EMENTA: CIVIL. Ação declaratória c/c reparatória
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- Amália Eger Brás
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1 1 I c4j1,1';,i N / = ACÓRDÃO N a /001. RELATOR Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque APELANTE Joseilton Lima de Andrade Adv. Fabio Severiano do Nascimento. APELADO Caixa Seguradora S.A - Adv. Alberto Campos Catão e Daniel Farias e outros. EMENTA: CIVIL. Ação declaratória c/c reparatória de danos morais e materiais. Contrato de seguro. Cláusula abusiva. Inocorrência. Não comprovação. Pedido improcedente. Apelo. Argumentos insubsistentes. Venda casada. Não configuração. Reiteração do pedido inicial. Manutenção da decisão de primeiro grau. - Havendo previsão no contrato da disponibilização do carro reserva, sob a condição de utilização de oficina credenciada, não - tendo o autor respeitado a mesma, existente termo de declaração de que não tinha conhecimento da condição, apesar de ter recebido cópia do contrato, ausente qualquer alegação de abusividade na condição imposta, sobrepondo-se a cláusula contratual sob às condições gerais do contrato, resta configurado o direito alegado, sendo indevido o pagamento (RECURSO INOMINAIX) N ' TRJEC). Vistos, relatados e discutidos estes autos acima identificados. Acorda a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. k' RELATÓRIO Trata-se de interposta por JOSEILTON LIMA DE ANDRADE, hostilizando a sentença de fls. 197/203, que julgou improcedente o pedido por ele formulado na ação declaratória c/c reparatória por danos materiais e morais contra CAIXA SEGURADORA S.A. Aduz em suas razões, sumariamente, as seguintes assertivas, que: 1. após a celebração do contrato ocorrera o sinistro em seu veículo sem que a Caixa Seguradora deixasse disponível carro reserva; 2. se configura pratica de venda casada, a
2 c. ç 4 W-4.J N" /001 _ 1 ; II vinculação que a seguradora estabelece quando possibilita o acesso apenas as oficinas por si credenciadas; 3. o automóvel de sua autoria é instrumento de trabalho e a não disponibilização do carro reserva, trouxe-lhe prejuízos de ordem econômica; 4. vindica a reforma da decisão monocrática no sentido de ser-lhe concedido o ressarcimento dos danos materiais e morais sofridos e os honorários advocatícios a ser pagos pela recorrida, no percentual de 20%. Contra-razões apresentadas 'as fls. 215/222, refutando as assertivas declinadas pelo insurrecto, suplicando o desprovimento do Recurso de Apelação. A Procuradoria de Justiça emitiu parecer, opinando pelo conhecimento e desprovimento do recurso, fls. 228/230. É o relatório. VOTO Conhece-se do recurso de apelação, porquanto presentes os pressupostos subjetivos e objetivos de admissibilidade. Ao exame da questão de mérito ou dita de fundo, verifica-se que não assiste razão ao recorrente. O mesmo tenciona ver reformada a sentença que julgou improcedente o seu pedido inicial, consistente no ressarcimento de danos morais e materiais que verbera ter sofrido frente 'a ocorrência de um sinistro em seu automóvel, sem ter-lhe sido disponibilizado carro no período necessário ao conserto. Da narrativa fática coligida, infere-se que em , o recorrente avençou com a empresa recorrida um contrato de seguro (fls. 21/40), em que se convencionava a possibilidade de o segurado, quando preciso, dispor de veículo reserva. Nessa senda, observe-se o teor da cláusula que permite a concessão do referido veiculo, com a ressalva evidenciada em negrito, "verbis": " O Segurado terá direito 'a locação de um veículo classe econômica (Popular), pelo período de dias especificado na apólice, independentemente da causa do sinistro, mas para ter direito em caso de dano parcial, o valor dos reparos terá que ser superiora franquia contratada e o Segurado terá que fazer estes reparos em uma OFICINA REFERNCIADA PARTICULAR E/OU CONCESSIONÁRIA IDENTIFICADA COM ESTE BENEFÍCIO POR ESTA SEGURADORA". 1. 1\ Com efeito, de um simples cotejo das alegações contidas na exordial e razões de recurso, com os elementos apontados como sendo provas trazidas aos
