Psicanálise e corpo na contemporaneidade Introdução:

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Psicanálise e corpo na contemporaneidade Introdução:"

Transcrição

1 Psicanálise e corpo na contemporaneidade Fuad Kyrillos Neto Docente da Universidade do Estado de Minas Gerais e Doutor em Psicologia Social pela PUC/SP. Rua José Linhares 21 Bairro Santa Teresa Barbacena MG fuadneto@uol.com.br Introdução: A contemporaneidade tem como um de seus referenciais o corpo a mostra. A corpolatria tem sido cultivada nas diferentes apresentações do corpo. Nesse mostrar-se a si mesmo e aos outros o corpo passou a ser estetizado e espetacularizado semelhante a outras esferas culturais, levando a uma colonização pela estética, tornando-se uma mercadoria preciosa. Nesse contexto como se deve tomar a psicanálise frente ao uso e funcionamento do corpo que exigem um remanejamento do simbólico e uma leitura da subjetividade? O corpo para a psicanálise aparece a partir no momento em que Freud, ao trabalhar com quadros de histeria contrapõe o corpo biológico ao corpo significado e marcado pelo desejo inconsciente, pelo sexual e pela linguagem. Apresentaremos o percurso histórico de Freud acerca do conceito de corpo enfatizando sobre o conceito de pulsão como, necessário para o surgimento do eu corporal na segunda tópica. Abordaremos a formação do ideal do eu como um ponto fundamental da economia libidinal exercendo uma função tipificadora no desejo. Exporemos alguns autores que procuram apreender o sujeito no quadro da contemporaneidade (LASCH,1986; DEBORD,1997; BAUMAN,1998; BIRMAN,1999; LIPOVETSKY,1983.) com o objetivo de abordar como a conjuntura social contemporânea se traduz no campo da subjetividade. Mais especificamente na relação do sujeito com seu corpo. Trataremos da temática do corpo na contemporaneidade pelo viés da arte. Para tanto, faremos uma análise dos jogos corporais descritos por Pires (2005). 1

2 Nossa análise partirá do discurso da tecnociência e sua cumplicidade com a pulsão de morte que se dá pela crença na realização plena e satisfatória do desejo. 1 O corpo e a invenção da psicanálise Partindo da descoberta que a fala afeta o corpo, Freud ouvindo suas histéricas, salientou, na verdade a idéia de um conflito inconsciente que remete a um desejo de ordem sexual. Se o corpo da histérica se afasta do corpo da anatomia, ele se aproxima, no entanto, de um corpo representado a partir de uma linguagem popular e não científica. Essa diferença, entre o corpo científico e o corpo popular, evidenciado de forma exemplar pelo fenômeno da conversão histérica, inaugura a distinção entre o corpo biológico e o corpo psicanalítico. Enquanto o corpo biológico obedece às leis da distribuição anatômica dos órgãos e dos sistemas funcionais, constituindo um todo em funcionamento, isto é um organismo, o corpo psicanalítico obedece às leis do desejo inconsciente constituindo um todo em funcionamento coerente com a história do sujeito. Por meio da linguagem do corpo Freud descobre o inconsciente. Neste sentido, o corpo aparece para a psicanálise, no momento em que Freud se dá conta do inconsciente. O Inconsciente e o corpo psicanalítico surgem simultaneamente. O pensamento freudiano acerca do conceito de corpo segue uma seqüência de um momento inicial associado ao campo da biologia quando Freud estabelece uma cisão que vem opor o corpo biológico e o corpo psicanalítico. Como já foi dito, Freud a partir de seu trabalho clínico com as histéricas, contrapõe o corpo biológico e o transforma, ainda que de forma incipiente, no corpo psicanalítico: aquele marcado pelo desejo inconsciente, sexual e atravessado pela linguagem. Lazzarini e Viana apontam para uma tripla característica ligada ao corpo. Ele é, ao mesmo tempo, marginal e fronteiriço, fundador e constitutivo e encoberto e descoberto. É por intermédio de todas essas formas que o corpo faz 2

3 presença. Esta presença remonta ao nascimento da psicanálise, no qual houve o confronto com o corpo. Posteriormente, esse corpo da psicanálise, que evidencia a sexualidade trará a tona, uma lógica dada pelo erotismo e será regulado pelo desejo. 2- Corpo e pulsão Segundo Lazzarini e Viana, a configuração do corpo psicanalítico implica importantes passagens: do corpo auto erótico e fragmentado, para o corpo unificado pelo narcisismo. Entremeando essas passagens, Freud constrói uma metapsicologia do corpo, com o conceito de pulsão 1. O conceito de pulsão foi concebido como algo fundamental que ancora o psiquismo no corpo. O registro psíquico, também, está imerso no corporal não sendo, pois, o psíquico apenas da ordem da realidade, mas movido pelas pulsões. Assim, Freud transformou a concepção dualista de sua época acerca das relações entre corpo e psiquismo, indicando que a pulsão seria o lugar no qual se daria o encontro. Para tanto Freud opôs os registros do organismo e do corpo, pois o registro pulsional não se identificaria com o conceito biológico do somático. É como corpo pulsional que, o corpo pode ser auto-erótico e narcísico. Como força constante e exigência de trabalho imposta ao psiquismo pela sua ligação ao corporal, à pulsão seria origem e um dos fundamentos do sujeito. Posteriormente tem-se a retomada do conceito de pulsão que mais tarde desembocará no dualismo pulsional (pulsão de vida e pulsão de morte), a criação da segunda tópica e o surgimento do eu corporal. Lazzarini e Viana nos lembram que o corpo pulsional nos remete a uma dispersão da pulsão enquanto o corpo narcísico se refere a uma unidade do corpo realizada pela presença de um outro. Inferimos a possibilidade deste outro se fazer presente também na forma de um outro social. Para Freud, a pulsão é uma força constante e o corpo pulsional é a matéria prima para construção do corpo narcísisco. No narcisismo primário o 1 Pressão ou força que faz o organismo tender para um alvo. Para Freud, a pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal (estado de tensão); o seu alvo é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode atingir seu alvo. (Laplanche & Pontalis) 3

4 sujeito se materializa pelo não reconhecimento do outro, já que o infans investe toda a libido em sim mesmo, enquanto que pelo narcisismo secundário, o sujeito se materializa por esse reconhecimento. Ou seja, no narcisismo secundário temos um retorno ao ego da libido retirada dos seus investimentos libidinais. No narcisismo secundário temos a dimensão da alteridade, uma corporeidade regulada pelo princípio da realidade. O corpo da dimensão alteritária, corpo do narcisismo secundário implica, assim, num redimensionamento daquele corpo narcísico primeiro que passa a ser submetido à experiência de Édipo e castração. 3- O ego como corpo Com o advento da segunda tópica, Freud vai pensar o eu como sendo essencialmente corporal. Na segunda tópica a teoria nos levará ao mais próximo da teoria freudiana do corporal, aquela que aborda o afloramento do eu corporal. Na obra o ego e o id Freud (1923) define o eu como instância corporal, e ainda a projeção de uma superfície. A conseqüência da segunda tópica acerca do corpo é que a emergência de uma economia da sexualidade centrada na unidade. O texto de 1923 está situado no centro do discurso freudiano que começa a entrever uma ordem corpórea na qual a dor e a morte também se revelam primordiais. Birman (1993): Entre o corpo e a representação circula o ser da pulsão, de maneira que a sexuação encontra na pulsão a sua matriz originária, constituindo as condições de possibilidades da sexualidade infantil. (p.76) O autor nos lembra que o conceito de sexualidade infantil em Freud circunscreve a invenção psicanalítica do campo do sexual criando um conjunto de pressupostos e uma série de desdobramentos conceituais que nos levam a pensar um deslocamento da ordem do sexual para a ordem do sexo. Não restringindo a sexualidade a genitalidade, temos que a ordem sexual não se define pelo instinto (instinkt), mas pelo de pulsão (trieb) que ocupa importante posição na metapsicologia. Assim o campo sexual foi visto por Freud inicialmente sendo da 4

