ABORDAGENS SOBRE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

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1 ABORDAGENS SOBRE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO 1 ABORDAGEM PSICANALÍTICA - Sigmund Freud ( ) Nascemos com um programa inviável que é atender aos nossos instintos, mas o mundo não o permite. A Construção da Psicanálise Freud, neurologista e psiquiatra austríaco, criador da Psicanálise, estudou Medicina em Viena, indo, em 1885, a Paris, onde se dedica ao estudo da histeria e do uso da hipnose no tratamento de distúrbios mentais. Em 1886, de volta a Viena, passa a procurar explicações psicológicas para as desordens mentais, descrevendo os sintomas da doença como manifestações de energia emocional não-descarregada, associada a traumas psíquicos esquecidos, substituindo a hipnose pela análise dos sonhos e pela associação livre de ideias para revelar o processo mental inconsciente na raiz do distúrbio. Ao afirmar a influência do inconsciente sobre as ações humanas e a ligação dos impulsos sexuais com as neuroses, ganha a oposição dos meios científicos. Em 1903, funda a Sociedade Psicanalítica de Viena. O primeiro sinal de aceitação da Psicanálise no meio acadêmico surge em 1909, quando é convidado a dar conferências nos EUA. Após a 1ª Guerra Mundial ( ), usa suas teorias para interpretar a cultura, a mitologia, a religião, a arte, a história. Judeu, foge para Londres quando os alemães ocupam a Áustria, em A teoria de Freud estabelecia que as pessoas que ficavam com a mente doente eram aquelas que não colocavam seus sentimentos para fora, e, conforme o autor, este tipo de pessoa tinha a capacidade de fechar de tal maneira esses sentimentos dentro de sua mente, que, após algum tempo, esqueciam-se da existência. Com os métodos aplicados, o autor foi capaz de desvendar os sentimentos reprimidos, ou seja, aqueles sentimentos que seus cliente/alunos guardavam somente para si, após desvendá-los ele os estimulavam a colocarem esses sentimentos para fora, assim, conseguiu curar muitas doenças mentais. Freud escreveu um grande número de livros importantes, alguns deles foram: Psicologia da Vida Cotidiana, Totem e Tabu, A interpretação dos sonhos, O ego e o Id e muitos outros. Neles, o pai da psicanálise (assim conhecido por ter inventado o termo psicanálise para seu método de tratar das doenças mentais) responsabilizava a repressão da sociedade daquela época, que não permitia a satisfação de alguns sentimentos, considerando-os errados do ponto de vista social e religioso. Acreditava que o desejo sexual era a energia motivacional primária da vida humana, assim como suas técnicas terapêuticas. Abandonou o uso de hipnose em favor da interpretação de sonhos e da livre associação, como fontes dos desejos do inconsciente. 1ª TEORIA: MODELO TOPOLÓGICO - consciente, pré-consciente e inconsciente Em relação ao Inconsciente, Freud inicialmente afirmou que a existência de conexões entre todos os eventos mentais e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o antecedem, as conexões estariam no inconsciente. No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além disso, há também material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Este material não é esquecido nem perdido, mas não é permitido ser lembrado. O pensamento ou a memória ainda afetam a consciência, mas apenas indiretamente. Para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os instintos. Exprime o conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência. É constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos outros dois sistemas, pela ação de censuras internas. É regido por leis próprias de funcionamento, por ex., não existem as noções de passado e futuro. É a maior parte do sistema psíquico, constituído de processos capazes de influenciar o comportamento sem que o indivíduo perceba. O Pré-consciente, resumidamente, é uma parte do Inconsciente que pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos são facilmente acessíveis fazem parte do Pré-Consciente, que podem incluir lembranças de ontem, o segundo nome, as ruas onde moramos, certas datas comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia geral. 22 ed. Porto Alegre: Vozes, (Com

2 certos perfumes e uma grande quantidade de outras experiências passadas. O Pré-Consciente é como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções. Instância que pode tornar-se consciente com uma relativa facilidade. Recipiente de lembranças de que a consciência precisa para desempenhar suas funções. Segundo Freud, o Consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos cientes em um dado momento. O interesse de Freud era muito maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava Pré-Consciente e Inconsciente. Instância do aparelho psíquico que recebe, ao mesmo tempo, as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Na consciência destaca-se o fenômeno da percepção e, principalmente, a percepção do mundo exterior. 