DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE CADEIAS PRODUTIVAS DE BELO HORIZONTE. Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação

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1 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE CADEIAS PRODUTIVAS DE BELO HORIZONTE Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação Novembro/ 2011

2 2 FUNDAÇÃO IPEAD Presidente: Prof. Reynaldo Maia Muniz Vice-Presidente: Profª Paula de Miranda Ribeiro Diretor-Executivo: Prof. José Alberto Magno de Carvalho Diretor Executivo-Adjunto: Prof. Antonio Carlos Ferreira Carvalho Coordenador Administrativo, Contábil e Financeiro: Prof. Antonio Carlos Ferreira Carvalho Coordenador de Pesquisas e Desenvolvimento: Prof. Wanderley Ramalho Coordenador de Projetos: Prof. Renato Mogiz Silva Coordenador de Gestão Estratégica e Tecnologia: Marcos Murilo Miranda Rocha Equipe Técnica: Prof. Wanderley Ramalho (Coordenador) Alexandre Moisés de Sena Eduardo Eustáquio Antunes Elisabeth Pereira dos Santos Nildred Stael Fernandes Martins Thaize Vieira Martins

3 3 Lista de figuras Figura 1 Estrutura analítica das atividades do setor de tecnologia da informação Figura 2 - Estrutura da cadeia produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação Figura 3 - Mercado de softwares e serviços, Brasil, Figura 4 Esquema de computação em nuvem Figura 5 Satélites geoestacionários autorizados pela Anatel a atuar no Brasil,

4 4 Lista de Gráficos Gráfico 1 Evolução da participação da Cadeia TIC Brasileira no Valor Adicionado Bruto, total e por segmentos, 2004 a 2008, Brasil Gráfico 2 Participação de Minas Gerais no Valor Adicionado dos Serviços de Informação do Brasil, 2004 a Gráfico 3 Participação dos serviços de informação no valor adicionado total do setor de serviços em Minas Gerais, 2004 a Gráfico 4 - Participação dos serviços de informação no total dos serviços em Belo Horizonte, 2005 a Gráfico 5 Número de empresas da Cadeia TIC por anos de duração, Belo Horizonte/MG Gráfico 6 - Cadeia TIC: Rendimento médio mensal do trabalho principal para pessoas de 10 anos ou mais, 2006 a 2009, localidades selecionadas Gráfico 7 - Cadeia TIC: Taxa de Informalidade, 2007 a 2009, Localidades Selecionadas Gráfico 8 - Participação das áreas de telecomunicações, informática e componentes eletrônicos no faturamento da indústria de TICs, de 1998 a Gráfico 9 Variação da produção física na indústria de transformação e setores TICs comparação com o trimestre do ano anterior Gráfico 10 Distribuição de empresas de TI por ano de fundação Gráfico 11 - Posição Brasileira no mercado mundial de software e serviços, 2004 a Gráfico 12 - Participação do mercado de software, 2004 a 2010, Brasil Gráfico 13 - Evolução do número de empresas no mercado de softwares e de serviços no Brasil entre 2004 e Gráfico 14 Evolução do número de assinantes do serviço de telefonia fixa no Brasil Gráfico 15 Variação da densidade do serviço de telefonia fixa entre 2009 e Gráfico 16 Evolução da quantidade de orelhões no Brasil (em mil), 1998 a Gráfico 17 Evolução do acesso ao Serviço Móvel Pessoal no Brasil Gráfico 18 Evolução da densidade de acesso ao Serviço Móvel Pessoal no Brasil, 1998 a Gráfico 19 Distribuição de acessos em SMP por tecnologia, Gráfico 20 Competitividade no SMP por empresas prestadoras de serviços, Gráfico 21 Evolução dos acessos ao Serviço de Comunicação Multimídia no Brasil (em milhões), 2000 a Gráfico 22 Evolução do número de empresas autorizadas do SCM Gráfico 23 Distribuição do mercado de satélites (bandas C e Ku) no Brasil em

5 5 Gráfico 24 Evolução do número de assinaturas de TV no Brasil, 1998 a Gráfico 25 Evolução da densidade de assinaturas no Brasil por domicílios, 2009 e Gráfico 26 Utilização de cada modalidade de tecnologia no serviço de TV por assinatura no Brasil, Gráfico 27 Distribuição das empresas por segmento de atuação e os setores da economia Gráfico 28 Percentual das vendas para o setor público em relação ao faturamento bruto das empresas Gráfico 29 Origem do faturamento das empresas de TI por segmento de atuação Gráfico 30 Percentual das vendas na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação Gráfico 31 Percentual das vendas em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação Gráfico 32 Percentual das vendas destinadas a outros lugares fora de Minas gerais por segmento de atuação Gráfico 33 Localidades citadas como destino de vendas para outros lugares fora de Minas Gerais (N = 72) Gráfico 34 Perspectiva de expansão das empresas nos próximos 3 anos, por segmento de atuação Gráfico 35 Percentual de compra em Minas Gerais por segmento de atuação Gráfico 36 Percentual de compra na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação Gráfico 37 Percentual de compra em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação Gráfico 38 Percentual de compra em outras localidades (fora de Minas Gerais) por segmento de atuação Gráfico 39 Localidades citadas como origem das compras em outros lugares fora de MG (N = 64) Gráfico 40 Existência de parcerias por segmento de atuação Gráfico 41 Percentual do faturamento investido em treinamento por segmento de atuação. 109 Gráfico 42 Perfil de inovação da empresa por segmento de atuação Gráfico 43 Perfil no mercado em que atua por segmento de atuação Gráfico 44 Demandas por políticas públicas por segmento de atuação

6 6 Lista de tabelas Tabela 1 Cadeia TIC: Número de estabelecimentos formais e participação no total da indústria de transformação e serviços, localidades selecionadas, 2007 e Tabela 2 - Cadeia TIC: Participação percentual do número de estabelecimentos, localidades selecionadas em relação ao Brasil e Minas Gerais, 2007 e Tabela 3 Cadeia TIC: Percentual de estabelecimentos por tamanho do estabelecimento, localidades selecionadas, Tabela 4 Abertura e fechamento de empresas da Cadeia TIC em belo Horizonte/MG, 2009 a abril de Tabela 5 Cadeia TIC: Número de empregos formais e participação no total dos empregos da indústria e dos serviços, localidades selecionadas, 2007 e Tabela 6 Participação dos produtos do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação TIC, no total do comércio exterior Brasil Tabela 7 - Número de estabelecimentos e de empregos do segmento industrial da cadeia TIC, localidades selecionadas, Tabela 8 - Mercado Mundial de TI, Tabela 9 - PIB do setor de softwares e serviços no Brasil, 2004 a Tabela 10 - Exportação de softwares e serviços, Brasil, Tabela 11 - Empresas do setor de softwares e serviços, Brasil, Tabela 12 Número de estabelecimentos formais prestadores dos serviços de Tecnologia da Informação, localidades selecionadas, Tabela 13 Número de empregos formais por classe dos serviços de tecnologia da informação, localidades selecionadas, Tabela 14 - Mercado Mundial de Softwares e serviços, Tabela 15 Horas de fiscalização no ano de Tabela 16 Número de Usuários de Internet no Brasil entre 2000 e Tabela 17 Distribuição das empresas por segmento de atuação e os setores da economia Tabela 18 Percentual das vendas para o setor público em relação ao faturamento bruto das empresas Tabela 19 Origem do faturamento das empresas de TI por segmento de atuação Tabela 20 Percentual das vendas na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação Tabela 21 Percentual das vendas em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação... 96

7 7 Tabela 22 Percentual das vendas destinadas a outros lugares fora de Minas Gerais por segmento de atuação Tabela 23 Localiades citadas como destino de vendas para outros lugares fora de Minas Gerais (N=72) Tabela 24 Perspectiva de expansão das empresas nos próximos 3 anos, por segmento de atuação Tabela 25 Percentual de compra em Minas Gerais por segmento de atuação Tabela 26 Percentual de compra na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação Tabela 27 Percentual de compra em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação Tabela 28 Percentual de compra em outras localidades (fora de Minas Gerais) por segmento de atuação Tabela 29 Localidades citadas como origem das compras em outros lugares fora de MG (N = 64) Tabela 30 Existência de parcerias por segmento de atuação Tabela 31 Percentual do faturamento investido em treinamento por segmento de atuação Tabela 32 Perfil de inovação da empresa por segmento de atuação Tabela 33 Perfil no mercado em que atua por segmento de atuação Tabela 34 Demandas por políticas públicas por segmento de atuação

8 8 Sumário 1 APRESENTAÇÃO PARTE 1: CONTEXTO MACROECONÔMICO DA CADEIA PRODUTIVA DE TI Introdução Estrutura da cadeia produtiva e caracterização geral A Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação: cenário internacional e inserção brasileira Cenário Internacional Inserção Brasileira Importância Econômica Produção Estabelecimentos Emprego Comércio exterior Fornecedores Produção Estabelecimentos e emprego Tecnologia e Inovação Comércio Exterior Produtores Tecnologia da Informação Segmento de Telecomunicações Consumidores Síntese Parte PARTE 2: PERCEPÇÃO DOS AGENTES QUE INTEGRAM A CADEIA PRODUTIVA DE TI Pesquisa quantitativa Análise dos resultados... 88

9 Perfil das empresas entrevistadas Caracterização do processo de venda das empresas Perspectivas de crescimento das emprsas Caracterização do processo de compras das empresas Parcerias com empresas fornecedoras Caracterização dos investimentos em treinamento Posiçaõ no mercado de atuação Políticas públicas para o desenvolvimento do setor Síntese da pesquisa quantitativa Pesquisa qualitativa Principais características da cadeia de tecnologia da informação em Belo Horizonte Segmentos da tecnologia da informação de maior relevância em Belo Horizonte Principais tendências do setor de tecnologia da informação Principais tendências do setor de tecnologia da informação Importância econômica (em %) do segmento de software, hardware, comércio e serviços e avaliação sobre esta distribuição econômica Expectativas em relação ao desempenho futuro da tecnologia da informação em Belo Horizonte Desafio do setor de tecnologia da informação atualmente Percepção sobre os três elos da cadeia produtiva em Belo Horizonte: FORNECEDOR, PRODUTOR, CONSUMIDOR. (Aspectos dificultadores e perspectivas de solução) Percepção sobre os três elos da cadeia produtiva em Belo Horizonte: FORNECEDOR, PRODUTOR, CONSUMIDOR. (Potencialidades) Três principais concorrentes de Belo Horizonte na cadeia produtiva da tecnologia da informação Sugestão de Políticas Públicas para incentivar o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva Avaliação da atuação da Prefeitura de Belo Horizonte no setor de tecnologia da informação Síntese da pesquisa qualitativa

10 10 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO PESQUISA QUANTITATIVA APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO PESQUISA QUALITATIVA

11 11 1 APRESENTAÇÃO O presente relatório apresenta os resultados da pesquisa Diagnóstico Situacional de Cadeias Produtivas de Belo Horizonte, desenvolvida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais IPEAD/UFMG, no âmbito do estudo demandado pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação da Prefeitura de Belo Horizonte PBH. O estudo inclui pesquisas quantitativas e qualitativas em fontes primárias com empresários e representantes de entidades vinculadas à cadeia produtiva de Tecnologia da informação e comunicação (TIC), além de levantamento em fontes secundárias de dados relacionados à cadeia investigada. O objetivo é obter um melhor conhecimento da problemática dessa cadeia produtiva no município de Belo Horizonte que permita o desenvolvimento e implementação de projetos de desenvolvimento econômico e social. Este relatório está dividido em duas partes. A primeira permite contextualizar a cadeia produtiva de TIC no cenário macroeconômico, e a segunda possibilita captar a percepção dos agentes que integram a cadeia, a partir da análise dos resultados de uma pesquisa de campo, especificamente desenhada com este propósito. Particularmente, a primeira parte contempla uma análise da cadeia produtiva de TIC de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, tendo por pano de fundo os contextos estadual, nacional e internacional. Adicionalmente, nessa primeira parte, procedeu-se a uma análise dos indicadores de desempenho econômico do segmento de TIC em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana. Finalmente, é apresentada uma caracterização mais detalhada do desempenho dos elos fornecedor, produtor e consumidor que constituem a cadeia produtiva de TIC. A segunda parte do documento, por seu turno, analisa a percepção dos agentes que integram a cadeia produtiva de TIC por meio de duas pesquisas, uma quantitativa e outra qualitativa. Com este objetivo, elaborou-se um questionário e um roteiro de entrevistas, os quais tiveram, por fundamento, encontros com a equipe técnica da PBH e representantes de entidades de classe da cadeia produtiva de TIC. Tal estratégia permitiu a geração de roteiros mais aderentes à realidade da cadeia.

12 12 Cumpre finalmente destacar a existência de uma síntese correspondente a cada parte constitutiva deste relatório, além de uma última seção de considerações finais que explicita os aspectos mais relevantes para o diagnóstico situacional da cadeia produtiva. Acredita-se que o presente estudo possa funcionar como subsídio a ações gerenciais e de planejamento para as câmaras setoriais da PBH, constituindo-se, ao fim e ao cabo, em uma ferramenta para o desenvolvimento de um instrumento de intervenção na realidade.

13 13 2 PARTE 1: CONTEXTO MACROECONÔMICO DA CADEIA PRODUTIVA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 2.1 Introdução Este relatório contempla a análise da Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação TIC - de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana tendo como pano de fundo o contexto estadual, nacional e internacional, que parte de uma síntese de pesquisas e estudos recentes sobre as principais tendências e o desempenho de tal cadeia no Brasil, inserido no cenário internacional. Esses estudos constituem a base de análise da cadeia de tecnologia da informação e comunicação de Belo Horizonte e da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para elaboração deste relatório, os elos da cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação foram classificados em três segmentos: fornecedores de insumos, produtores e consumidores. O segmento de fornecedores representa a base da cadeia TIC e é constituído principalmente por fabricantes de máquinas para escritório e equipamentos de informática, fabricantes de material eletrônico básico, fabricantes de equipamentos de telefonia e transmissores de rádio e TV e fabricantes de equipamentos receptores de rádio e TV, reprodutores e gravadores de som e vídeo. O segmento dos produtores da cadeia TIC é representado pela produção de softwares e hardwares, além da oferta de serviços de tecnologia da informação e de telecomunicações. Os consumidores completam a cadeia produtiva e se caracterizam por representarem um amplo e difundido segmento. Órgãos públicos, instituições privadas, profissionais liberais e autônomos, usuários básicos e avançados, e diversos outros tipos de pessoas físicas e jurídicas compõem o segmento de consumidores. Pode-se dar destaque também para o comércio, caracterizado pela distribuição, representação, varejo, atacado, escritório e informática. Este relatório está organizado em oito seções, incluindo esta introdução. A segunda seção descreve e caracteriza a estrutura produtiva da cadeia. Neste caso é feita uma breve descrição dos elos, em que são considerados o sistema produtivo, a estrutura de mercado e a utilização de tecnologia. Também são contempladas a dinâmica produtiva e a interação entre os segmentos.

14 14 A seção 3 faz uma descrição do estado da arte da cadeia no cenário internacional e da inserção do Brasil neste cenário. A seção 4 analisa os indicadores de desempenho econômico do segmento industrial da cadeia TIC e do segmento de serviços da cadeia TIC em Belo Horizonte, tendo como base de comparação os indicadores de Minas Gerais e do Brasil. São analisados indicadores de produção, estabelecimentos, emprego e comércio exterior. As seções 5, 6 e 7 fazem a caracterização e análise mais detalhada do desempenho dos elos que compõem os segmentos dos fornecedores, produtores e consumidores, respectivamente. A seção 8 apresenta a síntese deste estudo. 2.2 Estrutura da cadeia produtiva e caracterização geral A cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação (TIC) pode ser segmentada em três pilares fundamentais, a saber, produtores, fornecedores e consumidores, no que diz respeito à participação nas atividades que compõem este setor. Segundo definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de TIC pode ser considerado como a combinação de atividades industriais, comerciais e de serviços, que capturam eletronicamente, transmitem e disseminam dados e informação e comercializam equipamentos e produtos intrinsecamente vinculados a esse processo. Encontra-se na literatura especializada diversos conceitos e definições a respeito de TIC, por exemplo, a proposição de John (2000), que compreende TIC como convergência digital entre dados, telefonia, vídeo e internet, valendo-se de avançados recursos de hardware, software, equipamentos de telecomunicações, de armazenamento e de transmissão de dados, bem como das tecnologias de redes. Aproximando-se desse pensamento, Lastres e Ferraz (1999, p.32) apontam que, valendo-se da base teórica da economia da inovação, a TIC reúne áreas como informática, telecomunicações, comunicações, ciência da computação, engenharias de sistemas e de softwares. Ainda, segundo Lins (2009), o setor de TIC agrega atividades relacionadas com a produção de bens, que se destinem ao processamento e apresentação da informação por tecnologia digital e de seus componentes, e com a prestação de serviços de tratamento, de transporte e de apresentação da informação em todas as suas modalidades: dados, imagens, voz, audiovisuais e multimídia.

15 15 Considerando-se esta última definição, nota-se que, no cerne do crescimento e do desenvolvimento da tecnologia da informação e da comunicação, estão situadas a informação e o conhecimento. Alguns autores chegaram a propor a existência da Revolução da Informação, como novo paradigma, que induz o surgimento de novas atividades e estratégias organizacionais, remodelando até mesmo as relações de poder e de trabalho no Século XXI. Assim sendo, a informação e o conhecimento assumem um papel de maior visibilidade e importância estratégica. Portanto, se a informação desponta como elemento central de novas atividades e estratégias, a forma de gerenciar, tratar, transportar e armazenar essa informação ganha também grande importância. É nesse contexto que as TICs se enquadram e se tornam de crucial relevância, devido a sua vasta gama de aplicações e a sua pervasividade. É válido destacar que as TICs são responsáveis por uma drástica redução do custo de obtenção, processamento e armazenamento de conhecimento na forma de informação. Tendo-se em vista a segmentação do setor citada anteriormente, os produtores podem ser compreendidos pela parte responsável pela produção de softwares e hardwares, pela oferta de serviços e de infraestrutura de TI para a cadeia enquanto que os fornecedores são responsáveis por prover insumos, suprimentos, hardwares, equipamentos e peças, dentre outros, abrangendo a questão produtiva. Nota-se que a divisão entre produtores e fornecedores nem sempre se dá de forma clara e objetiva, uma vez que um mesmo elemento dessa cadeia pode transitar entre esses dois ambientes, de acordo com a estrutura existente e as demandas mercadológicas. Os consumidores, por sua vez, representam um complexo e abrangente componente da cadeia produtiva, sendo representados por instituições privadas e instituições públicas, bem como os mais diversos tipos de pessoas físicas, de usuários básicos a avançados. As Figuras 1 e 2 a seguir mostram duas abordagens distintas da cadeia produtiva do setor de tecnologia da informação e comunicação, à partir das quais é possível entender a complexidade e o dinamismo que envolvem os processos e os agentes a ela associados.

16 16 Figura 1 Estrutura analítica das atividades do setor de tecnologia da informação Fonte: Mapa de Oportunidades Nacional Consolidado SEBRAE A Figura 1 mostra os diversos componentes da cadeia produtiva de TIC, com ênfase nos serviços ofertados pelos produtores. Percebe-se que o setor é capaz de suprir a demanda de áreas diversas, atendendo às necessidades dos mais variados consumidores, o que vai ao encontro das definições vistas anteriormente, segundo as quais o setor de TIC engloba e utiliza os mais variados campos do conhecimento. Essa característica do setor de TIC está diretamente associada às inovações tecnológicas e às constantes metamorfoses que permeiam seus processos. As tecnologias da informação e da comunicação se reinventam a todo momento, gerando novos mercados, novos consumidores e novas demandas. Surge, assim, um processo que pode ser entendido como destruição criadora, dado que a criação de novas tecnologias implicam o surgimento de novas atividades e agentes e, ao mesmo tempo, desconstrução de antigos paradigmas. As inovações e novas tecnologias geram mudanças e novos desafios, mas também oportunidades, que não ficam restritas somente ao setor das TICs, mas se expandem para toda a economia, devido à vasta aplicação dessas tecnologias. Por intermédio da Figura 2 é possível ter-se uma visão geral da cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação, englobando produtores e fornecedores. Os consumidores estão representados pelo comércio. Trata-se, contudo, de um campo muito difundido e vasto, abrangendo todos os segmentos sociais, portanto, maior do que o apresentado no esquema abaixo. Os próprios produtores e fornecedores aparecem muitas vezes como consumidores.

17 17 Nota-se ainda a complexidade dessa cadeia produtiva, que conta com a participação de diversos agentes, como laboratórios e centros de pesquisa e desenvolvimento, universidades e escolas técnicas, investidores, sindicatos, consultorias, empresas de telecomunicação, dentre outros. No centro da cadeia produtiva aparecem os produtores de hardware, desenvolvedores de software, serviços e telecomunicações, e os fornecedores de equipamentos, aparelhos e infraestrutura, contudo, percebe-se que é necessária uma base muito ampla e sólida para sustentar os processos e agentes dessa cadeia. Faz-se necessário, portanto, a existência de uma infraestrutura complexa e moderna para o desenvolvimento das atividades ligadas à cadeia produtiva, especialmente no que diz respeito a insumos, investimentos e mão-de-obra especializada e qualificada. Figura 2 - Estrutura da cadeia produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação Fonte: O trabalho de laboratórios e institutos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), universidades e escolas técnicas, agências de desenvolvimento e investidores confere à cadeia produtiva de TIC um grande dinamismo nas inovações tecnológicas, com o intuito de proporcionar novas ofertas e serviços para toda a cadeia. Dessa forma, o setor de TIC aparece como expoente em termos de investimentos em P&D, sendo que 7 das 20 maiores empresas inversoras em P&D no mundo pertencem ao setor. (ABDI, 2009) Outra questão fundamental na análise do setor de TIC diz respeito à dificuldade na definição e identificação das atividades que o compõe, tendo em vista que na literatura associada existem percepções muito diferenciadas sobre o conjunto de atividades que fazem parte de seu cenário

18 18 econômico. Portanto, faz parte da análise do setor TIC a identificação adequada de suas atividades, que pode ser feita, de acordo com definições do IBGE, utilizando-se a Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE 2.0, e tendo como base a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico OCDE. Conforme descrito anteriormente, as atividades e os agentes podem ser alocados em três grupos: produtores, fornecedores e consumidores. Os fornecedores caracterizam-se pela atividade industrial na produção de hardware, agregando manufatura de equipamentos de tratamento digital da informação, componentes periféricos, peças, computadores e eletrônicos. Além disso, os fornecedores são responsáveis pela fabricação de elementos de infraestrutura de serviços de telecomunicações, aparelhos terminais desses serviços, além de equipamentos destinados a atividades de áudio, vídeo e entretenimento. (LINS, 2009) Corresponde ainda aos fornecedores a fabricação de equipamentos de comunicação e transmissão, aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle, cronômetros e relógios, aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos, aparelhos de irradiação, equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos, mídias virgens, magnéticas e ópticas, aparelhos telefônicos, dentre outros. Os fornecedores correspondem à base da cadeia produtiva, responsáveis pelo desenvolvimento da infraestrutura do setor (cabeamento, segurança, instalações, servidores, redes, etc) e também por boa parte das inovações tecnológicas existentes. Neste sentido, o desenvolvimento de pesquisas, a criação de agências de desenvolvimento e a participação de investidores tornam-se fundamentais na estruturação do setor. Outro fator de elevada relevância é a qualificação de mão-de-obra especializada, para trabalhar tanto na produção quanto nas inovações e pesquisas. Dentre os fornecedores destacam-se grandes empresas na área de infraestrutura, responsáveis por suprir a contínua demanda, em especial, do setor de telecomunicações, que é intensivo em capital e em oferta de serviços. Além dos fornecedores de componentes e periféricos eletrônicos, pode-se citar os fabricantes de fibras ópticas, largamente empregadas nas telecomunicações, por exemplo, no acesso a internet banda larga. Em relação à criação de empregos e mão-de-obra, o segmento de fornecedores, apesar de fazer uso de mão-de-obra especializada e dos investimentos feitos em pesquisa e desenvolvimento, não emprega um grande número de pessoas, uma vez que a maior parte de seus processos são automatizados e mecanizados. São, portanto, grandes empresas, que movimentam muito capital, mas em comparação com outros setores, geram poucos empregos.

19 19 Os produtores, por sua vez, são responsáveis pela produção e desenvolvimento de softwares e aplicativos, telecomunicações, além da oferta dos mais variados serviços relacionados à cadeia produtiva. Em algumas ocasiões os produtores podem atuar também como fornecedores. Como atividades relacionadas aos produtores pode-se citar: desenvolvimento de programas de computador sob encomenda; desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis e não-customizáveis; consultoria em tecnologia da informação; suporte técnico e manutenção; tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet; portais e provedores de conteúdo na internet; reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos; telecomunicações por fio, sem fio e por satélite; operadoras de televisão por assinatura por cabo, por microondas e por satélite; reparação e manutenção de equipamentos de comunicação; dentre outras. O segmento de produtores, em especial no desenvolvimento de softwares, é intensivo em recursos humanos qualificados, possui uma estrutura industrial bastante heterogênea e não requer grandes investimentos em capital. Entretanto, existe investimento em tecnologias, pesquisa e desenvolvimento, e pessoal capacitado para criação e desenvolvimento de softwares, visando atender a grande demanda existente por parte dos consumidores. Em relação à criação de empregos, o segmento de produtores concentra a maior parte da mãode-obra empregada na cadeia TIC, em sua maioria na oferta de serviços, que representa 95,6% das empresas, 71,1% dos posto de trabalho e 74% do valor adicionado/valor da transformação industrial. É marcante a participação de micro e pequenas empresas na geração de postos de trabalho, com 36,6% nas empresas com até 10 pessoas ocupadas e 41,5% nas empresas com até R$5 milhões de faturamento (IBGE, 2009). Apesar da expressiva participação das micro e pequenas empresas, o setor TIC é altamente concentrado nas grandes empresas, com 76,1% do valor adicionado/valor da transformação industrial gerado em empresas com 250 ou mais pessoas ocupadas e 77,2% gerado em empresas com faturamento superior a R$60 milhões. (IBGE, 2009) Cabe ressaltar ainda que nos serviços TIC, principalmente nas atividades de informática, é expressiva a presença de profissionais liberais ou autônomos, cujas unidades de produção encontram-se nos domicílios, e que, portanto, não compõem as pesquisas formais. Os consumidores completam a cadeia produtiva e se caracterizam por constituírem um amplo e difundido segmento. Praticamente todos os setores da sociedade fazem parte desse grupo, tendo

20 20 em vista a pervasividade das aplicações TIC na rotina diária atual. Órgãos públicos, instituições privadas, profissionais liberais e autônomos, usuário básicos e avançados, e diversos outros tipos de pessoas físicas e jurídicas compõem o segmento de consumidores. Pode-se dar destaque também para o comércio, caracterizado pela distribuição, representação, varejo, atacado, escritório e informática. Observa-se nesse segmento a existência de consumidores mais exigentes, com demandas específicas e customizadas, o que estimula os investimentos e o desenvolvimento de novas tecnologias, técnicas e infraestruturas, e, portanto, impulsiona toda a cadeia produtiva TIC. 2.3 A Cadeia Produtiva de Tecnologia da Informação e Comunicação: cenário internacional e inserção brasileira Cenário Internacional A cadeia produtiva de TIC é fortemente marcada pelo fenômeno da globalização e pela liberalização dos mercados, o que gera grande segmentação da cadeia de valor em diversas localidades distribuídas ao longo do globo. Observa-se que, como conseqüência desse fato, ocorreu o deslocamento de significativa parcela de produção de produtos finais e de peças e componentes para países do leste asiático. É cada vez mais notável o desenvolvimento de empresas de países da Ásia, que se definem como players globais, passando do domínio de manufatura para controle e desenvolvimento de atividades de design e de projetos eletrônicos (ABDI, 2009). No sentido inverso, empresas líderes com sedes em países desenvolvidos buscam manter e ratificar o controle sobre as definições de padrões e de design dominantes mundialmente, de maneira a permanecerem no comando da cadeia de valor global. Isso se reflete diretamente na reprodução de atividades com alto valor agregado, como propriedade da tecnologia, marketing, pesquisa e desenvolvimento e consolidação da marca, que tendem a se concentrar nas matrizes das grandes corporações, que, por sua vez, estão localizadas nos países desenvolvidos, por exemplo, EUA, Japão, Coréia, além de países da Europa. Já as atividades de valor agregado médio, como produção de commodities a partir de tecnologia proprietária, supervisão de logística e comercial, gerência de filiais e de representantes e produção de componentes e de kits estão alocadas em alguns países, os quais são capazes de implantar grandes plantas industriais, como é o caso da China, de Cingapura e de Taiwan (LINS, 2009).

21 21 O uso intensivo de mão-de-obra e o desenvolvimento de atividades com baixo valor agregado, por exemplo, serviços de apoio, embalagem, montagem e comercialização regional ocorrem em um grande número de países, que são responsáveis por atender ao mercado interno e também de países próximos, como no caso do Brasil, do México e de alguns países do sudeste asiático (LINS, 2009). No que diz respeito às tendências mundiais do setor TIC, pode-se destacar a convergência tecnológica, as cooperações e alianças estratégicas e a agregação de conteúdos e de serviços aos produtos ofertados. A convergência tecnológica representa a integração e o desenvolvimento conjunto das telecomunicações, da tecnologia da informação e da mídia. Como exemplo prático destaca-se a associação de serviços multimídia (dados e vídeo) com serviços de voz, tendo como base a plataforma de acesso à internet, especialmente com a evolução da internet banda larga. Esse fenômeno causou alteração na dinâmica de concorrência no setor, que agora se baseia em oferta de serviços chamados multiple play, e também na organização das demandas sociais, como agilidade e rapidez no acesso e qualidade e disponibilidade de conteúdos. Os produtos eletrônicos são exemplos da convergência tecnológica, à medida que incorporam múltiplas funcionalidades em um único aparelho (computadores, celulares, notebooks, netbooks). Dessa forma, eles atendem também a outras exigências da sociedade, que envolvem questões como mobilidade e portabilidade (ABDI, 2009). Quanto às cooperações e alianças estratégicas, estas têm como objetivo promover o êxito comercial de novas tecnologias, à partir da atuação de grandes empresas, com efetivo poder de mercado. Além disso, essas estratégias servem para reunir e reproduzir competências em hardware e em software, como forma de reduzir e dividir custos (TIGRE 2008/2009). Já em relação à agregação de conteúdos e de serviços aos produtos, nota-se que existe uma tendência no setor TIC de aumento da importância dos softwares e dos serviços em relação ao custo de equipamentos e de instalações físicas. Dessa forma, há uma mudança na lógica comercial, que passa a focar em serviços com produtos em vez de produtos com serviços. Espera-se para os próximos anos um aumento significativo da participação da área de softwares e de serviços em empresas de telecomunicações e também em fabricantes de equipamentos. Apesar do papel central do desenvolvimento tecnológico nesse contexto, a incorporação de serviços aos produtos demanda a capacitação em diversos ramos do conhecimento.

