Segundo Nucci, nexo causal é o vínculo estabelecido entre a conduta do agente e o resultado por ele gerado, com relevância suficiente para formar o
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- Guilherme Figueiredo Wagner
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2 Segundo Nucci, nexo causal é o vínculo estabelecido entre a conduta do agente e o resultado por ele gerado, com relevância suficiente para formar o fato típico.
3 Art O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. O Resultado a que se refere o art. 13 deve ser entendido como jurídico e não meramente naturalístico. Para fins de nexo causal não se difere ocasião. causa de condição ou
4 Criada por Von Buri; Adotada pelo código penal brasileiro; A causa da causa também é causa do que foi causado Nas próprias palavras de Von Buri: "não é possível distinguir entre condições essenciais e não essenciais ao resultado, sendo causa do mesmo todas as forças que cooperam para a sua produção, quaisquer que sejam Processo hipotético de eliminação de Thyrén
5 Exemplo de Damásio: A matou B. A conduta típica do homicídio possui uma série de fatos, alguns antecedentes, dentre os quais poderíamos sugerir os seguintes: 1) produção do revólver pela indústria; 2) aquisição da arma pelo comerciante; 3) compra do revolver pelo agente; 4) refeição tomada pelo homicida; 5) emboscada; 6) disparo dos projéteis na vítima; 7) resultado morte. Regressão ad infinitum; Interrupção na falta de dolo ou culpa; Outras teorias: teoria da causalidade adequada e imputação objetiva.
6 Causas absolutamente independentes é aquela causa que teria acontecido, vindo a produzir o resultado, mesmo se não tivesse havido qualquer conduta por parte do agente. [Greco] Cortam o nexo causal Ex 1: Raio Ex 2: Veneno Causas relativamente independentes É aquela causa que somente tem a possibilidade de produzir o resultado se for conjugada com a conduta do agente. [Greco]
7 Causa preexistente relativamente independente Ex.: A atira em B, com intenção de matar, gerando ferimento que não seria fatal não fosse este possuir doença grave. Ocorre a morte por confluência de causas. Causa concomitante relativamente independente Ex.: A desfecha um tiro em B, no exato momento, este começa a ter um ataque cardíaco em razão do susto gerado pelo tiro. Ocorre a morte pela uniam das causas. Causa superveniente relativamente independente Ex.: A atira em B, e quando este é levado ao hospital contrai infecção hospitalar. Ocorre a morte pela união das causas.
8 Também chamadas de concausas ou confluência de causas. Causa Preexistente B é hemofílico. Ao sofrer a lesão causada pelo tiro, padece de sangramento incontrolável. + Causa Principal A desfere um tiro em B + B sente o impacto do projétil, perde o equilíbrio e cai num despenhadeiro sofrendo várias outras lesões. + Causa Superveniente Em cirurgia no hospital, B não resiste aos efeitos da anestesia. Ex.: Choque anafilático. = Morte da vítima B Resultado Poderá Responderá o agente por homicídio consumado? Posições Causa Concomitante
9 Exceção à regra da equivalência dos antecedentes, prevista no caput. 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Causa Principal Tiro Causa superveniente que por si só provoca o resultado. Ex. Incêndio no Hospital, acidente na ambulância. = Corta o nexo. O agente responde pelo que fez, ignorando-se a causa superveniente. Causa superveniente que não provoca o resultado por si só. Ex. Choque anafilático = Não corta o nexo. O agente responde normalmente pelo resultado.
10 Relevância da omissão 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
11 Crimes comissivos por omissão ou omissivos impróprios; Não há tipos específicos, gerando uma tipicidade por extensão; Ex. da alínea a - Policial que assisti um roubo e nada faz porque a vítima é sua inimiga, Pai para com o filho, curador para com o curatelado; Ex. da alínea b Exímio nadador que convida um amigo para uma travessia, prometendo-lhe ajuda em caso de emergência, fica obrigado a intervir se o inexperiente nadador começa a se afogar. Ex. da alínea c alguém joga outro na piscina por ocasião de um trote acadêmico, sabendo que a vítima não sabe nadar, fica obrigado a intervir, impedindo o resultado trágico, sob pena de homicídio.
12 O sistema criminal brasileiro, como ensina a unanimidade da doutrina, adota a teoria da equivalência dos antecedentes ou da condictio sine qua non (RENÉ ARIEL DOTTI), não distinguindo entre condição e causa, considerada esta como toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido (ANÍBAL BRUNO). Nesta perspectiva, então, cabe verificar se o resultado (desvio de verbas) ocorreria do mesmo modo sem a intervenção da paciente, ou em outras palavras, como ensinado por este último autor, se entre o seu atuar e o resultado típico existe a necessária relação de causa e efeito. STJ, HC 18206/SP, relator Min. Fernando Gonçalves,
13 a volumosa lâmina atingiu órgãos vitais da vítima: pulmão esquerdo, coração, fígado (com transfixação) e veia supra-hepática esquerda, acarretando hemotórax esquerdo e hemopericárdio que foram sua causa mortis. Observe-se que a indisponibilidade de estoque de sangue, no momento, para transfusão não elimina, não afasta essa correlação entre as lesões e a morte, pois o que importa, à luz do art 13 do C. Penal, é o estabelecimento da facada desferida pelo Recorrente como causa da hemorragia fatal. TJMG, RESE /000(1), Relator Gomes Lima,
14 Sobrevindo o óbito por infecção em face da cirurgia, há relação de causalidade entre o resultado (morte da vítima) e a causa (ato de desferir facadas), daí decorrendo que a morte foi provocada pelo comportamento do agente (artigo 13, do CP), o que caracteriza homicídio e não lesão corporal seguida de morte. STF, HC , Relator Min. Maurício Corrêa 01/12/98.
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