MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SUBSECRETARIA DE ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO

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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SUBSECRETARIA DE ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO Processo n.º / Interessado: Coordenação-Geral de Recursos Logísticos Assunto: Recurso Administrativo contra julgamento do Convite nº 5/2004 manutenção de elevadores dos Anexos I e II. Impetrante: América Elevadores Ltda Senhor Subsecretário de Assuntos Administrativos, Insurge-se contra a decisão da Comissão Permanente de Licitação deste Ministério a empresa AMÉRICA ELEVADORES LTDA, participante do Convite nº 05/2004, cujo objeto resumido é a contratação de empresa especialização para operação e manutenção corretiva e preventiva dos 6 (seis) elevadores instalados nos Anexos I e II ao Edifício-sede do MEC. HISTÓRICO A licitação em tela foi aberta, inicialmente, no dia 9/06, ocasião em que compareceram apenas 2 (duas) empresas, a saber, MÓDULO ENGENHARIA CONSULTORIA E GERÊNCIA PREDIAL LTDA e AMÉRICA ELEVADORES LTDA, fato que levou a Presidente da CPL a decidir pela repetição do Convite, conforme ata disposta em fls. 190 do processo. A repetição do Convite foi prevista para o dia 21/06/2004, tendo sido convidadas as empresas ELEV SERV MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ELEVADORES LTDA, ELEVADORES DO BRASIL LTDA, ELEVADORES ATLAS SCHINDLER S/A, AMÉRICA ELEVADORES LTDA e MÓDULO ENGENHARIA, CONSULTORIA E GERÊNCIA PREDIAL LTDA, na forma documentada pelo processo. No dia aprazado, ou seja, no dia 21/06/2004, novamente compareceram apenas 2 (duas) empresas, a insurgente América Elevadores Ltda e Elevadores do Brasil Ltda, mas, como se tratava de repetição de procedimento na modalidade convite e com amplo embasamento na legislação pertinente, foi decidido pela abertura do envelope solicitado, havendo, preliminarmente, a habilitação das empresas e, posteriormente, tendo em

2 vista a necessidade de comparação das condições exigidas no edital com as propostas apresentadas, a análise de suas pertinências. Na ata decorrente da sessão, foi consignado pela recorrente que a empresa ELEVADORES DO BRASIL apresentou o Alvará de Funcionamento com o CNPJ diferente do apresentado em sua proposta, contrariando o disposto no subitem 2.4, letra G do Edital. Consta ainda da aludida ata que as duas empresas presentes foram habilitadas. seguinte: Do RELATÓRIO DE JULGAMENTO DO CONVITE Nº 05/2004, consta a análise Proposta apresentada pela empresa AMÉRICA ELEVADORES: O valor cotado em sua proposta é superior ao valor estimado pela administração. Proposta apresentada pela empresa ELEVADORES DO BRASIL: Ausência da PLANILHA ORÇAMENTÁRIA, exigida no edital. Diante do exposto acima, as 2 (duas) participantes foram consideradas DESCLASSIFICADAS. DO RECURSO ADMINISTRATIVO Alega, principalmente, a recorrente que sua proposta não deveria ter sido desclassificada pelo preço excessivo, de vez que o edital não trouxe o valor estimado pela administração, além de tecer comentários sobre a possibilidade de ter sido a única em condições de ser habilitada, posto que sua concorrente deixou de apresentar documento prescrito no subitem 2.4 do edital, qual seja, o Alvará de Funcionamento trazido continha CNPJ diverso da empresa licitante. DO ENTENDIMENTO DA COMISSÃO Para melhor compreensão do assunto, vale a pena transcrever trechos da Lei nº 8.666/93 que abordam aspectos sobre a licitação na modalidade de convite. Art º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse

3 com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. (grifamos) Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: I - Para obras e serviços de Engenharia: a)convite: até R$ ,00 (cento e cinqüenta mil reais). Art º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei, poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei. Art º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a Administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. O convite é a modalidade de licitação adequada para contratações modestas em função do valor e será processada em uma única fase, a da apresentação das propostas, de forma simples e ágil. A Lei 8.666/93 admite que para o convite a Administração escolha os seus participantes entre aqueles que atuam no ramo pertinente ao objeto da licitação sejam eles cadastrados ou não, de forma que dispensa as formalidades da habilitação exigidas para a concorrência. A verificação das condições de qualificação é previa e deverá anteceder a formalização da entrega do convite (sua divulgação), de maneira que a Administração ao convidar os participantes, além de verificar os aspectos relacionados à regularidade fiscal

4 observará o ramo de atuação e a qualificação técnica necessária ao cumprimento do objeto do futuro contrato. No convite em apreço a qualificação quanto aos aspectos da capacidade técnica RECAIU SOBRE AS EMPRESAS QUE EFETIVAMENTE ATUAM NO RAMO LICITADO e que dispõem de experiência pregressa compatível com o objeto da licitação, inclusive a recorrente que foi objeto de convocação expressa, em um mercado que é potencialmente escasso de empresas do ramo. É de se observar que, apesar de a CPL dispor da faculdade de convidar apenas 3 (três) empresas, o convite foi estendido sempre a número maior, como ocorreu na repetição objeto do ataque em comento, sendo de salientar que o edital, assim como todos os demais relativos a esse tipo de procedimento, ficou disponível no site do MEC para amplo acesso. Não há, portanto, que se dar acolhida a qualquer insinuação de favorecimento, eis que as condições de participação foram amplas, não tendo havido sequer impugnação ao ato convocatório. Ademais, ao escolher os convidados, houve o cuidado de verificar as condições de habilitação dos mesmos junto ao SICAF, posto que a capacidade técnica de todos é sobejamente reconhecida. Logo, havia uma habilitação presumida, de vez que, para tal, necessitava-se somente da apresentação de atestados, fato que todos, evidentemente, supriam, como de fato ocorreu. No parágrafo 20 do recurso em comento, a empresa afirma que É bom frisar: SOMENTE UMA PROPOSTA COMERCIAL FOI HABILITADA. NÃO HOUVE DUAS PROPOSTAS HABILITADAS, conforme ofício nº 98/2004/CPL/SAA/SE/MEC. (sic). Evidentemente que a alegação da empresa de que apenas a sua proposta teve condições de ser habilitada não procede, pois o motivo alegado para a pretensa inabilitação da concorrente seria pelo fato de a mesma não ter apresentado o ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO. Ora, uma simples leitura despretensiosa no edital, relativamente na parte relativa à exigência do mencionado alvará contraria frontalmente ao alegado pela recorrente, pois que o dispositivo indicado dispõe: 2.4. As licitantes deverão apresentar ainda: A licitante deverá apresentar conjuntamente com a sua proposta de preços o Alvará de Funcionamento expedido por Órgão Público competente do Governo do Distrito Federal, caracterizando o licenciamento de suas instalações físicas para o desenvolvimento das atividades para a realização do objeto; (grifamos). Temos, pois, que, de leitura rápida no acima transcrito, verifica-se que o documento, a considerar o Convite em duas fases distintas, deveria constar preferencialmente do caderno de preços e não da fase de habilitação como quer dar a entender a empresa, evidenciando, assim, a condição de habilitação para as duas concorrentes.