22 22 Esta alteração de cenário na demanda por serviços apresenta, contudo, grandes desafios competitivos em relação às indústrias digitais, em função do custo fixo ser facilmente suplantado pela cópia. A produção de produtos digitalizados é cara, porém, sua reprodução é muito barata, ou seja, são produtos que possuem altos custos fixos e baixos custos marginais. Em função disso, observa-se um quadro de concentração de mercado na indústria de pacotes de software por parte de grandes corporações, com intuito de reduzir custos e se proteger de cópias e falsificações Inserção Brasileira Diante deste quadro internacional, fica evidente que as empresas brasileiras têm maiores oportunidades na oferta e na prestação de serviços, que incluem a customização de soluções de acordo com a solicitação dos clientes, os serviços de suporte à aplicação, a integração de sistemas e a terceirização de operações, de infra-estrutura, de comunicações e de atividades de manutenção. No que diz respeito à indústria no Brasil, especialmente na fabricação de equipamentos e eletrônicos destinados às telecomunicações, a partir do processo de privatização da Telebrás, nota-se que poucas empresas nacionais conseguiram se manter frente à concorrência internacional, altamente difundida após a abertura do mercado. As empresas que sobreviveram enquadram-se como empresas de pequeno ou de médio porte e atuam em áreas que requerem baixo grau de especialização tecnológica. Nesse sentido, predominam as corporações multinacionais, as quais possuem pequena atividade tecnológica local, uma vez que as inovações e incorporações tecnológicas ocorrem nas matrizes. Segundo Szapiro (2008), o principal problema ligado à desnacionalização e ao aumento da participação das multinacionais no mercado nacional de equipamentos de telecomunicações é que as empresas tendem a importar mais partes, peças, componentes e bens finais em detrimento da produção local, o que acarreta maior dificuldade na competição com outras empresas. O desejável é, então, a utilização de instrumentos de política pública eficientes, que estimulem a agregação de valor localmente. Com relação ao segmento de informática, que está altamente conectado ao desenvolvimento tecnológico do setor de telecomunicações, verifica-se o ganho de diversos benefícios competitivos nos últimos anos no mercado nacional, em função da diminuição dos preços de produtos nacionais e da expansão de vendas a partir de financiamentos para classes sociais

23 23 menos favorecidas. A redução de vendas em mercados paralelos resultou em importante dinamismo em relação à demanda por produtos originais e de maior qualidade. Contudo, isso não representou elevação das competências tecnológicas nas empresas nacionais, uma vez que a maior parte do conteúdo tecnológico está incorporada nos componentes, provenientes em sua maioria de importações (ABDI, 2009). 2.4 Importância Econômica Produção A Cadeia Produtiva TIC brasileira representa aproximadamente 5% do valor adicionado bruto nacional. Dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE revelam que, entre 2004 e 2008, a participação da cadeia aumentou de 4,8% para 5,1%. Durante este período, o segmento dos serviços da cadeia TIC apresentou maior participação no total dos serviços, quando comparado com o segmento industrial da cadeia TIC no total da indústria brasileira. Em 2004 os serviços TIC representaram 5,6% do valor adicionado bruto gerado pelo setor de serviços nacional. Este percentual atingiu 6,1% em 2005, caiu para 6% e 5,8% em 2006 e 2007, respectivamente, retornando para 6% em Já a participação do segmento industrial TIC no valor adicionado total da indústria brasileira, equivaleu a 4% em 2004 e 2008, ainda que tenha alcançado 4,3% em (Gráfico 1)

24 24 Gráfico 1 Evolução da participação da Cadeia TIC Brasileira no Valor Adicionado Bruto, total e por segmentos, 2004 a 2008, Brasil Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais Neste período Minas Gerais perdeu participação na geração do valor adicionado dos serviços de informação nacional 1. Em 2004 o estado contribuiu com 8,1%, chegou a 8,5% em 2006 e caiu para 7,3% em (Gráfico 2 ) 1 Não foram encontrados indicadores disponíveis referentes à produção e participação do segmento industrial TIC em Minas Gerais.

25 25 Gráfico 2 Participação de Minas Gerais no Valor Adicionado dos Serviços de Informação do Brasil, 2004 a 2008 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de Contas Nacionais (CONAC) Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI). Elaborado por IPEAD/UFMG No que se refere à participação dos serviços de informação no total dos serviços da economia mineira, esta também apresentou queda no período Passou de 5,9% em 2004 para 5,0% em 2008, após ter alcançado 6,2% em Gráfico 3 Participação dos serviços de informação no valor adicionado total do setor de serviços em Minas Gerais, 2004 a 2008 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Coordenação de Contas Nacionais (CONAC) Fundação João Pinheiro (FJP), Centro de Estatísticas e Informações (CEI). Elaborado por IPEAD/UFMG

26 26 Em Belo Horizonte, de acordo com os dados publicados pela Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura, a participação dos serviços de informação no total dos serviços municipais oscilou em torno dos 7% entre 2005 e 2010, com exceção de 2006, quando equivaleu a 8,1%. A menor participação foi verificada em 2009 (6,6%), provavelmente como reflexo da crise financeira de 2008; porém, em 2010, já apresentou sinais de recuperação alcançando a participação de 7,2%. Gráfico 4 - Participação dos serviços de informação no total dos serviços em Belo Horizonte, 2005 a 2010 Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte PBH, Secretaria Municipal de Finanças SMF, Elaborado por IPEAD/UFMG Os indicadores analisados mostram que a cadeia TIC representa, em média, 5% do valor adicionado bruto brasileiro, com maior contribuição dos segmento dos serviços em relação ao segmento industrial. A falta de indicadores mais precisos para Minas Gerais e Belo Horizonte não permite a comparação com os dados brasileiros, especialmente em relação à produção do segmento industrial da cadeia TIC. Entretanto, para o segmento de serviços os dados revelam que a participação dos serviços TIC no total dos serviços em Minas Gerais foi próxima a 5,0% do total de serviços do estado, inferior ao indicador brasileiro (6,0%). Já em Belo Horizonte, utilizando-se como proxy os dados da Secretaria Municipal da Fazenda, tal indicador equivaleu a 7,2% em 2008.

27 Estabelecimentos Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados pelo Programa de Disseminação de Estatísticas do Trabalho (PDET) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que, em 2010, existiam estabelecimentos formais da cadeia produtiva TIC no Brasil, os quais representaram 3,6% do total de estabelecimentos formais da indústria de transformação e do setor de serviços nacional. Dentre estes, os serviços TIC, com estabelecimentos, representaram 93,6% do total de estabelecimentos formais da cadeia. Como se pode observar na Tabela 1, os dados mostram crescimento do número de estabelecimentos da Cadeia TIC brasileira entre 2007 e 2010, apesar da estabilidade dos indicadores de participação. O segmento industrial da Cadeia TIC manteve a participação de 1% no total da indústria de transformação, assim como o segmento de serviços TIC manteve sua participação de 4,4% no total dos serviços. Isto indica que a Cadeia TIC vem acompanhando a evolução da economia brasileira quando considerada a variável número de estabelecimentos. Tabela 1 Cadeia TIC: Número de estabelecimentos formais e participação no total da indústria de transformação e serviços, localidades selecionadas, 2007 e 2010 Atividade Brasil Minas Gerais RMBH BH Indústria TIC Serviços TIC Total TIC Indústria de transformação Serviços Indústria transformação e serviços Participação indústria TIC/Indústria 1,0% 1,0% 0,8% 1,0% 1,2% 1,2% 1,4% 1,6% Participação serviços TIC/Serviços 4,4% 4,4% 4,5% 4,3% 5,3% 4,8% 5,3% 5,0% Participação total TIC/total ind. e serv. 3,6% 3,6% 3,6% 3,5% 4,6% 4,2% 4,7% 4,5% Fonte: MTE-RAIS, Elaborado por IPEAD/UFMG Em 2010 Minas Gerais apresentou estabelecimentos formais da Cadeia TIC, dos quais do segmento de serviços e 421 do segmento industrial. A Cadeia TIC respondeu por 3,5% do total de estabelecimentos formais da indústria de transformação e dos serviços do estado. Tal participação foi pouco inferior à apresentada em 2007 que equivaleu a 3,6%. Entre 2007 e 2010 ambos os segmentos apresentaram aumento do número de estabelecimentos. Entretanto a perda de participação da Cadeia TIC deveu-se à redução da participação dos

28 28 serviços (passou de 4,5% para 4,3%) que se sobressaiu ao aumento da participação da indústria (passou de 0,8% para 1,0%). Entre 2007 e 2010, a Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentou resultados superiores aos apresentados pelo Brasil e por Minas Gerais, apesar da perda de representatividade no período. Em 2007 a Cadeia TIC representou 4,6% do total de estabelecimentos da indústria de transformação e dos serviços da Região, já em 2010 este indicador equivaleu a 4,6%. O segmento industrial manteve a participação do número de estabelecimentos constante em 1,2% em relação ao total da indústria de transformação. Já no segmento de serviços, este indicador passou de 5,3% para 4,8% do total de estabelecimentos de serviços na Região. Belo Horizonte apresentou a maior representatividade da Cadeia TIC no total de estabelecimentos industriais e de serviços. Seguindo a tendência das demais localidades, também apresentou queda de participação, apesar do aumento no número de estabelecimentos. A redução da participação dos estabelecimentos do segmento de serviços TIC (passou de 5,3% em 2007 para 5,0% em 2010) em relação ao total de serviços foi, como nas demais localidades, responsável pela queda de participação da cadeia, visto que o segmento industrial teve sua participação aumentada (passou de 1,4% em 2007 para 1,6% em 2010) no total da indústria de transformação. Em 2010 a participação da Cadeia TIC no total de estabelecimentos industrias e de serviços de Belo Horizonte foi equivalente a 4,5%, enquanto em 2007 este indicador equivaleu a 4,7%. De uma maneira geral, o indicador número de estabelecimentos mostrou que o segmento industrial TIC apresentou desempenho semelhante ao da indústria de transformação nos casos do Brasil e da Região Metropolitana de Belo Horizonte, e superior a este nos casos de Minas Gerais e Belo Horizonte. Já no caso do segmento dos serviços TIC, em todas as localidades, o indicador mostrou desempenho inferior ao do setor de serviços. A Tabela 2, mostra a participação percentual da Cadeia TIC mineira em relação ao número de estabelecimentos formais da Cadeia TIC no Brasil, assim como, a participação de Belo Horizonte e Região Metropolitana no número de estabelecimentos formais da Cadeia TIC em Minas Gerais.

29 29 Tabela 2 - Cadeia TIC: Participação percentual do número de estabelecimentos, localidades selecionadas em relação ao Brasil e Minas Gerais, 2007 e 2010 Localidade Minas Gerais/Brasil RMBH/MG BH/MG Fonte: MTE RAIS, elaborado por IPEAD/UFMG Setor Participação (%) Indústria TIC 10,4% 11,8% Serviços TIC 12,0% 11,5% Total 11,9% 11,5% Indústria TIC 33,8% 30,9% Serviços TIC 41,0% 38,9% Total 40,6% 38,4% Indústria TIC 22,7% 21,1% Serviços TIC 31,6% 31,0% Total 31,1% 30,3% Entre 2007 e 2010, Minas Gerais perdeu participação na Cadeia TIC, passando de 11,9% para 11,5% do total de estabelecimentos da cadeia no Brasil. O aumento da participação do segmento industrial (passou de 10,4% para 11,8%) não foi suficiente para compensar a queda da participação do segmento dos serviços TIC (passou de 11,9% para 11,5%), que concentra a grande maioria dos estabelecimentos da cadeia. Belo Horizonte e sua Região Metropolitana perderam participação em relação ao número total de estabelecimentos do setor em Minas Gerais. Os segmentos industrial e de serviços contribuíram para este comportamento. Em 2010 a RMBH respondeu por 38,4% dos estabelecimentos da Cadeia TIC em Minas Gerais, dos quais 30,3% estavam em Belo Horizonte. Em relação ao porte dos estabelecimentos, a Tabela 3 revela que predominam os pequenos (com até 4 empregados) em ambos os segmentos da cadeia nas localidades analisadas. No segmento dos serviços TIC o percentual dos estabelecimentos com até 4 empregados é maior que o percentual apresentado pelo segmento industrial.

30 30 Tabela 3 Cadeia TIC: Percentual de estabelecimentos por tamanho do estabelecimento, localidades selecionadas, 2010 Tamanho Estabelecimento Brasil Minas Gerais RMBH BH Indústria Serviços Indústria Serviços Indústria Serviços Indústria Serviços ZERO 6,7% 11,1% 10,9% 12,4% 7,7% 12,8% 6,7% 12,5% ATE 4 30,4% 49,4% 28,7% 50,9% 31,5% 48,1% 32,6% 46,8% DE 5 A 9 17,1% 17,3% 16,2% 17,4% 15,4% 15,5% 19,1% 15,8% DE 10 A 19 16,0% 11,0% 13,5% 10,9% 16,2% 11,2% 14,6% 11,4% DE 20 A 49 15,0% 7,1% 16,9% 6,0% 13,1% 7,9% 12,4% 8,6% DE 50 A 99 6,4% 2,1% 5,7% 1,2% 6,9% 2,0% 9,0% 2,2% DE 100 A 249 4,8% 1,2% 5,2% 0,8% 6,2% 1,5% 3,4% 1,5% DE 250 A 499 2,1% 0,4% 2,6% 0,3% 2,3% 0,6% 2,2% 0,7% DE 500 A 999 0,8% 0,2% 0,0% 0,1% 0,0% 0,3% 0,0% 0,3% 1000 OU MAIS 0,6% 0,2% 0,2% 0,1% 0,8% 0,1% 0,0% 0,2% TOTAL 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: MTE-RAIS, elaborado por IPEAD/UFMG Em ,4% dos estabelecimentos do segmento industrial e 49,4% dos serviços possuíam até 4 empregados no Brasil (excluindo os estabelecimentos que não apresentaram empregados). Em Minas Gerais estes percentuais equivaleram a 28,7% e 50,9%, na Região Metropolitana de Belo Horizonte representaram 31,5% e 48,1%, e em Belo Horizonte equivaleram a 32,6% e 46,8%, respectivamente. Os dados mostram que a grande maioria das empresas da cadeia se concentram na faixa com até 49 empregados, especialmente no segmento dos serviços TIC, em todas localidades analisadas. Cabe destacar que, em 2010, Belo Horizonte apresentou 3 empresas do segmento de serviços TIC (0,2%) com 1000 ou mais empregados. Em relação à abertura e fechamento de empresas em Belo Horizonte, dados da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) mostram que, entre 2009 e abril de 2011, foram abertos 28 estabelecimentos autônomos e empresariais. Neste período foram fechados 12 estabelecimentos autônomos e 350 empresariais. O ano de 2010 concentrou o maior número de empresas abertas, totalizando 738, as quais representaram 2,6% das empresas abertas em Belo Horizonte neste ano. Foi também o ano em que mais empresas fecharam, 9 autônomos e 202 empresariais.

31 31 Tabela 4 Abertura e fechamento de empresas da Cadeia TIC em Belo Horizonte/MG, 2009 a abril de 2011 Classificação Autônomos Empresas Fonte: PBH (01/11 a 04/11) Abertura/ fechamento % em relação % em relação % em relação Número Número Número ao total ao total ao total Abertura 16 0,5% 8 0,3% 4 0,5% Fechamento 3 0,4% 9 0,9% 0 0,0% Abertura 643 4,1% 738 2,6% 217 2,8% Fechamento 140 3,9% 202 3,9% 8 5,7% Uma análise sobre o tempo de duração dos 481 estabelecimentos, entre autônomos e empresariais, que fecharam no período revela que 30,9% apresentaram duração de até 2 anos. Gráfico 5 Número de empresas da Cadeia TIC por anos de duração, Belo Horizonte/MG Fonte: PBH, elaborado por IPEAD/UFMG Cabe destacar que é comum a ocorrência de processos de fusão e aquisição de empresas na cadeia TIC. Muitas vezes o fechamento de uma empresa pode ser causado pelo processo de incorporação desta a uma outra. Por outro lado, é também comum a abertura de empresas, por parte de autônomos para atender a demandas específicas do mercado e, quando tais demandas se encerram, estes fecham suas empresas.

32 Emprego Os dados da RAIS mostram que, em 2010, a Cadeia TIC gerou empregos formais no Brasil, representando 3,0% do total de empregos formais do setor industrial e de serviços brasileiro. Destes, pertenciam ao segmento industrial e ao segmento dos serviços TIC. A Tabela revela um aumento no número de empregados formais no período em ambos os segmentos. Em 2007 a cadeia gerou empregos formais no segmento industrial e no segmento de serviços. Este aumento refletiu-se no aumento da participação dos empregos formais da cadeia TIC no total dos empregos formais dos setores industrial e serviços nacional, que passou de 2,9% para 3,0% no período. Tabela 5 Cadeia TIC: Número de empregos formais e participação no total dos empregos da indústria e dos serviços, localidades selecionadas, 2007 e 2010 Atividade Brasil Minas Gerais RMBH BH Indústria TIC Serviços TIC Total TIC Indústria Serviços Indústria e Serviços Participação industria TIC/indústria total 2,0% 1,9% 1,5% 1,6% 1,9% 2,0% 1,9% 2,3% Participação serviços TIC/serviços total 3,3% 3,4% 2,9% 2,6% 3,7% 3,3% 3,9% 3,6% Participação total TIC/indústria e serviços 2,9% 3,0% 2,5% 2,4% 3,3% 3,0% 3,7% 3,4% Fonte: MTE-RAIS, Elaborado por IPEAD/UFMG Minas Gerais apresentou aumento do número de empregos formais em ambos os segmentos, entretanto perdeu participação no total dos setores industrial e de serviços do estado, que passou de 2,5% para 2,4% entre 2007 e Esta perda de participação ocorreu em decorrência da redução da participação do segmento dos serviços TIC no total do emprego formal do setor de serviços, que passou de 2,9% para 2,6% no período. A Região Metropolitana de Belo Horizonte seguiu a tendência estadual. Apresentou crescimento do emprego da Cadeia TIC, o qual passou de para entre 2007 e 2010, e redução da participação no total de empregos formais criados pelos setores industrial e de serviços da Região, que passou de 3,3% para 3,0% no período.

33 33 Belo Horizonte, por sua vez, apresentou crescimento do emprego formal da Cadeia TIC entre 2007 e 2010 (passou de para ) em conseqüência do aumento do emprego no segmento industrial (passou de para 2.336), apesar da queda do emprego apresentada pelo segmento dos serviços (passou de para ). Este desempenho causou a redução da participação da Cadeia TIC do município no total de empregos formais criados pelos setores industrial e de serviços da capital, que passou de 3,7% para 3,4%. Em relação ao rendimento médio mensal do trabalhador da Cadeia TIC, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD, publicados pelo IBGE, revelam que entre 2006 e 2009, os valores recebidos pelo trabalhador da Cadeia TIC em Belo Horizonte foram superiores aos apresentados pelas demais localidades analisadas. Gráfico 6 - Cadeia TIC: Rendimento médio mensal do trabalho principal para pessoas de 10 anos ou mais, 2006 a 2009, localidades selecionadas 2.500, , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,1 500,0 0, Brasil Minas Gerais RMBH Belo Horizonte Fonte: PNAD, Elaborado por IPEAD/UFMG O Gráfico revela que durante o período , o comportamento da variável rendimento médio mensal do trabalhador da Cadeia TIC em Belo Horizonte foi distinto do apresentado pelas demais localidades. Em 2006 o rendimento médio mensal que equivalia a R$2.360,1 no município, caiu cerca de 13% em 2007, quando atingiu R$2.054,2. Em 2008 verificou-se uma leve recuperação, alcançando R$2.120,5, em 2009 apresentou pequena queda e equivaleu a R$2.099,2. A Região Metropolitana de Belo Horizonte e Minas Gerais apresentaram tendência semelhante, ainda que a Região Metropolitana tenha apresentado valores superiores aos do estado, dada a

34 34 influência de Belo Horizonte. Destaca-se o aumento apresentado pela variável entre 2008 e 2009, depois da relativa estabilidade nos anos anteriores. Na Região Metropolitana este aumento foi de 29,6%, quando a Região alcançou rendimento médio equivalente a R$1.959,0 em 2009, valor próximo ao apresentado por Belo Horizonte. Já Minas Gerais apresentou aumento de 18,3% no rendimento médio mensal do trabalhador da Cadeia TIC, o qual equivaleu a R$1.618,6 em Minas, que durante o período apresentou os menores valores desta variável, com o aumento em 2009, superou a média nacional. No Brasil, a variável apresentou comportamento mais estável no período, com pequena tendência de alta. Passou de R$1.557,6 em 2006 para R$1.618,6 em Com relação à participação do segmento informal, o Gráfico 7 mostra que no período , com exceção do Brasil que apresentou relativa estabilidade do indicador com tendência de alta, as demais localidades apresentaram queda expressiva da taxa de informalidade da Cadeia TIC. Gráfico 7 - Cadeia TIC: Taxa de Informalidade, 2007 a 2009, Localidades Selecionadas 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 30,5% 28,2% 27,4% 27,1% 24,3% 31,4% 31,7% 29,0% 25,5% 19,9% 10,3% 8,9% 0,0% Belo Horizonte RMBH Minas Gerais Brasil Fonte: IBGE-PNAD, 2007 a 2009 O Brasil apresentou as maiores taxas de informalidade da Cadeia TIC no período. Já Belo Horizonte e sua Região Metropolitana apresentaram o melhor desempenho em relação a este indicador. Em 2007 a taxa de informalidade da Cadeia TIC equivaleu a 30,5% no Brasil, 28,2% em Minas Gerais, 27,4% em Belo Horizonte e 27,1% na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Estes percentuais mostraram-se consideravelmente inferiores em 2009, com exceção do Brasil que apresentou aumento do indicador. Em 2009 a taxa de informalidade brasileira

35 35 equivaleu a 31,7%, bastante superior aos 19,9% de Minas Gerais, 10,3% da Região Metropolitana e 8,9% de Belo Horizonte Comércio exterior A Cadeia Produtiva TIC apresentou participação pouco expressiva no comércio exterior brasileiro entre 2003 e 2006, conforme estudo realizado pelo IBGE, especialmente em relação às exportações. Neste período as exportações de produtos TIC mantiveram a participação em 3,2% das exportações totais do país, apesar das oscilações em 2004 e Já as importações apresentaram crescimento constante no período, passando de 12,5% em 2003 para 14,3% do total de importações do país em Como pode se observar na Tabela 6, entre os produtos exportados destaca-se a categoria equipamentos de telecomunicações que apresentou participação crescente no período (passou de 1,8% em 2003 para 2,3% em 2004). As demais categorias mantiveram ou perderam participação, evidenciando o fato do desempenho das exportações da Cadeia TIC estar diretamente associado ao comportamento das exportações de equipamentos de telecomunicações. Em relação às importações, a categoria dos componentes eletrônicos apresentou a maior participação e importância crescente no período. Em 2003, sua participação nas importações equivaleu a 6,2%, já em 2006 alcançou 7,3%. As demais categorias apresentaram participação menos significativa e comportamento mais estável.

36 36 Tabela 6 Participação dos produtos do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação TIC, no total do comércio exterior Brasil Participação dos produtos do setor de Tecnologia da Informação e Produto Comunicação - TIC, no total do comércio exterior (%) Exportação Importação Total Comércio Exterior Total de Tecnologia da Informação e Comunicação TIC 3,2 2,3 3,4 3,2 12,5 13,4 14,1 14,3 Equipamento de telecomunicações 1,8 1,2 2,4 2,3 1,2 1,4 1,5 1,3 Computadores e equipamentos relacionados 0,3 0,3 0,3 0,3 2,4 2,3 2,5 2,8 Componentes eletrônicos 0,5 0,4 0,3 0,2 6,2 6,9 7,2 7,3 Equipamento de áudio e vídeo 0,3 0,3 0,1 0,1 0,7 0,9 1,1 1,2 Outros bens de Tecnologia da Informação e Comunicação TIC 0,2 0,2 0,2 0,3 1,9 1,9 1,8 1,7 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, secretaria de Comércio Exterior, apud IBGE, 2009 O comportamento das exportações e importações da Cadeia TIC brasileira sinalizam para um déficit crescente da balança comercial, estimulado pelo aumento das importações (crescimento da demanda interna), pela valorização do real e pela concorrência dos produtos estrangeiros, especialmente dos asiáticos. Cabe destacar que no processo produtivo brasileiro as empresas nacionais e as filiais estrangeiras realizam as etapas menos intensivas em conhecimento, geralmente associadas à montagem de peças e equipamentos importados. Este fato explica a crescente importação de componentes eletrônicos, os quais incorporam os avanços tecnológicos do setor. No comércio exterior de Belo Horizonte, estatísticas relativas ao comércio exterior dos municípios, publicadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostram que, entre os 40 principais produtos constantes da pauta de exportação, entre setembro de 2010 e setembro de 2011, não consta nenhum produto da cadeia TIC. Já na pauta de importação do município, constam 5 produtos da cadeia TIC, todos da categoria componentes eletrônicos. Neste mesmo período, apenas dois municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentaram produtos da Cadeia TIC entre os 40 principais da pauta de exportação. Foram eles Nova Lima e São Joaquim de Bicas, que exportaram produtos do segmento aparelhos de telecomunicação. Em relação às importações, cinco municípios da Região apresentaram produtos da Cadeia TIC entre os 40 principais da pauta de importação, além de Belo Horizonte.

37 37 Foram eles Betim, Brumadinho, Lagoa Santa, Nova Lima e Pedro Leopoldo, que importaram produtos das categorias equipamentos de áudio e vídeo, equipamentos de telecomunicação, computadores e equipamentos relacionados e outros bens de tecnologia da informação e comunicação. Minas Gerais, por sua vez, não apresentou produtos da Cadeia TIC entre os 40 principais produtos comercializados com outras localidades. 2.5 Fornecedores O segmento de fornecedores representa a base da cadeia produtiva do setor TIC e é constituído principalmente por fabricantes de máquinas para escritório e equipamentos de informática, fabricantes de material eletrônico básico, fabricantes de equipamentos de telefonia e transmissores de rádio e TV e fabricantes de equipamentos receptores de rádio e TV, reprodutores e gravadores de som e vídeo. Em todo o mundo os padrões concorrenciais do setor TIC foram amplamente afetados pelos processos de liberalização e globalização ocorridos no final do século XX. No Brasil, o segmento industrial foi profundamente afetado pela abertura econômica e pelas privatizações ocorridas nos anos 1990, resultando em um domínio por parte das empresas estrangeiras, que, em alguns casos, passaram a ter no Brasil plantas voltadas para exportação, especialmente no caso de aparelhos celulares. As firmas brasileiras procuram investir em inovação e em acesso ao conhecimento tecnológico para resistirem à competição internacional. Entretanto, elas dificilmente conseguem determinar novos padrões tecnológicos que caracterizam a indústria, ficando sujeitas a seguir os padrões criados por alianças de grandes corporações globais. Esse cenário revela a dificuldade das empresas nacionais em competir com grandes empresas internacionais, gerando uma forte dependência no país da importação de componentes eletrônicos, que têm importância crescente no valor agregado dos produtos, elevando os custos de produção e, consequentemente, os preços finais aos consumidores. Dentre as empresas nacionais predominam aquelas de pequeno ou médio porte, porém, com atuação em áreas de reduzido grau de especialização tecnológica. Segundo Szapiro (2008), de maneira geral, o principal problema associado à desnacionalização e ao aumento da participação das multinacionais na indústria nacional de aparelhos de telecomunicações é que,

38 38 não havendo instrumentos de política pública eficazes, que visem estimular a agregação local de valor, há uma tendência por parte das empresas em elevar a importação de peças, componentes e outros bens em detrimento da produção interna, o que dificulta a competitividade das empresas e, consequentemente, do país. (ABDI, 2009) Para muitos autores, a solução consiste em justamente desenvolver tecnologias que se tornem padrão de mercado e não apenas em seguir tendências externas. Para tanto, a existência de políticas públicas e de incentivos é de fundamental importância. É válido destacar que existem firmas líderes e seguidoras nacionais, além de algumas emergentes, com elevados esforços inovativos, porém, mesmo as maiores empresas brasileiras são relativamente pequenas dentro do próprio mercado interno. Dessa forma, elas se tornam alvos potenciais para aquisição por parte de players que estão em escalas de produção e investimento muito mais elevadas. (IPEA) Para melhor caracterizar o segmento industrial da cadeia TIC são apresentados e analisados a seguir alguns indicadores relativos à produção, número de estabelecimentos e empregos, tecnologia e inovação e comércio exterior Produção No Gráfico 8 são apresentados dados a respeito da participação dos segmentos que compõem a indústria de TICs no faturamento do setor. Entre 1998 e 2007, o segmento de informática foi o que mais contribuiu para o faturamento da indústria, foi seguido pelo segmento de telecomunicações e pelo segmento de componentes eletrônicos. (IPEA)

39 39 Gráfico 8 - Participação das áreas de telecomunicações, informática e componentes eletrônicos no faturamento da indústria de TICs, de 1998 a 2007 Fonte: ABINEE apud ABDI, 2009 (página 4) A produção do setor TIC no país apresentou números positivos na última década, quando comparada à produção da indústria de transformação. Contudo, a produção brasileira foi fortemente afetada pela crise financeira mundial iniciada em 2008 e apresentou expressiva queda de produção física a partir do terceiro trimestre daquele ano, em especial os segmentos de máquinas de escritório e equipamentos de informática e de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações. O Gráfico 9 mostra o comportamento do setor industrial no Brasil entre o quarto trimestre de 2007 e o primeiro trimestre de Percebe-se claramente o forte impacto da crise financeira nos equipamentos de informática e também nos materiais eletrônicos e equipamentos de comunicação. A indústria, de uma maneira geral, sofreu forte queda com a crise, contudo, os impactos negativos foram muito maiores nos segmentos de informática, de eletrônicos e de comunicações.

