RELATOS DE EXPERIÊNCIA DE INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE PARACATU MG
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- Amélia Vilalobos Canedo
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1 RELATOS DE EXPERIÊNCIA DE INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE PARACATU MG
2 RELATO DE ETAPAS E PERCURSOS DA APAE DE PARACATU PARA INCLUSÃO DOS ALUNOS NAS ESCOLAS COMUM DO MUNICÍPIO Com o objetivo de fortalecer a Inclusão Escolar nas escolas comuns, a Apae de Paracatu realiza um trabalho diversificado. Este trabalho consiste em: Visitas itinerantes nas escolas comum, realizadas por profissionais (professor, psicólogo, terapeuta ocupacional e assistente social) da Apae onde os mesmos orientam e trocam informações referentes ao processo de formação do aluno. Os profissionais itinerantes da Apae informam e apóiam aos professores e direção quanto às estratégias, oficinas, atendimentos terapêuticos e pedagógicos que são realizados na Apae, como uma forma diferenciada de trabalho. Esse intercâmbio promove muitos avanços ao aluno, no momento em que a escola comum e Apae trabalham juntas num só objetivo. Outros itens importantes são a visita domiciliar que esta equipe itinerante realiza nas casas dos alunos incluídos, com o objetivo de orientar as famílias quanto a questões como: higiene, deveres de casa, presença na escola comum e nos atendimentos de apoio da Apae. A Apae realiza também trimestralmente reuniões pedagógicas com especialistas da escola comum. No ano de 2007 profissionais da Apae, ofereceram às escolas regulares o repasse do Curso Método da Boquinha destacando estratégias bastante eficazes para o processo de alfabetização de alunos. O repasse alcançou excelentes resultados, sendo bem aceito e constantemente solicitado pelas escolas. São realizadas palestras nas Faculdades locais sobre o processo de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
3 Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação a Apae participa também do Curso de Inclusão que é oferecido pelo MEC. Além destas atividades a Apae percebeu a necessidade de capacitar os profissionais da escola comum. Começou então um trabalho de pesquisa entre os profissionais da Apae, onde os mesmos construíram um projeto com este objetivo. A Apae contou com a parceria da Secretaria Municipal de Educação, Superintendência Regional de Ensino para a realização deste projeto. Este projeto foi realizado através de Oficinas práticas de: - Brinquedos e Brincadeiras (Letramento) - Leitura e Escrita - Prontuário Social - Comunicação Alternativa - Alongamento e Ergonomia Escolar - Musicoterapia - Adaptação de Material - Linguagem Oral (fono) Exercícios Práticos - Psicomotricidade - Adaptação Curricular para surdo Com essas oficinas a Apae capacitou 116 profissionais do Ensino Regular. O projeto vem alcançando excelente êxito e reconhecimento junto à comunidade escolar local e parceiros envolvidos, uma vez que as escolas comum já solicitam da Apae encontros para que os profissionais da Apae exponham para grupos de professores da rede regular, suas experiências com as pessoas com deficiência, visando qualidade de atendimento aos mesmos. O serviço foi avaliado de forma bastante positiva, devido ao progresso alcançado rumo à Inclusão Escolar no município. O objetivo da Apae é realizar este projeto uma vez ao ano, sendo que em todos os anos serão abordados temas diversificados para a realização das oficinas.
4 RELATO DE EXPERIÊNCIAS Cidade: Paracatu MG Nome da Escola: Escola Estadual Olindina Loureiro Nome da Diretora: Aida Gonçalves de Carvalho Nome e Formação do Profissional responsável pelo Relato: Maria Luzia dos Santos Araújo Especialista da Educação 1. Quais as etapas e percursos dos alunos incluídos nesta escola? A escola, independente da obrigação legal, mas, sobretudo respeitando os direitos e a dignidade humana, recebe a matricula de todos, até mesmo extrapolando as vagas disponíveis. Temos já há alguns anos a importante e benéfica parceria da Apae, especialmente no serviço do professor itinerante que dá suporte e acompanhamento escolar e familiar dos alunos. 2. Quais os obstáculos enfrentados? Os obstáculos enfrentados são vários, tais como: há pouca ou nenhuma formação continuada dos professores e outros funcionários no conhecimento para lidar com tais demandas, a falta de estrutura arquitetônica e de materiais didáticos pedagógicos; a falta de profissionais clínicos, de áreas específicas para tratar e dar apoio às situações inerentes à saúde dos alunos; a desestruturação familiar de alguns alunos é o mais grave dos obstáculos, a falta de políticas públicas eficientes para este tipo de demanda. 3. Quais os resultados alcançados? Os resultados alcançados poderiam ser melhores, se as políticas públicas fossem de fato elucidadas. O que se vê são situações esporádicas de sucesso; o que nos deixa aflitos, angustiados e na maioria das vezes impotentes, continuando ano a ano fazendo o que nos é possível fazer dentro do espaço restrito da escola.
