A Problemática do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) :
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- Micaela de Mendonça Abreu
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1 A Problemática do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) : Transtorno de Déficit de Atenção chama a atenção pela sigla TDAH sendo um distúrbio que ocorre em pessoas desde os primeiros anos de vida e pode durar até a idade adulta. É caracterizada por uma dificuldade ou incapacidade de manter a atenção voluntária contra certas atividades tanto no meio acadêmico, como todas as relações sociais. Assim, as relações sociais são afetadas pelo fato de que é muito difícil para uma pessoa com essas características seguir a regras rígidas ou normas de comportamento. Esse déficit é geralmente associado a uma falta de autocontrole e dificuldades gerais em se fazer consciente dos próprios erros para com a pessoa afetada. Quanto às causas, até hoje não há clareza sobre o assunto e são variadas as teorias que tentam explicar, certamente por isso, se é importante a salientar é que existem causas genéticas, ora implementadas no período gravidez e ora geradas após o parto. Existe uma forte evidência de que a presença de um distúrbio fisiológico, junto ao sistema nervoso central, ao nível de neurotransmissoras chamadas catecolaminas, seria uma das causas mais amplamente aceitas. Acredita-se que o TDA também pode ser causado por fatores sociais ou ambientais (privação), ou de ensino deficiente. Afeta entre 3 a 5% da população, com maior incidência no sexo masculino em uma proporção de 1:4 em relação à mulher. De fato, há uma alta contagem de pessoas que podem continuar com os sintomas do TDA até a fase adulta. O TDA não conhece limites, ocorre em toda e qualquer classe social, cultural, econômica e racial. Os sintomas que caracterizam esta síndrome podem ser bastante variados, e uns dos sintomas mais comuns são evidenciados com relação ao alto nível de atividade motora apresentado por algumas pessoas, sendo conhecido como hiperatividade. Para determinar se a presença de TDA é de natureza hiperativa, deve-se verificar a presença de alguma ou mais condutas seguintes: - Frequentemente agita as mãos ou os pés ou não consegue ficar parado; - Levanta-se constantemente do seu lugar em classe; - Frequentemente apresenta-se inquieto em situações inadequadas; - Frequentemente tem dificuldade em fazer coisas rotineiras com calma;
2 - Frequentemente fala em demasia; - Frequentemente, dá resposta mesmo antes de a outra pessoa terminar uma pergunta; - Frequentemente tem dificuldade para aguardar sua vez; - Frequentemente interrompe alguém. Mas talvez o único ou mais decisivo fator da existência de TDAH, seja possivelmente pela falta de atenção ou desatenção que se reflete em comportamentos como: - Frequentemente não consegue dar atenção a detalhes ou comete erros por não olhar para o trabalho da escola ou outras atividades; - Frequentemente tem dificuldade para manter a atenção no trabalho ou outras atividades; - Frequentemente parece não escutar quando lhe é dirigida a palavra; - Frequentemente não segue instruções ou falha em não terminar certas atividades; - Frequentemente tem dificuldade para organizar-se; - Frequentemente evita situações que envolvam em manter-se em um nível constante de concentração mental; - Frequentemente perde coisas; - Frequentemente se distrai com estímulos alheios a uma atividade qualquer; - Frequentemente se esquece de atividades diárias. Os sintomas que se evidenciam em um TDAH podem apresentar-se na totalidade ou em parte deles, de modo que, dependendo das diferentes combinações, irá determinar o tipo de TDAH a que se enquadra. O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-IV distingue três subtipos de Transtorno de Déficit de Atenção: 1. TDAH do tipo combinado: esta categoria é usada, se pelo menos 6 sintomas de atenção e 6 sintomas de hiperatividade - impulsividade estão presentes por pelo menos 6 meses (considerado por muitos autores a maioria das crianças e adolescentes têm o tipo combinados); 2. TDAH do tipo desatenção predominante: usado, se pelo menos 6 sintomas de atenção, mas menos do que 6 no domínio da impulsividade - hiperatividade estão presentes durante pelo menos 6 meses;
3 3. TDAH do tipo hiperativo - impulsivo: é usado se pelo menos 6 sintomas de hiperatividade-impulsividade estão presentes, mas menos de 6 nível de cuidados para um mínimo de 6 meses. A maioria das pesquisas globais tem estudado o TDAH a partir da perspectiva da falta de atenção, quase sempre associada a altos níveis de atividade motora, tanto que alguns autores se referem a crianças com déficit de atenção, diagnosticando-as como crianças hiperativas. Neste sentido, cabe destacar que, embora uma alta porcentagem de crianças com TDAH têm problemas de atenção, nem todas as crianças com problemas de atenção apresentam hiperatividade motora. Além disso, estima-se que 50% das crianças com TDAH não têm hiperatividade, mas sim uma verdadeira falta de atividade da criança também chamado hipoatividade. Existem padrões e comportamentos que caracterizam essas crianças. Entre elas estão: - Perdem o curso da tarefa: enquanto que a criança com TDAH com hiperatividade perde de vista o que você está fazendo, a criança sem hiperatividade o faz passivamente e sem chamar a atenção de seus professores. Já que sempre parece estar em outro mundo, com seu olhar perdido, sua tranquilidade lhe faz manter-se desatento por longos períodos, sem captar as informações quando da explicação do professor. - Apresenta padrões indefinidos de pensamento: É muito difícil para eles manter as informações de forma linear e sequenciada. Perdem detalhes essenciais das informações obtidas quando as recebem, e as processam de forma desordenada. O que se aprendeu não está em sua memória quando necessário. Suas lembranças são vagas, difusas, e assim, os impede de fazer um conjunto de atividades exigidas numa tarefa. - Mudar as primeiras impressões: Crianças com déficit de atenção mudam rapidamente as primeiras impressões sobre as informações que recebem. É por isso que, podem estar apagando e mudando tudo o que fazem, porque o que veem e escutam nem sempre são processados em conjunto. - Eles possuem um tempo cognitivo mais lento: O processamento das informações obtida e resgatada é lento e geralmente não conseguem responder frente às pressões de tempo. Quando solicitada a realizar alguma coisa em um curto espaço de tempo, passam longos períodos tratando de encontrar informações, mas sem sucesso. Não reagem de imediato. Portanto, os trabalhos escolares lhes consomem muito esforço, esgotando-as rapidamente.