40 40 Gráfico 9 Variação da produção física na indústria de transformação e setores TICs comparação com o trimestre do ano anterior Fonte: ABDI, O segmento de máquinas para escritório e equipamentos de informática correspondente aos produtos de informática do setor TIC acumulou, no ano de 2007, uma taxa de 14,4% de aumento da produção física, valor significativamente superior ao da indústria de transformação nesse mesmo ano, de aproximadamente 6%. Somente no trimestre final de 2007, a taxa de crescimento do setor de informática em relação ao trimestre anterior chegou a 12,2%. Já em 2008, o setor não repetiu o crescimento demonstrado no ano anterior. Apesar de apresentar crescimento nos três primeiros trimestres (com queda de produção no primeiro trimestre), este foi bastante inferior ao esperado, em função da alta base de comparação apresentada no ano anterior. A partir do último trimestre de 2008, com início da crise financeira internacional, as taxas observadas para o segmento apresentaram quedas acentuadas, atingindo -25% e -21,9% no quarto trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009, respectivamente. Essas taxas foram muito mais negativas do que as taxas verificadas na indústria geral. O segmento de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicação por sua vez, apresentou taxas de crescimento trimestrais de aproximadamente 10% até o primeiro semestre de Contudo, no início do terceiro trimestre, a taxa passou a ser levemente negativa, em

41 41 torno de -1,3%. Porém, a queda abrupta neste segmento ocorreu no último trimestre de 2008 e, principalmente, no primeiro trimestre de 2009, chegando a -25,2% e -42,7%, respectivamente. Os dados revelam que, efetivamente, os setores mais afetados dentro da indústria pela crise financeira mundial foram aqueles ligados à fabricação de produtos associados à TICs. Contudo, dados do ano de 2009, já apontavam para um início de recuperação do setor. O segmento de equipamento de telecomunicações registrou aumento de 5,9% e de 9,9%, respectivamente, em comparação com o mês anterior em abril e em maio de O segmento de informática, por sua vez, registrou crescimento de 6,6% no mês de maio de Observa-se, portanto, que, embora os índices de produção ainda estejam abaixo daqueles verificados em setembro de 2008, no momento de início da crise, dados mais recentes apontam para sinais de superação dessa crise e de recuperação da produção do setor Estabelecimentos e emprego No Brasil, entre as 11 classes que compõem o segmento industrial da cadeia TIC, conforme classificação CNAE 2.0, a classe fabricação de componentes eletrônicos agrega o maior número de estabelecimentos (26,6%) e gera o maior número de empregos (23,7%) da indústria TIC. É seguida pela classe de fabricação de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle que concentra 22,5% dos estabelecimentos e 13,6% do emprego. As classes fabricação de equipamentos de informática e fabricação de periféricos para equipamentos de informática, apesar de apresentarem menor participação no número de estabelecimentos, 9,1% e 10,3%, respondem por 14,4% e 14,3% do emprego, respectivamente.

42 42 Tabela 7 - Número de estabelecimentos e de empregos do segmento industrial da cadeia TIC, localidades selecionadas, 2010 Belo Brasil Minas Gerais RMBH Classe TIC Horizonte Estab. Emp. Estab. Emp. Estab. Emp. Estab. Emp. Fabricação de componentes eletrônicos 26,6% 23,7% 29,2% 26,2% 20,0% 14,2% 15,7% 10,5% Fabricação de equipamentos de informática 9,1% 14,4% 12,1% 12,9% 9,2% 11,6% 11,2% 27,4% Fabricação de periféricos para equipamentos de informática 10,3% 14,3% 12,1% 28,1% 13,1% 42,7% 14,6% 21,3% Fabricação de equipamentos transmissores de comunicação 5,6% 5,3% 7,6% 4,2% 4,6% 0,8% 5,6% 1,9% Fabricação de aparelhos telefônicos e de outros equipamentos de comunicação 4,4% 9,5% 4,8% 4,3% 1,5% 0,1% 1,1% 0,1% Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo 8,2% 12,2% 5,5% 6,4% 4,6% 1,0% 3,4% 2,4% Fabricação de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle 22,5% 13,6% 15,2% 11,2% 28,5% 18,3% 28,1% 22,9% Fabricação de cronômetros e relógios 1,2% 1,7% 1,2% 0,8% 2,3% 1,8% 3,4% 4,4% Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação 8,0% 3,0% 8,3% 3,9% 11,5% 8,2% 11,2% 6,6% Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos 3,8% 2,0% 3,8% 1,6% 4,6% 1,1% 5,6% 2,6% Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas 0,2% 0,1% 0,2% 0,3% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Indústria TIC 100,0%100,0%100,0%100,0%100,0%100,0% 100,0%100,0% Fonte: MTE:RAIS, Elaborado pelo IPEAD/UFMG As demais localidades analisadas seguem a tendência brasileira, em que as classes fabricação de componentes eletrônicos e fabricação de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle predominam em termos de número de estabelecimentos e de empregos gerados e são acompanhadas, especialmente em relação ao número de empregos, pelas classes fabricação de equipamentos de informática e fabricação de periféricos para equipamentos de informática. Em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana predominam os estabelecimentos da classe fabricação de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle, 28,5% e 28,1%, respectivamente. Já em relação aos empregos gerados, na Região Metropolitana de Belo Horizonte destaca-se a classe fabricação de periféricos para equipamentos de informática com 42,7% do emprego gerado pela indústria TIC na Região. Em Belo Horizonte as classes fabricação de equipamentos de informática (27,4%), fabricação de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle (22,9%) e fabricação de periféricos para equipamentos de informática (21,3%) respondem pela maior parcela do emprego. A classe fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas com participação pouco significativa no Brasil e em Minas Gerais, não apresentaram estabelecimentos em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana.

43 Tecnologia e Inovação Em relação a investimentos em tecnologia e inovação, nota-se que o segmento industrial do setor TIC tem indicadores de inovação e de esforço tecnológico maiores do que a média do setor industrial em geral. Nesse sentido, é importante destacar que a indústria é o segmento com maior capacidade de investimento e inovação no setor TIC, bem à frente dos demais segmentos, uma vez que possui uma base sólida e ligada à grandes empresas multinacionais. As empresas brasileiras são constantemente pressionadas pela competição imposta por firmas internacionais, e, por isso, buscam maior acesso ao conhecimento tecnológico e se orientam para a inovação. Contudo, o setor apresenta características ambíguas no país, pois, de um lado possui indicadores de inovação e esforço tecnológico maior que a média industrial geral, porém, do outro lado, está fortemente ligado às inovações e recursos tecnológicos proveniente do exterior. Dessa forma, mesmo com investimentos relativamente significativos, as empresas estão sujeitas à determinação de novos padrões tecnológicos externos, criados a partir de alianças de grandes corporações internacionais. Nesse sentido, é importante para as empresas nacionais a busca por desenvolvimento de tecnologias que possam se tornar padrão de mercado, de maneira que elas possam se manter competitivas. Nota-se que o mercado brasileiro possui alto grau de internacionalização, o que confere outra dificuldade para o investimento e os esforços em inovação e tecnologias na escala local ou regional, uma vez que as alterações são realizadas nas matrizes das empresas internacionais. Isso representa um rompimento da cadeia produtiva local de fornecedores em face da cadeia produtiva global. O Brasil possui taxas de inovação mais elevadas que países como Espanha, França e Itália, quando se considera o lançamento de produtos para o mercado. Entretanto, ao se comparar taxas de inovação de produto novo para mercado e gastos em pesquisa e desenvolvimento, o Brasil fica atrás desses países. Isso significa que as empresas brasileiras investem em produtos para mercado, mas não no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias que possam torná-las mais competitivas, inclusive em termos internacionais. Neste sentido, percebe-se que, excetuando-se as empresas líderes de informática, universidade e institutos de pesquisa não são utilizados pela maioria das firmas como fontes de informação para a inovação. Na indústria TIC, de um total de investimentos de R$1.377 milhões em

44 44 pesquisa e desenvolvimento no período entre 2003 e 2005, R$1.349 milhões, ou seja, 97,95%, foram de financiamentos provenientes das próprias empresas. Do restante, R$ 21 milhões (1,52%) foram de origem pública e R$ 7 milhões (0,5%) vieram de agentes privados. Isso revela o controle e o domínio de mercado e de investimentos por parte das grandes corporações neste setor. Vale citar que no Brasil, mesmo em ambiente de compras preferenciais para a tecnologia nacional, no caso do Sistema Telebrás, os padrões tecnológicos nacionais não conseguiram ser monopolistas. Nota-se, portanto, que as empresas brasileiras não possuem investimentos e estruturas que permitam competir, de modo adequado, com as empresas internacionais Comércio Exterior O saldo do comércio exterior brasileiro é deficitário nos mais diversos segmentos industriais da cadeia TIC, em função do elevado grau de internacionalização do mercado nacional, que dificulta a participação das empresas brasileiras no mercado interno e também a competição no mercado externo. Para acompanhar o desenvolvimento de produtos e tecnologias de grandes corporações as empresas brasileiras necessitam importar peças, componentes e conhecimento, o que eleva o custo final do produto e gera uma balança comercial desfavorável. As atividades industriais apresentam grande dependência em relação ao fornecimento de componentes semicondutores e display, por exemplo, uma vez que a produção destes é praticamente inexistente no país. Isso contribui para um significativo déficit na balança comercial setorial, considerando-se a importação em larga escala dessas peças pelo setor TIC. O valor dos semicondutores e displays é bastante elevado, podendo chegar a 90% do valor final do produto em televisores digitais, 80% em computadores e videogames e 50% em equipamentos de automação industrial e instrumentação (LINS, 2009). Em relação às exportações, destaca-se o setor de equipamentos de telefonia e transmissores de rádio e TV, apesar do saldo comercial deficitário com o exterior. Os principais mercados para os produtos brasileiros são Argentina, como principal destino na América Latina, e Estados Unidos, apesar deste último ser mais sensível às variações cambiais (ABDI, 2009). Já no que diz respeito às importações, observa-se queda no fornecimento por parte dos Estados Unidos e também de países da União Européia, com concomitante aumento de importações de produtos oriundos de países do Sudeste Asiático (ABDI, 2009). Essa tendência corrobora o

45 45 cenário, anteriormente delineado, para o cenário internacional, que indica significativo aumento de importância dos países do leste asiático no mercado mundial. 2.6 Produtores O segmento dos produtores do setor TIC é representado pela produção de softwares e hardwares, além da oferta de serviços de tecnologia da informação e de telecomunicações. Este segmento é o mais dinâmico e o que apresenta a maior quantidade de pessoas e empresas envolvidas. Este elo da cadeia tem como característica a grande oferta dos mais variados tipos de serviços. No que diz respeito à área de TI pode-se citar: assistência técnica, manutenção e suporte; armazenamento e hospedagem; processamento de dados; consultoria, projetos e implantação; internet; servidores e plataformas; desenvolvimento de software; desenvolvimento de aplicativos e sistemas; customização; outsourcing. Já em relação às telecomunicações os principais são: assistência técnica, manutenção e suporte em telefonia fixa e móvel; projeto e implantação em telefonia fixa e móvel; operação, manutenção e suporte em televisão; telemarketing; teleinformática. Nota-se que este é um segmento que apresenta grande dinamismo e está em constante evolução, fruto do contato contínuo com consumidores, o que representa novas demandas recorrentes. Em função dessa grande demanda existente, os produtores são aqueles que apresentam a maior quantidade de pessoas empregadas no setor TIC. Em relação às inovações e mudanças que ocorrem constantemente no segmento de produtores, nota-se algumas tendências evolutivas, como: computação por nuvem ; convergência tecnológica; alianças estratégicas; agregação de conteúdo e de serviços aos produtos; mudanças constantes de demanda e de oferta de serviços; entre outros. A computação em nuvem refere-se a um sistema operacional disponível na internet, em que a partir de qualquer computador e em qualquer lugar, pode-se ter acesso a informações, arquivos e programas em um sistema único, independente de plataforma. A convergência tecnológica aponta para o desenvolvimento de padrões universais que permitem associar telecomunicações e tecnologias da informação e mídia, de forma que esses se desenvolvam e cresçam em conjunto. Isso é importante, pois acelera o ciclo de inovações e

46 46 investimentos em novas tecnologias e permite a rápida aplicação de novos conhecimentos em diversas áreas. As mudanças tecnológicas no setor TIC geram importantes desafios e oportunidades, como a concorrência cruzada e a intensificação de alianças estratégicas, na busca coorporativa por meios de atender à demanda por diversificação e, ao mesmo tempo, ampliar a oferta de produtos e serviços. As novas relações competitivas entre as empresas são afetadas pela convergência tecnológica e exigem alianças e estratégias corporativas para sobrevivência no mercado. Dessa forma, as empresas pretendem aumentar sua flexibilidade e obter custos competitivos ao longo da cadeia de valor. A combinação de esforços de pesquisa e desenvolvimento e a redução de duplicações facilitam a chegada a soluções de menor custo e com maiores vantagens competitivas. A colaboração possibilita a capacitação tecnológica, geralmente não existente internamente nas empresas. Nas palavras de Tigre (2008/2009), [...] além de reunir competências em hardware e software e dividir custos, os projetos colaborativos visam aumentar as chances de êxito comercial das novas tecnologias por meio do compromisso de adoção por grandes empresas com efetivo poder de mercado [...]. Juntamente à convergência tecnológica e às alianças estratégicas aparece a agregação de conteúdo e de serviços aos produtos, como nova lógica comercial para o setor TIC. Isso resulta do crescimento em importância de softwares e serviços nos próximos anos em relação a equipamentos e a instalações físicas. Observa-se que essas tendências estão presentes no setor TIC de uma forma geral, contudo, em alguns momentos elas se aplicam mais à área de tecnologia da informação e em outros momentos à área das telecomunicações. Contudo, são importantes no desenvolvimento de ambos os segmentos Tecnologia da Informação O segmento de tecnologia da informação no Brasil vem crescendo e atingindo cada vez mais usuários e consumidores, o que aumenta a demanda por serviços e por mão-de-obra, em especial, mão-de-obra qualificada e especializada, capaz de atender as exigências de um mercado grande e competitivo. As empresas brasileiras de software, por exemplo, possuem alto

47 47 valor agregado em seus produtos e serviços (mão-de-obra qualificada), porém baixo valor absoluto, o que estimula a exportação de serviços e produtos. Contudo, tal fato é limitado pelo elevado custo e pelo volume limitado de capital humano disponível no país. O setor de TI no Brasil é o que apresenta o maior saldo entre criação e encerramento de empresas entre todos os setores da economia. Isso revela a existência de boas perspectivas no setor, que estimulam o surgimento de empresas, mas, ao mesmo tempo, mostra a dificuldade de se manter no mercado, em função da competitividade, em especial com empresas internacionais, e da necessidade de mão-de-obra. Nota-se que os problemas, as dificuldades e os desafios são semelhantes entre as micro, pequenas empresas e as grandes empresas do setor. O Gráfico 10 mostra a distribuição de empresas no Brasil por ano de fundação. Os dados revelam que a maioria das empresas em torno d 38% - foi fundada no país no período 1991 a 1995, e 27% entre 1996 ae Essas empresas foram fundadas em períodos de grande popularização dos computadores e também do acesso à internet, que geraram grande demanda por serviços e produtos. Percebe-se que após 2001 poucas empresas (4,3%) foram fundadas, ou conseguiram se manter no mercado, frente à grande competitividade interna e externa.

48 48 Gráfico 10 Distribuição de empresas de TI por ano de fundação Fonte: ASSESPRO, 2011 O mercado mundial de TI, em 2010, registrou um total de US$ 1,54 trilhão, o que significa um crescimento 7,7% em relação ao ano anterior. A Tabela 8 mostra os principais mercados de TI em 2010, e revela a concentração do setor nos Estados Unidos (US$536 bilhões), seguido de longe pelo Japão (US$134 bilhões), pela China (97 bilhões), e pelo Reino Unido (US$96 bilhões), enquanto o Brasil aparece em quinto nesse ranking, com US$ 37 bilhões. Tabela 8 - Mercado Mundial de TI, 2010 País Mercado (U$S bilhões) USA 536 Japão 134 China 97 UK 96 Brasil 37 Espanha 29 Índia 24 Rússia 21 México 13 Israel 6 Argentina 5 Irlanda 4 Colômbia 4 Fonte: ABES, Elaborado pelo IPEAD/UFMG No Brasil, o crescimento do mercado de TI foi de 21,3% em 2010, chegando ao montante de US$ 37 bilhões indicado na tabela anterior. Esse valor representa 49,6% do mercado da América Latina e 2,4% do mercado mundial de TI. Em 2010 foram registrados 56,5 milhões de

49 49 computadores instalados, e 81,5 milhões de usuário de internet, o que demonstra a expansão do setor no país, em função da redução de custos e de financiamentos para as classes mais baixas. Em relação à mão-de-obra, existem aproximadamente 1,7 milhão de profissionais de TI no mercado brasileiro, muitos dos quais possuem alta qualificação e experiência no setor. A cada ano, se formam 100 mil novos profissionais em cursos relacionados a TI, seja técnico, de graduação ou de pós-graduação, os quais estão espalhados por Universidades (federais, estaduais e privadas). Existem ainda, 6 milhões de estudantes na educação profissional, além de cursos ligados a TI, bem como 220 mil pessoas sendo preparadas para ingressas no mercado de TI (BRASSCOM, 2011). Todos esses números apontam para a demanda por mãode-obra qualificada no setor, bem como para a expansão de serviços e oferta de produtos, uma vez que essa é a área deste setor responsável pelo maior número de pessoas empregadas. Conforme apontado anteriormente, as empresas brasileiras, em função da conjuntura do mercado e da concorrência com grandes corporações internacionais, devem focar seus investimentos na área de oferta de serviços, em especial no desenvolvimento de softwares. Apesar disso, percebe-se que o setor atende a apenas 1/3 do mercado usuário no Brasil com programas feitos nacionalmente, sendo 2/3 ofertados por programas computacionais desenvolvidos no exterior (LINS, 2009). Os serviços técnicos de informática são realizados localmente, não havendo terceirização relevante. Neste sentido, nota-se que o mercado nacional tem potencial, considerando-se a qualificação técnica, para atender a demandas por terceirização advindas de outras nações, contudo, possui carência de mão-de-obra em termos quantitativos, devido à elevada demanda interna por serviços de atendimento e contact center. Segundo dados do Instituto de Telemarketing e Serviços ao Cliente, o segmente possui cerca de 650 mil postos de trabalho. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) mostram que o mercado doméstico de softwares atingiu em 2010 o total de U$S 5,51 bilhões, o que representa um crescimento de 21,9% em relação ao montante registrado em Esse valor representa ainda, 1,8% do mercado mundial de softwares. De acordo com os dados informados anteriormente, 30% desse mercado é atendido por programas desenvolvidos no país. Vale destacar ainda que a exportação representou U$S 110 milhões, valor bastante baixo quando comparado à movimentação interna, e que o Brasil conta com empresas dedicadas à exploração econômica desse mercado.

50 50 Já em relação aos serviços relacionados aos softwares, os dados apontam para um crescimento de 24,8% em relação ao ano de 2009, chegando ao montante final de U$S 13,53 bilhões em Esse valor representa 2,3% do mercado mundial, tendo as exportações chegado a US$ 1,63 bilhão. O Gráfico 11 mostra a posição do Brasil no mercado mundial de software e de serviços no período de 2004 a Gráfico 11 - Posição Brasileira no mercado mundial de software e serviços, 2004 a 2010 Fonte: ABES, elaborado pelo IPEAD/UFMG Percebe-se a evolução do mercado brasileiro de software e de serviços na época observada, saindo da 15ª posição em 2004 para a 11ª em Essa evolução é referendada pelos dados mostrados na Tabela 9, que revela o comportamento do PIB do setor de softwares e serviços (dentro do setor e em relação ao total nacional) nesse mesmo período.

51 51 Tabela 9 - PIB do setor de softwares e serviços no Brasil, 2004 a 2010 Ano PIB (bilhões US$) % PIB Brasileiro PIB Software (bilhões US$) PIB Serviços (bilhões US$) ,98 1,17 2,36 3, ,41 0,95 2,72 4, ,09 0,97 3,26 5, ,12 0,86 4,19 6, , ,3 5,4 9, ,04 1 5,51 13,53 Fonte: ABES, elaborado pelo IPEAD/UFMG Observa-se um aumento contínuo do PIB do setor de 2004 a 2010, passando de US$ 5,98 bilhões para US$ 19,04 bilhões, apesar desse aumento contínuo não se refletir na participação em porcentagem do PIB brasileiro. Em 2004 a participação era de 1,17% do total nacional, valor que apresentou queda até 2007, quando atingiu o valor mínimo de 0,86%. Nos anos seguintes iniciou um crescimento relativo, chegando a 1% em Outra questão a ser destacada diz respeito à participação do mercado de softwares e do mercado de serviços de software no crescimento do PIB do setor. Nota-se que o crescimento do PIB de serviços foi bastante acentuado, passando de US$ 3,62 bilhões em 2004 para US$ 13,53 bilhões em 2010, enquanto que o crescimento do PIB de softwares foi mais modesto, partindo de US$ 2,36 bilhões em 2004 e atingindo US$ 5,51 bilhões em O Gráfico 12, por sua vez, mostra a inserção brasileira no mercado mundial de software, também para o período de 2004 a A partir dos dados verifica-se a evolução do mercado nacional frente ao mercado mundial, apesar da participação ainda ser bastante restrita. A participação do Brasil dobrou no período observado, passando de 1,1% para 2,2%, tendo ocorrido um crescimento contínuo durante os anos analisados.

52 52 Gráfico 12 - Participação do mercado de software, 2004 a 2010, Brasil Fonte: ABES, elaborado pelo IPEAD/UFMG Na Tabela 10 são apresentados dados sobre exportação de softwares e serviços para o ano de 2010 no Brasil, bem como sua variação em relação ao ano anterior. Nota-se um aumento total de 15,7% em 2010 quando comparado a 2009, sendo a maior parte pertencente ao aumento na exportação de softwares. Contudo, a exportação de serviços representa 74% do total de exportação do setor no ano, o que confirma a qualificação da mão-de-obra brasileira. Esses valores poderiam ser maiores caso houvesse, adicionalmente, uma maior oferta de mão de obra, uma vez que, em termos qualitativos, o país já consegue atender às exigências da demanda externa. Tabela 10 - Exportação de softwares e serviços, Brasil, 2010 Exportação Volume Participação Variação (U$S milhões) (%) 2010/2009 Software ,5 Serviços ,4 Total ,7 Fonte. ABES, Elaborado pelo IPEAD/UFMG O Gráfico 13 revela a evolução do número de empresas no mercado de software e de serviços em software no país entre 2004 e Percebe-se um aumento no número de empresas no decorrer dos anos, contudo, a variação não chega a ser tão significativa, passando de 7.700

53 53 empresas em 2004 para em 2010, sendo que a maior parte das empresas surgiu entre 2007 e Gráfico 13 - Evolução do número de empresas no mercado de softwares e de serviços no Brasil entre 2004 e 2010 Fonte: ABES, elaborado pelo IPEAD/UFMG Dentre as empresas atuantes no setor de software e serviços em 2010 no Brasil, aproximadamente a metade se dedica à distribuição e comercialização de produtos, conforme mostra a Tabela 11. Tabela 11 - Empresas do setor de softwares e serviços, Brasil, 2010 Empresas Quantidade Participação (%) Desenvolvimento e produção ,7 Distribuição e Comercialização ,1 Prestação de Serviços ,2 Total Fonte: ABES, 2010 Em relação ao porte das empresas dedicadas à produção e desenvolvimento de softwares, 36,7% são classificadas como micro empresa, 57,6% como pequena empresa, 4,7% como média empresa e 0,9% como grande empresa (ABES, 2010). Os dados referentes ao número de estabelecimentos formais do segmento dos serviços de tecnologia da informação - TI - publicados pela RAIS, conforme apresentados na Tabela 12, revelam um universo mais abrangente de empresas pertencentes ao segmento. De acordo com a

54 54 RAIS, em 2010 o Brasil contava com empresas prestadoras de serviços de TI, sendo desconsiderados deste universo os estabelecimentos comerciais. Tabela 12 Número de estabelecimentos formais prestadores dos serviços de Tecnologia da Informação, localidades selecionadas, 2010 Classe TI Brasil MG RMBH BH Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não customizáveis Consultoria em tecnologia da informação Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet Outras atividades de prestação de serviços de informação não especificadas Anteriormente Reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos Total Fonte: MTE RAIS, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Os estabelecimentos especializados em desenvolvimento e licenciamento de programas representaram 21,7% do total das empresas prestadoras de serviços de TI no Brasil, 19,6% em Minas Gerais, 23,8% na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 27% na capital mineira. A atividade de prestação de serviços de TI, propriamente dita, concentrou o maior número de classes e de estabelecimentos do segmento. Em 2010 respondeu por 56,2% das empresas do segmento de serviços de TI no Brasil, 59,4% em Minas Gerais, 59,1% na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 56,7% em Belo Horizonte. Os serviços de reparação e manutenção, por sua vez, concentraram 22,2% dos estabelecimentos do segmento dos serviços de TI no Brasil, 21,0% em Minas Gerais, 17,0% na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 16,3% em Belo Horizonte. Em relação aos empregos, as classes de prestação de serviços concentraram o maior número de empregos do segmento. De acordo com os dados da Tabela 13, em 2010 estas representaram 62,9% dos empregos do segmento de serviços de TI no Brasil, 64,4% em Minas Gerais, 66% na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 65,2% na capital. Foram seguidos pelas classes especializadas em distribuição e licenciamento de programas, em que tais indicadores corresponderam a 27,0%, 23,9%, 24,6% e 25,6% respectivamente. A classe reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos apresentou menor participação no emprego que no número de estabelecimentos. Em 2010, foi responsável

55 55 por 10,1% dos empregos gerados pelo segmento de serviços de TI no Brasil, 11,8% em Minas Gerais, 9,4% na Região Metropolitana de Belo Horizonte e 9,2% em Belo Horizonte. Tabela 13 Número de empregos formais por classe dos serviços de tecnologia da informação, localidades selecionadas, 2010 Classe Brasil Minas Gerais RMBH Belo Horizonte Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não customizáveis Consultoria em tecnologia da informação Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet Outras atividades de prestação de serviços de informação não especificadas Anteriormente Reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos Total Fonte: MTE RAIS, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Em relação ao mercado mundial de software e serviços, a Tabela 14 revela a participação dos principais países em termos de volume e de participação percentual no ano de 2010, sendo considerados valores referentes aos mercados internos de cada país e desconsiderando-se participações relativas a exportações.

56 56 Tabela 14 - Mercado Mundial de Softwares e serviços, 2010 País Volume Participação (U$S bilhões) (%) USA 359,2 40,6 Japão 76,9 8,7 UK 65,4 7,4 Alemanha 50 6,5 França 45,6 5,2 Canadá 23,8 2,7 Itália 21 2,4 Holanda 18,4 2,1 China 17,7 2 Espanha 17,5 2 Brasil 17,3 1,9 Austrália 16,2 1,9 Suíça 10,9 1,2 Suécia 10,1 1,1 Índia 9,7 1,1 Demais países 115,9 13,1 Total 884,5 100 Fonte: ABES, 2010 Os Estados Unidos dominam o mercado mundial de softwares e serviços, com um total de US$ 359,2 bilhões, o que representa 40,6% do mercado. São seguidos por Japão com US$ 76,9 bilhões (8,7%), Reino Unido com US$ 65,4 bilhões (7,4%), Alemanha com US$50 bilhões (6,5%) e França com US$ 45,6 bilhões (5,2%), que também possuem certa influência no mercado. Os demais países contam com participação abaixo de 3%, o que inclui o Brasil com US$ 17,3 bilhões (1,9%). Outra questão importante a ser abordada diz respeito ao mercado brasileiro de softwares livres, que vem apresentando crescimento nos últimos anos, segundo relatório da ABES (2011). Apesar da participação no total do mercado de software e serviços brasileiro ser de apenas 2,95%, esse segmento apresentou aumento de 20% em 2010, quando comparado a A maior aplicação desses softwares acontece por parte do Governo, cerca de 66%, e está focado principalmente no desenvolvimento de aplicativos e de sistemas operacionais livres. É um mercado ainda incipiente no Brasil, em comparação à outros países, contudo, apresenta bom potencial para crescimento, principalmente com incentivos governamentais. De uma maneira geral, a Figura 3 faz um apanhado da distribuição do mercado de softwares e serviços no Brasil em 2010, segundo a participação de cada segmento.

57 57 Figura 3 - Mercado de softwares e serviços, Brasil, 2010 Fonte: ABES, 2010 Percebe-se a distribuição desigual dentro do setor de TI, com grande concentração no mercado doméstico e na área de serviços, em detrimento das exportações e do mercado de softwares. Em relação a este último, o desenvolvimento no país ainda é insuficiente para dar conta da demanda e para concorrer com produtos de origem externa. E no que diz respeito aos serviços, observa-se a presença de serviços sob encomenda, que vêm crescendo e começam a representar um segmento importante nesse arranjo Tendência tecnológicas em softwares Entre as tendências tecnológicas em softwares pode-se citar a combinação entre as modalidades de produtos e de serviços, que geralmente atuam de maneira segmentada. A junção entre software e produto é uma aplicação preparada previamente para servir a um conjunto amplo de clientes, e está fortemente baseada em sua competitividade mercadológica, uma vez que se sustenta pela capacidade de desenvolvimento técnico e de comercialização dos produtos em massa. Portanto, o software-produto se distingue de outros serviços em software devido à suas características concorrenciais, uma vez que envolve ganhos crescentes de escala.