2 2ª TEORIA: MODELO DINÂMICO - id, ego, e superego Entre 1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os conceitos de Id, Ego e Superego para referir-se aos três sistemas da personalidade. As observações de Freud revelaram uma série interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um instinto opunha-se outro. Eram proibições sociais que bloqueavam pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações frequentemente chocavam-se uns com os outros. Ele tentou ordenar este caos aparente propondo três componentes básicos estruturais da psique: o Id, o Ego e o Superego que contribuem na estruturação da personalidade do sujeito. O Id - contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento e está presente na constituição, é a estrutura da personalidade original, básica e central do ser humano, exposta tanto às exigências somáticas do corpo às exigências do ego e do superego. O Id pode ser associado a um cavalo cuja força é total, mas que depende do cavaleiro para usar de modo adequado essa força. Os conteúdos do Id são quase todos inconscientes, eles incluem configurações mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material que foi considerado inaceitável pela consciência. Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência, mas localizado na área do Id, será capaz de influenciar toda vida mental de uma pessoa. constitui o reservatório de energia psíquica funciona pelo princípio do prazer: satisfação imediata das necessidades onde se localizam as PV e PM (ausência de desejo) é atemporal: a única dimensão é o presente é amoral é a sede do desejo componente biológico da personalidade O Ego - é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. O Ego se desenvolve a partir do Id, à medida que a pessoa vai tomando consciência de sua própria identidade, vai aprendendo a aplacar as constantes exigências do Id. Como a casca de uma árvore, o Ego protege o Id, mas extrai dele a energia suficiente para suas realizações, tendo, como tarefa, garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade. Uma das características principais do Ego é estabelecer a conexão entre a percepção sensorial e a ação muscular, ou seja, comandar o movimento voluntário. Com referência aos acontecimentos internos, ou seja, em relação ao Id, o Ego desempenha a missão de obter controle sobre as exigências dos instintos, decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias mais favoráveis ou suprimindo inteiramente essas excitações. O Ego considera as tensões produzidas pelos estímulos, coordena e conduz estas tensões adequadamente. A elevação dessas tensões é, em geral, sentida como desprazer e o sua redução como prazer. O ego se esforça pelo prazer e busca evitar o desprazer. Assim sendo, o ego é originalmente criado pelo Id na tentativa de melhor enfrentar as necessidades de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Contudo, para fazer isto, o Ego tem de controlar ou regular os impulsos do Id, de modo que a pessoa possa buscar soluções mais adequadas, ainda que menos imediatas e mais realistas. instância psíquica intermediária entre as exigências do ID, as exigências da realidade e as ordens do SE BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia geral. 22 ed. Porto Alegre: Vozes, (Com

3 funciona dentro do princípio da realidade: construir caminhos que possibilitem a satisfação do desejo. funções básicas: percepção, memória, sentimentos e pensamento sede da angústia (perigos reais e psicológicos que ameaçam a integridade do Δ) e, consequentemente, é responsável pelos mec. de defesa componente psicológico da personalidade O Superego - esta última estrutura da personalidade se desenvolve a partir do Ego. O Superego atua como um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do Ego, é o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos parâmetros que constituem as inibições da personalidade. é o responsável pela estruturação interna dos valores morais conteúdo com base nas exigências sociais e culturais (honestidade, coragem, caridade, etc.) funções básicas: a moral, os ideais componente social da personalidade 3 OS MECANISMOS DE DEFESA Os principais Mecanismos de Defesa psicológicos, que virão descritos a seguir, podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, e sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos. Repressão A essência da Repressão consiste em afastar uma determinada coisa do consciente, mantendo-a à distância (no inconsciente). A repressão afasta da consciência um evento, ideia, ou percepção que provoquem ansiedade, impedindo o surgimento daquilo que não se quer lembrar. Embora reprimido, este material ou acontecimento continua fazendo parte da psique, apesar de inconsciente, mas continua causando problemas. Segundo Freud, a repressão nunca é realizada de uma vez por todas e definitivamente, mas exige um continuado consumo de energia para se manter o material reprimido. Para ele os sintomas histéricos com frequência têm sua origem em alguma antiga repressão. Algumas doenças psicossomáticas, tais como asma, artrite e úlcera, também poderiam estar relacionadas com a repressão. Também é possível que o cansaço excessivo, as fobias e