Revista Piauiense de Saúde Northeast Brazilian Health Journal ISSN

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1 BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA BI - POLAR MÃO - MÃO E DOBRAS CUTÂNEAS NA AVALIAÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA DE POLICIAIS MILITARES DO RONDA CIDADÃO - PI. BIOELECTRICAL IMPEDANCE BIPOLAR HAND-HAND AND SKINFOLDS IN ASSESSING BODY FATO F MILITARY POLICE RONDA CIDADÃO PI Venicio de Sousa Reis Júnior¹; Esp. Ricardo Basílio de Oliveira Caland²; Msc. Sérvulo Fernando Costa Lima² ¹venicioju@hotmail.com, ²IFPI, Praça da Liberdade, nº. 1597, (86) , ricardobasiliocaland@hotmail.com. IFPI, Praça da Liberdade, nº. 1597, (86) , servulo_fernandolima@hotmail.com RESUMO Existem diversos métodos para a estimativa do percentual de corporal, dentre as técnicas mais utilizadas atualmente, destacam-se as dobras cutâneas e a bioimpedância elétrica. O objetivo deste estudo foi comparar o percentual de gordura corporal analisada através da bioimpedância e pelas dobras cutâneas em policiais militares de ambos os sexos do Ronda Cidadão, companhia da Zona Leste na Cidade de Teresina - PI. A amostra foi composta por 20 (vinte) policiais, sendo 16 (dezesseis) do sexo masculino e 04 (quatro) do sexo feminino no qual, para a determinação da gordura corporal por bioimpedância elétrica bi polar (mão mão) foi utilizado o monitor digital de gordura corporal, modelo: EF 201 e para a aferição das dobras cutâneas foi utilizado o protocolo de Guedes (1994), de 3 dobras no qual nos homens foram mensuradas as dobras do tríceps, suprailíaca e abdominal e nas mulheres subescapular, supra-ilíaca e coxa, foi utilizado o adipômetro científico digital da marca Prime vision. Foram encontradas diferenças variáveis entre os resultados e não foi possível determinar um padrão ou valor constante, quando analisadas pessoa a pessoa. Ao analisamos os grupos com um todo, obtivemos diferenças na média e desvio padrão, contudo, obtivemos correlação moderada entre os homens e forte correlação entre as mulheres. De acordo com os resultados encontrados e com a bibliografia consultada, é válido utilizar para estimar a gordura corporal tanto o método de bioimpedância elétrica, como o de dobras cutâneas devendo para tanto, eleger apenas um dos métodos quando o objetivo for uma avaliação periódica e contínua de uma pessoa ou de um grupo. Palavras-chave: dobras cutâneas Percentual de gordura, bioimpedância, ABSTRACT There are several methods for estimating the percentage of body, among the techniques used nowadays, there are the skinfolds and bioelectrical impedance. The objective of this study was to compare the percentage of body fat assessed by bioelectrical impedance and skin fold inthe military police of both sexes of the Round Citizen, East Zone Company in the city ofteresina - PI.A sample was composed of twenty (20) police, 16 (sixteen) were male and 04 (four) female in which, for the determination of body fat by bioelectrical impedance bi-polar(hand - hand) was used digital body fat monitor, model: EF 201 and to measure skinfoldprotocol was used by Guedes (1994), 3 fold in which men were measured in the folds of thetriceps, suprailiac and abdominal and women subscapular, suprailiac and thigh, was used theskinfold scientific digital brand vision Prime. Differen ces were found between variables andthe results could not determine a pattern or constant value, when analyzed from person to person. When analyzing the groups as a whole, we found differences in the mean and standard deviation, however, we found a moderate correlation between the strong correlation betweenmen and women. According to the results and the literature reviewed, it is valid to use for estimating body fat both the bioelectrical impedance method, such as skin folds should to do so, choose one of the methods when the goal is a periodic assessment and continuous a person or a group. Key Words: Percentage of fat, bioelectrical impedance, skinfold INTRODUÇÃO A avaliação da composição corporal quantifica os principais componentes do organismo humano sendo eles: ossos, musculatura e gordura corporal (VIEBIG e NACIF, 2007).

