Espaços de Lebesgue-Sobolev Generalizados e Problemas de Autovalor Envolvendo o p(x)-laplaciano

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Espaços de Lebesgue-Sobolev Generalizados e Problemas de Autovalor Envolvendo o p(x)-laplaciano"

Transcrição

1 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS CURSO DE MESTRADO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Espaços de Lebesgue-Sobolev Generalizados e Problemas de Autovalor Envolvendo o p(x)-laplaciano por Marcos Oliveira de Oliveira sob orientação do Prof. Dr. Francisco Júlio Sobreira de Araujo Corrêa Belém ICEN - UFPA Novembro 2007

2 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS CURSO DE MESTRADO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Espaços de Lebesgue-Sobolev Generalizados e Problemas de Autovalor Envolvendo o p(x)-laplaciano por Marcos Oliveira de Oliveira sob orientação do Prof. Dr. Francisco Júlio Sobreira de Araujo Corrêa Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Matemática e Estatística da Universidade Federal do Pará, como pré-requisito para a obtenção do Título de Mestre em Matemática. Área de Concentração: ANÁLISE Belém ICEN - UFPA Novembro 2007

3 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS CURSO DE MESTRADO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Marcos Oliveira de Oliveira Espaços de Lebesgue-Sobolev Generalizados e Problemas de Autovalor Envolvendo o p(x)-laplaciano Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Matemática e Estatística da Universidade Federal do Pará, como pré-requisito para a obtenção do Título de Mestre em Matemática. Data da defesa:. Conceito: Banca Examinadora Prof. Dr.FRANCISCO JÚLIO SOBREIRA DE ARAUJO CORRÊA - Orientador Faculdade de Matemática - UFPA Prof. o o Dr.UBERLÂNDIO BATISTA SEVERO - Membro Departamento de Matemática - UFPB Prof. Dr.GIOVANY DE JESUS MALCHER FIGUEIREDO - Membro Faculdade de Matemática - UFPA Prof. Dr.SILVANO DIAS BEZERRA DE MENEZES - Suplente Faculdade de Matemática - UFPA

4 Agradecimentos Agradeço a Deus que no decorrer desses um ano e meio me deu saúde para que este trabalho fosse realizado. Agradeço à minha família que sempre me incetivou a nunca desistir do curso devido a dificuldades. Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Francisco Júlio Sobreira de Araujo Corrêa que durante a realização deste trabalho sempre esteve disposto a esclarecer alguns pontos obscuros do trabalho. Aos Professores Giovany Figueiredo e Uberlândio Batista Severo, pelas sugestões e por aceitarem a participar da banca examinadora. Agradeço aos professores com os quais cursei disciplinas no mestrado: Giovany Figueiredo, Mauro Santos, Ducival Pereira, Marcus Rocha e Francisco Corrêa do Departamento da Pós-Graduação de Matemática e Estatistica-PPGEM. Aos demais professores da UFPA. A todos os funcionários da UFPA. A todos os colegas de mestrado. Finalmente, agradeço a todas as pessoas, em particular: Cinthia Helena Míleo de Miranda Bandeira; Laila Conceição Fontineli; Sofia Rodrigues. que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. 4

5 O homem tem ciência das coisas da terra, mas a sabedoria é dom de Deus. 2:Mas onde se achará a sabedoria? 3:O homem não lhe conhece o valor; não se acha na terra dos viventes. 20:Donde pois vem a sabedoria e onde está o lugar da inteligência? 28:Mas disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria e apartar-se do mal é a inteligencia. Jó, Capítulo 28, Bíblia Sagrada.

6 Resumo Neste trabalho, abordaremos questões de existência de soluções para o problema { p(x) u = λf(x,u), x, u = 0 em, em que R N (N 3) é um domínio limitado e regular, p(x) > é uma função contínua em e p(x) é o p(x) Laplaciano, ou seja, p(x) u = div ( u p(x) 2 u ). Trabalharemos nos espaços generalizados de Lebesgue e Lebesgue-Sobolev L p(x) () e W,p(x) 0 () e usaremos métodos variacionais e topológicos.

7 Abstract In this work we will approach subjects of existence of solutions for the problem { p(x) u = f(x,u), x, u W,p(x) 0 (), where R N (N 3) is a bounded domain and smooth, p(x) > it is a continuous function in and p(x) it is p(x)-laplacian, which is defined by p(x) u = div ( u p(x) 2 u ) We will work in the generalized spaces of Lebesgue e Lebesgue-Sobolev L p(x) () and W,p(x) 0 () and we used of methods variational and topological, we obtain some results of existence of solution for the problems in question. 7

8 Sumário Introdução Os Espaços L p(x) () e W,p(x) () 4. Resultados Básicos e Definições Propriedades do Espaço L p(x) () Propriedades do Espaço W,p(x) () Imersões Um Princípio do Máximo Forte 9 2. Introdução Preliminares Resultado Principal Um Problema Quase-Linear de Autovalor 5 3. Introdução Propriedades do Operador p(x)-laplaciano Um Problema Singular via Método Topológico Introdução Hipóteses sobre as funções p(x), γ(x), α(x), h(x)ek(x) Existência de Solução A Desigualdades de Simon 45 B Resultados Básicos Usados na Dissertação 48 C Minimização de Funcionais 50 Referências Bibliográficas 55 8

9 Introdução O principal objetivo dessa dissertação é estudar os Espaços de Lebesgue e Sobolev generalizados, bem como a existência de solução fraca para problemas elípticos do tipo { p(x) u = f(x,u), x, u W,p(x) 0 (), onde R N (N 3) é um domínio limitado e suave, p(x) > é uma função contínua e p(x) designa o operador p(x) Laplaciano, o qual é definido por p(x) u = div ( u p(x) 2 u ). O operador p(x) Laplaciano ocorre em problemas físicos como, por exemplo, na teoria da elasticidade e mecânica dos fluidos eletroreológicos (ver [8] e [7]), em particular neste último a equação do movimento dos fluidos é dada por u t + divs(u) + (u )u + π = f onde u : R 3+ R 3 é a velocidade do fluido em um ponto do espaço-tempo, = (, 2, 3 ) é o operador gradiente, π : R 3+ R é a pressão, f : R 3+ R 3 representa forças externas e o tensor stress S : W, loc R3+3 é da forma S(u)(x) = µ(x) ( + Du(x) 2) p(x) 2 2 Du(x), onde Du = ( u + 2 ut ) é a parte simétrica do gradiente de u. Este trabalho é constituído de quatro capítulos e três apêndices. Observemos que ao longo deste trabalho será sempre um domínio limitado e suave. No capítulo, estudaremos o Espaço de Lebesgue Generalizado, definido por { } L p(x) () = u : R; u é mensurável, u(x) p(x) dx < +, p C + (), com p(x) > e mencionaremos várias propriedades desse espaço, tais como, completeza, reflexividade, separabilidade e densidade. Apresentamos também um estudo do Espaço de Sobolev generalizado W,p(x) (), o qual é definido por W,p(x) () = {u L p(x) ; u L p(x) ()}

10 SUMÁRIO 2 onde u = ( u x, u x 2,, u x N ). Mostraremos vários resultados importantes para essa dissertação. O Capítulo é baseado em Guimarães [5] e Fan [9]. No Capítulo 2 apresentamos um princípio do máximo forte para equações envolvendo o operador p(x) Laplaciano, isto é, div( u p(x) 2 u) + d(x) u q(x) 2 u = 0 q.t.p em, () onde é um conjunto aberto de R N, N 2, p C (), p(x) > para x, q(x) C 0 (), p q(x) < p (x), onde Np(x), se p(x) < N, p (x) = N p(x) +, se p(x) N. d(x) L () e d(x) 0 em. O Capítulo 2 é baseado no artigo de Fan e Zhang [9]. No Capítulo 3, estudaremos a existência de solução fraca em W,p(x) () para o problema de Dirichlet p(x) u = λ u q(x) 2 u em, (P) u = 0 em onde p >, p C(). O Capítulo 3 é baseado no artigo de Rǎdulescu [3]. No Capítulo 4, estudamos a existência de solução fraca para a seguinte classe de problemas elípticos quase-lineares: p(x) u = h(x) u γ(x) + k(x)uα(x) em, u > 0 em, u = 0 em,

11 SUMÁRIO 3 onde R N (N 3) é um domínio limitado e p,h,k,α, γ C(). Para o Capítulo 4, temos como referência o artigo de Corrêa,Costa e Figueiredo [6]. No Apêndice A demonstramos que, para quaisquer x,y R N, valem as seguintes desigualdades clássicas: 2 x p 2 x y p 2 y,x y 3 p p x y p, se p 2, x y 2 (p ) ( x p + y p ) 2 p, se < p < 2. As desigualdades, acima, foram muito importantes no desenvolvimento dos Capítulos 3 e 4. No Apêndice B, enuciamos vários resultados utilizados na dissertação. No Apêndice C, demonstramos alguns resultados sobre minimização de funcionais, entre os quais o famoso Princípio Variacional de Ekeland.

