A COMUNICAÇÃO ENTRE O ORIENTADOR DE MONOGRAFIAS E O ORIENTANDO DE PÓS-GRADUAÇÃO NOS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM
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- Marco Antônio Bentes Carreira
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1 A COMUNICAÇÃO ENTRE O ORIENTADOR DE MONOGRAFIAS E O ORIENTANDO DE PÓS-GRADUAÇÃO NOS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM Resumo ANDRADE, VALTER ZOTTO DE FAEL valterzotto@uol.com.br Eixo temático: Comunicação e Tecnologia Agência financiadora: não contou com financiamento No mercado de trabalho, cada vez mais um profissional é requisitado: o orientador de monografias na modalidade EAD, sobretudo em nível de pós-graduação, já que tem crescido, de forma bastante relevante, o número de alunos que optam por cursos de especialização nessa modalidade de ensino. Muito se ouve falar do aluno de pós-graduação a distância, mas pouco se fala do profissional que exerce o papel de orientador desses acadêmicos, cujo perfil e identidade ainda estão em construção. Por essa razão, é necessário discutir os principais requisitos para o exercício dessa atividade, bem como refletir sobre pontos que ainda podem ser melhorados nessa relação acadêmica que se estabelece mais no final do processo de pósgraduação. Essa discussão pode fazer com que se obtenha uma comunicação cada vez mais eficaz entre o professor e o seu orientando no AVA (ambiente virtual de aprendizagem). Um dos parâmetros para a reflexão a respeito do diálogo entre os dois pode ser o relato dos próprios alunos que realizaram algum curso de pós-graduação a distância, bem como o relato de profissionais que já exercem essa função de orientador ou funções análogas como a de tutor no ensino a distância. LÉVY (1999), DANIEL (2003), BRITO (2006), SANCHO (2006) e VOSGERAU (2007) fundamentam essa discussão. As pesquisas desses autores são importantes para compreendermos, de maneira mais abrangente, conceitos relacionados à tecnologia, bem como nos fazem refletir sobre a necessidade de repensarmos aspectos que levem em conta o diálogo mais ágil e significativo entre professor/aluno. A metodologia utilizada neste trabalho se constitui de reflexões oriundas da prática de um orientador de monografias, bem como de entrevista com uma aluna pós-graduada em Psicopedagogia Institucional (modalidade EAD). Alguns resultados desta pesquisa são relatados e discutidos neste trabalho. Palavras-chave: EAD. Comunicação. Pós-graduação. Orientador de Monografias. Introdução: Há dois anos e meio, iniciei minhas atividades profissionais ligadas à EAD em uma faculdade particular do Paraná. Inicialmente, fui professor de alguns cursos de extensão
2 6050 universitária. Em seguida, ministrei três módulos para cursos de pós-graduação, todos voltados à área de língua portuguesa. Posteriormente a essas atividades, fui contratado como funcionário efetivo dessa instituição para orientar e avaliar as monografias dos alunos de pós-graduação. Esse trabalho tem sido bastante enriquecedor para mim, porque contribui para me dar uma visão mais ampla de como funciona, de maneira geral, o processo de uma pós-graduação em EAD, já que atuei e ainda atuo em diferentes funções na empresa. A função que exerço hoje (orientador e avaliador de monografias) tem me provocado algumas reflexões sobre as quais considero importante discutir no EDUCERE X CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Acredito que o trabalho do orientador de monografias seja um dos aspectos fundamentais para que todo o processo de pós-graduação proposto pela instituição de ensino se concretize com boa qualidade. O orientador de trabalhos monográficos a distância é um profissional que está surgindo, com mais expressividade, no mercado de trabalho, fato que tem acontecido devido à grande procura por cursos de pós-graduação a distância. Contudo, é um profissional do qual pouco se ouve falar e que deveria estar mais em evidência, sobretudo nos discursos acadêmicos. Vale lembrar as reflexões de Vosgerau (2007, p. 279), em que destaca que as propostas sugeridas pelas tecnologias educacionais devem centrar-se em oferecer ao professor instrumentos de reflexão e de ação dentro de um contexto de ensino e aprendizagem amplo e tendo o indivíduo que aprende como centro na ação do facilitador. Percebo o orientador de monografias como um facilitador da aprendizagem e, como tal, ele deve buscar o seu aprimoramento para que possa contribuir com mais eficácia com os alunos de pós-graduação. Brito (2006) registra que: [...] o uso das tecnologias na educação tem um potencial enorme, que não está diretamente relacionado à presença da máquina, mas sim do profissional professor que firmou um compromisso com a pesquisa, com a elaboração própria, com o desenvolvimento da crítica e da criatividade, superando a cópia, o mero ensino e a mera aprendizagem. (BRITO, 2006, p.16) A afirmação de Brito também contribui para a discussão que se faz aqui, já que o orientador de monografias estabelece com os seus orientandos um compromisso de pesquisa, que fundamentará a produção de um texto acadêmico, em cujo conteúdo não se espera apenas a cópia dos textos lidos, mas sim elaboração própria.
