Processo no /001
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- Thais Sanches Barateiro
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1 EL -621,11 gfflus :tem? ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete do Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque ACÓRDÃO Agravo de Instrumento - no /001 Relator: Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque Agravante: Joe' Fernandes de Brito e Maria de Fátima de Lima Brito - Adv. Joaquim Daniel Agravado: Banco do Nordeste do Brasil S/A - Adv. Adriano Leite Macedo EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRELIMINARES. ILEGITIMIDADE ATIVA. NÃO OBSERVADA. DESERÇÃO. REJEIÇÃO. MÉRITO. VEÍCULO PENHORADO SOB A GUARDA DA PARTE EXECUTADA DESDE AUSÊNCIA DE PROVAS DE DEPRECIAÇÃO DO BEM. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DE GUARDA PELO EXEQUENTE. AGRAVO PROVIDO. - Estando o juízo da execução garantido e inexistindo provas da depreciação do bem penhorado pela parte executada, não há motivos para se deferir o depósito do mesmo em favor do exe quente, até porque tal hipótese não consta da legislação processual. - Agravo provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos acima identificados. Acorda a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, em REJEITAR as preliminares. No mérito, por igual votação, DAR PROVIMENTO AO AGRAVO, nos termos do voto do relator. embargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque
2 RELATÓRIO Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por JOEL FERNANDES DE BRITO E MARIA DE FÁTIMA DE LIMA BRITO, hostilizando interlocutória proferida, pelo juízo da ia Vara da Comarca de Catolé do Rocha (fls. 06), nos autos da Ação de Execução movida pelo BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A. Na referida ação executiva, a instituição financeira requereu a remoção do Caminhão F-4000, ano 95, placa HMP 1248, bem oferecido a penhora pelos agravantes, para a sede de sua Agência em Catolé do Rocha, a fim de assegurar a guarda e conservação do bem, sob o argumento de que fora informado pelo meirinho, no auto de penhora, que atualmente o referido caminhão se encontra prestando serviços à Prefeitura Municipal daquela edilidade, no transporte de lixo, serviço este que acarreta desgaste excessivo do veículo. A magistrada de primeiro grau, ao analisar o pedido supra, deferiu a pretendida remoção. Insatisfeitos, os agravantes manejaram o presente agravo de instrumento aduzindo que firmaram contrato de empréstimo junto ao agravado, cujo débito originário era de R$ ,00 (sessenta e dois mil, seiscentos e sete reais) e que, atualizado para execução, elevouse para R$ ,75 (cento e sessenta e quatro mil, quatrocentos e oitenta reais e setenta e cinco centavos). Sustentam que ofereceram vários bens à penhora, entre eles o mencionado caminhão, para garantir o juízo de execução, conforme auto de penhora de fls. 96, no valor de R$ ,00, que, após atualizado, totalizou a importância de R$ ,11 (duzentos e setenta e sete mil, quinhentos e oito reais e onze centavos). Afirmam que os outros bens penhorados são suficientes para assegurar o juízo de execução sem necessidade da penhora do caminhão, tendo em vista o valor deste que é de R$ ,00 (vinte e cinco mil reais). Desei argador Marcos Cavalcanti de Albuquerque
3 Aduzem que a decisão agravada lhes causará prejuízos uma vez que o veículo em questão constitui instrumento de trabalho. Por fim, afirmam que os bens penhorados estão sob a responsabilidade dos agravantes desde 2004 e que inexiste prova nos autos de que o veículo esteja sendo danificado ou depreciado pelo trabalho dos mesmos. Pugnam pelo provimento do agravo. Liminar deferida às fls. 25/29. Intimado, o Banco do Nordeste apresentou contrarrazões recursais (fls. 34/47) aduzindo, preliminarmente, a ilegitimidade ativa dos agravantes, bem como a deserção do presente agravo de instrumento. No mérito, alega que o encargo de depositário em favor do executado consiste em exceção, de acordo com o disposto no artigo 666 do CPC. Sustenta que o caminhão F-4000 está sendo usado pelos recorrentes para coleta de lixo, atividade que desgasta de forma considerável o bem, não havendo a guarda e a conservação do mesmo nos termos do art. 148 do CPC. Por fim, defende que, em decorrência da alienação fiduciária, os agravantes detém apenas a posse direta do bem, enquanto o financiamento não está em cobrança judicial, quando então o bem pode ser objeto de busca e apreensão, ou penhora, passando para a posse do credor. Requer o desprovimento do recurso. É o relatório. VOTO PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA Inicialmente, o Banco do Nordeste argui a ilegitimidade dos agravantes para figurarem no pólo ativo da presente demanda sob o Desembajédor Marcos Cavalcanti de Albuquerque 3
