Multiplicidade de soluções positivas para algumas classes de problemas elípticos em R 2 com condição de Neumann

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Multiplicidade de soluções positivas para algumas classes de problemas elípticos em R 2 com condição de Neumann"

Transcrição

1 Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Multiplicidade de soluções positivas para algumas classes de problemas elípticos em R 2 com condição de Neumann Elisânia Santana de Oliveira 212

2 Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Multiplicidade de soluções positivas para algumas classes de problemas elípticos em R 2 com condição de Neumann por Elisânia Santana de Oliveira sob orientação do Prof. Dr. Manassés Xavier de Souza Março de 212 João Pessoa-PB ii

3 iii

4 iv

5 Agradecimentos A Deus, autor de minha existência. Aquele a quem sempre confiei minha vida. Obrigada pela graça de mais uma conquista! Aos meus queridos pais, por todo esforço que fizeram para que eu estudasse. Pelos bons conselhos e por acreditarem e sentirem orgulho de mim. Ao professor Manassés Xavier de Souza, por sua maravilhosa orientação, pela paciência e por todo ensinamento a mim proporcionado. A cada um de meus irmãos: Elisângela, Emisson, Elisson, Érika e Emmily. Meus grandes companheiros! A meu cunhado Adel por se apresentar sempre disponível. Obrigada por acreditarem no meu trabalho. Ao meu amável namorado, Weverton, pelo seu amor, companheirismo e confiança e por ser tão presente e compreensivo; aos seus pais: Gilvânia e Pedro e ao seu irmão e meu afilhado Willyans. Obrigada pelo enorme carinho! Aos demais familiares: avós, tios e primos. Obrigada pela atenção! Aos colegas de curso: Alex, Bruna e Elizabeth, pelos momentos de muito estudo, pelas conversas tão descontraídas e importantes que tivemos. Agradeço ainda a Disson, Tarciana, Oldinéia e Viviane por todo acolhimento que me deram. E a Carlinha, Esmeralda, Luciene e Rafaela, minhas grandes amigas que sempre torceram pelo meu sucesso. Ao estimado professor Adailton Novais e ao amigo Thiago Gomes pelo imprescindível apoio que me deram. Ao professor Wilberclay Gonçalves Melo, Uberlandio Batista Severo e Everaldo Souto de Medeiros por participarem da banca examinadora e exporem seus comentários e sugestões tão necessários para melhoria deste trabalho. v

6 Ao professor Cleto Brasileiro Miranda Neto pelo aprendizado que adquiri em suas aulas e por se apresentar sempre atencioso. Aos professores do DMA/UFS: Fábio dos Santos, Ivanete Batista dos Santos, Kalasas Vasconcelos de Araújo, pelo apoio e incentivo que muito contribui para que eu conquistasse mais este título. Aos demais colegas, professores e funcionários do programa de Pós-Graduação em Matemática da UFPB. A Capes-Reuni pelo apoio financeiro. Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para minha formação. vi

7 Dedicatória À minha avó (in memorian) vii

8 Resumo Nesta dissertação, provamos a existência e multiplicidade de soluções fracas positivas para algumas classes de problemas elípticos no plano envolvendo crescimento exponencial do tipo Trudinger-Moser com condição de Neumann na fronteira. Para isso, usaremos o método de sub e supersolução em combinação com métodos variacionais e o princípio do máximo. Palavras-chaves: Teoria dos pontos críticos, passo da montanha, desigualdade de Trudinger-Moser, Sub e supersolução. viii

9 Abstract In this work, we prove the existence and multiplicity of positive weak solutions for some classes of elliptic problems in plane involving exponential growth of the Trudinger-Moser type with Neumann boundary condition. To do this, we use the method of sub and supersolution in combination with variational methods and the maximum principle. Keywords: Theory of critical points, mountain pass, Moser-Trudinger inequality, Sub and supersolution. ix

10 Sumário 1 Preliminares Resultados de Medida e Integração Resultados de Análise Funcional Resultados de Espaços de Sobolev Resultados da teoria de regularidade Resultados da teoria dos pontos críticos Sobre uma classe de problemas elípticos em R 2 com condição de Neumann Introdução Desigualdade de Trudinger-Moser Formulação variacional Existência de um mínimo local para J λ, para λ (, λ ) Regularidade das soluções Não existência de solução Existência de uma solução minimal Existência de solução para (P λ ) para λ (, Λ) Prova do Teorema Existência de um mínimo local para J λ, com λ (, Λ) Existência de uma solução do tipo Passo da Montanha Resultado de compacidade Nível minimax Existência de um ponto crítico para J λ do tipo Passo da Montanha. 62 x

11 2.8 Prova do teorema principal Sobre uma classe de problemas elípticos singulares em R 2 com condição de Neumann Introdução Desigualdade de Hardy-Sobolev Desigualdade singular de Trudinger-Moser Existência de solução para (Q λ ), para λ (, λ ) Existência de um mínimo local para I λ Regularidade das soluções Não existência de solução Existência de uma solução minimal Existência de solução para (Q λ ) para λ (, Λ) Prova do Teorema Existência de um mínimo local para I λ, com λ (, Λ) Existência de solução do tipo Passo da Montanha Resultado de compacidade Nível minimax Existência de um ponto crítico para Ĩλ do tipo Passo da Montanha Prova do teorema principal A Resultados fundamentais 119 A.1 Desigualdades A.2 Funcionais diferenciáveis A.3 Resultados de convergência Bibliografia 142 xi

12 Notações Neste trabalho, faremos uso da seguinte simbologia: C, C, C 1,... denotam constantes positivas (possivelmente distintas); A denota a medida de Lebesgue de um conjunto A em R 2 ; supp(f) denota o suporte da função f; B δ (x) denota a bola aberta de centro x e raio δ;, denotam convergência fraca e forte, respectivamente;, denota o produto interno em H 1 (); [u < v] = {x A R 2 : u (x) < v (x)}; u x i ou u xi denota a derivada parcial de u em relação a x i ; ( u = denota o gradiente de u; ) u u x 1, x 2 u = 2 2 u x 2 i i=1 denota o laplaciano de u; u + = max {u, } e u = max { u, }; ν denota o vetor normal exterior unitário a ; u ν = u ν denota a derivada normal exterior de u; C ( ) denota o espaço das funções infinitamente diferenciáveis; ( ) C denota o espaço das funções infinitamente diferenciáveis com suporte compacto; xii

13 C (,σ ) { = u C ( ) } : sup u(x) u(y) < com < σ < 1 e x y σ C k,σ ( ) = {u C k () : D j u C,σ ( ) j; j k}; L p () = { u : R mensurável : u p um aberto conexo com norma dada por u L p () = ( dx < }, em que 1 p < + e R 2 é u p dx) 1/p ; L () denota o espaço das funções mensuráveis que são limitadas quase sempre em com norma u = inf{c > u (x) C quase sempre em }; Para 1 p < +, W 1,p () = u g Lp () i L p () tais que u ϕ x i dx = g iϕ dx, ( ) ϕ C e i = 1,..., N com norma dada por [ 1/p u 1,p = ( u p + u p ) dx]. Quando p = 2, W 1,2 () = H 1 () e escreveremos u = ( ( u 2 + u 2) dx ) 1/2 ; H 1 () denota o espaço dual de H 1 (), com norma. xiii

14 Introdução Nesta dissertação, estudaremos a existência e multiplicidade de soluções positivas para algumas classes de problemas elípticos no plano envolvendo crescimento exponencial do tipo Trudinger-Moser com condição de Neumann na fronteira. As técnicas aqui utilizadas são: métodos variacionais, mais precisamente, teoria dos pontos críticos e passo da montanha. Usamos também o método de sub e supersolução e o princípio do máximo. Este trabalho está dividido em três capítulos e um apêndice. O Capítulo 1 contém as preliminares, onde enunciaremos alguns resultados conhecidos e que serão utilizados no decorrer do texto. No Capítulo 2, com base nos artigos de Prashanth e Sreenadh [25] e [26], estudaremos a existência e multiplicidade de soluções positivas para a seguinte classe de problemas elípticos com condição de Neumann na fronteira: u + u = p(u)e uα em, u > (P λ ) u ν = λψuq sobre, onde R 2 é um domínio limitado com fronteira C 2, u H 1 (), α (, 2], λ >, q [, 1), ψ é uma função Hölder contínua não-negativa em e p C 1 (R) é uma pertubação polinomial de e uα. O crescimento da não-linearidade g (s) = p(s)e sα é motivado pela Desigualdade de Trudinger-Moser (veja [3], [2] e [34]) a qual diz que, se u H 1 (), então, para β 2π, existe uma constante positiva C () tal que e βu2 C (). sup u 1 xiv

15 Problemas desse tipo foram estudados por Adimurthi e Yadava no artigo [3], de Figueiredo, Miyagaki e Ruf no artigo [12] e Prashanth e Sreenadh no artigo [27]. No artigo [3], os autores estabeleceram a existência de soluções para a classe de problemas elípticos não-linear u + a (x) u = f(x, u) em, u + bu = g (y, u) sobre, ν onde R 2 é um domínio limitado com fronteira C 2, a é uma função limitada e o operador diferencial +a (x) I é positivo. Neste trabalho, foram usadas técnicas de minimização e o Princípio de Concentração-Compacidade de P. L. Lions. Em [12], os autores usaram a teoria dos pontos críticos, mais precisamente, o Teorema do Passo da Montanha e o Teorema do Ponto de Sela para estudar a existência de soluções para a classe de problemas de Dirichlet u = f(x, u) em, u = sobre, onde R 2 é um domínio limitado e f satisfaz a condição de crescimento crítico ou subcrítico. E, em [27], provou-se a existência de números positivos λ λ, tais que o problema u = µu u p e u2 + λh (x) u > u = sobre em, tem pelo menos duas soluções para todo λ (, λ ) e nenhuma solução fraca para λ > λ, onde R 2 é um domínio limitado, p <, µ, λ > e h em, com h L 2 () = 1. Existem na literatura vários trabalhos envolvendo não-linearidades com crescimento exponencial do tipo Trudinger-Moser. Entre outros, podemos citar os artigos de Adimurthi [1], J. M. do Ó [22] e suas referências. Estes artigos, tratam problemas de Dirichlet envolvendo o operador N-Laplaciano em domínios limitados do R N. No caso de domínios não-limitados, veja os artigos de J. M. do Ó [23], Ruf [28], Yang [24] e suas referências. No Capítulo 3, motivados pelo problema (P λ ) e por uma versão singular da desigualdade de Trudinger-Moser, estudaremos a existência e multiplicidade de soluções fracas positivas xv

16 para a seguinte classe de problemas elípticos singular com condição de Neumann na fronteira: h(x, u)eu2 u + u = x β em, u > (Q λ ) u ν = λψuq sobre, onde R 2 é um domínio limitado com fronteira C 2,, u H 1 (), β [, 2), λ >, q [, 1), ψ é uma função Hölder contínua não-negativa em e h C 1 ( R ) tem crescimento superlinear no infinito. Este capítulo foi baseado no artigo [18] devido a Kaur e Sreenadh. Diferente do problema dado no Catítulo 2, onde β =, este problema apresenta a singularidade x β. Assim, não podemos usar a desigualdade de Trudinger-Moser do capítulo anterior. Recorreremos então à versão singular da desigualdade de Trudinger-Moser dada a seguir. Desigualdade singular de Trudinger-Moser (veja [2] e [35]): Seja u H 1 (). Então, para β [, 2), temos que sup u 1 e αu2 dx C (), β x onde C () é uma constante positiva e α 2π + β 2 1. Este tipo de problema foi estudado por Adimurthi e Sandeep no artigo [2]. Neste trabalho, que foi motivado pelo artigo de Adimurthi [1], os autores estabeleceram que e α u N N 1 sup u N 1 x β dx < se, e somente se, α α N + β N 1, onde R N é um domínio limitado, u W 1,N (), com N 2, α > e β [, N). Além disso, eles estudaram o problema de Dirichlet N u = f(u)un 2 x β u em, onde f é uma função com crescimento crítico. Recentemente, outros problemas que tratam esta desigualdade foram abordados por M. de Souza [3] e por M. de Souza e J. M. do Ó [32] xvi