5 ordem do prazer em oposição à ordem da realidade. Com o advento da segunda tópica o campo do sexual não se restringiu apenas a ordem do prazer, inserindose também no conceito de pulsão de morte 2 Em o ego e o id a noção de corpo vem associada a noção de eu. Freud faz menção ao eu como a projeção de uma superfície (p.40). Freud, na segunda tópica, alarga a noção de ego, atribuindo a ele as mais diversas funções: controle processos mentais e pensamento racional. Ainda segundo Freud o próprio corpo de uma pessoa e, acima de tudo, a sua superfície, constitui um lugar de onde podem originar-se sensações tanto externas quanto internas (p.39) Desta forma podemos entender o eu como mais uma subjetivação da superfície corporal do que uma aparelhagem mental do corpo. Também podemos considerá-lo como efeito da emergência do corpo como próprio do que como o produto acabado de uma experiência corporal. O corpo para a psicanálise não é uma experiência primária para o sujeito. Ele só tem acesso ao corpo mediante uma série de ações que são efetuadas pelo simbólico. A psicanálise realiza uma passagem da lógica da anatomia para a lógica da representação. O corpo da psicanálise é então, um corpo atravessado pela linguagem. Na vertente lacaniana a linguagem é fundamental no discernimento e constituição do corpo. O corpo simbólico faz com que o corpo real nele se incorpore. Diz Lacan (1966/1998): A fala, com efeito, é um dom de linguagem, e a linguagem não é imaterial. É um corpo sutil, mas é corpo. As palavras são tiradas de todas as imagens corporais que cativam o sujeito; podem engravidar a histérica, identificar-se com o objeto do Penis-neid, representar a torrente de urina da ambição uretral, ou o excremento retido do gozo do avarento. (p.302) Freud reencontra o corpo como lugar de manifestação do psíquico e do somático. A racionalidade do psíquico e do somático está vinculada ao inconsciente. 2 Na última teoria freudiana das pulsões, a pulsão de morte designa uma categoria fundamental de pulsões que contrapõem as pulsões de vida e que tendem para a redução completa das tensões, isto é, tendem a reconduzir o ser vivo ao estado inorgânico. (Laplanche & Pontalis) 5

6 Para Freud existe uma dispersão corporal oferecida pelas pulsões auto eróticas 3 ; a formação do eu comportaria a passagem destas ao narcisismo primário - tentativa de dar consistência a dispersão corporal por meio de uma certa unidade corporal representada pelo eu ideal - primeiro esboço de imagem que causa júbilo ou êxtase diante de si mesmo. O narcisismo primário, relação do sujeito à imagem, tem efeitos inevitáveis sobre as escolhas objetais posteriores. No início da vida, a criança não faz distinção entre ela e mundo, tampouco da totalidade de seu corpo. Será a partir das primeiras identificações que a criança terá, de maneira primitiva, os contornos do eu. No entanto, não podemos dizer, ainda, que se trate de uma subjetividade no sentido de individualidade. Isso porque a condição em que o infans se encontra é de total alienação ao olhar do outro; em outras palavras, ao identificar-se com a mãe, identifica-se com o objeto de seu desejo. A criança é o objeto de desejo da mãe. Podemos descrever três momentos do Édipo em Lacan: no primeiro tempo temos dois personagens: a criança e a mãe. A criança, naquele momento, deseja ser tudo para a mãe; deseja ser o objeto de seu desejo, convertendo-se no objeto que a mãe deseja. É um estado de completude, de perfeição narcísica. Estamos falando de narcisismo primário, modelo do Ego Ideal. Dito de outra maneira, ela deseja ser o falo para a mãe. Na perspectiva lacaniana o falo é o significante do desejo. Dessa forma o falo é o que completa, é o narcisismo satisfeito, o Ego Ideal. Em contrapartida, a castração implica a perda da identificação com o Ego Ideal. Temos, portanto, no primeiro tempo do Édipo, o narcisismo primário, caracterizado por ser contemporâneo da constituição do eu. (relação especular com a mãe).o modo de relação dual caracteriza esse momento marcado pela alienação do infans ao desejo da mãe. Posteriormente a figura do pai surge para impedir na relação dual mãe-filho. Esse pai é um pai temido, interditor. A entrada do pai ocasionará dupla privação: a criança será privada do objeto de seu desejo, enquanto a mãe é privada de seu 3 Freud, na primeira tópica, distingue dois grupos de pulsões: pulsões sexuais e pulsões de conservação. A pulsão sexual no seu conjunto pode ser analisada por certo número de pulsões parciais, a maioria delas ligadas a uma zona erógena determinada, outras se definem pelo seu alvo embora possamos indicar sua fonte somática. 6

7 objeto fálico. Temos, assim, a castração : do ponto de vista do supereu a introdução de um corte, uma ruptura, uma perda. Na perspectiva do significante a castração corresponde à incapacidade do sujeito obter do Outro a garantia de gozo reservada que ela está ao pai em sua precedência simbólica junto à mãe. Estamos falando da separação entre mãe e filho. A castração implica a perda da identificação com o Ego Ideal. Mas não basta a interdição do pai para que surja o sujeito. Esse pai deve ser reconhecido pela mãe, que deverá, também, estar sujeita às suas leis. A identificação da criança com o ideal de ego se faz no momento que o pai deixa de ser a lei e passa a ser o representante dela. Este movimento marca o terceiro momento do Édipo. Ele é de suma importância para a constituição subjetiva, pois será a partir da interiorização da lei que será possível à criança se constituir como sujeito O reconhecimento da lei é que torna possível a saída do narcisismo primário e a passagem para o secundário. O narcisismo primário é mortífero, pois reduz o outro ao duplo de si, enquanto o secundário implica dois movimentos: o sujeito concentra num objeto suas pulsões parciais, a libido investe um objeto que posteriormente volta para o eu. A criança deixa o narcisismo primário quando vê seu eu confrontado com um ideal com o qual tem que se comparar, ideal este que se formou fora dela e que lhe é imposto de fora. Nesta vertente o sujeito busca proteger seu narcisismo (a si próprio exalta e louva), e diante da castração desenvolverá uma relação com o Outro na qual parte do narcisismo possa ser resguardada. Essa nova ordem da economia libidinal exibe-se em torno da formação do ideal do eu, como efeito do recalque. O ideal de eu representa agora o amor a si mesmo, anteriormente representado pelo eu ideal, ou seja, o sujeito abre mão de uma satisfação em troca de outra. Toews (2000) nos lembra que a criança entra nas relações interpessoais do complexo de Édipo com um sujeito narcisista que imagina seu próprio eu como primário do desejo e que associa esse eu com o órgão do prazer genital. A tarefa do momento edipiano, para Toews, passou a ser a de o sujeito direcionar a libido 7

8 de seu mesmo para os outros, das relações intra-subjetivas para as intersubjetivas e de se reconhecer como um sujeito no mundo de outros sujeitos. O eu ideal representa, pois um ponto essencial da economia libidinal, e todas as vezes que o sujeito se vê na vida de adulto em situações nas quais o narcisismo é muito ferido, ele busca recuperá-lo na forma do eu ideal. O ideal do eu desempenha uma função tipificadora no desejo do sujeito, e, encontrando-se ligado a toda a economia libidinal, é fundamental no enlaçamento do sujeito ao Outro. O ideal do eu corresponde no adulto, aos ideais a serem alcançados. Esses conceitos nos interessam, pois, conforme exposto, a passagem pelo Conplexo de Édipo determina a relação do sujeito com a lei. A passagem nos demonstra a importância da relação com o outro como estruturante do sujeito humano. Porém na contemporaneidade temos uma peculiaridade: o Outro da lei promete a realização plena e satisfatória do desejo. 4- Corpo, narcisismo e sociedade Koltai (2002) nos lembra que a conjuntura social contemporânea permite a crença na realização plena e satisfatória do desejo. Desta forma temos um esquecimento que a renúncia ao gozo é condição para se preservar o desejo. Assim o sujeito vai se instalando em um mundo no qual o sofrimento se torna intolerável. Inferimos a possibilidade que o os ideais a serem alcançados, o que é prometido, é o acesso direto e imediato ao objeto. Nas palavras de Koltai: os novos e sempre crescentes poderes da ciência levaram a confundir o deslocamento do limite do impossível com a evacuação do lugar do impossível, daí o risco de perda dos limites. Evacuar o lugar do impossível muda nossa relação com o tempo e com o espaço. O tempo, antes histórico, se torna agora, operatório, como o tempo da técnica, que só conhece o futuro. Um futuro que, no entanto, deixou de ser a atualização progressiva, difícil e arriscada de um potencial inscrito no passado e de um presente que decorre deste passado. (2002, p.38) 8

