DIREITO PENAL I CONDUTA. A teoria da conduta determina que ela será reconhecida se houver dois elementos:

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1 DIREITO PENAL I CONDUTA Vontade e Manifestação de Vontade Conduta Fato típico Crime É o primeiro elemento que constitui o crime, fato típico e ela em funções relevantes na configuração dele. Não existe crime sem conduta, mas tem que ser válida e reconhecida pelo Direito Penal. Ela é sinônimo de ação e de comportamento. A conduta é indispensável, é o substrato fático sobre o qual recaem juízos de valor negativo {agregam a qualidade de típica, anti-jurídica e culpável à conduta}. Para que o agente possa ser punido, é preciso que, além de querer cometer a infração, exteriorize a sua vontade. Mas existem exceções, previstas em lei, como no caso de associação criminosa, elevando-se à categoria de infração autônoma. A teoria da conduta determina que ela será reconhecida se houver dois elementos: Vontade {fase interna}, ocorre na esfera do pensamento. Para que o agente possa praticar uma infração penal, é preciso que ele decida sobre o crime a ser cometido, que ele reflita mentalmente o fim a ser perseguido. - Fim {antecipação do resultado a ser alcançado} - Meios de alcançar esse fim {com liberdade de escolha} - Consequências necessárias {efeitos colaterais à utilização dos meios escolhidos} Manifestação da vontade {fase externa}: a exteriorização da vontade. Se para a vontade, não pode haver nenhum vício, não pode haver na manifestação também. O movimento tem que ser cibernético {junção de forças corporais} e não cinético. É um processo causal, determinado pela escolha dos meios e do fim na esfera do pensamento. Conduta é dividida em duas vertentes: I. Ação: comissivo II. Omissão: própria ou imprópria {comissivo por omissão, é uma ação de omissão, quando alguém tem o dever legal de fazer algo, mas intencionalmente não o faz} TEORIAS I. Teoria Clássica - Liszt e Beling: A ação é o movimento voluntário produto de uma modificação no mundo exterior. A ação é o fato que repousa sobre a vontade humana. Sem ato de vontade não há ação, não há injusto, não há crime. Essa teoria consegue explicar a ação em sentido estrito, mas não consegue solucionar o problema da omissão. 1

2 II. Teoria Neoclássica: A ação passa de ser natural para estar inspirada de um certo sentido normativo que permita a compreensão tanto da ação em sentido estrito, como a omissão. A ação se define como o comportamento humano voluntário manifestado no mundo exterior. III. Teoria Finalista: A ação passa a ser concebida como o exercício de uma atividade final. É a ação portanto um comportamento humano voluntário, dirigido a uma finalidade qualquer. A vontade sempre vai ser dirigida a uma finalidade ilícita {dolo} ou lícita {negligência, imprudência que causa um resultado lesivo}. O direito penal não cria conduta, ele apenas a desvaloriza/ valora a conduta de forma negativa. A conduta já existe ontico-ontologicamente {o ente estabelece relações de contato, conhecimento e domínio mundo}, portanto, não existe no direito penal. No sistema financeiro nacional e nos crimes ambientais, é possível responsabilizar a pessoa jurídica. Leva em consideração o que a pessoa intencionada fazer, como uma exteriorização da vontade. A conduta já vem com um juízo de valor negativo, mas ela deveria vir sem valor algum. Ela existe no campo ser, não do dever-ser. Na teoria finalista, o sujeito prevê o que acontecerá, nela a conduta deve ser uma antecipação biocibernética de exteriorização ontico-ontológica. Conduta no Direito Penal é quando há uma antecipação bio-cibernética {junção de forças corporais, ações} do comportamento humano ôntico-ontológico de uma vontade livre e conscientemente dirigida a um fim proibido. Vontade é escolher os meios, para atingir um fim ilícito. IV. Teoria Causalista da Ação: A conduta é definida pela relação de causa e efeito. Essa relação é o que determina o que é uma conduta relevante para o Direito Penal, as causas próximas, diretas de determinado resultado. Portanto, tudo que concorrer, tudo que for necessário para a existência de um resultado, é considerado como sua causa. A intenção não é considerada, afirmando que a ação sempre causa um resultado, independentemente do por quê dela. V. Teoria Social da Ação: O conceito jurídico de comportamento humano é o da atividade humana social e juridicamente relevante, segundo os padrões axiológicos de uma determinada época, dominada ou dominável pela vontade. O conceito de ação, comum a todas as formas de conduta, reside na relevância social da ação ou da omissão. Interpreta a ação como fator estruturante conforme o sentido da realidade social, como todos os seus aspectos pessoais, finalistas, causais e normativos. {fundamenta o Nazismo} AUSÊNCIA DE CONDUTA A ausência de conduta sempre será verificada quando faltar qualquer um de seus elementos {vontade ou manifestação da vontade} em razão de vícios sobre os elementos que compõem a vontade e a manifestação da vontade. A ação regida pela vontade é sempre uma ação final, dirigia à consecução de um fim. Se não houver vontade dirigida a uma finalidade qualquer, não se pode falar em conduta. Sempre a vontade tem um 2