12 Capítulo Os Espaços L p(x) () e W,p(x) () Neste capítulo, estudaremos o Espaço de Lebesgue Generalizado L p(x) () e apresentaremos um estudo do Espaço de Sobolev Generalizado W,p(x) (). Demonstrações podem ser encontradas em Fan [9] e Guimarães [5], respectivamente. Define-se { } L p(x) () = u : R : u é mensurável, u(x) p(x) dx <, onde R N é um conjunto mensurável.. Resultados Básicos e Definições Seja R N, um conjunto mensurável. Considere o conjunto C + () = {u C(); u(x) >, x }. Para cada p C + () e u L p(x) (), definimos ρ(u) = u(x) p(x) dx, A função ρ é chamada de modular. p = min p e p + = maxp. Proposição.. Para cada u, v L p(x) (), tem-se (a) ρ(u) = 0 se, e somente se, u = 0; (b) ρ( u) = ρ(u); (c) ρ(tu + ( t)v) tρ(u) + ( t)ρ(v), para todo t [0, ], isto é, ρ é uma função convexa; (d) ρ(u + v) 2 p+ [ρ(u) + ρ(v)]; 4

13 CAPÍTULO. OS ESPAÇOS LP(X) () E W,P(X) () 5 (e) Se λ >, então e se 0 λ, temos ρ(u) λρ(u) λ p ρ(u) ρ(λu) λ p+ ρ(u), λ p+ ρ(u) ρ(λu) λ p ρ(u) λρ(u) ρ(u). (f) Para cada u L p(x) ()\{0}, ρ(λu) é uma função crescente, contínua e convexa em λ [0, ). Pelos itens anteriores, podemos concluir: Proposição.2. L p(x) () é um espaço vetorial. Vamos, agora, definir uma norma no espaço L p(x) (), que será denotada por p(x) e apresentar algumas propriedades. Proposição.3. u p(x) = inf { ( u } λ > 0 : ρ é uma norma em L λ) p(x) (). Proposição.4. Se a função p(x) = p é constante, então p(x) = p, onde p é a norma usual do espaço L p (), p <. Proposição.5. Seja u L p(x) ()\{0}. Então, ( u u p(x) = a se, e somente se, ρ =. a) Proposição.6. Seja u L p(x) (). Então, () u p(x) < (= ;> ) se, e somente se, ρ(u) < (= ;> ); (2) Se u p(x) >, então u p p(x) ρ(u) u p+ p(x) ; (3) Se u p(x) <, então u p+ p(x) ρ(u) u p p(x). Proposição.7. Seja (u n ) L p(x) (). Se u L p(x) (), então as seguintes afirmações são equivalentes: () lim n u n u p(x) = 0; (2) lim n ρ(u n u) = 0.

14 CAPÍTULO. OS ESPAÇOS LP(X) () E W,P(X) () 6.2 Propriedades do Espaço L p(x) () Nesta seção, apresentaremos as principais propriedades de L p(x) (). O resultado abaixo é um corolário da demonstração da Proposição.7. Teorema.. Seja (u n ) L p(x) () tal que u n u. Então existe uma subseqüência (u nk ) tal que (a) u nk (x) u(x), q.s. em ; (b) u nk (x) h(x), para k, q.s. em, h L p(x) (). Teorema.2. Se p >, então L p(x) () é um espaço reflexivo. A seguir, apresentamos uma versão do Teorema da Representação de Riesz para o espaço L p(x) (). Teorema.3. Seja p > e seja q L + tal que p(x) + q(x) =, para todo x. Então, dado f (L p(x) ()) existe um único v L q(x) () tal que f(u) = u(x)v(x)dx, para todo u L p(x) (). Agora, abordaremos a questão da densidade em L p(x) () Teorema.4. Seja R N um conjunto aberto. Então, o espaço C 0 () é denso em L p(x) (). Teorema.5. Seja R N um conjunto aberto. Então, o espaço C 0 () é denso em L p(x) (). Teorema.6. Seja R N um conjunto aberto. Então, o espaço L p(x) () é separável.

15 CAPÍTULO. OS ESPAÇOS LP(X) () E W,P(X) () 7.3 Propriedades do Espaço W,p(x) () Nesta seção, estudaremos o espaço de Sobolev generalizado W,p(x) (), ou seja, o seguinte espaço { } W,p(x) () = u L p(x) u (); L p(x) (),j =,...,N, x j onde R N (N 3) é um domínio. Tal espaço é muito importante em nosso trabalho, pois é sobre ele que estudaremos a existência de solução para os problemas considerados nos capítulos seguintes. Observamos que, para u W,p(x) (), então u denota a j ésima derivada fraca x j de u, ou seja, u ϕ x j dx = Em W,p(x) (), temos a seguinte norma u x j ϕdx, para todo ϕ C 0 (). u = u p(x) + Se u W,p(x) (), definimos o gradiente de u, por ( u u =, u ) u,..., x x 2 x N N u x j. (.) p(x) j= Note que podemos escrever o espaço W,p(x) () como W,p(x) () = {u L p(x) (); u L p(x) ()}. Neste caso, é mais conveniente usarmos a norma equivalente u = u p(x) + u p(x). Teorema.7. W,p(x) () é um espaço de Banach. Teorema.8. O espaço W,p(x) () é separável e reflexivo, se p >. Definição.. Definimos o espaço W,p(x) 0 () como sendo o fecho de C 0 () em W,p(x) (). Segue, imediatamente da definição de W,p(x) 0 () e das propriedades de W,p(x) (), o seguinte resultado: Teorema.9. W,p(x) 0 () é um espaço de Banach, separável e reflexivo, se p >.

16 CAPÍTULO. OS ESPAÇOS LP(X) () E W,P(X) () 8.4 Imersões Temos alguns resultados de imersão que serão bastante úteis nos capítulos subseqüêntes. Dentre esses resultados, destacamos um teorema que generaliza os teoremas de Sobolev e Rellich-Kondrachov, bem como uma desigualdade do tipo Poincaré. Teorema.0. Sejam p,q C + () tais que q(x) p(x), q.s. em. Então W,p(x) () W,q(x) (), e tal imersão é contínua. No que segue, temos Np(x) p, p(x) < N, (x) = N p(x), p(x) N. Teorema.. Sejam p,q C() tais que p,q. Se q(x) p (x), para todo x, então W,p(x) () L q(x) (), e tal imersão é contínua e compacta. Observação.. É possível mostrar que, se p e q C() são tais que p(x) q(x) p (x), para todo x, então W,p(x) () L q(x) (), com imersão contínua. Teorema.2. (Desigualdade de Poincaré) Seja p C() tal que p >. Então, existe C > 0 tal que u p(x) C u p(x), para todo u W,p(x) 0 (). Observação.2. Como conseqüência da Desigualdade de Poincaré, temos u p(x) u = u p(x) + u p(x) (C + ) u p(x), para todo u W,p(x) 0 (). W,p(x) 0 (), ou seja, as normas u e u p(x) são equivalentes em