2 Segundo Heyward (2004), para classificar os níveis de gordura corporal, utiliza-se a gordura corporal relativa (%GC), onde os valores de gordura mínimos, médios e de obesidade variam com a idade, com o sexo e com o nível de atividade. Por exemplo, os valores médios de %GC para adultos (18 a 34 anos) são de 13% para homens e de 28% para mulheres, os valores mínimos de gordura são de 8 e 20%, respectivamente; e o padrão para obesidade é de > 22% de GC para homens e > 35% para mulheres. Ainda de acordo com Heyward (2004), as medidas de composição corporal, além de classificar o percentual de gordura corporal e o risco de doenças dos clientes, servem para: estimar o peso corporal saudável; formular recomendações nutricionais; prescrições de exercícios físicos; estimar o peso corporal competitivo para atletas; monitorizar o crescimento de crianças e adolescentes e identificar aqueles em risco devido à gordura abaixo ou acima do recomendado; avaliar mudanças na composição corporal associadas com envelhecimento, subnutrição e certas doenças. Dentre as várias formas de avaliação da composição corporal, a bioimpedância elétrica baseia-se no fato de que os tecidos com elevados conteúdo de água e de eletrólitos apresentam elevada capacidade de condução elétrica, ao passo de que os tecidos com baixas concentrações de água apresentam alta resistência à passagem de corrente (MCARDLE, 2003). A bioimpedância é uma técnica que apresenta algumas vantagens, tais como: o equipamento é portátil facilitando o seu deslocamento para estudo de campo, a sua leitura é facilmente identificada pelos observadores, os pontos anatômicos para a colocação dos eletrodos são facilmente identificáveis e pode ser realizada em poucos minutos (GUIMARÃES & NETO, 2001). Outra forma de avaliação da composição corporal é através da mensuração de dobras cutâneas que tem como fundamento a relação entre a gordura localizada nos depósitos diretamente debaixo da pele e a gordura interna relacionada com a densidade corporal (MCARDLE, 1998). Segundo Rocha (2000), a medida das dobras cutâneas é uma maneira de se estimar a quantidade de gordura do indivíduo, o que favorece certa diferenciação entre pessoas atléticas, normais e obesas. Além disso, este método apresenta simplicidade de medida, associada à sua rápida tomada e ao seu baixo custo. O Ronda Cidadão é um novo modelo de policiamento adotado pela Polícia Militar que faz patrulhamento 24 horas, buscando combater a incidência de roubos e assaltos na capital e crimes contra o patrimônio. O presente estudo teve como objetivo realizar um estudo comparativo do percentual de gordura corporal, utilizando a bioimpedância elétrica bi - polar Mão - Mão e as dobras cutâneas em policiais militares do Ronda Cidadão- PI. REFERENCIAL TEÓRICO Composição Corporal A composição corporal é um componente-chave do perfil de saúde e de aptidão física do indivíduo. A obesidade é um problema sério de saúde e reduz a expectativa de vida pelo aumento do risco de desenvolver doença arterial coronariana, hipertensão, diabete tipo II, doença pulmonar obstrutiva, osteoartrite e certos tipos de câncer. Falta de gordura corporal também representa risco à saúde, pois o corpo necessita de certa quantidade para as funções fisiológicas normais (HEYWARD, 2004). O interesse em medir a quantidade dos diferentes componentes do corpo humano iniciou no século XIX e aumentou no final do século XX devido à associação do excesso de gordura corporal com o aumento do risco em desenvolver doenças do tipo arterial coronariana, hipertensão, diabetes tipo II, pulmonar obstrutiva, osteoartrite e certos tipos de câncer (HEYWARD & STOLARCZYL, 2000). O crescente interesse pela avaliação da composição corporal tem atraído a atenção de pesquisadores e profissionais de diferentes áreas do conhecimento biológico, o que tem favorecido o desenvolvimento de novos conceitos e de recursos tecnológicos que oferecem cada vez maior precisão e exatidão na determinação e na interpretação de seus componentes (PINTO & GUEDES,2006). Segundo Silva (2006), os aspectos relacionados à saúde sugerem uma proporção de diferentes componentes corporais (músculos, ossos e gordura). É consenso que um elevado percentual de gordura tecido que mais varia entre os componentes está relacionado a uma diminuição da qualidade de vida. Da mesma forma, valores exageradamente baixos de gordura, também, representam risco à saúde individual, uma vez que tal componente tem funções importantes no organismo: meio de transporte das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Observando tal relação entre quantidade de gordura corporal e estado de saúde, verifica-se a necessidade de utilização