17 em domínios limitados. Para o caso de domínios não-limitados, podemos citar os artigos de Adimurthi e Yunyan Yang [4], M. de Souza [31] e suas referências. Para obtermos a existência e multiplicidade de soluções fracas para as classes de problemas abordadas nos Capítulos 2 e 3, usaremos, inicialmente, métodos variacionais e o método de sub e supersolução para encontrar pontos críticos para os funcionais energia associados, respectivamente, a (P λ ) e (Q λ ). Em seguida, usaremos teoremas do tipo minimax, mais precisamente, o Teorema do Passo da Montanha sem a condição de Palais-Smale. No Apêndice, demonstraremos algumas desigualdades importantes que serão utilizadas ao longo deste trabalho. Estudaremos a diferenciabilidade dos funcionais energia associados aos problemas propostos nos Capítulos 2 e 3. Por fim, provaremos alguns resultados de convergência que serão fundamentais para o desenvolvimento desta dissertação. No decorrer deste trabalho, faremos referências aos resultados utilizados. xvii

18 Capítulo 1 Preliminares Neste capítulo, enunciaremos alguns resultados necessários para uma melhor compreensão deste trabalho. 1.1 Resultados de Medida e Integração Teorema ([6], Teorema 5.6 (Convergência Dominada de Lebesgue)) Seja (f n ) uma sequência de funções em L 1 () tal que (i) f n (x) f (x) quase sempre em, (ii) e existe g L 1 () tal que, para todo n N, f n (x) g (x) quase sempre em. Então, f L 1 () e f n f L 1 (). Consequentemente, f dx = lim f n dx. Teorema ([8], Teorema 4.6 (Desigualdade de Hölder)) Sejam f L p () e g L p (), com 1 p. Então, fg L 1 () e fg L 1 () f L p () g L p (). Teorema ([15], Teorema 15.3 (Convergência de Vitali)) Consideremos 1 p < +. Sejam (, A, µ) um espaço de medida, (f n ) uma sequência em L p (, A, µ) e 1

19 1.1. RESULTADOS DE MEDIDA E INTEGRAÇÃO f : R uma função A-mensurável. Então f L p (, A, µ, ) e f n f em L p (, A, µ, ) se, e somente se, as seguintes condições são satisfeitas: (i) f n f em medida; (ii) dado ɛ > existe δ > tal que se A A e µ (A) < δ então, para n N, f n p dµ < ɛ; A (iii) dado ɛ > existe algum B A, com µ (B) <, tal que, para n N, f n p dµ < ɛ. B c Teorema ([15], Teorema 15.2 (Egorov)) Seja (, A, µ) um espaço de medida tal que µ () < e as funções f n, f : R N R A-mensuráveis, sendo f finita. Então f n f quase sempre se, e somente se, f n f quase uniformemente. Teorema ([11], Corolário 4.12) Se f é uma função não-negativa, mensurável e f dµ <, então f é absolutamente contínua em relação a µ, ou seja, para todo ɛ >, existe δ > tal que µ () < δ implica f dµ < ɛ. Proposição ([11], Proposição 3.19) Se f n f n f em medida. f quase uniformemente, então Teorema ([8], Teorema 4.9) Sejam (f n ) uma sequência em L p () e f L p () tais que f n f L p (). Então, existe uma subsequência (f n k ) e uma função h L p () tal que (i) f nk (x) f (x) quase sempre em, (ii) f nk (x) h (x) quase sempre em, para todo k N. 2

20 1.2 Resultados de Análise Funcional 1.2. RESULTADOS DE ANÁLISE FUNCIONAL Em determinados pontos deste trabalho, faremos referência aos seguintes resultados: Teorema ([13], Teorema 5.7 (Teorema da Representação de Riesz)) Seja H um espaço de Hilbert munido do produto interno (x, y), com x, y H. Dado T um funcional linear e limitado em H, existe um único z H tal que T (x) = (x, z), para todo x H. Além disso, T = z, onde z = (z, z) 1/2. Proposição ([8], Proposição 3.5) Sejam E um espaço de Banach e (x n ) uma sequência em E. Se x n x em E, então x n é limitada e x lim inf x n. Teorema ([8], Teorema 3.18) Se E é um espaço de Banach reflexivo e (x n ) uma sequência limitada em E, então existe uma subsequência (x nk ) que converge na topologia fraca de E. 1.3 Resultados de Espaços de Sobolev Teorema ([8], Teorema 9.16 (Rellich-Kondrachov) Seja R N aberto limitado com fronteira C 1. Então, para todo p q <, temos a seguinte injeção compacta: W 1,p () L q (), se p = N. Em particular, W 1,p () L p () com injeção compacta, para todo p e para todo N. Observação Se R N é um aberto limitado e f L p (), então f L q (), para todo 1 q p. Teorema ([7], Imersão de Sobolev) Seja R 2 aberto limitado com fronteira C 1. Então existe um operador linear e contínuo T : H 1 () L q ( ) 3

21 1.4. RESULTADOS DA TEORIA DE REGULARIDADE para 1 q < tal que T (u) = u se u H 1 () C ( ) (De fato, o operador traço T : H 1 () L q ( ) é compacto para 1 < q < e contínuo para q =. Para obter estes resultados de compacidade é necessário considerar espaços de Sobolev de Ordem Fracionária). Teorema ([1], Teorema 5.6 ) Seja R N aberto limitado com fronteira C 1. Assuma que u W k,p (). (i) Se k < N p, então u Lq () e u L q () C u W k,p (), onde 1 q = 1 p k N e C é uma constante positiva que depende de k, p, N e. (ii) Se k > N p, então u Ck [ N p ] 1,θ ( ) e u C k [ N p ] 1,θ() C u W k,p (), onde [ ] N + 1 N p θ =, se N é não-inteiro p p um número positivo menor que 1, se N é inteiro, p e C = C (k, p, N, θ, ) é uma constante positiva. Proposição ([29], Proposição A.2.2) Seja (u n ) uma sequência que converge forte em H 1 ( R N). Então existe uma subsequência (u nk ) de (u n ) e existe h H 1 ( R N) tal que u nk (x) h (x) quase sempre em R N. 1.4 Resultados da teoria de regularidade Teorema ([13], Identidade 2.1 (Representação de Green)) aberto limitado com fronteira C 1 e sejam u, v C 2 ( ). Então Seja R N v u dx = u v dx + v u ν ds. 4

22 1.5. RESULTADOS DA TEORIA DOS PONTOS CRÍTICOS Teorema ([13], Teorema 9.9 (Calderon-Zygmund)) Sejam R N um domínio limitado, f L p (), com 1 < p < +, e w o potencial Newtoniano de f. w W 2,p (), w = f quase sempre em e D 2 w p C f p, Então, onde D 2 w = [D ij w] matriz Hessiana das derivadas de segunda ordem D ij w = 2 w x i x j, i, j = 1, 2,..., n e C é uma constante positiva que depende apenas de n e p. Além disso, quando p = 2, temos que D 2 w 2 dx = R N f 2 dx. Teorema ([13], Teorema 8.19) Sejam u H 1 () e u u ( u u ) em. Se para alguma bola B vale que u é constante em. inf B ( u = inf u sup B ) u = sup u, Teorema ([8], Teorema 9.33 (Schauder)) Suponha que é um domínio de classe C 2,θ, < θ < 1. Então, para cada f C,θ ( ), existe uma única solução fraca u C 2,θ ( ) para o problema u + u = f em, u = sobre. Além disso, se é de classe C m+2,θ (m 1 inteiro) e se f C m,θ ( ), então u C m+2,θ ( ), com u C m+2,θ C f C m,θ. 1.5 Resultados da teoria dos pontos críticos Enunciaremos agora alguns resultados que utilizaremos para encontrar pontos críticos de funcionais associados aos problemas que trataremos nesta dissertação. 5

23 1.5. RESULTADOS DA TEORIA DOS PONTOS CRÍTICOS Teorema ([5], Teorema do Passo da Montanha sem a condição de Palais- Smale) Seja E um espaço de Banach real e I C 1 (E, R) co I () =. Suponha que existe uma vizinhança U de em E e δ > que satisfazem as seguintes condições: (i) I (u) δ na fronteira de U, (ii) Existe e / U tal que I (e) <. Então, para o número c definido por c = inf sup I (γ (t)) δ, γ Γ t [,1] onde Γ = {γ C ([, 1], E) : γ () = e γ (1) = e}, existe uma sequência (u n ) E tal que I (u n ) c e I (u n ). Teorema ([33], Teorema 1.2) Sejam E um espaço de Banach reflexivo, com norma, e F E um subconjunto fracamente fechado de E. Suponha que o funcional T : E R {+ } é coercivo em F com respeito a E, isto é, (i) T (u) + quando u +, para u F, e T é sequencialmente fracamente semicontínuo inferiormente em F com respeito a E, ou seja, (ii) dada uma sequência (u n ) F tal que u n u em E, para algum u F, temos que T (u) lim inf T (u n ). Então T é limitado inferiormente em F e atinge mínimo neste conjunto. Teorema ([14], Teorema 1) Sejam E um espaço de Banach e φ : E R uma função contínua e Gâteaux diferenciável tal que φ : E E é contínua na topologia forte de E e na toplogia fraca- de E. Sejam u, v E e considere c = inf max I (γ (t)), γ Γ t [,1] 6

24 1.5. RESULTADOS DA TEORIA DOS PONTOS CRÍTICOS onde Γ = Γ v u é o conjunto de todos os caminhos contínuos que ligam u a v. Suponha que F é um subconjunto fechado de E tal que F {x E : φ (x) c} separa u e v. Então existe uma sequência (x n ) E tal que (i) lim dist (x n, F ) = (ii) lim φ (x n ) = c (iii) lim φ (x n ) =. 7

25 Capítulo 2 Sobre uma classe de problemas elípticos em R 2 com condição de Neumann 2.1 Introdução Neste capítulo, estudaremos a existência e multiplicidade de soluções fracas positivas para a seguinte classe de problemas: u + u = p(u)e uα u > em, u ν = λψuq sobre, onde R 2 é um domínio limitado com fronteira C 2, u H 1 (), α (, 2], λ >, q [, 1) e p (s) é uma pertubação polinomial de e uα. A seguir, enunciaremos as principais condições sob as quais (P λ ) será estudado: (P λ ) (H 1 ) ψ é uma função Hölder contínua não-negativa e não-trivial em. (H 2 ) p : R R é uma função que satisfaz: (a) p(s) é localmente Hölder contínua em R; 8

26 2.1. INTRODUÇÃO (b) p(s), para todo s R e p(s) = se s < e p (s) para todo s > ; (c) lim inf s p(s) s > ; (d) lim sup s p(s) s k = para algum k > 1; (e) lim s + p(s) s k = para algum k > 1; (f) Dado ɛ >, lim s g (s)e (1+ɛ)sα =, onde g(s) = p(s)e sα. Para (P λ ), trataremos de não-linearidades com crescimentos crítico e subcrítico, os quais definimos a seguir. Definição Seja f : R R uma função. subcrítico em + se f (s) lim =, para todo β > s + e βs2 Dizemos que f (s) tem crescimento e dizemos que f (s) tem crescimento crítico em + se existe β > tal que f (s), para todo β > β, lim = s + e βs2 +, para todo β < β. β é chamado expoente crítico de f (s). Observação Essa noção de criticalidade do tipo exponencial foi introduzida nos trabalhos de [1], [3], [12] e [22]. Observação Ao longo deste capítulo, omitiremos algumas provas para o caso em que α (, 2), uma vez que, a demonstração segue de maneira similar ao caso α = 2. Notemos que, sob as hipóteses (H 1 ) (H 2 ), g(s) = p(s)e sα + quando α = 2 e crescimento subcrítico em + quando α [, 2). tem crescimento crítico em Com efeito, considerando α = 2 e observando a hipótese (H 2 )(b), para β > 1, temos p(s)e s2 lim s e βs2 = lim s p(s)e s2 (1 β) = 9