9 Neste trabalho pretendemos abordar como tais considerações se traduzem no campo da subjetividade. Mais especificamente na relação do sujeito com seu corpo. Roudinesco (2006) em sua obra discute o culto de si e as novas formas de sofrimento psíquico faz referências a uma cultura do narcisismo que põe em primeiro plano uma visão da sociedade fundada na superestimação da figura imaginária de um sujeito desprovido de sentido histórico, atemporal, sem passado nem futuro; limitado ao claustro de sua imagem no espelho. (p.51). Salientamos que diversos autores têm procurado apreender o sujeito no quadro da contemporaneidade. Lasch 4 (1983, 1986) em suas obras ressaltou o narcisismo e o consumismo como produtos de uma sociedade burguesa. Debord 5 (1997) formula a tese que não é simplesmente nossa cultura que se organiza na forma de espetáculo, mas que o próprio espetáculo enquanto prática social tornouse inteiramente apagado pela lógica do consumo. Esse autor define espetáculo como um apagamento dos limites do eu e do mundo pelo esmagamento do eu, que a presença-ausência do mundo assedia. Bauman 6 (1998), ao abordar o tema da pós modernidade constrói diversas reflexões acerca da sociedade pósmoderna enfatizando a universalização do medo ou das perdas derivadas da troca da ordem pela busca da liberdade. Esses autores consideram que nossa sociedade capitalista contemporânea caracteriza-se por uma exacerbação do hedonismo, ou seja, pelo aumento sem precedentes da busca incessante e imediata de prazeres individuais, tornados princípio e fim da vida moral. Apesar de essa ser uma definição aparentemente coerente com a autonomia, a liberdade e a felicidade amplamente difundidas nos dias atuais como sendo necessárias para todos os indivíduos da nossa sociedade, a psicanálise, por intermédio da perspectiva lacaniana vem a explicitar que, na realidade, o hedonismo é uma forma de apatia e que o correlato do individualismo 4 LASCH, C. O Mínimo Eu: Sobrevivência psíquica em tempos difíceis. São Paulo: Brasiliense, A cultura do Narcisismo: A vida americana numa era de esperanças em declínio 5 DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, BAUMAN, Z. O Mal-Estar na pós-modernidade Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora,

10 e da liberação desmedida dos costumes, tal como vem sendo promovidos nos últimos tempos, nada mais é do que o tédio Esses sintomas ditos contemporâneos são associados por alguns pensadores como resultantes do que eles chamam de uma inflação narcísica própria da nossa sociedade contemporânea Lasch, (1980,1983), Lipovetsky, 1983,1989) 7. No entanto, gostaríamos de ressaltar aqui que, se retomarmos rigorosamente a noção metapsicológica do conceito de narcisismo tal qual desenvolvido por Freud e retomado por Lacan, podemos perceber que o abandono à morte que, em última instância se encontra no horizonte desses chamados sintomas atuais, aproxima-se muito mais de uma degradação do eu do que de sua exaltação e/ou inflação. Sendo assim, o movimento em direção à morte e ao gozo mortífero propiciado pela relação com a droga nas toxicomanias e, em especial, nos casos de overdoses, parece caracterizar muito mais o triunfo da pulsão de morte em relação ao narcisismo e ao eu do que o contrário. Em âmbito nacional Pacheco Filho (2005) 8, considera que só faz sentido empregarmos o termo narcisista para referir-se ao sujeito da nossa cultura atual se não fizermos uso stricto sensu desse conceito psicanalítico, mas, muito pelo contrário, apenas se levarmos em consideração que a busca de ideais e modelos de perfeição pela via dos objetos de consumo tal como vemos na atualidade é respaldado pelo valor que os outros e a sociedade como um todo conferem aos mesmos. Isto nos permite dizer que no horizonte destes sintomas, também denominados de narcísicos ou contemporâneos, estão os outros e o Outro como orientador do ideal de eu e do eu ideal. Birman 9 (1999) aponta que vivemos em tempos de drástica transformação na sociedade. Essas mudanças afetam os modelos instituídos de subjetividade. Para o autor, a modernidade, em sua apresentação atual, impõe novas exigências para a subjetividade que deve ser permanentemente remodelada em função das transformações contínuas. O mundo adquire uma dimensão de infinitude, já que 7 LIPOVETSKY,G. A era do vazio: ensaio sobre o individualismo contemporâneo Lisboa:Relógio dágua, PACHECO FILHO, R. A.. O capitalismo neoliberal e seu sujeito. Mental: Revista de Saúde Mental e Subjetividade da UNIPAC, Barbacena (MG): UNIPAC, v. 3, n. 4, p , BIRMAN, J. Mal-Estar na atualidade. A psicanálise e as novas formas de subjetivação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

11 os rígidos traçados do mundo tradicional perdem suas linhas claras. Nesse quadro a insegurança e a angústia se multiplicam e o desamparo do sujeito se incrementa. Roudinesco (2006) faz referências ao mito de narciso ao caracterizar nossa sociedade como sem interdito e fascinada pelo poder ilimitado do eu. Narciso, segundo a autora, é aquele que não pode aceitar a velhice, nem a transmissão genealógica, nem a identificação com o sucesso do outro. Há cerca de vinte anos o culto de si e o cuidado terapêutico com o corpo tornaram-se os grandes modelos de organização da sociedade ocidental. Esse culto é acompanhado de vasta gama de terapias tais como sofrologia, grito primal, terapia das cores entre outras, além de um grande incremento de inscrições corporais. Quanto mais o chamado sonho americano prolifera por intermédio da unificação do mundo pela economia de mercado e pelas ilusões de uma universalidade enganadora, mais a afirmação narcísica se faz presente como uma tentativa do eu se diferenciar da massa. Marcamos aqui um paradoxo com uma semelhança significativa com a adolescência. O sujeito adolescente tem sua inserção na sociedade caracterizada pelo narcisismo e pelo consumo, como forma de se diferenciar da massa. Para se diferenciar da massa face imperativo atos cada vez mais arriscados. Estamos falando de um agir de alto risco ancorado no imaginário ali, onde ele toca o real, e não pode ser convertido em realidade e seu correlativo reconhecimento social. Aspecto semelhante é abordado por Bezerra Jr. (2002) que nos lembra que não é pequeno o desafio com o qual se confronta a psicanálise contemporânea: nascida a partir do evento da modernidade, como experiência relativa a uma interioridade conflituada, na busca de um sentido singular para sua existência, vêse hoje uma subjetividade exteriorizada, desprovida de introspecção e conflitos externos. Lembramos que nossa proposta é articular singular e coletivo. Lacan (1966/1998) explicita que o sujeito é marcado não somente por seus pais, mas também pelas representações sociais, bem como pela história. 11

12 Assim, acreditamos que as modificações corporais ou, nos termos de Fakir Musafar, jogos com o corpo está diretamente associada com a evacuação do lugar do impossível e com a conseqüente perda de limites. Pires (2005) ao comentar essas práticas denomina jogos corporais as intervenções que acontecem em rituais ou em performances que deixam registros no corpo do indivíduo que somente ele será capaz de entendê-las. Koltai (2002) nos lembra que a tecnociência mudou nossa relação com o tempo. A questão é importante para o sujeito que se posiciona entre dois limites: tempo e espaço. Desta forma, o indivíduo contemporâneo, libertado dos sistemas de coerção e inscrição nas instâncias dos deveres coletivos não suporta os entraves de suas possibilidades e quer tudo agora e já. Nesse contexto temos a negação da castração por parte do sujeito e aquilo que permite, como uma miragem ofertada pela tecnociência, uma sociedade marcada pelos implícitos do discurso da ciência. Dessa forma a gradação dos jogos com o corpo apresentada por Musafar, na nossa concepção, representa o que Koltai (2002) denomina de cumplicidade da tecnociência com a pulsão de morte. Interessante notar que as descrições do último e mais importante estágio dos jogos com o corpo tem-se a justificativa que o praticante deve ter o aprendizado corporal e até mesmo de ginástica como também possuir uma resistência à dor que depende do tipo de intervenção, da região onde será efetuada, do volume que ocupa e da quantidade de marcas no corpo. Nesse estágio inferimos que a negação da castração fica mais explícita, bem como a fuga do caráter decepcionante da ordem simbólica. Assim o sujeito contemporâneo passa a não distinguir as fatalidades modificáveis das inexoráveis. São homens capazes de desafiar a dor, a gravidade, sofrer perfurações sem que a conjectura da finitude e da morte estejam presentes. Referências: BEZERRA JR, B. O caso da interioridade e suas repercussões sobre a clínica. In PLASTINO, C.A Transgressões. Rio de Janeiro: Contra Capa,

