AS ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR
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- Marco Antônio Benke Beretta
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1 77 AS ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR Anna Karla Gomes da Silva 1 Carolline Martins Mesquita 2 Débora Ribeiro Gonçalves 3 Welder de Souza Oliveira 4 RESUMO Assistência domiciliar é uma modalidade cada vez mais utilizada pela sociedade, devido aos inúmeros benefícios proporcionados para o paciente, família e hospital, no qual ela pode ser indicada para indivíduos de qualquer idade. Esse tratamento conta com o auxílio da equipe multiprofissional que acompanha o paciente de acordo com suas necessidades, no qual o enfermeiro é primordial em todos os níveis de complexidades, pois a enfermagem desempenha o papel de promoção, prevenção e reabilitação do paciente de forma holística e humanizada, almejando sempre a ética profissional. Palavras-Chaves: Assistência Domiciliar. Enfermagem. Paciente. INTRODUÇÃO Será abordado, no desenvolvimento deste artigo, a importância da assistência domiciliar, um tema cada vez mais discutido entre os profissionais da área da saúde devido aos benefícios imediatos proporcionados para o paciente, familiares, e, também, para hospital ou clínica, uma vez que essas unidades de saúde terão mais leitos disponíveis para o atendimento de outros doentes. Essa modalidade também é conhecida como Home Care, e atua promovendo a recuperação e manutenção da saúde do paciente, a mesma pode ser dividida em três modalidades: visita domiciliar, acompanhamento domiciliar e 1 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade do Norte Goiano-FNG de Porangatu-GO, 2014, Brasil. Karlinhags2303@hotmail.com 2 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade do Norte Goiano-FNG de Porangatu-GO, 2014, Brasil. Carolline_pgtu@hotmail.com 3 Graduanda em Enfermagem pela Faculdade do Norte Goiano-FNG de Porangatu-GO, 2014, Brasil. 4 Graduando em Enfermagem pela Faculdade do Norte Goiano-FNG de Porangatu-GO, 2014, Brasil. Skoob51@hotmail.com.
2 78 internação domiciliar, e, cada paciente, deve ser classificado de acordo com o grau de dependência dentro de um desses níveis. Serão elencados, também, os componentes necessários para a execução da assistência domiciliar, que na maioria das vezes inicia-se no hospital e termina no lar do paciente, sendo imprescindível a equipe de enfermagem para executar os cuidados em diferentes níveis de atenção de forma holística e humanizada, transmitindo ao paciente confiança para dar continuidade ao tratamento. O desenvolvimento da Sistematização de enfermagem é um dos papeis mais importante que o enfermeiro desenvolve, no qual será descrito de forma detalhada no artigo. O mesmo engloba 06 etapas: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, Planejamento dos resultados esperados, Prescrição de enfermagem, Evolução de enfermagem, e prognóstico, no qual o enfermeiro avalia o paciente continuamente podendo proporcionar atenção e conforto, contribuindo para estabilização ou melhora significativa do quadro de saúde do mesmo. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR A Assistência Domiciliar (AD) é o cuidado que o paciente recebe da equipe multiprofissional em domicílio, essa modalidade também é conhecida como Home Care e está sendo cada vez mais utilizada pela sociedade devido aos inúmeros benefícios proporcionados como, por exemplo: atendimento humanizado para com o paciente, maior conforto e privacidade para o paciente, diminuição do índice de infecção hospitalar, maior disponibilidade de leitos hospitalares; tranquilidade do paciente em estar em ambiente familiar e perto das pessoas que ama, entre tantos outros. Segundo Mendes (2001, p. 40), assistência domiciliar à saúde é a provisão de serviços de saúde às pessoas de qualquer idade em casa ou em outro local não institucional, ou seja, qualquer pessoa, independentemente da idade, pode necessitar da AD podendo ser idosos, crianças ou indivíduos de meia idade que possuam sequelas de patologias ou acidentes traumáticos, no qual a capacidade funcional foi reduzida, podendo ainda ser executada em qualquer ambiente fora do
3 79 hospital desde que as exigências sejam atendidas garantindo a segurança do paciente. O principal objetivo da AD é visar o bem estar do paciente e a melhora rápida e significativa do quadro de saúde do mesmo, sendo de suma importância ao enfermeiro desenvolver ações de educação, prevenção, recuperação e manutenção da saúde. Para a execução da assistência domiciliar é importante considerar os níveis de complexidade, que são divididos em três. Neles deve-se avaliar a incapacidade funcional e as necessidades do paciente segundo a doença apresentada, e definir o grau de complexidade do mesmo, no qual pode ser elencado em baixa complexidade: visita domiciliar; média Complexidade: assistência domiciliar; e alta complexidade: internação domiciliar. Independente do grau de complexidade em que o paciente se encaixa é importante que o atendimento seja executado de forma holística, avaliando-o como um todo e também de forma humanizada respeitando, além dele, seus familiares e o seu domicilio. ESTRUTURAÇÃO