27 2.1. INTRODUÇÃO e, para β < 1, lim (1 β) s p(s)es2 = +. Consequentemente, β = 1 é o expoente crítico de g(s). Para α [, 2), temos que lim s p(s)esα e βs2 =, para todo β >. Neste caso, g(s) tem crescimento subcrítico em +. No teorema seguinte, apresentaremos o resultado principal deste capítulo. Teorema Sob as hipóteses (H 1 ) (H 2 ), existe < Λ < tal que (P λ ) tem pelo menos duas soluções fracas positivas para todo λ (, Λ), nenhuma solução fraca positiva para λ > Λ e pelo menos uma solução fraca positiva para λ = Λ. Observação Destacamos que os resultados deste capítulo são baseados nos artigos [25] e [26] devidos a S. Prashanth e K. Sreenadh. Como estamos interessados em encontrar soluções fracas positivas, consideraremos o problema onde u + u = p(u)e uα em, u = f (u) ν sobre, λψu q, u, f(u) =, u < Desigualdade de Trudinger-Moser Um resultado muito importante que será usado ao longo deste capítulo é a desigualdade de Trudinger-Moser (ver [1], [2] e [34]) dada no Teorema Para provar este teorema usaremos o lema e o teorema seguintes. 1

28 2.1. INTRODUÇÃO Lema Seja um domínio limitado em R 2 com fronteira C 1,α. Para cada x, podemos encontrar um L > tal que, para cada n tal que < 1 n ω n H 1 () satisfazendo (a) ω n e supp(ω n ) B L (x ) (b) ω n = 1 < L, existe uma função (c) para todo x B 1 (x ), ω n é constante e ωn 2 (x) = 1 ln (nl) + o (1), quando n, n π onde B L (x ) = {x R 2 : x x < L}. Demonstração: Veja Lema 3.3 em [3]. Teorema Seja R 2 um domínio limitado com fronteira C 2 e u H 1 (). Sejam u 2 2 = u 2 dx, e então sup A 1 = 2π. A 1 = m 1 (u) = 1 u dx, { } v 1 = u H 1 () : u dx = { δ : sup e δu2 u v 1, u 2 1 dx < Demonstração: Veja Teorema 4.1 em [3]. }, Teorema Seja u H 1 (). Então, para todo β >, vale que e βuα dx C, (2.1) onde C = C (u, ) é uma constante positiva e α (, 2]. Além disso, { } sup β : sup u 1 e βu2 dx < = 2π, (2.2) com u = ( ( u 2 + u 2) dx ) 1/2. 11

29 2.1. INTRODUÇÃO Demonstração: Para provar (2.1), consideremos R > tal que B R () e H 1 () = {u : u H(B 1 R ())}. Por Moser [2], obtemos que se u H(B 1 R (), então e βu2 L 1 ((B R ()), com β >. Como R é arbitrário, temos que e βu2 L 1 (), com β >. Sendo α (, 2], temos que e βuα dx e βu2 dx C, onde C = C (u, ). Agora, para provar (2.2), definamos { Ã 1 = β : sup u 1 e βu2 dx < }. Dado β < 2π, escolhamos ɛ > tal que β (1 + ɛ) 2 < 2π. Dados c 1 = sup m 1 (u) e c 2 = sup u 1 ϕ 2 1, m 1 (u)= e β(1+ɛ)2 ϕ 2 onde m 1 (u) está definido no Teorema Por este lema, c 2 < +. Seja u H 1 (), com u 1. Então, u 2 u 1. Escrevendo ϕ = u m 1 (u), temos que ϕ v 1, pois ϕ dx = [u m 1 (u)] dx = u dx 1 u dx =. Além disso, ϕ 2 = u 2 u 1. Assim, e βu2 dx = e β(ϕ+m 1(u)) 2 dx e β(1+ɛ) 2 ϕ 2 dx + ϕ c 1 ɛ e β( u +c 1) 2 ϕ c 1 ɛ dx e β(1+ɛ) 2 ϕ 2 dx. Disto, e do fato de ϕ 2 1, obtemos e βu2 dx c 2 + e βc2 1(1+ 1 ɛ) 2, o que implica que β Ã1. Logo, sup Ã1 2π. Afirmação: sup Ã1 = 2π. dx, e β(1+ɛ)2 ϕ 2 Com efeito, suponhamos que sup Ã1 2π. Como sup Ã1 2π, temos que sup Ã1 > 2π. Seja ɛ > tal que β = (1 + ɛ) 2π < sup Ã1 e c 3 = sup u 1 12 e βu2 dx. dx

30 2.2. FORMULAÇÃO VARIACIONAL Consideremos a sequência (ω n ) dada no Lema Então, c 3 e βω2 n B dx e (1+ɛ)2πω2n dx 1 (x ) e (1+ɛ)2πω2 n(x ). n B 1n (x ) Logo, para n suficientemente grande, temos que c 3 B 1 n (x ) e (1+ɛ)2 ln(nl) = C (nl) 2(1+ɛ). Quando n +, o lado direito da desigualdade anterior tende para mais infinito, o que é uma contradição, pois c 3 < +. Portanto, a afirmação segue. 2.2 Formulação variacional Para obtermos a formulação variacional de (P λ ), assumiremos inicialmente que u é uma função de classe C 2 ( ). Assim, multiplicando (P λ ) por uma função ϕ C (), obtemos uϕ + uϕ = p(u)e uα ϕ em e u ν ϕ = λψuq ϕ sobre. Integrando estas equações, temos uϕ dx + uϕ dx = Pelo Teorema de Green, Logo, uϕ dx = u ϕ dx p(u)e uα ϕ dx e u ϕ dx u ν ϕ dx = λ ψu q ϕ dx. u ν ϕ dx. u ν ϕ dx + uϕ dx = p(u)e uα ϕ dx. Disto, segue que, para qualquer ϕ C (), u ϕ dx + uϕ dx p(u)e uα ϕ dx λ ψu q ϕ dx =. Então, por um argumento de densidade, obtemos que, para toda ϕ H 1 (), u ϕ dx + uϕ dx p(u)e uα ϕ dx λ ψu q ϕ dx =. (2.3) Motivados por (2.3), temos a seguinte definição: 13

31 2.3. EXISTÊNCIA DE UM MÍNIMO LOCAL PARA J λ, PARA λ (, λ ) Definição Dizemos que u H 1 () é solução fraca de (P λ ) se satisfaz a igualdade (2.3), para toda ϕ H 1 (). Seja J λ : H 1 () R o funcional dado por J λ (u) = 1 2 ( u 2 + u 2) dx G(u) dx λ ψ u q+1 q + 1 dx, onde G(s) = s Pelo Apêndice (A.9), temos que, para cada ϕ H 1 (), J λ (u) ϕ = u ϕ dx + g(t) dt e g(t) = p(t)e tα. (2.4) uϕ dx g(u)ϕ dx λ ψ u q 1 uϕ dx. (2.5) Consequentemente, pontos críticos de J λ são soluções fracas de (P λ ). 2.3 Existência de um mínimo local para J λ, para λ (, λ ) Nesta seção, mostraremos que J λ possui um mínimo local numa vizinhança da origem de H 1 () quando λ é positivo e pequeno. O lema a seguir, será essencial para garantir a existência de tal mínimo. Lema Assumindo as hipóteses (H 1 ) (H 2 ), existem λ >, R (, π) e δ > tal que J λ (u) δ para todo u = R e λ (, λ ). Demonstração: Pela hipótese (H 2 )(d), temos que, dado ɛ >, existe s ɛ > tal que p (s) ɛs k, para todo s s ɛ e para algum k > 1. Assim, g(s) ɛs k e s2, para todo s s ɛ e para algum k > 1. Por outro lado, pela hipótese (H 2 )(e), temos que lim s + p(s) s k =. Assim, dado ɛ 1 >, existe δ > tal que p (s) ɛ 1 s k, para todo s (, δ] e para algum k > 1. Logo, g(s) ɛ 1 s k e s2, para todo s (, δ] e para algum k > 1. Para o caso em que s, temos g(s) = e a estimativa anterior vale. Além disso, desde que g(s) é contínua sobre [δ, s s k e s2 ɛ ], pelo Teorema de Weierstrass, existe constante positiva C 1 (δ, ɛ) tal que g(s) C 1 (δ, ɛ) s k e s2, 14

32 2.3. EXISTÊNCIA DE UM MÍNIMO LOCAL PARA J λ, PARA λ (, λ ) para s [δ, s ɛ ]. Então, fazendo C = max{ɛ, ɛ 1, C 1 (δ, ɛ)}, obtemos g(s) C s k e s2, para todo s R. Assim, G(s) = s g(t) dt s C t k e t2 dt C s k e s2 s dt = C s k+1 e s2. Integrando esta última estimativa e usando a desigualdade de Hölder, obtemos G(u) dx C = C [ ( u k+1 e u2 u 2(k+1) = C u k+1 L 2(k+1) () ( dx C ( ) 1 2(k+1) dx e 2 u 2 ( u u 2(k+1) ] k+1 ( u ) 2 ) (k+1) ( 2(k+1) dx e 2u2 e 2 u 2 ( u ) u 2 ) 1 2 dx. ) 1 2 dx ) 1 2 dx Agora, escolhamos R > tal que R 2 π. Então, pela desigualdade de Trudinger-Moser (2.2), temos que, para u R, e 2 u 2 ( u ) u 2 dx <. Disto e da imersão contínua de Sobolev H 1 () L s (), para todo s [1,+ ), obtemos que, para todo u R e para algum C 1 >, G(u) dx C 1 u k+1. (2.6) Usando a imersão contínua de Sobolev H 1 () L s ( ), para todo s [1,+ ) e o fato de que ψ é contínua em, obtemos ψ u q+1 dx ψ u q+1 dx = ψ u q+1 L q+1 ( ) C 2 u q+1. (2.7) Desta estimativa e de (2.6), segue que, para R 2 (, π) e para todo u = R, J λ (u) 1 2 u 2 C 1 u k+1 λc 2 u q+1. (2.8) Como k > 1, escolhamos e fixemos R 2 (, π) e λ > suficientemente pequeno tal que, para todo λ (, λ ), δ := 1 2 R2 C 1 R k+1 λc 2 R q+1 >. Com tais escolhas para R e para λ, por (2.8), obtemos δ > tal que, para todo u = R, J λ (u) δ. 15

33 2.3. EXISTÊNCIA DE UM MÍNIMO LOCAL PARA J λ, PARA λ (, λ ) Lema Sob as hipóteses (H 1 ) (H 2 ), temos que, para todo λ (, λ ), J λ possui um mínimo local próximo a origem de H 1 (). Demonstração: Sejam R, λ e δ como no Lema Dado λ (, λ ), notemos que, para t > pequeno, tem-se J λ (tu) <, para u H 1 ()\{}. De fato, J λ (tu) = 1 ( tu 2 + tu 2) dx G(tu) dx λ 2 q + 1 = t2 ( u 2 + u 2) dx G(tu) dx λtq+1 2 q + 1 ψ tu q+1 dx ψ u q+1 dx. (2.9) Sendo g(s), para todo s R, temos G(s), para todo s R. Além disso, como q + 1 < 2, temos t 2 < t q+1, para t > 1 e, consequentemente, λt q+1 ψ u q+1 dx > t2 q para t suficientemente pequeno. Assim, J λ (tu) t2 2 ( u 2 + u 2) dx, ( u 2 + u 2) dx λtq+1 ψ u q+1 dx <, q + 1 para t > suficientemente pequeno. Em particular, temos J λ (u) <, para algum u H 1 () com u R. Se J λ atingir mínimo local em algum u λ, com u λ R, então u λ < R, pois, pelo Lema 2.3.1, J λ (u) δ >, para u = R. Nosso objetivo agora é mostrar que J λ atinge um mínimo local para todo λ (, λ ). Com efeito, consideremos B R := {u H 1 () : u R } e uma sequência (u n ) B R tal que J λ (u n ) inf J λ (u) = a. (2.1) u B R Sendo H 1 () um espaço reflexivo e a sequência (u n ) limitada em H 1 (), pelo Teorema 1.2.3, a menos de subsequência, u n u λ em H 1 (). Logo, pela Proposição 1.2.2, u λ lim inf u n. Consequentemente, u λ 2 lim inf u n 2 R 2. (2.11) Afirmação: J λ é limitado em B R. 16