3 conteúdo, que é uma finalidade. Sem a conduta humana dolosa ou culposa, não há fato típico e sem ele não se pode falar em crime. Se o agente não atua dolosa ou culposamente, não há ação. Isso pode acontecer quando o sujeito se vir impedido de atuar, como nos casos de: I. Força irresistível: a força física absoluta pode ser proveniente da natureza ou da ação de um terceiro. Há força física proveniente da natureza quando um sujeito acaba causando lesão física grave em outra pessoa, não pode-se imputar-lhe, a título de dolo ou culpa, o resultado causado. II. Movimentos Reflexos: em que o nosso organismo reage a determinados impulsos e, em virtude disso, podem advir lesões ou danos. Mas, se o movimento reflexo for previsível, seus resultados deverão ser imputados ao agente, a título de culpa, pois deixou de observar o seu necessário dever objetivo de cuidado. III. Estados de inconsciência: casos como sonambulismo, ataques epilépticos, hipsone No caso de embriaguez completa, ocorre ausência de conduta desde que não seja proveniente de caso fortuito ou força maior. O agente se responsabiliza pelos resultados ocorridos em virtude do ato de querer, voluntariamente, embriagar-se, ou mesmo em razão de ter, culposamente, chegado ao estado de embriaguez. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE CAUSALISMO A causa e o efeito são ligados por um nexo causal no tempo e no espaço. A partir do efeito, analisa-se de onde vieram as causas. Pode ser fática ou pode resultar de uma interpretação do juiz {normativa}. A reunião de várias causas é concausa. Tem que se analisar a conduta por seus elementos negativos. Causa é todo antecedente que não pode ser suprimido in mente, sem afetar o resultado. PROCESSO HIPOTÉTICO DE ELIMINAÇÃO DE THYRÉN Para considerarmos determinado fato como causa do resultado é preciso que façamos um exercício mental da seguinte maneira: I. Pensar no fato que entendemos como influenciador do resultado; II. Suprimir mentalmente esse fato da cadeia causal; III. Se, como consequência dessa supressão mental, o resultado vier a se modificar, é sinal de que o fato suprimido mentalmente deve ser considerado como causa desse resultado. Art O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 3