a impotência ou a frigidez, derive de sentimentos reprimidos. Racionalização Racionalização é o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis, processo através do qual uma pessoa apresenta uma explicação que é logicamente consistente ou eticamente aceitável para uma atitude, ação, ideia ou sentimento que causa angústia. Usa-se a Racionalização para justificar comportamentos quando, na realidade, as razões para esses atos não são recomendáveis. Exemplo: A afirmação cotidiana de que eu só estou fazendo isto para seu próprio bem pode ser a Racionalização do sentimento ou pensamento de que eu quero fazer isto para você, eu não quero que me façam isto ou até mesmo, eu quero que você sofra um pouco. Também pode ser Racionalização a afirmação de que eu acho que estou apaixonado por você". Na realidade poderia estar sentido que "estou ligado no teu corpo, quero que você se ligue no meu. Racionalização é um modo de aceitar a pressão do Superego, de disfarçar verdadeiros motivos, de tornar o inaceitável mais aceitável. Enquanto obstáculo ao crescimento, a Racionalização impede a pessoa de aceitar e de trabalhar com as forças motivadoras genuínas, apesar de menos recomendáveis. Formação Reativa Esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos que são diametralmente opostos ao desejo real. Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo. Como outros mecanismos de defesa, as formações reativas são desenvolvidas, em primeiro lugar, na infância. As crianças, assim como incontáveis adultos, tornam-se conscientes da excitação sexual que não pode ser satisfeita, e para essa eliminação, costumam construir barreiras mentais contrárias ao verdadeiro sentimento sexual, como por exemplo, a repugnância, a vergonha e a moralidade. Não só a ideia original é reprimida, mas qualquer vergonha ou autoreprovação que poderiam surgir ao admitir tais pensamentos em si próprios também são excluídas da consciência. BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia geral. 22 ed. Porto Alegre: Vozes, (Com

4 Infelizmente, os efeitos colaterais da Formação Reativa podem prejudicar os relacionamentos sociais e as principais características reveladoras são: seu excesso, sua rigidez e sua extravagância. O impulso, sendo negado, tem que ser cada vez mais ocultado. Exemplo: alguns pais são incapazes de admitir certo ressentimento em relação aos filhos, acabam interferindo exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar e segurança. Nesses casos, a superproteção é, na verdade, uma forma de punição. O esposo pleno de raiva contra sua esposa pode manifestar sua Formação Reativa tratando-a com formalidade exagerada: não é querida.... A Formação Reativa oculta partes da personalidade e restringe a capacidade de uma pessoa responder aos acontecimentos e, dessa forma, a personalidade pode tornar-se relativamente inflexível. Projeção O ato de atribuir a outra pessoa, animal ou objeto as qualidades, sentimentos ou intenções que se originam em si próprio, é denominado projeção, através do qual os aspectos da personalidade de um indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo. A pessoa com Projeção pode, então, lidar com sentimentos reais, mas sem admitir ou estar consciente do fato de que a ideia ou comportamento temido é o dela mesma. Exemplo: alguém que afirma textualmente que todos nós somos algo desonestos está, na realidade, tentando projetar, nos demais, suas próprias características. Ou então, dizer que todos os homens e mulheres querem apenas uma coisa, sexo, pode refletir uma Projeção nos demais de estar pessoalmente pensando muito a respeito de sexo. Outras vezes dizemos que inexplicavelmente Fulano não gosta de mim, quando na realidade sou eu quem não gosta do Fulano gratuitamente. Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo mau, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas características podem também ser verdadeiras para nós, é provável que estejamos projetando. Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios sentimentos. As pessoas que negam ter um determinado traço específico de personalidade são sempre mais críticas em relação a este traço quando o veem nos outros. Regressão Regressão é um retorno a um modo de expressão mais simples ou mais infantil, para aliviar a ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade. Exemplo: Linus, nas estórias em quadrinhos de Charlie Brown, sempre volta a um espaço psicológico seguro quando está sob tensão. Ele se sente seguro quando agarra seu cobertor, tal como faria ou fazia quando bebê. A regressão é um modo de defesa bastante primitivo e, embora reduza a tensão, frequentemente deixa sem solução a fonte de ansiedade original. Sublimação A energia associada a impulsos e instintos socialmente e pessoalmente constrangedores é, na impossibilidade de realização destes, canalizada para atividades socialmente meritosas e reconhecidas. Exemplo: a frustração de um relacionamento afetivo e sexual mal resolvido pode ser sublimado na paixão pela leitura ou pela arte. Deslocamento É o mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa substitui a finalidade inicial de uma pulsão por outra diferente e socialmente mais aceita. Exemplo: Durante uma discussão, por exemplo, a pessoa tem um forte impulso em socar o outro, entretanto, acaba deslocando tal impulso para um copo, o qual atira ao chão. 4 A RELAÇÃO TRANSFERENCIAL ENTRE PROFESSOR/EDUCADOR FÍSICO E ALUNO BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia geral. 22 ed. Porto Alegre: Vozes, (Com