E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS PARA O ATENDIMENTO DOMICILIAR A estrutura da assistência domiciliar engloba um conjunto de componentes que inicia no hospital ou clínica e estende-se no domicílio paciente, família, cuidador, e equipe multiprofissional onde cada local ou indivíduo desempenha uma função vital para que aconteça a assistência domiciliar de forma adequada e eficaz. O primeiro componente é o hospital onde o médico realiza a avaliação do paciente e, juntamente com o enfermeiro, realiza a prestação dos cuidados necessários. Cabe ao profissional médico decidir pela alta hospitalar após cura do mesmo, ou indicar a assistência domiciliar para o paciente, a AD traz benefícios também para o hospital, pois é devido a indicação desse tratamento que é disponibilizado leitos hospitalares, reduzindo custos com o paciente (MAEDA, 2011). O segundo componente é a residência ou lar em que o paciente reside, podendo ser em casa própria ou casas de apoio, no entanto existem as exigências
4 80 solicitadas para a execução da AD, pois o local deve ser adequado para guardar equipamentos, no caso da internação domiciliar, guardar medicações, e oferecer segurança tanto para o paciente quanto para os profissionais que vão executar os serviços da assistência domiciliar (MAEDA, 2011). O terceiro componente é paciente que possui inúmeras necessidades a serem sanadas pela equipe multiprofissional, uma vez que em muitos casos grande parte do estado físico está comprometido, o que exige cuidados complexos. Outro aspecto relevante é o psicológico do paciente, que geralmente está em conflito, tornando-se de suma importância desenvolver uma relação interpessoal com ele, ganhando sua confiança e o ajudando a enfrentar seus medos, o que pode proporcionar uma melhora mais rápida do seu quadro clínico. O quarto fator abordado é a família, que segundo Silva et al (2014) deve dar suporte emocional, lazer e encorajar o paciente a aderir ao tratamento, sendo vista como porto seguro do paciente, auxiliando-o nas tomadas de decisões. O quinto componente é o cuidador que é obrigatório em casos de internação domiciliar, o mesmo pode ser um familiar ou uma pessoa contratada para executar as tarefas simples com o paciente, como por exemplo: higienização, passear com o paciente, administrar medicação, etc. (MAEDA, 2011). O sexto componente é a equipe multiprofissional que é formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos entre outros. A participação ativa desses profissionais é de suma importância para recuperação do paciente, contudo somente após o avaliação e classificação do paciente é possível decidir o nível de complexidade mais adequado, e designar os profissionais que devem atendê-lo. É imprescindível que a equipe multiprofissional possua uma relação interpessoal para melhor tratamento do cliente, sendo, também, comprometidos com a ética, almejando sempre o bem estar do paciente (MAEDA, 2011). CAPACIDADE E INCAPACIDADE FUNCIONAL: IDENTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR E SEU NÍVEL DE CUIDADO
5 81 A capacidade funcional consiste na habilidade e competência do ser humano para a realização de atividades diárias básicas que são essenciais para nossa vida, sem precisar da ajuda de terceiros, atividades essas que podem variar desde a higienização pessoal, até a preparação e ingestão de alimentos e limpeza do ambiente em que vive, entre outros (DIAS et al, 2010). Ao longo do processo natural do envelhecimento em nossas vidas, essas capacidades vão sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas, mas conforme os anos vão passando as mesmas vão sendo gradativamente reduzidas, recebendo o nome de incapacidade funcional quando não conseguimos mais desempenhar essas atividades básicas sozinhos, necessitando, assim, da ajuda de outra pessoa. A capacidade funcional, em bom estado, pode estar diretamente relacionada ao estado de saúde do paciente. Uma pessoa saudável consegue manter suas habilidades físicas e mentais por mais tempo, assim como pessoas que apresentam patologias podem perder um pouco de sua autonomia (DIAS et al, 2010). Para a contratação dos serviços de Enfermagem na assistência domiciliar é imprescindível que o profissional enfermeiro, juntamente com a família do indivíduo, analisem o grau de dependência desse paciente para então optar pelo nível de atendimento mais adequado ao caso, na intenção de suprir necessidades do paciente em vários aspectos visando seu bem estar e manutenção da sua saúde. NÍVEIS DE ATENDIMENTOS DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR De acordo com a portaria 963 de 27 de maio de 2013, a assistência domiciliar é basicamente dividida em três níveis de atendimento ao paciente, a resolução do conselho Federal de Enfermagem (RESOLUÇÃO-COFEN N 267/2001) dispõe, por sua vez, sobre as atividades executadas pela equipe de enfermagem no domicílio, ressaltando que o enfermeiro atuará no primeiro nível, classificado como baixa complexidade na promoção e proteção da saúde, prevenção de doenças e agravos, realizando as visitas domiciliares com objetivo de verificar as condições em que a família reside e orientá-los conforme se fizer necessário a respeitos dos cuidados a serem tomados.