58 58 Um exemplo que envolve a relação entre produto e serviço é a computação em nuvem (clound computing), conforme mostrada na Figura 4. Figura 4 Esquema de computação em nuvem Fonte: TIGRE, 2008/2009 Nesse esquema de distribuição, toda a infraestrutura e as informações disponíveis estão alocadas em uma nuvem, que é composta por uma infraestrutura mundial, na qual estão incluídas redes de comunicação, centros de armazenamento, provedores de internet e processamento de dados. A nuvem é acessada a partir de aplicativos diversos (softwares), ferramentas de busca e de formatação de conteúdo instalados em plataformas de acesso, como PC ou dispositivos móveis. O Protocolo Internet (IP) representa a linguagem universal utilizada que permite a padronização de pacotes de diferentes mídias, bem como comporta o tráfego de voz, de dados e de imagens e permite o acesso direto a todo o conteúdo disponível. Cada produto é dotado de um código que pode ser identificado por rádio freqüência, de modo a permitir sua pronta identificação, acesso, transporte e integração. Os esforços empreendidos por grandes empresas do setor de TI, como Google, Amazon e Microsoft em investirem em soluções de computação distribuída, a partir de servidores próprios ou terceirizados, revelam a forte tendência da computação em nuvem. A distribuição geográfica dos servidores (com capacidade de processamento e de armazenamento de dados)

59 59 cria uma necessidade de maior integração, que pode ter como alternativa a existência das nuvens, uma vez que essas estão em um patamar independente em relação à sua localização A questão regulatória do software e seus impactos na concorrência Por não requererem autorizações e concessões para funcionamento, a questão regulatória na indústria de software não possui a mesma influência que a verificada em relação ao mercado de telecomunicações. Observa-se, porém, a crescente preocupação a respeito dos mecanismos jurídicos reguladores para o setor de TI nos últimos anos, em função do crescimento do setor e do surgimento contínuo de novas tecnologias e processos. Nesse sentido, a indústria de software possui mecanismos relacionados à regulamentação, principalmente no que diz respeito a proteção da propriedade intelectual e seus desdobramentos nos processos de inovação e de disseminação de novas tecnologias. Existe um caráter dual entre o estímulo à inovação, por meio da proteção à propriedade intelectual, e o estímulo à difusão das tecnologias, por meio de sua liberdade de circulação. Por um lado, o resguardo à propriedade intelectual (patentes ou direitos autorais) gera retorno de investimentos e novas perspectivas de investimentos em inovações futuras, contudo, por outro lado, a superproteção cria um fator limitador para a difusão das inovações e das tecnologias e, consequentemente, do conhecimento. Além de gerar custos elevados para os usuários, a pouca transparência técnica dos softwares sob a égide da propriedade intelectual inviabiliza a troca de conhecimentos suficientes para o processo de aprendizado e de aperfeiçoamento por parte dos usuários. Dessa forma, as tecnologias proprietárias são reforçadas por economias de rede geradas especificamente para seus usuários. Assim sendo, mediante processo chamado de Feedback positivo, o proprietário da tecnologia pode exercer um considerável poder de mercado, de forma a impor suas inovações e produtos, gerando um fortalecimento ainda maior de um processo monopolista (ANDRADE et al, 2007). Nesse contexto, a disputa por padrões é uma característica fundamental de segmentos da indústria eletrônica, uma vez que a propriedade de padrões bem sucedidos resulta em um aprisionamento do cliente, bem como cria poder de mercado, a partir do qual tem início o ciclo de investimentos e de propriedade novamente. Por isso, a guerra por padrões ocorre frequentemente em momentos nos quais novas tecnologias são criadas, geralmente baseadas

60 60 em disputas de grandes corporações, de maneira a garantir o maior mercado específico possível, o que assegura a viabilidade futura da tecnologia criada e de outras inovações. A patente e o direito autoral são os mecanismos legais existentes mais abrangentes para a proteção da propriedade intelectual. Em questões mais restritas é utilizada também a proteção de marcas e de símbolos de negócio, bem como de técnicas como: criptografia, autenticação digital, segregação de funções, controle de acesso e auditoria de sistemas. Muitas vezes um único produto pode utilizar-se de várias das formas de proteção. Diferentemente do que ocorre com a propriedade intelectual, nos softwares livres, os padrões são compartilhados por diferentes usuários e fornecedores, como forma de fortalecer o aprendizado e o desenvolvimento independente de software. Eles se baseiam, portanto, na livre circulação do conhecimento, tendo como princípios básicos: a liberdade de expressão; o livre acesso à informação; o caráter coletivo do conhecimento; e o software como bem comum. O software livre pode ser gratuitamente copiado e alterado, desde que esteja aberto e disponível para terceiros, com o intuito de evitar monopólios, apesar de serem registrados e comercializados. O compartilhamento do conhecimento tecnológicos, nesse sentido, busca a melhor distribuição na alocação de recursos. Apesar da comercialização, a remuneração dos desenvolvedores não está ligada apenas à venda de licenças, mas também à prestação de serviços diretos aos clientes, como a integração com outros sistemas, a customização do software a necessidades singulares dos usuários, além de treinamentos e suportes técnicos. De um modo geral, são apontadas três dificuldades em relação ao uso dos softwares livres: ausência de uma única instituição que garanta seu desenvolvimento em um sentido, consequentemente, o software tende a evoluir em diferentes direções; dificuldades de oferta; e elevado custo associado à mudança de usuários. Frente a essas dificuldades, a participação governamental desempenha importante função na difusão de um regime aberto em relação ao acesso ao conhecimento em softwares. O uso de softwares livres pelas instituições de governo representa um significativo esforço em relação à política de concorrência, permitindo a inserção desses softwares e gerando incentivos para desenvolvedores da área. Outra questão fundamental diz respeito à definição de critérios mais rigorosos sobre a concessão de patentes de softwares, de forma a limitar a restrição ao conhecimento.

61 61 A política de fortalecimento das empresas nacionais por meio do financiamento a fusões e a aquisições, advinda da Política de Desenvolvimento Produtivo do governo, é outro aspecto importante para alterar os padrões de concorrência do mercado de softwares. Essa política considera que as empresas de capital brasileiro são muito pequenas quando comparadas aos seus competidores globais e que o porte das empresas é fator fundamental diante das oportunidades de auferir economias de escala. Existe uma política ativa de financiamento a fusões e a aquisições entre empresas nacionais de software desenvolvida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que pode gerar empresas brasileiras de porte internacional. Vale ressaltar a importância dessa política, tendo em vista as dificuldades encontradas pelas empresas de software para obter financiamentos junto a bancos privados, uma vez que não possuem ativos reais para serem oferecidos como garantia Mudanças da demanda internacional e o crescimento do outsourcing A despeito da crise econômica iniciada no final de 2008, a demanda internacional por software e serviços de telecomunicações ostenta um padrão de crescimento, com base nas inovações técnicas e também em novas estruturas organizacionais. Programas computacionais novos, internet banda larga móvel, além de conteúdos digitais amplos e variados sofrem menos efeitos negativos da crise do que equipamentos físicos. Além disso, ocorreram mudanças nos padrões de empresas que demandam a maior utilização de serviços TIC, por exemplo, a terceirização do desenvolvimento de software e de serviços baseados em tecnologias da informação e da comunicação. Isso faz com que os serviços estejam distribuídos por países diversos, desde que apresentem boa infraestrutura e baixos custos de mão-de-obra, o que implica, por sua vez, na ampliação global da oferta de serviços de TI. Do outro lado desse processo está a dificuldade de empresas nacionais de software e serviços de se colocarem no mercado global e de competirem, mesmo internamente, com as maiores corporações. A confiabilidade da empresa, sua capacitação, a propriedade intelectual de padrões globais, dentre outros, são aspectos importantes nas atividades de terceirização. Dessa forma, pode-se compreender a participação majoritária das empresas multinacionais no mercado global de outsourcing.

62 Segmento de Telecomunicações A telecomunicação pode ser compreendida como a transmissão, emissão ou recepção seja por fio, por radioeletricidade, por meios ópticos ou por qualquer outro processo eletromagnético, de sinais, imagens, sons, símbolos ou informações de qualquer natureza. Enquanto o segmento de telecomunicações propriamente dito pode ser definido como o setor da economia que engloba serviços de telecomunicações e produtos utilizados para a prestação destes serviços. Dentro do segmento de telecomunicações estão inclusos serviços e produtos como: telefonia fixa; telefonia móvel; telecomunicações por satélites; acesso à internet (banda larga ou discada); transmissão e recepção de sinais de TV (aberta e por assinatura); transmissão e recepção de sinais de rádio; serviços de instalação e infra-estrutura; telemarketing; etc. Sendo esses serviços prestados por agentes que possuem concessão, permissão ou autorização para tal. O segmento de telecomunicações está fortemente ligado ao segmento de tecnologia da informação, portanto, também experimentou significativo crescimento nas últimas décadas, se valendo das inovações tecnológicas e de mudanças e rearranjos políticos e mercadológicos, por exemplo, a abertura comercial e os processos de privatização. Essas mudanças transformaram profundamente a estrutura desse segmento, reorganizando atividades produtivas e gerando novas formas de concorrência. O esgotamento do modelo estatal e a nova organização por meio de capital privado buscavam retomar o crescimento do setor, provendo infraestrutura moderna e de qualidade, seguindo os padrões internacionais e a diversificação dos serviços. Como o Estado não era capaz de suprir a demanda latente, abriu-se precedente para o investimento de empresas privadas, de forma a promover o acesso universal aos serviços básicos e garantir a integração nacional, ao mesmo passo em que colocava o país em um novo patamar de competitividade em relação às comunicações (Minicom, 1997). Neste processo, o papel das instituições governamentais foi alterado. A regulação e a fiscalização passaram a ter função primordial, em detrimento da capacidade de prover serviços e produtos, tendo em vista a assimetria no poder de mercado das grandes corporações que se valeram do legado estatal e assumiram o controle das telecomunicações. O Estado, além de fiscal e regulador, teve de atuar como favorecedor da dinâmica de concorrência, permitindo a viabilidade econômica do setor, ao mesmo tempo em que integrava as questões sociais necessárias à política e ao mercado interno. Dentro desta política, a Tabela 15 mostra o número

63 63 de horas de fiscalização realizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no ano de 2010 segundo grupos de serviços. Tabela 15 Horas de fiscalização no ano de 2010 Objeto Horas % Radiodifusão ,74% TV por Assinatura ,90% Total ,58% Telefonia Móvel ,87% Telefonia Fixa ,83% Comunicação Multimídia ,21% Tributário ,87% Outros ,00% Fonte: Anatel, Frente a todas essas mudanças do segmento de telecomunicações e sua grande interação com o segmento de tecnologia da informação, vale citar a participação da internet como elemento agregador e transformador, sendo um dos pilares básicos para a convergência tecnológica e a rápida expansão dos serviços, dos produtos e das inovações na cadeia produtiva TIC. Para compreender o panorama deste segmento, pode-se dividi-lo em áreas como: telefonia fixa; universalização; telefonia móvel; comunicação multimídia; exploração de satélites; e televisão por assinatura Telefonia fixa Em 2010, o Brasil atingiu 42,1 milhões de registros ao Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), o que representa um ganho de 1,4% em relação ao ano de Esse ganho foi fruto, em sua maior parte, do aumento da oferta de telefonia fixa por meio de prestadoras autorizadas, em especial nos maiores centros urbanos. A crescente oferta foi possível mediante a utilização da infraestrutura de rede já existente para suporte a outros serviços, como o acesso a TV por assinatura via cabo e à telefonia móvel. No período observado, o número de assinantes das empresas autorizadas elevou-se em 23,5%, enquanto o das empresas concessionárias reduziu 3,9%. O Gráfico 14 revela a evolução da base de assinantes do serviço de telefonia fixa (STFC) no período entre 1998 e 2010.

64 64 Gráfico 14 Evolução do número de assinantes do serviço de telefonia fixa no Brasil (em milhões), de 1998 a 2010 Fonte: Elaborado a partir de dados da Anatel, Nota-se um crescimento, praticamente contínuo do número de assinantes de telefonia fixa no país, à exceção da variação entre 2005 e 2006, na qual foi verificada pequena queda. A despeito do fato da base de assinantes ter dobrado de tamanho entre 1998 e 2010, observa-se que o maior crescimento esteve concentrado nos quatro primeiros anos, de 1998 a 2001, processo ligado à promulgação da Lei Geral de Telecomunicações (LGT) e à privatização do Sistema Telebrás. Em relação à densidade do serviço (número de acessos a cada cem habitantes) praticamente não houve variação no país, tendo passado de 21,6 em 2009 para 21,7 em A pequena variação média também é observada nos estados separadamente, tendo São Paulo permanecido como estado com maior densidade e o Maranhão como de menor densidade. O maior crescimento relativo ocorreu em Alagoas, cerca de 3,8%, e a maior redução em Roraima, aproximadamente, 7,6%. O Gráfico 15 mostra esses valores para cada estado brasileiro, bem como para o Distrito Federal e para o Brasil.

65 65 Gráfico 15 Variação da densidade do serviço de telefonia fixa entre 2009 e 2010 Fonte: Anatel, Dados mais recentes, referentes ao mês de outubro de 2011 e publicados pela ANATEL, apontam para uma queda da densidade do serviço de telefonia fixa no Brasil (16,74) e em Minas Gerais (16,62). Já o Município de Belo Horizonte apresentou densidade de 26,38 acessos individuais e públicos por 100 habitantes. Outra questão importante diz respeito à competitividade no setor de telecomunicações, que vem se acirrando com as políticas aplicadas e com a participação de novas empresas, em especial as autorizadas. Entre as principais empresas, autorizadas e concessionárias estão: Intelig; Embratel; Telefônica; Oi/Telemar; Tim; Oi/Brasil Telecom; e GVT. As concessionárias são dominantes em suas áreas de prestação de serviço, contudo, a competição se torna cada vez maior, com a participação das autorizadas no mercado de telefonia fixa. Por exemplo, a Embratel passou de 6,9% em 2007 para 16,8% em 2010, enquanto a GVT passou de 1,8% para 5%. Outro fator importante é a maior oferta de terminais fixos das autorizadas em uma quantidade maior de municípios brasileiros. Vale dizer que a competitividade ocorre tanto em relação à Longa Distância Nacional, quanto em relação à Longa Distância Internacional, porém, este último convive mais propriamente com a concorrência também de mecanismos associados à internet, como mensageiros instantâneos e serviços de Voz sobre IP (VoIP). Em função disso, existem estudos que visam flexibilizar esse mercado e fortalecer a competição por parte das empresas de telecomunicações. A qualidade de prestação dos serviços e as tarifas e preços constituem outro campo de interesse na área de serviço de telefonia fixa. Em relação à qualidade existem planos e metas a serem

66 66 cumpridas pelas autorizadas e pelas concessionárias, sob a regulação da Anatel. Já no que diz respeito às tarifas e preços, a variação ocorre de acordo com o Índice de Serviços de Telecomunicações (IST), criado pela Anatel em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este índice permite regular as tarifações segundo variações de produtividade das prestadoras e das taxas de inflação Universalização A universalização se refere ao acesso público às telecomunicações, por meio da utilização de Telefones de Uso Público (TUPs), também chamados de orelhões. Em 2010, o Brasil possuía 38,2 mil localidades atendidas STFC (valor 1,3% superior ao ano anterior), sendo 15,2 mil definidas apenas pelo acesso coletivo a esse serviço. O Gráfico 16 mostra o número de orelhões distribuídos no país no período entre 1998 e Verifica-se que o número de orelhões aumentou 134% entre 1998 e 2001, quando passou de para A partir de 2001 este indicador vem apresentando quedas constantes e em 2010 correspondeu a orelhões. Gráfico 16 Evolução da quantidade de orelhões no Brasil (em mil), 1998 a 2010 Fonte: Anatel, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Em 2010, Minas Gerais apresentou orelhões e Belo Horizonte Do total de orelhões instalados, pelo menos 2% devem ser adaptados para diferentes tipos de necessidades especiais. Em 2010, existiam 22,2 mil orelhões adaptados para pessoas com deficiência de locomoção e 5,1 mil para pessoas com deficiência auditiva ou da fala no Brasil. Em Minas Gerais estes indicadores corresponderam a e 293 respectivamente Telefonia móvel O acesso ao Serviço Móvel Pessoal (SMP) atingiu 202,9 milhões de usuários no Brasil em 2010, o que representa um crescimento de 16,7% em relação ao ano de 2009, ganho

67 67 significativamente superior ao de telefonia fixa. Esse resultado mantém o Brasil na quinta colocação no ranking mundial de acesso à telefonia móvel, atrás de China, Índia, Estados Unidos e Rússia. O Gráfico 17 mostra a evolução do acesso ao SMP no Brasil desde 1998 até Essa evolução pode ser justificada, em grande parte, pelo uso intensivo de novas funcionalidades, por exemplo, terminais dedicados a conexões de dados. Gráfico 17 Evolução do acesso ao Serviço Móvel Pessoal no Brasil (em milhões), 1998 a 2010 Fonte: Elaborado a partir de dados da Anatel, Nota-se o crescimento contínuo e intenso do mercado brasileiro de telefonia móvel, partindo de 7,4 milhões em 1998 para 202,9 milhões em Esse crescimento ocorreu junto com as políticas de privatizações, a melhoria de qualidade do setor e a ampliação de oferta de produtos e de serviços, que resultaram na redução de custos e de preços finais. A estatística registrada aponta para uma média próxima de 1 acesso ao SMP por pessoa no país, contudo, na realidade constata-se a concentração de acesso em alguns segmentos sociais, enquanto outros se mantêm a margem desses serviços. Do total de acessos a SMP registrados em agosto de 2011, 81,75% eram pré-pagos e 18,25% pós-pagos, o que aponta para uma característica do usuário brasileiro em geral, que possui necessidade de controle de gastos. Em Minas Gerais estes percentuais corresponderam a 77,29% e 22,71%, respectivamente. Essa característica permite o acesso de grande parte da população, em especial a de baixa renda. Existem iniciativas que buscam reduzir os preços cobrados na modalidade pré-paga, por exemplo, a construção de um modelo ou plano de custos para gerenciar esse tipo de acesso. A marca de um acesso ao SMP por habitante foi superada no país em outubro de 2010, tendo alcançado a densidade de 104,7. O crescimento foi verificado em todas as unidades da

68 68 federação, porém com variações devido a fatores econômicos, como renda per capita e também por fatores socioculturais, como o perfil de utilização do serviço. Essas modificações são mostradas no Gráfico 18, que trata da evolução da densidade de acesso do SMP no país. Gráfico 18 Evolução da densidade de acesso ao Serviço Móvel Pessoal no Brasil, 1998 a 2010 Fonte: Anatel, Verifica-se que em 2009 apenas os estados do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, além do Distrito Federal, possuíam densidade acima de 100, porém, com o crescimento observado em 2010 apenas 11 estados ficaram abaixo desse índice. Vale ressaltar também que houve crescimento em todos os estados e no Distrito Federal entre 2009 e 2010, o que aponta para a atratividade desse mercado no país, bem como para a facilidade em acesso ao serviço por parte majoritária da população. Em Belo Horizonte este indicador equivaleu a 125,16 acessos ao SMP a cada 100 habitantes em dezembro de 2010, média superior à apresentada por Minas Gerais e pelo Brasil. Outra importante questão ocorrida em 2010 foi o abandono da tecnologia analógica AMPS, que já vinha gradativamente sendo substituída por outras tecnologias e em 2009 somava pouco mais de três mil acessos. As tecnologias GSM, CDMA e TDMA, por sua vez, tiveram diminuição em sua participação, ao passo que a tecnologia WCDMA cresceu significativamente, passando de 2,4% em 2009 para 7,2% em Ocorreu também um ligeiro acréscimo na participação de terminais de uso exclusivo para conexão a dados. O Gráfico 19 mostra a distribuição dos acessos do SMP pelas principais tecnologias no ano de 2010.

69 69 Gráfico 19 Distribuição de acessos em SMP por tecnologia, 2010 Fonte: Anatel, A supremacia das tecnologias pertence à GSM com 87,76% dos acessos, contudo, a tecnologia WCDMA vem ganhando espaço e já representa 7,2% dos acessos. A tecnologia TDMA representa apenas 0,01% dos acessos, enquanto a CDMA representa 2,06% e os terminais exclusivamente de dados representam 2,97%. No que diz respeito à qualidade dos serviços, as prestadoras alcançaram 94,9% de cumprimento do Plano Geral de Metas de Qualidade do Serviço Móvel Pessoal proposto pela Anatel em 2010, superando os 92,6% conseguidos em O monitoramento da qualidade do serviço segue índices propostos pela Anatel referentes à conectividade e consistência da rede, à queda e à taxa de transmissão de dados, ao cumprimento dos serviços ofertados, bem como indicadores de qualidade percebidos pelos usuários desses serviços. Já em relação à competitividade no Serviço Móvel Pessoal não foram registradas grandes alterações em 2010, uma vez que o mercado encontra-se bastante concentrado em quatro grandes operadoras, conforme confirmado pelo Gráfico 20.

70 70 Gráfico 20 Competitividade no SMP por empresas prestadoras de serviços, 2010 Fonte: Anatel, 2010 O gráfico mostra que o mercado de serviços SMP é concentrado em quatro grandes empresas que possuem fatias praticamente homogêneas, enquanto outras empresas representam apenas 0,36% dos acessos ao Serviço Móvel Pessoal. Contudo, a entrada de outra empresa no mercado, a Nextel, deve representar não apenas uma alteração do quadro atual, como também melhoria na qualidade do serviço e redução dos preços praticados, em função do aumento da competitividade Comunicação multimídia O Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) trata de um serviço fixo de telecomunicações que possibilita a oferta de capacidade de transmissão, emissão e recepção de informações multimídia (dados, voz e imagem) através de diversos meios. Em 2010, esse serviço possuía 15,5 milhões de acessos no Brasil, o que representou 19,2% de aumento em relação ao registrado em Conforme pode ser observado no Gráfico 21, desde o ano 2000 o número de acessos fixos banda larga cresceu mais de 150 vezes, revelando a importância desse serviço no contexto social atual.

71 71 Gráfico 21 Evolução dos acessos ao Serviço de Comunicação Multimídia no Brasil (em milhões), 2000 a 2010 Fonte: Anatel, Elaborado pelo IPEAD/UFMG Em 2000, o país possuía apenas 100 mil acessos fixos a este tipo de serviço, valor que passou a ser de 15,5 milhões em Nos primeiros três anos observados o crescimento foi, de certa forma, modesto, contudo, a partir de 2003 verificou-se um grande salto no número de acessos ao SCM. Esse crescimento contínuo e acelerado reflete a diversificação da oferta do serviço, inclusive com o surgimento de novas prestadoras, bem como a redução dos custos, advindos da competitividade. A estabilidade econômica e a melhoria na qualidade de vida das classes mais baixas também contribuíram para a elevação desses padrões. Em Minas Gerais, dados referentes a março de 2011 revelam que o estado possuía acessos ao serviço fixo de telecomunicação multimídia. Os dados de 2010 mostram que o Brasil contava com 2,5 mil empresas autorizadas do SCM, o que significou um aumento de 38,6% em relação a Esse crescimento pode ser apontado como resultado da migração das autorizações de outros serviços para o SCM, bem como da atuação de grande quantidade de pequenas e médias empresas que obtiveram outorga para prestação desse serviço. Nota-se, no Gráfico 22, o crescimento do número de empresas com atuação na oferta de Serviços de Comunicação Multimídia no país.

72 72 Gráfico 22 Evolução do número de empresas autorizadas do SCM Fonte: Elaborado a partir de dados da Anatel, Em 2002 havia apenas 66 empresas autorizadas a prestar serviços do SCM, enquanto que em 2010 esse número chegou a Verifica-se, pelo crescimento contínuo do número de empresas, sua direta relação com o número de acessos, em função da diversidade da oferta e da redução dos preços provenientes do processo de concorrência no setor de telecomunicações. Enquanto o número de acessos cresceu 150 vezes, o número de empresas autorizadas a oferecer o serviço cresceu aproximadamente 38 vezes. No que diz respeito à tecnologia na oferta desses serviços existe um predomínio das tecnologias de acesso ADSL, entretanto, nos últimos anos ocorreu um crescimento do número de acessos com tecnologia cable modem, que possui variações de velocidade entre 70 kbps e 150 Mbps. O crescimento desse tipo de tecnologia está fortemente associado à oferta de serviços combinados entre TV por assinatura e acesso à internet por parte das operadoras. Vale destacar também o crescente número de acessos wireless, que em geral possuem baixo custo (tecnologia Wi-Fi). Associado à disseminação de novas tecnologias e seguindo as tendências mundiais, a velocidade média dos acessos do SCM vem aumentando significativamente no país, sendo que o percentual de acessos com velocidades inferiores a 512 kbps apresenta queda recorrente, enquanto que velocidades superiores a 2 Mbps já representam 19% dos acessos em serviço no ano de Essa alteração de padrão se deve ao aumento da demanda por parte dos usuários em função de aplicativos e tecnologias que requerem grande capacidade de transmissão, como imagens e vídeos de alta definição.

73 Exploração de satélites O segmento de telecomunicações está baseado na capacidade de transmissão e de recepção de dados, sejam eles de qualquer natureza. Por isso, é extremamente importante a existência de um conjunto de elementos e ferramentas que possibilitem essa transmissão e recepção, e, nesse sentido, a exploração de satélites surge como fator fundamental deste processo. Em 2010, todas as grandes operadoras de satélites globais e várias de atuação regional operavam no mercado nacional, com um total de 33 satélites geoestacionários estrangeiros autorizadas a comercializarem capacidade espacial no Brasil, contra um total de 29 em A Figura 5 mostra alguns dos satélites geoestacionários autorizados pela Anatel a atuar no país. Figura 5 Satélites geoestacionários autorizados pela Anatel a atuar no Brasil, 2010 Fonte: Anatel, A capacidade espacial disponível no Brasil foi aumentada a partir de autorizações do uso de faixas de freqüências adicionais para satélites já autorizados. Ao final de 2010 nove satélites brasileiros estavam em operação e outros quatro satélites não geoestacionários estrangeiros eram usados no país para estudos científicos: dois do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outros dois como parceria entre o INPE e o Governos Chinês.

74 74 Além dos satélites geoestacionários mostradas na Figura 5, havia três sistemas de satélites não geoestacionários autorizados a operar no Brasil em 2010, ligados à prestação do Serviço Móvel Global por Satélite (SMGS). De acordo com as tendências mundiais, observou-se o aumento da oferta de serviços por satélite no país, destinados para: TV por assinatura; banda larga; comunicações móveis; rastreamento; blackbone e backhaul de serviços de telecomunicações de grande relevância; bem como distribuição de sinais de televisão das geradoras de programação para retransmissões locais. Os satélites desempenham importante papel também na disseminação das transmissões digitais em alta definição. Pode-se citar também a utilização de satélites em processos eleitorais, que permitem a comunicação entre urnas eletrônicas localizadas em regiões remotas e de difícil acesso e os responsáveis pela apuração e fiscalização do processo. Novas coordenações de satélites são realizadas para permitir a expansão do uso espacial no país, contudo, o uso intensivo de recursos de telecomunicações e o congestionamento da órbita de satélites geoestacionários resultam em algumas restrições operacionais para as redes de satélites envolvidas. O mercado brasileiro de provimento da capacidade espacial estava concentrado em quatro empresas, que juntas detinham pouco mais de 90%, enquanto que os outros cerca de 10% restantes ficavam distribuídos por outras cinco empresas. O Gráfico 23 mostra a competição no mercado de satélites no Brasil em 2010 para as bandas C e Ku, que são as utilizadas para fins comerciais.

75 75 Gráfico 23 Distribuição do mercado de satélites (bandas C e Ku) no Brasil em 2010 Fonte: Anatel, 2010 Além da disponibilidade de satélites, são necessárias estações terrenas para a transmissão e recepção dos dados midiáticos. Apenas em 2010 foram licenciadas 24,5 mil novas estações terrenas, sendo 4,8 mil fixas e 19,7 mil móveis, o que representa um crescimento de 11% em relação a Um aspecto interessante a respeito das estações terrenas se refere a um novo segmento de mercado explorado pelas prestadoras de serviços de telecomunicações no país, as estações ESV (do inglês Earth Station on Board Vessel estações terrenas a bordo de embarcações). Estas estações permitem a telecomunicação via satélite em diversos tipos de embarcações marinhas e representam um potencial ganho para as empresas no futuro Televisão por assinatura O ramo de serviços de televisão por assinatura também apresenta grande evolução no mercado nacional, tendo alcançado o total de 9,8 milhões de assinantes em 2010, o que representou um aumento de 30,7% em relação ao ano anterior. Esse foi o maior crescimento observado no período entre 1998 e 2010, sendo que no primeiro ano havia apenas 2,6 milhões de assinantes. O Gráfico24 revela a escalada do número de assinatura do serviço de televisão por assinatura no Brasil.

76 76 Gráfico 24 Evolução do número de assinaturas de TV no Brasil, 1998 a 2010 Fonte: Elaborado a partir de dados da Anatel, A grande variação observada entre 2009 e 2010 se deve à atuação de novos atores no mercado, em especial de operadoras relacionadas às concessionárias de telefonia fixa, que atuam com pacotes combinados para atrair mais consumidores. Também é importante destacar o aumento do poder aquisitivo da população de uma maneira geral, mas principalmente na Classe C, o que desperta a atenção das prestadoras de serviço para um novo mercado consumidor, uma vez que esses tipos de serviços têm estado focados nas classes A e B. A densidade dos serviços de televisão por assinatura, conforme mostrado no Gráfico 25, chegou ao número de 16,4 assinantes por grupo de 100 domicílios no Brasil em Contudo, nota-se que Rio de Janeiro e São Paulo, bem como o Distrito Federal, estão bastante acima da média nacional, enquanto a maioria dos outros estados está abaixo. Gráfico 25 Evolução da densidade de assinaturas no Brasil por domicílios, 2009 e 2010 Fonte: Anatel, 2010.

