DO CRIME. A corrente que traz o conceito analítico do crime como bipartido diz que o crime é fato típico e ilicitude. Conduta. Nexo Causal.

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1 ENCONTRO 04

2 DO CRIME Conceito de crime: O crime pode ter vários conceitos que se diferenciará a depender do ramo de estudo analisado. Como falamos de estudos para concurso, mais especificamente sobre matéria penal vamos estudar os três principais conceitos de crime em matéria estritamente jurídica. Portanto dividiremos o crime em conceito formal, material e analítico. Material: o crime constitui dano ou perigo de dano a um bem jurídico; Formal: o crime é o fato proibido por lei, sob risco de pena; Analítico: O crime na visão analítica possui diversas definições, como o presente trabalho é voltado para concursos, traremos aqui duas correntes muito discutidas no Brasil, que é a Bipartida e a Tripartida. Crime Conceito Analítico Corrente Bipartida A corrente que traz o conceito analítico do crime como bipartido diz que o crime é fato típico e ilicitude. Crime Conceito Analítico Corrente Tripartida (USADA NO DIREITO PENAL MILITAR) A corrente tripartida, conceitua crime analítico como fato típico, ilícito e culpável. Conduta Fato típico Nexo Causal Resultado Tipicidade CRIME Ilícito (antijurídico) Culpável pág. 2

3 Relação de causalidade Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Comentários: Segundo a doutrina, crime é igual à ação ou omissão mais resultado, o que significa que o ilícito é decorrente de um ato praticado por um infrator por meio de uma ação ou omissão que levará a um resultado. Apesar desta regra, existem crimes que podem ocorrer sem que o resultado venha a se configurar, como ocorre, por exemplo, com o crime de corrupção, bastando para a configuração da conduta que o agente tenha solicitado uma vantagem indevida. O CPM estabeleceu que somente responderá perante a Justiça Penal Militar aquele que deu causa ao resultado por meio de uma ação ou omissão. Neste sentido, se não houver uma relação de causalidade entre o ato praticado e o resultado não há que se tratar de uma responsabilidade penal. O fundamento estabelecido pelo CPM é uma garantia assegurada aos jurisdicionados no sentido de que estes não poderão ser levados às barras dos Tribunais Militares se não tiverem dado causa a um resultado considerado pela lei penal militar como sendo um crime militar, próprio ou impróprio. Assim, se o responsável pela reserva de armas entregar um armamento a um militar e este vier a ferir a uma pessoa causando-lhe uma lesão corporal não há que se falar em responsabilidade do militar que trabalha na reserva de armas, mas se este mesmo militar for omisso na manutenção de algum armamento e esta conduta der causa a um acidente, o militar da reserva de armas também será responsabilizado pelo resultado em atendimento aos princípios que regem a ação penal e o processo penal, comum ou militar. Por força do estabelecido neste artigo, qualquer pessoa, militar da ativa, reserva remunerada, reformado, civil, ou funcionário público civil, e até mesmo os militares estrangeiros, ou estrangeiros, poderá ser processada e julgada perante a Justiça Militar da União, dos Estados, ou do Distrito Federal, caso venham a praticar um crime militar previsto em lei em razão de uma ação ou omissão que leve a um resultado. Algumas Curiosidades!!! O artigo 29 do CPM é a aplicação da Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais (ou teoria da conditio sine qua non), segundo a qual causa é todo fato oriundo de comportamento humano sem o qual o resultado não teria ocorrido (nem como, nem quando ocorreu). Assim, para que se possa aferir se algum comportamento ou acontecimento insere-se neste conceito de causa, aplica-se o processo hipotético de eliminação, desenvolvido por Thyrén: suprime-se mentalmente um determinado fato que está no desenvolvimento linear do crime. Se não ocorrer resultado naturalístico em razão dessa supressão, é porque esse fato era causa; de outro lado, se persistir, causa não será (ex: disparos fatais de arma de fogo contra a vítima se forem suprimidos, não há crime de homicídio logo, são causa). O que é concausa? CONCAUSAS Nada mais é do que o concurso de fatores (preexistentes, concomitantes ou supervenientes) que, paralelamente ao comportamento do agente, são capazes de modificar o curso natural do resultado. Ou seja, são fatores externos à vontade do agente, mas que se unem a sua conduta. Assim, têm-se duas causas: a do agente e esses fatores que com a dele convergem. Desta feita, em relação a esses fatores, pode-se afirmar que existem duas modalidades de causas: as dependentes e as independentes. pág. 3