3 6051 O fato de estar envolvido diretamente no âmbito da EAD me impulsionou a escrever sobre essa experiência na certeza de que pensar mais profundamente sobre a função que exerço seguramente me fará compreender melhor o meu papel perante os meus orientados. É também minha responsabilidade como educador buscar a melhoria na qualidade de ensino, o que se configura em um desafio ainda maior quando nossa comunicação com os alunos é a distância. Nesse aspecto, Daniel (2003) nos dá sua contribuição quando discute a busca pela qualidade na educação. Diz ele: Sugiro que devemos ter dois objetivos: criar capital humano e criar capital social. Capital humano significa o conhecimento e as habilidades do indivíduo que tornam a pessoa mais autônoma, mais flexível e mais produtiva. [...]. No entanto, em si mesmo o capital humano não é suficiente. Nenhum homem é uma ilha. Precisamos também de capital social, que é a confiança nas outras pessoas, redes ou contatos, a união dos indivíduos para alcançar uma meta comum, que cria uma comunidade. (DANIEL, 2003, p. 56) O orientador de trabalhos acadêmicos em nível de pós-graduação deve promover a obtenção de autonomia de seu orientando, e o diálogo com ele deve estar fundamentado em uma relação de confiança, de união, já que o objetivo dos dois é a produção de um texto acadêmico que traga ao aluno de pós-graduação um conhecimento mais elaborado do tema escolhido por ele. Lévy (1999) nos alerta para algumas importantes reformas na educação. Segundo o autor, deve ocorrer a aclimatação dos dispositivos e do espírito da EAD ao cotidiano e ao dia a dia da educação. Lembra-nos Lévy (1999, p.58) que a EAD explora certas técnicas de ensino a distância, incluindo as hipermídias, as redes de comunicação interativas e todas as tecnologias intelectuais da cibercultura.. Contudo, adverte-nos ele que o fundamental é a prática de um novo estilo de pedagogia, que favoreça as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede. O autor reforça que, nessa nova configuração de ensinoaprendizagem, o professor é incentivado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos em lugar de um fornecedor direto de conhecimentos. Essa necessidade de uma nova pedagogia de que nos fala Lévy pode ser aplicada ao diálogo que o orientador mantém com seu orientando durante o processo de escrita do texto monográfico. O professor orientador é uma figura importante para que o aluno se motive a escrever o seu texto de forma autônoma. É fundamental que o orientando seja levado a buscar conhecimento na troca não só com o orientador, mas na coletividade, no diálogo com outros alunos, na busca contínua de informações em várias fontes oferecidas pelo ciberespaço ou em
4 6052 outros meios. O aluno da EAD precisa ser determinado e autônomo, mas é fundamental que tenha o apoio do orientador, mesmo que a distância. Lévy nos leva a refletir sobre essa nova relação com o saber. Diz ele: Aprendizagens permanentes e personalizadas através de navegação, orientação dos estudantes em um espaço do saber flutuante e destotalizado, aprendizagens cooperativas, inteligência coletiva no centro de comunidades virtuais, desregulamentação parcial dos modos de reconhecimento, gerenciamento de competências em tempo real... esses processos atualizam a nova relação com o saber. (LÉVY, 1999, p. 177) A grande procura por cursos de pós-graduação na modalidade EAD é uma forte prova de que muitos estudantes optam por espaços e maneiras diferentes de aprender e de se relacionar com o meio acadêmico. Por essa razão, os educadores precisam se preparar para acompanhar essa nova configuração cada vez mais presente no universo da educação. DESENVOLVIMENTO Algumas reflexões sobre o orientador de monografias As primeiras reflexões a respeito de minha atividade me trouxeram alguns questionamentos e algumas hipóteses de respostas, quais sejam: a) Que características um orientador deve ter para ser eficaz em seu trabalho? Clareza e objetividade nas orientações O orientador deve ser claro e objetivo nas observações. Não deve ser uma pessoa que divaga nos comentários. As considerações que faz no texto do aluno devem ser de boa qualidade do ponto de vista da escrita e a objetividade deve ser observada no momento da redação. Agilidade A rapidez nas respostas aos alunos é bastante valorizada por eles. Em geral, quando postam algum material, ficam ansiosos pelos comentários do professor, tal como acontece no ensino presencial. Isso implica que o orientador precisa ter de fato horários disponíveis para realizar as orientações. Se o orientador tem outras atividades profissionais, o que é bem comum, deve equilibrar a carga horária de dedicação a uma e a outra atividade.