77 77 Em todos os estados pode-se observar crescimento do número de assinantes em 2010, quando comparados com 2009, sendo as elevações mais expressivas constatada em Roraima, no Tocantins e no Maranhão, com crescimento de 88,4%, 76,2% e 70,4%, respectivamente. As menores variações foram verificadas no Paraná e no Distrito Federal, 17,9% e 20,5%, respectivamente. Contudo, estas localidades já apresentavam índices superiores à média nacional anteriormente. Em relação às tecnologias empregadas, observa-se que a maior parte ainda está relacionada à TV a cabo, entretanto, a entrada de novas prestadoras de TV por assinatura via satélite no mercado, com cobertura nacional, tem incentivado a expansão da tecnologia DTH. A tecnologia MMDS completa a distribuição das modalidades empregadas no Brasil. O Gráfico 26 mostra a participação de cada tipo de tecnologia no mercado em Gráfico 26 Utilização de cada modalidade de tecnologia no serviço de TV por assinatura no Brasil, Fonte: Anatel, Apesar de ainda deter mais da metade do mercado, a tecnologia de acesso a TV a cabo apresentou crescimento de apenas 15% em 2009, enquanto que os serviços via satélite (DTH) apresentaram crescimento de 61%. A necessidade de estrutura física para a TV a cabo faz com que ela seja mais viável e aplicada em grandes centros urbanos, enquanto que os serviços via satélite permitem uma maior disseminação das assinaturas pelo território. Nesse sentido, nota-se que o crescimento da oferta de serviços de TV por assinatura via satélite (DTH) contribui para estimular a competitividade entre as operadoras, que, em busca de aumentar sua base de assinantes, criam promoções e ofertas, as quais geram expectativas de redução dos preços no setor. Por se tratar de um serviço privado, os preços não são regulados por uma agência específica, e sim determinados pelas variações de mercado. Portanto, o estímulo à concorrência surge como principal elemento capaz de abaixar os preços.

78 78 No que diz respeito à qualidade dos serviços de televisão por assinatura, as prestadoras de serviço devem reportar indicadores para a agência reguladora que permitam uma avaliação dos serviços ofertados. Reclamações e informações de usuários também são consideradas na avaliação. Diante dos relatórios produzidos são criados planos de ações para melhorar a qualidade do serviço prestado Desafios brasileiros Vários são os desafios das empresas prestadoras de serviço no Brasil, por exemplo, a convivência com a concorrência internacional. Em geral, as grandes prestadoras de serviço no país já estão vinculadas a corporações multinacionais. No que diz respeito aos serviços de telecomunicações, as empresas concessionárias atuam apenas de forma local, sendo a internacionalização desses serviços uma necessidade frente às tendências mundiais, e, para isso, as operadoras nacionais devem buscar maior relação com parceiros e com mercados do exterior. A competição, em âmbito nacional, é substancialmente dependente da regulação da concessão de novas licenças, que usualmente estão ligadas à utilização de novas freqüências e tecnologias, como é o caso do 3G. As novas bandas de freqüência geram oportunidades de entrada no mercado e de conseqüente crescimento da competitividade. Algumas medidas regulatórias também contribuem para a modificação do padrão de concorrência nacional, como o desbloqueio de aparelhos celulares e a portabilidade numérica. Diante dessas medidas, as empresas não conseguem aprisionar os clientes, portanto, fazem-se necessárias outras medidas para garantir a participação no mercado, por exemplo, a redução de preços. Isso gera maior competitividade entre as operadoras e melhores serviços e possibilidades para os usuários. Essas medidas, contudo, não alteram estruturalmente o mercado, que se mantém sob o controle de algumas poucas operadoras. A competição dentro do setor de telecomunicações deve se tornar cada dia menos segmentada, uma vez que as operadoras são capazes de provir diferentes serviços (voz, dados, TV) valendose de uma mesma infraestrutura. No Brasil, as concessões ainda ocorrem de maneira segmentada, de acordo com a tecnologia e o serviço a ser explorado (telefonia fixa, telefonia móvel, radiodifusão, televisão por assinatura). Porém, existem estudos e projetos para permitir a convergência com outros serviços, o que pode resultar em um controle ainda maior do mercado por parte de poucas empresas.

79 79 Nesse sentido, e diante da convergência tecnológica, aumenta a importância de articular políticas públicas de comunicações, de forma a promover a concorrência entre as empresas e, ao mesmo tempo, garantir a regulação e o acesso a serviços de banda larga e TV digital com maior alcance social. Portanto, a ampliação do mercado de serviços de telecomunicações por meio de planos de negócio que justifiquem economicamente o provimento desses serviços a preços adequados a populações de menor renda surge como um significativo desafio para o país. As operadoras voltam suas atenções para as classes mais altas e negligenciam os outros segmentos sociais em função da carga tributária e da rigidez regulatória. O estímulo à produção interna de conteúdos (softwares; idéias; músicas; filmes; textos; vídeos) e de inovações também aparece como outro desafio para o Brasil, frente à concentração mundial em algumas empresas e localidades. Além disso, a integração com outros serviços e setores é outro caminho a ser trilhado, buscando a expansão e a adaptação do setor de acordo com padrões já especificados. De uma maneira geral, todos os desafios e oportunidades passam pela regulação dos serviços de telecomunicações, pois, isso trás impactos diretos sobre os padrões de concorrência. Os incentivos e as inovações dependem de como são aplicados, de forma a assegurar um equilíbrio entre a rentabilidade dos serviços e o retorno social dos mesmos, por meio da universalização das ofertas Tendências tecnológicas nas telecomunicações Assim como ocorrido no segmento de TI, o segmento de telecomunicações é fortemente marcado pelo processo de inovações e pelo dinamismo tecnológico, baseando-se na convergência de redes, na mobilidade, na portabilidade e na banda larga. A convergência entre redes, por meio do Protocolo de Internet (IP), é capaz de unir dados de diferentes fontes e formatos e permitir sua integração, além de avanços em tecnologias sem fio em banda larga (WIMAX e 3G), e através de fibra óptica (FTTH e NGN). Com base nessas novas tecnologias, o setor de telecomunicações é capaz de prover novos serviços móveis de comunicação em alta velocidade. Uma tendência, conforme observado anteriormente, é a oferta de serviços triple play, por intermédio do qual são ofertados serviços de televisão por assinatura, telefonia e acesso a internet por um único canal. Essa tendência é fruto da concorrência e das inovações, mas

80 80 também exige cooperação entre as empresas de telecomunicações, os fornecedores de software, os fabricantes de equipamentos, bem como dos provedores de conteúdo. Isso se deve também ao fato de que uma única empresa dificilmente é capaz de dominar todos os campos tecnológicos que despontam como promissores para o futuro próximo, por exemplo: transmissão e compressão de sinais; redes; interação entre homem e máquina; inteligência artificial; segurança; e conteúdos. As tendências para o segmento de telecomunicações passam pela flexibilização de redes e sistemas, buscando a integração e a convergência entre diversas ofertas de serviços, pela mobilidade sem costura, mediante o qual o usuário utiliza o mesmo aparelho para variados tipos de conexão e de aplicativos, das comunicações por meio de redes sociais cada vez mais segmentadas e específicas, e também pela confiabilidade e segurança dos serviços oferecidos, que devem contemplar questões como privacidade, automação e acesso. Cabe adicionalmente observar que, a evolução da infraestrutura de telecomunicações é de extrema importância, pois, funciona como base para o desenvolvimento de novas tecnologias e serviços. Cumpre finalmente enfatizar que as inovações tecnológicas e os novos conhecimentos requerem regulamentação e fiscalização de um mercado competitivo, para que possam se tornar universais e atingir os mais diversos segmentos sociais. 2.7 Consumidores Os consumidores completam a cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação e constituem um amplo e difundido elo desta cadeia. Praticamente todos os setores da sociedade fazem parte desse elo, tendo em vista a pervasividade das aplicações de TIC na rotina diária atual. Órgãos públicos, instituições privadas, profissionais liberais e autônomos, usuários básicos e avançados, e diversos outros tipos de pessoas físicas e jurídicas compõem o elo consumidores. Pode-se dar destaque também para o comércio, caracterizado pela distribuição, representação, varejo, atacado, escritório e informática. De uma maneira geral, pode-se dizer que, na cadeia TIC, a oferta, por meio de inovações e disponibilidade de novas tecnologias e soluções, de certa forma cria sua própria demanda e direciona o comportamento de seus consumidores. Conforme destacado por TIGRE (2008/2009), as TICs praticamente se reinventam a cada década, no rastro da difusão de um conjunto interligado de inovações em componentes e sistemas. Novas tecnologias

81 81 freqüentemente dão origem a novos mercados, ao mesmo tempo em que destroem atividades existentes, caracterizando um processo típico de destruição criadora. A dinâmica inovadora da cadeia TIC constitui um grande agente transformador das relações sociais em suas mais diversas formas. Está transformando a maneira de como vivemos, trabalhamos e nos divertimos, como acordamos pela manhã, fazemos compras, investimos dinheiro, escolhemos nossos entretenimentos, criamos arte, cuidamos da saúde, educamos os filhos, trabalhamos e participamos ou nos relacionamentos com as instituições que nos empregam, vendem algo, prestam serviços à comunidade (DERTOUZOS, 1997, p. 153) Os ganhos de produtividade advindos da utilização das TICs podem ser considerados como um dos fenômenos que justificam estas mudanças. Sejam eles ganhos de produtividade física; ganhos de produtividade pela adoção mais eficiente de insumos e pelos ganhos de escala decorrentes do acesso a novos mercados; ganhos de produtividade decorrentes da integração de grupos isolados aos sistemas de educação e ao mercado de trabalho e da disseminação mais veloz e diversificada de informações sobre o contexto econômico e social. No Brasil, a rápida disseminação das TICs viabilizou vários desses mecanismos, seja pela sua utilização nas empresas, seja pela sua adoção pela população. A crescente importância das redes sociais, das lojas virtuais, dos sites de compras coletivas são exemplos dessa transformação. O comércio eletrônico, uma das aplicações das TICs mais promissoras atualmente, vem expandindo seu alcance ano a ano, atingindo proporções elevadas nas mais variadas dimensões das transações entre os agentes econômicos. Último levantamento divulgado pelo Bolsa de Ofertas constatou que, de dezembro de 2010 a março de 2011, os sites de compras coletivas tinham aumentado 153% em Minas Gerais, passando de 405 para 1.025, dos quais 400 estavam em Belo Horizonte. Em relação aos produtos de tecnologia da informação mais consumidos, estudos revelam que os computadores e laptops são líderes em consumo e usabilidade tecnológica. Entretanto, tendências atuais apontam para a expansão do consumo de produtos baseados em tecnologias alternativas, como o tablet PC, o smartphone e o e-book reader. Pesquisas revelam que a taxa de crescimento no mercado estimada para o tablet PC, em 2011, é de 160%, para o e-book reader de 133% e para o smartphone de 26%. (MAFRA, 2011) O aumento do consumo de tais produtos está relacionado à facilidade e à mobilidade que estes proporcionam ao usuário. Agregam novas tecnologias, são fáceis de usar e possuem preços competitivos.

82 82 O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) conduz a Pesquisa Sobre Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil TIC Domicílios já em sua quinta edição. De acordo com a última pesquisa realizada em 2009, 36% dos domicílios brasileiros possuíam computador, o que representou aumento de oito pontos percentuais em relação ao ano anterior. Neste mesmo período o uso da internet passou de 20% para 27% das residências. A Tabela 16 mostra a evolução do número de usuários de internet no Brasil entre 2000 e Neste período o número de usuários passou de 9,8 milhões (5,7% da população brasileira) para 63 milhões (32% da população brasileira). Ano Tabela 16 Número de Usuários de Internet no Brasil entre 2000 e 2009 População total do Brasil (milhões) População com acesso à internet (milhões)* População com acesso à internet (%) ,8 9,8 5, ,8 12,0 6, ,3 13,9 7, ,9 14,3 7, ,5 19,3 10, ,1 32,1 17, ,7 35,3 18, ,0 44,9 23, ,9 53,9 28, ,5 63,0 32,0 Fonte: dados do IBGE (Censo e PNAD) e do MídiaDados (2000 a 2004). A partir de 2006 os dados são da pesquisa TIC domicílios do Nic.br. apud Revista.br, 2011 *população de 10 anos ou mais de idade que acessou a Internet, pelo menos uma vez, por meio de computador, em algum local (domicílio, local de trabalho, escola, centro de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro local) nos 90 dias que antecederam a entrevista. Os dados revelam que o acesso à internet vem crescendo a taxas elevadas. Contudo, estudos mostram que o custo do serviço é ainda muito elevado no Brasil, quando comparado com os custos praticados nos países desenvolvidos. São necessários investimentos, suporte e regulação governamental para aumentar o acesso à rede. A velocidade de acesso à internet também é considerada um problema, visto que apenas 3,1% da população com acesso à internet possui rede de banda larga de alta capacidade. Neste sentido o governo lançou o Plano Nacional de Banda Larga 2, que tem como objetivo universalizar a internet rápida no país. 2 Anunciado no início de maio de 2010 pelo governo, ele prevê o aumento da concorrência e consequente diminuição das tarifas.

83 83 A distribuição de renda representa um importante entrave para a difusão das tecnologias da informação e comunicação, principalmente de serviços avançados de acesso a Internet. Segundo o IBGE (2008), em 2007, apenas 6% dos entrevistados da classe A e 27% da classe B nunca haviam navegado na Internet. Entretanto, o percentual dos digitalmente excluídos sobe para 53% na classe C e 83% na E. Em relação aos serviços de voz, estes cresceram significativamente nos últimos anos, em função de novas tecnologias, redução nos custos dos equipamentos e serviços, aumento da oferta e melhoria na renda da população mais pobre. Nota-se que o aumento da densidade da telefonia móvel e fixa é um indicador do aumento da demanda por produtos industriais de telecomunicações. O aumento da densidade da telefonia móvel expressou-se no aumento do número de aparelhos celulares em serviço, que entre os anos de 1998 e 2007 cresceu de 7,4 para 121,0 milhões de unidades (aumento de 1.535,14%). De uma maneira geral, o padrão de demanda por TIC é muito influenciado pela renda da população e pelo custo dos serviços. De acordo com TIGRE (2008/2009), [...] há uma grande elasticidade tanto em relação ao preço quanto a renda. Todas as classes são fortes demandantes potenciais de serviços de TIC. Porém, enquanto os mais favorecidos economicamente absorvem rapidamente as novidades do mercado, as classes de menor renda dependem da melhoria de sua renda e da queda nos custos dos serviços para se integrar ao mundo digital. Cabe lembrar que a Internet constitui um dos principais ícones da sociedade do século XXI e o bem de consumo mais desejado depois do automóvel, segundo diferentes pesquisas. Levando em consideração o desempenho recente do setor no Brasil, podemos estimar que cada ponto percentual de crescimento do PIB leva a um crescimento do consumo de TICs de pelo menos o dobro [...]. (Tigre, 2008/2009) No que diz respeito aos setores econômicos que mais utilizam os serviços e produtos TIC, estudos da ABES revelam que, em relação ao consumo de softwares, os principais compradores são oriundos da indústria (25,5%), do setor financeiro (21,1%) e do setor serviços (15,9%). Em 2010, indústria e finanças representaram praticamente 45% do mercado usuário, seguidos por serviços, comércio, governo e agroindústria. Em termos de crescimento, o governo foi o setor que apresentou o maior aumento nos investimentos, com variação positiva de mais de 27% em relação a O Governo do Estado de Minas Gerais é um exemplo da crescente utilização de TI como mecanismo de gestão pública. O Estado está entre os quatro mais desenvolvidos em TI do país. A gestão e acompanhamento do programa Acordo de Resultados, que regulamenta a administração pública do Estado, é feita através de várias ferramentas de TI de controle de projetos.

84 84 Cabe destacar que, neste cenário, Belo Horizonte foi considerada em 2010 a cidade mais digital do país, de acordo com o Índice Brasil de Cidades Digitais realizado pela primeira vez pela Momento Editorial, em parceria com a instituição CPqD, que mediu o uso da Tecnologia da Informação e Comunicação em 75 municípios brasileiros. Para medir o índice de digitalização das cidades no Brasil, o CPqD criou um questionário com 15 perguntas formuladas a partir de critérios relacionados à infraestrutura tecnológica equipamentos, disponibilidade de serviços digitais e recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência física e analfabetos. 2.8 Síntese Parte 1 A cadeia produtiva de TIC é fortemente marcada pelo fenômeno da globalização e pela liberalização dos mercados, o que gera grande segmentação da cadeia de valor em diversas localidades distribuídas ao longo do globo. Na divisão internacional do trabalho, originada desta fragmentação, as empresas líderes localizadas nos países desenvolvidos (Estados Unidos, Japão e países da Europa) concentram as atividades de maior valor agregado, como propriedade da tecnologia, marketing, pesquisa e desenvolvimento e consolidação da marca. Já as atividades de valor agregado médio, como produção de commodities a partir de tecnologia proprietária, supervisão de logística e comercial, gerência de filiais e de representantes e produção de componentes e de kits estão alocadas em alguns países, os quais são capazes de implantar grandes plantas industriais, como é o caso da China, de Cingapura e de Taiwan. Vale destacar, que neste processo de fragmentação da cadeia produtiva, ocorreu o deslocamento de significativa parcela da manufatura de produtos finais e de peças e componentes para países do leste asiático. É cada vez mais notável o desenvolvimento de empresas de países da Ásia, que se definem como players globais, passando do domínio de manufatura para controle e desenvolvimento de atividades de design e de projetos eletrônicos. O uso intensivo de mão-de-obra e o desenvolvimento de atividades com baixo valor agregado, por exemplo, serviços de apoio, embalagem, montagem e comercialização regional ocorrem em um grande número de países, que são responsáveis por atender ao mercado interno e também de países próximos, como no caso do Brasil, do México e de alguns países do sudeste asiático.

85 85 No caso brasileiro, o estudo revelou que o país é mais competitivo no elo produtor da cadeia TIC, mais especificamente na prestação dos serviços de tecnologia da informação. Verificou-se que as oportunidades para o Brasil estão na oferta e prestação de serviços, como customização de soluções de acordo com a solicitação dos clientes, serviços de suporte à aplicação, integração de sistemas e terceirização de operações, de infra-estrutura, de comunicações e de atividades de manutenção. No elo fornecedor o estudo mostrou que o segmento industrial é constituído predominantemente por multinacionais com pequena atividade tecnológica local. Como conseqüência desse fato, as empresas tendem a importar mais partes, peças, componentes e bens finais em detrimento da produção local. À maior competitividade do elo produtor brasileiro, soma-se a tendência mundial de crescimento da importância dos serviços em detrimento dos equipamentos e instalações físicas e a expansão do processo de terceirização dos serviços TIC, caracterizando um cenário favorável à inserção brasileira no mercado nacional e internacional. Neste sentido, o investimento em formação e qualificação de pessoal é de extrema importância. Este estudo revelou que, apesar da qualidade dos recursos humanos, estes são insuficientes para atender a demanda crescente pelos serviços TIC. Em relação aos serviços de TI, especialmente a produção de softwares, dados da ABES mostram que o setor atende a apenas 1/3 do mercado usuário no Brasil com programas feitos nacionalmente, sendo 2/3 ofertados por programas computacionais desenvolvidos no exterior. De uma maneira geral, além das oportunidades destacadas para o segmento dos serviços, as possibilidades de superação das fragilidades da cadeia TIC dependerá do aproveitamento de oportunidades de expansão em todo o país. O desenvolvimento de segmentos como informática e produtos eletrônicos, TV por assinatura e internet banda larga, devem estar associados a políticas de estímulo aos diversos segmentos de TICs e a mudanças nos marcos regulatórios do setor. No elo fornecedores, por exemplo, a incorporação de capacitações para projetar e produzir de maneira eficiente, parte dos componentes atualmente importados é fundamental para que o Brasil não fique limitado às etapas de menor valor e com menor conteúdo de conhecimento e competências.

86 86 Neste contexto, uma política de desenvolvimento para a cadeia TIC em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana deve estar atenta às reais possibilidades de inserção da produção TIC municipal e regional neste cenário de possibilidades. As capacitações tecnológicas apresentadas por Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, como o Arranjo Produtivo Local de Software, a existência de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia e a implantação do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, colocam o município em posição privilegiada no cenário nacional.

87 87 3 PARTE 2: PERCEPÇÃO DOS AGENTES QUE INTEGRAM A CADEIA PRODUTIVA DE TI O objetivo desta parte foi captar o modo como os agentes da cadeia produtiva percebem a problemática desta, mediante uma pesquisa quantitativa e uma qualitativa. Ambas as pesquisas de campo qualitativa e quantitativa demandaram duas etapas: Elaboração de um (a) questionário e de um (b) roteiro de entrevistas, a partir de reuniões com representantes da PBH e de entidades de classe da cadeia de TI. Tais encontros permitiram definir os aspectos relevantes que foram investigados: (a) caracterização das empresas e montagem de um sistema de informações sobre vendas, compras, insumos e posição das empresas no mercado; (b) exame das principais características, tendências, importância econômica, expectativas do setor de TI em BH e entraves, potencialidades e sugestões de políticas públicas para o setor. (Ver Apêndice 1 e Apêndice 2) Aplicação de questionários com proprietários das empresas pesquisadas, ou com um representante indicado por eles; e realização de entrevistas em profundidade (EP s, utilizando entrevistas semi-estruturadas, gravadas em áudio e transcritas), com representantes de entidades do setor de TI. Objetivando evitar viés decorrente da influência do pesquisador de campo e obter o máximo de padronização dos conceitos utilizados, procedeu-se a um treinamento abordando, fundamentalmente, os seguintes aspectos: Modo adequado de os entrevistadores e coordenadores de campo abordarem os entrevistados. Esclarecimento do sentido e da importância de ressaltar aos entrevistados a garantia de confidencialidade dos dados. Exame minucioso, com os pesquisadores de campo, de cada questão do questionário, explicitando seus objetivos e padronizando todos os conceitos utilizados. As entrevistas foram realizadas entre os dias 14 e 16 de setembro de Após os trabalhos de campo, procedeu-se a checagem de 20% dos questionários consistindo na verificação da efetiva aplicação do instrumento de pesquisa. Em seguida, os questionários foram criticados (resolução de problemas de aplicação), digitados e testados no que se refere à sua consistência.

88 Pesquisa quantitativa A pesquisa quantitativa teve caráter exploratório. Utilizou uma lista de empresas cadastradas no Atlas Tecnológico de Minas Gerais 3, publicação eletrônica que reúne informações de empresas mineiras de informática. A partir da listagem com dados de empresas de diversas localidades em Minas Gerais, foram selecionadas, inicialmente, todas que possuíam endereço em Belo Horizonte, atingindo um universo de cerca de empresas. Definiu-se uma amostra por conveniência 4 para aplicação de 100 questionários. Com base nos dados das empresas existentes na listagem, foram estabelecidas metas (estratos mínimos) para cada segmento da área de atuação das empresas de forma a se conseguir uma representatividade de todos os segmentos da cadeia produtiva da Tecnologia de Informação. Esses estratos foram considerados de acordo com variáveis categóricas, a saber: Software, Hardware e Serviços de TI. O questionário foi elaborado de modo a permitir que as empresas pudessem informar suas atividades de forma múltipla quando atuavam em mais de um segmento. Objetivando evitar viés decorrente da influência do pesquisador de campo e obter o máximo de padronização dos conceitos utilizados, procedeu-se a um treinamento abordando, fundamentalmente, os seguintes aspectos: Análise dos resultados Como anteriormente salientado, a metodologia desta pesquisa e as categorias de análise dos instrumentos de coleta de dados foram definidas a partir de discussão entre representantes da PBH, entidades ligadas às cadeias produtivas investigadas e técnicos do IPEAD, além da pesquisa em dados secundários Perfil das empresas entrevistadas As empresas entrevistadas atuam em pelo menos um dos segmentos definidos como categorias analíticas software, hardware e serviços de TI, sendo que várias delas atuam em mais de um segmento. Por esse motivo, o número de questionários é inferior à soma dos segmentos pesquisados, uma vez que alguns questionários se referem a mais de um segmento O pesquisador seleciona membros da população mais acessíveis.

89 89 As empresas de software participantes desta pesquisa atendem principalmente aos setores de serviços e Administração Pública, representando 70,1% das citações. O atendimento aos setores da indústria e do comércio também apresenta alta representatividade nesse segmento, 56,7% e 55,2% respectivamente. Em relação aos serviços prestados às empresas da construção civil, o percentual é de 32,8%. Os menores percentuais de atendimento correspondem às empresas do setor agropecuário, de extrativismo vegetal e de caça e pesca e, em seguida, os clientes pessoa física: 13,4% e 3% respectivamente. Já as empresas de hardware atendem mais clientes do setor de comércio, representando 80,8%. Os setores de indústria e de serviços e Administração Pública também são bastante atendidos pelas empresas desse segmento, correspondendo a 53,8% e 46,2% respectivamente. O atendimento às empresas da construção civil representa 42,3% e às ligadas ao setor agropecuário, extrativismo vegetal e de caça e pesca, 19,2%; 11,5% das empresas do segmento de hardware afirmaram ter como clientes pessoas físicas. As empresas de serviços de TI atendem principalmente ao setor de comércio que representa 74,6% da sua clientela. Os atendimentos aos setores de serviços e Administração Pública e indústria são também altamente representativos nesse segmento, correspondendo a 70,1% e 59,7% respectivamente. O atendimento às empresas da construção civil representa 46,3% e às ligadas ao setor agropecuário, extrativismo vegetal e de caça e pesca, 19,4%. Os clientes pessoa física são citados como clientes por 3% das empresas do segmento de hardware. Tabela 17 Distribuição das empresas por segmento de atuação e os setores da economia Setores Segmentos (*) Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % Indústria 38 56, , ,7 Construção Civil 22 32, , ,3 Comércio 37 55, , ,6 Serviços e Adm. Pública 47 70, , ,1 Agropecuária e Extr. Vegetal 9 13,4 5 19, ,4 Pessoa Física 2 3,0 3 11,5 2 3,0 FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG (*) O percentual de respostas múltiplas não totaliza necessariamente 100%

90 90 Gráfico 27 Distribuição das empresas por segmento de atuação e os setores da economia ,4 3 70,1 11,5 19,2 46,2 3 19,4 70, ,8 74,6 55,2 32,8 42,3 46,3 56,7 53,8 59,7 Software Hardware Serviços de TI Indústria Comércio Agropecuária e Extr. Vegetal Construção Civil Serviços e Adm. Pública Pessoa Física FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Caracterização do processo de venda das empresas A pesquisa solicitou aos entrevistados que descrevessem o destino de suas vendas para determinados clientes e localidades utilizando o percentual de vendas em relação ao faturamento bruto como unidade. Em relação às vendas destinadas ao setor público, 58,2% das empresas de software afirmam não vender para esse setor. Da mesma forma, 42,3% dentre as empresas do segmento de hardware e 47,8% dentre as de serviços de TI, não atendem ao setor público representa 42,3% e 47,8%, respectivamente. Entretanto, cabe destacar que um pouco mais de 11,0% das empresas tanto de software como de hardware afirmaram que mais de 75,0% do seu faturamento bruto são provenientes das vendas para o setor público.

91 91 Tabela 18 Percentual das vendas para o setor público em relação ao faturamento bruto das empresas % do faturamento Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % 0,0% 39 58, , ,8 De 1 a 25% 15 22,4 7 26, ,8 De 26 a 50% 4 6,0 2 7,7 5 7,5 De 51 a 75% 1 1,5 3 11,5 3 4,5 Acima de 75% 8 11,9 3 11,5 5 7,5 Total , , ,0 FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 28 Percentual das vendas para o setor público em relação ao faturamento bruto das empresas ,9 11,5 7,5 1,5 4,5 6 11,5 7,5 22,4 7,7 32,8 26, ,2 42,3 47,8 0 Software Hardware Serviços de TI 0,0% De 1 a 25% De 26 a 50% De 51 a 75% Acima de 75% FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG No universo das empresas que atendem ao setor público, a relação vendas - faturamento é inferior a 25,0% para a maior parte delas nos três segmentos. Dentre as empresas pesquisadas, percebe-se que o mercado interno, mais precisamente o mercado de Minas Gerais, é essencial para o faturamento da cadeia produtiva de TI instalada em Belo Horizonte. No setor de software, apenas 4,5% das empresas não comercializam com clientes de Minas Gerais. No setor de hardware não foi identificada nenhuma empresa que não possua em sua carteira de clientes o Estado de Minas Gerais. Também dentre as empresas de serviços de TI o percentual daquelas que não operam com clientes de Minas Gerais é muito pequeno: 3%.