34 2.3. EXISTÊNCIA DE UM MÍNIMO LOCAL PARA J λ, PARA λ (, λ ) De fato, seja u B R. Assim, por (2.6) e (2.7), existem C 1, C 2 > tais que G(u) dx C 1 R k+1 e ψ u q+1 dx C 2 R q+1. Então, J λ (u) 1 2 u 2 + G(u) dx R2 + C 1 R k+1 + λc 2 q + 1 Rq+1 λ ψ u q+1 q + 1 dx e a afirmação segue. Em seguida, mostraremos que lim G(u n ) dx = G(u λ ) dx. De fato, pelo item (i) do Lema A.1.3, existe C > tal que g (u n ) Ce 2u2 n. Disto e do item (i) do Lema A.1.1, segue que G (u n ) Ce 2u2 n. Consequentemente, G (u n ) u n dx C e 2u2 n un dx. (2.12) Pela desigualdade de Hölder, temos ( ) 1 ( p e 2u2 n un dx e 2pu2 n dx com p > 1 e 1 p + 1 p para todo s [1, + ), segue que ) 1 ( u n p p dx = e 2p un 2 ( un ) 2 ) 1 p dx un L p (), = 1. Assim, usando a imersão contínua de Sobolev H 1 () L s (), ( e 2u2 n un dx C e 2p un 2 ( un un ) 2 ) 1 p dx un. Por outro lado, como u n 2 R 2 < π, existe p > 1 tal que 2p u n 2 2π. Então, usando a desigualdade de Trudinger-Moser (2.2) e o fato de (u n ) ser limitada em H 1 (), obtemos da desigualdade anterior que e 2u2 n un dx <. Desta estimativa e de (2.12) segue que sup G (u n ) u n dx <. n 17

35 2.3. EXISTÊNCIA DE UM MÍNIMO LOCAL PARA J λ, PARA λ (, λ ) Desde que u n u λ em H 1 (), pela imersão compacta de Sobolev H 1 () L s (), para todo s [2, + ), a menos de subsequência, u n u λ em L 2 (). Como é limitado, u n u λ em L 1 (). Além disso, pelo item (iii) do Lema A.1.3, g (u n ), g (u λ ) L 1 (). E, deste resultado e do item (i) do Lema A.1.1, segue que G (u n ), G (u λ ) L 1 (). Assim, usando o item (i) do Lema A.3.1, lim Em seguida, mostraremos que lim G(u n ) dx = ψ u n q+1 dx = G(u λ ) dx. (2.13) ψ u λ q+1 dx. (2.14) Com efeito, como (u n ) H 1 (), pela imersão contínua de Sobolev H 1 () L 2 ( ), (u n ) L 2 ( ). Sendo limitado, (u n ) L q+1 ( ), para todo q [, 1). Assim, u n q+1 L 1 ( ), para todo q [, 1). Então, ψ u n q+1 dx ψ u n q+1 dx <. Consequentemente, para todo q [, 1), ψ u n q+1 L 1 ( ) e, uma vez que, u n u λ em H 1 (), pela imersão compacta de Sobolev H 1 () L 2 ( ), a menos de subsequência, u n u λ em L 2 ( ). Logo, pelo Teorema 1.1.7, a menos de subsequência, u n (x) u λ (x) quase sempre sobre e existe h L 2 ( ) tal que u n (x) h(x) quase sempre sobre. Assim, ( ψ u n q+1) (x) ( ψ u λ q+1) (x) e ( ψ ( u n q+1 u λ q+1)) (x) ψ(x) ( un (x) q+1 + u λ (x) q+1) ψ ( h q+1 (x) + u λ (x) q+1) quase sempre em. Agora, como h, u λ L 2 ( ) e é limitado, temos que h, u λ L s ( ), para todo s [1, 2]. Como q+1 [1, 2), então h, u λ L q+1 ( ). Logo, h q+1, u q+1 λ L 1 ( ). Portanto, ψ h q+1 + u λ q+1 L 1 ( ). Então, pelo Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue, lim ψ u n q+1 dx = ψ u λ q+1 18 dx.

36 2.3. EXISTÊNCIA DE UM MÍNIMO LOCAL PARA J λ, PARA λ (, λ ) Além disso, desde que u n R, pelo Teorema de Weierstrass, a menos de subsequência, u n converge e deste fato, juntamente com os resultados obtidos em (2.13) e (2.14), segue de (2.1) que Consequentemente, por (2.11), temos 1 2 lim u n 2 = a + G(u λ ) + λ ψ u λ q+1. n q u λ 2 a + G(u λ ) + λ ψ u λ q+1, q + 1 o que implica que J λ (u λ ) a. Por outro lado, J λ (u λ ) a. Assim, J λ (u λ ) = a e u λ é mínimo local para J λ próximo à origem do H 1 () Regularidade das soluções (P λ ). Nosso objetivo agora é obter um resultado de regularidade para as soluções fracas de Lema Seja u λ uma solução fraca de (P λ ). Então, u λ quase sempre em. Demonstração: Desde que u λ é uma solução fraca de (P λ ), considerando ϕ = u λ como função teste em (2.5), obtemos u λ u λ dx + u λ u λ dx = g(u λ )u λ dx + λ ψ u λ q 1 u λ u λ dx. Pela hipótese (H 2 )(b), temos que, em A := {x : u λ (x) < }, g (u λ ) =. Logo, g(u λ )u λ dx = A e, em A + := {x : u λ (x) } = { x : u λ (x) = }, g(u λ )u λ dx =. A + Assim, em = A + A, g(u λ )u λ dx =. 19

37 2.3. EXISTÊNCIA DE UM MÍNIMO LOCAL PARA J λ, PARA λ (, λ ) Agora, usando a função ψ u q 1 u, u >, h(u) =, u, e defindo os conjuntos B := {x : u λ (x) < } e B + := {x : u λ (x) }, concluímos, de forma análoga ao caso anterior, que ψ u λ q 1 u λ u λ dx =, em = B + B. Destes resultados e usando que ( u λ u λ dx + u λ u λ dx = u 2 λ dx + u 2 λ ) dx = u 2, obtemos que u λ =. Logo, u λ = quase sempre em e, portanto, u λ = u + λ u λ = u+ λ quase sempre em. O lema seguinte será muito usado ao longo deste trabalho. Para uma prova, confira [19]. Lema Seja u C 2,θ ( ), para algum θ (, 1), com u e u. Se u + u em no sentido fraco e u ν Demonstração: sobre, então u > em. Segue do Lema de Hopf (ver [1]) em combinação com o Teorema 1.3 em [19]. Lema Seja u C 2 (). Se ( u ϕ + uϕ) dx, (2.15) para todo ϕ H 1 (), ϕ, então u + u em no sentido fraco. Demonstração: Se u C 2 (), dado x, existe 2R > tal que B R (x ), pois é limitado. Assim, u C ( 2 B R (x ) ). Logo, pelo Teorema 1.4.1, ( u ϕ + uϕ) dx = ( u u) ϕ dx, B R (x ) B R (x ) para todo ϕ C (B R (x )). Da igualdade anterior e desde que (2.15) ocorra, obtemos ( u u) ϕ dx, B R (x ) 2 λ

38 2.3. EXISTÊNCIA DE UM MÍNIMO LOCAL PARA J λ, PARA λ (, λ ) para todo ϕ C (B R (x )), ϕ. Assim, u + u em B R (x ). Logo, u (x ) + u (x ) para x. Como x é arbitrário, temos que u + u em. Lema Seja u λ solução fraca de (P λ ). Então u λ C 2,θ ( ) para algum θ (, 1). Além disso, se u λ é não-trivial, então u λ > em. Demonstração: Seja u λ solução fraca de (P λ ). Provaremos inicialmente que p (u λ ) e u2 λ u λ L p (), para todo 1 < p < +. De fato, usando que g (u λ ) = p (u λ ) e u2 λ Lema A.1.3, temos que g (u λ ) p dx C e pβu2 λ dx, e o item (i) do com β > e 1 < p < +. Agora, usando a desigualdade de Trudinger-Moser (2.1), temos que epβu2 λ dx <. Assim, g (u λ ) p dx <. Logo, g (u λ ) L p () para todo 1 < p < +. Pela imersão contínua de Sobolev H 1 () L s (), para todo s [1, + ), temos que u λ L p () para todo 1 < p < +. Assim, g (u λ ) u λ L p () para todo 1 < p < +. Logo, pelo Teorema de Calderon- Zygmund (Teorema 1.4.2), u λ W 2,p () e u λ = p (u λ ) e u2 λ uλ quase sempre em. Escolhamos p de modo que 2 < 1 e 2 seja não-inteiro. Assim, 2 > 2 e, desde que p p p u λ W 2,p (), pelo Teorema 1.3.4, temos que u λ C 2 [ ( p] 1,θ 2 ) [ ], com θ = p Então, u λ C 1,θ ( ). Além disso, como u λ C 1,θ ( ) temos que u λ C,θ ( ) e, por composição, g (u λ ) C,θ ( ). Então, pelo Teorema de Schauder (Teorema 1.4.4), u λ C 2,θ ( ), para algum θ (, 1). Agora, sendo u λ C 2 () solução fraca de (P λ ), temos que ( u λ ϕ + u λ ϕ) dx = g(u λ )ϕ dx + λ ψ u λ q ϕ dx, para cada ϕ H 1 (), ϕ. Assim, pelo Lema 2.3.5, u λ + u λ em no sentido fraco. Além disso, u λ ν = f (u λ) sobre e, desde que u λ é não-trivial, pelo Lema 2.3.4, obtemos que u λ > em. 2 p 21

39 2.4. NÃO EXISTÊNCIA DE SOLUÇÃO 2.4 Não existência de solução Definamos Λ := sup {λ > : (P λ ) tem solução fraca}. (2.16) O lema a seguir garantirá que, para λ > Λ, (P λ ) não tem solução fraca. Lema Seja Λ definido em (2.16). Então < Λ <. Demonstração: (2.5). Então, por (2.3), obtemos u λ dx = Como u λ Seja u λ solução fraca de (P λ ). Façamos ϕ = 1 como função teste em g (u λ ) dx + λ ψu q λ dx. (2.17) H 1 (), pela imersão contínua de Sobolev H 1 () L s (), para todo s [1, + ), temos que u λ L s (), para todo s 1. Como é limitado, existe C 1 = C 1 (p, ) > tal que u λ L 1 () C 1 u λ L p (), para todo p > 1. Mostraremos agora que existe C 2 = C 2 (p, ) > tal que g (u λ ) dx C 2 u λ p L p (). (2.18) Com efeito, prova-se facilmente que, para todo s e p 1, existe C = C (p, ) > tal que s p Cp (s) e s2. Consequentemente, u p λ dx C g (u λ ) dx, donde obtém-se a desigualdade (2.18), com C 2 = 1. Então, usando (2.17), temos que C C 2 u λ p L p () g (u λ ) dx u λ dx = u λ L 1 () C 1 u λ L p (), o que implica C 2 u λ p L p () C 1 u λ L p (). Denotando t = u λ L p (), obtemos da estimativa acima que t (C 2t p 1 C 1 ). Como as soluções da inequação anterior pertencem ao intervalo [, (C 1 /C 2 ) 1/(p 1) ], temos que 22

40 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL u λ L p () (C 1/C 2 ) 1/(p 1). Assim, concluímos que, para todo p > 1, existe C > que não depende de λ tal que u λ L p () C. Além disso, o que implica que u λ L p () u λ L 1 () C 1 (p, ) u λ L p () C, (2.19) é limitada por uma constante que não depende de λ para todo p 1. Agora, fazendo ϕ = u q λ como função teste em (2.5), obtemos u λ ( ) u q λ dx + u 1 q λ dx = u q λ g (u λ) dx + λ Como pois u λ > e q [, 1), temos que u λ ( ) u q λ dx = q u 1 q λ u λ 2 dx, u 1 q λ ψ dx. dx λ ψ dx. (2.2) Pela hipótese (H 1 ), ψ dx <. Então, usando (2.19) e a desigualdade de Hölder, obtemos de (2.2) que λ C u 1 q λ ( dx C C 1/r u λ 1 q L 1 () < C, ) ( ) 1/r ( ) 1/r u 1 q r λ dx 1 r dx onde C é uma constante que não depende de λ, r = 1 1 q e 1 r + 1 r = 1. Logo, Λ < e Λ >, pois λ >. 2.5 Existência de uma solução minimal Nesta seção, usaremos o método de sub e supersolução para garantir a existência de uma solução minimal para (P λ ), para cada λ (, Λ). Para tanto, consideremos o seguinte problema: u + u = u > em, u ν = λψµq sobre, 23 (2.21)

