Metodologia e Introdução à Prática de Pesquisa. Unidade 1. Aula 2. Como estudar, como aprender: como ler melhor
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- Pedro Henrique Diego Barroso Diegues
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1 Metodologia e Introdução à Prática de Pesquisa Unidade 1. Aula 2 Como estudar, como aprender: como ler melhor Professora: Mireile Pacheco França Costa
2 CONTEÚDO DA UNIDADE 1) Anotações em sala de aula técnicas de anotação; 2) a leitura técnica: idéia central, sublinhe, resumo; 3) diferenças entre o bom e o mau leitor.
3 OBJETIVOS 1. Introduzir ferramentas envolvidas no processo de leitura e aprendizagem para facilitar o desempenho acadêmico; 2. realizar uma abordagem sobre a preparação do aluno para assistir aulas, fazer anotações, destacar idéias nos textos, fazer resumos, a fim de facilitar a revisão e o estudo posterior; 3. exercitar essas ferramentas.
4 Ler bem ---- Fazer apontamentos --- Resumir As aulas abrem os caminhos para os alunos, mas é preciso estudar! Quem cultiva hábitos de boa leitura e fixação de conteúdo dos textos lidos consegue estudar e compreender o significado do conteúdo ministrado pelo professor.
5 Fazer anotações é uma habilidade essencial: Aulas e os livros indicados na bibliografia, freqüentemente, fornecem informações diferentes. Fazer a revisão das anotações é uma parte essencial do estudo para os exames e provas, assim como em momentos de tomadas de decisões difíceis e importantes na vida profissional futura. Fazer anotações nos ajuda a identificar e a clarear pontos difíceis ou confusos. Ajuda a adquirir um profundo entendimento do tema da aula (ou palestra ou livro) e a capturar os pontos mais importantes. O ato de tomar notas: Constrói a compreensão do tópico; ajuda a construção de perguntas e facilita o debate.
6 As anotações: Ajudam a memória para a revisão de uma aula, de um artigo, de um livro, de uma palestra. Ajudam a relembrar os pontos principais de uma apresentação. Importantes fontes de material para a elaboração de um ensaio uma palestra, seminário... Ajudam na concentração.
7 1. Priorize informações Os professores e os palestrantes geralmente enfatizam em sua fala os tópicos mais importantes. Algumas formas mais usuais de ênfase são as seguintes: - Material escrito no quadro - Repetição - Mudança no tom de voz e dos gestos - O tempo gasto com o tópico - Sinais verbais ( Os dois pontos de vista são... ; A terceira razão é... ; Como conclusão... )
8 2. Faça anotações breves (você não consegue copiar tudo o que o professor diz). - Não use frases longas se pode usar uma frase curta. Não use uma frase se pode usar uma palavra. - Use abreviações e símbolos, mas seja consistente. - Faça as anotações com suas próprias palavras, mas fórmulas, definições e fatos específicos devem ser anotados com exatidão. - Coloque a data (e o lugar e nome do palestrante, se for uma palestra), e numere as páginas. - Faça um arquivo de suas anotações: ele lhe será muito útil.
9 1º) Faça uma pré-leitura; Como estudar? A leitura 2º) siga as etapas da leitura propriamente dita: Seleção: selecione o material e divida-o por partes, formando a idéia do todo; Rememoração: antes de iniciar a leitura, recorde o que já sabe sobre essa matéria; Investigação: interesse-se pelos conceitos novos e procure outros materiais para consulta; Interrogação: depois de terminar a leitura, interrogue-se acerca do conteúdo do texto. Este exercício assegura uma compreensão global e pormenorizada; Extrapolação: depois de ler e de questionar, deve extrair as conclusões; Inter-relação: relaciona os dados da leitura com outros da mesma matéria; Fixação: utilize gráficos, resumos, esquemas ou quadros para assimilar melhor e fixar o conteúdo. 9
10 Como fixar bem um conteúdo? 1º PASSO: crie o hábito de encontrar a idéia principal em cada parágrafo que ler; 2º PASSO: sublinhe o texto de forma inteligente; 3º PASSO: resuma ou fiche um texto, sempre que possível e relevante.