4 Superveniência de causa independiente 1o - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Relevância da omissão 2o - A omissão é penalmente relevante quando o emitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. CAUSAS I. Causas absolutamente independentes são aquelas que teriam acontecido, vindo a produzir o resultado, mesmo se não tivesse havido qualquer conduta por parte do agente: Preexistente: Quando a causa é absolutamente independente e em virtude dela ocorre o resultado, não devemos imputá-lo ao agente. {Ex: Alfredo, querendo a morte de Paulo, contra este desfere um tiro, acertando-o na região do tórax. Embora atingido numa região letal, Paulo veio a falecer não em virtude do disparo recebido, mas porque, com intenção suicida, ingerira veneno momentos antes. Paulo morreu envenenado e não em razão do disparo. Alfredo somente responderá pelo seu dolo. Como não conseguiu alcançar o resultado morte por ele inicial,ente pretendido, será responsabilizado pela prática do crime de tentativa de homicídio.} Concomitante: É aquela que ocorre numa relação de simultaneidade com a conduta do agente. Acontece ao mesmo instante e, ao mesmo tempo, paralelamente. {Se A e B, com armas de calibres diferentes, atiram contra C (afastada a hipótese de coautoria) e ficar provado que o projétil de B é que atingindo o coração da vítima, a matou, ao passo que o de A alcançou a vítima de forma grave, mas não foi o causador do resultado fatal, somente B responde por homicídio} Aplicando o processo de Thyrén: se eliminarmos a conduta de A, ainda assim o resultado morte teria ocorrido? Sim, porque foi o projétil disparado por B que causou o resultado. A responderá apenas por tentativa de homicídio. Superveniente: Acontece num momento posterior à conduta do agente e que com ela não possui relação de dependência alguma. {Augusto e Bento discutem no interior de uma loja, Augusto acaba por sacar uma arma e atira em Bento, causando-lhe um ferimento grave, que certamente o levará à morte. Logo após ter efetuado o disparo, o prédio no qual ambos se encontravam desaba e, posteriormente, comprova-se que Bento não morrera em virtude do disparo, mas por ter sido soterrado} Se suprimirmos a conduta de Augusto, ainda sim fato morte teria ocorrido. Augusto, portanto, terá que responder somente pela tentativa de homicídio -conatus. 4

5 Como se percebe, em nenhuma das exceções hipotéticas houve modificação no resultado. Conclui-se, então, que quando o resultado naturalístico ocorrer em virtude da existência de qualquer uma das causas absolutamente independentes não poderá ele ser atribuído ao agente, que responderá tão somente pelo seu dolo. II. Causas relativamente independentes ocorre quando a causas somente tem a possibilidade produzir o resultado se for conjugada com a conduta do agente. Existe uma relação de dependência entre a conduta do agente e a causa que também influencia na produção do resultado. A ausência de qualquer uma delas faz com que o resultado seja modificado. Preexistente: Já existia antes mesmo do comportamento do agente e, quando com ele conjugada numa relação de complexidade, produz o resultado. No caso da hemofilia, ela, juntamente com a agressão física causam a morte. {João, querendo causar a morte de Paulo e sabendo de sua condição de hemofílico, nele desfira um golpe de faca. Embora este tenha sido numa região não letal, somado com a condição hemofílica, a vítima veio a óbito. A partir desse caso vem três situações: - Se o agente queria a morte da vítima, responderá por homicídio doloso; - Se, embora sabendo da condição, não desejava a morte, apenas lesionar a vítima, responderá por lesão corporal seguida de morte; - Se o agente desconhecia a hemofilia da vítima, não poderá ser responsabilizado pela morte, pois estaria sendo responsabilizado objetivamente. Seria responsabilizado por crime corporal simples.} Concomitante: A causa e a conduta do agente possuem uma relação de simultaneidade. {A desfecha um tiro em B, no exato momento em que este está sofrendo um colapso cardíaco, provando-se que a lesão contribuiu para a eclosão do êxito letal} A supressão da conduta do agente, ou seja, o fato de ter sacado a arma e dispará-la em direção à vítima, esta não teria se assustado e com isso sofrido o enfarte. Assim, a conduta do agente e o colapso cardíaco são causadores conjuntos do resultado morte, razão pela qual o agente responderá pelo delito de homicídio doloso consumado. Superveniente: ao tratar das causas supervenientes, o Art. 13 previu que estas somente poderiam excluir a imputação quando, por si sós, produzissem o resultado. {Aquele que, atingido gravemente por um disparo de arma de fogo, é conduzido a um hospital. Lá chegando, o hospital sofre um atentado terrorista,e a vítima vem a falecer não em virtude dos ferimentos da bala, mas sim do desabamento do prédio.} Se retirarmos o disparo recebido pela vítima, ela não teria sido conduzida para o hospital e portanto, não teria morrido soterrada. Por outro lado, se retirarmos o desabamento do prédio, a morte da vitima também não teria ocorrido como ocorreu. Significado da expressão por si só : ela tem a finalidade de excluir a linha de desdobramento físico, fazendo que o agente somente responda pelos atos já praticados. Se o resultado estiver na linha de desdobramento natural da conduta inicial do agente, este deverá por ele responder; se o resultado fugir ao desdobramento natural da ação, 5