13 BIRMAN, J. Ensaios de Teoria Psicanalítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,1993. COSTA, A Tatuagens e Marcas Corporais: atualizações do sagrado. São Paulo: Casa do Psicólogo, FERNANDES, M.H. Corpo São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003 FREUD, S. (1923) O ego e o id Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud Vol XIX Rio de Janeiro: Imago Editora, KOLTAI, C. Uma questão tão delicada... In Revista Psicologia Clínica. v.14, n.2, p.35-42, LACAN, J. (1953) Função e fala no campo da linguagem. In: Lacan J. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p LAZZARINI, E.R.; VIANA, T.Z O conceito psicanalítico de corpo ou, de que corpo se trata a psicanálise? Disponível em trabalhos/eliana_rigotto_lazzarini_%20e_terezinha_de_camargo_viana.pdf Acesso em 03/09/2007 PIRES,B.F. O corpo como suporte da arte: piercing, implante, escarificação, tatuagem. São Paulo:SENAC,2005. ROUDINESCO, E. A análise e o arquivo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, TOEWS, J.E. Ter e ser: A evolução da teoria de Édipo como fábula moral. In ROTH, S. (org.) Freud conflito e cultura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIA PSICANALÍTICA Deptº de Psicologia / Fafich - UFMG

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIA PSICANALÍTICA Deptº de Psicologia / Fafich - UFMG 1 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIA PSICANALÍTICA Deptº de Psicologia / Fafich - UFMG Disciplina: Conceitos Fundamentais A 1º sem. 2018 Ementa: O curso tem como principal objetivo o estudo de conceitos

Leia mais

12. SOCIEDADE DO ESPETÁCULO: A CRIANÇA COMO ALVO Aline Vaneli Pelizoni 1 Geovane dos Santos da Rocha 2 Michaella Carla Laurindo 3

12. SOCIEDADE DO ESPETÁCULO: A CRIANÇA COMO ALVO Aline Vaneli Pelizoni 1 Geovane dos Santos da Rocha 2 Michaella Carla Laurindo 3 12. SOCIEDADE DO ESPETÁCULO: A CRIANÇA COMO ALVO Aline Vaneli Pelizoni 1 Geovane dos Santos da Rocha 2 Michaella Carla Laurindo 3 As propagandas as quais somos expostos diariamente demonstram um mundo

Leia mais

Especulações sobre o amor

Especulações sobre o amor Especulações sobre o amor Janete Luiz Dócolas, Psicanalista O amor é um mistério que há muito tempo, talvez desde que fora percebido, os homens vem tentando compreender, descrever ou ao menos achar um

Leia mais

Um transtorno especial do amor na contemporaneidade: o consumo de drogas, a situação de rua e a posição da criança como objeto a.

Um transtorno especial do amor na contemporaneidade: o consumo de drogas, a situação de rua e a posição da criança como objeto a. 1 Um transtorno especial do amor na contemporaneidade: o consumo de drogas, a situação de rua e a posição da criança como objeto a. Adilson Pimentel Valentim (IBMR- Laureate Univerisities).Cláudia Henschel

Leia mais

FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009

FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009 FREUD E LACAN NA CLÍNICA DE 2009 APRESENTAÇÃO O Corpo de Formação em Psicanálise do Instituto da Psicanálise Lacaniana- IPLA trabalhará neste ano de 2009 a atualidade clínica dos quatro conceitos fundamentais

Leia mais

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NA CONTEMPORANEIDADE: UMA VISÃO PSICANALÍTICA

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NA CONTEMPORANEIDADE: UMA VISÃO PSICANALÍTICA O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NA CONTEMPORANEIDADE: UMA VISÃO PSICANALÍTICA Flávia Angelo Verceze (Discente do Curso de Pós Graduação em Clínica Psicanalítica da UEL, Londrina PR, Brasil; Silvia Nogueira

Leia mais

6 Referências bibliográficas

6 Referências bibliográficas 6 Referências bibliográficas BARROS, R. do R. O Sintoma enquanto contemporâneo. In: Latusa, n. 10. Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Psicanálise Seção Rio, 2005, p. 17-28. COTTET, S. Estudos clínicos.

Leia mais

A SEXUALIDADE INFANTIL E O DESEJO DO SABER

A SEXUALIDADE INFANTIL E O DESEJO DO SABER 1 A SEXUALIDADE INFANTIL E O DESEJO DO SABER Jacqueline Ferreira de Souza (1) Helena Maria Melo Dias (2) Kelvinn Modesto Carvalho Barbosa (3) 1Tribunal de Justiça do Estado do Amapá 2 Universidade do Estado

Leia mais

Amar demais: um destino inevitável na sexuação feminina?

Amar demais: um destino inevitável na sexuação feminina? 1 Amar demais: um destino inevitável na sexuação feminina? Este trabalho faz parte da mesa redonda intitulada Sexuação: amor, desejo e gozo na clínica psicanalítica, coordenada por Tania Coelho dos Santos,

Leia mais

Quando o inominável se manifesta no corpo: a psicossomática psicanalítica no contexto das relações objetais

Quando o inominável se manifesta no corpo: a psicossomática psicanalítica no contexto das relações objetais Apresentação em pôster Quando o inominável se manifesta no corpo: a psicossomática psicanalítica no contexto das relações objetais Bruno Quintino de Oliveira¹; Issa Damous²; 1.Discente-pesquisador do Deptº

Leia mais

6 Referências bibliográficas

6 Referências bibliográficas 78 6 Referências bibliográficas ALMEIDA PRADO, M. C. Uma Introdução aos Qüiproquós Conjugais. In: FÉRES CARNEIRO T. (org.). Relação Amorosa, Casamento, Separação e Terapia de Casal. Rio de Janeiro: Associação

Leia mais

5 Referências bibliográficas

5 Referências bibliográficas 82 5 Referências bibliográficas BAKER, L. R. Attitudes in Action. Separata de: LECLERC, A.; QUEIROZ, G.; WRIGLEY, M. B. Proceedings of the Third International Colloquium in Philosophy of Mind. Manuscrito

Leia mais

Sexualidade na infância. Suas etapas e definições

Sexualidade na infância. Suas etapas e definições Sexualidade na infância Suas etapas e definições Os estudos na área da sexualidade humana desenvolvidos por Sigmund Freud, evidenciam a necessidade de compreensão das diversas fases da construção da sexualidade

Leia mais

O OBJETO A E SUA CONSTRUÇÃO

O OBJETO A E SUA CONSTRUÇÃO O OBJETO A E SUA CONSTRUÇÃO 2016 Marcell Felipe Psicólogo clínico graduado pelo Centro Universitário Newont Paiva (MG). Pós graduado em Clínica Psicanalítica pela Pontifícia Católica de Minas Gerais (Brasil).

Leia mais

DESENVOLVIMENTO SEXUAL INFANTIL

DESENVOLVIMENTO SEXUAL INFANTIL DESENVOLVIMENTO SEXUAL INFANTIL 2016 Marcell Felipe Alves dos Santos Psicólogo clínico graduado pela Centro Universitário Newton Paiva (MG). Pós-graduado em Clínica Psicanalítica pela Pontifícia Católica

Leia mais

Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas 98 Referências Bibliográficas ALBERTI, S. Esse Sujeito Adolescente. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 1999. APOLINÁRIO, C. Acting out e passagem ao ato: entre o ato e a enunciação. In: Revista Marraio.

Leia mais

MULHERES MASTECTOMIZADAS: UM OLHAR PSICANALÍTICO. Sara Guimarães Nunes 1

MULHERES MASTECTOMIZADAS: UM OLHAR PSICANALÍTICO. Sara Guimarães Nunes 1 MULHERES MASTECTOMIZADAS: UM OLHAR PSICANALÍTICO Sara Guimarães Nunes 1 1. Aluna Especial do Mestrado em Psicologia 2016.1, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Tipo de Apresentação: Comunicação

Leia mais

O NÃO LUGAR DAS NÃO NEUROSES NA SAÚDE MENTAL

O NÃO LUGAR DAS NÃO NEUROSES NA SAÚDE MENTAL O NÃO LUGAR DAS NÃO NEUROSES NA SAÚDE MENTAL Letícia Tiemi Takuschi RESUMO: Percebe-se que existe nos equipamentos de saúde mental da rede pública uma dificuldade em diagnosticar e, por conseguinte, uma

Leia mais

O Édipo em Lacan. O uso perverso do falo imaginário no mundo contemporâneo

O Édipo em Lacan. O uso perverso do falo imaginário no mundo contemporâneo O Édipo em Lacan O uso perverso do falo imaginário no mundo contemporâneo CAMILA DENENO PEREZ São Paulo 2012 Ser completo não tem uma definição, ser completo compete a quem te diz completo. Ser completo