11 REGRAS PARA SUBLINHAR: 1) sublinhar apenas as idéias principais e os detalhes importantes; 2) não sublinhar por ocasião da primeira leitura; 3) reconstituir o parágrafo a partir das palavras sublinhadas; 4) sublinhar com dois traços as palavras-chave e com um único traço os pormenores importantes; 5) assinalar com um traço vertical, à margem do texto, as passagens mais significativas; 6) assinalar com um ponto de interrogação idéias não compreendidas ou de discordância em relação ao texto; 7) é preferível marcar o texto com o lápis, mas podem também ser utilizadas canetas marca-texto ou canetas coloridas.
12 REGRAS PARA RESUMIR: 1) não pretender resumir antes ler o texto, sublinhar e fazer breves anotações à margem; 2) ser breve e compreensível; 3) percorrer especialmente as palavras sublinhadas e as anotações à margem do texto; 4) no caso de transcrição textual (sobretudo quando as passagens são enriquecedoras), usar aspas e fazer referência completa à fonte; 5) dar um caráter personalizado ao resumo, na forma de associar as idéias e até se inserir no texto com ponderações pessoais (se for permitido um resumo crítico!).
13 LEITURA DE TEXTOS TÉCNICOS: São considerados textos técnicos aqueles que circulam nos meios profissionais, acadêmicos, científicos e jurídicos. Trata-se de uma leitura mais lenta, que exige maior concentração, principalmente, nos termos técnicos. Para lê-los, é necessário ter alguns parâmetros, a partir de perguntinhas básicas: 1) O quê? (Que texto é esse? De quem é? Qual é o assunto?) 2) Por quê? (O que justifica a sua leitura e a própria existência do texto?) 3) Para quê? (Quais são os objetivos do autor do texto?) 4) Como? (Que métodos foram utilizados pelo autor para alcançar o objetivo? De que forma ele organizou o texto?) 5) Conclusão? (A que resultado o autor do texto chegou? E você concluiu o quê?) Utilize técnicas como: sublinhe, definição da idéia central, resumo e esquema.
14 ANEXO: COMPARAÇÃO ENTRE O BOM E O MAU LEITOR Bom leitor: O bom leitor lê rapidamente e entende bem o que lê. Tem habilidades e hábitos como: Mau leitor: O mau leitor lê vagarosamente e entende mal o que lê. Tem hábitos como: Lê com objetivo determinado. Ex.: aprender certo assunto, repassar detalhes, responder a questões. Lê unidades de pensamento. Abarca, num relance, o sentido de um grupo de palavras. Relata rapidamente as idéias encontradas numa frase ou num parágrafo. Tem vários padrões de velocidade. Ajusta a velocidade da leitura com o assunto que lê. Se lê uma novela, é rápido. Se livro científico para guardar detalhes, lê mais devagar. Avalia o que lê. Pergunta-se freqüentemente: Que sentido tem isso para mim? Está o autor qualificado para escrever sobre tal assunto? Está ele apresentando apenas um ponto de vista do problema? Qual é a idéia principal deste trecho? Quais seus fundamentos? Possui bom vocabulário. Sabe o que muitas palavras significam. É capaz de perceber o sentido das palavras novas pelo contexto. Sabe usar dicionários e o faz freqüentemente para esclarecer certos termos, no momento oportuno. Lê sem finalidade. Raramente sabe por que lê. Lê palavra por palavra. Pega o sentido da palavra isoladamente. Esforça-se para juntar os termos para poder entender a frase. Freqüentemente tem de reler as palavras. Só tem um ritmo de leitura. Seja qual for o assunto, lê sempre vagarosamente. Acredita em tudo o que lê. Para ele tudo o que é impresso é verdadeiro. Raramente confronta o que lê com suas próprias experiências ou com outras fontes. Nunca julga criticamente o escritor ou seu ponto de vista. Possui vocabulário limitado. Sabe o sentido de poucas palavras. Nunca relê uma frase para pegar o sentido de uma palavras difícil ou nova. Raramente consulta o dicionário. Quando o faz, atrapalha-se em achar a palavra. Tem dificuldades em entender a definição.