92 92 Dentre as empresas que possuem tanto clientes em Minas Gerais quanto em outras localidades, a clientela mineira é a que mais impacta no faturamento das empresas. No segmento de software, 44,8% das empresas têm nos clientes mineiros uma representatividade de mais de 75% do faturamento. No segmento de hardware, esse percentual de empresa que concentram seu faturamento (acima de 75%) em clientes de Minas Gerais é ainda maior: 61,5%. Também no segmento de serviços de TI, a grande maioria das empresas atribui aos clientes mineiros o maior peso em seu faturamento, sendo que 53,7% afirmam que mais de 75% do seu faturamento está vinculado a vendas a empresas estabelecidas em Minas Gerais. Tabela 19 Origem do faturamento das empresas de TI por segmento de atuação % do faturamento em MG Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % 0,0% 3 4,5 0 0,0 2 3,0 De 1 a 25% 11 16,4 3 11,5 8 11,9 De 26 a 50% 13 19,4 1 3,8 9 13,4 De 51 a 75% 10 14,9 6 23, ,9 Acima de 75% 30 44, , ,7 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

93 93 Gráfico 29 Origem do faturamento das empresas de TI por segmento de atuação ,8 53,7 61,5 14,9 17,9 19,4 23,1 13,4 16,4 3,8 11,9 11,5 4,5 0 3 Software Hardware Serviços de TI 0,0% De 1 a 25% De 26 a 50% De 51 a 75% Acima de 75% FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Das vendas realizadas em Minas Gerais, as entrevistas indicam que a participação da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é bastante significativa. Para as empresas do segmento de software, 68,9% possuem mais de 50% do seu faturamento vinculado a vendas na RMBH, sendo que 25,4% possuem vendas totalmente concentradas na RMBH e apenas 10,4% não comercializam nenhum produto nessa região. Nas empresas do segmento de hardware a situação é ainda mais concentrada na RMBH. Dessas empresas, 80,6% possuem mais de 50% do seu faturamento vinculado a vendas na RMBH, sendo que 15,4% possuem vendas totalmente concentradas na RMBH e não foi identificada empresa desse segmento que não comercializa produtos nessa região. Em relação às empresas que atuam com serviços de TI, 77,7% possuem mais de 50% do seu faturamento vinculado a vendas na RMBH, sendo que 22,4% possuem vendas totalmente concentradas na RMBH e apenas 3,0% não comercializam nenhum produto ou serviço nessa região.

94 94 Tabela 20 Percentual das vendas na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação % de vendas na RMBH Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % ,4 0 0,0 2 3, ,5 2 7,7 7 10, ,5 1 3,8 1 1, ,5 1 3,8 1 1, ,5 0 0,0 1 1, ,5 0 0,0 0 0, ,5 1 3,8 3 4, ,0 1 3,8 3 4, ,0 4 15,4 5 7, ,5 2 7,7 6 9, ,0 3 11,5 8 11, ,5 1 3,8 2 3, ,5 3 11,5 6 9, ,0 3 11,5 7 10, ,4 4 15, ,4 Total , FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

95 95 Gráfico 30 Percentual das vendas na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação ,4 15,4 22, ,5 6 10,4 4,5 11,5 1,5 9 3, ,5 11,5 11,9 6 7, ,4 7,5 7,5 1,5 1,5 1,5 1,5 4,5 3,8 4,5 3,8 7,5 3,8 1,5 1,5 1, ,8 10,4 10,4 7,7 0 3 Software Hardware Serviços de TI FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Das vendas realizadas na RMBH, as entrevistas indicam que a participação de Belo Horizonte é também bastante significativa. Para as empresas do segmento de software, 73,2% possuem mais de 50% do seu faturamento vinculado a vendas em BH, sendo que 20,9% possuem vendas totalmente concentradas em Belo Horizonte e apenas 16,4% não comercializam nenhum produto na cidade. Nas empresas do segmento de hardware a situação é ainda mais concentrada em BH. Dessas empresas, 84,4% possuem mais de 50% do seu faturamento vinculado a vendas em Belo Horizonte, sendo que 7,7% possuem vendas totalmente concentradas em BH e apenas 3,8% dessas empresas não efetuam vendas na cidade. Em relação às empresas que atuam com serviços de TI, 86,7% possuem mais de 50% do seu faturamento vinculado a vendas a clientes de Belo Horizonte, sendo que 20,9% possuem vendas totalmente concentradas em BH e apenas 4,5% não comercializam nenhum produto ou serviço na cidade de BH.

96 96 Tabela 21 Percentual das vendas em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação % de vendas em BH Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % ,4 1 3,8 3 4, ,5 1 3,8 1 1, ,0 0 0,0 2 3, ,5 1 3,8 2 3, ,5 1 3,8 1 1, ,4 2 7,7 5 7, ,5 1 3,8 1 1, ,0 2 7,7 1 1, ,0 0 0,0 1 1, ,0 3 11,5 6 9, ,5 2 7,7 2 3, ,5 5 19, , ,0 0 0,0 1 1, ,4 3 11, , ,0 1 3,8 4 6, ,0 1 3,8 0 0, ,9 2 7, ,9 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 31 Percentual das vendas em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação. 90 7,7 20,9 3, ,5 1,5 6 3,8 0 19,2 7,7 20, , , ,5 10,4 11,5 0 7, ,5 4,5 3 1,5 16,4 3,8 1,5 1,5 1,5 7,7 7,5 3,8 1,5 3, ,8 1,5 3,8 4,5 0 Software Hardware Serviços de TI FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

97 97 Para as empresas que possuem clientes fora de Minas Gerais, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro foram os mais citados, representando 80,6% e 44,4%, respectivamente. Vendas para o exterior, mais precisamente EUA, foram citadas por apenas 4,2% das empresas que comercializam em outras localidades fora do território mineiro. Tabela 22 Percentual das vendas destinadas a outros lugares fora de Minas Gerais por segmento de atuação % do faturamento Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % 0,0% 16 23,9 7 26, ,3 De 1 a 25% 16 23, , ,9 De 26 a 50% 12 17,9 5 19, ,4 De 51 a 75% 11 16,4 1 3,8 7 10,4 Acima de 75% 12 17,9 3 11,5 8 11,9 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 32 Percentual das vendas destinadas a outros lugares fora de Minas gerais por segmento de atuação ,9 11,5 11,9 3,8 10, ,4 19, , , ,5 26, , ,9 26,9 31, Software Hardware Serviços de TI 0,00% De 1 a 25% De 26 a 50% De 51 a 75% Acima de 75% FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

98 98 Tabela 23 Localiades citadas como destino de vendas para outros lugares fora de Minas Gerais (N=72) Localidade nº % (*) São Paulo 58 80,6 Rio de Janeiro 32 44,4 Distrito Federal 14 19,4 Bahia 8 11,1 Rio Grande do Sul 8 11,1 Espírito Santo 6 8,3 Pará 6 8,3 Goiás 5 6,9 Paraná 5 6,9 Amazonas 4 5,6 Outros Estados 20 27,8 EUA 3 4,2 FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG (*) O percentual de respostas múltiplas não totaliza necessariamente 100% Gráfico 33 Localidades citadas como destino de vendas para outros lugares fora de Minas Gerais (N = 72) , , ,4 11,1 11,1 8,3 8,3 6,9 6,9 5,6 27,8 4,2 0 Localidade São Paulo Rio de Janeiro Distrito Federal Bahia Rio Grande do Sul Espírito Santo Pará Goiás Paraná Amazonas Outros Estados EUA FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

99 Perspectivas de crescimento das emprsas Os entrevistados foram questionados sobre as perspectivas de expansão de suas atividades nos próximos três anos. O percentual de empresas que afirmaram não ter perspectiva de crescimento foi muito baixo em todos os segmentos. Apenas 11,9% das empresas de software afirmaram que não têm perspectivas de crescimento. Da mesma forma, dentre as empresas do segmento de hardware essa negativa representou 11,5% e no setor de serviços de TI, 14,9%. Dentre as empresas de software que têm perspectivas de crescimento, 34,3% afirmam que o crescimento deverá ser no próprio segmento em que atuam; 25,4% afirmam que pretendem expandir suas atividades, além de software, também para o segmento de serviços de TI. Dentre as empresas de hardware, 26,9% afirmam que o crescimento deverá ser no próprio segmento de atuação e 23,1% afirmam que pretendem expandir suas atividades, além de hardware, para os segmentos de serviços de TI e software. Outras 15,4% das empresas de hardware pretendem expandir suas atividades, com o incremento em serviços de TI. Para 28,4% das empresas que prestam serviços de TI, a intenção é de crescimento no próprio segmento em que atuam. Já 25,4% afirmam que pretendem expandir suas atividades, além de serviços de TI, para os segmentos de software. Outras 11,9% das empresas do mesmo segmento pretendem expandir suas atividades, com o incremento no segmento de software. Tabela 24 Perspectiva de expansão das empresas nos próximos 3 anos, por segmento de atuação Perspectiva de expansão Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % Não 8 11,9 3 11, ,9 Sim, hardware e serviços de TI 2 3,0 3 11,5 3 4,5 Sim, serviços de TI 9 13,4 4 15, ,4 Sim, software 23 34,3 1 3,8 8 11,9 Sim, software e hardware 3 4,5 1 3,8 1 1,5 Sim, software e serviços de TI 17 25,4 1 3, ,4 Sim, software, hardware e serviços de TI 5 7,5 6 23,1 6 9,0 Sim, hardware 0 0,0 7 26,9 3 4,5 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

100 100 Gráfico 34 Perspectiva de expansão das empresas nos próximos 3 anos, por segmento de atuação ,5 25,4 4,5 34,3 3,8 3,8 3,8 13,4 3 11,5 4,5 11,9 11,5 14,9 Software Hardware Serviços de TI 26,9 23,1 15,4 4,5 9 25,4 1,5 11,9 28,4 Não Sim, hardware e serviços de TI Sim, serviços de TI Sim, software Sim, software e hardware Sim, software e serviços de TI Sim, software, hardware e serviços de TI Sim, hardware FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Caracterização do processo de compras das empresas Foi solicitado aos entrevistados a localização geográfica dos seus fornecedores de insumos, equipamentos e matérias-primas. Dentre as empresas pesquisadas, percebe-se que o mercado interno, mais precisamente o mercado de Minas Gerais, é essencial para o abastecimento da cadeia produtiva de TI instalada em Belo Horizonte. No segmento de software, apenas 7,5% das empresas não comercializam com fornecedores de Minas Gerais. No segmento de hardware, somente 7,7% das empresas possuem apenas fornecedores localizados em outros estados ou no exterior. Da mesma forma, o percentual de empresas de serviços TI que são abastecidas exclusivamente por empresas de fora de Minas Gerais é pequeno: 6,0%. Dentre as empresas que possuem tanto fornecedores em Minas Gerais quanto em outras localidades, o mercado mineiro é o que mais impacta nas compras das empresas pesquisadas. No segmento de software, 65,7% das empresas tem nos fornecedores mineiros uma representatividade de mais de 75% de suas compras. No segmento de hardware, esse percentual de empresas que concentram suas compras (acima de 75%) em fornecedores de Minas Gerais é bem menor: 19,2%. Para 38,5% das empresas desse segmento, o percentual do valor de suas compras vinculadas a fornecedores instalados em Minas Gerais encontra-se entre 26,0% e 50,0%.

101 101 No segmento de serviços de TI, a grande maioria das empresas atribui aos fornecedores mineiros o maior peso em suas compras, sendo que 59,7% afirmaram que mais de 75% dos insumos e outros materiais são comercializados com empresas estabelecidas no Estado de Minas. Tabela 25 Percentual de compra em Minas Gerais por segmento de atuação % da compra em MG Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % 0,0 % 5 7,5 2 7,7 4 6,0 De 1 a 25% 5 7,5 8 30,8 7 10,4 De 26 a 50% 8 11, , ,9 De 51 a 75% 5 7,5 1 3,8 4 6,0 Acima de 75% 44 65,7 5 19, ,7 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 35 Percentual de compra em Minas Gerais por segmento de atuação , ,7 3,8 59, , ,5 11,9 7,5 30,8 17,9 10,4 7,5 7,7 6 Software Hardware Serviços de TI 0,00% De 1 a 25% De 26 a 50% De 51 a 75% Acima de 75% FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

102 102 Das compras realizadas pelas empresas da cadeia produtiva de TI em Minas Gerais, as entrevistas indicam que a participação da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é bastante significativa. Para as empresas de software, 79,1% possuem mais de 50% de suas compras vinculadas a fornecedores da RMBH, sendo que 70,1% realizam compras somente na RMBH e apenas 9,0% não comercializam nenhum produto originário dessa região. Nas empresas do segmento de hardware a situação é também bastante concentrada na RMBH. Dessas empresas, 72,9% possuem mais de 50% de suas compras vinculadas a fornecedores da RMBH, sendo que 61,5% compram somente na RMBH e apenas 11,5% das empresas desse segmento compram produtos exclusivamente em outras regiões. Em relação às empresas que atuam com serviços de TI, 80,7% possuem mais de 50% de suas compras vinculadas a fornecedores da RMBH, sendo que 67,2% possuem compras somente na RMBH e apenas 7,5% não adquirem produtos ou serviços de empresas estabelecidas nessa região. Tabela 26 Percentual de compra na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação % de compras na RMBH Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % 0 6 9,0 3 11,5 5 7, ,0 1 3,8 1 1, ,5 1 3,8 2 3, ,0 1 3,8 1 1, ,5 1 3,8 2 3, ,5 0 0,0 1 1, ,5 0 0,0 1 1, ,0 1 3,8 2 3, ,5 1 3,8 2 3, ,5 0 0,0 1 1, ,0 0 0,0 1 1, ,5 1 3,8 2 3, ,5 0 0,0 1 1, , , ,2 Total , , ,0 FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

103 103 Gráfico 36 Percentual de compra na RMBH (em relação a Minas Gerais) por segmento de atuação ,1 61,5 67, ,8 0 3,8 3,8 1,5 1,5 1, ,8 4,5 3,8 1,5 1,5 0 4,5 3,8 0 3,8 4, ,5 1,5 3 1,5 1, ,5 1,5 3 1,5 3 1,5 7,5 0 Software Hardware Serviços de TI FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Das compras realizadas na RMBH, as entrevistas indicam que a participação de Belo Horizonte é também bastante significativa. Para as empresas de software, 89,6% possuem mais de 50% de suas compras realizadas com empresas vinculadas a BH, sendo que 67,2% realizam compras somente em Belo Horizonte e apenas 9,0% não adquirem nenhum produto na cidade. Nas empresas do segmento de hardware a situação é também bastante concentrada em BH. Dessas empresas, 80,7% possuem mais de 50% de suas compras vinculadas a fornecedores localizados em Belo Horizonte, sendo que 65,4% realizam compras somente em BH e apenas 11,5% dessas empresas não compram nenhum produto de fornecedores dessa cidade. Em relação às empresas que atuam com serviços de TI, 88,2% possuem mais de 50% de suas compras vinculadas a estabelecimentos situados em Belo Horizonte, sendo que 67,2% realizam compras somente em BH e apenas 7,5% não comercializam nenhum produto ou serviço na cidade de BH.

104 104 Tabela 27 Percentual de compra em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação % de compras em BH Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % 0 6 9,0 3 11,5 5 7, ,5 2 7,7 2 3, ,0 0 0,0 1 1, ,5 0 0,0 1 1, ,5 0 0,0 2 3, ,0 2 7,7 2 3, ,5 1 3,8 3 4, ,4 0 0,0 3 4, ,5 0 0,0 2 3, ,0 1 3,8 1 1, , , ,2 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 37 Percentual de compra em Belo Horizonte (em relação a RMBH) por segmento de atuação ,2 65,4 67, ,5 3,8 10,4 4,5 7,7 4,5 4, ,7 3 1,5 1,5 0 1,5 1, ,5 7,5 Software Hardware Serviços de TI FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

105 105 Dentre as localidades fora de Minas Gerais mais citadas por aquelas empresas que possuem fornecedores em outros Estados ou no exterior, São Paulo e Rio de Janeiro foram os Estados mais citados, representando 90,6% e 18,8%, respectivamente. Compras no exterior, mais precisamente EUA, foram citadas por 15,6% das empresas. Tabela 28 Percentual de compra em outras localidades (fora de Minas Gerais) por segmento de atuação % da compra em outras localidades Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % 0,0 % 26 38,8 3 11, ,3 De 1 a 25% 19 28,4 3 11, ,4 De 26 a 50% 6 9,0 2 7,7 5 7,5 De 51 a 75% 7 10, , ,9 Acima de 75% 9 13,4 8 30,8 8 11,9 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 38 Percentual de compra em outras localidades (fora de Minas Gerais) por segmento de atuação ,4 11, ,4 9 30,8 17,9 7, ,4 38,5 25, ,8 7,7 11,5 37, ,5 0 Software Hardware Serviços de TI 0,0 % De 1 a 25% De 26 a 50% De 51 a 75% Acima de 75% FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

106 106 Tabela 29 Localidades citadas como origem das compras em outros lugares fora de MG (N = 64) Localidade nº % São Paulo 58 90,6 Rio de Janeiro 12 18,8 Paraná 7 10,9 Rio Grande do Sul 5 7,8 Bahia 3 4,7 Outros 10 15,6 EUA 10 15,6 Exterior (vários) 4 6,3 FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 39 Localidades citadas como origem das compras em outros lugares fora de MG (N = 64) , ,8 10,9 7,8 4,7 15,6 15,6 6,3 0 Localidade São Paulo Rio de Janeiro Paraná Rio Grande do Sul Bahia Outros EUA Exterior (vários) FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Parcerias com empresas fornecedoras A pesquisa investigou a existência ou não de parcerias entre as empresas entrevistadas da cadeia produtiva de TI e empresas fornecedoras, procurando identificar os casos afirmativos, e em qual segmento software, hardware ou serviços de TI essas parcerias são firmadas. Nos segmentos de hardware e de serviços de TI, parte significativa das empresas não possui parcerias. No caso das empresas de software, essa realidade esta presente na maioria. No segmento de software, 52,2% das empresas informaram que não possuem parcerias. Dentre aquelas que possuem parcerias, predominam as parcerias relacionadas a software (22,4%) e

107 107 hardware (13,45). Para as empresas do segmento de hardware que possuem parcerias, predominam as relacionadas a hardware (26,9%) e software (15,4%). Para as empresas que prestam serviços de TI e que possuem parcerias, predominam as relacionadas com software (19,45) e hardware (16,4%). Tabela 30 Existência de parcerias por segmento de atuação Segmento das parcerias Segmento das empresas Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % Não 35 52, , ,3 Sim, hardware 9 13,4 7 26, ,4 Sim, hardware e serviços 2 3,0 0 0,0 1 1,5 Sim, serviços 3 4,5 2 7,7 8 11,9 Sim, Software 15 22,4 4 15, ,4 Sim, software e hardware 1 1,5 1 3,8 1 1,5 Sim, software e serviços 3 4,5 0 0,0 3 4,5 FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 40 Existência de parcerias por segmento de atuação ,5 3,8 4,5 1,5 22,4 15,4 19,4 7,7 0 4,5 3 11,9 1,5 13,4 26,9 16, ,2 46,2 46,3 0 Software Hardware Serviços de TI Não Sim, hardware Sim, hardware e serviços Sim, serviços Sim, Software Sim, software e hardware Sim, software e serviços FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

108 Caracterização dos investimentos em treinamento Os dados apurados na pesquisa mostram que o percentual dos gastos, em relação ao faturamento bruto anual, com treinamento de funcionários é, em geral, muito pouco significativo em todos os segmentos das empresas de TI investigadas, mas há diferenças significativas dentre os três segmentos investigados no que se refere à proporção dos investimentos: software em primeiro lugar, seguido dos serviços de TI e hardware. Dentre as empresas de software, 14,9% informaram que não há gasto percentual com essas atividades custeado pelas empresas. Da mesma forma, 42,3% das empresas de hardware também não investem em treinamento. Dentre as empresas de serviços de TI, o percentual de empresas sem despesas com treinamento é de 23,9%. A grande maioria das empresas que investem em treinamento de seus funcionários, por sua vez, consome menos de 5% de seu faturamento bruto em ações dessa natureza. No segmento de software, 34,3% investem entre 2,1% e 5,0% e outras 22,4% investem entre 0,5 e 2% do faturamento. No segmento de hardware, 23,1% investem entre 2,1% e 5,0% e outras 15,4% investem entre 0,5 e 2% do faturamento. No segmento de serviços de TI, 26,9% investem entre 2,1% e 5,0% do seu faturamento com treinamento de profissionais e outras 17,9% investem entre 0,5 e 2% do faturamento. Tabela 31 Percentual do faturamento investido em treinamento por segmento de atuação % do faturamento investido em treinamento Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % 0,0% 10 14, , ,9 De 0,5 a 2% 15 22,4 4 15, ,9 De 2,1 a 5% 23 34,3 6 23, ,9 De 5,1 a 10% 10 14,9 2 7, ,9 Acima de 10% 4 6,0 3 11,5 5 7,5 NS/NR 5 7,5 0 0,0 6 9,0 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG

109 109 Gráfico 41 Percentual do faturamento investido em treinamento por segmento de atuação ,5 6 14,9 0 11,5 7,7 23,1 9 7,5 14, ,3 15,4 26, ,4 14,9 42,3 17,9 23,9 0 Software Hardware Serviços de TI 0,0% De 0,5 a 2% De 2,1 a 5% De 5,1 a 10% Acima de 10% NS/NR FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Posiçaõ no mercado de atuação Utilizando-se a tipologia Empresa Líder, Empresa Seguidora ou Empresa Emergente, foi solicitado aos entrevistados que classificassem suas empresas em relação a dois aspectos: inovação e posição no mercado em que atua. No que se refere à inovação, dentre as empresas que atuam no segmento de software, a maioria se classifica como Líder (46,3%) enquanto outras 31,3% se percebem como Seguidoras. Entre as empresas de hardware, o perfil predominante é o de empresas Seguidoras, categoria citada por 50,0% dos entrevistados, seguido pelo de Líder (42,3%). Dentre as empresas de serviços de TI, o perfil mais citado entre os entrevistados foi de Líder, representando um percentual de 38,8%, seguido de 37,3% de empresas que se classificam como Seguidoras.

110 110 Tabela 32 Perfil de inovação da empresa por segmento de atuação Perfil de Inovação Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % Líder 31 46, , ,8 Seguidora 21 31, , ,3 Emergente 15 22,4 2 7, ,4 NS/NR 0 0,0 0 0,0 1 1,5 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 42 Perfil de inovação da empresa por segmento de atuação ,7 1,5 22,4 22, , , ,3 42,3 38, Software Hardware Serviços de TI Líder Seguidora Emergente NS/NR FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Em relação ao posicionamento no mercado, dentre as empresas que atuam no segmento de software, a maioria se classifica como Líder (52,2%) enquanto outros 28,4% se percebem como Seguidoras. Entre as empresas de hardware, o perfil predominante é o de empresa Líder, categoria citada por 42,3% dos entrevistados, seguido pelo de Seguidora (34,6%). Dentre as empresas que prestam serviços de TI, o perfil mais citado entre os entrevistados é o de Líder, representando um percentual de 41,8%, seguido de 34,3% de empresas que se classificam como Seguidoras.

111 111 Tabela 33 Perfil no mercado em que atua por segmento de atuação Perfil no mercado Segmento Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % Líder 35 52, , ,8 Seguidora 19 28,4 9 34, ,3 Emergente 12 17,9 6 23, ,9 NS/NR 1 1,5 0 0,0 0 0,0 Total , , ,0 FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 43 Perfil no mercado em que atua por segmento de atuação , ,9 23,1 23,9 28,4 34,6 34,3 52,2 42,3 41,8 Software Hardware Serviços de TI Líder Seguidora Emergente NS/NR FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Políticas públicas para o desenvolvimento do setor Ao final da pesquisa, foi solicitado aos participantes que sugerissem ao poder público medidas para o desenvolvimento da cadeia produtiva da Tecnologia da Informação. A pergunta foi feita de forma aberta e as respostas foram agregadas utilizando critérios de similaridade. Dentre os responsáveis das empresas pesquisadas, nos três segmentos de atuação, as demandas mais citadas estão relacionadas à redução de impostos e outras formas de incentivo fiscal.

112 112 Tabela 34 Demandas por políticas públicas por segmento de atuação Segmentos Demandas por políticas públicas Software Hardware Serviços de TI nº % nº % nº % Incentivo Fiscal 33 49, , ,8 Qualificação Profissional 10 14,9 2 7, ,9 Financiamento 2 3,0 0 0,0 1 1,5 Infraestrutura 2 3,0 0 0,0 1 1,5 Fomento de Pesquisas 3 4,5 0 0,0 2 3,0 Divulgação/Valorização Local 3 4,5 2 7,7 5 7,5 Nenhuma 3 4,5 3 11,5 3 4,5 Fiscalização 1 1,5 2 7,7 2 3,0 Burocracia 1 1,5 0 0,0 2 3,0 Outros 3 4,5 2 7,7 5 7,5 Não Sabe 6 9,0 3 11,5 6 9,0 Total FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Gráfico 44 Demandas por políticas públicas por segmento de atuação ,5 9 4,5 1,5 7,5 7,7 4, ,5 7,7 4,5 4,5 3 7,5 11,5 3 1,5 14,9 7,7 0 7,7 14, ,3 46,2 44, Software Hardware Serviços de TI Incentivo Fiscal Qualificação Profissional Financiamento Infraestrutura Fomento de Pesquisas Divulgação/Valorização Local Nenhuma Fiscalização Burocracia Outros Não Sabe FONTE: Dados da pesquisa desenvolvida pela Fundação IPEAD/UFMG Dentre as empresas com atuação no segmento de software, 49,3% afirmaram que maior incentivo fiscal é a medida que cabe ao poder público para promover o desenvolvimento do setor. Dentre as empresas com atuação em Hardware esse percentual ficou em 46,2% e dentre as empresas que atuam com serviços de TI a demanda por maiores incentivos fiscais representou 44,8% das respostas. A necessidade de ações de qualificação profissional representa a segunda demanda mais citada dentre as empresas de software e serviços de TI, representando 14,9% para ambos os

113 113 segmentos. No segmento de hardware, 11,5% dos entrevistados afirmaram que não existe nenhum medida ao alcance do poder publico para promover o desenvolvimento do setor, sendo essa a segunda resposta mais citada. Por se tratar de uma pergunta aberta, as respostas apresentam um grande teor de particularidade. Nesse sentido, as afirmações seguem apresentadas de forma literal, apenas classificadas segundo o segmento do entrevistado no Anexo Síntese da pesquisa quantitativa Com relação aos setores econômicos atendidos pelas empresas investigadas nesta pesquisa, as empresas de software têm mais clientes nos segmentos de serviços e Administração Pública (clientes) e as empresas de hardware e serviços de TI, nos segmentos do comércio. O resultado da investigação do processo de vendas das empresas pesquisadas mostra que uma parte significativa delas não comercializa com o setor público. Dentre as empresas que comercializam com este setor, a maioria das de software e de serviços de TI comercializa de 1% a 25% do seu faturamento. Do mesmo modo, o percentual de empresas de hardware que comercializa de 1% a 25% do faturamento com o setor público também é expressivo: 46,7%. Em termos de localidades, são predominantes as transações comerciais em Minas Gerais, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e no município de Belo Horizonte. Para aquelas empresas que vendem fora de Minas Gerais, os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro são os mais indicados. A maior parte das empresas de software, hardware e serviços de TI investigada mostra perspectivas de expansão de suas atividades nos próprios segmentos de atuação. Assim como as vendas, as compras de insumos, equipamentos e matérias-primas das empresas pesquisadas concentram-se em Minas Gerais, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e em Belo Horizonte. Excetuando-se as empresas de software, a maioria das empresas de hardware e serviços de TI tem parceria com fornecedores. Tanto as empresas de software quanto as de hardware desenvolvem parcerias nos próprios segmentos de atuação. Já as de serviços de TI têm mais parceiros com as empresas de software e com as de hardware. No que se refere ao investimento das empresas em treinamento, a maior parte das empresas de software e de serviços de TI investem até 5% do seu faturamento bruto. Quanto às empresas de hardware é bastante expressivo o percentual daquelas que não investem em treinamento.

114 114 A maior parte das empresas de software e serviços de TI pesquisada se considera Líder de mercado quando se trata de inovação. Ainda sobre este tema, entre as empresas de hardware, a metade se considera Seguidora, mas também é expressivo o percentual daquelas que se consideram Líder. Em termos de perfil de mercado em que atuam, predomina dentre as empresas investigadas a autoclassificação empresa Líder. O tipo de política pública mais demandado pelos entrevistados é o incentivo fiscal. Tanto as empresas de software quanto serviços de TI apresentaram como segunda maior demanda a qualificação profissional. Além do alto percentual da demanda por incentivo fiscal, as empresas de hardware apresentaram os mais altos percentuais nas categorias Nenhuma demanda e Não Sabe. 3.2 Pesquisa qualitativa A pesquisa qualitativa, mediante entrevistas semiestruturadas, em profundidade, objetivou permitir aos agentes da cadeia explicitarem todos os aspectos que eles consideram merecedores de ênfase especial Principais características da cadeia de tecnologia da informação em Belo Horizonte A percepção dos entrevistados em relação à cadeia produtiva de Tecnologia da Informação em Belo Horizonte é bastante homogênea. Todos são da opinião de que as empresas se destacam pela qualidade dos produtos e dos serviços prestados, em um cenário de alta competitividade. Nós temos esta tradição: profissionais com qualidade e produtos de qualidade. É um mercado extremamente competitivo, o segmento de software, por exemplo, é muito competitivo. O representante da FUMSOFT afirma que a identidade do setor de TI em Belo Horizonte é marcada, positivamente, pela capacidade de as empresas locais criarem e desenvolverem softwares de qualidade. A instalação de uma grande empresa do setor em Belo Horizonte, por exemplo, corrobora o reconhecimento da qualidade do TI mineiro pelas empresas internacionais e o apreço delas pela infraestrutura belorizontina. A identidade do nosso TI está marcada pela qualidade do produto que é produzido aqui, das empresas que são criadas aqui. A vinda da Google é uma prova disso. As empresas procuram Belo Horizonte, seja pela qualidade dos profissionais, seja pelo clima, seja pela segurança..

