1:! TRIBUNAL DE JUSTIÇA -411 * Gabinete do Desembangador - l Marcos Cavalcanti de Albuquerque 9 : Flávio de Queiroz Bezerra Cavalcanti

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1 roil A Á - ESTADO DA PARAÍBA PODER UDICIÁRIO 1:! TRIBUNAL DE USTIÇA -411 * Gabinete do Desembangador - l Marcos Cavalcanti de Albuquerque 9 : trjrustitilp Acórdão APELAÇÃO CIVEL N a /001 RELATOR Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque APELANTE Rafael de Lima Santos - Adv Francisco das Chagas de Sousa APELADO Umbanco Aig Seuguros S/A - Adv Milena Neves Augusto e Flávio de Queiroz Bezerra Cavalcanti EMENTA APELAÇÃO CÍVEL Ação de cobrança c/c reparação de danos Acidente automobilistico Seguro Negativa da seguradora Elementos essenciais do dano Não evidenciados Nexo de causalidade Rompimento Quebra contratual Desprovimento - "Na apuração da responsabilidade civil a obrigação de reparação de danos morais e ou materiais, tem como pressuposto o nexo de causalidade entre a ação ou omissão voluntária e o ato lesivo Cabe ao autor provar o nexo causal que constituiu a obrigação indenizatória, ou seja, a relação de causalidade entre o dano e o comportamento do agente, sob pena de, afastado esse pressuposto, não se conhecer dos demais elementos caracterizadores da responsabilidade civil, quais sejam, a culpa e o dano ( )" (TBA - AC /200k - (26170) - P C Civ - Rel Des 010 Raimundo Antônio de Queiroz ) Vistos, relatados e discutidos estçs autos acima identificados Acorda a Segunda Câmara Criei do Tribunal de ustiça da Paraíba, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível (fls 251/261) interposta por Rafael de Lima Santos combatendo a sentença de fls 245/249, através da qual o uiz de Direito da Vara Única da Comarca de Paulista julgou improcedente o pedido formulado na Ação Ordinária de Reparação de Dano contra o Unibanco Aig Seguros S/A, condenando a parte autora nos ônus sucumbenciais, cujos honorarios advocaticios arbitrou em R$ 600,00 (seiscentos reais), sustados por ser o autor agraciado com os beneficlos da justiça gratuita

2 .scu,t, APELAÇÃO CIVEL P?ãnie No /001 Em suas razões, o apelante embasa sua argumentação, exclusivamente, no acervo probatório colhido em juízo, consignando a total desconformidade da sentença com as provas, além da inobservância a inversão do ônus probatório A empresa apelada apresentou contra-razões is fls 264/277, pugnando pela manutenção da sentença de primeiro grau, refutando todos os termos exarados nas razões recursais Instada a se pronunciar, a douta Procuradoria de ustiça emitiu parecer de fls 284/287, opinando pelo provimento do apelo 111 É o que Importa relatar VOTO Dos fatos O panorama fático descortinado traz-nos a ocorrência de acidente automobilístico aos , por volta das 04h0Omin, cujas provas ratificam que o motorista, na oportunidade, era Rafael de Lima Santos Filho, culminando o mfortiinio com as avarias no veículo Corsa Sedan 1 O MPFI, Placa MMS 9658, ano 2003, Chassi 9BGXF19X03C ( Boletim de Ocorrência arrostado sas fls 10) Em data anterior (vigência a ), o proprietário do sobredito automovel, Rafael de Lima Santos, firmou contrato de seguro com a empresa Unibanco Atg Seguros S/A, cuja cobertura incluía danos materiais e pessoais No liame em testilha, restou convencionado acerca das hipóteses de exclusão 4 para o pagamento de seguro, entre as quais se destaca a prática de ato ilicito (fls 16 Item 3 2) Com o sinistro, o Sr Rafael de Lima Santos vindicou da seguradora o pagamento do prêmio alusivo ao seguro, que restou negado pela empresa por afirmar que o condutor do veículo, no momento do desastre, era o filho menor do proprietário Eis a síntese fática da pretensão suplicada na presente demanda Das Provas À A insurreição recursal sustenta a reforma da sentença "a quo", uma vez que mobservou a prova testemunhal aportada ao feito, gravitando sua tese em tomo dos depoimentos consignados na respectiva audiência de instrução e julgamento