4 - Elas têm de denominar e descrever problemas: por possuírem um tempo cognitivo lento, não retêm ou deixam de evocar conceitos para denominar e descrever situações em que exigem um tempo maior para identificar o quanto a informação é necessária. Podem dar grandes surpresas de eficiência quando lhes dado um período maior de tempo para preparar suas respostas. - Auto argumento oral: É característico dessas crianças que sempre que receber uma instrução em que devem repeti-la oralmente, assim como para definir os detalhes do que elas estão ouvindo. Devido à complexidade que tem TDAH é necessário rigor na coleta de dados, extraídos dos pais e de profissionais responsáveis pela criança no momento da avaliação, pois se tornou praxe, nos últimos anos, diagnosticar erroneamente as crianças com TDAH com outros problemas. A etiologia desta condição e seu diagnóstico são bastante complexos, estimase que as causas são determinadas de acordo com as que são atribuídas a fatores genéticos, basicamente endógena, exógena pré, peri e pós natal, como elementos ou fatores ambientais, como a nível familiar, sociocultural, poluição, escola, etc. Considerando o grande número de sintomas advindos do TDAH, parece lógico pensar numa abordagem multimodal, multidisciplinar e sistêmica. Metodologias de desenvolvimento de estratégias no âmbito da reforma do currículo escolar, bem como, apoio multidisciplinar para o desenvolvimento de estratégias eficazes na gestão da atenção e comportamento impulsivo ou hiperativo, são muito bem apropriadas. Dentro desta linha de trabalho desempenham um (a) psicopedagogo(a) clínica e institucional, professores, filhos diretos e especialmente seus pais. Na literatura atual sobre o tema, a abordagem é bastante eclética, combinando pontos de vista apresentados no intuito de desenvolver e trabalhar estratégias, envolvendo todos os agentes diretos ao processo de desenvolvimento da criança. Dentro desta postura integracionista destaca o fato de que para se obter uma intervenção é essencial que se determine as verdadeiras causas do transtorno. Um elemento chave no tratamento da TDAH é o trabalho feito com os pais e professores, principalmente porque são estes que devem colaborar na resolução de conflitos fetos à criança. Os pais podem ser um verdadeiro apoio para a melhoria da criança, como também podem se tornar os maiores obstáculos de todo o trabalho e é por esta razão que eles deveriam considerar e sempre se manter informados e engajados no trabalho a ser feito com seus filhos.
5 Os professores, por sua vez, fazem-se neste contexto, de forma correlata, as funções de juiz e do o júri cumulativamente, haja vista que são eles que começam a descobrir que alterações precoces são apresentadas pela criança na sala de aula. Dentro dos primeiros sinais que podem ser detectados: mau comportamento, mau desempenho escolar, falta de motivação para aprender, falta de compromisso com as tarefas, a interrupção ao longo das tarefas, hiperatividade constante em algumas crianças e outras crianças um hipoativas parecendo estar. Dada essa diversidade de sintomas, inicialmente os professores começam a alertar aos pais do problema, ao iniciar uma série de estratégias para trabalhar tentando motivar e envolver as crianças no processo de ensino e aprendizagem. Estas estratégias serão determinadas pelo nível de conhecimento que o professor tem sobre estas questões e como o seu nível de comprometimento com seus alunos, muitas vezes, começar a trabalhar através da linha da conversa e assim, tentar ganhar a confiança da criança. Trabalhando com crianças que são desatentas e hiperativas dentro da sala de aula ou simplesmente que não expressam o desejo de aprender, ao longo do tempo, torna-se uma situação muito difícil de lidar para um professor. Por isso, torna-se fundamental detectar precocemente esta desordem na criança, especialmente dentro da sala de aula. As verdadeiras formas de detecção podem ser muito variadas, mas geralmente o professor é um dos primeiros a detectar que algo não está fluindo corretamente com seus alunos. Os pais também são os primeiros agentes que também podem descobrir algum tipo de anormalidade no comportamento de seus filhos. Referência Bibliográfica: ARAUJO, P. Déficit de Atenção. Um diálogo que você pode fazer. Revista Nova Escola. SãoPaulo, Maio 2000, p ROHDE, L. A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: atualização. Jornalde Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n.2, p.61-70, Abr SCANDAR, R. O. Inquieto, distraído, diferente? Orientação e aconselhamento para pais e professores de crianças com déficit de atenção e hiperatividade. EDIBA, TOPCZEWSKI, A. Hiperatividade, como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
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