3 .1_ 1, 1-T7tS /001 t 1- L1 L1 _1:1. autos, facilmente se percebe a fragilidade da pretensão material perseguida pelo autor/apelante, notadamente com a leitura do dispositivo supracitado (fls. 37/v). Compulsando os autos, verifica-se que os eventuais danos sofridos pelo recorrente não podem ser cominados 'a Caixa Seguradora, porquanto não cumpriu o que restara ventilado na convenção em apreço, ou seja, em caso de sinistro parcial, haverá necessidade de se fazer o reparo em oficina previamente credenciada. Como não o fez, a seguradora não o deixou dispor do carro popular. Decerto, indiscutível a possibilidade de ter sofrido algum dano pela falta do seu automóvel, uma vez que assevera ser este meio de transporte em que realiza seu trabalho nas cidades circunvizinhas. Assim sendo, não houve qualquer conduta ilícita por parte da apelada, motivo pelo qual impossível seria a sua condenação na presente ação de indenização por danos morais e materiais. Em observância ao conteúdo do ajuste, mostrou-se indubitável que para a utilização do carro reserva havia uma condição, qual seja: a realização do conserto ser realizado em oficina credenciada. Tendo em vista que o insurrecto recebeu cópia do contrato, anexada aos autos pelo próprio autor na inicial, bem como inexistir dificuldade de interpretação na cláusula. Apropriado ao tema é o posicionamento extraído da jurisprudência gaúcha (Recurso inominado N TRJEC): "AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO. NULIDADE DA SENTENÇA POR CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. CARRO RESERVA. PAGAMENTO DO VALOR REFERENTE AOS DIAS PARADOS. CABIMENTO. Fica afastada a prefacial de nulidade da sentença, por cerceamento de defesa, porque inocorrente no caso, não tendo ocorrido a determinação do ônus da prova na sentença, mas sim, o reconhecimento de que cabia 'a demandada o ônus da prova. Havendo previsão no contrato da disponibilização do carro reserva, sob a condição de utilização de oficina credenciada, não tendo o autor respeitado a mesma, existente termo de declaração de que não tinha conhecimento da condição, apesar de ter recebido cópia do contrato, ausente qualquer alegação de abusividade na condição imposta, sobrepondo-se a cláusula contratual sob às condiçães gerais do contrato, resta configurado o direito alegado, sendo indevido o pagamento. RECURSO rs\ DESPROVIDO". Grifei. Melhor sorte não assiste ao recorrente quando declina acerca da nulidade da cláusula em apreço, aduzindo ser hipótese de venda casada.
4 - ZN 1,, APELAÇÃO Cá/EL o4,;i4;,1 N" /001 L Acerca da temática em questão, espreite-se dispositivo legal que regulamenta o instituto no CDC, como segue: "Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei n 8.884, de ) I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;" Em absoluto, o caso trazido 'a baila configura a prática de venda casada e, por conseguinte, provoca a nulidade da cláusula 4.1.1, supracitada. "In casu", houve um contrato que estabelecia restrição e o fito de tal limitação é assegurar que o consumidor obtenha segurança ao adquirir serviços em oficinas credenciadas que, certamente, passaram pelo crivo da Caixa Seguradora. Isto posto, NEGO PROVIMENTO AO APELO, mantendo-se indenes os termos exarados, na bem lançada sentença monocrática. É COMO voto. Presidiu 'a Sessão o Exmo. Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque. Participaram do julgamento, além do relator, Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque a desembargadora Maria de Fátima M. Bezerra Cavalcanti e o Dr. Carlos Neves da Franca Neto (Juiz convocado para substituir a Des. Maria das Neves do Egito Araújo Duda Ferreira). Presente ao julgamento a Exma. Dr a. Lúcia de Fátima Maia Farias, Procuradora de Justiça. Sala de Sessões da Segunda Câmara Cível, do Egrégio Tri. nal de Justiça da Paraíba, João Pessoa, 20 de maio Desembargador Marcos Cavalcanti 201P lbu u rque Relator 2 LF/07
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