6 ou seja, se a causa superveniente relativamente independente vier, por si só, a produzilo não poderá o resultado ser atribuído ao agente, que responderá tão somente pelo seu dolo. As causas preexistentes e concomitantes relativamente independentes, quando conjugadas com a conduta do agente, fazem que essas causas tenham entrado na sua esfera de conhecimento, pois, caso contrário, estaremos diante da chamada responsabilidade penal objetiva ou responsabilidade penal sem culpa. Já as causas supervenientes relativamente independentes têm uma particularidade: o resultado somente poderá ser imputado ao agente se estiver na mesma linha de desdobramento natural da ação; caso contrário, quando a causa superveniente relativamente independente por si só, vier a produzir o resultado, pelo fato de não se encontrar na mesma linha de desdobramento físico, o agente só responderá pelo seu dolo. Isso porque há um rompimento na cadeia causal, não podendo o agente responder pelo resultado que não foi uma consequência natural da sua conduta inicial. TIPO PENAL É um modelo, é um padrão, mas não é um modelo ideal. É um critério objetivo que serve para verificação de uma conduta, para ver se ela é ou não típica. É o padrão descrito em cada figura do Código Penal. O fato típico é composto pela conduta, por um resultado, pelo nexo causal entre a conduta e o resultado e pela tipicidade penal. Descreve o que vai ser o crime. Quando a lei, em sentido estrito descreve a conduta {comissiva ou omissiva} com o fim de proteger determinado bem, surge o tipo penal. Tipo é o modelo, o padrão de conduta que o Estado, por meio de seu único instrumento, a lei, visa impedir que seja praticada ou determina que seja levada a efeito por todos. É a descrição precisa do comportamento humano feita pela lei penal. O tipo não pode proibir o que o direito ordena e nem o que ele fomenta O Estado descreve precisamente o modelo de conduta que quer proibir, sob pena de quem lhe desobedecer ser punido de acordo com as ações previstas em seu preceito secundário. Quando uma conduta se encaixa perfeitamente ao modelo em abstrato criado pela lei, surge um fenômeno chamado tipicidade. Tipo Penal Tipicidade Indiciária Antijuricidade provável I. Funções: A. Função de garantia: o agente somente poderá ser penalmente responsabilizado se cometer uma das condutas proibidas ou deixar de praticar aquelas impostas pela lei penal. É lícito fazer tudo aquilo que não for proibido pela lei penal. O tipo exerce essa função de garantia. B. Função fundamentadora: abre-se a possibilidade ao Estado de exercitar o seu direito de punir sempre que o seu tipo penal for violado. 6