4 argumento de que o caminhão em questão encontra-se em nome da empresa J. Fernandes de Brito & Cia e não em nome dos agravantes. Tal preliminar não merece acolhida. Depreende-se dos autos que os agravantes são sócios e representantes da empresa 3. Fernandes de Brito & Cia, segundo atesta a procuração de fls. 08, e conforme tal atuam no presente feito. Assim, não há que se falar em ilegitimidade ativa dos recorrentes uma vez que os mesmos não demandam, em nome próprio, direito alheio, mas, tão somente, defendem, como representantes da aludida empresa, os direitos desta. Logo, REJEITO A PRELIMINAR EM QUESTÃO. PRELIMINAR DE DESERÇÃO Também não merece acolhida esta preliminar, pois existe nos autos pedido de justiça gratuita deferido às fls. 27. Por tal razão, REJEITO ESTA PRELIMINAR. MÉRITO Pretendem os agravantes/executados permanecerem na posse de bem móvel, o qual se encontra penhorado e sob a guarda deles desde Preceitua o artigo 666 do Código de Processo Civil: Art Os bens penhorados serão preferencialmente depositados: I - no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal, ou em um banco, de que o Estado- Membro da União possua mais de metade do capital social integralizado; ou, em falta de tais Desernbargdr Marcos Cavalcanti de Albuquerque 4
5 estabelecimentos de crédito, ou agências suas no lugar, em qualquer estabelecimento de crédito, designado pelo juiz, as quantias em dinheiro, as pedras e os metais preciosos, bem como os papéis de crédito; II - em poder do depositário judicial, os móveis e os imóveis urbanos; III - em mãos de depositário particular, os demais bens. 1 0 Com a expressa anuência do exeqüente ou nos casos de difícil remoção, os bens poderão ser depositados em poder do executado. 2 0 As jóias, pedras e objetos preciosos deverão ser depositados com registro do valor estimado de resgate. 3 0 A prisão de depositário judicial infiel será decretada no próprio processo, independentemente de ação de depósito. De acordo com a legislação supra, os bens móveis penhorados devem ficar, preferencialmente, a cargo do depositário judicial, podendo, caso haja expressa anuência do exequente, o depósito dos bens ficar nas mãos do executado. In casu, consta do caderno processual que os demandantes, para garantirem o juízo de execução, movida pelo Banco do Nordeste S/A, ofereceram vários bens a penhora, no valor total de R$ ,11 (duzentos e setenta e sete mil, quinhentos e oito reais e onze centavos), estando entre tais bens o caminhão Ford 4000, placa HMP 1248, no valor de R$ ,00 (vinte e cinco mil reais), conforme auto de penhora de fls. 11. Ainda de acordo com tal auto de penhora, a agravante/executada é depositária dos bens penhorados desde o ano de Sob a alegação de que o veículo acima identificado está desvalorizando-se, em razão do desgaste decorrente da sua utilização na atividade de coleta de lixo, o agravado pleiteia a guarda do mesmo. Desernbargarcoscacanti de Albuquerque 5
6 Todavia, conforme visto, a lei processual não contempla a possibilidade do depósito do bem penhorado sob a guarda do exequente. Além disso, não há nos autos provas de que o veículo em questão esteja, efetivamente, sendo depreciado ou danificado pelos agravantes ou que estes estejam faltando com o seu dever de guarda e zelo que justifique a adoção de tal medida. 1 Claro que a desvalorização do bem consiste num efeito natural resultante do decurso do tempo, que, indubitavelmente, ocorrerá mais rapidamente se o veículo ficar sem uso e sem manutenção no pátio da agência do agravado. Ademais, registre-se que mesmo que não se contasse com o referido bem, o juízo de execução já restaria garantido, haja vista que o valor dos bens penhorados é bem superior ao do débito executado, que é de R$ ,75 (cento e sessenta e quatro mil, quatrocentos e oitenta reais e setenta e cinco centavos). Daí conclui-se pela total inexistência de prejuízos para o banco exequente na manutenção do caminhão em posse da parte agravante, como ocorre desde Diante do exposto, DOU PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO para determinar que o caminhão Ford 4000, placa HMP 1248, permaneça sob a guarda e responsabilidade dos agravantes. É como voto. Presidiu a sessão a Excelentíssima Senhora Desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti. Participaram do julgamento este Relator Marcos Cavalcanti de Albuquerque, Armibio Alves Teodásio (convocado para compor o quorum em face da ausência justificada da Desembargadora Maria das Neves do Egito Araújo Duda Ferreira) e Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti. Presente ao julgamento a Excelentíssima Doutora Lúcia de Fátima Maia de Farias, Procuradora de Justiça. Desembargador alcanti de Albuquerque 6
7 Sala de Sessões da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, 27 de Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque,) Relator 11 Desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque 7
8 TRIBUNAL BE JUSTIÇA Diretoria Judiciária Registrado e lack../1
ESTADO DA PARAÍBA. Acorda a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraiba, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO
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