Leia mais

Psicanálise: as emoções nas organizações

Psicanálise: as emoções nas organizações Psicanálise: as emoções nas organizações Objetivo Apontar a importância das emoções no gerenciamento de pessoas Definir a teoria da psicanálise Descrever os niveis da vida mental Consciente Subconscinete

Leia mais

A política do sintoma na clínica da saúde mental: aplicações para o semblante-analista Paula Borsoi

A política do sintoma na clínica da saúde mental: aplicações para o semblante-analista Paula Borsoi Opção Lacaniana online nova série Ano 2 Número 5 Julho 2011 ISSN 2177-2673 na clínica da saúde mental: aplicações para o semblante-analista Paula Borsoi 1. A política e a clínica A saúde mental é definida

Leia mais

DO MAL-ESTAR NA CULTURA PARA O SOFRIMENTO NO CORPO. Tiago Ravanello 1. Flavia Milanez de Farias 2. Lindayane dos Santos Amorim de Sá 3

DO MAL-ESTAR NA CULTURA PARA O SOFRIMENTO NO CORPO. Tiago Ravanello 1. Flavia Milanez de Farias 2. Lindayane dos Santos Amorim de Sá 3 DO MAL-ESTAR NA CULTURA PARA O SOFRIMENTO NO CORPO Tiago Ravanello 1 Flavia Milanez de Farias 2 Lindayane dos Santos Amorim de Sá 3 RESUMO A partir do viés freudo-lacaniano, destacaremos como o discurso

Leia mais

AS DEPRESSÕES NA ATUALIDADE: UMA QUESTÃO CLÍNICA? OU DISCURSIVA?

AS DEPRESSÕES NA ATUALIDADE: UMA QUESTÃO CLÍNICA? OU DISCURSIVA? Anais do V Seminário dos Alunos dos Programas de Pós-Graduação do Instituto de Letras da UFF AS DEPRESSÕES NA ATUALIDADE: UMA QUESTÃO CLÍNICA? OU DISCURSIVA? Amanda Andrade Lima Mestrado/UFF Orientadora:

Leia mais

7 Referências Bibliográficas

7 Referências Bibliográficas 81 7 Referências Bibliográficas ARRIVÉ, M. Linguagem e psicanálise: lingüística e inconsciente. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1999. BAUMAN, Z. Vida líquida. (2009). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.

Leia mais

8. Referências bibliográficas

8. Referências bibliográficas 8. Referências bibliográficas ABRAM, J. (2000). A Linguagem de Winnicott. Revinter, Rio de Janeiro. ANDRADE, V. M. (2003). Um diálogo entre a psicanálise e a neurociência. Casa do Psicólogo, São Paulo.

Leia mais

Coordenador do Núcleo de Psicanálise e Medicina

Coordenador do Núcleo de Psicanálise e Medicina O corpo e os objetos (a) na clínica dos transtornos alimentares Lázaro Elias Rosa Coordenador do Núcleo de Psicanálise e Medicina Com este título, nomeamos o conjunto de nossos trabalhos, bem como o rumo

Leia mais

Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana

Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana PALAVRAS-CHAVE Análise da Psique Humana Sonhos Fantasias Esquecimento Interioridade A obra de Sigmund Freud (1856-1939): BASEADA EM: EXPERIÊNCIAS PESSOAIS

Leia mais

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2202D - Comunicação Social: Jornalismo. Ênfase. Disciplina A - Psicologia

Plano de Ensino. Identificação. Câmpus de Bauru. Curso 2202D - Comunicação Social: Jornalismo. Ênfase. Disciplina A - Psicologia Curso 2202D - Comunicação Social: Jornalismo Ênfase Identificação Disciplina 0003048A - Psicologia Docente(s) Érico Bruno Viana Campos Unidade Faculdade de Ciências Departamento Departamento de Psicologia

Leia mais

Referências bibliográficas

Referências bibliográficas Referências bibliográficas BARROS, R. Os Afetos na Psicanálise. In: Cadernos do Tempo Psicanalítico. Rio de Janeiro:SPID, 1999, volume 4, pp. 133-142. BEAUD, M. Arte da Tese.(1985) Rio de Janeiro: Bertrand

Leia mais

O pathos nosso de cada dia: psicanálise aplicada à saúde no trabalho

O pathos nosso de cada dia: psicanálise aplicada à saúde no trabalho O pathos nosso de cada dia: psicanálise aplicada à saúde no trabalho Jaqueline Ferreira Minha prática como psicanalista junto ao corpo técnico e/ou trabalhadores de uma empresa privada faz com que me valha,

Leia mais

Latusa digital ano 5 N 33 junho de 2008

Latusa digital ano 5 N 33 junho de 2008 Latusa digital ano 5 N 33 junho de 2008 Invasões bárbaras * Elza Marques Lisboa de Freitas Vanda Assumpção Almeida ** Um filme como obra de arte sempre oferece a possibilidade de algumas leituras. O meu

Leia mais

As Implicações do Co Leito entre Pais e Filhos para a Resolução do Complexo de Édipo. Sandra Freiberger

As Implicações do Co Leito entre Pais e Filhos para a Resolução do Complexo de Édipo. Sandra Freiberger As Implicações do Co Leito entre Pais e Filhos para a Resolução do Complexo de Édipo Sandra Freiberger Porto Alegre, 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE PSICOLOGIA CURSO: INTERVENÇÃO

Leia mais

O Fenômeno Psicossomático (FPS) não é o signo do amor 1

O Fenômeno Psicossomático (FPS) não é o signo do amor 1 O Fenômeno Psicossomático (FPS) não é o signo do amor 1 Joseane Garcia de S. Moraes 2 Na abertura do seminário 20, mais ainda, cujo título em francês é encore, que faz homofonia com en corps, em corpo,

Leia mais

Título : A concepção do corpo a partir da psicanálise

Título : A concepção do corpo a partir da psicanálise Autora: Lísia Maria Filgueiras Rodrigues Wheatley Nota curricular: Mestranda em Pesquisa e Clínica em Psicanálise, Universidade do Estado do Rio de janeiro, Instituto de Psicologia, Rio de janeiro; atualmente

Leia mais

O Efeito Depressivo Eduardo Mendes Ribeiro

O Efeito Depressivo Eduardo Mendes Ribeiro O Efeito Depressivo Eduardo Mendes Ribeiro As estatísticas médicas e farmacêuticas indicam que vivemos em tempos de depressão. Nada de novo nesta constatação. Entretanto, chama a atenção o fato de outras

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA VERSÃO CURRICULAR 2009/1 DISCIPLINA: Psicanálise I CÓDIGO: PSI

Leia mais

O LUGAR DO ANALISTA NA CONTEMPORANEIDADE: TEMPO E FORMAÇÃO

O LUGAR DO ANALISTA NA CONTEMPORANEIDADE: TEMPO E FORMAÇÃO O LUGAR DO ANALISTA NA CONTEMPORANEIDADE: TEMPO E FORMAÇÃO Leilyane Oliveira Araújo Masson A retomada dos textos clássicos freudianos se justifica por considerar que seus argumentos tratam de questões

Leia mais

A teoria das pulsões e a biologia. A descrição das origens da pulsão em Freud

A teoria das pulsões e a biologia. A descrição das origens da pulsão em Freud www.franklingoldgrub.com Édipo 3 x 4 - franklin goldgrub 6º Capítulo - (texto parcial) A teoria das pulsões e a biologia A descrição das origens da pulsão em Freud Ao empreender sua reflexão sobre a origem

Leia mais

Fonte: http://office.microsoft.com/pt-br/clipart

Fonte: http://office.microsoft.com/pt-br/clipart 11. Estágio personalismo (3 a 6 anos) A predominância funcional é AFETIVA (relações afetivas) e o conflito é de natureza endógena (centrípeta). Período de formação da personalidade, marcado por conflitos

Leia mais

O papel do corpo na contemporaneidade, as novas patologias e a escuta analítica.