7 C. Função selecionadora de condutas: Seleciona as condutas que deverão ser proibidas ou impostas pela lei penal, sob a ameaça de sanção. OBJETIVOS {normativo} Autor/ Causador Conduta {Ação/ Omissão} Nexo de causalidade Resultado SUBJETIVOS Dolo Direto {1º ou 2º grau} Indireto {eventual} Culpa {Própria, imprópria, consciente, inconsciente} Elementos subjetivos especiais Intenção ou Tendência Quando o ato estiver no infinitivo, é elemento objetivo. Mas, quando estiver no subjuntivo, vai ser elemento subjetivo. TIPICIDADE PENAL É a qualidade de deriva do padrão. Quando uma conduta é típica, tem tipicidade, ela preencheu todos os critérios do tipo penal. O fato típico é formado pela conduta do agente, somado com o resultado e o nexo causal entre ambos. É preciso que a conduta se amolde a um modelo abstrato previsto na lei, que denomina-se tipo. Tipicidade é a adequação de um fato cometido à descrição que dele se faz na lei penal. Se não houver um encaixe perfeito, não há tipicidade. Só os fatos tipificados na lei penal como delitos podem ser considerados como tal. A adequação da conduta do agente ao modelo abstrato previsto na lei penal {tipo} faz surgir a tipicidade formal ou legal. Essa adequação deve ser perfeita pois, caso contrário, a conduta será considerada atípica. {A tipicidade formal é como se fosse aqueles brinquedos que têm por finalidade ativar a coordenação motora das crianças. Para elas, haveria tipicidade quando conseguissem colocar a figura do retângulo no lugar que lhe fora reservado no tabuleiro. Somente quando ela se adapta ao local a ela destinado no tabuleiro é que se pode falar em tipicidade formal.} A proibição encontrada no Código Penal se dirige a todos, à exceção daqueles que têm o dever de quebrar a regra. No confronto entre a proibição e a imposição, devemos concluir que a proibição de matar, no caso de um carrasco, não se dirige a ele. Além dos casos em que houver determinação legal para a prática de certas condutas nas quais formalmente haveria adequação típica, podem ocorrer hipóteses em que a lei embora não impondo, somente certas atividades. 7

8 Cada um dos elementos que integram o crime deve ser analisado na seguinte ordem: I. Fato típico A. Conduta {dolosa ou culposa} B. Resultado C. Nexo de Causalidade D. Tipicidade formal II. Ilicitude III. Culpabilidade A tipicidade formal é formada por: Tipicidade material Tipicidade conglobante: surge quando comprovado, no caso concreto, que a conduta praticada pelo agente é considerada antinormativa, isto é, contrária à norma penal, e não imposta ou formentada por ela, bem como ofensiva a bens de relevo para o Direito penal {tipicidade material}. TIPO DOLOSO Configura-se por uma vontade livre, além de ser consciente. Consciência é uma antecipação mental do que irá acontecer. Essa vontade agrega o elemento intencionalidade a um fim proibido. A má intenção não é para um ato imoral, mas para um ato proibido, ilícito. Portanto, o dolo é uma má intenção consciente intencionalmente dirigida a um determinado crime. Em regra, todos os crimes no Direito Penal são dolosos. Art Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; I. Dolo direto: quando o agente quer, efetivamente, cometer a conduta descrita no tipo. O agente, pratica a sua conduta dirigindo-a finalisticamente à produção do resultado por ele pretendido. É o dolo por excelência. A. Dolo direto de primeiro grau {dolo específico}: é certo o que se quer buscar - eu quero que você se foda; {A queria matar B e pra isso adquire uma pistola, meio necessário para o sucesso do plano. Quando B passa pelo local onde A havia se colocado de emboscada, este efetua o disparo que causa a morte da vítima. O dolo de A era direto, pois a razão do meio por ele selecionado não havia possibilidade de ocorrência de qualquer efeito colateral ou concomitante.} B. Dolo direto de segundo grau {dolo genérico}: acaba aceitando e contando com o resultado certo, com o evento prejudicial, que vai acontecer necessariamente, mas esse não é a intenção - foda-se, pouco me importa; {Um agente terrorista quer assassinar uma autoridade pública e, sabendo, de antemão que a vítima faria uma viagem, coloca um explosivo no avião em que este vai viajar, a fim de que fosse 8