115 115 O presidente da SUCESU afirma que essa tradição de qualidade foi fortalecida pelo desempenho de empresas e profissionais no setor de telecomunicação, que teve grande parte do seu sistema de tecnologia criado em Minas Gerais. Toda a tecnologia da telecomunicação do Brasil, depois da privatização, foi feita em Minas. Nós somos uma referência muito boa em termos de tecnologia. Já o presidente da ASSESPRO afirma que o mercado de TI de Belo Horizonte tem grande qualidade técnica, mas é muito disperso e, por este motivo, ainda não possui uma identidade marcante. Em sua opinião, a produção ainda é pouco consolidada, o que significa o mercado ser dominado por uma única empresa, em algumas de suas áreas. Olha, o mercado é muito disseminando, muito diversificado e não tem uma identidade de fato. (...) não há muita consolidação ainda, não tem domínio de nenhuma empresa, em nenhuma área do mercado. (...), mas muito competitivo. Do ponto de vista do tamanho das empresas, os entrevistados estão de acordo ao afirmarem que predominam empresas de pequeno e de médio porte. Alguns, como o representante da FUMSOFT, são mais detalhistas, afirmando que, em Belo Horizonte e Região Metropolitana, há cerca de empresas responsáveis pela geração de aproximadamente 17 mil empregos, o que dá mostras da significância econômica do setor. Nós temos um conglomerado de pequenas e médias empresas (no setor de TI). A qualidade dos produtos e serviços das empresas está intimamente relacionada à qualidade técnica dos profissionais belorizontinos, segundo a opinião dos entrevistados. Porém, o aspecto que mais se discute em termos de mão de obra é a falta de profissionais disponíveis no mercado, apontado como o principal problema pela maioria dos entrevistados. Entretanto, tal carência é entendida como quantitativa e não qualitativa, o que, não obstante, continua comprometer a capacidade competitiva do setor, mormente no segmento de software. O representante da FUMSOFT destaca esse entrave para o setor de TI de Belo Horizonte, classificando-o como um paradoxo da mão de obra disponível no mercado. Embora possua uma estrutura para formação de profissionais de nível superior muito boa, o Estado de Minas Gerais não apresenta condições adequadas para atraí-los. A conseqüência natural é que parte significativa desses profissionais migra para outros Estados ou são contratados por empresas de

116 116 outras áreas da economia. Outro aspecto relacionado à mão de obra disponível é a carência de profissionais de nível técnico, sem os quais a cadeia produtiva não se desenvolve. Belo Horizonte é reconhecida nacionalmente como uma cidade com excelente formação de seus profissionais. A UFMG é muito reconhecida pela qualidade, mas ao mesmo tempo a gente tem carência de profissionais. Uma parte da explicação é que quem forma sai do Estado e vai para grandes empresas onde a finalidade principal não é TI, por exemplo, a Usiminas, o Banco do Brasil. Ela não vai para o mercado das empresas produtoras de software. Outra coisa é a falta profissionais de nível técnico, porque a informática não vive só dos profissionais que fazem curso superior. Para o representante da SUCESU, a falta crítica de profissionais é bastante pontual para o momento atual, o que o entrevistado denomina como apagão de mão de obra. Essa situação tem como conseqüência negativa um acréscimo rápido do preço da mão de obra e, conseqüentemente, do valor dos produtos locais, que perdem mercado tanto para empresas de outros Estados quanto para os produtores de softwares de outros países. (...) Nesse momento o setor está passando por um apagão de mão de obra, e isso acaba gerando um custo da mão de obra muito alto. A gente tinha um custo de mão de obra relativamente mais baixo que os mercados maiores como São Paulo, Rio e Brasília. A gente está vendo acontecer de empresas que vem se instalar aqui e não encontra mão de obra, e quando não tem mão de obra, eu não consigo desenvolver produtos, eu não consigo brigar com outros mercados. (...) se minha mão de obra é muito cara, eu não consigo ser competitivo em relação ao mercado exterior. Antes a gente conseguia competir com a China, com a Índia, que tem mão de obra barata. Agora, a gente está perdendo até para os Estados Unidos, que tem uma mão de obra cara. E a gente não perde em qualidade, a gente perde em preço, porque nossa mão de obra está muito cara. Nossa matéria prima é pessoas, e quando o profissional está caro, nosso produto fica caro. Segundo a avaliação do representante da FUMSOFT, o setor de TI, em Minas Gerais, vem crescendo menos do que nos demais Estados brasileiros e menos do que a própria economia do Estado de Minas. O entrevistado atribui tal comportamento à falta de apoio do poder público, ao contrário do que se observa em outras regiões e Estados brasileiros, onde os governos oferecem incentivos fiscais e compram os produtos das empresas que se instalam em seus territórios. O setor de TI cresce porque o Estado está crescendo e tem um crescimento que acaba puxando o setor de TI para cima. Mas, de uma forma geral, pelos levantamentos que a gente tem acesso, o setor cresce em Minas menos do que cresce em outros Estados. Identificar o porquê é difícil, mas se você comparar o crescimento de algumas cidades do Sul ou Recife, você percebe que o responsável por alavancar o setor de TI nesses

117 117 lugares foi o poder público. Ele cria cenários de atrair empresas cria incentivos, superior a nossa. Outros problemas do setor de TI de Belo Horizonte, apontados pelo presidente da ASSESPRO, ajudam a compreender o seu perfil. Segundo ele, por um lado, há muitas entidades representativas dos empresários, mas não há um acordo entre elas, principalmente no que diz respeito a ações integradas em defesa dos interesses dos empresários do setor. Por outro lado, o empresariado participa pouco das entidades representativas. Em termos de perfil do empresariado, este tem grande capacidade técnica, mas pouco domínio das regras gerenciais. É um setor que já começa com a dificuldade pela quantidade de entidades que representa ele. No nosso setor, nós temos quatro entidades em Minas Gerais (ASSESPRO, SINDIFOR, SUCESU e FUMSOFT), que é um problema. Confunde, porque tem conflitos na área de atuação de cada uma. Não tem jeito de fundir porque os propósitos são diferentes, mas pelo menos um alinhamento de ações já ajudaria. As entidades estão tentando defender os interesses dos empresários, mas eles participam muito pouco. Eu acho que falta em alguns profissionais aspectos comportamentais, no tratamento de clientes e no entendimento de regras de negócio Segmentos da tecnologia da informação de maior relevância em Belo Horizonte Considerando-se três segmentos na área de Tecnologia da Informação software, hardware e serviços é consensual entre os entrevistados a opinião de que o segmento de maior relevância em Belo Horizonte é o de software. O representante da FUMSOFT acrescenta a essa informação a de que as empresas de software da capital mineira estão se especializando em atender determinados segmentos da economia. Nós temos uma área de produção de software muito forte e de prestação de serviços muito forte. Nós temos uma vocação para isso. Dentro do segmento de software, sobressai o desenvolvimento de software para a área de saúde, para aplicações financeiras, para educação. As empresas vão se especializando. O representante da ASSESPRO afirma que o segmento de software se fortaleceu atendendo às exigências legais impostas ao setor de comércio, que precisou se informatizar. A maior relevância é criar software para atender ao comércio. O comércio se tornou importante por causa das exigências do governo por causa do cupom fiscal, com relação a nota fiscal eletrônica, tem uma série de exigências legais que obrigam as empresas a se informatizarem.

118 118 O segmento de hardware, ao contrário, tem menor expressão dentro da cadeia de TI em Belo Horizonte, segundo a percepção dos entrevistados. Há empresas atuando na produção de hardware, mas são em menor número. A atuação está mais na comercialização de equipamentos do que na produção desses insumos. Não que a gente não tenha produção de hardware. Existem empresas aqui que produzem tablets e outros equipamentos, mas são poucas. O segmento de software representa 50% do mercado (...) e hardware 5%. Hardware é muito pouco. Em relação ao segmento de serviços, as entrevistas indicam que na cadeia de TI ele está fundido à concepção de software, uma vez que o desenvolvimento de programas está intimamente ligado a consultorias, serviços de manutenção e atualização. Para o presidente da SUCESU/MG, há empresas que produzem softwares que são comercializados na forma de produtos e outras na forma de prestação de serviços. Ou seja, o entrevistado não faz distinção entre os dois mercados (produção de software e o de serviços de manutenção de software). Desenvolver software pode ser uma prestação de serviço ou não. Eu produzo um software que é meu, e eu vendo esse software como produto. E no outro segmento, eu desenvolvo o software para você. Então eu tenho uma demanda de software, se eu sou uma fábrica de software, eu desenvolvo o software para você, específico para você e isso é prestação de serviços. A manutenção também é importante, mas está ligada ao software, é junto Principais tendências do setor de tecnologia da informação É consensual, entre os entrevistados, a opinião de que a computação em nuvem e os processos de reorganização societária das empresas são as principais tendências do setor de Tecnologia da Informação. Relacionado às novas tendência, os entrevistados chamam a atenção para uma característica marcante do setor de TI: a rapidez das mudanças e a necessidade de as empresas se atualizarem para se manterem no mercado. Felizmente ou infelizmente, no ambiente de informática tem mudança demais, o cenário tecnológico muda muito. Tudo que foi construído está tendo que ser construído de novo. Muitas empresas estão perdendo força e espaço por não saber se adequarem às novas tecnologias, principalmente a tecnologias móveis como celulares com múltiplas funções. O representante da FUMSOFT explica que, com a internet, o Brasil acompanha todas as tendências mundiais em tempo real e as novidades chegam aqui ao mesmo tempo em que chegam em outros países, de forma que não faz sentido falar de tendências diferentes para o mundo e para Belo Horizonte. Para ele, o setor de TI de Belo Horizonte tem capacidade para desenvolver produtos e participar de forma

119 119 protagonista no cenário das novas tendências tecnológicas, apesar de existir pouco investimento em pesquisa no Brasil. Não existe mais fronteira na informática, então o que é tendência no mundo é tendência no Brasil, em Minas e em BH. Em termos de acesso, nós não estamos de fora, o que se pode discutir é pesquisa, da produção da pesquisa que no Brasil é menor, os grandes players estão lá fora. Em relação à computação em nuvens, os entrevistados afirmam que essa tendência é mundial e o Brasil e Minas Gerais já têm presença marcante nessa nova perspectiva. Para o representante da FUMSOFT a computação em nuvem irá revolucionar o mercado e hoje não existem fronteiras para o seu crescimento. Para o representante da SUCESU, essa modalidade de serviço é percebida como o futuro da informática moderna. Já para o representante da ASSESPRO/MG a computação em nuvens é mais que uma tendência: é uma realidade. Hoje quando se fala em tendência, tem que falar em computação em nuvem, que é você precisar de um serviço e pagar só pelo uso do serviço, você não precisa comprar um programa e instalar na sua máquina. Quando você precisa do serviço, você entra na internet e obtém o serviço, isso é computação em nuvem Ainda sobre a computação em nuvens, os entrevistados ponderam que o serviço ainda apresenta incertezas quanto a sua segurança e precisa ser fortalecido como uma modalidade que irá modificar a realidade atual. Para o representante da ASSESPRO/MG, existem limitações no perfil do mercado consumidor de Minas Gerais mais conservador e com resistência a incorporar novas tecnologias que impedem as empresas mineiras de direcionar todas as suas forças produtivas para a tecnologia em nuvem. Eu acho que a computação em nuvem (...) falta mais segurança de uma forma geral. Segurança no sistema, de transmissão, de armazenamento. E também segurança das pessoas, de manter as informações lá. A outra tendência percebida pelos entrevistados está relacionada a processos de fusão e incorporação, em um movimento em que as grandes empresas adquirem as pequenas e as médias. Acontece também a compra das empresas locais por empresas maiores de outras localidades, inclusive internacionais. Segundo os entrevistados, esse fato ocorre por vários motivos, quais sejam: as maiores têm mais facilidade de acesso a crédito; as empresas buscam com as fusões uma melhor competitividade e inserção no mercado; ou ainda porque essa é uma tendência da economia moderna, em qualquer setor.

120 120 A fusão hoje é assim, tem muitas empresas que querem chegar, e até por falta de braço, vão comprar empresas ou fazer associações. Como nós só temos pequenas e médias empresas, ou elas vão ser compradas ou vão acabar. Diante desse cenário, o representante da FUMSOFT acredita na necessidade de ampliar a capacidade de investimento e de ações como, por exemplo, a constituição de consórcios e parcerias, fortalecendo as empresas locais, para a competitividade. Às vezes falta capacidade de investimentos, fazer mais consórcio de empresas, fusão de empresas, para se fortalecer no mercado. Se nós estamos falando que não tem fronteiras, se nós não desenvolvermos um padrão internacional, nós além de não conseguir exportar, nós vamos perder o mercado interno. Para o presidente da SUCESU, o perfil predominante das empresas de Belo Horizonte (pequenas e médias) torna o mercado local mais sujeito a processos de fusão e compra das empresas, mas acredita que a competência dos produtos e profissionais de Belo Horizonte é um aspecto positivo que diminui o impacto dessa tendência. Existe também a tendência de fusão de empresas, e isso vai acontecer em todos os segmentos. Você tem um grande e um monte de pequenos, o grande vai engolir os pequenos, seja de um jeito ou de outro. A gente da área de TI nós não temos nenhuma empresa que é grande, somos pequenas e médias e isso faz da gente um mercado frágil. Essas grandes empresas estão concentradas basicamente em São Paulo e Brasília, e as nossas empresas sofrem um assédio muito grande. O presidente da ASSESPRO/MG caracteriza o processo de fusão entre empresas como uma tendência de consolidação das grandes empresas, que se reproduz no mercado de Belo Horizonte. Esse movimento se justifica, na opinião do entrevistado, pela busca de competitividade no mercado e condições de oferecer melhores preços nas concorrências que participam. Ainda para o representante da ASSESPRO/MG, outra tendência do setor de TI, que se relaciona com a consolidação, é um processo de migração para novas tecnologias. As empresas que desenvolviam produtos em determinada linguagem necessitam agora migrar para outros mercados mais promissores como, por exemplo, a tecnologia usada na telefonia móvel. Mas, para ele, essa tendência está comprometida em Belo Horizonte pelo alto custo necessário para migrar de uma tecnologia para outra.

121 Principais tendências do setor de tecnologia da informação A participação do setor de Tecnologia da Informação na economia de Belo Horizonte é descrita como bastante significativa pelos entrevistados, mas sua utilização é considerada inferior ao seu potencial. Agora falando de Belo Horizonte, eu não sei te falar precisamente, mas o TI é muito importante no PIB de Belo Horizonte. Segundo os participantes, embora o setor esteja crescendo na capital e em Minas Gerais, existem outros Estados nos quais o crescimento é maior. A avaliação do representante da SUCESU é que, nos últimos anos, o setor de TI mineiro cresceu, mas esse crescimento foi inferior ao percebido em grandes centros como Rio de Janeiro, Brasília, Recife e São Paulo. Tal diferença é imputada às políticas públicas existentes em outras localidades, que incentivam o crescimento, seja mediante redução de impostos, ou por meio de investimento em pesquisas de inovação tecnológica. Nos últimos 10 anos, o setor cresceu muito, mas as principais capitais, a gente não conseguiu acompanhar. BH é a capital de tecnologia do Brasil, mas Rio de Janeiro, se você pegar a história, de dois mil para cá, Rio de Janeiro cresceu numa velocidade gigantesca. São Paulo (cresceu mais que MG). Isso porque lá se investe mais, o governo investe, em São Paulo, por exemplo, a Fapesp fomenta bastante a pesquisa, a inovação. Mesmo que você possa dizer que lá arrecada mais e por isso investe mais, não é verdade, porque proporcionalmente a gente investe menos. O presidente do SUCESU inicialmente reflete sobre a participação do setor de TI na economia nacional. O entrevistado enfatiza que, a despeito da expressiva participação de Minas Gerais no PIB brasileiro (em torno de 10%), ainda é pequena a participação do Estado no setor de TI nacional. Assim, conclui que o setor de TI de Minas ainda tem uma representatividade econômica inferior ao desejado e inferior a sua potencialidade. Em relação à economia de Belo Horizonte, o entrevistado afirma que o setor é muito significativo, devendo representar cerca de 10% da arrecadação. O superintendente da FUMSOFT afirma que não dispõe de números precisos a respeito da participação do setor de TI na economia de Belo Horizonte, mas também considera que o setor tem uma participação que foi reduzida nos últimos 10 anos, reflexo da mudança para outros estados de diversas empresas importantes para a cadeia produtiva. Cita como exemplo a Telemar, que ao se tornar Oi, se mudou para o Rio de Janeiro, transferindo para esta cidade toda a estrutura de produção e de tomada de decisão.

122 122 Se o estado é 10% do PIB do país, então nós do TI também tínhamos que ser isso, e não somos. (...). Mas isso se explica porque muito do TI é feito dentro de empresas e Minas perdeu muitas empresa, muitos bancos mudaram, muitas construtoras (...) Uma Telemar quando muda para o Rio de Janeiro, ela leva todos os analistas e programadores, levou todo o poder de decisão e de operação. O representante da ASSESPRO/MG, a partir de dados que afirma receber da Prefeitura de Belo Horizonte em relação à arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS), aponta que o setor de TI representa 4% da economia de Belo Horizonte, mas que o setor tem um crescimento bastante significativo, alcançando 40% em cinco anos (2004 a 2009), tanto em arrecadação quanto em geração de empregos. Segundo o entrevistado, o setor de TI precisa crescer mais, pois tem um diferencial que é a utilização de tecnologia de ponta, e que esse conceito deveria ser reconhecido pelo poder público. Há pouco tempo atrás a Prefeitura liberou esses dados. O numero que tenho aqui é só de ISS. (...) O nosso setor, em comparação com os outros, é o único que trabalha com alta tecnologia, que tem haver com a tendência do mundo. Se você for pensar, é o nosso setor que produz algo que vai ficar para sempre, que emprega profissionais de alta capacidade, tecnologia muito desenvolvida e todos os governos do mundo querem esse tipo de setor, porque tudo precisa de software, esse domínio dessa tecnologia é o prenuncio de que aquela cidade está na frente Importância econômica (em %) do segmento de software, hardware, comércio e serviços e avaliação sobre esta distribuição econômica A pesquisa indica uma carência muito grande de informações, entre os entrevistados, que possam definir a importância de cada segmento software, hardware e serviços de TI nas riquezas geradas pelo setor de Tecnologia da Informação em Belo Horizonte. Eles afirmam não dispor de números precisos que permitam conhecer e mensurar a participação do setor na economia, nem como um todo, nem de forma distinta entre os segmentos que compõem a cadeia do TI. Não obstante, há um consenso entre eles que o segmento de software é o mais importante, seguido pelo segmento de serviços de TI e que o segmento de hardware é pouco expressivo em Belo Horizonte. O superintendente da FUMSOFT considera que essa falta de informações mais detalhadas da cadeia produtiva reduz a capacidade de planejamento e de atuação da entidade. Uma das coisas difíceis para nós é fazer essa quantificação do setor. Porque se você se baseia no ISS, no CNAE, a empresa não se classificou direito, então nós precisaríamos ter essa informação para poder planejar, para poder atuar melhor.

123 123 O presidente da SUCESU tem dificuldade de reconhecer a existência do segmento de produção hardware em Belo Horizonte, e mesmo quando identifica a produção de componentes, classifica como parte da eletrônica e não de TI. Os segmentos de software e serviços, na visão do entrevistado, são muito interligados e seria impossível diferenciá-los. No entanto, afirma que o setor de serviços representa 99% da economia movimentada pelo setor de TI em Belo Horizonte, o que incluiria o desenvolvimento e a produção de software, além da prestação de serviços e consultorias. O segmento de Hardware, se você pensa em produção, a gente não tem quase nada. Tem comércio de hardware, a gente vai começar a produzir placa mãe, mas ai é eletrônica, não é TI. A participação da produção de hardware não deve chegar a 1%. Nós somos fortes é em serviços, seja ele desenvolvimento, produção de software ou serviço de implementação, de consultoria. Esse é o nosso grande negócio. Serviços de software seriam o outro restante, ou seja, quase 100% do nosso PIB é serviço, mão de obra. O presidente da ASSESPRO/MG afirma que informações precisas sobre o setor são difíceis, porque as fontes de dados se baseiam em arrecadação, o que não expressa toda a realidade. Destaca também a vantagem econômica do mercado de software para Belo Horizonte, uma vez que toda produção é originada na capital mineira. Quando falamos de ISS, estamos falando de software e serviços, porque hardware paga é IPI e ICMS. Tem também empresas de software que optam por outro enquadramento em que software é produto e ai pagam ICMS. As fontes de dados com base na arrecadação, às vezes atrapalha um pouco. Mas em software, quando você está faturando, é 100% de tecnologia gerada aqui, e tudo é do empresário. O setor que é relevante para Belo Horizonte é o software. No hardware, ele vende, gera riqueza, mas vende um produto que é gerado em outro lugar Expectativas em relação ao desempenho futuro da tecnologia da informação em Belo Horizonte. Todos os entrevistados afirmam ter boas expectativas para o futuro do TI em Belo Horizonte, principalmente em função do crescimento da economia brasileira. No entanto, algumas ressalvas ou preocupações estão presentes, seja pelo temor de que as empresas locais não resistam à competição e sejam compradas por empresas maiores de outros Estados, principalmente São Paulo, seja pela falta de mão de obra qualificada em número suficiente para atender ao crescimento. A gente tem uma expectativa de crescimento muito grande. Teremos uma demanda muito grande, devido alguns fatores da economia, ou seja, a indústria está crescendo muito.

124 124 Tudo indica que o setor vai crescer no Brasil. A nossa pergunta é se ele vai em Belo Horizonte. Assim, segundo a percepção do representante da FUMSOFT, há insegurança quanto à capacidade de as empresas locais acompanharem essa onda de crescimento. Segundo o entrevistado, o empresariado local precisa desenvolver produtos diferenciados, tanto em qualidade quanto em inovação, para conseguir sobressair-se na competição com outros Estados e também com as empresas internacionais. Quanto ao poder público, é mister criar condições estruturais propícias para as empresas investirem em Belo Horizonte. Como que nós vamos pegar essa onda e trazer as coisas para cá? É um desafio para a entidade. TI tem uma mobilidade muito grande, não requer está preso a base física. TI precisa de gente, de infraestrutura, de internet. Então a questão é saber como o Brasil se prepara para competir com a Índia, com a China, e também como Belo Horizonte se prepara para isso. Porque se a gente não tiver uma produção que tenha mais agregação de valor, se a gente ficar só na codificação, a gente vai perder para a Índia, para a China. Como citado anteriormente, para o presidente da SUCESU, as expectativas para o crescimento do setor de TI de Belo Horizonte são favoráveis, embora ele espere um crescimento local menor do que em outros Estados. Para ele, em termos de qualidade e capacidade de incorporar as inovações pelo setor produtivo, Belo Horizonte está preparada para o futuro, mas um empecilho para um maior crescimento é o apagão de mão de obra, que compromete a competitividade das empresas locais. As expectativas são boas, o problema todo é só esse apagão de mão de obra, que lhe falei, que torna a gente menos competitivo.

125 125 Para o representante da ASSESPRO, as expectativas são bastante otimistas porque os recursos da tecnologia de informática estão presentes em todos os outros setores da economia. Ainda para o entrevistado, o risco do setor de TI em BH é a compra das empresas locais. As expectativas são muito otimistas. Em alguns anos, todos os aparelhos e equipamentos em geral apresentarão alguma placa de rede, algum software. Esse é o futuro. Eu acredito que é um setor que vai crescer querendo ou não, porque tem tanta capacidade instalada que vai continuar crescendo, independente da organização ou não. É uma terra de oportunidades, porque cresce mais ou menos 15% ao ano. Mas o problema é saber se as empresas daqui vão resistir à pressão das grandes empresas de São Paulo, que chegam, compram nossas empresas, e centro de decisão vai para lá Desafio do setor de tecnologia da informação atualmente Em relação aos desafios do setor, os entrevistados apontam, mais uma vez, aspectos relacionados, principalmente, à falta de mão de obra qualificada, aos processos de compra das empresas locais por grandes empresas e a criação de pólos de tecnologia em Belo Horizonte. Para o representante da FUMSOFT, existem dois desafios importantes: o primeiro diz respeito à entidade e sua missão de fortalecer o mercado; o segundo está relacionado à disponibilidade de mão de obra nas empresas. Para a instituição que o entrevistado representa, o desafio é transformar Belo Horizonte em um pólo de tecnologia de informação, em geral, e, especificamente, um pólo de produção de software. Para isso propõe a criação de um pólo empresarial, centralizando empresas e ações em um ambiente para geração de negócios. E que priorize a produção de tecnologia com qualidade e inovação. Assim, com apoio de entidades gerenciais e de crédito, a ideia é criar um espaço diferente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC). O desafio da entidade é transformar Belo Horizonte, nos próximos 10 anos, em um importante pólo de software, um pólo empresarial de TI, que centralize empresas, ações. Não é o BH-TEC, é o pólo de TI. Um ambiente de geração de negócios. É uma proposta de fortalecimento do setor mesmo. Buscar junto aos órgãos como o SEBRAE que nos apóia, BDMG, entre outros, uma participação mais efetiva, mais coordenada, para que a gente consiga otimizar o recurso que tem em prol do crescimento do setor. Para os empresários do setor, ainda segundo o representante da FUMSOFT, o desafio é conseguir mão de obra qualificada em número suficiente para atender à demanda, uma vez que o mercado está aquecido, mas faltam profissionais para atender às necessidades das empresas. Porque para o empresário o desafio é conseguir mão de obra, porque tem mercado, a economia está crescendo. O empresário reclama é que ele perde profissional todo dia, que para manter o profissional ele está tendo que pagar mais do que seu limite.

126 126 O presidente da SUCESU, além da questão quantitativa, aponta como grande desafio a falta de investimento, por parte do poder público, em formação de mão de obra qualificada para atender a demanda do setor. Além disso, existe a intenção de criar restrições para que profissionais de outras áreas não atuem na área de TI, o que, segundo o entrevistado, criará mais dificuldades de disponibilidade de mão de obra. Falta investimento do setor público em fomento às Universidades, mais cursos especializados. E pode piorar, porque tem uma discussão de formalização profissional na área, criar um conselho regional de informática, e isso ia piorar ainda mais o apagão de mão de obra, porque para trabalhar na área ia precisar ser formado na área. E deixaria de ter os profissionais de outras áreas trabalhando em nossa área. O profissional de engenharia, de administração, que acaba entrando na área de TI. Para o representante da ASSESPRO/MG, o principal desafio do setor de TI de Belo Horizonte é a pressão das grandes empresas sobre as menores, uma vez que as grandes, que tem acesso mais facilitado a capital, buscam ampliar sua participação no mercado e aumentar sua lucratividade comprando as menores. Manter a sede das empresas, o centro decisório, a geração de empregos, a geração de riqueza, na capital mineira, é um grande desafio. E, para ele, o poder público só facilita crédito para as grandes empresas. O desafio é manter em BH as empresas com know hall; é impedir que as melhores de Minas sejam compradas pelas grandes. Porque se a sede é em São Paulo, o processo decisório é em São Paulo. As grandes empresas fazem isso para tentar se consolidar no mercado, aumentar sua participação no mercado e com isso conseguir manter uma margem de lucro maior, diminuindo a competição. Eu enxergo que as melhores empresas de Minas vão ser compradas, ou por multinacionais ou por empresas paulistas, como já vem acontecendo. Porque não tem incentivo de lado nenhum. O governo não me arruma capital barato para eu crescer e minha empresa conseguir se consolidar. As grandes conseguem dinheiro barato no BNDES e compram as empresas menores Percepção sobre os três elos da cadeia produtiva em Belo Horizonte: FORNECEDOR, PRODUTOR, CONSUMIDOR. (Aspectos dificultadores e perspectivas de solução). Para os entrevistados ouvidos nesta pesquisa, os principais problemas da cadeia produtiva são, além da falta de mão de obra qualificada, a falta de linhas de crédito para as empresas e a falta de uma política de compras públicas que priorize as empresas locais. Eles apontam como solução uma maior oferta de cursos técnicos e de nível superior, a viabilização de cooperativas

127 127 de crédito e uma decisão política de priorizar as empresas locais por parte do Estado e da Prefeitura que são grandes consumidores dos produtos de TI. Porque se a gente for parar para pensar, quando uma prefeitura contrata uma empresa para prestar um serviço qualquer, se essa empresa for de Belo Horizonte, o ISS vai ser passada para ela própria. Enquanto que se comprar de fora, o ISS não vai para outra cidade. A mesma coisa acontece com o Governo do estado. Eles deviam fomentar as empresas mineiras, privilegiar as empresas mineiras nas suas contratações. O representante da FUMSOFT considera que o elo fornecedor é responsável por dois insumos: infraestrutura (que inclui hardware) e mão de obra. Em relação ao primeiro, o entrevistado não identifica dificultadores, uma vez que o mercado oferece equipamentos cada vez mais baratos e de melhor qualidade. Em relação ao segundo insumo, o entrevistado afirma que o problema está na escala da oferta de mão de obra, uma vez que a existente é de boa qualidade, mas não em número suficiente para atender a demanda do setor de software, e a solução seria uma maior oferta de cursos ou de vagas nos existentes. O elo fornecedor é composto de recursos humanos e uma infraestrutura. A infraestrutura cai de preço, que é o hardware em geral. Tem mais opções tecnológicas, mais computadores, mais acesso a máquinas. Então o ponto crítico continua sendo ter mão de obra qualificada. No desenvolvimento de software, se você tem a mão de obra, eu acho que existe um bom posicionamento. Para o elo produtor, o representante da FUMSOFT afirma que o principal dificultador é a falta de financiamento, e a solução seria a concretização da Sociedade de Garantia de Crédito (SGC), um programa do SEBRAE em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, que está parado há mais de um ano. Em relação ao elo consumidor, o entrevistado lamenta não haver uma política pública de compras que privilegie os produtores locais. Ele propõe que o poder público, nos processos de compra, considere, além do preço, outros aspectos como geração de impostos e de empregos, modificando sua política de compras para fortalecer as empresas locais. Do ponto de vista do produtor, de uma maneira em geral, nós temos boas empresas brigando no mercado. Precisa é ter alguma política de auxilio. Está no forno do SEBRAE e da Prefeitura a Sociedade Garantidora de Crédito, e crédito para empresa de TI é muito difícil porque ela não tem garantia real. É o SGC, que eu acompanho isso tem mais de um ano e não sai. Se isso já estivesse funcionando, eu acho que a gente já estaria avançando também. (...) No setor de clientes, do consumidor, o próprio poder público não dá nenhum tipo de privilégio, seja de TI ou não. Quando contrata uma empresa de Goiás para imprimir o IPTU, através de um pregão eletrônico, e uma empresa mineira perde, só os impostos que