17 Capítulo 2 Um Princípio do Máximo Forte 2. Introdução Consideremos a seguinte equação envolvendo o p(x) Laplaciano div( u p(x) 2 u) + d(x) u q(x) 2 u = 0 q.t.p em, (2.) onde é um conjunto aberto de R N, N 2, p(x) C (), p(x) > para x, q(x) C 0 (), p(x) q(x) < p (x), onde Np(x), se p(x) < N, p (x) = N p(x) +, se p(x) N. d(x) L () e d(x) 0 em. No caso em que p(x) não é idêntico a uma constante, até agora, não existia nenhum princípio do máximo, para a p(x)-laplaciano, porque os métodos tratavam com p Laplaciano. Nesta seção, estudaremos o artigo A strong maximum principe for p(x) laplace equations de Fan X.L.; Zhao, D.; Zhang, Q. H.[], que usando o ideal de Montenegro [4] e algumas técnicas especiais, estabelecemos um princípio do máximo forte para equação (2.). 2.2 Preliminares Definindo a aplicação como Au, ϕ = A : W,p(x) () (W,p(x) ()) ( u p(x) 2 u ϕ + d(x) u q(x) 2 uϕ)dx, u W,p(x) (), ϕ W,p(x) (), Verifica-se que A é uma aplicação contínua e limitada. 9

18 CAPÍTULO 2. UM PRINCÍPIO DO MÁXIMO FORTE 0 Lema 2.. (ver [9]). Seja h W,p(x) (), X = h + W,p(x) 0 (). Então, A : X (W,p(x) 0 ()) é estritamente monótono e coercivo com respeito a h e é um homeomorfismo. Seja g (W,p(x) 0 ()). Se g,ϕ 0, ϕ W,p(x) 0 (), ϕ 0 q.t.p em, então denotemos por g 0 em (W,p(x) 0 ()). Correspondentemente, se g 0 em (W,p(x) 0 ()), então denotemos g 0 em (W,p(x) 0 ()). Definição 2.. Dizemos que u W,p(x) () é uma solução fraca de (2.) se Au = 0 e u é chamada uma super-solução (sub-solução fraca) de (2.) se Au 0 (Au 0) em (W,p(x) 0 ()). Lema 2.2. (Princípio de Comparação). Sejam u,v W,p(x) () satisfazendo Au Av 0 em (W,p(x) 0 ()) e ϕ(x) = min{u(x) v(x), 0}. Se ϕ W,p(x) 0 ()(isto é, u v sobre ), então u v q.t.p. em. Demonstração. Seja = {x : u(x) < v(x)}. Então, 0 Au Av,ϕ = [( u p(x) 2 u v p(x) 2 v)( u v) +d(x)( u q(x) 2 u v q(x) 2 v)(u v)]dx 0, assim, ϕ = 0 q.t.p. em e portanto ϕ = 0 q.t.p. em desde que ϕ W,p(x) 0 (). Conseqüentemente, u v q.t.p. em. Lema 2.3. (ver [0]) Se u W,p(x) () é uma solução fraca de (2.), então u C,α loc (), onde α (0, ) é uma constante. Observação 2.. Para alguma constante positiva p >, T, a e k, seja Derivando, obtemos v(t) = a (e kt e k T p ), t [0,T], (2.2) p v (t) = a k p e k e k T p t, (2.3) p e é facilmente segue que para t [0,T], temos v (t) > 0, v (t) > 0. Portanto, v(t) e v (t) são estritamente crescentes em [0,T]. Além disso, v(t) satisfaz (p )v (t) = k v (t), t (0,T). (2.4)

19 CAPÍTULO 2. UM PRINCÍPIO DO MÁXIMO FORTE Por (2.3), temos e Sejam a T <, b > 0 e v (0) = v (T) = a T k T p > a e k T p T e kt p (2.5) a k T p e k T e kt a p < p T e kt p. (2.6) Então por (2.5) e (2.6) segue que k = b ln a T 2(N ) +. (2.7) T v (0) > e 2(N ) p ( a bt )+ p, (2.8) T e v (T) < e 2(N ) p ( a bt )+ p. (2.9) T 2.3 Resultado Principal Apresentaremos agora, os enuciados dos resultados principais de capítulo, que serão demonstrados logo em seguida em duas etapas, para melhor entendimento: Teorema 2.. Seja u uma super-solução fraca de (2.), u 0 q.t.p. em, e seja u não idêntica a zero em. Então, para algum subconjunto compacto não-vazio K, existe uma constante positiva c tal que u c q.t.p em K. Teorema 2.2. Sejam u como no Teorema 2., x, u C ( {x }) e u(x ) = 0. Se satisfaz a condição de bola interior, então u(x ) > 0, onde γ é o vetor unitário γ normal dentro de sobre x. Demonstração. Seja u 0 um super-solução de (2.) e em que não idêntica a zero em. Provaremos o teorema (2.) em dois passos: Passo: Prova do Teorema 2., no caso em que u C (). Afirmamos que u > 0 em. Suponha o contrário, então podemos encontrar x,x 2 e uma bola aberta B(x 2, 2T) tal que x B(x 2, 2T), u(x ) = 0 e u > 0 em B(x 2, 2T). O raio 2T = x x 2 pode ser escolhido suficientemente pequeno (fixe x, varie x 2 ). Seja a = inf{u(x) : x x 2 = T },

20 CAPÍTULO 2. UM PRINCÍPIO DO MÁXIMO FORTE 2 Então a > 0. Note que u(x ) = 0 desde que u (x) = 0. Quando T 0, temos a 0 e fracamente T 0. Denote Sejam T < e a T Y = {x : T < x x 2 < 2T }, p = p(x ), d = sup{d(x) : x Y }, L = sup{ p(x) : x Y }, b = 8L + 2, k = b ln a T suficientemente pequeno tais que 2(N ) +. (2.0) T e p(x) p ln a T, x Y, (2.) 2 d. (2.2) Sejam p,t,a,k escolhidos como acima, e v(t) a função definida por (2.2). Então ( a ) 3 v (t) <, t [0,T]. (2.3) T Sem perda de generalidade, considere x 2 = 0. Sejam r = x x 2 = x e t = 2T r. Para t [0,T] e r [T, 2T], definido então w (r) = v (t) e w (r) = v (t). w(r) = v(2t r) = v(t), Seja w(x) = w(r) para x Y com x = r, então w C 2 (Y ). A seguir, provaremos que w(x) é uma sub-solução fraca de (2.) em Y. Temos que Segue de (2.4) e (2.) que Por (2.0) e (2.3), div( w(x) p(x) 2 w(x)) = (p(x) )(v (t)) p(x) 2 v (t) N (v (t)) p(x) ln v p(x) x i (t) x i r N (v (t)) p(x). (2.4) r i= (p(x) )(v (t)) p(x) 2 v (t) 2 k (v (t)) p(x). (2.5) 2 k (v (t)) p(x) (v (t)) p(x) ln v (t) N p(x) x i x i r N (v (t)) p(x) r i= (v (t)) p(x) ( 2 k + L ln v (t) N ) r (v (t)) p(x) ( b 2 k + L ln a T N T + L ln( a T )3 N ) r (v (t)) p(x) ( a ). (2.6) T

21 CAPÍTULO 2. UM PRINCÍPIO DO MÁXIMO FORTE 3 Note que v (t) = v(t) v(t), T que juntamente com (2.2), mostra que (v (t)) p(x) ( ln a T ) d(v(t))q(x) ( ln a T d) 0. (2.7) Segue de (2.4)-(2.7) que div( w(x) p(x) 2 w(x)) d(x) w(x) q(x), isto é, w(x) é uma sub-solução de (2.) em Y. Note que w u sobre Y. Pelo Lema2.2, obtemos w u em Y. Assim, u(x + s(x 2 x )) u(x ) lim s 0 + s w(x + s(x 2 x )) w(x ) lim s 0 + s contradizendo o fato que u(x ) = 0, o que finaliza a etapa. = v (0) > 0 Etapa 2. Prova do Teorema 2. para uma super-solução fraca geral u W,p(x) (). Seja 0 = {x : B(x,ǫ) }, tal que u = 0 q.t.p em B(x,ǫ), seja + = \ 0. Lema 2.4. Para x 0 +, existe B(x,ǫ) e uma constante positiva c tal que u c, q.t.p. em. Prova. Seja x 0 +, então existe B(x 0, 2ǫ) tal que u é não identicamente nula sobre B(x 0, 2ǫ). Considere o problema Aw = 0 em B(x 0, 2ǫ), w = u sobre B(x 0, 2ǫ). (2.8) Então pelo Lema 2. (2.8) tem uma única solução w. Conseqüentemente w C,α loc (B(x 0, 2ǫ)). Pelo Lema 2.3, w é não identicamente nula em B(x 0, 2ǫ) pois w é não identicamente nula sobre B(x 0, 2ǫ). Aplicando o princípio da comparação para w e v 0, concluímos que w 0 em B(x 0, 2ǫ). Pela etapa, w > 0 em B(x 0, 2ǫ). Assim existe c > 0 tal que w c em B(x 0, 2ǫ). Conseqüentemente, u c q.t.p. em B(x 0, 2ǫ) pela aplicação do princípio da comparação para w e u em B(x 0, 2ǫ). Lema = φ, isto é, = +. Prova. Obviamente, 0 é aberto e 0 pois u é não identicamente nula em. Se ω 0 φ, então existe x e uma bola B = B(x 0,ǫ) tal que u > 0 q.t.p.

