PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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- Judite Teixeira Vilalobos
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1 ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA Apelação Cível n /001 Origem : 1 Vara da Comarca de Princesa Isabel Relator : Desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho Apelante : União Procurador : Daniel de Sabóia Xavier Apelado : Espólio de Espedito Alves de Medeiros, representado por sua inventariante, Maria Alves Santos Mangueira INVENTÁRIO. APELAÇÃO. NULIDADE DE SENTENÇA. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DA FAZENDA PÚBLICA. NECESSIDADE DE VISTA DOS AUTOS. NÃO OBSERVÂNCIA. ACOLHIMENTO. INEXISTÊNCIA DE CITAÇÃO. INFRINGÊNCIA DO ART. 999 DO CPC. DEFERIMENTO DO PLEITO. ANULAÇÃO DA SENTENÇA. RETORNO DOS AUTOS À INSTÂNCIA DE ORIGEM. REGULAR PROSSEGUIMENTO DO FEITO. PROVIMENTO DO APELO. - Nos moldes do art. 20, da Lei nq /04, as intimações e notificações quando dirigidas à Fazenda Nacional dar-se-á de forma pessoal e mediante entrega para vista dos autos. - Realizadas as primeiras declarações, o j mandar citar a Fazenda Pública para os termos e partilha, como preceitua o art. 999,
2 da ausência de citação desta, é de reconhecer a sua nulidade. autos acima identificados. VISTOS, relatados e discutidos os presentes ACORDA a Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, conhecer o recurso e anular-se o processo. Trata-se de APELAÇÃO, fls. 61/66, interposta pela União, por meio da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional contra sentença, fls. 51/54, prolatada pelo Juiz de Direito da 1a Vara da Comarca de Princesa Isabel, que decidiu o Inventário, nos seguintes termos: "Julgo por sentença, para que produza seus legais e jurídicos efeitos, o presente processo de inventário, a ser regido pelo Código Civil de 1916, já que o falecimento referido na inicial deu-se antes de 2003, razão pela qual, considerando que o falecido era casado no regime legal da época, atribuo aos nela contemplados os respectivos quinhões, salvo erro ou omissão e ressalvados direitos de terceiros: a) O cônjuge sobrevivente, não divorciado, que seja civilmente casado ou tenha algum comprovante de união estável com o falecido, já que é dona de 50% de todos os bens, na condição de meeira. Nesse caso, seria a metade dos bens do casal que constituiriam o acervo hereditário. Se o cônjuge do falecido também for morto, seus bens são imediatamente repassados para todos os seus filhos, em cotas igual, ainda que esses filhos não tenham o mesmo pai; b) Filhos: dividirão por igual a totalidade dos bens que pertenciam ao de cujus, ou seja, se for e asado, a parte que corresponde a 50% do pat imôn o do casal, já que os outros 50% pertencem cônjuge meeiro e, se não for casado o
3 for falecido, a totalidade dos bens; Não havendo filhos, a totalidade dos bens passa automaticamente para os ascendentes (pais do falecido); não havendo ascendentes, os bens passam ao cônjuge; não havendo cônjuge, os bens são transferidos para os colaterais, até o 4Q. grau, em partes iguais; não havendo parentes nesse última condição, os bens passam ao patrimônio do Poder Público do Município onde estiverem situados". Insatisfeito com o teor do édito judicial, a recorrente interpôs recurso apelatório, pugnando, em síntese, pela nulidade da sentença, sob a alegação de ter sofrido prejuízo, diante da ausência de intimação pessoal do representante legal da Fazenda Nacional, com vista dos autos, bem como, da inexistência de sua citação. Por fim, requer o provimento do apelo para que essa Corte anule a sentença adversada, devolvendo os autos ao Juízo de origem. Não foram apresentadas as contrarrazões. A Procuradoria de Justiça, em parecer da lavra do Dr. José Raimundo de Lima, fls. 75/76, opinou pelo provimento do recurso, acatando as razões recursais para que a sentença prolatada seja anulada, devolvendo os autos ao Juízo de origem. É o RELATÓRIO. VOTO de sentença pleiteado pela parte recorrente. De início, cumpre esclarecer o pedido de nulidade Analisando o caderno processual, depre se que a Procuradoria da Fazenda Nacional não foi intimada, pessoalmente da sei tenç infringindo, assim, a disposição prevista no art. 20, da Lei ng
4 preceptivo legal transcrevo a seguir: Art. 20. As intimações e notificações de que tratam os arts. 36 a 38 da Lei Complementar n 9 73, de 10 de fevereiro de 1993, inclusive aquelas pertinentes a processos administrativos, quando dirigidas a Procuradores da Fazenda Nacional, dar-se-ão pessoalmente mediante a entrega dos autos com vista. Vê-se, portanto, que a intimação da Fazenda Nacional não obedeceu aos critérios contidos no dispositivo, acima citado, causando prejuízo, ao recorrente, que não teve vista dos autos para que pudesse recorrer de todos os pontos que entendesse necessário. Ademais, constata-se, ainda, que a Fazenda Pública, além de não ter sido citada para compor a presente demanda, também não foi informada do número dos CPFs dos inventariados, ficando, assim, impossibilitada de fazer a identificação destes junto ao Ministério da Fazenda, para que se possa averiguar se há débitos pendentes junto à União. 999, do CPC, que preleciona: Acerca do tema, calha transcrever o disposto no art. Art Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar, para os termos do inventário e partilha, o cônjuge, os herdeiros, os legatários, a Fazenda Pública, o Ministério Público, se houver herdeiro, incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se o finado deixou testamento. (.) 4g Incumbe ao escrivão remeter cópias à Fazenda Pública, ao Ministério Público, ao testa te ir o se houver, e ao advogado, se a par representada nos autos. est: \5' ç)rç
5 Da leitura do dispositivo, acima descrito, exsu rge indispensável a citação da Fazenda Pública para integrar a relação processual. E, como se depreende dos autos, tal ato não ocorreu. doutrina de Nelson Nery Junior a respeito do tema: Corroborando esse entendimento, calha transcrever a Intimações. A lei fala de citações, que não parecem bem ter essa natureza jurídica. Na verdade, devem ser providenciadas a intimação da Fazenda Pública para o exercício de seus direitos fiscais (CPC 1002) e de credora, bem como para a fiscalização da correta transmissão dos bens aos herdeiros existentes; a intimação do MP, se houver interesse público (CPC 82 III), que se fará pessoalmente (CPC ) (In. Código de processo civil comentado e legislação extravagante. 10. ed. São Paulo: RT, 2007, p. 1206). Nesta ordem de ideias, em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa é de se reconhecer o pleito recursal de nulidade de sentença, para que os autos retornem à Comarca originária. Ante o exposto, DOU PROVIMENTO À APELAÇÃO, a fim de anular o processo e desconstituir o decisum, fls. 51/54, retornando-se, por conseguinte, os autos ao Juízo de origem, para que seja dado regular processamento do feito. É como VOTO. Presidiu a sessão, o Desembargador João Alves da Silva. Participaram do julgamento, o Desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho, como Relator e o Desembargador Romero Marcelo da Fonseca Ohi Presente a Dra. Jacilene Nicolau Faust
6 representando o Ministério Público. Sala das Sesso de Justiça da Paraíba, em 18 de outubro de 2 Cível do Tribunal Fres ico ar IJ5 d Nóbrega Coutinho D sembargador Relator
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