Informe Econômico SEFAZ/RJ
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- Isabella Custódio Castanho
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1 Economia Mundial. Para 2016 é esperado que o excesso de oferta de commodities se mantenha. Mais recentemente, os mercados financeiros têm sido particularmente frustrados por indicadores que mostram que os estoques norte-americanos de petróleo permanecem elevados. As previsões, por outro lado, sugerem que o estoque de petróleo deve começar a diminuir ao longo do ano com o excedente de oferta diluído até o final de Este movimento deverá conduzir, tudo mais constante, a um cenário mais equilibrado em O crescimento dos Estados Unidos foi relativamente sólido no terceiro trimestre e deu um novo argumento ao Federal Reserve (Fed) para aumentar em dezembro sua taxa de juros. Durante o terceiro trimestre, a economia cresceu 2,1% (anualizada). Entretanto, esse crescimento teve um ritmo menor que o do segundo trimestre (3,9%). A moderada expansão foi puxada pelos consumidores, cujos gastos, que normalmente representam dois terços do PIB, avançaram 3%. Pelo lado das empresas, o acúmulo de estoques pesou sobre a produção. Na Zona do Euro, o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito em 10 pontos base, passando para -0,30%. Os formuladores de políticas também ampliaram o conjunto de ativos que o BCE pode adquirir: inclusão de papéis da dívida pública regional e local. O presidente do BCE anunciou que a instituição irá estender o quantitative easing para, pelo menos, Março de Após a decisão, o euro saltou fortemente em relação ao dólar. A economia chinesa vem apresentando uma tendência de baixa, uma vez que está enfrentando fortes adversidades nas exportações e nos investimentos, em especial no setor imobiliário. O crescimento esperado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para o PIB chinês é de 6,3% em Economia Brasileira. No terceiro trimestre de 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) foi negativo (-1,7%) pela terceira vez consecutiva, na comparação com o trimestre anterior, e abaixo do esperado pelo mercado. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, variação de -4,5%. Considerando o acumulado no ano, queda de 3,2%. Os três resultados acima foram os piores registrados (desde o início da série em 1996) em cada comparação para o terceiro trimestre. E no acumulado em doze meses, retração de 2,5%. Todos os setores registraram variações negativas nos três trimestres de 2015 (ante o anterior), com exceção da Agropecuária no primeiro trimestre do ano, o que mostra a retração generalizada da atividade econômica. No terceiro trimestre, houve queda de 1,3% no setor industrial, influenciada principalmente pela Indústria de Transformação (-3,1%); no setor de Serviços, queda de 1,0% com destaque para Comércio ( -2,4%); e em Agricultura, decréscimo de 2,4%, consequência dos recuos nas safras de algodão e café.
2 1996.I 1997.III 1999.I 2000.III 2002.I 2003.III 2005.I 2006.III 2008.I 2009.III 2011.I 2012.III 2014.I Informe Econômico SEFAZ/RJ Na comparação com o mesmo trimestre de 2014, a retração na indústria foi ainda maior (-6,7%), ocasionada (principalmente) pela Indústria de transformação ( -11,3%), com destaque para os decréscimos na produção de máquinas e equipamentos, na indústria automotiva, na produção de produtos eletroeletrônicos, e na produção de equipamentos de informática. No setor de Serviços houve retração de 2,9% no mesmo período, destacando-se novamente Comércio (-9,9%). No ano (até setembro 2015), destaque positivo para Agricultura (+2,1%). Na Indústria (-5,6%), os grandes setores apresentaram diferentes movimentos: enquanto a Indústria Extrativa cresceu (+8,1%), houve retração na Indústria da transformação (-9,0%) e na Construção civil (-8,4%). Em Serviços também houve queda (-2,1%), destacando-se Comércio (-7.7%) e Transporte, armazenagem e correio (-5,7%). As expectativas de mercado i atuam na direção de grande queda na produção industrial ao final do ano (-7,5%), o que deve comprometer ainda mais o resultado do PIB (-3,19%). Pela ótica da demanda (no terceiro trimestre em relação ao anterior), a Formação bruta de capital fixo (FBCF) teve o nono trimestre consecutivo de queda (-4,0%); e a despesa de Consumo das famílias (-1,5%) caiu pelo terceiro trimestre seguido. O único componente da demanda a apresentar variação positiva foi o Consumo do governo (+0,3%). Na comparação com o terceiro trimestre de 2014, o Consumo das famílias (-4,5%) foi influenciado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda; já a Formação bruta de capital fixo caiu 15,0%, a maior da série histórica iniciada em O recuo da FBCF é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital e, ainda, pelo desempenho negativo da construção civil e redução dos investimentos da Petrobrás, além dos impactos relacionados à Lava Jato. O Consumo do Governo apresentou variação negativa de 0,4% no período. Variação % no trimestre ante o trimestre anterior Fonte: Contas Nacionais/IBGE. Consumo FBCF PIB
3 O comércio varejista seguiu a retração no terceiro trimestre de 2015 (em relação ao anterior), registrando variação negativa (-3,0%) pela terceira vez consecutiva. Na comparação com o mesmo período de 2014, resultado foi ainda pior (-5,7%). Em 2014, o terceiro trimestre já mostrava sinais de desaceleração no comércio, tanto em relação ao segundo trimestre (-0,3%), quanto na comparação com o mesmo período de 2013 (-0,4%). Considerando o comércio varejista ampliado, também houve retrações: -2,9% no terceiro trimestre em relação ao segundo; e -9,3% quando comparado com a mesma base de No ano (janeiro-setembro), destaque positivo para Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+4,0%) e negativo para Veículos, motocicletas, partes e peças (-16,1%) e Móveis e eletrodomésticos (-13,0%). A balança comercial registrou em outubro o oitavo superávit consecutivo (US$ 1,99 bi), novamente ocasionado pela queda tanto nas exportações (-12,4%), quanto nas importações (-28,0%). Consequentemente, o saldo no ano (janeiro-outubro) alcançou US$ 12,2 bi (US$ -1,92 bi no mesmo período de 2014), o melhor resultado para o período desde 2012 (US$ 15,7 bi). Nas exportações, também no ano, destaques para Minérios de ferro e seus concentrados (-46,5%) e Óleos brutos de petróleo (-24,4%), influenciados diretamente pela queda dos preços no mercado internacional. Nas importações, destaques para Óleos brutos de petróleo (-52,9%) e Partes e peças para veículos automóveis e tratores (-24,7%). O IPCA, índice que mede a inflação e baliza as decisões do BCB sobre as taxas de juros básicas da economia do país, apresentou forte aceleração em outubro (+0,82%), considerando tanto o índice em setembro (+0,54%), quanto o em outubro de 2014 (+0,42%). Destaque para Transportes, com alta elevação no mês (+1,72%) e grande peso no cálculo do índice, particularmente no segmento de combustíveis (gasolina, etanol e diesel), responsável por 37% da variação do IPCA no mês. No acumulado em 12 meses (em outubro), o índice geral variou 9,93% (+6,59% no mesmo período de 2014), a maior variação desde o acumulado em novembro de 2003 (+11,02%). No ano, alta de 8,52% (+5,05% em outubro de 2014), com destaques para Alimentação e bebidas (+8,38%) e Habitação (+16,85%). Para o final de 2015, as expectativas de mercado ii são de alta de 10,38%. De acordo com a Pesquisa Mensal do Emprego (PME)/IBGE, a taxa de desocupação chegou a 7,9% em outubro, a maior para o mês desde 2007 (8,7%). O número de pessoas desocupadas em outubro de 2015 foi 68% superior ao verificado em outubro de 2014, a maior variação nesse tipo de comparação desde o início da série em 2002.