5 RELATO DE EXPERIÊNCIAS Cidade: Paracatu MG Nome da Escola: Centro Municipal Educacional Coraci Meireles de Oliveira Nome da Diretora: Maria Lúcia Martins Vasconcelos Nome e Formação do Profissional responsável pelo Relato: Ronilda Caldas Mundim Couto Supervisora Lindalva Oliveira Melo Silva Supervisora 1. Quais as etapas e percursos dos alunos incluídos nesta escola? São alunos vindos a maioria deles de vários anos de repetência, com grande dificuldade de aprendizagem e grande falta de apoio familiar. Muitos deles já passaram por bons projetos oferecidos pela S.E.E e S.M.E., não apresentando ainda um resultado satisfatório. Há também aqueles com laudos atestados pelos respectivos profissionais de acordo com as suas deficiências. 2. Quais os obstáculos enfrentados? A grande falta de compromisso da família e até mesmo um certo repasse de problemas hereditários que as vezes se faz presente em vários membros da família. Há também a falta de interesse, a baixa auto-estima que faz com que muitos não se interessem por nada. 3. Quais os resultados alcançados? Percebe-se que resultados há, pois desde a interação com o grupo escolar e comunitário até um trabalho mais rentável, esses alunos tem apresentado resultados positivos. Há também uma elevação em sua auto-estima, contribuindo assim para uma melhor formação como pessoa.
6 RELATO DE EXPERIÊNCIAS Cidade: Paracatu MG Nome da Escola: Escola Estadual Júlia Camargos Nome da Diretora: Maria Aparecida Veloso Porto Nome e Formação do Profissional responsável pelo Relato: Rosemary Roquete Guimarães Professora 1. Quais as etapas e percursos dos alunos incluídos nesta escola? A maioria de nossos alunos incluídos está na escola desde o início do Ensino Fundamental oriundos das escolas municipais onde freqüentaram a educação infantil. Hoje encontram-se matriculados nas turmas do 3 ano ao 6 ano, de acordo com as habilidades desenvolvidas nesse percurso. Grande parte é deficiente mental, o que exige maior habilidade e preparo do professor, maior assistência dos especialistas, da direção e da família bem como do serviço itinerante da Apae.Os alunos incluídos no 5 ano (4ª série) têm em média 13 anos demonstrando uma grande defasagem escolar e por isso encontram-se inseridos no Projeto Acelerar para Vencer com o objetivo de, através de material e metodologias diferenciadas, serem promovidos com eficácia aos anos escolares seguintes. 2. Quais os obstáculos enfrentados? Na maioria dos casos em primeiro lugar vem a resistência da família quanto a aceitação da deficiência, da ausência do acompanhamento familiar na escola e do desinteresse dos alunos pelas práticas rotineiras. É comum também que os pais desses alunos esperem da escola um tratamento diferenciado, não quanto ao trabalho pedagógico, mas quanto a facilitação por parte do professor, alguns não vêem a importância do desafio para que a criança procure se superar e ir adiante. Quanto aos professores ainda existe insegurança diante desse aluno, a idéia de que a escola regular não é o lugar adequado ao aluno deficiente (isso ainda existe) e a falta de interesse em estudar, participar de cursos, mudar posturas e planejar atividades diferenciadas dentro de um mesmo assunto.
7 3. Quais os resultados alcançados? Os resultados são lentos e muitas vezes sentimos regressão, o que afeta principalmente o aluno e o professor, o primeiro de sente incapaz e o segundo fracassado. Porém, é imensamente gratificante saber que à sua maneira e no seu tempo nosso aluno segue adiante e aqueles que são promovidos o são por mérito próprio. Se levarmos em conta a estrutura familiar do aluno e todo preconceito existente no meio social podemos considerar os resultados como satisfatórios, pois atendem as expectativas que temos deles como indivíduos sem compará-los aos outros alunos. O fato da escola fazer parte do Projeto Incluir contribui muito para que a inclusão caminhe no rumo certo. A escola tem mais apoio financeiro, os professores têm maior acessibilidade aos cursos de capacitação e consequentemente, o atendimento ao aluno é melhor.
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