41 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL onde µ é uma constante positiva. Uma função u H 1 () é dita uma subsolução de (2.21) se, para todo ϕ H 1 (), ϕ, u ϕ dx + uϕ dx λ ψµ q ϕ dx. Dizemos que u H 1 () é supersolução de (2.21) se, para todo ϕ H 1 (), ϕ, u ϕ dx + uϕ dx λ ψµ q ϕ dx. O próximo teorema é o resultado principal desta seção. Antes de prová-lo, mostraremos um lema que será fundamental para a prova deste teorema. Teorema (P λ ) admite solução minimal u λ, para todo λ (, Λ) Existência de solução para (P λ ) para λ (, Λ) Lema Seja Λ definido em (2.16). λ (, Λ). Então (P λ ) possui uma solução fraca para cada Demonstração: Fixemos λ (, Λ). Pela caracterização de Λ, podemos obter λ < λ 2 < Λ tal que (P λ2 ) tem solução fraca não-trivial. Seja u λ2 tal solução. Pelo Lema 2.3.6, u λ2 C 2,θ ( ) para algum θ (, 1) e u λ2 > em. Consideremos µ como sendo o menor valor assumido por u λ2 em. Mostraremos inicialmente que (2.21) tem uma única solução fraca. Com efeito, consideremos o funcional f : H 1 () R tal que f(ϕ) = λ ψµ q ϕ dx. Verifica-se facilmente que f é linear. Além disso, f é contínuo. De fato, usando a imersão contínua de Sobolev H 1 () L s ( ), para todo s [1, + ), obtemos f(ϕ) = λ ψµ q ϕ dx C ϕ dx C ϕ L 1 ( ) C ϕ, para todo ϕ H 1 (). Assim, f H 1 () e, pelo Teorema da Representação de Riesz (Teorema 1.2.1), existe um único v λ H 1 () tal que, para todo ϕ H 1 (), f(ϕ) = v λ, ϕ. Então, para todo ϕ H 1 (), obtemos v λ, ϕ = v λ ϕ dx + 24 v λ ϕ dx = λ ψµ q ϕ dx. (2.22)

42 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL Com este resultado, concluímos que v λ é a única solução fraca de (2.21). Logo, v λ é não-trivial, pois, do contrário, por (2.22), teríamos que f(ϕ) =, para todo ϕ H 1 (). Consequentemente, ψµ q ϕ dx =, para todo ϕ H 1 (), pois λ. Assim, ψµ q = quase sempre sobre. Como ψ é não-negativa e ψ, então µ q =, o que é um absurdo, pois u λ2 > em. Agora, prosseguindo de maneira análoga ao que foi feito no Lema 2.3.6, podemos mostrar que v λ C ( 2,θ ) para algum θ (, 1). Além disso, por (2.22), temos que ( v λ ϕ + v λ ϕ) dx, para todo ϕ H 1 (), ϕ. Logo, pelo Lema 2.3.5, v λ + v λ em no sentido fraco. Deste resultado, juntamente do fato de v λ ν = λψµq sobre e de v λ, pelo Lema 2.3.4, segue que v λ > em. Afirmação: u λ2 é supersolução de (2.21) e v λ < u λ2 em. Com efeito, sendo u λ2 solução fraca de (P λ ), temos que u λ2 ϕ dx + u λ2 ϕ dx = g (u λ2 ) ϕ dx + λ 2 ψu q λ 2 ϕ dx, para todo ϕ H 1 (). Como g é não-negativa, g (u λ 2 ) ϕ dx, para todo ϕ. Assim, u λ2 ϕ dx + u λ2 ϕ dx λ 2 ψu q λ 2 ϕ dx = g (u λ2 ) ϕ dx, para todo ϕ. Desta estimativa e usando a definição de µ e o fato de λ 2 > λ, obtemos u λ2 ϕ dx + u λ2 ϕ dx λ 2 ψu q λ 2 ϕ dx λ ψµ q ϕ dx, para todo ϕ H 1 (), ϕ. Logo, u λ2 é supersolução de (2.21). Notemos que (u λ2 v λ ) ϕ dx + (u λ2 v λ ) ϕ dx = u λ2 ϕ dx + u λ2 ϕ dx v λ ϕ dx v λ ϕ dx = u λ2 ϕ dx + u λ2 ϕ dx λ 25 ψµ q ϕ dx,

43 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL para todo ϕ H 1 (), ϕ, pois u λ2 é supersolução de (2.21). Então, pelo Lema 2.3.5, obtemos que (u λ2 v λ ) + (u λ2 v λ ) em no sentido fraco. Além disso, como µ u λ2 sobre, temos que (u λ2 v λ ) ν = u λ 2 ν v λ ν = λψuq λ 2 λψµ q, sobre. Agora, notemos que u λ2 v λ, pois, do contrário, u λ2 seria solução fraca de (2.21). Por outro lado, temos que u λ2 é solução fraca de (P λ2 ). Com estes resultados, e escolhendo ϕ C ( ) tal que ϕ >, teríamos λ ψµ q ϕ dx = u λ2 ϕ dx + u λ2 ϕ dx = g (u λ2 ) ϕ dx + λ 2 ψu q λ 2 ϕ dx. Disto, e do fato de λ 2 > λ, temos que, para ϕ H 1 () com ϕ >, λ 2 ψ ( u q λ 2 µ q) ϕ dx g (u λ2 ) ϕ dx. Por outro lado, temos que, para ϕ >, λ 2 ψ ( u q λ 2 µ q) ϕ dx e g (u λ2 ) ϕ dx >, pois g é não-decrescente, (H 2 ) (e) ocorre e u λ2 > em. Logo, λ 2 ψ ( u q λ 2 µ q) ϕ dx = g (u λ2 ) ϕ dx <, chegando a uma contradição. Portanto, u λ2 v λ. Assim, pelo Lema 2.3.4, v λ < u λ2 está provada a afirmação. Agora, definamos as funções g λ : R R e h λ : R R por: g (v λ (x)), t < v λ (x), g λ (x, t) = g (t), v λ (x) t u λ2 (x), g (u λ2 (x)), t > u λ2 (x) em e (2.23) e h λ (x, t) = λψ (x) µ q, t < v λ (x), λψ (x) t q, v λ (x) t u λ2 (x), λψ (x) u q λ 2 (x), t > u λ2 (x). (2.24) 26

44 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL Sejam G λ (x, s) = s g λ (x, t) dt e H λ (x, s) = Afirmamos que o funcional J λ : H 1 () R definido por J λ (u) = 1 ( u 2 + u 2) dx G λ (x, u) dx 2 s h λ (x, t) dt. é coercivo e sequencialmente fracamente semicontínuo inferiormente. H λ (x, u) dx De fato, como u λ2 C 2,θ ( ), pela continuidade de g e de λψu q λ 2 e pelas definições (2.23) e (2.24), temos que existem C 1, C 2 > tais que g λ (x, t) g(u λ2 (x)) C 1, para x e h λ (x, t) λψ (x) u q λ 2 (x) C 2, para x, o que implica e G λ (x, s) = H λ (x, s) = s s g λ (x, t) dt C 1 s, para todo x h λ (x, t) dt C 2 s, para todo x. Usando as imersões contínuas de Sobolev H 1 () L s () e H 1 () L s ( ), para todo s [1, + ), obtemos G λ (x, u) dx C 1 Destes resultados, segue que u dx C 1 u e H λ (x, u) dx C 2 J λ (u) 1 2 u 2 C 1 u C 2 u = u 2 ( 1 2 (C 1 + C 2 ) u Fazendo u + na desigualdade anterior, obtemos J λ (u) +. u dx C 2 u. ). Assim, J λ (u) é coercivo. Agora, seja u n u em H 1 (). Pela Proposição 1.2.2, temos que u lim inf u n. Consequentemente, u 2 lim inf u n 2. (2.25) Pela imersão compacta de Sobolev H 1 () L s (), para todo s [2, + ), temos que, a menos de subsequência, u n u em L 2 (). L 1 (). Logo, pelo Teorema 1.1.7, a menos de subsequência, Como é limitado, segue que u n u em u n (x) u (x) quase sempre em (2.26) 27

45 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL e existe h 1 L 1 () tal que u n (x) h 1 (x) quase sempre em. Disto e da definição (2.23), temos G λ (x, u n (x)) = = Consequentemente, un(x) vλ (x) vλ (x) g λ (x, t) dt g λ (x, t) dt + g (v λ (x)) dt + uλ2 (x) v λ (x) uλ2 (x) v λ (x) g λ (x, t) dt + un(x) g (u λ2 (x)) dt + u λ2 (x) un(x) g λ (x, t) dt u λ2 (x) g (u λ2 (x)) dt. G λ (x, u n (x)) g (v λ (x)) v λ (x) + g (u λ2 (x)) (u λ2 (x) v λ (x)) + g (u λ2 (x)) u n (x) u λ2 (x) C 1 + C 2 + C 3 u n (x) u λ2 (x) C + C 3 h 1 (x), para todo x. De maneira análoga, obtemos C > tal que G λ (x, u (x)) Ch 1 (x), para todo x. Usando (2.26) e o fato de G λ ser contínua na segunda variável, obtemos G λ (x, u n (x)) G λ (x, u (x)) quase sempre em. Além disso, como h 1 L 1 () e <, temos que Gλ (x, u n (x)) G λ (x, u (x)) C + Ch1 (x) L 1 (). Então, pelo Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue, G λ (x, u n ) dx = G λ (x, u) dx. lim Para mostrar que lim H λ (x, u n ) dx = H λ (x, u) dx, é suficiente utilizar a imersão compacta de Sobolev H 1 () L s ( ), para todo s [2, + ), e proceder de maneira similar ao que fizemos para obter a convergência anterior. Destas convergências e de (2.25), temos que ( ) 1 lim inf J λ (u n ) = lim inf 2 u n 2 G λ (x, u n ) dx H λ (x, u n ) dx 1 [ ( )] 2 lim inf u n 2 + lim inf G λ (x, u n ) dx + H λ (x, u n ) dx 1 2 u 2 G λ (x, u) dx H λ (x, u) dx = J λ (u). 28

46 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL Assim, J λ é sequencialmente fracamente semicontínuo inferiormente. Logo, pelo Teorema 1.5.2, J λ é limitado inferiormente e atinge mínimo em H 1 (). Seja u λ o mínimo global de J λ sobre H 1 (). Como J λ é o funcional associado ao problema u + u = g λ (x, u) em, u > u ν = h λ (x, u) sobre, (2.27) então u λ é solução fraca de (2.27). De forma análoga ao que fizemos com o problema (P λ ), verifica-se que u λ C 2,θ (), para algum θ (, 1). Agora, como g é não-decrescente, pela definição (2.23), temos g λ (x, t) g (u λ2 (x)), para todo t R e x. Em particular, temos g λ (x, u λ (x)) g (u λ2 (x)), para todo x. (2.28) Pela definição de (2.24), h λ (x, u λ (x)) λψ (x) u q λ 2 (x), para todo x. (2.29) Afirmação: v λ u λ < u λ2 em. Com efeito, para mostrar que v λ u λ em, notemos que sendo u λ e v λ soluções fracas de (2.27) e (2.21), respectivamente, encontramos (u λ v λ ) ϕ dx + (u λ v λ ) ϕ dx = u λ ϕ dx + u λ ϕ dx v λ ϕ dx v λ ϕ dx = g λ (x, u λ ) ϕ dx + h λ (x, u λ ) ϕ dx λ ψµ q ϕ dx, para todo ϕ H 1 (). Escolhendo ϕ = (u λ v λ ) = max{, (u λ v λ )}, temos que g λ (x, u λ ) ϕ dx = g λ (x, u λ ) ϕ dx + g λ (x, u λ ) ϕ dx [v λ u λ ] [u λ <v λ ] = g (v λ ) ( u λ + v λ ) dx [u λ <v λ ] 29