22 CAPÍTULO 2. UM PRINCÍPIO DO MÁXIMO FORTE 4 em B pelo Lema 2.4, especificamente, u > 0 q.t.p. em B 0 ; que contradiz a definição de 0. Agora, podemos terminar a etapa 2, pelo Lema 2. e Lema 2.2. De fato, para qualquer compacto não-vazio K, existem finitas bolas abertas B i, i =, 2,...,m, tais que K m i=b i e u c i q.t.p. em B i, onde c i são constantes positivas. Seja c = min{c i : i =, 2,...,m}, então u c q.t.p. em K. Logo, o Teorema 2.. está provado. Prova do Teorema 2.2. Escolha T > 0 suficientemente pequeno. Seja x 2 = x + 2Tγ, então B(x 2, 2T), x B(x 2, 2T). Denote Y = {x : T < x x 2 < 2T }, nós escolhemos 0 < a < inf{u(x) : x x 2 = T } e considere a tão pequeno quanto se queira, da mesma maneira que a etapa da prova de Teorema 2., existe uma sub-solução w C Y de (2.) em Y e w satisfaz: w u em Y, w(x ) = 0, w(x ) > 0. Conseqüêntemente γ u(x ) γ > w(x ) γ > 0.

23 Capítulo 3 Um Problema Quase-Linear de Autovalor 3. Introdução Um dos problemas de grande importância em Equações Diferenciais Parciais é o estudo do Espectro do Laplaciano no Espaço de Sobolev H0(). Mais precisamente, dado um domínio de R n, devemos estudar o problema de autovalor { u = λu em (3.) u = 0 em ou seja, encontrar valores de λ e funções u 0,u H 0(), que satisfaçam (3.). Segue-se da Teoria Espectral de Operadores Compactos e Auto- Adjuntos que existe uma sequência de autovalores 0 < λ < λ 2 λ 3..., λ j e tal sequência é exatamente o espectro de. Além disso, segue-se do Princípio do Máximo que se designarmos por ϕ,ϕ 2,ϕ 3,... as autofunções correspondentes, temos que ϕ é a única que possui sinal definido e λ é simples, isto é, seu autoespaço possui dimensão igual a um. Tem-se, também, que (ϕ j ) j N constitui uma base ortonormal hilbertiana em H0(), ou seja, ϕ i ϕ j = 0, se i j ϕ i 2 =, se i = j Este é o caso isotrópico. O caso anisotrópico: { u = λa(x)u em u = 0 em também tem sido estudado por Manes-Micheletti [2] e Hess-Kato [5]. (3.2) 5

24 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 6 Neste capítulo, estaremos interessados na existência da solução fraca em W,p(x) 0 () para o seguinte problema de autovalor não-linear, dado por: p(x) u = λ u q(x) 2 u em, (3.3) u = 0 em em que R n (n 3) é um domínio limitado e suave, λ 0 é um parâmetro real e p,q C(), onde p(x) denota o operador p(x) Laplaciano, o qual é definido por p(x) u = div( u p(x) 2 u) Estudaremos o problema (3.3) considerando a hipótese < min x q(x) < min x p(x) < maxq(x) (3.4) x O principal resultado deste capítulo estabelece a existência de uma família contínua de autovalores do problema (3.3). Mais precisamente, mostraremos que existe λ > 0, tal que todo λ (0,λ ) é um autovalor para o problema (3.3). 3.2 Propriedades do Operador p(x)-laplaciano Daqui por diante, denotaremos E = W,p(x) 0 (). Teorema 3.. O funcional I : E R definido por I(u) = p(x) u p(x) dx é de classe C (E, R). Demonstração. Para demonstrar que o funcional I é de classe C (E, R), basta mostrar que a derivada de Gateuax de I existe e é contínua. Existência da derivada de Gateaux: Sejam u,v E. Dados x e 0 < t <, considere g : [0, ] R contínua e derivável em (0, ), definida por g(s) = u + st v p(x). Pelo teorema do valor médio de Lagrange, existe λ(x,t) = λ (0, ) tal que Notemos que g (λ) = g() g(0) 0 g p(x) t v( u + st v) (s) = p(x) u + st v u + st v = p(x)t u + st v p(x) 2 ( u + st v) v.

25 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 7 Portanto, g() g(0) 0 = g (λ) = p(x)t u + λt v p(x) 2 ( u + λt v) v, (3.5) o que implica que λt v p(x) u p(x) p(x)t = u + λt v p(x) 2 ( u + λt v) v. (3.6) Observe que h := u + λt v p(x) 2 ( u + λt v) v u p(x) 2 u v, quase sempre em,(3.7) quando t 0 Notemos que Como temos que h u + λt v p(x) v ( u + v ) p(x) v. (3.8) u, v L p(x) (). ( u + v ) p(x) L p(x) p(x) (). Aplicando a desigualdade do tipo Hölder, obtemos ( u + v ) p(x) v dx = C ( u + v ) p(x) p(x) v p(x) <. p(x) Portanto, ( u + v ) p(x) v L (). (3.9) Logo, utilizando (3.5) a (3.9) e o Teorema da Convergência Dominada, teremos I (u)v = lim ( u + λt v t 0 p(x) 2 ( u + λt v) v)dx u + λt v = lim t 0 p(x) u p(x) dx p(x)t = u p(x) 2 u v dx.

26 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 8 Continuidade da derivada de Gateaux: Consideremos {u n } E, tal que u n u em E, desse modo, u n u em (L p(x) ()) N (3.0) De acordo com o teorema., existe uma subseqüência, ainda denotada por {u n }, e uma função g L p(x) (), tais que Por (3.), ocorre que: u n (x) u(x) quase sempre em, (3.) u n g, quase sempre em (3.2) u n (x) u(x), q.t.p. em (3.3) Para todo v E, temos I (u n ) I (u),v = I (u un )v = Consideremos u n p(x) 2 u n v dx u p(x) 2 u v dx ( u n p(x) 2 u n u p(x) 2 u) v dx u n p(x) 2 u n u p(x) 2 u v dx. (3.4) f n = u n p(x) 2 u n u p(x) 2 u v, n N. (3.5) Portanto, f n u n p(x) 2 u n + u p(x) 2 ( u) u n p(x) + u p(x), n N. (3.6) Observando que: onde q(x) = u n p(x) + u p(x) L q(x) (), p(x). De (3.6), concluímos que p(x) {f n } L q(x) () Pela desigualdade de Hölder em (3.4), temos I (u n ) I (u),v u n p(x) 2 u n v dx I (u n )v f n v dx C f n q(x) v p(x) C f n q(x) v, u p(x) 2 u v dx

27 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 9 de onde segue que Usando agora (3.) e (3.3) em (3.5), temos ou seja, I (u n ) I (u) C f n q(x). (3.7) f n : u n p(x) 2 u n u p(x) 2 u u p(x) 2 u u p(x) 2 u = 0, Por (3.2) e (3.6), obtemos Daí, Portanto, f n (x) 0 quase sempre em (3.8) f n (x) g(x) p(x) + u(x) p(x ) quase sempre em. f n (x) q(x) ( g(x) p(x) + u(x) p(x )) q(x) 2 q(x) ( g(x) p(x) + u(x) p(x )). f n (x) q(x) 2 q+ (g(x) p(x) + u(x) p(x )) L (), quase sempre em.(3.9) De (3.8), (3.9) e usando o Teorema da Convergência Dominada, ocorre que f n (x) q(x) 0, quando n. Assim, pela proposição.7, tem-se Desse fato e de (3.7), temos f n q(x) 0, quando n. I (u n ) I (u) 0, quando n, ou seja, a derivada de Gateaux I é contínua. Teorema 3.2. O funcional G : E R, definido por G(u) = q(x) u q(x) dx é de classe C (E, R).