5 6053 Boa formação A formação do orientador deve ser boa, sobretudo no que diz respeito à habilidade de escrita, já que a qualidade do diálogo que manterá com seu orientando dependerá exclusivamente dos registros escritos que fará, os quais devem privilegiar a norma culta da língua. Vale lembrar que os comentários do orientador, se não forem bem elaborados, podem fazer surgir uma imagem negativa do processo de pós-graduação e, consequentemente,.fragilizar a credibilidade da instituição que propôs o curso. Vivência acadêmica - É bastante desejável que o orientador tenha vivência acadêmica na área em que atua como orientador, o que implica alguns aspectos, tais como: leitura de artigos e outros textos que tenham proximidade com os temas sobre os quais seus orientandos escrevem; conhecimento mais aprofundado sobre a elaboração de textos científicos.. Afetividade Ainda que possa parecer paradoxal, o aluno, mesmo que a distância, quer estar próximo de seu orientador. E como essa proximidade pode se manifestar nessa relação acadêmica entre os dois? Por meio da afetividade, que pode ser expressa por meio dos recados que o orientador registra no AVA ou no texto do aluno. É fundamental que o orientador demonstre ao aluno que acredita nele, que está do seu lado e que quer de fato ajudá-lo a terminar o seu curso. b) Quais as maiores dificuldades que um orientador tem no exercício de sua função? I) O orientador não conhece pessoalmente o seu aluno. Não conhece a história da formação escolar do acadêmico, então não sabe com certeza quais as suas verdadeiras habilidades, bem como suas dificuldades para escrever a monografia. II) O número de orientandos em EAD é muito maior que o do ensino presencial, o que exige do profissional uma dedicação também muito maior. c) Quais são os desafios da função de orientador?
6 6054 Ter a sua identidade e função melhor compreendidas não somente por seus orientandos, mas pelo mercado de trabalho, que precisa reconhecer e valorizar a importância desse profissional. É também um desafio o orientador atuar de maneira eficaz, no que diz respeito à comunicação com seu orientando. d) E quanto às expectativas do aluno de pós-graduação em EAD com relação ao seu orientador? É importante para a reflexão a respeito do papel do orientador de monografias na modalidade EAD observar a visão dos alunos que buscam cursos oferecidos por esse tipo de ensino. Para tanto, iniciei um processo de investigação por meio de questionário que envio para alguns alunos responderem. Veja-se uma amostra desse material: Caro aluno(a), peço que você responda a esse questionário e o envie para o endereço valterzotto@uol.com.br. O material será usado em reflexões acadêmicas. Aluna entrevistada: Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional Idade: 29 anos Cidade em que realizou o curso de pós-graduação: Aratiba - RS 1) Por que você optou por fazer um curso de pós-graduação a distância? ( ) Em minha cidade essa é a opção mais barata. ( ) Eu sempre tive curiosidade em saber como era estudar a distância. ( X ) Fui indicado por um(a) amigo(a) a fazer o curso. ( ) Estudar a distância é mais simples do que presencialmente. ( ) Para mim, o ensino presencial é mais complicado, em função de minhas atividades profissionais. 2) Depois de ter realizado a pós-graduação em EAD, posso afirmar que: ( X ) o curso me trouxe uma grande contribuição no que diz respeito aos conhecimentos adquiridos; ( ) os conhecimentos adquiridos foram bons, mas não foram suficientes para contribuir de maneira efetiva para minha formação;
7 6055 ( ) os conhecimentos adquiridos foram razoáveis. Eu esperava um aprofundamento maior sobre os temas tratados. 3) Por ordem de importância, os pontos mais altos de todo o processo de pós-graduação foram: ( 1 ) a qualidade das aulas; ( 2 ) a qualidade do material; ( 3 ) a facilidade de acesso ao AVA (Ambiente virtual de aprendizagem); 5 4) Na fase da escrita da monografia, minha maior dificuldade foi: ( ) encontrar bibliografia pertinente ao tema que escolhi; ( ) redigir o texto, porque não tenho prática em escrever textos acadêmicos; ( X ) encontrar tempo para a leitura de materiais e para escrever sobre o tema escolhido; ( ) trocar ideias com meu(minha) orientador(a). 