6 82 É papel do enfermeiro nessa fase atentar para quaisquer intercorrências no meio familiar e domiciliar que possam predispor à agravos, dando suporte para um estilo de vida saudável, orientando a família quanto a alimentação, higienização, prevenção de gravidez indesejada, prevenção de doenças contagiosas como a dengue entre outros. Dependendo da rotina da instituição de saúde a visita domiciliar pode ocorrer mensalmente, quinzenalmente ou ainda semanalmente, contando com palestras, distribuição de medicamentos e preservativos, teste de glicemia, aferimento de pressão arterial e outros. Já a assistência domiciliar de enfermagem de média complexidade consiste na observação das necessidades de cuidado que a família apresenta, onde o enfermeiro deve selecionar o modelo de assistência que mais se adequa ao caso que irá sanar as carências do ambiente e seus moradores. De acordo com Lima e Sangaleti (2010), nessa etapa alguns procedimentos técnicos simples poderão ser executados, como por exemplo: realização de curativos, caso ocorra a indisponibilidade do paciente em se locomover até uma unidade de saúde, coleta de materiais para a realização de exames, administração de medicamentos injetáveis, entre outros. Nessa modalidade é necessário que o enfermeiro esteja presente pelo menos uma vez na semana, mas caso o grau de dependência de cuidados do doente seja maior, essa visita poderá ocorrer diariamente, tudo dependerá das necessidades do paciente. A internação domiciliar trata-se do atendimento em saúde de alta complexidade, nesse nível de cuidado é imprescindível que o paciente esteja sob o acompanhamento não só do enfermeiro como também da equipe multiprofissional composta por enfermeiros, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, técnicos de enfermagem, terapeutas e quaisquer outros profissionais que forem necessários para o acompanhamento do caso (BRASIL, 2012). O enfermeiro assim como o restante da equipe executará suas tarefas, mas é indispensável que o cuidador informal esteja acompanhando o paciente quando a equipe multiprofissional não estiver presente, uma vez que esse nível requer um acompanhamento do paciente em período integral. (SILVA et al, 2014) Esse cuidado pode envolver a utilização de equipamentos hospitalares como, por exemplo, balão de oxigênio, ventilador mecânico, oxímetro e outros, e a
7 83 execução de procedimentos técnicos, onde é importante à avaliação do paciente por uma junta médica completa. PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR SAE O principal papel do enfermeiro que atua na assistência domiciliar é a prática da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) que trata-se de um roteiro organizado da assistência de enfermagem, roteiro esse que irá guiar o profissional de enfermagem nas práticas de cuidado. A SAE é composta por 6 etapas que irão contribuir para que os profissionais consigam identificar e atender as necessidades do paciente, visando reestabelecer sua saúde. São elas: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem; planejamento dos Resultados Esperados; implementação da Assistência e Prescrição de enfermagem; evolução da assistência de enfermagem; prognóstico de Enfermagem. Na fase do Histórico o primeiro passo do enfermeiro será o de realizar a anamnese do paciente visando identificar as necessidades e problemas vivenciados por ele no momento e também no passado, atuando sempre de forma holística e humanizada, envolvendo outros familiares, se for preciso, na tentativa de obter os dados mais fiéis possíveis. (TANNURE; GONÇALVES, 2007). Para a coleta de dados o profissional de enfermagem deve conversar não só com o paciente, mas também com as pessoas que fazem parte do seu dia a dia visando identificar todos os pontos importantes. É necessário realizar o exame físico do paciente utilizando métodos de inspeção, palpação, ausculta e percussão. Ainda será discutido o histórico de saúde/doença familiar e do próprio paciente, na tentativa de descobrir sua predisposição a outras patologias. A atuação do enfermeiro nessa fase da SAE é muito importante, pois é através das informações colhidas até então que ele selecionará o modelo assistencial mais adequado ao caso. Na etapa do Diagnóstico de Enfermagem ocorre o estudo, investigação e análise das informações coletadas na primeira fase, onde após interpretar os dados clínicos o profissional enfermeiro irá elaborar os diagnósticos de enfermagem para