28 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 20 Demonstração. Para mostrar que o funcional G é de classe C (E, R) podemos proceder de modo análogo, com no Teorema (3.). Existência da derivada de Gateaux: Sejam u, v E, x e 0 < t <. Considere a função f : [0, ] R contínua e derivável em (0, ), definida por f(s) = u + stv q(x). Pelo Teorema do Valor Médio, existe λ(x,t) = λ (0, ), tal que Observe que f (λ) = f() f(0). 0 f (s) = q(x) u + stv q(x) tv(u + stv) u + stv f (s) = q(x)t u + stv q(x) 2 (u + stv)(v). Logo, f() f(0) 0 = q(x)t u + λtv q(x) 2 (u + λtv)(v), ou seja, u + stv q(x) u q(x) q(x)t = u + λtv q(x) 2 (u + λtv)(v). (3.20) Note que Observe que h := u + λtv q(x) 2 (u + λtv)(v) u q(x) 2 uv, quando t 0. (3.2) Desde que u, v L p(x) (), temos Pela desigualdade de Hölder, segue que h u + λtv q(x) v ( u + v ) q(x) v. (3.22) ( u + v ) q(x) L p(x) q(x) () Assim, ( u + v ) q(x) v dx C ( u + v ) q(x) p(x) v p(x) <. q(x) ( u + v ) q(x) v L (). (3.23)

29 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 2 De (3.2) - (3.23) e usando o Teorema da Convergência Dominada, temos G (u) = lim t 0 q(x)t ( u + tv q(x) u q(x) )dx = lim u + λtv t 0 q(x) 2 (u + λtv)v dx = u q(x) uv dx. Continuidade da derivada de Gateaux: Consideremos {u n } E, tal que u n u em E, de acordo com o teorema (ver), existem uma subseqüência, ainda denotada por {u n }, e uma função g L p(x) () tais que e Logo, por (3.24), temos u n (x) u quase sempre em, (3.24) u n h(s), quase sempre em. (3.25) u n (x) u, quase sempre em. (3.26) Para todo v E, tem-se < G (u n )v G (u),v > = = Definindo u n q(x) 2 u n v dx u q(x) 2 uv dx ( u n q(x) 2 u n u q(x) 2 u)v dx u n q(x) 2 u n u q(x) 2 u v dx. (3.27) g n = u n q(x) 2 u n u q(x) 2 u v, n N, (3.28) tem-se g n u n q(x) u q(x), n N. (3.29) Note que u n q(x) + u q(x) L p(x) q(x) () e de (3.29) segue que {g n } L p(x) q(x) ().

30 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 22 Utilizando a desigualdade de Hölder em (3.27), obtemos G (u n ) G (u),v u n q(x) 2 u n u q(x) 2 u v dx, g n v dx Portanto, concluímos que C g n p(x) v p(x). q(x) G (u n ) G (u) C g n p(x) q(x) (3.30) Usando (3.24),(3.26) e (3.28), obtemos Portanto, Por (3.26) e (3.29), temos Daí, Logo, g n := u n q(x) 2 u n u q(x) 2 u 0. g n (x) 0 quase sempre em. (3.3) g n (x) h(x) q(x) + u(x) q(x) quase sempre em. [g n (x)] p(x) q(x) [ g n (x) q(x) p(x) + u(x) q(x) ] q(x) 2 p(x) ( q(x) gn (x) q(x) + u(x) q(x)). [g n (x)] p(x) q(x) L (), quase sempre em (3.32) Utilizando de (3.30)-(3.3) e o Teorema da Convergência Dominada, obtemos [g n (x)] p(x) q(x) dx 0 quando n. Desse modo, pela Proposição.7, ocorre g n p(x) q(x) 0 quando n. Desse fato e (3.30), obtemos G (u n ) G (u) 0, quando n

31 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 23 e isto conclue a continuidade da derivada de Gateaux G. Se definirmos L := I : E E, então (L(u),v) = u p(x) 2 u v dx, para todo u,v E. Vamos estudar agora, algumas propriedades interessantes e úteis desse operador com intuito de obtermos solução fraca para o problema (3.3). Teorema 3.3. O operador L : E E é: (a) contínuo; (b) limitado; (c) estritamente monótono, isto é, (L(u) L(v),u v) > 0, u,v E, com u v; (d) do tipo S +, isto é, se u n u e lim (L(u) L(v),u v) 0, n então u n u em E; (e) um homeomorfismo. Demonstração. (a) Como (L(v),v) = (I (u),v), para todos u,v E, temos que L é contínua devido a continuidade da derivada de Gateaux de I. (b) Considere B E um conjunto limitado. Portanto, existe K > 0 tal que Se u B e v E, então, (L(u),v) = u p(x) 2 u v dx (L(u),v) Pela desigualdade de Hölder em (3.34), temos: u K, para todo u B. (3.33) u p(x) v dx (3.34) (L(u),v) C u p(x) p(x) p(x) v p(x) = C g p(x) v p(x). p(x) Portanto, L(v) C g p(x), u B (3.35) p(x)

32 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 24 onde g = u p(x). Desde que u p(x) u K, para todo u B, então existe k > 0 tal que g(x) p(x) dx = ( u p(x) ) p(x) p(x) dx = u p(x) k. Portanto, por (3.35), concluímos que L é limitado. (c) Para quaisquer x,y R N, valem as desigualdades (ver apêndice B): 2 x p 2 x y p 2 y,x y 3 p p x y p, se p 2, x y 2 (p ) ( x p + y p ) 2 p, se < p < 2, Considere u, v E, tais que u v. Então, u v. Considere os conjuntos + = {x ; p(x) 2} e = {x ; < p(x) < 2}. A monotonicidade estrita de L segue fazendo x = u e y = v nas desigualdades acima e integrando sobre + ou, conforme seja p(x) 2 ou < p(x) < 2, respectivamente. (d) Se u n u e lim n (L(u n ) L(u),u n u) 0, então Se p(x) 2, então lim (L(u n) L(u),u n u) = 0. n + u n u p(x) dx (L(u n ) L(u),u n u) 0, quando n. Se < p(x) < 2, então utilizando a desigualdade tipo Hölder, ocorre C 2 u n u p(x) dx = C 2 onde u n u p(x) ( u n + u ) p(x)(2 p(x)) 2 ( u n + u ) p(x)(2 p(x)) 2 dx C g n 2 h n 2. (3.36) p(x) 2 p(x) e g n := u n u p(x) ( u n + u ) p(x)(2 p(x)) 2 h n := ( u n + u ) p(x)(2 p(x)) 2

33 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 25 Desde que u n u em E, então (u n ) é limitada. Portanto, existe uma constante C 3 > 0 tal que u n p(x) dx C 3. Assim, 2 ρ 2 (h n ) = h n 2 p(x) dx = ( u n + u ) 2 p(x) p(x) dx (3.37) ) 2 ( p+ u n p(x) dx + u p(x) dx C 4. (3.38) Temos também ρ 2 (h n ) = g n 2 p(x) dx C5 (L(u n ) L(u),u n u) 0, quando n. (3.39) p(x) Usando (3.37) e (3.39) em (3.36), obtemos u n u p(x) dx 0, quando n Portanto, u n u p(x) dx = u n u p(x) dx + + u n u p(x) dx 0. Logo, pela Proposição.7, temos o que implica (u n u) p(x) 0. u n u 0. (e) Como L estritamente monótona, então L é injetivo. Suponhamos que u p(x) >. Pela Proposição.5, temos u p(x) dx u p p(x) (3.40) Pela desigualdade de Poincaré, existe uma constante C > 0, tal que u p(x) C u (3.4) Por (3.40) e (3.4), segue que (L(u),u) u = u p(x) 2 u v dx u

34 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 26 = u p(x) u u p p(x) u Cp u p p(x) u C u p p(x). Portanto, (L(u),u) lim u u =, (3.42) ou seja, L é coercivo. Usando essa última propriedade, a continuidade e a monotonicidade de L, concluímos que L é sobrejetivo. Dessa forma, existe o operador inverso L : E E. (3.43) Vamos demonstrar que L é contínuo. Seja {g n } E, tal que g n g em E. Considere u n = L (g n ) e u = L (g). Desde que L é uma bijeção, ocorre Notemos que L(u n ) = g n e L(u) = g (3.44) (L(u n ),u n ) u n = = u n p(x) 2 u n u n dx u n u n p(x). u n Pela limitação {g n } e por (3.42), concluímos que {u n } é limitada em E. Sendo E um Espaço de Banach reflexivo, então a menos de subseqüência podemos supor Notemos que u n u 0. (L(u n ) L(u 0 ),u n u 0 ) = (g n,u n u 0 ) (L(u 0 ),u n u 0 )