O papel do corpo na contemporaneidade, as novas patologias e a escuta analítica. O papel do corpo na contemporaneidade, as novas patologias e a escuta analítica. Silvana Maria de Barros Santos Entre o século XVI a XIX, as transformações políticas, sociais, culturais e o advento da

Leia mais

O MASOQUISMO E O PROBLEMA ECONÔMICO EM FREUD. Esse trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de

O MASOQUISMO E O PROBLEMA ECONÔMICO EM FREUD. Esse trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de O MASOQUISMO E O PROBLEMA ECONÔMICO EM FREUD Mariana Rocha Lima Sonia Leite Esse trabalho é parte de uma pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de Pós Graduação em Psicanálise da UERJ, cujo objetivo

Leia mais

LIMITES NO DISCURSO PSICANALÍTICO NUM TRABALHO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO

LIMITES NO DISCURSO PSICANALÍTICO NUM TRABALHO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO LIMITES NO DISCURSO PSICANALÍTICO NUM TRABALHO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO VARGAS, Miriam Dias 1 - UNIFRA mikday@bol.com.br BUSS, Andréia Mello de 2 - UNIFRA deiabuss@yahoo.com.br

Leia mais

Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno

Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno Centro de Estudos Psicanalíticos - CEP Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno Laura Maria do Val Lanari Ciclo II, terça-feira à noite O presente trabalho tem por objetivo relatar as primeiras

Leia mais

II SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA Universidade Estadual de Maringá 28 a 30 de Novembro de 2012

II SEMINÁRIO DE PRÁTICA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA Universidade Estadual de Maringá 28 a 30 de Novembro de 2012 AS CONCEPÇÕES DE PSICÓLOGOS SOBRE ANGÚSTIA/ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA CLÍNICA Mayara Lúcia Embercics Calazans (Departamento de Psicologia,, Fundação Araucária, PIBIC); Paulo José

Leia mais

ALIENAÇÃO E SEPARAÇÃO. Mical Marcelino Margarete Pauletto Renata Costa

ALIENAÇÃO E SEPARAÇÃO. Mical Marcelino Margarete Pauletto Renata Costa ALIENAÇÃO E SEPARAÇÃO Mical Marcelino Margarete Pauletto Renata Costa Objetivo Investigar a Alienação e Separação, conceitos fundamentais para entender: CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO SUBJETIVIDADE EIXOS DE ORGANIZAÇÃO

Leia mais

PERÍODO EDIPIANO. Salomé Vieira Santos. Psicologia Dinâmica do Desenvolvimento

PERÍODO EDIPIANO. Salomé Vieira Santos. Psicologia Dinâmica do Desenvolvimento PERÍODO EDIPIANO Salomé Vieira Santos Psicologia Dinâmica do Desenvolvimento Março de 2017 Fases do Desenvolvimento Psicossexual Ao longo do desenvolvimento (bb-adolescente) ocorrem mudanças marcantes:

Leia mais

Sofrimento e dor no autismo: quem sente?

Sofrimento e dor no autismo: quem sente? Sofrimento e dor no autismo: quem sente? BORGES, Bianca Stoppa Universidade Veiga de Almeida-RJ biasborges@globo.com Resumo Este trabalho pretende discutir a relação do autista com seu corpo, frente à

Leia mais

O amor e a mulher. Segundo Lacan o papel do amor é precioso: Daniela Goulart Pestana

O amor e a mulher. Segundo Lacan o papel do amor é precioso: Daniela Goulart Pestana O amor e a mulher O que une os seres é o amor, o que os separa é a Sexualidade. Somente o Homem e A Mulher que podem unir-se acima de toda sexualidade são fortes. Antonin Artaud, 1937. Daniela Goulart

Leia mais

AUSÊNCIA PATERNA E O IMPACTO NA MENTE DA CRIANÇA. Psicanalista - Membro da CSP - ABENEPI RJ Especialista em Gestão Materno-Infantil

AUSÊNCIA PATERNA E O IMPACTO NA MENTE DA CRIANÇA. Psicanalista - Membro da CSP - ABENEPI RJ Especialista em Gestão Materno-Infantil AUSÊNCIA PATERNA E O IMPACTO NA MENTE DA CRIANÇA Maria Prisce Cleto Teles Chaves Psicanalista - Membro da CSP - ABENEPI RJ Especialista em Gestão Materno-Infantil pela FIOCRUZ Mestranda em Psicanálise,

Leia mais

Revista Especial de Educação Física Edição Digital nº. 2 2005 ENSAIO SOBRE A CRISE DE IDENTIDADE DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Revista Especial de Educação Física Edição Digital nº. 2 2005 ENSAIO SOBRE A CRISE DE IDENTIDADE DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA ENSAIO SOBRE A CRISE DE IDENTIDADE DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA Alene Sylvia Teixeira Balmaceda Universidade Federal de Uberlândia - astbalmaceda@yahoo.com.br Fernanda Finotti de Moraes Universidade

Leia mais

Freud e a Psicanálise

Freud e a Psicanálise Freud e a Psicanálise Doenças mentais eram originadas de certos fatos passados na infância dos indivíduos; Hipnose (para fazer com que seus pacientes narrassem fatos do seu tempo de criança); Hipnose:

Leia mais

Resumos. Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica

Resumos. Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica Inovação em psicanálise: rumos e perspectivas na contemporaneidade Quinta-feira 11/6 15h30-17h Mesa-redonda Filosofia e Psicanálise

Leia mais

Situação da Filosofia no Mundo Contemporâneo Alain Badiou (Conferência pronunciada na Universidade de São Carlos,1993)

Situação da Filosofia no Mundo Contemporâneo Alain Badiou (Conferência pronunciada na Universidade de São Carlos,1993) Situação da Filosofia no Mundo Contemporâneo Alain Badiou (Conferência pronunciada na Universidade de São Carlos,1993) Situação da Filosofia: herança conceitual da filosofia (SABER) Mundo Contemporâneo:

Leia mais

Fonoaudiologia e Psicanálise: Interlocuções Clínicas - Limites e Possibilidades

Fonoaudiologia e Psicanálise: Interlocuções Clínicas - Limites e Possibilidades Fonoaudiologia e Psicanálise: Interlocuções Clínicas - Limites e Possibilidades Christian Ingo Lenz Dunker 1. A Formação da Clínica Fonoaudiológica Fonoaudiologia e psicanálise são duas atividades que

Leia mais

Evolução genética e o desenvolvimento do psíquismo normal No iníco, o lactente encontra-se em um modo de fusão e de identificação a uma totalidade

Evolução genética e o desenvolvimento do psíquismo normal No iníco, o lactente encontra-se em um modo de fusão e de identificação a uma totalidade Estrutura Neurótica Evolução genética e o desenvolvimento do psíquismo normal No iníco, o lactente encontra-se em um modo de fusão e de identificação a uma totalidade fusional, em que não existe ainda

Leia mais

PSICANÁLISE: UM SOBREVÔO SOBRE A HISTÓRIA DE SIGMUND FREUD E DE SUAS IDÉIAS

PSICANÁLISE: UM SOBREVÔO SOBRE A HISTÓRIA DE SIGMUND FREUD E DE SUAS IDÉIAS 1 PSICANÁLISE: UM SOBREVÔO SOBRE A HISTÓRIA DE SIGMUND FREUD E DE SUAS IDÉIAS Sandra Mara Volpi 1856: Nasce Sigmund Freud, onde hoje localiza-se a Tchecoslováquia, em uma família de origem judaica em que

Leia mais

ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES

ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES 2014 Matheus Henrique de Souza Silva Psicólogo pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga-MG. Especializando em Clínica

Leia mais

A CONJUGALIDADE NA CONTEMPORANEIDADE 1

A CONJUGALIDADE NA CONTEMPORANEIDADE 1 A CONJUGALIDADE NA CONTEMPORANEIDADE 1 SILVEIRA, Tatiane, C 2 ; SILVA, Ticiane, R 3 ; SMEHA, Luciane, N 4 1 Trabalho de Pesquisa _UNIFRA 2 Acadêmica do curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano

Leia mais

A PULSÃO DE MORTE E AS PSICOPATOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS. sobre o tema ainda não se chegou a um consenso sobre a etiologia e os mecanismos psíquicos

A PULSÃO DE MORTE E AS PSICOPATOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS. sobre o tema ainda não se chegou a um consenso sobre a etiologia e os mecanismos psíquicos A PULSÃO DE MORTE E AS PSICOPATOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS Aldo Ivan Pereira Paiva As "Psicopatologias Contemporâneas, cujas patologias mais conhecidas são os distúrbios alimentares, a síndrome do pânico, os

Leia mais

Componente Curricular: Psicoterapia I Psicanálise Professor(a): Dalmir Lopes Período: 8º TURNO: Noturno Ano:

Componente Curricular: Psicoterapia I Psicanálise Professor(a): Dalmir Lopes Período: 8º TURNO: Noturno Ano: CRÉDITOS Componente Curricular: Psicoterapia I Psicanálise Professor(a): Dalmir Lopes Período: 8º TURNO: Noturno Ano: 2015.2 TOTAL DE AULAS(h/a) CARGA HORÁRIA ATIVIDADES EM ESPAÇOS DIVERSIFICADOS CARGA

