Licenciamento Ambiental Gargalos e Melhorias. Cosette Barrabas Xavier da Silva

Transcrição

1 Licenciamento Ambiental Gargalos e Melhorias Cosette Barrabas Xavier da Silva

2 PRINCÍPIOS LEGAIS

3 Princípios Legais do Licenciamento Ambiental O licenciamento ambiental foi instituído no Brasil por meio da Lei n.º 6.938, publicada em 1981, que em seu artigo 9º, inciso IV, o incluiu dentre os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. A partir de então qualquer construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, devem submeter-se, previamente, aolicenciamento ambiental.

4 Princípios Legais do Licenciamento Ambiental A Constituição Federal de 1988 eleva a categoria constitucional o licenciamento ambiental: Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. O licenciamento ambiental é um dos principais instrumentos de gestão pública.

5 PAPEL DOS ÓRGÃOS LICENCIADORES

6 Papel dos Órgãos Licenciadores Avaliar os impactos das atividades e propor medidas que reduzam os riscos e mitiguem os danos ambientais inerentes da atividade. COMO FAZ? Executar ações das políticas de meio ambiente, relativas: ao licenciamento ambiental; ao controle da qualidade ambiental; à autorização de uso dos recursos naturais; e à fiscalização, monitoramento e controle ambiental. Exercendo o poder de polícia ambiental;

7 COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS LICENCIADORES

8 Competências dos Órgãos Licenciadores A Lei Complementar n.º 140/12 e o Decreto n.º 8437/2015 reservaram ao Ibama o Licenciamento Ambiental de empreendimentos e atividades realizados: Conjuntamente em dois ou mais Estados; No Brasil e em país limítrofe;

9 Competências dos Órgãos Licenciadores No mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; Em terras indígenas ou em Ucs instituídas pela União, que não sejam APAs;

10 Competências dos Órgãos Licenciadores Empreendimentos e atividades de caráter militar e os que envolvam a manipulação de material radioativo ou que utilizem energia nuclear; Rodovias, ferrovias e hidrovias federais;

11 Competências dos Órgãos Licenciadores Portos organizados, exceto que movimentem carga em volume inferior a TEU (Unidade Equivalente de Transporte)/ano ou a ton/ano; Terminais de uso privado e instalações portuárias que movimentem carga em volume superior a TEU/ano ou a ton/ano; Sistemas de geração e transmissão de energia elétrica com capacidade instalada igual ou superior a 300 megawatt.

12 GARGALOS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

13 Busca de um culpado para a demora nos processos de licenciamento ambientais.

14 1 Falta de uma política Pública clara e objetiva Causando impactos diretos sobre os Órgãos Licenciadores e Empreendedores

15 Subjetividade e imprecisão das normas administrativas, que aumentam o grau de discricionariedade dos analistas e dos gestores; Imposição de uma série de compensações pelos órgãos intervenientes, que nada têm a haver com os impactos ambientais causados, para suprir carências governamentais e operacionais não atendidas pelo poder público;

16 Multiplicidade de atores com grande poder discricionário e poucos incentivos de colaboração, com destaque à atuação do Ministério Público (MP); Frequente judicialização dos conflitos ambientais, sem a busca de alternativas visando resolvê-los;

17 Ausência de cooperação entre os diversos órgãos competentes; Falta de marco regulatório específico e detalhado para tratar de questões sociais frequentemente incorporadas no licenciamento ambiental e que, via de regra, extrapolam a responsabilidade legal do proponente; Ausência de dados e de informações ambientais sistematizadas.

18 2 Relacionados à iniciativa privada

19 Profissionais sem perfil de gestor para gerenciar os empreendimentos: Prejudicando a percepção de que o licenciamento ambiental é uma matéria estratégica; Gestão Inadequada do Escopo do processo, correndo o risco de gerar estudos e adotar medidas que não estejam alinhados às exigências do órgão licenciador. Não antecipar o diagnóstico ambiental de alguns componentes ambientais (caracterização mais geral), tais como hidrogeologia, cavidades, unidades de conservação, comunidades tradicionais, bioma, entre outros;

20 Não inclusão de todos os vetores ambientais na concepção dos projetos de engenharia. Esse momento geralmente ocorre no protocolo do licenciamento, enquanto deveria fazer parte daconcepção do projeto; Forma de contratação dos estudos ambientais equivocada;