35 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 27 Por outro lado, temos (g n,u n u 0 ) = (g n g,u n u 0 ) + (g,u n u 0 ) Mas, g n g e u n u 0, de onde segue que Como L é do tipo (S + ), temos Sendo L contínua, temos Por (3.44), obtemos lim (L(u n) L(u 0 ),u n u 0 ) = 0 n u n u 0 (3.45) L(u n ) L(u 0 ) L(u) = L(u 0 ) Desde que L é injetivo, temos u = u 0. Portanto, de (3.45) temos u n u em E, mostrando que L é contínuo, assim concluímos que L é um homeomorfismo. Observação 3.. Pelos Teoremas 3. e 3.2, o funcional energia J λ : E R, definido por J λ (u) = p(x) u p(x) dx λ q(x) u q(x) dx. é de classe C (E, R), com J λ(u)v = u p(x) 2 u vdx λ u q(x) 2 uvdx, u,v E Dessa forma, as soluções fracas de (3.3) são os pontos críticos de J λ. Lema 3.. Existe λ > 0 tal que para todo λ (0,λ ) existem ρ, a > 0 tais que J λ (u) a para todo u E com u = ρ. Demonstração Desde que q(x) < p (x) para todo x, temos que E está imerso continuamente em L q(x) (). Assim, existe uma constante positiva C, tal que u q(x) C u, u E. (3.46) Fixemos ρ (0, ), tal que ρ < C, Esta condição implica que u E, u = ρ

36 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 28 então u q(x) C u = C ρ < (3.47) Além disso, pela relação (.6), temos ρ q(x) (u) = u q(x) dx u q q(x), u E, u = ρ (3.48) De (3.46) e (3.48), obtemos u q(x) dx u q q(x) C q u q, u E, u = ρ (3.49) De (.6) e (3.49), teremos que, para cada u E, u = ρ, J λ (u) = p(x) u p(x) dx λ q(x) u q(x) dx p + p + p + u p(x) dx λ u p(x) dx λ q q u q(x) dx u q(x) dx u p(x) dx λ q C q u q Agora, observamos que u = u p(x) < e da relação (.6) tem-se u = u p(x) < e ρ p(x) ( u ) u p+ p+ p(x) = u Portanto, Definamos J λ (u) p + u p + λ q C q u q = p +ρ p + λ q C q ρ q ( = ρ q p +ρ p + q λ q C q ) λ = ρ p + q 2p + q C q (3.50) Observando que, em virtude da condição (3.4), temos p + > q. Então, para λ < λ, teremos λ < ρ p + q q 2p + λc q q < ρ p + q 2p + C q < ρ p + q p +

37 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 29 Assim, ρ p + q p + λcq q > 0 Portanto, tomando a = ρ p+ 2p > 0, teremos para λ + (0,λ ), u = ρ. ( J λ (u) ρ q p +ρ p + q λ ) q C q ( = ρ q p +ρ p + q ρ p + q q 2p + = ρ q 2p +ρ p + q O que conclui a demonstração do Lema 2.. = ρp+ 2p + = a > 0 C q Cq q Lema 3.2. Existe φ E tal que φ 0 e φ 0 e J λ (tφ) < 0 para t > 0 suficientemente pequeno. Demonstração. A hipótese (3.4) nos afirma que < min x q(x) < min x p(x) < maxq(x) x o que implica que q < p. Considere ε 0 > 0 tal que q + ε 0 < p. Por outro lado, desde que q C(), segue-se que existe um conjunto aberto 0, tal que 0 e q(x) q < ε 0, x 0. Assim, ε 0 < q(x) q < ε 0, x 0 desse modo: q ε 0 < q(x) < q + ε 0, x 0 q(x) < q + ε 0 < p, x 0 Seja φ Cc (), tal que supp(φ) 0, φ =, x 0 e 0 φ(x), em. Para t (0, ), temos J λ (u) = p(x) u p(x) dx λ q(x) u q(x) dx t p(x) = p(x) u t q(x) p(x) dx λ q(x) u q(x) dx tp u p(x) +ε 0 dx λ tq u q(x) dx p q 0 ) Para J λ (u) < 0, devemos ter t p p u p(x) dx λ tq +ε 0 q + 0 u q(x) dx < 0

38 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 30 t p p t p t q +ε 0 < t p q ε 0 < Desde que p q ε 0 > 0, ocorre Definindo t < u p(x) +ε 0 dx < λ tq q + λp u q q(x) dx + 0 u p(x) dx λp u q q(x) dx + 0. u p(x) dx λp u q q(x) dx + 0 u p(x) dx 0 < δ < min, λp 0 u q(x) dx p q ε 0 u q q(x) dx + 0, u p(x) dx p temos que, J λ (u) < 0 para t < δ q ε 0. Observemos que u p(x) dx > 0. De fato, é claro que 0 u q(x) dx u q(x) dx. u q dx Por outro lado, W,p(x) 0 () está imerso continuamente em L q () e, assim, existe uma constante C 2 > 0 tal que φ q = C 2 φ. Esta desigualdade nos diz que φ > 0. (a) Se φ >, pela relação (.6), temos < φ p p(x) ρ p(x) ( φ) = (b) Se φ <, pela Proposição.6, ocorre: φ p+ ρ p(x) ( φ) = φ p(x) dx. φ p(x) dx.

39 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 3 Logo, φ p(x) dx > 0 concluindo, assim, a demonstração do lema. Definição 3.. Dizemos que λ R é um autovalor do problema (3.3) se existir u, p(x) W0 () \ {0} tal que u p(x) 2 u vdx λ u q(x) 2 uvdx = 0, (3.5), p(x) para todo v W0 (). Observemos que se λ for um autovalor do problema (3.3), então, p(x) a função correspondente u W0 () \ {0} é uma solução fraca de (3.3). Temos o seguinte resultado central desse capítulo: Teorema 3.4. Suponhamos que condição (3.4) seja satisfeita, max p(x) < N e q(x) < p (x), x x Então existe λ > 0 tal que todo λ (0,λ ) é um autovalor do problema (3.3). Esse Teorema implica que u p(x) dx inf, p(x) u W0 \{0} u q(x) dx = 0, p(x) de onde segue-se que dado qualquer C > 0, existe u 0 W0 () tal que C u 0 q(x) dx u 0 p(x) dx Demonstração. Seja λ definido em (3.50). Pelo Lema 3., existe uma bola centrada na origem, B ρ (0) tal que inf J λ > 0. B ρ(0) Por outro lado, pelo Lema 3.2, existe φ E tal que J λ (tφ) < 0 para t > 0 suficientemente pequeno. Já sabemos que u B ρ (0), teremos Como p + > q, segue-se que J λ (u) p + u p+ λ q Cq u q. < C = inf J λ < 0. B ρ(0)

40 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 32 Tomemos ε > 0 satisfazendo ǫ < inf J λ inf J λ (3.52) B ρ(0) B ρ(0) Aplicando o Princípio Variacional de Ekeland (ver Apêndice C) ao funcional encontramos u ǫ B ρ (0) tal que e Desde que J λ (u ǫ ) concluimos que u ǫ B ρ (0). Agora definimos Como J λ : B ρ (0) R, J λ (u ǫ ) < inf J λ + ǫ B ρ(0) J λ (u ǫ ) < J(u) + ǫ u ǫ u, u u ǫ. inf J λ + ǫ < inf J λ < J λ (u), u B ρ (0), B ρ(0) B ρ(0) I λ tem-se que u ǫ é ponto mínimo de I λ. Assim, I λ (u ǫ + tv) I λ (u ǫ ) t A relação acima implica que : B ρ (0) R I λ (u) = J λ (u) + ǫ u u ǫ. J λ (u ǫ ) < J(u) + ǫ u u ǫ J λ (u ǫ ) + u ǫ u ǫ < J(u) + ǫ u u ǫ I λ (u ǫ ) < J(u) + ǫ u u ǫ, u u ǫ, 0, se t > 0 for pequeno, para todo v B (0). J λ (u ǫ + tv) ǫ u ǫ + tv u ǫ J λ (u ǫ ) ǫ u ǫ u ǫ 0, t J λ (u ǫ + tv) J λ (u ǫ ) + ǫ v 0. t Fazendo t 0, segue-se que J λ(u ǫ ),v + ǫ v 0, J λ(u ǫ ), v + ǫ v 0, J λ(u ǫ ),v + ǫ v 0 J λ(u ǫ ),v ǫ v.