Leia mais

a condição para o surgimento de um verdadeiro símbolo não é de natureza intelectual, mas afetiva. Ferenczi (1913) - Ontogenese dos Símbolos

a condição para o surgimento de um verdadeiro símbolo não é de natureza intelectual, mas afetiva. Ferenczi (1913) - Ontogenese dos Símbolos a condição para o surgimento de um verdadeiro símbolo não é de natureza intelectual, mas afetiva. Ferenczi (1913) - Ontogenese dos Símbolos APRESENTAÇÃO No mês de setembro deste ano de 2018 completaram-se

Leia mais

PSICOPATOLOGIA E NOVOS PARADIGMAS

PSICOPATOLOGIA E NOVOS PARADIGMAS AULA INAGURAL: MESTRADO / DOUTORADO EM PSICÁNALISE, FAMÍLIA E COMUNIDADE PSICOPATOLOGIA E NOVOS PARADIGMAS Dra.Blanca de Souza V.Morales blancmorales@yahoo.com.br PSICOPATOLOGIA O termo é de origem grega

Leia mais

Megalomania: amor a si mesmo Raquel Coelho Briggs de Albuquerque 1

Megalomania: amor a si mesmo Raquel Coelho Briggs de Albuquerque 1 Megalomania: amor a si mesmo Raquel Coelho Briggs de Albuquerque 1 Alfredo estava na casa dos 30 anos. Trabalhava com gesso. Era usuário de drogas: maconha e cocaína. Psicótico, contava casos persecutórios,

Leia mais

7. Referências Bibliográficas

7. Referências Bibliográficas 102 7. Referências Bibliográficas ANSERMET, François. Clínica da Origem: a criança entre a medicina e a psicanálise. [Opção Lacaniana n 02] Rio de Janeiro: Contra capa livraria, 2003. ARAÚJO, Marlenbe

Leia mais

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social O PAPEL DO OUTRO NA CONSTITUIÇÃO DO PSIQUISMO: UM ESTUDO A PARTIR DO CONCEITO DE IDENTIFICAÇÃO EM FREUD Sabryna Valéria de Almeida Santos* (PIBIC-FA, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de

Leia mais

6 Referências bibliográficas

6 Referências bibliográficas 6 Referências bibliográficas ABREU, T. Perversão generalizada. In: Agente: Revista digital de psicanálise da EBP-Bahia, n. 03. Salvador: EBP-Bahia, 2007. Disponível em: .

Leia mais

Segue o texto do Dr. Mário Sérgio Vasconcelos para o I Encontro Temático de Marília. Seguir o padrão dos textos anteriores.

Segue o texto do Dr. Mário Sérgio Vasconcelos para o I Encontro Temático de Marília. Seguir o padrão dos textos anteriores. Aprender a Fazer Produções Educacionais Curitiba, maio de 2007-05-23 Segue o texto do Dr. Mário Sérgio Vasconcelos para o I Encontro Temático de Marília. Seguir o padrão dos textos anteriores. Professor

Leia mais

O DISCURSO DA CIÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM O SUPEREU

O DISCURSO DA CIÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM O SUPEREU O DISCURSO DA CIÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM O SUPEREU Fabiana Mendes Pinheiro de Souza Psicóloga/UNESA Mestranda do Programa de pós-graduação em teoria psicanalítica/ufrj fabmps@gmail.com Resumo: Em 1920,

Leia mais

A CLÍNICA DO ENVELHECER (NOVOS OLHARES) Dorli Kamkhagi

A CLÍNICA DO ENVELHECER (NOVOS OLHARES) Dorli Kamkhagi A CLÍNICA DO ENVELHECER (NOVOS OLHARES) Dorli Kamkhagi Resumo: Esse trabalho tem como objetivo verificar por meio da bibliografia psicanalítica fundamentalmente na matriz teórica freudiana caminhando para

Leia mais

Um rastro no mundo: as voltas da demanda 1

Um rastro no mundo: as voltas da demanda 1 Um rastro no mundo: as voltas da demanda 1 Maria Lia Avelar da Fonte 2 1 Trabalho apresentado no Simpósio de Intersecção Psicanalítica do Brasil. Brasília, 2006. Trabalho Publicado no livro As identificações

Leia mais

PsicoDom, v.1, n.1, dez

PsicoDom, v.1, n.1, dez PsicoDom, v.1, n.1, dez. 2007 13 Resenha do livro Categorias Conceituais da Subjetividade Jorge Sesarino 1 Fabio Thá, conhecido nome da psicanálise em Curitiba, foi um dos pioneiros no estudo da obra de

Leia mais

Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014

Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014 Curso de Extensão: LEITURAS DIRIGIDAS DA OBRA DE JACQUES LACAN/2014 Prof. Dr. Mario Eduardo Costa Pereira PROGRAMA - Io. SEMESTRE Março/2014 14/03/2014 CONFERÊNCIA INAUGURAL : Contextualização do seminário

Leia mais

UM RASTRO NO MUNDO: AS VOLTAS DA DEMANDA 1 Maria Lia Avelar da Fonte 2

UM RASTRO NO MUNDO: AS VOLTAS DA DEMANDA 1 Maria Lia Avelar da Fonte 2 UM RASTRO NO MUNDO: AS VOLTAS DA DEMANDA 1 Maria Lia Avelar da Fonte 2 O tema da identificação é vasto, complexo e obscuro. Talvez por isso Lacan a ele se refira como a floresta da identificação. Embora

Leia mais

ISSN: O SINTOMA FALTA DE DESEJO EM UMA CONCEPÇÃO FREUDIANA

ISSN: O SINTOMA FALTA DE DESEJO EM UMA CONCEPÇÃO FREUDIANA O SINTOMA FALTA DE DESEJO EM UMA CONCEPÇÃO FREUDIANA Carla Cristiane de Oliveira Pinheiro * (UESB) Maria da Conceição Fonseca- Silva ** (UESB) RESUMO O objetivo deste artigo é avaliar a teoria Freudiana

Leia mais

PSICANÁLISE COM CRIANÇAS: TRANSFERÊNCIA E ENTRADA EM ANÁLISE. psicanálise com crianças, sustentam um tempo lógico, o tempo do inconsciente de fazer

PSICANÁLISE COM CRIANÇAS: TRANSFERÊNCIA E ENTRADA EM ANÁLISE. psicanálise com crianças, sustentam um tempo lógico, o tempo do inconsciente de fazer PSICANÁLISE COM CRIANÇAS: TRANSFERÊNCIA E ENTRADA EM ANÁLISE Pauleska Asevedo Nobrega Assim como na Psicanálise com adultos, as entrevistas preliminares na psicanálise com crianças, sustentam um tempo

Leia mais

Objetivos e relevância da pesquisa Discussão

Objetivos e relevância da pesquisa Discussão 10º Colóquio de Moda 7ª Edição Internacional 1º Congresso Brasileiro de Iniciação Científica em Design e Moda 2014 BODY ART: UM OLHAR POÉTICO SOBRE ESSES TRÂNSITOS CONTEMPORÂNEOS Body art: a poetic look

Leia mais

Drogas no sócio educativo: um alívio para a internação

Drogas no sócio educativo: um alívio para a internação Drogas no sócio educativo: um alívio para a internação Robson Duarte 1 Este trabalho destina-se a abordar um aspecto do uso de drogas por parte de adolescentes cumprindo medida sócio educativa de privação

Leia mais

Escritores Criativos E Devaneio (1908), vol. IX. Fantasias Histéricas E Sua Relação Com A Bissexualidade (1908), vol. IX. Moral Sexual Civilizada E

Escritores Criativos E Devaneio (1908), vol. IX. Fantasias Histéricas E Sua Relação Com A Bissexualidade (1908), vol. IX. Moral Sexual Civilizada E 6 Bibliografia ANDRÉ, S., A Impostura Perversa, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 1995. BROUSSE, M. H., A Fórmula do Fantasma? $ a, in Lacan, organizado por: Gérard Miller, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed.,

Leia mais

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E CURSO: MESTRADO PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E CURSO: MESTRADO PROGRAMA DE DISCIPLINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM CURSO: MESTRADO PROGRAMA DE DISCIPLINA DISCIPLINA: PDA00021 - Desenvolvimento Psicossexual e Constituição da Personalidade na Abordagem

Leia mais

LATINOAMERICANA DE PSICOPATOLOGIA. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, v. 11, n. 4, p , dezembro 2008

LATINOAMERICANA DE PSICOPATOLOGIA. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, v. 11, n. 4, p , dezembro 2008 Narcisismos Oscar M. Miguelez São Paulo: Escuta, 2007, 156 págs. João Ezequiel Grecco 688 Os escritos de Freud conferiram amplas dimensões e profundidade à psicanálise. É inegável que a forma, o estilo