3 r 'A-"4"- A ' I W4 r - APELAÇÃO CÍVEL tri N /001 O O acervo probatório colacionado ao almanaque processual é cabal e robusto, no sentido de confirmar o alegado pela recorrida, mormente pelas provas documentais coligidas De outro quadrante, declino que não passou despercebida a alegação do Unibanco Aig Seguros S/A concernente a eventual existência de coerção por parte do autor para inibir as testemunhas a modificarem a verdade dos fatos, entretanto, prescindindo este Relator de proferir quaisquer comentários acerca do tema, porquanto aludida argumentação não ficou confirmada O que não implica, obviamente, o integral acolhimento das assertivas declinadas na instrução oral Do Direito Cumpre exprimir que a aspiração do recorrente se coloca em rota de colisão com as evidências perlustradas no histórico processual, circunstância que aponta para o insucesso do pleito recursal Para se promover o deslinde da questão posta a desate, faz-se mister 'a apreciação das condições elementares do dano, quais sejam dano, culpa ou dolo e nexo causal Ressaltando que a visualização dos mesmos impõe o dever de indenizar Nesse sentido, ensina CAIO MARIO DA SILVA PEREIRA 010 "Na etiologia da responsabilidade civil, como visto, são presentes três elementos, ditos essenciais na doutrina subi etivista, porque sem eles não se configura a ofensa a urna norma preexistente ou erro de conduta, hm dano, e o nexo de causalidade entre uma e outro Não basta que o agente haja procedido contra o direito, isto.4 é, não se define a responsabilidade pelo fato de cometer um 'erro de conduta', não basta que a vítima sofra um dano', que e o elemento objetivo do dever de indenizar, pois se não houver um prejuízo a conduta antijurídica não gera obrigação ressarcitória" (In Responsabilidade Civil, 1 ed São Paulo Forense, 1989 p 83) N'outro dizer, "Para que haja ato ilicito, necessário se faz a conjugação dos seguintes fatores a existência de uma ação, a violação da ordem jurídica, a imputabilidade, a penetração na esfera de outrem Desse modo, deve haver um comportamento do agente positivo (ação) ou negativo (omissão), que desrespeitando a ordem jurídica, cause prejuizo a outrem, pela ofensa a bem ou g

4 áu sformr. -^ 14246: $41 APELAÇÃO CIVEL 01'2 N /001 Cl direito deste Esse comportamento (comissivo ou onussivo) deve ser imputável 'a consciência do agente, por dolo (intenção) ou por culpa (negligência, imprudência, imperícia), contrariando seja um dever geral do ordenamento jurídico (delito civil), sej a uma obrigação em concreto (inexecução da obrigação ou de contrato)" (Carlos Alberto Binar, In Responsabilidade Civil - Doutrina e urisprudência, Saraiva, 2 ed p 93/95) Avancemos 'a análise dos sobreditos elementos 410 Quanto ao dano, inquestionável mostra-se sua existência, frente as avarias apresentadas no carro, quiçá nos padrões do acidente em apreço, não cabendo maiores delongas Concernente 'a culpa, componente sub jetivo da consciência do agente, em quaisquer de suas modalidades (negligência, imprudência, imperícia), evidencia-se conceituada como ofensa a um dever geral do ordenamento juridico Nessa espécie, ficou patente que fora o próprio autor que ao desobedecer 'a norma de trânsito permitiu que seu filho guiasse veículo automotor sem ter, para tanto, habilitação necessária Não se podendo, por conseguinte, cominar a seguradora a obrigação indenizatária, diante da quebra contratual convencionada No mesmo norte, tem-se que o nexo de causalidade desvendou-se cindido, desfazendo-se a dinâmica da causa e efeito A propósito dessa matéria e do seu valor, Silvio de Salvo Venosa, afirma "É o liame que une a conduta do agente ao dano É por meio do exame da relação causal que concluímos quem foi o causador do dano Trata-se de elemento indispensável" (In Direito Civil Responsabilidade Civil Editora Atlas 2003 ps 39) (Destaque nosso) Com relação ao tema, é válido trazer 'a lume decisão proferida por esta Corte, da lavra do Desembargador osé Dl Lorenzo Serpa, a qual pinço a seguinte assertiva, vejamos "O dever de indenizar o dano material resta configurado quando se demonstram os prejuizos, a conduta e o nexo causal entre um e outro De sua parte, o dano moral se projeta no estado anímico da g

5 r" c 1." c4 em deg $ APELAÇÃO CÍVEL si Sá N /001 I pessoa, não se exigindo evidências do prejuízo, sendo suficiente a sua constatação" 1 Cabe ao momento uma constatação a de que a compensação financeira advinda do contrato de seguro não se fez presente pelo fato da quebra contratual, motivada pelo ora insurrecto, nos moldes do que bem proferiu o uiz de 1' Grau À guisa de arremate, tenho que a sentença monocratica bem sopesou os fatos e aplicou o direito, devendo permanecer indene Isto posto, Nego Provimento ao Apelo É COMO voto Presidiu à Sessão o Exmo Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque Participaram do julgamento, além do relator, Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque as desembargadoras Maria de Fátima M Bezerra Cavalcanti, Maria das Neves do Egito Araújo Duda Ferreira Presente ao julgamento o Exmo Dr Nelson Antônio Cavalcanti Lemos, Procurador de ustiça Sala de Sessões da Segunda Câmara Cível, do Egrégio Tribunal de ustiça da Paraíba, oão Pessoa, 29 de abril 2008 sim DE.MBARGADOR MARCOS CAVA ANT IbE ALBUQUERQUE ddr, RELATR LF/19 I FONTE Apelação Ove' n / n - Dl 9/3/ /1/ C im ira Cb. I - Comarca da Capital

6 TRIBUNAL DE USTIÇA Coordenaderlaiudiciári ner~ ow _