41 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 33 Assim, J λ (u ǫ),v v ǫ. Portanto, J λ(u ǫ ) E = sup J λ (u ǫ),v v ǫ. Dessa forma, tomando ǫ n encontramos uma seqüência (w n) B ρ (0), tal que J λ (w n ) C e J λ(w n ) 0. (3.53) Desde que w n B ρ (0), temos que (w n ) é limitada em E. Assim, existe w E, tal que w n w em E. Desde que q(x) < p (x), x, E está imerso compactamente em L q(x) () e, assim, a menos de subseqüência, w n w em L q(x) (). Observemos que w n q(x) 2 w n (w n w)dx = w q(x) 2 w n (w n w) dx w n q(x) (w n w)dx. Pela desiguladade de Hölder, temos w n q(x) 2 w n (w n w)dx C w q(x) w q (x) n w onde Desde que w q(x) q (x) q(x) + q (x) = q(x) = q(x) q(x) { = inf λ > 0; w q(x) λ q (x) dx temos que w q(x) q (x) é limitada por uma constante e w n w q(x) 0, }, concluímos que w n q(x) 2 w n (w n w)dx 0.

42 CAPÍTULO 3. UM PROBLEMA QUASE-LINEAR DE AUTOVALOR 34 A relação (3.53) implica que J λ(w n ),w n w = w n p(x) 2 w n (w n w)dx λ de onde concluímos que lim n w n q(x) 2 w n (w n w)dx. w n p(x) 2 w n (w n w)dx = 0 (3.54) Sabemos que para quaisquer x,y R N, vale a desigualdade seguinte (ver apêndice A): x p 2 x y p 2 y,x y C x y p, se p 2. Pondo x = w n e y = w na desigualdade acima, temos wn p 2 w n w p 2 w, w n w C (w n w) p(x) wn p 2 w n, (w n w) w n p 2 w, (w n w) C (w n w) p(x) Integrando ambos os membros, obtemos: ( w n p 2 w n (w n w) w p 2 w, (w n w))dx C (w n w) p(x) dx (3.55) Desde que w n w em E, temos w p 2 w (w n w) 0, logo Portanto, ρ p(x) ( (w n w)) Pela Proposição.7, ocorre que donde (w n w) p(x) dx 0. (w n w) p(x) 0 w n w p(x) 0. Logo, w n w em E. Pela relação (3.53), segue que (w n w) p(x) dx 0. J λ (w) = C e J λ(w) = 0. (3.56) Assim, concluímos que w é solução fraca não-trivial do problema (3.), mostrando que Assim, todo λ (0,λ ) é autovalor de (3.).

43 Capítulo 4 Um Problema Singular via Método Topológico 4. Introdução Neste capítulo, estudaremos a existência de solução fraca em W,p(x) 0 () para o seguinte problema singular elíptico proposto por Corrêa, Costa e Figueiredo [6]: p(x) u = h(x) u + γ(x) k(x)uα(x) em, u > 0 em, u = 0 em, (4.) onde R N (N 3) é um domínio limitado, p,h,k,α e γ C() e p(x) designa o operador p(x) laplaciano, o qual é definido por p(x) u = div( u p(x) 2 u). Aqui, usaremos o seguinte resultado devido a Rabinowitz: [6] Proposição 4.. Considere um espaço de Banach X e T : R + X X uma aplicação contínua e compacta tal que Então a equação T(0,u) = 0, para todo u X. u = T(λ,u), possui um conjunto conexo, fechado e não limitado C R + X de soluções com (0, 0) C Os resultados aqui apresentados são generalizações daqueles para o problema de Dirichlet envolvendo o operador p laplaciano. No que segue, denotemos C + () = {h; h C(),h(x) >, h C()}, h + = max x h(x) e h = minh(x), h C(). x 35

44 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO Hipóteses sobre as funções p(x), γ(x), α(x), h(x) e k(x) Ao longo desse capítulo assumiremos as seguintes hipóteses preliminares: (H ) h,k C(), h,k 0 em, h,k 0 em (H 2 ) α, γ C(), 0 < α(x),γ(x) <, x (H 3 ) r C + () é uma função satisfazendo r(x) + p (x) onde p (x) é o expoente crítico de Sobolev. <, (H 4 ) < r(x) < p (x) em. (H 5 ) α + < p. A condição (H 5 ) é natural, pois quando α e p são constantes a condição usada é (H 6 ) α(x) + < p (x), x. 0 < α < p As hipóteses (H 3 ) e (H 4 ), não são imcompatíveis, por exemplo, suponha que r(x) + p (x) Realmente, se r(x) < p (x), temos Assim, r(x) + p (x) p (x) o que mostra que (H 4 ) implica em (H 3 ). 4.3 Existência de Solução < < e r(x) > 2 em. < r(x). r(x) + r(x) = 2 r(x) <, x, Nesta seção, discutiremos a existência de solução fraca para o problema (4.). Definição 4.. Dizemos que u E é uma solução fraca do problema { p(x) u = f(x,u), x, u = 0, x. Se u p(x) 2 u v dx = f(x,u)v dx, v E. (4.2)

45 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO 37 Proposição 4.2. Se f(x,u) = f(x), f L r(x) (), onde r(x) C + () é tal que r(x) + p (x) <, para qualquer x, então, o problema (4.2), tem uma única solução fraca. Demonstração. Considere o funcional g : E R definido por g(v) = f(x)v dx. É claro que g é linear. Mostraremos agora que g é contínuo. Considere β C + (), tal que r(x) + β(x) =, x. Assim β(x) = r(x) r(x) por hipótese, temos β(x) >, para x. p (x) Portanto, β(x) < p (x), x. Pelo Teorema., a imersão E L β(x) () é contínua, então existe C > 0 tal que v β(x) C v, v E. (4.3) Pela desigualdade de Hölder, sendo g(v) = f(x)v dx C f r(x) v β(x) (4.4) C = r + β.

46 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO 38 Por (4.3) e (4.4), temos o que demonstra que g é contínua. g(v) C 2 v, v E, Como g E e L é um homeomorfismo, então existe um único u E tal que u p(x) 2 u v dx = f(x) v dx, v X, isto é, o problema (4.) possui uma única solução fraca. As três próximas proposições estabelecem alguns resultados relativos ao Princípio para a equação envolvendo o p(x) Laplaciano, que se encontram no capítulo anterior. Proposição 4.3. (Princípio da Comparação.) Sejam u, v E satisfazendo u p(x) 2 u ϕdx v p(x) 2 v ϕdx, para qualquer ϕ E, ϕ > 0 em. Seja Ψ(x) = min{u(x) v(x), 0}. Se Ψ E então u v em. Proposição 4.4. Considere u E uma função que satisfaça u p(x) 2 u ϕdx 0, ϕ W,p(x) 0 (), ϕ > 0 em, u 0 em e u 0. Então, para qualquer subconjunto compacto K, existe uma constante positiva C = C(K) tal que u C em K. Proposição 4.5. Sejam u como na Proposição 4.4, x, u C ( {x }) e u(x ) = 0. Se satisfaz a condição de bola interior em x, então u > 0, onde η é um η vetor unitário normal interior em x. Proposição 4.6. Seja S uma aplicação, definida por S : R + L r(x) () (λ,u) W,p(x) 0 () v = S(λ,u), onde v é a única solução do problema [ ] h(x) p(x) v = λ + k(x) u α(x) ( u +ǫ) γ(x) v = 0 Então S é uma aplicação contínua. em. em,