5 Em relação ao educador físico, Freud mencionou que o mesmo serviria como um médico devendo trabalhar com material plástico, aberto a toda impressão e tem de observar, diante de si mesmo, a obrigação de moldar o jovem de acordo com as disposições e possibilidades do educando e não com suas próprias ideias pessoais. A Psicanálise influenciou o pensamento educacional, especialmente em relação ao estudo do desenvolvimento dos seres humanos, de suas forças interiores e inter-relações, esclarecendo os processos de ensino e aprendizagem. Especialmente no que diz respeito ao caráter transferencial, Freud destacou as emoções conflitantes e que são experimentadas entre professor/educador físico e alunos: Intenso ódio, alternado com o amor; A procura das fraquezas dos professor/educador físico; Orgulho em descobrir que eles, professor/educador físico, possuem qualidades boas e grandes conhecimentos; 5 Sabe-se que a criança reage ao professor/educador físico como um substituto paterno ou materno, no entanto, o educador físico não reage com a emoção própria dos pais, podendo atender à criança de maneira diferente, capacitandoa a encontrar novas satisfações para suas necessidades. O educador físico pode abrir caminhos para a aprendizagem, se responder, satisfatoriamente, às expectativas da criança. Ou, pode bloquear-lhe, despertando ódio, medo e outros sentimentos em relação a ele, transferindo para o conhecimento, por causa de suas emoções e angústias. Exemplo: se um professor/educador físico gritar com uma determinada criança, pode ser que ela não consiga realizar suas tarefas, a partir desta situação, de maneira adequada e satisfatória. O papel da transferência na relação da criança com o professor/educador físico pode facilitar o atendimento às manifestações, por vezes, desconcertantes, quando os alunos tratam seus professor/educador físico como centros de amor, idealização, medo, ódio, orgulho, inveja. A identificação com o professor/educador físico é um processo considerado importante, porque auxilia no desenvolvimento da personalidade e, ao mesmo tempo, nos processos de aprendizagens. Embora este processo de identificação seja inconsciente, ocorre que, muitas vezes, idealiza-se o educador físico, colocando em um papel de superherói, o que não é de todo mal, pois é por este mecanismo que se encontra a base de toda a aprendizagem. Assim como a criança deseja ser igual à mãe ou o pai, o aluno deseja, igualmente, tornar-se igual à pessoa de sua admiração, de tomar ou retirar do professor/educador físico, seus conhecimentos e suas qualidades, fazendo parte de si mesma. As fantasias das crianças são expressas no brinquedo e na fala e o educador físico pode, desde a fase préescolar, ser orientando para lidar com elas. Os mecanismos de defesa, amplamente utilizados pelas crianças, devem se identificáveis pelos educadores físicos, com o objetivo de ajudá-las superarem seus conflitos. Exemplo: quando, na família de um aluno, nasce um irmão ou irmã, ou ainda, quando o professor/educador físico oferece ajuda a uma criança mais nova que outra, é possível que a mais velha crie a fantasia de que será abandonada. Esta mesma criança pode utilizar, como mecanismo de defesa, a regressão, ou seja, tentar ter o mesmo comportamento daquela mais nova para chamar a atenção do adulto para ela. Não é possível conceber a formação psicológica do profissional em educação física em termos individualizados; antes, é indispensável incluir toda a larga gama dos sentimentos despertados nos inter-relacionamentos contidos em qualquer ato educativo e que estão condensados na habitual expressão "relação profissional-cliente /aluno", a qual, apesar de estar na forma singular, é, em verdade, plural, sempre com o envolvimento de muita gente. Como esquema de exposição, é útil destacar outros os aspectos que se constituem como sendo os básicos na determinação de uma boa ou má relação entre o profissional e o cliente/aluno, que são: O FENÔMENO DA TRANSFERÊNCIA pelo qual o cliente/aluno, especialmente em estado regressivo, tende a repetir com o seu profissional educador físico os típicos modelos de como ele se relacionava com as importantes figuras do seu passado. Sob graus e níveis diferentes, está sempre presente na relação da atividade física. Essa reação transferencial tanto pode ser positiva como negativa. Dessa forma pode-se perceber que um mesmo profissional pode estar sendo visto por um determinado cliente/aluno como sendo uma mãe boa (ou bom pai) que o cuida e dá bons alimentos - simbolizados nos exercícios físicos - enquanto BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia geral. 22 ed. Porto Alegre: Vozes, (Com