8 84 que o paciente possa seguir o tratamento (TANNURE; GONÇALVES, 2007). Os diagnósticos de enfermagem devem ser elaborados através do livro NANDA (Internacional Diagnóstico de Enfermagem da NANDA Definições e Classificações 2013) devendo seguir a ordem de prioridade e levando em conta o grau de comprometimento do nível de bem-estar do doente. Exemplo 01: Mobilidade física prejudicada: limitação no movimento físico independente e voluntário do corpo ou de uma ou mais extremidades relacionado ao estilo de vida sedentário, metabolismo celular alterado, prejuízos sensórios-perceptivos evidenciado por amplitude limitada de movimento, movimentos não coordenados, tempo de resposta diminuído. NANDA (2013, p. 283). Exemplo 02: Memória prejudicada: incapacidade de recordar informações ou habilidades comportamentais relacionadas às alterações ambientais excessivas, distúrbios neurológicos evidenciados por experiências de esquecimento, incapacidade de aprender novas informações, incapacidade de reter novas habilidades. NANDA (2013, p. 333). Após selecionar os diagnósticos, a próxima fase será o Planejamento dos Resultados Esperados onde o profissional de enfermagem deverá estudar os diagnósticos estabelecidos na fase anterior para então poder elaborar os cuidados adequados, que atenderão as necessidades do paciente. Aqui vale ressaltar que os mesmos podem ser edificados, também é importante descrever nos resultados esperados quanto tempo levará para o paciente apresentar melhora do quadro de saúde. É muito importante que nessa etapa seja descrito os resultados esperados para cada um dos diagnósticos que foi elaborado, uma vez que caso o tratamento não esteja respondendo de acordo com o que foi planejado, poderá ocorrer mudanças no mesmo. Exemplo 01: Mobilidade física prejudicada: RE: O paciente apresentará melhora de disposição para a prática de exercício físico até em 10 dias com o auxílio e orientação da equipe de enfermagem. Exemplo 02: Memória prejudicada: RE: O paciente apresentará um índice de esquecimento menor após a equipe de enfermagem realizar exercícios cognitivos em até um período de 45 dias. A próxima fase é a Implementação e Prescrição de Enfermagem, que ocorre após a elaboração dos resultados esperados para os diagnósticos escolhidos, onde será preciso colocar em prática os cuidados necessários para que esses resultados sejam alcançados da melhor forma possível. Neste ponto o enfermeiro realiza as prescrições de enfermagem juntamente com os horários que devem ser executados (TANNURE; GONÇALVES, 2007). O profissional de enfermagem é responsável pela
9 85 elaboração das prescrições de enfermagem, e também por fiscalizar se as mesmas estão sendo executadas de forma correta e nos horários prescritos. Exemplo 01: As Prescrições de Enfermagem para o diagnóstico de Mobilidade física prejudicada segundo o NIC são: (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010) encorajar o paciente a começar ou continuar os exercícios, fazer os exercícios com o paciente conforme for apropriado, informar o paciente sobre os benefícios à saúde e efeitos fisiológicos dos exercícios, consultar fisioterapeuta sobre plano de deambulação, encorajar deambulação independente dentro dos limites seguros, orientar o indivíduo sobre técnicas para evitar lesões ao exercitar-se, e incentivar o paciente a interagir com o ambiente em que vive. Exemplo 02: As Intervenções de Enfermagem para o diagnóstico de Memória prejudicada de acordo com o NIC são: (BULECHEK; BUTCHER; DOCHTERMAN, 2010) Orientar o paciente sobre tempo, lugar e pessoas, usar TV, rádio ou músicas como parte do programa de estímulos; apresentar as informações de maneira gradual e objetiva; fazer afirmações/perguntas que desafiem a percepção/comportamento do paciente, conforme apropriado; recordar experiências passadas com o paciente, conforme apropriado; implementar técnicas de memorização apropriadas, como imagem visual, jogos de memória, e etc.; proporcionar memória de reconhecimento de fotos/gravuras, conforme apropriado; monitorar comportamento do paciente durante as atividades que estimulem a memória. Através da prescrição de enfermagem serão inseridos os cuidados de acordo com a necessidade do paciente, através de um plano assistencial que coordenará o atendimento da equipe multiprofissional de saúde, ressaltando que a família também desempenhará um papel muito importante nessa fase, ajudando e incentivando o paciente a executar o que foi prescrito, caso ele não consiga fazer isso sozinho. Após a inserção dos cuidados deve ocorrer a penúltima fase que é a da Evolução de Enfermagem onde o enfermeiro analisará a resposta do paciente aos cuidados prestados, relatando diariamente as mudanças que ocorreram no seu quadro de saúde, sejam essas respostas positivas ou negativas, Tannure e Gonçalves (2007), afirmam que o enfermeiro deve ser objetivo e claro evitando repetições. De acordo com a resposta que o paciente apresentar poderá ocorrer mudanças em alguns pontos do tratamento, observando o que foi satisfatório e o
10 86 que não foi; identificando o que precisa ser mudado, colocando as novas atividades em prática. O Prognóstico de Enfermagem é a última fase da SAE, fase esta que indicará as condições em que o paciente se encontra, se ele apresentou melhoras no seu quadro de saúde, se já está pronto para receber alta médica, se ele já se encontra independente e capaz de executar o autocuidado (TANNURE; GONÇALVES, 2007). No entanto, caso isso não aconteça, a equipe multiprofissional deverá fazer outra análise do tratamento e, se for necessário, poderá ocorrer mudanças na SAE, com novos diagnósticos e novas prescrições. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Tema abordado nesse artigo trata-se de uma modalidade ainda pouco usada em nosso país, mas que ao mesmo tempo apresenta resultados positivos e satisfatórios no tratamento dos pacientes, por isso se deu a escolha do tema, visando divulgar essa modalidade e estimular sua prática. É muito gratificante para o paciente poder tratar a sua patologia no conforto de seu lar, seguindo sua rotina diária e interagindo com seus familiares e amigos, esse é um ponto relevante para uma recuperação mais rápida e eficaz do doente, onde a equipe de saúde deverá atuar sempre de forma humanizada, fazendo com que a família também participe no que for possível. Devido à observação dos componentes utilizados para a execução da assistência domiciliar fica evidente que a presença do enfermeiro é imprescindível, uma vez que é ele quem executará a sistematização da assistência de enfermagem diariamente observando os resultados que estão sendo apresentados pelo paciente, relatando sua evolução e o que deve ser mudado no tratamento do mesmo.
11 87 THE ASSIGNMENT OF NURSE IN HOME CARE ABSTRACT Home care is a method increasingly used by society because of the numerous benefits provided to patients, family and hospital in which she may be indicated for individuals of any age, and this treatment relies on the assistance of the multidisciplinary team accompanying patient according to their needs, in which the nurse is paramount at all levels of complexity, because the nursing plays the role of promotion, prevention and rehabilitation of the patient in a holistic and humane manner, always aiming to professional ethics. Keywords: Home Care. Nursing. Patient. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDINI, Karen. Serviço de Atenção Domiciliar. In: Bueno, Paula Daniela Rodrigues (Org.). Home Care: o que o profissional de enfermagem precisa saber sobre assistência domiciliar. São Paulo: Rideel, BRASIL; Secretaria de Atenção à Saúde. Caderno de atenção domiciliar. Brasília: Ministério da Saúde; Departamento de Atenção à Saúde, v.: il BULECHEK, Gloria M, BUTCHER Howard K, DOCHTERMAN, Joane McCloskey. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). Tradução da Soraya Iman de Oliveira et al. 5. ed. Rio de Janeiro: Elservier, DIAS, Ewerton Naves et al. Capacidade funcional: Uma necessidade Emergente. In: Silva, Jose Vitor (Org.). Saúde do idoso: processo de envelhecimento sob múltiplos aspectos. 1. ed. São Paulo: Iátria, LIMA, Ângela Maria Machado; SANGALETI, Carine Teles. Cuidar do Idoso em Casa: limites e possibilidades, São Paulo: Unesp, MAEDA, Fávia Tiene de Aguiar. A organização da Assistência Domiciliar. In: BUENO, Paula Daniela Rodrigues (Org.). Home Care: o que o profissional de enfermagem precisa saber sobre assistência domiciliar. São Paulo: Rideel, MENDES, Walter. Home care: uma modalidade de assistência à saúde. Rio de Janeiro: UERJ, UnATI, NANDA, Internacional diagnóstico de Enfermagem da Nanda Definições e Classificação Porto Alegre: Artmed, 2013.
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