3 de métodos que possam avaliar com validade a quantidade deste componente em relação à massa corporal total. Nesse sentido, a importância da avaliação da composição corporal deve-se ao fato de a massa corporal isoladamente não poder ser considerada um bom parâmetro para a identificação do excesso ou da carência dos diferentes componentes corporais (massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual), ou ainda das alterações nas quantidades proporcionais desses componentes em decorrência de um programa de exercícios físicos e /ou dieta alimentar. (SILVA, 2006). Segundo Fernandes (1999), atualmente, a quantidade de gordura corporal tem sido determinada, de forma indireta, através da espessura do tecido subcutâneo, da pesagem hidrostática, do ultra-som, da bioimpedância, do raio x, e, em poucos casos, por rádio isótopos. Ainda segundo Fernandes (1999), o método ideal deve ser relativamente barato, e que forneça pouco incômodo ao avaliado; deve ser operado por técnicos capazes e render resultados altamente acurados e reprodutíveis. Para isso, devemos ter um conhecimento profundo da metodologia da técnica escolhida e dos critérios de autenticidade científica (validade, confiança e objetividade). Para avaliar a composição corporal em situações de campo, podem-se aplicar métodos mais práticos para estimar a composição corporal do cliente. As escolhas incluem impedância bioelétrica, dobras cutâneas e outros tipos de equações de estimativa antropométricas. (HEYWARD, 2004). Bioimpedância Elétrica A análise de impedância bioelétrica (BIA) é um método rápido, não invasivo e relativamente barato para avaliar a composição corporal em situações de campo. Esse método consiste em passar uma corrente elétrica de baixo nível pelo corpo do cliente, e a impedância (Z) ou oposição ao fluxo da corrente é medida com um analisador de BIA. Pode-se estimar a água corporal total (ACT) do indivíduo a partir da medição de impedância, porque os eletrólitos contidos na água corporal são excelentes condutores de corrente elétrica. Quando o volume de ACT é grande, a corrente flui com mais facilidade através do corpo com resistência menor (R). A resistência ao fluxo da corrente é maior em indivíduos com grandes quantidades de gordura corporal, visto que o tecido adiposo, com seu conteúdo de água relativamente baixo, é um mau condutor de corrente elétrica. (HEYWARD, 2004). De acordo com Deurenberg (1990), Bioimpedância elétrica é a oposição oferecida por um circuito elétrico a uma corrente alternada é denominada impedância (Z). No caso das estruturas biológicas, a impedância é composta por três elementos: (a) A resistência (R), apresentada pelos próprios tecidos à condução da corrente elétrica; (b) A reactância (Xc) ou oposição adicional, causada pela capacidade de isolamento à passagem da corrente elétrica apresentada pelas membranas celulares e pelos tecidos não-iônticos; e (c) O ângulo de fase o equivalente à relação geométrica entre a resistência e a reactância em circuitos elétricos em série ou em paralelo. A técnica da bioimpedância elétrica produz informações sobe a impedância que o corpo humano oferece à condução de uma corrente elétrica, expressa pela relação: Z= R2 + Xc2 A resistência de certa substância é proporcional à variação da voltagem de uma corrente elétrica a ela aplicada. Desta forma os componentes corporais oferecem resistência diferenciada à passagem da corrente elétrica, os tecidos magros são altamente condutores, por conterem grande quantidade de água e eletrólitos e representam um meio de baixa resistência elétrica. Já a gordura e os ossos são maus condutores ou meios de alta resistência, com pouca quantidade de água e eletrólitos (COSTA, 2001). O nível de hidratação do indivíduo modifica a exatidão da análise da bioimpedância, pois tanto a desidratação como a hiperidratação alteram as concentrações eletrolíticas normais no corpo, afetando o fluxo da corrente, independente das reais alterações da gordura corporal. Ou seja, a diminuição na quantidade de água corporal reduz a medida da impedância, de forma a produzir um percentual de gordura mais baixo, à medida que, uma hiperidratação produz valores elevados da impedância, aumentando assim a quantidade de gordura corporal (MCARDLE, KATCH & KATCH, 1998). O método da bioimpedância é muito sensível às variações do estado do avaliado. A alimentação, cafeína, álcool, diuréticos, temperatura corporal, variações no ciclo menstrual e a atividade física, alteram os níveis de água corporal do indivíduo, influenciando nos valores de massa magra, e demais componentes derivados dessa variável. Outros fatores como nefropatias, hepatopatias e diabetes, podem influenciar também no resultado obtido (CARVALHO, 1998; COSTA, 1999).