4 O número de postos líquidos de trabalho com carteira assinada, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (CAGED/MTE), registrou enorme queda para o mês de outubro ( demissões líquidas), a mais acentuada para o mês desde o início da série em Este foi o sétimo mês consecutivo de fechamento de postos de trabalho. No saldo acumulado no ano, foram fechados 819 mil postos de trabalho (912 mil novos postos no mesmo período de 2014), com destaque em Indústria de transformação, Construção civil e Comércio. Economia Fluminense Indústria. A Indústria fluminense em setembro recuou 6,64% em relação a agosto (série com ajuste sazonal). Este resultado agravou a queda no ano (-5,7% no período janeirosetembro). Este percentual é a combinação do recuo de 9,9% na indústria de transformação com o crescimento 5,2% da indústria extrativa. A queda na indústria de transformação se deu pela queda em onze d os treze setores pesquisados. Os principais impactos negativos vieram da produção de Veículos automotores, reboques e carrocerias (-30,3%) e Produtos de metal (-14,9%). Estes setores foram pressionados, sobretudo, pela menor fabricação de chassis com motor para ônibus ou para caminhões e carrocerias para ônibus; e de andaimes tubulares para armações e para escoramento, e estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas. Vale mencionar também os recuos vindos de Produtos de borracha e de material plástico (-14,0%), Produtos de minerais não-metálicos (-11,6%) e Produtos alimentícios (-11,1%). 15% Variação % no ano 0% -15% -30% Rio de Janeiro Brasil Fonte: PIM/IBGE.
5 Comércio. O comércio varejista (restrito) no estado do Rio de Janeiro retraiu 2,2% nos primeiros nove meses de Esta queda foi puxada pela retração em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,4%), setor com maior peso no índice. Analisando os demais setores, três apresentaram variação positiva no período janeiro-setembro: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+26,0%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+7,7%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+2,6%). Os demais apresentaram retração nas vendas, destacando-se Móveis e eletrodomésticos (-17,1%), Tecidos, vestuário e calçados (-7,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,3%). O comércio varejista ampliado, por sua vez, decresceu 5,5% período janeiro-setembro. Entre os setores que compõem o índice, destaca-se o setor Veículos, motocicletas, partes e peças com a maior queda no volume acumulado de vendas (-13,1%). Não é nenhuma surpresa, dado que o encarecimento do crédito e a queda na massa salarial afetam, principalmente, os setores de bens de consumo duráveis. Volume de Comércio Varejista 2015 (%) Janeiro-Setembro Setembro (12 meses) RJ Brasil RJ Brasil Combustíveis e lubrificantes -3,8-4,4-2,5-2,9 Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo -2,4-2,3-1,4-1,7 Tecidos, vestuário e calçados -7,7-7,3-5,5-5,2 Móveis e eletrodomésticos -17,1-13,0-13,6-9,6 Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos 2,6 3,6 4,0 4,7 Livros, jornais, revistas e papelaria -7,3-9,7-7,8-9,6 Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação 26,0 4,0 15,2 4,2 Outros artigos de uso pessoal e doméstico 7,7 1,5 10,1 3,4 Varejo -2,2-3,3-0,8-2,1 Veículos, motocicletas, partes e peças -13,1-16,1-8,9-14,3 Material de construção -4,8-6,4-2,5-4,9 Varejo Ampliado -5,5-7,4-3,2-6,0 Fonte: PMC/IBGE. Inflação. A inflação em 12 meses no Rio de Janeiro (IPCA) se mostrou acima da meta do Banco Central (9,9% em outubro). Para o país, a variação no período é igual. A inflação no estado foi puxada pelo grupo Alimentação e bebidas (+9,8%). Nota-se que quase todos os grupos no estado apresentaram alta dos preços acima de 4,5%: Habitação (+18,5%); Transportes (+9,7%); Despesas pessoais (+9,1%); Educação (+9,1%); e Saúde e cuidados pessoais (+8,9%). Os três grupos com variação de preços abaixo de 4,5% no Rio de Janeiro foram: Vestuário (+4,2%); Artigos de residência (+2,3%); e Comunicação (-0,8%). i Boletim Focus de 27/11/2015. ii Idem.
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