9 detonado quando a aeronave já tivesse decolado. Não somente ocorre a morte da autoridade pública, mas também de todas as outras pessoas que com ela se encontravam no referido voo. O dolo referente à autoridade pública é considerado de primeiro grau, pois a conduta foi dirigida finalisticamente a causar-lhe a morte. Com relação às demais pessoas, apesar de ele saber que elas estariam lá, não sabia ao certo quem ou a quantidade, mas mesmo assim o resultado era tido como certo. A certeza em relação aos efeitos colaterais faz com que o dolo do agente seja tido como direto, mas será classificado como de segundo grau pois que a finalidade não era a de causar a morte dos demais passageiros. A morte de todos foi querida pelo agente, como consequência necessária do meio escolhido. Em relação à vitima visada, o dolo direto foi de primeiro grau, em relação às demais, o dolo foi de segundo grau.} II. Dolo indireto: A. Dolo indireto alternativo: apresenta-se quando o aspecto volitivo do agente se encontra direcionado, de maneira alternativa, seja em relação ao resultado ou em relação à pessoa contra qual o crime é cometido. 1. Resultado {objetivo} 2. Pessoa {subjetivo} B. Dolo indireto eventual: FODA-SE pode ocorrer ou não pois, é levado ao acaso. Mas o risco é aceito, é previsível - foda-se, pouco me importa. Quando o agente, embora não querendo diretamente praticar a infração penal, não se abstém de agir e, com isso, assume o RISCO de produzir o resultado que por ele já havia sido previsto e aceito. Significa que o autor considera seriamente como possível a realização do tipo penal legal e se conforma com ela. CULPA Se a culpa não estiver precisamente descrita na norma, ela não existirá. O crime culposo tem que vir expressamente descrito no Código Penal. O crime culposo é uma extensão do tipo penal, da autoria, pois diz-se autor quem não teve a intenção. Não repreende a pessoa pelo resultado, mas pela maneira como ela se comporta. O crime culposo exige a consumação para existir. Sempre que, no direito, ocorre um acidente é porque não houve dolo e nem culpa. Pode ser: Consciente {diferente do dolo eventual}: o agente age de forma a não observar o dever objetivo de cuidado, ou seja, na situação concreta o agente não observa o dever objetivo de cuidado, mas gera o resultado danoso. O agente não aceita conscientemente o resultado danoso, mas o gera. Ele prevê o que é previsível e exigível mas não confia no resultado. Inconsciente: o que se condena não é o resultado, mas a maneira como o agente se comporta. O agente deixa de observar as regras que lhe poderiam ser legitimamente exigíveis. Ele não prevê o que é previsível e exigível e o resultado advém. 9

10 Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Culpa própria: se opera através do comportamento humano em que se deixa de observar um dever objetivo de cautela {é quando se pode exigir do agente uma conduta diversa daquele que ele praticou}. Não existe dolo. - Negligência - Imprudência - Imperícia 1. Previsibilidade subjetiva: a capacidade que tem o agente concreto num caso concreto de prever o que é previsível. É quando se exige do agente que ele tem que saber o que é previsível. Algo que fatidicamente vai acontecer. Ve se o agente poderia prever ou não o que é previsível. Parte sempre da capacidade do agente de prever ou não ato previsível. Isenta a pessoa numa culpa inconsciente. 2. Previsibilidade objetiva = concreta: o que é imprevisível não determina a responsabilidade penal, se o agente não consegue prever {com a previsibilidade subjetiva}. Considera a condição do agente. Parte sempre de um caso concreto. Diferença entre culpa consciente e dolo eventual: Na culpa consciente o agente preve o que vai acontecer e não aceita o resultado {ih, fodeu}, já no dolo eventual o agente preve também o que vai acontecer, mas ele não se importa com o resultado, ou seja, ele é conivente com o resultado, o aceita {foda-se}. Culpa imprópria: é uma modalidade de responsabilização por assimilação, por equiparação a uma conduta que parece ser dolosa. Mas responsabiliza a título de culpa, por ser menor. {Quando alguém pensa que um bandido entrou em casa, e atira, para matar o bandido, mas na verdade era algum familiar, sem ter a intenção disso} É, portanto um erro vencível, inescusável. Se caracteriza pela prática de uma conduta dolosa que em razão das circunstâncias se realizou por motivação absolutamente equivocada; em razão da determinação desse erro e de sua evitabilidade ou não, o agente pode ser responsabilizado a título de culpa. Logo, o agente ficará isento da responsabilização penal apesar de ter agido dolosamente. Restando, pois, a analise da sua criminalização culposa. - Erro de tipo: elimina a tipicidade {elimina a responsabilização dolosa, mas permite a responsabilização a título de culpa} 10

11 - Erro de tipo permissivo: elimina a tipicidade {elimina o tipo doloso, se dá quando se verifica a má-compreensão sobre as causas de justificação previstas pelo código penal} - Erro de permissão: elimina a antijuridicidade {determina a responsabilidade por culpa imprópria, culpa reduzida} - Erro de proibição: elimina a culpabilidade {se opera em relação a qualquer um dos elementos constitutivos da culpabilidade, pode ser direto ou indireto} Erro evitável/ vencível/ inescusável {a pessoa responde} Erro inevitável/ invencível/ escusável {eliminação/ exclusão, pode ser um erro de tipo, de proibição} Se um erro não for vencível ou escusável, ele não elimina a responsabilidade. IMPUTAÇÃO OBJETIVA Porque a culpa sistemica é autopoiética? Qual a diferença entre autopoiética e zetética? Imputação objetiva teleológica: em relação à finalidade do agente. O agente sempre tem que objetivar um fim lícito. Imputação objetiva sistêmica: é uma mutação da imputação objetiva teleológica. Tem que estabelecer uma vinculação entre o comportamento e o resultado em razão de um sistema jurídico e não de outros agentes, não importando a intenção. É autopoiético porque ela se legitima a partir de fundamentos próprios que justifiquem a intervenção estatal repressivo-punitivo. A autopoiese é o momento de recriação dos fundamentos do direito penal pelo próprio sistema penal. Exemplo disso é a criação de bens jurídicos e de comportamentos delitivos pelo próprio direito penal a título de proteção dos valores socialmente compactuados. Ela se fecha, cria um auto sistema próprio e assim se legitima, taca o foda-se. Não enxerga além, analisa somente o interno, apenas o sistema fechado. Não queremos que o direito penal se legitime pela proteção de bens jurídicos que ele mesmo crie, assim ele se auto legitima, é uma autopoiese pois, assim ele cria direitos a serem protegidos por ele mesmo, fazendo com que seja necessário pela sua simples existência. Determina que a pessoa tem que ser fiel ao direito, mas não define qual direito é. Ela permite o estado de exceção, pois ela cria o que ela quiser para legitimar o direito penal. Há assim uma segurança jurídica {2+2=4} O direito penal não cria conduta, ele apenas a desvalora. Temos que ter uma compreensão do direito penal de forma zetética, que nos determina um olhar sobre qualquer conhecimento a partir de diversas perspectivas de mundo. É a contraposição à autopoiese. Imputação criminal do inimigo: nega os valores socialmente contratados, a pessoa que ofende um bem jurídico que o DP protege, não é leal ao direito, negando os direitos 11

12 sociais, não se comportando como cidadão, se comporta como inimigo. Pode-se tratar o criminoso como se fosse um inimigo, não um cidadão, que tem direitos em relação a defesa etc. Hoje, o inimigo é o traficante. 12

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