4 Dobras Cutâneas Segundo Petroski (1995), outro método de avaliar a composição corporal é o das dobras cutâneas que consiste em medir a espessura do tecido adiposo subcutâneo em diversas regiões do corpo como tríceps, bíceps, subescapular, abdominal, supra-ilíaca, coxa e panturrilha, dentre outras. O mesmo baseia-se no fato de que existe uma proporção constante entre a gordura subcutânea e a gordura total. A grande vantagem da utilização das medidas de espessura das dobras cutâneas reside no fato de que, além de se obterem informações com relação às estimativas da quantidade de gordura corporal, torna-se possível conhecer o padrão de distribuição do tecido adiposo subcutâneo pelas diferentes regiões anatômicas. Desse modo, considerando a existência de fortes evidências de que nem sempre todos os depósitos de tecido adiposo subcutâneo são semelhantes na plasticidade e na contribuição para o risco de saúde associado ao excesso de gordura corporal, o método e espessura das dobras cutâneas caracteriza-se como um dos procedimentos mais importantes na avaliação da composição corporal. (PETROSKI, 1995). A dobra cutânea é uma boa medida da gordura subcutânea, pesquisas demonstram que a gordura subcutânea, avaliada pelas medições de dobras cutâneas em 12 locais, é similar ao valor obtido a partir de imagens de ressonância magnética (HAYES, 1998). A medida das dobras cutâneas é uma maneira de se estimar a quantidade de gordura do indivíduo, o que favorece certa diferenciação entre pessoas atléticas, normais e obesas. Além disso, este método apresenta simplicidade de medida, associada à sua rápida tomada e ao seu baixo custo (ROCHA, 2000). Segundo Lohman (1981), pressupõe-se que cerca de um terço da gordura total está localizada subcutaneamente entre homens e mulheres. Como existe uma relação entre gordura subcutânea e gordura corporal total, o somatório de várias dobras cutâneas pode estimar a gordura corporal total, pesquisas estabeleceram que a espessura da dobra cutânea em múltiplos locais mede um fator comum de gordura corporal. As dobras cutâneas são medidas no hemicorpo direito com o indivíduo em pé, por meio de aparelhos denominados espessímetros ou plicômetros. Para a validade das mesmas, não devem ser realizadas as medidas após atividade física. As dobras devem ser tomadas com os dedos polegar e indicador, o plicômetro deve ser colocado perpendicular ao eixo da dobra, cuidando para não incluir tecido muscular e não soltar a dobra enquanto não realizar a leitura (ROCHA, 2000). Atribui-se a variabilidade em medidas de dobras cutâneas em indivíduos não apenas à diferença na quantidade de gordura subcutânea no local, mas também a diferença na espessura da pele, compressibilidade do tecido adiposo, manuseio e nível de hidratação. Devido a essa variabilidade deve-se executar três medidas não consecutivas de cada dobra escolhida, ou seja, a cada medida soltar a pele pinçada, anotar a medida e repetir a operação. Também é importante contar com um anotador, a fim de evitar a influência do avaliado sobre as medidas (COSTA, 2001). Ainda de acordo com Costa (2001), quando ocorre uma diferença maior que 5% entre a menor e a maior medida, deve-se realizar uma nova série de medidas. Além desse cuidado, recomenda-se utilizar a mediana das três medidas obtidas num mesmo local, eliminando assim os valores extremos. As equações de predição de dobras cutâneas devem ser selecionadas baseadas em idade, sexo, etnia e nível de atividade física (HEYWARD & STOLARCZYK, 2000). METODOLOGIA Estudo Este estudo foi realizado através de uma pesquisa descritiva, de campo com abordagem quantitativa. No qual, foram avaliados policiais militares do grupamento Ronda Cidadão na cidade de Teresina no Piauí. Para o calculo das fórmulas, a análise estatística e a confecção dos gráficos, utilizou-se o programa Microsoft Office Excel População A população do estudo foi composta por militares de ambos os sexos do Ronda Cidadão, companhia da Zona Leste na Cidade de Teresina - PI, que é composta por 09(nove) módulos de viatura, onde cada módulo contém 08 (oito) policiais militares, revezando o turno no policiamento e as terças e quintas são disponíveis 03 (três) horas no turno da manhã para a prática de atividades físicas. Amostra A amostra foi intencional e foi composta por 20 (vinte) policiais militares, sendo 16 (dezesseis) do sexo masculino e 04(quatro) do sexo feminino com média de idade de 26,5 anos, sendo a idade mínina 18 anos e a máxima 35 anos,