128 128 foram arrecadados em Goiás, já valia a pena ter contratado uma empresa de Belo Horizonte. Então a conta não pode ser o preço mais barato em um pregão eletrônico. Para o presidente da SUCESU, as dificuldades estão no elo produção, retomando a questão da falta de mão de obra qualificada. Em relação à ausência de empresas de hardware, o entrevistado não considera esse aspecto um empecilho para o setor, por conta das facilidades de acesso aos produtos. O entrevistado afirma também que o consumidor mineiro apresenta alguma resistência para absorver inovações, o que não ocorre em outros grandes centros. Na parte de fornecedor de insumos, nós somos muito fracos. Aqui você está falando de grandes players que fornecem hardware, que a gente não tem quase nada. Mesmo suprimentos, a gente está falando de periféricos, como impressora, como scanner, e tudo o mais. A gente quase não tem isso aqui. E infraestrutura de TI, a mesma coisa, está muito centrado em São Paulo. A gente não tem fomento nessa área. Mas isso não é dificultador. Seria bom se aqui tivesse porque movimenta a economia, mas vir de fora não compromete a produção. (...) O consumidor está ai. Em Minas tem um dificultador que é o perfil do mineiro, que é mais resistente à inovação. Aqui primeiro você tem que quebrar um paradigma do novo, e em outros lugares a inovação é aceita mais fácil, então o consumidor aqui é mais resistente, mas tem muito mercado. Discutindo a questão das dificuldades do elo produtor, o representante da ASSESPRO as relaciona ao acesso a linhas de crédito para o desenvolvimento das empresas, afirmando que existe uma diferença entre capital de giro e capital de investimento. Para ele, os produtores de TI, especialmente de software, o custo de desenvolvimento de novas linguagens e novos programas é muito alto, mas quando recorrem a instituições de crédito, os financiamentos são propostos como capital de giro, o que torna inviável esse aporte financeiro. Reclama também da prática de juros altos de maneira geral. Ainda em relação à dificuldade dos produtores, discute a indisponibilidade de mão de obra e pondera o papel da PBH na solução do problema, haja vista ser de sua competência apenas o ensino fundamental. O maior problema é o acesso a capital para desenvolver produtos novos. Se eu for desenvolver com recursos próprios, eu vou demorar dois, três anos, se eu consigo o recurso, em uma fonte barata, eu pego e desenvolvo rápido, e termino rápido. Esse setor não recorre muito a linhas de crédito porque os juros são altos, e o capital teria que ser alto também, e porque esse dinheiro que a gente poderia pegar, ele é para investimento, mas ele é visto pelo setor bancário como capital de giro, que é muito mais caro, mas ele era para investimento. (...) Desenvolver software é muito caro, para você atualizar sua linha de produto com recursos próprios é muito difícil, porque os juros são muito altos. Em relação à capacitação de mão de obra, tem que ver no que a Prefeitura pode fazer, porque a obrigação do município é apenas com o ensino fundamental, e o que a gente

129 129 precisa ou é de nível técnico ou de nível superior, mas na Prefeitura de Contagem, eles atuam. Falta mão de obra, principalmente técnica. Em relação ao elo fornecedor, o entrevistado da ASSESPRO/MG afirma que não existem entraves e que a presença de equipamentos importados é positiva, uma vez que permite ao elo produtivo ter acesso a computadores melhores e a preços menores. (...) Eu vou falar a verdade, o que a gente precisa, na produção, é máquina barata, então, se é chinês, isso não importa, nós precisamos comprar computador barato e rápido, porque ai nossos funcionários vão produzir mais em menor tempo Percepção sobre os três elos da cadeia produtiva em Belo Horizonte: FORNECEDOR, PRODUTOR, CONSUMIDOR. (Potencialidades). Para todos os entrevistados, a qualidade técnica é a grande potencialidade da cadeia produtiva de Tecnologia da Informação do produtor de software em Belo Horizonte. Na opinião deles, para potencializar essa característica, será preciso fortalecer a marca Software de Minas. Tal iniciativa ampliará sua penetração no mercado nacional e atrairá novas empresas, garantindo às empresas locais um lugar diferenciado no acesso às compras públicas dos governos de Minas e de Belo Horizonte. O representante da FUMSOFT destaca que a principal potencialidade para os três elos da cadeia produtiva de TI está ligada às características da cidade de Belo Horizonte. Como, em sua visão, as empresas locais têm qualidade e competitividade, o potencial está em investir no fortalecimento da marca Software de Minas, um instrumento de valorização do produto local. A cidade de BH tem hoje uma infraestrutura (aeroporto, rede de internet, capacidade instalada, bons profissionais) muito favorável, e se souber explorar outras características como custo de vida menor que em outros centros, pode atrair grandes empresas e manter as que já se instalaram, como a Google. A Secretaria de Ciência e Tecnologia criou uma marca que é o Software de Minas. É uma marca de procedência, é um incentivo para que os compradores olhem o mercado de Minas com mais aceitação. O setor vai crescer, mas se tiver apoio. Não é como o minério que está aqui, então a questão é o que você oferece de diferencial para atrair mais empresas grandes, porque (...) Belo Horizonte (a cidade) é um bom produto para se vender. Para o representante da SUCESU, a produção é o elo da cadeia produtiva de TI em Belo Horizonte que apresenta a maior potencialidade. Envolve desenvolvimento, comercialização e manutenção de software de qualidade. Oferece uma lucratividade maior, na opinião do

130 130 entrevistado, porque o investimento significativo acontece somente no momento da produção, tornando-se menor na manutenção. Nós temos vocação para software. Para produzir o software, você tem um custo alto, porque a mão de obra está cara, mas é onde você tem a margem de lucro maior, o seu gasto, uma vez ele pronto, fica pequeno, porque é atualizar, é dar manutenção. Então é um negócio extremamente interessante. O presidente da ASSESPRO afirma que o potencial da cadeia produtiva depende sempre do consumidor. O entrevistado afirma que, do ponto de vista da iniciativa privada, o mercado consumidor mineiro tem grande potencialidade para contribuir com toda a cadeia produtiva de TI, mas que o setor público, um importante componente do elo consumidor, não está atento à sua importância no fortalecimento da cadeia de TI de Minas Gerais, pois impõe condições que alijam as empresas locais dos processos de compra pública. O que de fato faz o setor crescer é o mercado, é esse elo do consumidor. O setor privado compra, o consumidor pessoa física não, porque esse só usa software pirata e não vai pagar nosso serviço. Agora, o setor privado não compra da gente, ele compra de fora ou de fundações, que não precisam de licitação, e às vezes nem tem capacidade instalada, ganham o contrato e depois contratam empresas de São Paulo para fazer o serviço. Em relação ao elo da produção, Belo Horizonte apresenta uma grande potencialidade, que está relacionada à demanda do mercado, mas esse elo pode ser enfraquecido pela penetração de grandes empresas de outros Estados e até mesmo internacionais, que compram as empresas locais e direcionam suas estruturas produtivas para outros lugares Três principais concorrentes de Belo Horizonte na cadeia produtiva da tecnologia da informação. Não existe consenso entre os entrevistados a respeito dos principais concorrentes de Belo Horizonte na cadeia produtiva de TI. As localidades citadas por eles são: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Recife, cidades do interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Santa Catarina. No entanto, existe consenso entre eles de que as condições oferecidas às empresas nessas localidades são melhores do que o poder público oferece em Belo Horizonte, seja pela disponibilidade de mão de obra, seja por incentivos fiscais, ou ainda pela proximidade de um grande consumidor de software que é o governo federal, no caso de Brasília. Para o entrevistado da FUMSOFT, o que fortalece a concorrência é a capacidade de formar profissionais de TI e os incentivos fiscais oferecidos pelas prefeituras locais. No caso

131 131 específico de Recife, o entrevistado cita uma experiência chamada de CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), onde existe uma espécie de residência profissional, atraindo profissionais formados e oferecendo inserção no mercado de trabalho em condições diferenciadas. Essa experiência reaparece na questão seguinte que trata de sugestões de política públicas. Do ponto de vista de mão de obra, quem estiver formando mais mão de obra, está levando vantagem. Porto Alegre tem grandes programas, Florianópolis, Curitiba, Recife. O interior de São Paulo, São José do Rio Preto, São Carlos. As Universidades paulistas do interior induzem muito isso. Para o representante da SUCESU, as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília como as principais concorrentes da capital mineira. O entrevistado considera que esses concorrentes têm mais investimento nas áreas de pesquisa. Hoje em Minas só existem pequenos pólos. As maiores empresas transferiram seus centros de decisão para São Paulo. Os maiores competidores estão em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. E nessa ordem. Lá existem mais investimentos, tem uma economia mais forte e tem mais apoio para o desenvolvimento de tecnologia, tem mais fomento, a Fapesp, por exemplo. (...) proporcionalmente, se a gente for parar para ver, a gente está muito concentrado em pequenos pólos. A gente tem Belo Horizonte, Viçosa, um pouquinho no sul de Minas, e alguma coisa em Uberlândia. Tem que fortalecer muito Belo Horizonte, porque é o grande pólo que tem, oitenta por cento do que Minas desenvolve de tecnologia está aqui em Belo Horizonte. Para o presidente da ASSESPRO/MG, a cadeia produtiva do TI de Minas Gerais está posicionada em terceiro lugar no cenário nacional. Em primeiro lugar figura São Paulo, com 50% de todo o mercado nacional. Em segundo, Rio de Janeiro. A capital mineira responde por 80% de toda a produção estadual em TI. Um diferencial do mercado de Belo Horizonte é o valor da mão de obra, que segundo o entrevistado é cerca de 20% mais barata que em São Paulo e Rio de Janeiro. O entrevistado também afirma que existem outros dois concorrentes (Santa Catarina e Brasília) que vem crescendo bastante no cenário nacional, situação preocupante para o mercado de Belo Horizonte. (...) Eu acho que aqui, de verdade, a mão de obra é um pouco mais barata. Em torno de 20%. (...) Mas se você olhar para a tendência, Santa Catarina está crescendo muito, principalmente porque a sede da TOTVS está lá. Eu a colocaria como um dos principais concorrentes, e também Brasilia, porque as empresas estão lá não é à toa, é porque estão vendendo para o governo federal, que é dos principais compradores.

132 Sugestão de Políticas Públicas para incentivar o desenvolvimento e fortalecimento da cadeia produtiva. As sugestões de políticas públicas retratam os desafios e problemas do setor já descritos nas questões anteriores. As principais propostas apresentadas foram as seguintes: a criação de programas de capacitação de mão de obra; a criação de novas Universidades e cursos técnicos; a criação de programas de fomento de pesquisa em TI; a criação ou ampliação de incentivos fiscais (redução de impostos; isenção do IPTU); a criação de incentivos, para atrair grandes empresas em geral e movimentar mais a economia; a aprovação do Sociedade Garantidora de Crédito (SGC) como linha de crédito prioritária para o setor de TI; a criação de mecanismos para aumentar a competitividade das empresas mineiras nos processos de compras públicas; a criação de centros de tecnologia; a finalização do BH-TEC; a criação da marca Software Mineiro; o fortalecimento de marketing institucional, divulgando Belo Horizonte como capital da tecnologia de informação. Para melhorar nessa área, precisamos trazer mais empresas para BH, mas precisa oferecer algum diferencial, um conjunto de coisas, pelo que eu conheço a Prefeitura tem essa intenção.

133 133 O representante da FUMSOFT descreve um estudo desenvolvido pela instituição que buscou identificar as diferenças tributárias entre municípios onde o TI tem se desenvolvido mais que em Belo Horizonte. O resultado desse estudo indica que prefeituras de outras capitais oferecem vários outros incentivos e isenções tributárias que não existem em Belo Horizonte, e o entrevistado apresenta, como uma primeira sugestão, que a prefeitura de Belo Horizonte acompanhe esses estímulos e ofereça, no mínimo, o mesmo que é oferecido em outros municípios. A gente fez um trabalho recente, levantamos o marco legal, a gente pegou o que a lei municipal de Belo Horizonte oferece, o que tem de incentivo. E nós pegamos de diversas outras capitais do Brasil que estão melhores. Então você encontra diversos mecanismos de lei, de forma abrir mais janelas para o setor. Aqui tem o ISS, mas tem lugar que tem redução no IPTU, taxas da prefeitura, tem diversas leis que podem ser a explicação do desenvolvimento desses outros lugares. Do ponto de vista de políticas públicas, a gente devia ter no mínimo oferecer em BH o que oferecesse nas nossas concorrentes, do ponto de vista de leis. Outra questão levantada é a necessidade de desenvolvimento de uma política de formação de profissionais de TI mais efetiva, e sugere a criação de um Programa de Residência de Software, que iria atrair profissionais já formados e oferecer processos de formação complementar e inserção no mercado de trabalho. (...) O Estado ainda tem que acordar para a questão da formação de mão de obra de uma forma que traga mais profissionais, de forma mais rápida para ele entrar no mercado. Pode ser estágio, tem um programa que chama Residência de software, igual você tem de médico, você pega alguém formado e põe dentro de uma industria. Isso já existe em Recife. Nós achamos que esse é um bom paradigma de uma política pública que alavancou. Para o representante da SUCESU, existe uma característica do setor de informática que o diferencia de outros setores da economia, que é ser uma indústria verde, que não polui e ainda tem um grande potencial de arrecadação e geração de emprego. Essa característica justificaria, na opinião do entrevistado, um tratamento diferenciado, com incentivos, apoios, isenções fiscais, entre outros. Os governos ainda não se atentaram para isso, a gente não polui, gera imposto na veia a gente produz e vende, produz e vende. A gente não quebra estrada, a gente não corta árvore, nós somos uma indústria completamente verde. Geramos uma receita muito mais alta, proporcionalmente, do que qualquer outra empresa. A China e a Índia perceberam isso há 15 anos atrás, e a gente vê a diferença. E a gente não percebe essa visão do nosso governo, não tem investimento voltado para o setor, criação de novas universidades. Eles não percebem que investimento nessa área se paga muito rapidamente. Para o representante da ASSESPRO, as principais demandas do setor constituição da Sociedade de Garantia de Crédito; revisão das exigências apresentadas nas licitações públicas

134 134 para ampliar o acesso das empresas locais; criação de centros de tecnologia onde as empresas possam se instalar com incentivos fiscais; criação do Parque Tecnológico; criação de um marketing institucional para fortalecer a imagem de capital da informática podem ser atendidas pelo poder público municipal. Essa SGC é uma modalidade de crédito com risco menor, juros menores e com prazos maiores e a prefeitura até agora não se posicionou. (...) Porque o ente público não está nem ai para comprar a tecnologia em Belo Horizonte. Nenhum órgão público procura antes de contratar saber se de fato existe no know how em Minas, não para poder manipular uma licitação, mas para poder, de alguma maneira, vir a comprar e incentivar a indústria local. Na hora que monta a licitação, coloca um monte de requisito que inviabiliza as empresas daqui de participar, e assim acaba alijando as empresas na fase de habilitação. O que a gente está querendo é que a prefeitura, antes de fazer um edital, procure as entidades de classe, para poder tentar fazer uma coisa que não fuja dos padrões rigorosos de capacidade técnica, mas viabilize um consórcio local, porque isso que faz o segmento crescer. (A PBH deve) criar áreas onde as empresas poderiam se localizar, porque espaço é um problema para nós, aluguel está muito caro, está muito disputado, então a prefeitura criar um lugar, e tem como fazer, abrir mão de IPTU. Por exemplo, tem prédios no centro que nenhuma grande empresa esta ocupando. (...) Outra coisa que o município pode fazer é na área de marketing, na hora que o município compra a ideia de que Belo Horizonte é uma capital da tecnologia de informação, ajuda a gente a penetrar no mercado. Blumenau faz isso muito bem. É o marketing da prefeitura falando que aqui é um pólo de informática Avaliação da atuação da Prefeitura de Belo Horizonte no setor de tecnologia da informação. Os entrevistados reconhecem o interesse da Prefeitura de Belo Horizonte pela área de Tecnologia da Informação, mas é consenso entre eles que o ritmo da atuação da Prefeitura é ainda insipiente, tímida ou até mesmo atrasada. Essa percepção esteve presente em diversos momentos das entrevistas, mas quando interrogados especificamente sobre essa atuação, demonstram descontentamento com programas de incentivo e planejamento que permanecem parados, como o SGC e o BH-TEC, por exemplo. Para o superintendente da FUMSOFT, além dos aspectos já apresentados na seção anterior, o entrevistado considera grave o fato de a Comissão de TI, ligada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico, estar sem atuação. Eu tenho muito respeito pelo trabalho da Prefeitura. A Prefeitura tem programas muito bons, de informatização da área da saúde, da educação. Agora, da mesma forma precisa ter uma política pública para fortalecer o setor do ponto de vista de compra, em termos de atração de empresas. Existe um órgão da prefeitura que chama CODECOM, Conselho de

135 135 Desenvolvimento Econômico, que criou uma comissão de TI, mas depende de mudanças estruturais e ela está praticamente sem atuação. Para o representante da SUCESU, a prefeitura de BH precisa de mais agilidade para a instalação do pólo tecnológico. O entrevistado também afirma que faltam políticas municipais de incentivos fiscais como os oferecidos em outros lugares, como em Blumenau, onde ações desse tipo permitiram que o setor de TI crescesse bastante nessa localidade. É uma atuação fraca. Falta incentivo fiscais às empresas, políticas públicas, até hoje a gente briga, briga, briga. Tem anos que nós queremos fazer um pólo tecnológico. E até hoje nunca saiu. Para (...) que possa ter uma cadeia produtiva mais fortalecida. Imagino que quando as empresas estão mais próximas, elas podem, inclusive, se parceirizar, se fortalecer. Em vez de serem duas empresas que são fracas, passa a ser uma empresa forte. A gente tem um estudo que aponta que outras cidades, por exemplo, Blumenau, tem incentivos bem melhores do que nós e com isso tem crescido violentamente na produção de software, é incentivar a eles que ele produza, que ele fique lá, e tem empresas mudando para lá. Para o representante da ASSESPRO, a Prefeitura de Belo Horizonte está atrasada e não tem uma atitude positiva diante da importância que o setor já representa e pode ainda representar para a economia local. Além disso, acredita que somente a criação de um parque tecnológico não é suficiente para impulsionar o mercado de TI. Eu acho que a prefeitura está muito atrasada, eu achei que o Márcio Lacerda, que veio de uma empresa que estava relacionada com TI, ia dar mais apoio. Na verdade, desde Eduardo Azeredo, ninguém de fato fez alguma coisa relevante. Eu acho que eles estão devendo, eles não criam um diálogo permanente, o setor tá aqui, pujante, nos passamos a ser um setor importante, na mídia, no Valor Econômico, o Brasil já despertou para o TI, mas a prefeitura ainda não, trata a gente como um qualquer. A gente não é ouvido. (...) só que um parque tecnológico é pouco, tem que ser feito, mas não resolve o problema, a localização e o custo do imóvel e do condomínio, você paga para estar lá o mesmo que eu pago em um prédio na Savassi Síntese da pesquisa qualitativa. As empresas da cadeia produtiva de TI, instaladas em Belo Horizonte, são em geral de pequeno e médio porte, mas oferecem produtos e serviços que se destacam pela qualidade e profissionalismo, especialmente na criação e manutenção de softwares. Processos de fusão e incorporação de empresas são uma tendência atual e positivas, na opinião dos entrevistados, por promover uma maior competitividade em relação às empresas de outros estados e uma

136 136 maior inserção no mercado nacional. Os principais desafios do segmento de TI apontados nas entrevistas estão relacionados, principalmente, à falta de mão de obra qualificada e necessidade da criação de pólos de tecnologia em Belo Horizonte. As demandas que os representantes do segmento apresentam para o poder público estão diretamente ligadas aos desafios apontados: promover políticas públicas de formação e capacitação de mão de obra e criação de estruturas físicas para a instalação das empresas, oferecendo diferenciais de localização, infraestrutura (internet, instalações, etc), apoio a pesquisas de tecnologia e incentivos fiscais. Algumas ações específicas foram citadas e merecem destaque: viabilização do Sistema de Garantia de Crédito, criação de uma política de compras públicas que privilegie as empresas locais e a implementação definitiva do BH-TEC. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação apresenta algumas peculiaridades que a diferenciam das demais. A pervasividade das aplicações TIC na rotina diária atual e a capacidade de renovação e de criação de novas demandas e mercados constituem umas de suas características mais marcantes. Tal pervasividade implica um amplo mercado de atuação e de possibilidades para as empresas. Pesquisas de campo, conduzidas pelo IPEAD/UFMG e que objetivaram captar a percepção dos empresários do setor, explicitaram, entre outros, dois aspectos merecedores de ênfase especial. Para este empresariado, as empresas de produção de software e serviços estão tendendo a se especializar na oferta de serviços para as áreas de saúde, aplicações financeiras, educação e comércio, as quais constituem um mercado consumidor com grande potencialidade de contribuir com toda a cadeia produtiva. Adicionalmente, de acordo com a percepção desses agentes, o setor público, considerado como um importante componente do elo consumidor, ainda não despertou para a importância de direcionar suas demandas pelos produtos e serviços do setor para as empresas locais. A constante renovação dos produtos e serviços ofertados, que caracteriza a cadeia produtiva TIC, torna evidente a importância do investimento constante em pesquisa e desenvolvimento por parte das empresas assegurando-lhes a sobrevivência nesse mercado altamente competitivo. Ainda que não criem novas tecnologias, a adequação às inovações tecnológicas apresentadas pelo mercado de forma quase permanente, cria a necessidade de investimento constante em aprendizado. Neste sentido, Belo Horizonte, seguindo o padrão nacional, apresenta

137 137 significativas deficiências em relação a infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento, tanto internamente nas empresas, quanto em termos de interação empresa, universidades e centros de pesquisa. As principais tendências apresentadas pela cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação, atualmente, são a convergência digital, as cooperações e alianças estratégicas e a agregação de conteúdos e serviços aos produtos ofertados. No caso específico dos serviços de tecnologia da informação destaca-se a tendência de desenvolvimento da computação em nuvem e da terceirização do desenvolvimento de software e de serviços baseados em tecnologias da informação e comunicação. Tais tendências vêm orientando o padrão de atuação das empresas no mercado. No caso das telecomunicações, por ser um segmento onde predominam as grandes empresas, o posicionamento diante de tais tendências e a competição em âmbito nacional, é substancialmente dependente da regulação da concessão de novas licenças, que usualmente estão ligadas à utilização de novas freqüências e tecnologias. Considerando-se, por um lado, a tendência atual de uma importância maior dos softwares e dos serviços vis a vis à dos equipamentos e instalações físicas e, por outro, o papel proeminente de Belo Horizonte no segmento de softwares e prestação de serviços, infere-se um cenário altamente favorável ao desenvolvimento do setor no município. De acordo com os entrevistados, o setor de TI de Belo Horizonte tem capacidade para desenvolver produtos e participar de forma protagonista no cenário das novas tendências tecnológicas, apesar de existir pouco investimento em pesquisa no Brasil, e especialmente em Belo Horizonte. A pesquisa de campo mostrou que, na percepção dos entrevistados, os processos de fusão e incorporação têm acontecido com frequência na cadeia produtiva. Tal fato pode ser considerado como reflexo das tendências mundiais apresentadas pelo setor e enumeradas anteriormente. Os padrões de concorrência, de certa forma, exigem a atuação de empresas capacitadas tecnicamente, com escala para atender demandas cada vez maiores e com capacidade de adaptação e de utilização das novas tecnologias. Tais exigências requerem recursos que, muitas vezes, as micro, pequenas e médias empresas não possuem, o que as torna pouco competitivas no mercado e, conseqüentemente, alvo das grandes empresas.

138 138 Os resultados da pesquisas evidenciaram que as empresas locais devem desenvolver produtos diferenciados, tanto em qualidade quanto em inovações, para conseguirem sobressair-se na competição tanto com outros estados como com as empresas internacionais. Para isso é necessário mão de obra qualificada e em número suficiente para atender a demanda. Este aspecto é, na percepção dos entrevistados, o principal obstáculo para o avanço do setor na capital. Apesar de qualificada, a mão de obra disponível é insuficiente para atender a demanda, o que compromete a competitividade das empresas. A falta de linhas de financiamento, as dificuldades de obtenção de crédito, especialmente por parte das pequenas empresas e a falta de uma política de compras públicas que priorize as empresas locais foram apontados, pelos entrevistados, como os principais obstáculos ao desenvolvimento do setor, além da escassez de mão-de-obra. Por outro lado, a capacidade técnica e a infraestrutura (aeroporto, rede de internet, capaciade instalada) do município foram apontados como suas principais vantagens comparativas. Cabe destacar que a cadeia de TIC tem obtido status privilegiado em diversas políticas e programas estaduais e nacionais para a ampliação do acesso às telecomunicações, aceleração da informatização e mitigação da exclusão digital. No âmbito estadual destacam-se as políticas de apoio ao APL de Software na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a criação da marca Software de Minas, o lançamento do Atlas Tecnológico de Minas Gerais e a implantação do Bureau de Inteligência. No âmbito nacional destaca-se a implantação do Plano Brasil Maior, que constitui a política industrial, tecnológica, de serviços e de comércio exterior para o período 2011 a O Plano tem como objetivo o estimulo à inovação e produção nacional e, para tanto, contempla medidas que visam a conquista da liderança tecnológica em setores estratégicos e a internacionalização das empresas nacionais e o enraizamento das empresas estrangeiras localmente, para que estas passem a investir cada vez mais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Brasil. As principais políticas do Plano Brasil Maior estão relacionadas ao fortalecimento das cadeias produtivas, à proteção nacional contra práticas comerciais ilícitas, ao investimento em formação e qualificação de mão de obra e à desoneração (folha de pagamentos, dos investimentos e das exportações). A consulta realizada aos diversos estudos existentes, conjugada com as considerações anteriormente apresentadas permite sugerir uma estratégia de atuação constituída por doze

139 139 pontos, descritos a seguir, e que devem ser entendidos como complementares às políticas já existentes para o setor. (1) Constituição de um arranjo institucional, no qual participem a administração pública (federal, estadual e municipal), as empresas, universidades e centros de pesquisa, articulados com o sistema educacional e de financiamento. Um arranjo dessa natureza permitiria tanto um aumento da competitividade da cadeia produtiva de tecnologia da informação e comunicação em Belo Horizonte, como sua inserção sustentável no mercado nacional e internacional. (2) Elaboração e manutenção de um sistema de indicadores que permita o acompanhamento do desempenho dos diversos segmentos da cadeia. Este é um instrumento essencial para os processos de elaboração, de implantação, de acompanhamento, de gestão e planejamento de políticas em prol do desenvolvimento da cadeia; (3) Criação de um pólo empresarial, centralizando empresas e ações em um ambiente de geração de negócios, que priorize a produção de tecnologia com qualidade e inovação, e que seja apoiado por entidades gerenciais e de crédito; (4) Investimento em formação de mão de obra qualificada para atender a demanda do setor, tanto de nível técnico, como de nível superior. (5) Criação do Programa Residência de Softwares para atrair profissionais já formados e oferecer processos de formaçào complementar e inserção no mercado de trabalho. (6) Criação de linhas de crédito específicas para micro, pequenas e médias empresas. (7) Desenvolvimento e implantação de política de ciência e tecnologia focada na promoção de pesquisa e desenvolvimento para a cadeia produtiva TIC. (8) Priorização da contratação de empresas locais para a compra e prestação dos serviços de TI. Revisão das exigências apresentadas nas licitações públicas para ampliar o acesso das empresas locais. (9) Fortalecimento do marketing institucional, divulgando Belo Horizonte como capital da tecnologia da informação; (10) Capacitação dos gestores: Promoção de cursos de gerenciamento por meio de instituições de suporte às empresas;

140 140 (11) Envolvimento das universidades: Desenvolvimento e implantação de projetos de incubação relacionados ao desenvolvimento de softwares; (12) Incentivo à constituição de consórcios e parcerias entre as micro e pequenas empresas, para que estas se fortaleçam e se tornem mais competitivas.

141 141 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Indústria de Tecnologia da Informação e Comunicação. Estudos Setoriais de Inovação, Belo Horizonte, abril de 2009, Disponível em < File/NT A.pdf>. Acesso em junho de 2011., Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas Unicamp. Relatório de Acompanhamento Setorial: Tecnologias de Informação e Comunicação. Volume III, Brasília, agosto de ABES Associação Brasileira das Empresas de Software. Mercado Brasileiro de Softwares: panorama e tendências, São Paulo: ABES, Mercado Brasileiro de Softwares: panorama e tendências, São Paulo: ABES, Mercado Brasileiro de Softwares: panorama e tendências, São Paulo: ABES, Mercado Brasileiro de Softwares: panorama e tendências, São Paulo: ABES, Mercado Brasileiro de Softwares: panorama e tendências, São Paulo: ABES, Mercado Brasileiro de Softwares: panorama e tendências, São Paulo: ABES, Mercado Brasileiro de Softwares: panorama e tendências, São Paulo: ABES, 2011 ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações. Relatório Anual Brasília: Anatel. Relatório da Ouvidoria da Anatel - Disponível em: ANDRADE, E., TIGRE, P., SILVA, L., SILVA, D., DE MOURA, J., DE OLIVEIRA, R., SOUZA, A.. Propriedade Intelectual em Software: o que podemos apreender da experiência internacional?. RBI Revista Brasileira de Inovação, Local de publicação (editar no plugin de tradução o arquivo da citação ABNT), 6, aug Disponível em: < Acesso em: 21 Nov BRASSCOM Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação. Brasil: Gigante de TI rumo ao mercado global. Apresentação disponível em < Acesso em 04/07/2011 DERTOUZOS, M. L. O que será: como o novo mundo da informação transformará nossas vidas. São Paulo :Companhia das Letras,1997. FORTUNATO, Wanderson Luiz Lopes, Tecnologias de Informação e Comunicação e produtividade na Indústria de Transformação Paulista, Dissertação de Mestrado, defendida em 2009, Cedeplar/UFMG, Belo Horizonte, 2009

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143 APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO PESQUISA QUANTITATIVA 143

144 144

145 145

146 146

147 APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO PESQUISA QUALITATIVA 147

148 148

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