Discurso do Deputado COSTA FERREIRA (PSC MA). Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores
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- Lídia Rodrigues Bento
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1 Os lucros bancários continuam extratosféricos, com taxas estáveis acima de 1000% nos últimos dez anos. O fenômeno é fruto de tarifas altas, redução da despesa com pessoal e retração na concessão de crédito para investimento, o que destoa da realidade brasileira e evidencia que os bancos precisam mudar sua política em relação ao País. Discurso do Deputado COSTA FERREIRA (PSC MA). Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Os juros vão cair na iminente reunião do Copom. Espera-se um corte em torno de 0,72 pontos percentuais, o que não destrona o Brasil da condição de campeã mundial dos juros altos.
2 As elevada taxa Celic contagia negativamente toda a economia e traz prejuízos incalculáveis ao país. Os bancos brasileiros também tiraram o maior proveito possível da situação. Segundo dados coletados pelo FMI e que envolveu 107 países, os bancos no Brasil também ocupam o primeiro lugar no ranking, praticando taxas anuais de até 44,7%. Pelos dados da pesquisa, percebe-se que os países mais próximos do Brasil são pobres e possuem economias fracas como Angola e Gâmbia. Considerando a participação bancária nos empreendimentos privados em países ricos e emergentes, entendemos que nosso sacrifício em termos de capitação de investimentos gera sacrifícios incomuns e retardo no desenvolvimento social e de infra-estrutura. Os bancos têm acumulado recordes não repassados em proporção equivalente aos empreendedores.
3 A poupança das instituições financeiras saltou de 4,52% para 8,18%, de 1999 a Essa gordura elevou a participação dos bancos no PIB nacional de 5,66% para 6,71%. O lucro geral dos bancos mantêm-se alto, na casa dos bilhões. Tal comportamento, todavia, não foi uma exclusividade do último exercício. O lucro dos dez maiores bancos instalados no País aumentou 1000 por cento nos últimos dez anos. Mas a enorme lucratividade do sistema bancário brasileiro ainda não contribuem em proporção equivalente em investimentos que gerem produção e emprego. A principal causa, segundo os especialistas da área econômica, é a alta dos juros. O nível de desemprego ainda é alto, embora apresente sucessivas melhoras. E poderia dar saltos se os bancos investissem em produtividade.
4 As elevadas taxas de juros sufocam o setor produtivo e trazem muitos benefícios para o setor financeiro que, por sua vez, não cumprirem a sua principal finalidade econômica, que é a concessão de crédito ao setor privado. Além disso, Sr. Presidente, as tarifas bancárias cresceram enormemente com a redução das taxas de inflação. Além do que, a quantidade de pagamentos que os clientes dos bancos são obrigados a fazer constitui-se num custo expressivo para as empresas e para as famílias. A falta de crescimento econômico traz elevadíssimos custos sociais. Os grandes beneficiários do modelo econômico vigente precisam contribuir para que os seus efeitos perversos sejam reduzidos. É hora de conclamar o sistema financeiro para dar a sua quota de participação. Existem muitas medidas que poderiam ser implementadas. Listamos algumas.
5 Um amplo programa de concessão de bolsas de estudo para estudantes de baixa renda seria algo relativamente simples e com impacto social tremendo. Sabe-se que o investimento em educação é a forma mais eficaz de garantir mobilidade social. Sem uma boa educação, os círculos viciosos se mantêm inalterados por gerações. Círculo quebrado apenas pela educação. Conforme acontece em países desenvolvidos e em desenvolvimento, é preciso que se ampliem radicalmente os recursos disponíveis para pequenas e micro empresas. A força econômica repousa grandemente no crédito, principalmente para empresas de menor porte. Esta parte da cadeia que mais emprega é a primeira a sofrer as conseqüências da escassez de crédito. Os bancos e demais instituições financeiras não são responsáveis isolados pelo problema. Assim como as elevadas taxas de juros são outra parte do problema. Entretanto, convém contemporizar: muitas outras ações
6 poderiam ser empreendidas pelo setor bancário para que se aumentasse a sua contribuição para o progresso do Brasil. A necessidade de se manter elevadas taxas reais de juros se traduzem em uma virtual desativação dos investimentos públicos e em paralisia da economia nacional. A linha sempre descendente nas taxas de juro e o contexto geral da economia nacional é indicativo de que está na hora de mudar. Muito obrigado.
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