47 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL e h λ (x, u λ ) ϕ dx = h λ (x, u λ ) ϕ dx + h λ (x, u λ ) ϕ dx [v λ u λ ] [u λ <v λ ] = λ ψµ q ( u λ + v λ ) dx. [u λ <v λ ] Além disso, λ ψµ q ϕ dx = λ = λ [v λ u λ ] [u λ <v λ ] ψµ q ϕ dx λ ψµ q ϕ dx [u λ <v λ ] ψµ q ( u λ + v λ ) dx. Somando estas últimas igualdades, obtemos g λ (x, u λ ) ϕ dx + h λ (x, u λ ) ϕ dx λ ψµ q ϕ dx = [u λ <v λ ] g (v λ ) ( u λ + v λ ) dx. Como g é não-negativa e, para u λ < v λ, tem-se que u λ + v λ >, então g (v [u λ <v λ ] λ) ( u λ + v λ ) dx. Por outro lado, (u λ v λ ) (u λ v λ ) dx + (u λ v λ ) (u λ v λ ) dx = (uλ v λ ) 2. Assim, g (v λ ) ( u λ + v λ ) dx = (uλ v λ ) 2. [u λ <v λ ] Consequentemente, (uλ v λ ) 2 =. Disto, segue que (u λ v λ ) = quase sempre em. Logo, u λ v λ quase sempre em. Assim, inf (u λ v λ ) quase sempre em. Agora, como u λ e v λ satisfazem u λ + u λ = g λ (x, u λ ) e v λ + v λ = no sentido fraco, subtraindo a primeira destas igualdades pela segunda, obtemos que (u λ v λ ) + (u λ v λ ) = g λ (x, u λ ). O que implica que (u λ v λ ) (u λ v λ ) no sentido fraco. No que segue, mostraremos que u λ v λ. De fato, supondo o contrário, e usando novamente o fato de que u λ é solução fraca de (2.27) e v λ de (2.21), teríamos que g λ (x, u λ ) ϕ dx + h λ (x, u λ ) ϕ dx = λ ψµ q ϕ dx, (2.3) para todo ϕ H 1 (). Escolhamos ϕ C ( ), ϕ >, tal que supp(ϕ). Então, ϕ =. Assim, segue de (2.3) que g λ (x, u λ ) ϕ dx =, o que é um absurdo, pois, 3

48 2.5. EXISTÊNCIA DE UMA SOLUÇÃO MINIMAL usando a hipótese (H 2 ) (e) e os fatos de que u λ > em, g λ é não-decrescente e ϕ >, temos que g λ (x, u λ ) ϕ dx >. Logo, u λ v λ. Afirmação: u λ v λ > em. De fato, suponha que existe x tal que (u λ v λ ) (x ) =. Assim, desde que é aberto, existe B R (x ) tal que inf (u λ v λ ) = inf (u λ v λ ), quase sempre em. B R (x ) Disto, e do fato de (u λ v λ ) (u λ v λ ) no sentido fraco, segue do Teorema que (u λ v λ ) é constante em. Logo, como (u λ v λ ) (x ) = e x, então (u λ v λ ) =, o que contradiz o fato de que u λ v λ. Logo, a afirmação segue. Agora, desde que u λ, v λ C 2,θ ( ), mostraremos que u λ v λ sobre. Com efeito, supondo o contrário, existiria x tal que u λ (x ) < v λ (x ). Como x, existe uma sequência (x k ) tal que x k x. Como, u λ > v λ em, temos que u λ (x k ) > v λ (x k ). Disto e da continuidade das funções u λ e v λ, segue que u λ (x ) v λ (x ). O que é uma contradição. Logo, u λ v λ em. Disto e do fato de u λ > v λ em, temos que u λ v λ em. que Agora, usando que u λ2 e u λ são soluções fracas de (P λ ) e (2.27), respectivamente, temos (u λ2 u λ ) ϕ dx + (u λ2 u λ ) ϕ dx = u λ2 ϕ dx + u λ2 ϕ dx u λ ϕ dx ( g (u λ2 ) ϕ dx + λψu q λ 2 ϕ dx g λ (x, u λ ) ϕ dx + u λ ϕ dx = ) h λ (x, u λ ) ϕ dx, para todo ϕ H 1 (). Assim, por (2.28) e (2.29), obtemos da igualdade anterior que (u λ2 u λ ) ϕ dx + (u λ2 u λ ) ϕ dx, para todo ϕ H 1 (), ϕ. Logo, pelo Lema 2.3.5, (u λ2 u λ ) + (u λ2 u λ ) em no sentido fraco. Usando novamente (2.29), temos que (u λ2 u λ ) ν = λ 2 ψu q λ 2 h λ (x, u λ ), sobre. 31

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA TARCIANA MARIA SANTOS DA SILVA Ondas estacionárias para algumas classes de equações de

Leia mais

1 Introdução. Problemas Elípticos Assintoticamente Lineares

1 Introdução. Problemas Elípticos Assintoticamente Lineares Problemas Elípticos Assintoticamente Lineares Caíke da Rocha DAMKE; Edcarlos Domingos da SILVA Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal de Goiás, Campus II- Caixa Postal 131, CEP 74001-970

Leia mais

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ PARA MEDIDAS DANIEL V. TAUSK Ao longo do texto, denotará sempre um espaço topológico fixado. Além do mais, as seguintes notações serão utilizadas: supp f denota o suporte

Leia mais

Multiplicidade de soluções para problemas elípticos singulares envolvendo crescimento crítico

Multiplicidade de soluções para problemas elípticos singulares envolvendo crescimento crítico Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Matemática Doutorado em Matemática Multiplicidade de soluções para problemas elípticos singulares envolvendo crescimento

Leia mais

Notas de Aula. Análise Funcional

Notas de Aula. Análise Funcional Notas de Aula Análise Funcional Rodney Josué Biezuner 1 Departamento de Matemática Instituto de Ciências Exatas (ICEx) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Notas de aula do curso Análise Funcional

Leia mais

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que O Teorema de Peano Equações de primeira ordem Seja D um conjunto aberto de R R n, e seja f : D R n (t, x) f(t, x) uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e

Leia mais

Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Exatas. Departamento de Matemática

Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Exatas. Departamento de Matemática Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Existência e Multiplicidade de soluções limitadas para uma classe de equações quasilineares elípticas por Shirley da Silva

Leia mais

Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018

Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018 Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018 Professor Marcos Leandro 17 de Junho de 2018 1. Sejam M um subespaço de um espaço de Hilbert H e f M. Mostre que f admite uma única extensão para H preservando

Leia mais

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes Notas Sobre Sequências e Séries 2015 Alexandre Fernandes Limite de seqüências Definição. Uma seq. (s n ) converge para a R, ou a R é limite de (s n ), se para cada ɛ > 0 existe n 0 N tal que s n a < ɛ

Leia mais

Andréia Gomes Pinheiro

Andréia Gomes Pinheiro UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Andréia Gomes Pinheiro Existência de solução para um problema do tipo Kirchhoff

Leia mais

Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas.

Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas. Capítulo 2 Espaços de Banach Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas. 2.1 Espaços métricos O conceito de espaço métrico é um dos conceitos

Leia mais

Compacidade de conjuntos e operadores lineares

Compacidade de conjuntos e operadores lineares Compacidade de conjuntos e operadores lineares Roberto Imbuzeiro Oliveira 13 de Janeiro de 2010 No que segue, F = R ou C e (X, X ), (Y, Y ) são Banach sobre F. Recordamos que um operador linear T : X Y

Leia mais

Problemas de Kirchhoff com crescimento

Problemas de Kirchhoff com crescimento Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Problemas de Kirchhoff com crescimento crítico por Luan Diego de Oliveira Orientador: Marcelo Fernandes Furtado Brasília

Leia mais

Estudo de equações e sistemas de equações elípticos não lineares com expoente crítico em R 2

Estudo de equações e sistemas de equações elípticos não lineares com expoente crítico em R 2 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA Estudo de equações e sistemas de equações elípticos não lineares com expoente crítico em Jorge Miguel Campilho Fragoso Mestrado em

Leia mais

Sobre um Sistema do tipo Schrödinger-Poisson

Sobre um Sistema do tipo Schrödinger-Poisson Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Sobre um Sistema do tipo Schrödinger-Poisson por Alex de

Leia mais

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula bola fechada de centro a e raio r: B r [a] = {p X d(p, a) r} MAT5711 - Cálculo Avançado - Notas de Aula 2 de março de 2010 1 ESPAÇOS MÉTRICOS Definição 11 Um espaço métrico é um par (X, d), onde X é um

Leia mais

Mini-Curso II. Introdução às Equações Elípticas

Mini-Curso II. Introdução às Equações Elípticas Mini-Curso II Introdução às Equações Elípticas Claudianor O. Alves Universidade Federal de Campina Grande Decania do CCMN/UFRJ IM/UFRJ Rio de Janeiro, 07-09 de novembro de 2007 1 Universidade Federal de

Leia mais

Resumo. Neste trabalho estudamos os espaços L p(x) (Ω) e W 1, p(x) (Ω), bem como a exitência de solução fraca para problemas elípticos do tipo

Resumo. Neste trabalho estudamos os espaços L p(x) (Ω) e W 1, p(x) (Ω), bem como a exitência de solução fraca para problemas elípticos do tipo Resumo Neste trabalho estudamos os espaços L p(x) () e W 1, p(x) (), bem como a exitência de solução fraca para problemas elípticos do tipo p(x) u = f(x, u), x, u W 1, p(x) (), onde R N é um domínio limitado

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência. V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia Mestrado em Matemática, UFBA, 2014 Modos de convergência

Leia mais

Topologia. Fernando Silva. (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) 13-agosto-2018

Topologia. Fernando Silva. (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) 13-agosto-2018 Topologia (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) Fernando Silva 13-agosto-2018 A última revisão deste texto está disponível em http://webpages.fc.ul.pt/~fasilva/top/ Este texto é uma revisão do texto

Leia mais

EQUAÇÕES DO TIPO KIRCHHOFF ENVOLVENDO CRESCIMENTO NÃO-POLINOMIAL

EQUAÇÕES DO TIPO KIRCHHOFF ENVOLVENDO CRESCIMENTO NÃO-POLINOMIAL Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática EQUAÇÕES DO TIPO KIRCHHOFF ENVOLVENDO CRESCIMENTO NÃO-POLINOMIAL por Henrique Rennó Zanata Orientador: Prof. Dr. Marcelo

Leia mais

Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período Professor: João Marcos do Ó. { 0 se j = 1 y j = (j 1) 1 x j 1 se j 2.

Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período Professor: João Marcos do Ó. { 0 se j = 1 y j = (j 1) 1 x j 1 se j 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período 2009.2. Professor:

Leia mais

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R.

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R. UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM095 - Análise I Prof José Carlos Eidam Lista 4 INSTRUÇÕES Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam

Leia mais

INTRODUÇÃO À ANÁLISE CONVEXA E APLICAÇÕES INTRODUCTION TO CONVEX ANALYSIS AND APLICATIONS

INTRODUÇÃO À ANÁLISE CONVEXA E APLICAÇÕES INTRODUCTION TO CONVEX ANALYSIS AND APLICATIONS X CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PIBIC/CNPq/UFCG-2013 INTRODUÇÃO À ANÁLISE CONVEXA E APLICAÇÕES João Paulo Formiga de Meneses 1, Jefferson Abrantes dos Santos

Leia mais

Equações Semilineares Elípticas com o Termo Não-Linear Relacionado ao Primeiro Autovalor

Equações Semilineares Elípticas com o Termo Não-Linear Relacionado ao Primeiro Autovalor Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Matemática Programa de Pós-Graduação em Matemática Equações Semilineares Elípticas com o Termo Não-Linear Relacionado ao Primeiro Autovalor Dissertação

Leia mais

Física Matemática II: Notas de aula

Física Matemática II: Notas de aula Física Matemática II: Notas de aula Rafael Sussumu Y. Miada Nessas notas, faremos uma introdução à teoria dos espaços métricos e normados, e aos operadores lineares em espaços normados. Os resultados obtidos

Leia mais

Convergência em espaços normados

Convergência em espaços normados Chapter 1 Convergência em espaços normados Neste capítulo vamos abordar diferentes tipos de convergência em espaços normados. Já sabemos da análise matemática e não só, de diferentes tipos de convergência

Leia mais

Existência, não existência e unicidade de solução positiva para problemas elípticos sublineares.