6 outro cliente/aluno pode vivenciar estes mesmos exercícios como sendo "porcarias que envenenam", provindas de uma mãe má (ou pai mau). Da mesma forma, certas atividades físicas podem estar significando castigo para uns, sedução para outros, e assim por diante. E o fenômeno transferencial que explica o fato de que, no cotidiano das academias/escolas, o profissional se defronta com cliente/alunos que vão desde um polo de extrema dependência e que o solicitam por tudo e por nada, até aos de outro extremo, e que apresentam uma hostilidade, com um negativismo em colaborar, em reconhecer melhoras, etc. Da mesma forma como foi destacada a transferência, é preciso enfatizar que também o profissional educador físico tem sentimentos de toda ordem em relação a seus diferentes cliente/alunos, sendo que esse FENÔMENO É DENOMINADO CONTRATRANSFERÊNCIA. É importante, no entanto, diferenciar de quando se trata de uma contratransferência decorrente da resposta do profissional às angústias nele depositadas pelo cliente/aluno, ou se é uma transferência do próprio profissional em relação a seu cliente/aluno, pelo fato de que este possa estar lhe representando uma mãe, um pai, um irmão rival, um filho, etc. Um critério que o profissional pode utilizar - mercê de uma capacidade de auto-observação - é o de reconhecer se ele apresenta, de forma repetitiva, os mesmos problemas com uma mesma categoria de cliente/alunos. Descrevemos separadamente a transferência e a contratransferência, mas deve ficar bem claro que ambas são simultâneas e interativas, sendo que elas configuram em cada situação de saúde um vínculo muito singular e, na maioria das vezes, de um curso natural e produtivo. Mas há riscos quanto à possibilidade da formação de conluios inconscientes (os conscientes, é melhor chamá-los de "pactos corruptos"), os quais consistem numa despercebida aliança que complementa e atende às demandas neuróticas de ambos. Esse é um tópico muito importante, entre outras razões óbvias, pela sua alta incidência. Costumamos perceber com facilidade quando o cliente/aluno procura induzir o profissional ao papel de mágico, de amante, etc., mas o fato de que a recíproca é verdadeira é de reconhecimento bem mais difícil. A bem da verdade, não se pode negar o fato, nada incomum, de que o profissional possa estar buscando gratificações, através do cliente/aluno, para as suas necessidades de amizade, amor, prestígio, poder, sexo ou dinheiro. O dia-a-dia da prática de atividades físicas fornece uma abundância de situações de conluios profissional-cliente/aluno, mas, para ficar em um ou dois exemplos, serve o sabido fato de que não são nada raras as intervenções que alguns profissionais possam reconhecer como sendo desnecessárias, mas assim mesmo as praticam, quando são induzidos por cliente/alunos masoquistas, por exemplo. Outro exemplo, trivial, de um conluio que promove uma recíproca gratificação - ilusória - consiste numa atitude do profissional em "presentear" seu cliente/aluno com amostras grátis de exercícios físicos, mesmo sabendo que estes não vão ajudar em nada ou, pelo contrário, podem causar prejuízos. E assim por diante, mas prefiro deixar para o leitor exercitar sua capacidade de observação e imaginação para suplementar a extensa e poliforme exemplificação, a qual pode ser colhida a partir de um adequado senso crítico em relação aos outros colegas ou - com algum esforço e coragem em relação a si próprio. 6 O TIPO DE PERSONALIDADE DO PROFISSIONAL é, sem dúvida, um importante fator determinante da qualidade da relação profissional-cliente/aluno, mas a formação de um bom educador físico não exige um determinado tipo padronizado; pelo contrário, não importa se ele é mais ou menos extrovertido, circunspecto, bonachão, de estilo brincalhão, e assim por diante, desde que conserve alguns atributos mínimos e indispensáveis. A predominância de certas características psíquicas define o tipo de personalidade que, numa descrição, a mais sintética possível, permite destacar os seguintes: Depressivo (prevalece um permanente pessimismo, negativismo e auto desvalia); Maníaco (um otimismo exagerado, sem base real); Paranoide (atitude querelante e desconfiada); Obsessivo (rigidez e um desgastante detalhismo); Fóbico (evitação de tudo que possa despertar alguma ansiedade); Histérico (dramatização de qualquer situação, intolerância às frustrações; usa muito o recurso da sedução); Esquizoide (um jeito "esquisito" e uma acentuada dificuldade de relacionamento pessoal); Psicopata (o engodo é a tônica); Narcisista (o valor mais importante é sempre o da busca do aplauso para si). BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia geral. 22 ed. Porto Alegre: Vozes, (Com

7 7 Uma combinação dos itens acima descritos converge para o atendimento, a qual fica estruturada numa série de capacidades e atitudes internas do profissional, as quais, somadas aos seus conhecimentos e habilidades, definirão o perfil de sua formação. BRAGHIROLLI, Elaine Maria. Psicologia geral. 22 ed. Porto Alegre: Vozes, (Com

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