21 Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA-Rima) sem contribuição efetiva para o atendimento das questões específicas do licenciamento; Falta de conexão entre o levantamento dos aspectos ambientais, o diagnóstico ambiental, a análise de impactos e as propostas de medidas mitigadoras e compensatórias;

22 Plano de Comunicação Social ausente ou ineficiente na fase de pesquisa mineral, inclusive com a divulgar de forma sistemática do que se tratam os empreendimentos e as ações desenvolvidas pelas empresas (transparência), com o objetivo de reduzir especulações e de preparar para as audiências públicas; Falta de capacitação das equipes de campo para que adotem cuidados socioambientais relacionamento com a comunidade e educação ambiental (empregados);

23 Falta ou ineficiência de Sistema de gestão ambiental na empresa, inclusive na concepção do projeto; Na Gestão de Riscos do Projeto (ameaças e oportunidades) falta de aprofundamento na identificação dos aspectos ambientais.

24 3 Relacionados ao Governo

25 Falta de apoio dos demais instrumentos da política ambiental; Existência de instâncias decisórias paralelas em um quadro de confusão institucional no qual se incluem os órgãos ambientais e as instituições intervenientes; Imposição de uma série de compensações pelos órgãos intervenientes, que nada têm a ver com os impactos ambientais causados, para suprir carências institucionais e operacionais não atendidas pelo poder público;

26 Fraca capacidade institucional e fragilidade da capacitação técnica; Subjetividade e imprecisão das normas administrativas, que aumentam o grau de discricionariedade dos analistas e dos gestores;

27 Muitos processos e poucos técnicos para atender a demanda; Possibilidade de aplicação de pena individual aos técnicos dos órgãos licenciadores em decorrência da Lei de Crimes Ambientais, resultando em postura excessivamente cautelosa e de mínimo risco;

28 Emissão de Termos de Referencia abrangentes; Sistemática ausência de monitoramento, fiscalização e acompanhamento geral dos projetos licenciados, basicamente decorrentes da limitada capacidade institucional;

29 Demora na análise de estudos ambientais que não fazem conexão entre o levantamento dos aspectos ambientais, o diagnóstico ambiental, a análise de impactos e as propostas de medidas mitigadoras e compensatórias; Trocam as gerencias /coordenações, os acordos/diretrizes traçados com o empreendedor são refeitos;

30 Atraso na análise dos estudos ambientais; Solicitações de estudos complementares e esclarecimentos devido a qualidade do estudo ambientais, alterando o cronograma do empreendimento; Licenciamentos para inglês ver, sem trazer resultados efetivos; Multas e embargos; O QUE ESSES GARGALOS GERAM?

31 O QUE ESSES GARGALOS GERAM? Maior probabilidade de ações do Ministério Público; Desgastes institucionais; Atraso na emissão das Licenças Ambientais; Fuga de investimentos.

32 ? COMO MELHORAR ESSE PROCESSO? Sistematização das informações sobre a biodiversidade oriundas dos Estudos Ambientais; Política de Licenciamento Ambiental clara e objetiva;

33 ? COMO MELHORAR ESSE PROCESSO? Padronizar e normatizar as exigências ao empreendedor; Certificar os responsáveis pela elaboração de Estudos Ambientais; Padronizar metodologias de mitigação e compensação ambiental;

34 ? COMO MELHORAR ESSE PROCESSO? Adoção das melhores práticas de Gestão de Projetos nas empresas; Empresas tratarem de forma mais estratégica o licenciamento; Estabelecer parâmetros prévios para as entidades intervenientes.

35 SEDE CURITIBA Avenida República Argentina, 2403 Conjunto 111 Portão Curitiba Paraná. CEP: Fone:(041) FILIAL GOIÂNIA Rua Sabiá, Quadra 37 Lote 08 Parque das Laranjeiras Goiânia- Goiás. CEP: Fone: (062) ESCRITÓRIO DE APOIO BRASÍLIA SHIS QI 09/11 Bloco L Loja 04 Térreo Lago Sul Brasília Distrito Federal. CEP: Fone:(061) Cosette Barrabas Xavier da Silva cosette@natturis.com.br