5 que trabalham no Ronda Cidadão companhia da Zona Leste na Cidade de Teresina - PI. Instrumentos de coleta de dados Peso e Estatura O peso corporal e a estatura foram aferidos em uma balança eletrônica digital portátil, que possui um estadiômetro digital com medidor de altura por ultrasom e infravermelho, com capacidade de 150 kg (quilogramas) e sensibilidade de 100 (gramas), da marca Wiso, modelo W721. A leitura do peso e da estatura realizou-se, diretamente no visor da balança. Percentual de gordura por bioimpedância Para determinação da gordura corporal por bioimpedância elétrica bi-polar (mão mão), foi utilizado o monitor digital de gordura corporal, modelo: EF 201, que utiliza uma fraca e imperceptível corrente elétrica pelo corpo. O botão "on/set" foi acionado para ligar o monitor e os dados do avaliado foram inseridos no aparelho como sexo, idade, peso, estatura. O avaliado foi orientado a segurar o monitor na frente do seu peito com a mão seca e limpa, logo em seguida o avaliador pressionou o botão "START", o aparelho mostra na tela a taxa de gordura ("BF"), seguida pela taxa de hidratação ("BW"). Logo em seguida a tela mostra alternadamente as 2 taxas por 5 vezes e então desliga automaticamente. Para a utilização da bioimpedância elétrica, adotou-se o protocolo estabelecido por Lukaski (1985) onde os avaliados deveriam apresentar as seguintes condições: estar em jejum de 4 horas, não ter consumido bebida alcoólica 48 horas antes, não ter praticado atividade física extenuante 24 horas antes, ter urinado pelo menos 30 minutos antes, não ter utilizado diuréticos nos 7 dias que antecediam o teste e permanecer de 5 a 10 minutos em decúbito dorsal antes do teste. Todos os avaliados receberam explicações anteriores ao teste sobre o objetivo do trabalho bem como todas as orientações/recomendações descritas por Heyward & Stolarczyl (2004) necessárias para a realização da análise da bioimpedância elétrica. Percentual de gordura por dobras cutâneas Para a avaliação do percentual de gordura corporal, por meio das dobras cutâneas foi utilizado o adipômetro científico digital da marca Prime vision. Foi utilizado o protocolo de Guedes (1994), de 3 dobras relacionado às características brasileiras. Nos homens foram mensuradas as dobras cutâneas do tríceps, supra-ilíaca e abdominal. Já para as mulheres as dobras foram subescapular, supra-ilíaca e coxa. As fórmulas abaixo foram utilizadas para a predição do percentual de gordura dos participantes: Cálculo de Densidade Corporal: -HOMENS: Densidade = 1, ,06706 log (TR + SI + AB ) -MULHERES: Densidade = 1, , log (CX + SI + SB) OBS: TR = Dobra cutânea do tríceps, SI = supra-ilíaca, AB = abdominal, CX = da coxa, SB = subescapular. Como o valor que nos interessa é o do percentual de gordura, há a necessidade de converter os valores de densidade corporal encontrados com a utilização destas equações em quantidade relativa de gordura através da fórmula abaixo: %G = ( 4,95/Dens - 4,50 ) x 100 Onde: %G refere-se ao percentual de gordura e Dens. Refere-se a densidade corporal. As medidas foram realizadas no lado direito, a marcação realizada a 1(um) cm de profundidade e após dois segundos do pinçamento. Os avaliados permaneceram em posição anatômica e as medidas foram verificadas em triplicata. Foram utilizados os seguintes pontos: Triciptal (TR) - ponto médio localizado entre o acrômio e o olecrano, na face posterior do braço. Determinada na direção do eixo longitudinal; Subescapular (SB) - ponto imediatamente abaixo do ângulo inferior da escápula. Obtida obliquamente ao eixo longitudinal; Abdominal (AB) - ponto localizado 2 cm à direita da cicatriz umbilical, determinada paralelamente ao eixo longitudinal do corpo e na direção do eixo transversal; Suprailíaca (SI) - ponto localizado 2 cm acima da crista ilíaca ântero-superior, obliquamente ao eixo longitudinal;