4 Absolutamente independentes Preexistente Concomitante Superveniente Não Responde pelo resultado, Apenas pelos atos já praticados CAUSAS Relativamente independentes Preexistente Concomitante Responde pelo resultado Superveniente Exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado As absolutamente independentes não possuem qualquer vínculo com a conduta do agente, ou seja, possuem uma origem totalmente divorciada da conduta delitiva e ocorreriam ainda que o agente jamais tivesse agido. Por isso, trazem uma solução mais simples e não podem, jamais, ser confundidas pelo intérprete, até porque seus exemplos são clássicos e trazidos pela mais ampla doutrina. Possuem três modalidades, a saber: 1) Preexistente: é a causa que existe anteriormente à conduta do agente. Ex: "A" deseja matar a vítima "B" e para tanto a espanca, atingindo-a em diversas regiões vitais. A vítima é socorrida, mas vem a falecer. O laudo necroscópico, no entanto, evidencia como causa mortis envenenamento anterior, causado por "C", cujo veneno ministrado demorou mais de 10 horas para fazer efeito1; 2) Concomitante: é a causa que surge no mesmo instante em que o agente realiza a conduta. Ex: "A" efetua disparos de arma de fogo contra "B", que vem a falecer em razão de um súbito colapso cardíaco (cuidado, não se trata de doença cardíaca preexistente, mas sim de um colapso ocorrido no mesmo instante da conduta do agente!); 3) Superveniente: é a causa que atua após a conduta do agente. "A" administra dose letal de veneno para "B". Enquanto este último ainda está vivo, cai um lustre da casa, que acaba por acertar qualquer região vital de "B" e vem a ser sua causa morte. Assim sendo, percebe-se que nos três itens acima citados o resultado naturalístico ocorreu de maneira totalmente independente da conduta do agente e que as causas atuaram de forma independente foram responsáveis pela produção do resultado. Então, por não haver relação de causalidade (nexo causal) entre resultado e conduta do agente, este responde apenas pelos atos já praticados, isto é, por tentativa de homicídio, desde que comprovado o animus necandi. pág. 4

5 Conclui-se, assim, que nas causas absolutamente independentes (quaisquer de suas modalidades preexistentes, concomitantes ou supervenientes) o agente responderá somente pelos atos já praticados, mas jamais pelo resultado, ante a falta de relação de causalidade. Aplica-se, então, a Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais (conditio sine qua non), prevista no artigo 29, caput, CPM. Já as causas relativamente independentes, por sua vez, têm origem na conduta do agente e, por isso, são relativas: dependem da atuação do agente para existir. Também possuem três modalidades: 1) Preexistente: a causa existe antes da prática da conduta, embora seja dela dependente. O clássico exemplo é o agente que dispara arma de fogo contra a vítima, causando-lhe ferimentos não fatais. Porém, ela vem a falecer em virtude do agravamento das lesões pela hemofilia. 2) Concomitante: ocorre simultaneamente à conduta do agente. Outro clássico exemplo é o do agente que dispara arma de fogo contra a vítima, que foge correndo em via pública e morre atropelada por algum veículo que ali trafegava. Nessas duas hipóteses, por expressa previsão legal (art. 13, caput, CP), aplica-se a teoria da equivalência dos antecedentes causais e o agente responde pelo resultado naturalístico, já que se suprimindo mentalmente sua conduta, o crime não teria ocorrido como e quando ocorreu. Assim, responde por homicídio consumado. A grande e essencial diferença aparece na terceira causa relativamente independente: 3) Superveniente: aquela que ocorre posteriormente à conduta do agente. Neste específico caso, torna-se necessário fazer uma distinção, em virtude do comando expresso ao artigo 29, 1º, CPM: A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou. Ora, da simples leitura deste artigo, depreende-se que existem as causas relativamente independentes que, por si só, excluem o resultado e as que não excluem. Sendo assim, novamente pelo expresso comando legislativo, apenas as que produzem por si só o resultado naturalístico terão tratamento diverso. Para resumir: 1) Causa Superveniente Relativamente Independente que não produz por si só o resultado: aplica-se a teoria da conditio sine qua non regra geral - por não se enquadrar na exceção do 1º do artigo 29. Como exemplo clássico, tem-se a vítima que é alvejada por disparos não fatais, mas vem a falecer em virtude de imperícia médica na oportunidade da cirurgia a qual teve que ser submetida em virtude dos ferimentos. Resta claro que a imperícia médica não mata qualquer pessoa, mas somente aquela que enseja a intervenção médica. Como a lei manda aplicar a teoria da equivalência dos antecedentes, constata-se que a vítima somente faleceu em virtude da intervenção cirúrgica necessária em razão dos ferimentos causados por disparos de arma de fogo (suprimindo-se os disparos, a cirurgia não seria necessária e, portanto, temos a causa do homicídio). Logo, neste caso, o agente responde por homicídio consumado. 2) Causa Superveniente Relativamente Independente que produz por si só o resultado: é a situação excepcional, que se amolda ao artigo 29, 1º, CPM. Aqui, aplica-se a teoria da Causalidade Adequada e temos como exemplo a vítima que é atingida por disparos de arma de fogo não fatais, mas vem a falecer em virtude do acidente automobilístico de sua ambulância e a vítima que, também alvejada, vem a falecer em razão de um incêndio na ala de feridos do hospital. pág. 5

6 OMISSÃO NO CPM 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência. O 2º, do art. 29, do Código Penal Militar, estabelece de forma expressa que a princípio a omissão não é causa de responsabilização, mas a omissão se torna relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância, como por exemplo, o guia, o salva-vidas, o bombeiro militar, o policial militar, e ainda a quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado, e ainda a quem, com seu comportamento anterior criou o risco de sua superveniência, como, por exemplo, o guia que leva os seus orientados para um caminho afirmando conhecê-lo quando na realidade nunca passou pelo local por ele mencionado. Se em razão deste procedimento às pessoas sofrerem algum tipo de lesão, por exemplo, decorrente de um desmoronamento que somente ocorreu pela passagem das pessoas pelo local, esta ou estas serão de inteira responsabilidade do guia, o qual com seu comportamento anterior criou o risco suportado pelas pessoas. Nas hipóteses estabelecidas neste parágrafo se enquadram ainda aqueles que exercem a função de garantes. pág. 6

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