Responsabilidade civil do Estado

Transcrição

1 Responsabilidade civil do Estado

2 Responsabilidade civil Conduta Dano Nexo de causalidade Dolo/Culpa Para configurar a responsabilidade civil essencialmente deve-se demonstrar QUATRO COISAS: 1 - CONDUTA 2 - DANO 3 - NEXO 4 - DOLO/CULPA - imprudência, negligência ou imperícia. Ex: Alguém bateu no seu carro. Deve demonstrar o dano e a relação com a outra pessoa e que houve dolo, imprudencia, negligencia ou imperícia (ex: rompimento da barra de direção)

3 Tipos de Responsabilidade civil Subjetiva Objetiva

4 Responsabilidade subjetiva Conduta Dano Nexo de causalidade Dolo/Culpa Responsabilidade subjetiva considera dolo e culpa EX: Quebra da barra de direção em um caminhão

5 Responsabilidade objetiva Conduta Dano Nexo de causalidade Dolo/Culpa Responsabilidade Objetiva não considera dolo e culpa. Se o dano ocorreu e foi causado por aquela pessoa, é responsabilidade dela!

6 ? EX: quebra da barra de direção num caminhão do Estado. Estado responde? (s) Agente responde? (depende de dolo/culpa)

7 Responsabilidade Civil do Estado = Objetiva CF de 1946 Responsabilidade Civil do Agente = Subjetiva Princípio da isonomia Duas situações. 1 - Em atos em que há nexo com o Estado, a responsabilidade dele é Objetiva! 2 - Para o agente, por outro lado, é subjetiva.

8 Art. 37 6º: Estado responde objetivamente por dano Estado PJ de Direito Privado Todas que prestam serviços públicos ex: concessionárias Responsabilidade objetiva subsidiária do Estado Mas quem é o Estado? Só administração direta? inclui empresas publicas? Tem mais uma parte interessante, que fala sobre quem é entendido por Estado nessa situação - ESTADO - Engloba administração direta e indireta - PJ de Direito privado: Engloba todas as empresas que atuam na prestação de serviço público (ex: concessionária de serviços de transportes de passageiros) Responsabilidade objetiva subsidiária do Estado = Se empresa privada não conseguir pagar, Estado paga (sempre entrar contra os dois)

9 Ex: 1 - Ônibus de concessionária sofre acidente. Passageiro lesionado. Resp. Objetiva? (s) 2 - Ônibus de concessionária atropela alguém. Não usuário. Resp. Objetiva? (s), STF.?

10 ? a)? b)? Ex: 1 - Ônibus de concessionária sofre acidente. Passageiro lesionado. Resp. Objetiva? (s) 2 - Ônibus de concessionária atropela alguém. Não usuário. Resp. Objetiva? (s), STF.

11 ? o Empresa Estatal atuando em atividade privada? não se aplica o art. 37. É responsabilidade de direito privado.

12 Elementos da Responsabilidade objetiva Conduta Dano Nexo de causalidade Conduta - Deve ser de um agente público atuando desta qualidade ou ao menos se aproveitando desta qualidade de agente (ex: PM fora do horário de trabalho que atira em alguém com a arma do trabalho é) Dano - Jurídico (a bem protegido pelo direito). Moral ou material. (ex: não se aplica a amigo imaginário)

13 Elementos da Responsabilidade objetiva Conduta Atos lícito Atos ilícito Conduta deve ser suficiente: Se tiver outras condutas causando o dano encerra o nexo (ex: fugitivo que assalta com quadrilha banco)

14 Elementos da Responsabilidade objetiva Lícito + Anormal Dano Ex: Lítico + anormal: Quando conduta do Estado causar dano lícito e anormal (requisito implícito) (ex: cemitério na frente do hotel) - Você tem um hotel e o Estado construi um cemitério na frente no lugar da praça (tem direito a indenização, reduz a clientela)

15 Elementos da Responsabilidade objetiva Nexo de causalidade Teoria da causalidade Conduta do agente público deve ser suficiente para causar o dano Caso fortuito Força maior Culpa exclusiva da vitima Conduta deve ser suficiente: Se tiver outras condutas causando o dano encerra o nexo (ex: fugitivo que assalta com quadrilha banco)