5 Outrossim, a ata relativa à sessão, assinada pelo representante da empresa AMÉRICA ELEVADORES LTDA, menciona enfaticamente a condição de habilitação das 2 (duas) concorrentes, além de o processo conter consulta ao SICAF relativa ao dia da sessão. Outrossim, comporta assinalar que a CPL, ao tornar público o edital do convite em apreço, submeteu-o, como de praxe, à análise prévia da Consultoria Jurídica, a qual, no Parecer de fls. 50 a 74 não coloca nenhuma vedação quanto à forma de condução do procedimento detalhado nos autos, tecendo ponderações outras sobre questões diversas à atacada, mas prontamente atendidas pelas áreas envolvidas no procedimento. Até a questão alegada pela empresa que o seu preço foi lançado em função do desconhecimento da estimativa de preços é improcedente, de vez que, em sendo o processo público e havendo a intenção de participar da licitação, certamente que as vistas necessárias ao seu conteúdo seriam atendidas, aliado, ainda, ao fato que foi exigida uma vistoria, exatamente disposta no edital e anexos para dirimir dúvidas, quaisquer que fossem, inclusive as relativas a eventuais preços máximos admitidos. Não houve, conforme noticiado pelo processo, o exercício dos direitos acima por parte do licitante, silente quanto aos termos do edital e quando da realização de vistoria, repetimos, cujo escopo é exatamente o de dirimir dúvidas relativas à licitação. Contestamos veementemente até mesmo a alegação sobre a ausência de estimativas de preços no processo, fato que poderia acontecer, posto haver guarida por parte da CONJUR/MEC, haja vista que em seu retromencionado parecer, fez menção específica sobre o assunto nos parágrafos 11 e 12, ao julgar dispensável tal procedimento, citando inclusive decisão do TCU. Ademais, a Planilha Orçamentária Anexo II ao edital, traz em detalhes, toda a orçamentação referente à composição dos custos necessários à realização da obra, deixando de quantificar apenas os valores referentes ao chamado BDI BONIFICAÇÃO E DESPESAS INDIRETAS. Evidencia-se aqui, a desatenção total da empresa no atendimento ao acudimento ao edital da licitação, de vez que falhou ao não solicitar vistas ao processo, tendo falhado ainda no ato da vistoria, quando não questionou assunto de tamanha importância, falhou novamente ao não observar que os preços colhidos pelo MEC estavam dispostos sim na Planilha Orçamentária, restando-lhe tão-só aplicar os valores correspondentes ao BDI e, por fim, falhou não impugnar o edital, do qual houve total aceitação na forma descrita no subitem CONCLUSÃO Diante de todo o exposto, entendeu a CPL ser absolutamente necessária a desclassificação das 2 (duas) propostas, reafirmando-se aqui as razões que levaram a tal entendimento, sendo a da empresa Elevadores do Brasil motivada por ausência de documento exigida em fase posterior à habilitação, conforme se infere do que foi anteriormente ilustrado e, no que pertine à empresa insurgente, a desclassificação deu-se tão-somente pelo preço excessivo apresentado.

6 Argumentar que o preço ofertado traduz a realidade do mercado constitui falácia, haja vista que o preço estimado, conforme anteriormente mencionado encontra-se disposto com clareza na Planilha Orçamentária Anexo II, a exceção, naturalmente, dos valores relativos ao BDI, que são da competência exclusiva das licitantes. Há que se levar em consideração, também, que esta Comissão tem pautado a sua atuação sempre na defesa do menor preço, daí porque é extremamente pretensiosa a intenção da empresa de requerer a inabilitação da concorrente, cujo preço é praticamente a metade do seu, para classificá-la e aceitar o seu preço manifestamente superior ao estimado. Por outro lado, em havendo a convocação de ambas para a apresentação de novas propostas de preços escoimadas dos motivos que levaram às suas desclassificações, demonstra a total ausência de favoritismo quanto a eventual vencedora do certame, diferentemente do que induz o documento em exame, que traz a baila ilações carregadas de malícia, sem nenhuma comprovação. Assim, ao submetermos o assunto à apreciação de Vossa Senhoria, sugerimos, com o acatamento rotineiro, que haja o acolhimento do recurso quanto a sua tempestividade, para denegá-lo no mérito, por absoluta ausência de amparo legal. Em 25 de junho de MARIA LÚCIA DE FÁTIMA LEAL MELÃO Comissão Permanente de Licitação LUIZ CARLOS VELOSO MEMBRO DA CPL 1. De acordo. 2. Indefiro o recurso apresentado, acatando as alegações da CPL sobre o assunto. 3. Noticie-se a interessada para conhecimento. Em de junho de SYLVIO PETRUS JUNIOR SUBSECRETÁRIO DE ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS