Processo n AÇÃO REPARATÓRIA DE DANO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO. Réus: MARCOS ROBERTO PINCELA MATEUS e SADIA S/A

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1 Processo n AÇÃO REPARATÓRIA DE DANO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO Autor: OLAIR MARQUES CARRIJO Réus: MARCOS ROBERTO PINCELA MATEUS e SADIA S/A Denunciada: SUL AMÉRICA CIA. NACIONAL DE SEGUROS VistoS, etc. Cuidam os autos de AÇÃO REPARATÓRIA DE DANO DECORRENTE DE ATO ILÍCITO, movida por OLAIR MARQUES CARRIJO, em face de MARCOS ROBERTO PINCELA MATEUS, SADIA S/A e SUL AMÉRICA CIA. NACIONAL DE SEGUROS, esta na qualidade de denunciada e aquela na qualidade de incorporadora da Granja Rezende S/A. Narra o autor, em síntese, que a sua esposa, Sra. Zilda Martins Carrijo, foi atropelada pelo caminhão de propriedade do primeiro réu, que prestava serviços para a segunda ré, vindo a falecer em virtude do acidente. Em decorrência deste fato, requer a condenação dos réus ao pagamento de indenização por Página 1 de 5

2 danos materiais e morais, bem como pela fixação de pensão mensal. A inicial foi instruída com os documentos de fls. 08/24. Devidamente citados, os réus compareceram na audiência preliminar, e, restando frustrada a tentativa de conciliação, apresentaram as suas respectivas defesas, tendo o primeiro pugnado pela conversão do feito em ação ordinária, a fim de possibilitar a denunciação à lide da seguradora Sul América Cia. Nacional de Seguros, pedido este que foi deferido, com a anuência dos demais litigantes, conforme consignado às fls. 33/34. Na defesa de fls. 35/57, o primeiro réu pugnou pela improcedência do pedido inicial, alegando que o acidente ocorreu por culpa exclusiva da esposa do autor. Junta documentos às fls. 58/63. Já a segunda ré, na defesa de fls. 64/78, levantou preliminar de ilegitimidade passiva em face da ausência de responsabilidade solidária, batendo-se, no mérito, pela improcedência do pleito inicial. Junta documentos às fls. 79/103. Citada, a empresa Sul América Cia. Nacional de Seguros, apresentou defesa às fls. 122/136, acompanhada dos documentos de fls. 137/215, Página 2 de 5

3 salientando que na eventual procedência da denunciação, a sua responsabilidade deve ficar restrita aos limites previstos no contrato de seguros. Em seguida, às fls. 217/233, o primeiro réu esgrimiu os termos da contestação da denunciada, batendo-se pela procedência da lide secundária, e, com relação à lide primária, em havendo sucumbência, asseverou que a seguradora deverá suportar em regresso todas as despesas do denunciante, face ao caráter de reembolso do contrato de seguro. A segunda ré impugnou as contestações às fls. 234/235, reiterando a tese de ilegitimidade passiva. Às fls. 250/259 e 263/278, foram juntados os prontuários médicos da de cujus. Após, na audiência de instrução e julgamento, foram colhidos os depoimentos testemunhais, conforme termos de fls. 301/307. Por fim, com exceção da denunciada, que quedou inerte, as partes apresentaram memoriais escritos às fls. 310/312, 313/321 e 322/331, respectivamente. É o relatório. D E C I D O. Cuidam os autos de ação de indenização por danos materiais e morais, com requerimento de pensão alimentícia, em virtude de morte decorrente de acidente de trânsito. Página 3 de 5

4 A preliminar de ilegitimidade passiva não merece acolhida, pois restou provado que o veículo envolvido no acidente estava prestando serviços para a segunda ré, fato este que, de per si, gera a responsabilidade solidária. Quanto ao mérito, o deslinde do feito fica adstrito à apuração da responsabilidade pelo acidente que causou a morte da esposa do autor. Sobre este tópico, prescreve o art. 159 do CCB de 1916, in verbis: Art. 159 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou casar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano. A verificação da culpa e a avaliação da responsabilidade regulam-se pelo disposto neste Código, arts a 1532 e 1537 a Pois bem, após analisar detidamente os autos, joeirando os documentos carreados, assim como as provas produzidas, infere-se, de forma insofismável, que a culpa pelo acidente narrado na inicial, não pode ser imputada ao motorista do caminhão. Afinal, conforme restou consignado no Boletim de Ocorrência de fls. 11/12, assim como nos depoimentos testemunhais colhidos em instrução, a esposa do autor teria atravessado a pista de rolagem de forma inadvertida, sem observar o trânsito no local, tornando o acidente inevitável. Página 4 de 5

5 Destarte, restando provado que o evento danoso ocorreu por culpa exclusiva da vítima, não há que se falar em indenização por danos materiais ou morais imputáveis aos réus, e, via de conseqüência, a improcedência do feito se impõe. Lado outro, no que tange a denunciação, a despeito da lide secundária ser procedente, haja vista a existência de apólice de seguros cobrindo os danos decorrentes de sinistros envolvendo o caminhão pertencente ao primeiro réu, com a improcedência da lide primaria, não há que se falar em direito de regresso em face da empresa Sul América Cia. Nacional de Seguros. Diante do acima exposto e do que mais dos autos consta, julgo improcedente o pedido inicial, extinguindo o feito, com mérito, nos termos do art. 269, I, do CPC, condenando o autor nas custas processuais e honorários de sucumbência que fixo em 10% (dez por cento) do valor da causa, ficando a sua cobrança suspensa nos termos do art. 12 da Lei nº 1.050/60. Com o trânsito em julgado, feitas as anotações de praxe, dê-se baixa e arquive-se. P.R.I.C. Uberlândia, 02 de fevereiro de Walner Barbosa Milward de Azevedo Juiz de Direito da 4 a Vara Cível Página 5 de 5