6 Coxa (CX) A dobra é determinada entre o ponto médio entre o trocanter e o epicôndilo femoral medial, na face anterior da coxa. Determinada na direção do eixo longitudinal. Gráfico 02 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para a análise e comparação dos valores encontrados de percentual de gordura da amostra (16 homens e 04 mulheres), apresentaremos e discutiremos os resultados através dos gráficos abaixo: Analisando os gráficos 01 e 02, que trazem os resultados de forma invidual e separados por sexo de todos os militares participantes do estudo, percebe-se que que os valores de percentual de gordura encontrados através da bioimpedância elétrica foram maiores que os obtidos pelas dobras (protocolo de Guedes, 1994). Percebe-se tambem que não houve uma diferença padrão ou constante. Gráfico 01 Os gráficos 03 e 04, trazem a análise estatítica (média, desvio padrão e coeficiente de correlação), da amostra com um todo, separados por sexo. De acordo com Fonseca (1996), estatística é a ciência que trata da coleta, análise e disposição de dados. Afirma que das medidas de posição ou tendência central a mais utilizada é a Média Aritmética e em se tratando de medidas de dispersão ou variabilidade, a mais utilizada é o Desvio Padrão. Em estatística descritiva, o coeficiente de correlação de Pearson, também chamado de "coeficiente de correlação produto-momento" ou simplesmente de " de Pearson" mede o grau da correlação (e a direção dessa correlação - se positiva ou negativa) entre duas variáveis de escala métrica (intervalar ou de rácio/razão). Este coeficiente, normalmente é representado por assume apenas valores entre -1 e 1. Sendo que de 0,7 para mais indica uma forte correlação; 0,3 a 0,7 indica correlação moderada e 0 a 0,3 fraca correlação. O gráfico 03 mostra que na análise estatística do resultado masculino, foram encontradas diferenças entre os métodos 7,6 na média e 1,1 no desvio padrão, contudo apresentou uma correlação moderada.

7 Gráfico 03 Gráfico 05 O gráfico 04 mostra que na análise estatística do resultado feminino, foi encontrada uma pequena diferença entre na média dos métodos 1,9. Não houve diferença no desvio padrão e ainda apresentou uma correlação forte. Gráfico 04 No presente estudo, a média, do %G, estimada pela bioimpedância elétrica, foi superior ao % G pelo método das dobras cutâneas. Essa superestimação, também foi observada em outro grupo populacional, no estudo de Mazariegos et al. (1996), que também comparou bioimpedância com dobras cutâneas. O coeficiente de correlação encontrado neste estudo, para o %G obtido pela BIA e pelas dobras cutâneas foi semelhante ao encontrado, por Goss (2003), em estudos com crianças e adolescentes. No entanto, individualmente a variabilidade das diferenças para o %G foi muito ampla. Segundo Hammond (1994), esta variabilidade é esperada, pois a impedância avalia o conteúdo de água na massa livre de gordura, enquanto a dobra cutânea é uma medida de gordura corporal, e as duas não se relacionam, necessariamente, de forma linear. CONSIDERAÇÕES FINAIS O gráfico 05 traz um balanço estatístico geral entre os métodos e os sexos, corroborando todas as discussões anteriores. Foram encontradas diferenças significativas entre os métodos, não foi possível determinar um padrão ou valor constante, quando analisadas pessoa a pessoa. Ao analisamos os grupos com um todo, também obtivemos diferenças na média e no desvio padrão, contudo, de acordo com os cálculos estatísticos, foi encontrada correlação moderada entre os homens e forte correlação entre as mulheres. O método de bioimpedância corporal elétrica bipolar mão - mão apresentou valores de percentual de gordura sempre

8 maior que os obtidos com a mensuração das dobras em quase todos os participantes. De acordo com os resultados encontrados e com a bibliografia consultada, é válido utilizar para estimar a gordura corporal tanto o método de bioimpedância elétrica, como o de dobras cutâneas devendo para tanto, eleger apenas um dos métodos quando o objetivo for uma avaliação periódica e contínua de uma pessoa ou de um grupo. Nesse contexto, na avaliação da composição corporal de um grande número de sujeitos, a bioimpedância elétrica bi polar (mão mão) destaca-se por sua praticidade, por seu baixo custo, requer menos tempo para ser aplicada e não necessita de avaliadores extremamente treinados para sua execução. Sugerimos estudos com amostra maior e que possam ser utilizados outros tipos de equipamentos de bioimpedância elétrica tais como bi polar (pé pé) e tetra polar (mãos e pés). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, Anatole Barreto Rodrigues Composição corporal através de métodos de pesagem hidrostática e impedância bioelétrica em universitários. Santa Maria/RS. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Curso de Pós-Graduação em Ciência do Movimento Humano, Universidade Federal de Santa Maria. COSTA, Roberto Fernandes Qual a melhor técnica de avaliação da composição corporal? Revista Nutrição em Pauta. São Paulo, v.7, n.37, p.31-35, julho/agosto. COSTA, R.F. Composição corporal: Teoria e prática da avaliação. São Paulo, Manole, 2001, p. DEURENBERG, P., van der Kooij, K., Evers, P., and Hulshof, T Assessment of body composition by bioelectrical impedance in a population aged greater than 60 y. Am. J. Clin. Nutr. 51: 3-6. PMID: FERNANDES, J. F. A Prática da Avaliação Física. RJ: Shape, FONSECA, Jairo Simon & MARTINS, Gilberto de Andrade. Curso de Estatística. São Paulo. 6ª Edição, Atlas, GOSS F, Robertson R, Williams A, Sward K, Abt K, Ladewig M, et al. A comparison of skinfolds and leg-to-leg bioelectrical impedance for the assessment of body composition in children. Dyn Med GUEDES, D.P. Composição Corporal: Princípios Técnicas e Aplicações. 2a Edição, Londrina, Ed. APEF,1994. GUEDES, Dartagnan Pinto Estudo da gordura corporal através da mensuração dos valores de densidade corporal e da espessura de dobras cutâneas em universitários. Santa Maria/RS. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Curso de Pós- Graduação em Educação Física, Universidade Federal de Santa Maria. GUIMARÃES, Fernando José de S. P.; NETO, Cândido Simões Pires Estimativa do percentual de gordura em homens: uma comparação de técnicas. Disponibilidade em: < http//recife.upe.br/corporis3/artigo2.htm >. Acesso em 23 de novembro de HAMMOND J, Rona RJ, Chinn S. Estimation in community surveys of total body fat of children using bioelectrical impedance or skinfold thickness measurements. Eur J Clin Nutr HAYES, P. A.; SOWOOD, P. J.; BELYAVIN, A.; COHEN, J. B.; SMITH, F. W. Subcutaneous fat thickness measured by magnetic resonance imaging, ultrasound and calipers. Medicine and Science in Sports and Exercice, v. 20, n.3, p , HEYWARD, Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercícios: técnicas avançadas. 4. ed. São Paulo: Artmed, HEYWARD, Vivian H.; STOLARCZYK, Lisa M Método de Impedância. Bioelétrica. In: HEYWARD, Vivian H.; STOLARCZYK, Lisa M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo: Manole. p LOHMAN, T. G. Skinfolds and body density and their relation to body fatness: a review. Human Biology, V. 53, n. 2, p , LUKASKI HC. Methods for assessment of human body composition: traditional and new. American Society for Clinical Nutrition 1985; 46: MAZARIEGOS M, Valdez C, Kraaij S, Van Setten C, Liurink C, Breuer K, Haskeel M, Mendoza I, Solomons NW, Deurenberg P. A comparison of body fat estimates using anthropometry and bioelectrical impedance analysis with distinct prediction equations in elderly persons in Republic of Guatemala. Nutrition 1996.

9 MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L Avaliação da composição corporal. In: MCARDLE, William D; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p McARDLE, W. D.;KATCH, F. I.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2003, 1113p. MCARDLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L Avaliação da composição corporal. In: MCARDLE, William D; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p PETROSKI, E. L. (1995). Desenvolvimento e Validação de Equações Generalizadas para Predição da Densidade Corporal. (Tese de Doutorado), Doutorado em Educação Física, UFSM, Santa Maria, RS. ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira Avaliação Antropométrica. In: ROCHA, Paulo Eduardo Carnaval Pereira. Medidas e avaliação: em ciências do esporte. 4ed. Rio de Janeiro: SPRINT. p SILVA, S.M.C.S.; MURA, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo, Roca, 2006, 1122p. VIERBIG, RF; NACIF, M. Perfil nutricional e alimentar de indivíduos com doença de Parkinson. Nutricão Brasil, v6, p , 2007.