16 Teorias Teoria do Duplo Efeito do Ato Administrativo Teoria do Risco Administrativo Teoria do Risco Integral Teoria do duplo efeito do ato administrativo: Não se pode embasar indenização no fato de que outra pessoa foi indenizada pelo mesmo motivo. Apenas a pessoa prejudicada pode. São efeitos diferentes a pessoas diferentes decorrentes do mesmo ato. Teoria do risco administrativo: Quando estado assume a atividade administrativa, também assume seu risco e responde objetivamente pelos danos decorrentes desse risco. [BR adota essa] Teoria do risco integral: Não é unanime, não admite as excludentes de responsabilidade (caso fortuito, força maior, culpa exclusiva), sendo responsável nesses casos. Adota-se em: Danos decorrentes de atividade nuclear que o estado pratica ou tolera Dano ambiental em ato omissivo do estado (apenas se não for possível cobrar do poluidor direto) Crime ocorrido abordo de aeronave ou dano decorrente de ataque terrorista

17 Teoria da Culpa do Serviço Teoria do Risco Criado Teoria da conditio sine qua Fortuito interno x Fortuito externo Teoria da culpa do serviço (culpa anônima): Demonstra-se a má qualidade da prestação do serviço pelo estado para responsabilizar o estado. (ex: ser assaltado na frente de uma delegacia com os policiais assistindo) (ex2: bueiro destampado e alguém cai) Teoria do risco criado (suscitado): Toda vez que o estado cria uma situação de risco e dela decorre um dano, a responsabilidade do estado é objetiva, mesmo sem conduta direta do agente. (ex: preso mata o outro na prisão. Presidio é um risco criado pelo estado) (ex2: preso foge do presidio e imediatamente assalta a casa ao lado). Toda vez que o estado tiver alguém ou algo sob custodia, ele assume o risco se tornando garantidor universal (ex: 2 alunos de escola pública brigam e um morre, estado responde objetivamente). (indulto natalino responde objetivamente se preso fizer algo) Teoria da condicio sine qua: em Situações de custódia basta demonstrar que a custodia é uma condição sem a qual o dano não ocorreria. Fortuito interno (caso fortuito): Situação não corriqueira que decorre da situação de custódia. Não exclui a responsabilidade. (rebelião) Fortuito externo (força maior): Situação alheia à custódia (preso atingido por raio). Exclui a responsabilidade.

18 Prescrição 5 Anos para reparação civil Prescrição de 5 anos para reparação civil (lei especial, desconsidera prazos do CC) (havia correntes que entendiam ser os 3 anos do CC)

19 Responsabilidade decorrente de obra pública Decorrente da Má execução da obra Pelo estado = Objetiva Por particular = subjetiva Obra Sempre objetiva Decorrente da má execução da obra: Se a obra estiver sendo executada pelo próprio estado (raro) é responsabilidade objetiva. Já se for executada por particular (não presta serviço público, apenas executa uma obra) a responsabilidade é do direito privado. (ex: pedaço de viaduto cai encima de carro) Pelo estado -> Objetiva Por particular -> Subjetiva (estado só responde se for omisso no dever de fiscalização culpa do serviço) Responsabilidade decorrente de obra: A obra foi feita normalmente, mas a mera existência da obra causa dano a particular (ex: viaduto na frente de casa de frente ao mar/cemitério na frente de hotel). Responsabilidade é sempre do estado e sempre objetiva.

20 Responsabilidade por Ato judicial Regra: Não há responsabilidade Exceção: Art. 5, LXXV Prisão por erro judicial ou prisão além da pena Responsabilidade Objetiva Responsabilidade por ato judicial: Regra é a não responsabilização. Decisão judicial é recorrível e não indenizável. Exceção: Art. 5, LXXV resp objetiva do estado quando alguém fica preso por erro judiciário ou além do tempo fixado em sentença. Não precisa de dolo nem culpa. (se juiz causar dano intencionalmente a alguem, responde subjetivamente, deve demonstrar o dolo/culpa)

21 Responsabilidade por Ato legislativo Regra: Não há responsabilidade Exceção: Dano direto + = Inconstitucional Responsabilidade Objetiva Responsabilidade por atos legislativos: Por regra não é responsável. Salvo de a lei causar dano direto a alguém e for declarada inconstitucional, nesse caso teria responsabilidade objetiva (ex: lei que reduz a remuneração de um servidor).

22 Teoria da Dupla Garantia De quem cobrar o $? Vítima deve cobrar do Estado, não do Agente! Litisconsórcio? Não cabe Princípio da impessoalidade Art. 70, CC (denunciação à lide) Não se aplica Teoria da dupla garantia: Vitima deve cobrar do estado, não do agente, nem em litisconsórcio, pois agente tem garantia de só ser cobrado pelo estado. Decorre do principio da impessoalidade. Art. 70, CC (denunciação à lide) - sempre que for possível ação regressiva, deve haver denunciação a lide. Não é obrigatório nem possível para o estado, pois começaria a discussão de dolo e culpa (ampliação subjetiva do mérito).