Existência, não existência e unicidade de solução positiva para problemas elípticos sublineares. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Dissertação de Mestrado Existência, não existência e unicidade de solução positiva

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência V. Araújo Mestrado em Matemática, UFBA, 2014 1 Modos de convergência Modos de convergência Neste ponto já conhecemos quatro modos de convergência

Leia mais

Existência de solução não-negativa para equações indefinidas do tipo Kirchhoff em domínio exterior com crescimento subcrítico ou crítico.

Existência de solução não-negativa para equações indefinidas do tipo Kirchhoff em domínio exterior com crescimento subcrítico ou crítico. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Dissertação de Mestrado Existência de solução não-negativa para equações indefinidas

Leia mais

Existência de Solução Global e Taxas de Decaimento para uma Equação de Placas Semilinear em R n

Existência de Solução Global e Taxas de Decaimento para uma Equação de Placas Semilinear em R n Existência de Solução Global e Taxas de Decaimento para uma Equação de Placas Semilinear em R n Cleverson Roberto da Luz Universidade Federal do Rio de Janeiro-Instituto de Matemática 21945-97, CT, Ilha

Leia mais

LISTA 3 DE INTRODUÇÃO À TOPOLOGIA 2011

LISTA 3 DE INTRODUÇÃO À TOPOLOGIA 2011 LISTA 3 DE INTRODUÇÃO À TOPOLOGIA 2011 RICARDO SA EARP Limites e continuidade em espaços topológicos (1) (a) Assuma que Y = A B, onde A e B são subconjuntos abertos disjuntos não vazios. Deduza que A B

Leia mais

Um estudo sobre problemas elípticos singulares perturbados por termos sublineares

Um estudo sobre problemas elípticos singulares perturbados por termos sublineares Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Um estudo sobre problemas elípticos singulares perturbados por termos sublineares por Laura Cristina Lobato de Olivindo

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Transporte de medidas Teoria da Medida e Integração (MAT505) Transporte de medidas e medidas invariantes. Teorema de Recorrência de Poincaré V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia

Leia mais

Existência de solução fraca para um problema de Dirichlet não-linear com a condição de Ambrosetti-Rabinowitz

Existência de solução fraca para um problema de Dirichlet não-linear com a condição de Ambrosetti-Rabinowitz UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUACÃO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA José Pastana de Oliveira Neto Existência de solução fraca para um problema de Dirichlet não-linear com

Leia mais

O Teorema de Radon-Nikodým

O Teorema de Radon-Nikodým Universidade stadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência c Publicação eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit O Teorema de Radon-Nikodým

Leia mais

No que segue, X sempre denota um espaço topológico localmente compacto

No que segue, X sempre denota um espaço topológico localmente compacto O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ PARA MEDIDAS DANIEL V. TAUSK No que segue, sempre denota um espaço topológico localmente compacto Hausdorff. Se f : R é uma função, então supp f denota o{ suporte (relativamente

Leia mais

A Projeção e seu Potencial

A Projeção e seu Potencial A Projeção e seu Potencial Rolci Cipolatti Departamento de Métodos Matemáticos Instituto de Matemática, Universidade Federal do Rio de Janeiro C.P. 68530, Rio de Janeiro, Brasil e-mail: cipolatti@im.ufrj.br

Leia mais

Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno. André Arbex Hallack

Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno. André Arbex Hallack Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno André Arbex Hallack Setembro/2011 Introdução O presente texto surgiu para dar suporte a um Seminário

Leia mais

Equações de Schrödinger quaselineares com potenciais singulares ou se anulando no innito

Equações de Schrödinger quaselineares com potenciais singulares ou se anulando no innito Universidade Federal da Paraíba Universidade Federal de Campina Grande Programa Associado de Pós-Graduação em Matemática Doutorado em Matemática Equações de Schrödinger quaselineares com potenciais singulares

Leia mais

Teoremas de uma, duas e três séries de Kolmogorov

Teoremas de uma, duas e três séries de Kolmogorov Teoremas de uma, duas e três séries de Kolmogorov 13 de Maio de 013 1 Introdução Nestas notas Z 1, Z, Z 3,... é uma sequência de variáveis aleatórias independentes. Buscaremos determinar condições sob

Leia mais

Elifaleth Rego Sabino

Elifaleth Rego Sabino UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Elifaleth Rego Sabino Problemas elípticos com não linearidade descontínua envolvendo

Leia mais

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032

ÁLGEBRA LINEAR I - MAT0032 UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e Da Natureza Centro Interdisciplinar de Ciências da Natureza ÁLGEBRA LINEAR I - MAT32 12 a Lista de exercícios

Leia mais

Resumo. u (t) + G (u(t)) = f(t). O segundo é referente ao sistema Hamiltoniano. u (t) = J H(t, u(t)).

Resumo. u (t) + G (u(t)) = f(t). O segundo é referente ao sistema Hamiltoniano. u (t) = J H(t, u(t)). Resumo Neste trabalho usamos métodos variacionais para mostrar a existência de solução fraca para dois tipos de problema. O primeiro trata-se de uma Equação Diferencial Ordinária do tipo u t) + G ut))

Leia mais

x B A x X B B A τ x B 3 B 1 B 2

x B A x X B B A τ x B 3 B 1 B 2 1. Definição e exemplos. Bases. Dar uma topologia num conjunto X é especificar quais dos subconjuntos de X são abertos: Definição 1.1. Um espaço topológico é um par (X, τ) em que τ é uma colecção de subconjuntos

Leia mais

{ 1 se x é racional, 0 se x é irracional. cos(k!πx) = cos(mπ) = ±1. { 1 se x Ak

{ 1 se x é racional, 0 se x é irracional. cos(k!πx) = cos(mπ) = ±1. { 1 se x Ak Solução dos Exercícios Capítulo 0 Exercício 0.: Seja f k : [0, ] R a função definida por Mostre que f k (x) = lim j (cos k!πx)2j. { f k (x) = se x {/k!, 2/k!,..., }, 0 senão e que f k converge pontualmente

Leia mais

Soluções radiais e não radiais para a Equação de Hénon na bola unitária

Soluções radiais e não radiais para a Equação de Hénon na bola unitária Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Soluções radiais e não radiais para a Equação de Hénon na

Leia mais

d(t x, Ty) = d(x, y), x, y X.

d(t x, Ty) = d(x, y), x, y X. Capítulo 6 Espaços duais 6.1 Preliminares A análise funcional foi nos seus primórdios o estudo de funcionais. Assim, nos dias de hoje um princípio fundamental da análise funcional é a investigação de espaços

Leia mais

Sistemas de Equações de Schrödinger não Lineares com Acoplamento

Sistemas de Equações de Schrödinger não Lineares com Acoplamento Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Sistemas de Equações de Schrödinger não Lineares com Acoplamento por Claudiney Goulart Brasília 011 Universidade de Brasília

Leia mais

Decaimento Exponencial para uma Classe de Operadores Parabólicos que podem Degenerar

Decaimento Exponencial para uma Classe de Operadores Parabólicos que podem Degenerar UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA (Mestrado) AMANDA ANGÉLICA FELTRIN NUNES Decaimento Exponencial para uma Classe

Leia mais

Existência e Multiplicidade de Soluções para uma Classe de Equações de Schrödinger com Expoente Supercrítico

Existência e Multiplicidade de Soluções para uma Classe de Equações de Schrödinger com Expoente Supercrítico UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Existência e Multiplicidade de Soluções para uma Classe de Equações de Schrödinger com

Leia mais

SMA 5878 Análise Funcional II

SMA 5878 Análise Funcional II SMA 5878 Análise Funcional II Alexandre Nolasco de Carvalho Departamento de Matemática Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação Universidade de São Paulo 16 de Março de 2017 Objetivos da Disciplina

Leia mais

Neste trabalho, mostramos a existência de soluções para a seguinte classe de problemas elípticos. u = λu + p(x, u), x Ω

Neste trabalho, mostramos a existência de soluções para a seguinte classe de problemas elípticos. u = λu + p(x, u), x Ω Resumo Neste trabalho, mostramos a existência de soluções para a seguinte classe de problemas elípticos u = λu + p(x, u), x u = 0, x. As principais ferramentas utilizadas são os Teoremas de Deformação,

Leia mais

Reviso de Teoria da Medida e Elementos Bsicos de Probabilidade

Reviso de Teoria da Medida e Elementos Bsicos de Probabilidade Reviso de Teoria da Medida e Elementos Bsicos de Probabilidade Roberto Imbuzeiro Oliveira 9 de Março de 2009 Resumo Esta lista cobre o básico do básico sobre espaços e distribuições de probabilidade. Pouco

Leia mais

Propriedades das Funções Contínuas

Propriedades das Funções Contínuas Propriedades das Funções Contínuas Prof. Doherty Andrade 2005- UEM Sumário 1 Seqüências 2 1.1 O Corpo dos Números Reais.......................... 2 1.2 Seqüências.................................... 5

Leia mais

Teoremas fundamentais dos espaços normados

Teoremas fundamentais dos espaços normados Capítulo 9 Teoremas fundamentais dos espaços normados 9.1 Teorema de Hahn-Banach O próximo teorema, conhecido como teorema de Hahn-Banach, é uma generalização do Teorema 4.12, o qual, recordamos para conveniência

Leia mais

Mateus Balbino Guimarães. Problemas elípticos não lineares envolvendo equações do tipo Kirchhoff

Mateus Balbino Guimarães. Problemas elípticos não lineares envolvendo equações do tipo Kirchhoff UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Mateus Balbino Guimarães Problemas elípticos não lineares envolvendo equações do tipo

Leia mais

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática. O Teorema de Arzelá. José Renato Fialho Rodrigues

Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática. O Teorema de Arzelá. José Renato Fialho Rodrigues Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática O Teorema de Arzelá José Renato Fialho Rodrigues Belo Horizonte - MG 1994 José Renato Fialho Rodrigues O Teorema

Leia mais

Gelson Conceição Gonçalves dos Santos

Gelson Conceição Gonçalves dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Gelson Conceição Gonçalves dos Santos Um estudo sobre uma classe de problemas

Leia mais

Operadores em espaços normados

Operadores em espaços normados Capítulo 7 Operadores em espaços normados Neste capítulo vamos introduzir uma série de operadores em espaços normados os quais são muito úteis, nomeadamente, na resolução de equações envolvendo operadores.

Leia mais

Sobre Soluções de Equações Elípticas Envolvendo o N-Laplaciano e Crescimento Crítico Exponencial

Sobre Soluções de Equações Elípticas Envolvendo o N-Laplaciano e Crescimento Crítico Exponencial Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da atureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Mestrado em Matemática Sobre Soluções de Equações Elípticas Envolvendo o -Laplaciano e Crescimento

Leia mais

Começamos relembrando o conceito de base de um espaço vetorial. x = λ 1 x λ r x r. (1.1)

Começamos relembrando o conceito de base de um espaço vetorial. x = λ 1 x λ r x r. (1.1) CAPÍTULO 1 Espaços Normados Em princípio, os espaços que consideraremos neste texto são espaços de funções. Isso significa que quase todos os nossos exemplos serão espaços vetoriais de dimensão infinita.

