa à distinção das famílias, mesmo havendo disposição constitucional que as equipara, ocasionando discriminação e distinguindo como se houvesse família de primeira ou segunda classe. A redação do art do Código Civil promove também grande dificuldade de interpretação diante das suas omissões. A necessidade de aprovação dos Projetos de Lei que já foram elaborados requer urgência, para que haja rompimento de pensamentos retrógados que não condizem com a realidade vivida pela sociedade brasileira. ABSTRACT The research objective is to present an analysis of the law of succession in family entity of stable union. It is essential to show under a legal aspect injustices existing in the law concerning succession mate, indicating the lack of adequate standards of social reality as existing standards do not fall into line with changing values, practices and cultural reality reiterated by society, thus causing differential treatment of Brazilian families, demonstrating that the legislature did not have the ability to write text consistent with equality between families. The first chapter sets doctrinal discussions about fundamental protection of the family, with the inclusion in the Constitution's Article 223, 3. º, which aims to protect the family formed by the union stable. The second chapter shows the approach regarding the wording of the law of succession fellow in the Civil Code and how it hurts constitutional principles like equality and human dignity. The third chapter is shown Projects Laws view the reformulation of the Civil Code, bringing the aspect of inheritance law fellow, demonstrating the understanding that the present article does not receive the protection of the family formed the stable. Key-words: Inheritance Law. Family Entity. Stable. Equity effect.

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