5) Para a escrita de seu texto, as fontes predominantes foram: (ordene de 1 a 6, por ordem de ocorrência) ( 2 ) artigos presentes na internet; ( 5 ) revistas que tratavam somente do tema que escolhi (especializada); ( 6 ) revistas que tratavam de diversos temas, inclusive do tema que escolhi; ( 1 ) livros; ( 4 ) textos e bibliografia fornecidos pelas disciplinas cursadas; ( 3 ) outras fontes 6 6) Como você vê a função de um acadêmico no que diz respeito à escrita da monografia? ( ) o acadêmico deve escrever seu texto sem a ajuda do orientador e deve enviar-lhe apenas quando o texto estiver pronto ; ( X ) o acadêmico deve estar em contato frequente com o orientador, enviando-lhe materiais para que o orientador dê sua opinião e contribuição para a escrita; 7) Minha opção com relação ao envio de materiais ao orientador foi:
8 6056 ( ) enviar o texto pronto ao orientador; ( X ) enviar o texto em partes para que o orientador fosse lendo e me retornando com suas observações; 8) Você acha que um orientador de pós-graduação deve: ( ) ajudar o orientando a escrever o texto; ( X ) acompanhar a escrita do texto do orientando, enviando-lhe comentários sobre os seus escritos; ( ) deixar que o aluno escreva sozinho para que ele crie autonomia acadêmica; 9) As características mais importantes em um orientador de pós-graduação são: (numere as alternativas por ordem de importância) ( 1 ) ser rápido no retorno dos comentários; ( 3 ) ser motivador (sempre dar força ao orientando); ( 4 ) ser especialista no tema sobre o qual estou escrevendo; ( 2 ) ser claro nas observações que faz; 10) Durante o processo de orientação, um elogio do orientador é: ( X ) fundamental, porque isso me impulsiona a escrever mais; ( ) importante, mas não fundamental; ( ) indiferente. Este espaço é para você comentar algum aspecto de suas respostas. Acrescente informações que julgar importantes (alguma alternativa que você acrescentaria, justificativas de algumas respostas...) Acredito que a EAD seja um desafio para nós orientandos, pois exige muita dedicação e esforço. Os materiais disponibilizados são muitos, as orientações em monografia são rápidas e precisas e muito pertinentes. Estou muito satisfeita com meu curso e pretendo continuar a pesquisa. Primeiras reflexões a respeito das respostas dadas pela aluna
9 6057 As respostas da aluna pesquisada trazem algumas reflexões a respeito desse diálogo entre o profissional que orienta trabalhos monográficos na EAD e os seus orientandos. As perguntas de 1 a 5 têm o objetivo de conhecer brevemente o histórico da orientanda, dando-se ênfase às principais razões que a levaram a escolher um curso de pós-graduação a distância, suas impressões a respeito do curso realizado e as principais dificuldades que encontrou na escrita do texto monográfico. Ao nos focarmos nas questões de 6 a 9, percebemos que, para a aluna entrevistada, alguns pontos são relevantes no processo de orientação, quais sejam: o contato frequente com o orientador e o envio gradativo de partes da monografia para apreciação do professor. É interessante observar que, para a estudante, o fato de o orientador ser especialista ou não no tema escolhido por ela não é tão importante quanto a rapidez e a clareza no que diz respeito aos comentários registrados pelo professor, o que reforça a expectativa que os alunos têm quando escolhem um curso a distância: o dinamismo no diálogo com seus professores. Por fim, destaca-se, na questão 10, a importância do elogio parte do orientador, ao longo da escrita do trabalho, o que prova que, mesmo a distância, a afetividade do orientador influencia positivamente no envolvimento dos orientandos com a escrita do texto. No caso da aluna entrevistada, nota-se satisfação no processo de orientação de sua monografia, mas esse pode não ser o caso de outros alunos. É fato que muitos acadêmicos se preocupam em cumprir o prazo determinado pela instituição e enviam constantemente materiais para o professor comentar; contudo, nem sempre esse envio ocorre em tempo hábil, o que dificulta ainda mais a atuação do orientador, já que muitos materiais são enviados nos últimos dias previstos para a orientação. Esse aspecto certamente é um dos que