Leia mais

O Método de Sub e Supersolução e Aplicações a Problemas Elípticos

O Método de Sub e Supersolução e Aplicações a Problemas Elípticos Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática O Método de Sub e Supersolução e Aplicações a Problemas Elípticos

Leia mais

Continuidade de processos gaussianos

Continuidade de processos gaussianos Continuidade de processos gaussianos Roberto Imbuzeiro Oliveira April, 008 Abstract 1 Intrudução Suponha que T é um certo conjunto de índices e c : T T R é uma função dada. Pergunta 1. Existe uma coleção

Leia mais

Sobre uma classe de problemas elípticos com não linearidades do tipo côncavo-convexa

Sobre uma classe de problemas elípticos com não linearidades do tipo côncavo-convexa Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Sobre uma classe de problemas elípticos com não linearidades

Leia mais

1 Limites e Conjuntos Abertos

1 Limites e Conjuntos Abertos 1 Limites e Conjuntos Abertos 1.1 Sequências de números reais Definição. Uma sequência de números reais é uma associação de um número real a cada número natural. Exemplos: 1. {1,2,3,4,...} 2. {1,1/2,1/3,1/4,...}

Leia mais

Problemas Elípticos Periódicos e Assintoticamente Periódicos

Problemas Elípticos Periódicos e Assintoticamente Periódicos Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Problemas Elípticos Periódicos e Assintoticamente Periódicos por Reinaldo de Marchi Orientador: Prof. Marcelo Fernandes

Leia mais

Produtos de potências racionais. números primos.

Produtos de potências racionais. números primos. MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA n o 4 Dezembro/2006 pp. 23 3 Produtos de potências racionais de números primos Mário B. Matos e Mário C. Matos INTRODUÇÃO Um dos conceitos mais simples é o de número natural e

Leia mais

Mini Curso. O Lema de Lax-Milgram e Aplicações

Mini Curso. O Lema de Lax-Milgram e Aplicações Goiânia, 07 a 10 de outubro Mini Curso O Lema de Lax-Milgram e Aplicações Prof. Dr. Maurílio Márcio Melo - IME/UFG O LEMA DE LAX-MILGRAM E APLICAÇÕES MELO,M.M. 1. Introdução O principal objetivo destas

Leia mais

PLANO DE TRABALHO PARA O BOLSISTA PROJETO DE PESQUISA ANÁLISE FUNCIONAL

PLANO DE TRABALHO PARA O BOLSISTA PROJETO DE PESQUISA ANÁLISE FUNCIONAL PLANO DE TRABALHO PARA O BOLSISTA E PROJETO DE PESQUISA INICIAÇÃO AO ESTUDO DA ANÁLISE FUNCIONAL 1 1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO 1. TÍTULO DO PROJETO: Iniciação ao Estudo da Análise Funcional 2. LOCAL DE

Leia mais

Análise Matemática II - 1 o Semestre 2001/ o Exame - 25 de Janeiro de h

Análise Matemática II - 1 o Semestre 2001/ o Exame - 25 de Janeiro de h Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Análise Matemática II - 1 o Semestre 2001/2002 2 o Exame - 25 de Janeiro de 2001-9 h Todos os cursos excepto Eng. Civil,

Leia mais

MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos

MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos Prof. Edson de Faria 30 de Março de 2014 Observação: O objetivo desta lista é motivar uma revisão dos conceitos e fatos básicos sobre

Leia mais

Problemas de equações elípticas do tipo côncavo-convexo

Problemas de equações elípticas do tipo côncavo-convexo Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências Departamento de Matemática Problemas de equações elípticas do tipo côncavo-convexo Gonçalo Santos Montalvão Carvalho Dissertação Mestrado em Matemática Lisboa,

Leia mais

Análise Matemática III - Turma especial

Análise Matemática III - Turma especial Análise Matemática III - Turma especial Fichas 1 a 5 - Solução parcial 1.3 Seja D E k um conjunto fechado. Uma transformação T : D D diz-se uma contracção se existe c < 1 tal que para todos os x, y D se

Leia mais

Sobre Soluções Positivas para uma Classe de Equações Elípticas Semilineares

Sobre Soluções Positivas para uma Classe de Equações Elípticas Semilineares Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós Graduação em Matemática Mestrado em Matemática Sobre Soluções Positivas para uma Classe de Equações Elípticas Semilineares

Leia mais

Existência de soluções para equações elípticas semilineares envolvendo não linearidades do tipo côncavo-convexas

Existência de soluções para equações elípticas semilineares envolvendo não linearidades do tipo côncavo-convexas Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Existência de soluções para equações elípticas semilineares

Leia mais

O Espaço dos Operadores Compactos

O Espaço dos Operadores Compactos O Espaço dos Operadores Compactos Willian Versolati França Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Matemática, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

Leia mais

Estudo de uma desigualdade do tipo Trudinger-Moser via análise de blow-up

Estudo de uma desigualdade do tipo Trudinger-Moser via análise de blow-up Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós Graduação em Matemática Mestrado em Matemática Estudo de uma desigualdade do tipo Trudinger-Moser via análise de

Leia mais

Universidade Estadual Paulista Campus de Rio Claro Instituto de Geociências e Ciências Exatas

Universidade Estadual Paulista Campus de Rio Claro Instituto de Geociências e Ciências Exatas Universidade Estadual Paulista Campus de Rio Claro Instituto de Geociências e Ciências Exatas Análise Funcional: um texto para iniciação científica Liliane Martinez Antonow Orientadora: Prof a. Dr a. Simone

Leia mais

Monalisa Reis da Silva. Autovalor de Steklov-Neumann e Aplicações

Monalisa Reis da Silva. Autovalor de Steklov-Neumann e Aplicações Monalisa Reis da Silva Autovalor de Steklov-Neumann e Aplicações Brasil Abril de 2013 Monalisa Reis da Silva Autovalor de Steklov-Neumann e Aplicações Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em

Leia mais

Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento

Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA APLICADA Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento Cleber de Medeira CURITIBA-PR

Leia mais

Probabilidade de Ruína e Processos de Lévy α-estáveis

Probabilidade de Ruína e Processos de Lévy α-estáveis Apresentação Probabilidade de Ruína e Processos de Lévy α-estáveis Universidade de São Paulo IME - USP 08 de abril, 2010 Apresentação Distribuições Estáveis e Processos de Lévy α-estáveis Convergência

Leia mais

A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário

A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário Renan de Oliveira Pereira, Ouro Preto, MG, Brasil Wenderson Marques Ferreira, Ouro Preto, MG, Brasil Eder Marinho

Leia mais

MAT 5798 Medida e Integração IME 2017

MAT 5798 Medida e Integração IME 2017 MAT 5798 Medida e Integração IME 2017 http://www.ime.usp.br/ glaucio/mat5798 Lista 11 - Integral de Bochner Fixemos um espaço de medida completo (X, M, µ) até o final desta lista. As duas primeiras questões

Leia mais

Então (τ x, ) é um conjunto dirigido e se tomarmos x U U, para cada U vizinhança de x, então (x U ) U I é uma rede em X.

Então (τ x, ) é um conjunto dirigido e se tomarmos x U U, para cada U vizinhança de x, então (x U ) U I é uma rede em X. 1. Redes Quando trabalhamos no R n, podemos testar várias propriedades de um conjunto A usando seqüências. Por exemplo: se A = A, se A é compacto, ou se a função f : R n R m é contínua. Mas, em espaços

Leia mais

σ-álgebras, geradores e independência

σ-álgebras, geradores e independência σ-álgebras, geradores e independência Roberto Imbuzeiro M. F. de Oliveira 15 de Março de 2009 Resumo Notas sobre a σ-álgebra gerada por uma variável aleatória X e sobre as condições de independência de

Leia mais

O TEOREMA DE ARZELÁ ASCOLI. Osmar Rogério Reis Severiano¹, Fernando Pereira de Souza².

O TEOREMA DE ARZELÁ ASCOLI. Osmar Rogério Reis Severiano¹, Fernando Pereira de Souza². Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 51 O TEOREMA DE ARZELÁ ASCOLI Osmar Rogério Reis Severiano¹, Fernando Pereira de Souza² ¹Acadêmico do Curso de matemática

Leia mais

Equações parciais elípticas com crescimento exponencial. Yony Raúl Santaria Leuyacc

Equações parciais elípticas com crescimento exponencial. Yony Raúl Santaria Leuyacc Equações parciais elípticas com crescimento exponencial Yony Raúl Santaria Leuyacc SERVIÇO DE PÓS-GRADUAÇÃO DO ICMC-USP Data de Depósito: Assinatura: Equações parciais elípticas com crescimento exponencial

Leia mais

Desigualdades do tipo Trudinger-Moser e aplicações

Desigualdades do tipo Trudinger-Moser e aplicações Resumo Neste trabalho estimamos algumas das desigualdades do tipo Trudinger-Moser, a fim de estudar as propriedades dos funcionais energia associados à problemas elípticos não-lineares onde a não-linearidade

Leia mais

Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas - CCE Departamento de Matemática Primeira Lista de MAT641 - Análise no R n

Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas - CCE Departamento de Matemática Primeira Lista de MAT641 - Análise no R n Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas - CCE Departamento de Matemática Primeira Lista de MAT641 - Análise no R n 1. Exercícios do livro Análise Real, volume 2, Elon Lages Lima, páginas

Leia mais

O teorema do ponto fixo de Banach e algumas aplicações

O teorema do ponto fixo de Banach e algumas aplicações O teorema do ponto fixo de Banach e algumas aplicações Andressa Fernanda Ost 1, André Vicente 2 1 Acadêmica do Curso de Matemática - Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas - Universidade Estadual do

Leia mais

Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais

Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais 9 de Dezembro de 2009 Resumo O material nestas notas serve como revisão e treino para o curso. Estudantes que nunca tenham estudado estes

Leia mais

Sistemas elípticos com pesos envolvendo o expoente crítico de Hardy-Sobolev

Sistemas elípticos com pesos envolvendo o expoente crítico de Hardy-Sobolev UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Sistemas elípticos com pesos envolvendo o expoente crítico de Hardy-Sobolev Rodrigo

Leia mais

Problemas de minimização com singularidades

Problemas de minimização com singularidades Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Problemas de minimização com singularidades Leonel Giacomini Delatorre Belo Horizonte 013 Universidade Federal

Leia mais

TEOREMA DE STONE-WEIERSTRASS PARA ESPAÇOS LOCALMENTE COMPACTOS

TEOREMA DE STONE-WEIERSTRASS PARA ESPAÇOS LOCALMENTE COMPACTOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS FÍSICAS E MATEMÁTICAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA TEOREMA DE STONE-WEIERSTRASS PARA ESPAÇOS LOCALMENTE COMPACTOS FELIPE AUGUSTO TASCA Trabalho de

Leia mais

O Método de Sub e Supersoluções para Soluções Fracas

O Método de Sub e Supersoluções para Soluções Fracas Universidade Federal de Juiz de Fora Departamento de Matemática Ceilí Marcolino Moreira O Método de Sub e Supersoluções para Soluções Fracas Juiz de Fora 2014 Ceilí Marcolino Moreira O Método de Sub e

Leia mais

Existência de Soluções não-negativas para uma classe de problemas semilineares elípticos indefinidos

Existência de Soluções não-negativas para uma classe de problemas semilineares elípticos indefinidos Universidade Federal de Goiás Instituto de Matemática e Estatística Gustavo Silvestre do Amaral Costa Existência de Soluções não-negativas para uma classe de problemas semilineares elípticos indefinidos

Leia mais

15 AULA. Máximos e Mínimos LIVRO. META Encontrar os pontos de máximo e mínimo de uma função de duas variáveis a valores reais.

15 AULA. Máximos e Mínimos LIVRO. META Encontrar os pontos de máximo e mínimo de uma função de duas variáveis a valores reais. 1 LIVRO Máximos e Mínimos 1 AULA META Encontrar os pontos de máximo e mínimo de uma função de duas variáveis a valores reais. OBJETIVOS Maximizar e/ou minimizar função de duas variáveis a valores reais.

Leia mais

7.3 Diferenciabilidade

7.3 Diferenciabilidade CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO À ANÁLISE EM RN 7.18 Estude quanto a continuidade a função f de R 2 com valores em R definida por: x 2, se x 2 + y 2 < 2y, f(x, y) = x, se x 2 + y 2 = 2y, y 2, se x 2 + y 2 > 2y.

Leia mais