15 COMPARAÇÃO ENTRE O BOM E O MAU LEITOR Bom leitor: Tem habilidades para conhecer o valor do livro. Sabe que a primeira coisa a fazer quando se toma um livro é indagar de que trata, através do título, dos subtítulos encontrados na página de rosto e não apenas na capa. Em seguida lê os títulos do autor. Edição do livro. Índice. Orelha do livro. Prefácio. Bibliografia citada. Só depois é que se vê em condições de decidir pela conveniência ou não da leitura. Sabe selecionar o que lê. Sabe quando consultar e quando ler. Mau leitor: Não possui nenhum critério técnico para conhecer o valor do livro. Nunca ou raramente lê a página de rosto do livro, o índice, o prefácio, a bibliografia etc. antes de iniciar a leitura. Começa a ler a partir do primeiro capítulo. É comum até ignorar o autor, mesmo depois de terminada a leitura. Jamais seria capaz de decidir entre leitura e simples consulta. Não consegue selecionar o que vai ler. Deixa-se sugestionar pelo aspecto material do livro. Sabe quando deve ler um livro até o fim, quando interromper a leitura definitivamente ou periodicamente. Sabe quando e como retomar a leitura, sem perda de tempo e da continuidade. Discute freqüentemente o que lê com os colegas. Sabe distinguir entre impressões subjetivas e valor objetivo durante as discussões. Adquire livros com freqüência e cuida de ter sua biblioteca particular. Quando é estudante procura os livros de texto indispensáveis e se esforça em possuir os chamados clássicos e fundamentais. Tem interesse em fazer assinaturas de periódicos científicos. Formado, continua alimentando sua biblioteca e não se restringe a aquisição dos chamados compêndios. Tem o hábito de ir direto às fontes; de ir além dos livros de texto. Não sabe decidir se é conveniente ou não interromper uma leitura. Ou lê todo o livro ou o interrompe sem critério objetivo, apenas por questões subjetivas. Raramente discute com colegas o que lê. Quando o faz, deixa-se levar por impressões subjetivas e emocionais para defender um ponto de vista. Seus argumentos, geralmente, derivam da autoridade do autor, da moda, dos lugares-comuns, das tiradas eloqüentes, dos preconceitos.. Não possui biblioteca particular. Às vezes é capaz de adquirir metros de livro para decorar a casa. É freqüentemente levado a adquirir livros secundários em vez dos fundamentais. Quando estudante, só lê e adquire compêndios de aula. Formado, não sabe o que representa o hábito das boas aquisições de livro.
16 Resumindo a aula... Nesta aula, pudemos perceber que o domínio de técnicas podem nos ajudar a melhor utilizar o nosso tempo e a melhorar o desempenho acadêmico. Anotações em sala de aula, sublinhes, construção da idéia central e resumos são algumas dessas técnicas. A leitura técnica exige estratégias de atenção e organização de idéias específicas. Finalizando estas questões, temos que um bom aluno é um bom leitor, pois escolhe bem o que lê, no tempo certo, em um ambiente adequado e sabe sublinhar e resumir um texto estudado, fixando bem tal conteúdo.
17 ADLER, Mortimer; VAN DOREN, Charles. Como ler um livro. Rio de Janeiro, UniverCidade, BASTOS, C., KELLER, Vicente. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 18. ed. Petrópolis: Vozes, Caps. II Facilitando o estudo e III Formando o hábito de estudo. DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, LIBÂNIO, João Batista. Introdução à vida intelectual. 2. ed. São Paulo: Loyola, Cap. 3 Atitude realista e criativa.
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