impedem que a comunicação entre orientador e orientando seja mais eficaz. Vale fazer uma referência ao último comentário da aluna. Ela relata que quer continuar a pesquisa, o que provoca outros pontos interessantes a serem discutidos em outros momentos: Em termos práticos, em que aspectos os egressos se beneficiam ao terminarem um curso de pós-graduação? A experiência que eles tiveram em um curso a distância os levaria a outros investimentos acadêmicos nessa modalidade de ensino? Há de fato continuidade nas pesquisas que realizaram? Em termos quantitativos, a procura por cursos de pós-graduação a distância tem superado a procura pelo ensino presencial? Próximos passos das reflexões sobre o tema
10 6058 I) Formularei um questionário voltado aos tutores que acompanham os alunos nos diversos polos com o objetivo de compreender as expectativas dos alunos com relação ao processo de orientação. II) Formularei também um questionário por outros orientadores de pós-graduação a distância para comparar as experiências e crescer com elas. III) Avaliarei as respostas dos questionários com o objetivo de buscar a identidade do orientador de monografias. Nessa reflexão, serão buscadas respostas às seguintes perguntas: Quem é esse profissional que está gradativamente sendo mais requisitado no mercado de trabalho? O que se espera desse profissional na pós-graduação a distância e o que é de fato possível realizar? O que pode ser feito para trazer melhorias no processo de orientação nesse nível de ensino? Como melhorar a comunicação entre orientador e orientando nos ambientes virtuais de aprendizagem? CONSIDERAÇÕES FINAIS Acredito que o X CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - EDUCERE seja uma excelente oportunidade para amadurecer diversos pontos de minhas reflexões. O fato de expressar algumas de minhas inquietações a um público que se interessa por temas relacionados à educação só me trará ganhos para compreender melhor a identidade desse novo profissional que tem sido cada vez mais procurado pelas instituições de EAD. Reitere-se o fato de que o perfil do orientador de monografias de alunos nessa modalidade ainda está sendo construído. Destaque-se também, mais uma vez, o crescente número de alunos que querem ser especialistas em diversos cursos ofertados pelas instituições de ensino que se dedicam à EAD, o que implica outras necessidades: a discussão sobre o processo de orientação em ambientes virtuais de aprendizagem, bem como uma preparação sólida de profissionais para atender a essa demanda de alunos. Lembro aqui as considerações de SANCHO et al.( 2006 ): Quem considera que a aprendizagem se baseia, na troca de experiências e nos riscos, na elaboração de hipóteses, no contraste, na argumentação, no reconhecimento do outro e na aceitação da diversidade vê nos sistemas informáticos, na navegação pela informação e na ampliação da comunicação com pessoas e instituições geograficamente distantes a resposta às limitações do espaço escolar. (SANCHO et.al., 2006, p. 21)
11 6059 Essa troca de informações entre orientador e orientando nos ambientes virtuais de aprendizagem é uma oportunidade de crescimento para ambos e essa relação precisa ser discutida de modo a obter melhor qualidade nos cursos de pós-graduação a distância. Se essa relação acadêmica entre eles for melhor compreendida e eficaz, há uma grande possibilidade de que os trabalhos produzidos pelos orientandos de fato contribuam para o universo acadêmico, isto é, a comunicação eficaz entre os dois é um aspecto relevante para a melhoria de uma das modalidades de educação: a EAD. REFERÊNCIAS BRITO, Gláucia da Silva. Inclusão digital do profissional professor: entendendo o conceito de tecnologia. Artigo apresentado no 30º encontro Anual da ANPOCS, DANIEL, John. Tecnologia e Educação: aventuras no eterno triângulo. In: Educação e Tecnologia num mundo globalizado. UNESCO, LÉVY, Pierre. Cibercultura. Editora SANCHO, Juana Maria & HERNÁNDEZ, Fernando. Tecnologias para transformar a educação. Artmed, VOSGERAU, Dilmeire Sant Anna Ramos. A tecnologia educacional face à evolução das correntes educacionais: as contribuições da psicologia cognitiva, 2007.
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