Leia mais

Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental

Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental Clínica Psicanalítica e Ambulatório de Saúde Mental Trabalho apresentado na IV Jornada de Saúde Mental e Psicanálise na PUCPR em 21/11/2009. A prática da psicanálise em ambulatório de saúde mental pode

Leia mais

ATIVIDADE DOCENTE: UMA ANÁLISE DOS SENTIDOS E SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS POR UM/A PROFESSOR/A DA REDE PÚBLICA DE ALAGOAS

ATIVIDADE DOCENTE: UMA ANÁLISE DOS SENTIDOS E SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS POR UM/A PROFESSOR/A DA REDE PÚBLICA DE ALAGOAS ATIVIDADE DOCENTE: UMA ANÁLISE DOS SENTIDOS E SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS POR UM/A PROFESSOR/A DA REDE PÚBLICA DE ALAGOAS Elaine de Holanda Rosário - Universidade Federal de Alagoas (UFAL/CEDU) Elainerosarioholanda@yahoo.com.br

Leia mais

MASCULINIDADES E FEMINILIDADES NO MUNDO EMPRESARIAL. A RIQUEZA DA ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DE GÊNERO E PARENTESCO NO LIVRO JÓIAS DE FAMÍLIA.

MASCULINIDADES E FEMINILIDADES NO MUNDO EMPRESARIAL. A RIQUEZA DA ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DE GÊNERO E PARENTESCO NO LIVRO JÓIAS DE FAMÍLIA. MASCULINIDADES E FEMINILIDADES NO MUNDO EMPRESARIAL. A RIQUEZA DA ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DE GÊNERO E PARENTESCO NO LIVRO JÓIAS DE FAMÍLIA. Moisés Lopes 79 Uma das lições mais básicas, e que inclusive pode

Leia mais

Escola Secundária de Carregal do Sal

Escola Secundária de Carregal do Sal Escola Secundária de Carregal do Sal Área de Projecto 2006\2007 Sigmund Freud 1 2 Sigmund Freud 1856-----------------Nasceu em Freiberg 1881-----------------Licenciatura em Medicina 1885-----------------Estuda

Leia mais

8 Referências bibliográficas

8 Referências bibliográficas 8 Referências bibliográficas ANDRÉ, S. A impostura perversa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995. BARANDE, R. Poderemos nós não ser perversos? Psicanalistas, ainda mais um esforço. In: M UZAN, M. et al.

Leia mais

e correto. O título deste ensaio de Freud, tal como traduzido pela Imago Editora, seria Inibições, sintomas e ansiedade.

e correto. O título deste ensaio de Freud, tal como traduzido pela Imago Editora, seria Inibições, sintomas e ansiedade. Introdução Desde os primeiros momentos de minha incursão pela pesquisa sobre o trauma psíquico, alguns eixos temáticos se mostraram pertinentes. São eles: 1. o trauma e a sexualidade; 2. o trauma e o só

Leia mais

6 Referências bibliográficas

6 Referências bibliográficas 6 Referências bibliográficas ANZIEU, D. O Eu-Pele. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1988.. O Pensar do Eu-Pele ao Eu-Pensante. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. AULAGNIER, P. A Violência da Interpretação

Leia mais

Sociedade Psicanalítica de Angra dos Reis Rio de Janeiro

Sociedade Psicanalítica de Angra dos Reis Rio de Janeiro Uma Abordagem Psicanalítica da CID-10 da Organização Mundial de Saúde, de F00 a F99. CID - Classificação Internacional de Doenças TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS I. Objetivos do curso: Conhecer a

Leia mais

Modernidade Tardia: Mentalidade individualista e seus impactos na subjetividade. Os desafios de hoje

Modernidade Tardia: Mentalidade individualista e seus impactos na subjetividade. Os desafios de hoje Modernidade Tardia: Mentalidade individualista e seus impactos na subjetividade. Os desafios de hoje Como vive e pensa o jovem que chega à Universidade Estrutura da Exposição I ANÁLISE FENOMENOLÓGICA DA

Leia mais

Revista da ATO escola de psicanálise Belo Horizonte A economia pulsional, o gozo e a sua lógica Ano 4, n.4 p ISSN:

Revista da ATO escola de psicanálise Belo Horizonte A economia pulsional, o gozo e a sua lógica Ano 4, n.4 p ISSN: Revista da ATO escola de psicanálise Belo Horizonte A economia pulsional, o gozo e a sua lógica Ano 4, n.4 p. 1-152 2018 ISSN: 23594063 Copyrigtht 2018 by ATO - escola de psicanálise Comissão da Revista

Leia mais

A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE DA CRIANÇA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA 1

A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE DA CRIANÇA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA 1 A CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE DA CRIANÇA: UMA REFLEXÃO SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA 1 Sirlane de Jesus Damasceno Ramos Mestranda Programa de Pós-graduação Educação Cultura e Linguagem PPGEDUC/UFPA.

Leia mais

Psicanálise e Saúde Mental

Psicanálise e Saúde Mental Psicanálise e Saúde Mental Pós-graduação Lato Sensu em Psicanálise e Saúde Mental Coordenação: Drª Aparecida Rosângela Silveira Duração: 15 meses Titulação: Especialista em Psicanálise e Saúde Mental Modalidade:

Leia mais

Instituto Trianon de Psicanálise

Instituto Trianon de Psicanálise Instituto Trianon de Psicanálise CLaP Centro Lacaniano de Pesquisa em Psicanálise Aula de 22.09.2009 Estádio do Espelho e Esquema Óptico Antonia Claudete Amaral Livramento Prado O corpo e o psíquico em

Leia mais

SUBLIMAÇÃO EM RELAÇÃO À TROCA DE OBJETO. Freud (1915/1974), em um de seus mais importantes artigos metapsicológicos - A pulsão e

SUBLIMAÇÃO EM RELAÇÃO À TROCA DE OBJETO. Freud (1915/1974), em um de seus mais importantes artigos metapsicológicos - A pulsão e SUBLIMAÇÃO EM RELAÇÃO À TROCA DE OBJETO Maria Pompéia Gomes Pires Freud (1915/1974), em um de seus mais importantes artigos metapsicológicos - A pulsão e os destinos da pulsão - registra a sublimação como

Leia mais

A QUESTÂO DO EU, A ANGÚSTIA E A CONSTITUIÇÃO DA REALIDADE PARA A PSICANÁLISE 1

A QUESTÂO DO EU, A ANGÚSTIA E A CONSTITUIÇÃO DA REALIDADE PARA A PSICANÁLISE 1 A QUESTÂO DO EU, A ANGÚSTIA E A CONSTITUIÇÃO DA REALIDADE PARA A PSICANÁLISE 1 Joana Souza Mestranda do Programa de Pós-graduação em Psicanálise da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialização

Leia mais

O estatuto do corpo no transexualismo

O estatuto do corpo no transexualismo O estatuto do corpo no transexualismo Doris Rinaldi 1 Lacan, no Seminário sobre Joyce, assinala a estranheza que marca a relação do homem com o próprio corpo, relação essa que é da ordem do ter e não do

Leia mais

AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA ESCOLA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA ESCOLA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA ESCOLA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Introdução MIRTES APARECIDA ALMEIDA SOUSA Universidade Federal de Campina Grande Quando as crianças chegam à escola dos anos iniciais

Leia mais

CLÍNICA, TRANSFERÊNCIA E O DESEJO DO ANALISTA 1 CLINIC, TRANSFERENCE AND DESIRE OF THE ANALYST. Fernanda Correa 2

CLÍNICA, TRANSFERÊNCIA E O DESEJO DO ANALISTA 1 CLINIC, TRANSFERENCE AND DESIRE OF THE ANALYST. Fernanda Correa 2 CLÍNICA, TRANSFERÊNCIA E O DESEJO DO ANALISTA 1 CLINIC, TRANSFERENCE AND DESIRE OF THE ANALYST Fernanda Correa 2 1 Monografia de Conclusão do Curso de Graduação em Psicologia 2 Aluna do Curso de Graduação

Leia mais

Promoção e proteção dos direitos das crianças. A utilidade de critérios, ou pilares concetuais, é

Promoção e proteção dos direitos das crianças. A utilidade de critérios, ou pilares concetuais, é A utilidade de critérios, ou pilares concetuais, é inquestionável para enquadrar as ações de proteção e cuidados à infância. Os profissionais devem partilhar conceitos básicos, que os ajudem a identificar

Leia mais