47 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO 39 Demonstração. Seja (λ n,u n ) R + L r(x) (), tal que λ n λ em R + e u n u em L r(x) (). Fixando v n = S(λ n,u n ), teremos v n v em L r(x) (). Pela definição de S, obtemos p(x) v n e p(x) v [ ] h(x) = λ ( u n +ǫ) + k(x) u γ(x) n α(x) v n = 0 em. [ ] h(x) = λ + k(x) u α(x) ( u +ǫ) γ(x) v = 0 em. em, em, (4.5) (4.6) Usando v n v como função-teste em (4.5) e (4.6), obtemos pela definição de solução fraca: [ ] v n p(x) 2 h(x) v n (v n v)dx = λ n ( u n + ǫ) + k(x) u n α(x) (v γ(x) n v)dx e [ ] v p(x) 2 h(x) v n (v n v)dx = λ + k(x) u α(x) (v ( u + ǫ) γ(x) n v)dx Subtraindo as equações anteriores, temos [ vn p(x) 2 v n (v n v) v p(x) 2 v n (v n v) ] dx [ ] h(x) = λ n ( u n + ǫ) + k(x) u n α(x) (v γ(x) n v)dx [ ] h(x) λ + k(x) u α(x) (v ( u + ǫ) γ(x) n v)dx isto é, vn p(x) 2 v n v p(x) 2 v, v n v dx = [ ] h(x) λ n ( u n + ǫ) + k(x) u n α(x) (v γ(x) n v)dx [ ] h(x) λ + k(x) u α(x) (v ( u + ǫ) γ(x) n v)dx

48 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO 40 na desigualdade do Apêndice A, Fazendo x = v n e y = v, ocorre que [ ] C p v n v p(x) h(x) C ( u n + ǫ) h(x) (v γ(x) ( u + ǫ) γ(x) n v)dx +C k(x)[ u n α u α ](v n v)dx. Usando a desigualdade de Hölder e o teorema da Convergência Dominada de Lebesgue, obtemos Se v n v em E, então v n v em L r(x) () o que conclui a prova. Teorema 4.. Considere as hipóteses (H ) (H 6 ). O problema (4.) possui uma solução fraca. Demonstração. Começaremos a prova, considerando o seguinte problema auxiliar: p(x) v = h(x) + k(x) u α(x) em, ( u +ǫ) γ(x) (4.7) u = 0 em, onde 0 < ǫ < é um número fixo. Afim de aplicar aplicarmos a Proposição (4.). Consideremos o seguinte problema [ ] h(x) p(x) v = λ + k(x) u α(x) em, ( u +ǫ) γ(x) v = 0 em, Para cada u L r(x) (), onde λ 0 é um parâmetro real. Observe (4.8) v L r(x) ()então u α(x) L r(x) α(x) () h(x) h(x) r(x) 0 L ( u + ǫ) γ(x) ǫγ(x) α(x) () Devido a hipótese (H 3 ), o problema (4.7) possui uma única solução v W,p(x) 0 (). Usando a Proposição 4., consegue-se uma componente C de soluções (λ,u) R + L r(x) () de u = S(λ,u), (observe que S(0,u) = 0), isto é, p(x) u [ = λ ] h(x) + k(x) u α(x) ( u +ǫ) γ(x) em, u = 0 em. Pela Proposição 4.4, temos u > 0 em e [ ] p(x) u = λ h(x) + k(x) u α(x) (u+ǫ) γ(x) em, u = 0 em. (4.9)

49 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO 4 Agora, iremos mostrar que a componente C é não-limitada com respeito a λ 0. Suponha que isso não aconteça, ou seja, existe λ > 0 tal que se (λ,u) C então 0, λ λ. Assim, usando u como função-teste na equação (4.9), temos Notemos que u dx = h [ ] h(x) λ + k(x) u α(x)+ (u + ǫ) γ(x) h(x)u dx (u + ǫ) γ(x) u dx ǫ γ+ C u h ǫ udx C u p(x). γ(x) dx dx. Usando a imersão contínua W,p(x) 0 L (), também temos k(x)u α(x)+ k u α(x)+ dx = k ρ α(x)+ (u), e, pela hipótese (H 6 ), temos W,p(x) 0 L α(x)+ () o que nos que u α(x)+ C u p(x). Consideraremos dois casos: (i) Se u α(x)+ > pela Proposição.6, temos ρ α(x)+ (u) = u α+ + α(x)+. (ii) Se u α(x)+ <, ocorre pelo mesmo fato que ρ α(x)+ (u) = u α + α(x)+. Conseqüentemente, [ ] ρ( u) = u p(x) h(x) dx = λ + k(x) u α(x)+ (u + ǫ) γ(x) C u p(x) + C u β+ α(x)+ C u p(x) + C u β+ p(x). Portanto, ρ( u) C( u + u β+ ), onde < β + < 2. Utilizando novamente a Proposição.6, obtemos (a) Se u p(x) > então ρ p(x) ( u) u p p(x). (b) Se u p(x) < então ρ p(x) ( u) u p+ p(x). Conseqüêntemente, u p p(x) C( u p(x) + u β+ p(x) ) dx

50 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO 42 ou onde α + = max x u p+ p(x) C( u p(x) + u β+ p(x) ), p(x) < p = minp(x), o que demonstra que u p(x) é limitada. x Desde que W,p(x) 0 L r(x) (), conclui que u p(x) é limitada. Destas considerações, temos que C é não-limitada com respeito ao parâmetro λ e assim C intersecta {} L r(x) () produz uma solução u ǫ W,p(x) 0, satisfazendo p(x) u ǫ = h(x) (u ǫ+ǫ) γ(x) + k(x)u α(x) ǫ em, u ǫ > 0 em, u ǫ = 0 em. no sentido fraco, tomando ǫ = n, u /n = u n, obtemos: ocorre que p(x) u ǫ = u ǫ C h(x) (u ǫ + + k(x)uα(x) n em, )γ(x) n h(x) (u ǫ + + k(x)uα(x) )γ(x) n [ (u n+) γ(x) + u α n n em, ], em, (u n + ) γ(x) (u n + ) γ+ (c) Se u n (x) [u n (x)] α(x) [u n (x)] α (d) Se o < u n (x) < [u n (x)] α(x) [u n (x)] α+ Portanto, existe uma constante m 0 > 0 tal que [ ] C [u n + ] + [u n(x)] α(x) γ(x) m 0 > 0. Seja w W,p(x) 0 a única solução positiva do problema { p(x) w = m 0 > 0 em w = 0 em. Pelo princípio do máximo forte (ver Capítulo 2) u n (x) w(x) > 0, x,

51 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO 43 Logo, encontraremos uma sucessão limitada aproximando u n. Argumentando como antes, obtemos u n p(x) h(x) dx = (u n + dx + k(x)un α(x)+ dx. )γ(x) n Por argumentos já utilizados, temos n dx C u n β+, com 0 < β + < 2. k(x)u α(x)+ onde β = α ±. Ocorre também que h(x)u n (u n + C n )γ(x) p(x) u n dx = C (u n ) γ(x) u γ(x) n dx Se u n (x) temos [u n (x)] γ(x) [u n (x)] γ [u n (x)] γ(x). e se u(x) <, ocorre [u n (x)] γ(x) Assim, [u n (x)] γ(x) dx [u n (x)] γ dx + C un γ r(x) γ + C u γ+ n [u n (x)] γ+ dx, r(x) γ +. Com respeito a un γ r(x) (i) Se un γ r(x) γ o que implica que (ii) Se un γ r(x) γ, consideremos dois casos: γ > então r u γ γ n r(x) <, obtemos γ ρ r(x) un γ r(x) γ un γ r(x) γ γ (u γ ( ( n ) = u r(x) n u r(x) n dx ) γ r. u r(x) n dx ) γ r +. Suponhamos que exista n N suficientemente grande tal que (a) un γ > e u n r(x) >. Neste caso, r(x) γ u γ n r(x) γ ( ) γ u r(x) r n dx ( u n r+ r(x) ) γ r u n γ r r + r(x) u n γ r(x).

52 CAPÍTULO 4. UM PROBLEMA SINGULAR VIA MÉTODO TOPOLÓGICO 44 (b) un γ r(x) e u n r(x) <. γ u γ n r(x) γ (c) un γ r(x) < e u n r(x) >. γ un γ r(x) γ ( ( u r(x) n dx u r(x) n dx ) γ r + ) γ r u n γ r r + r(x). u n γ r + r r(x) u n γ r(x). (d) un γ r(x) < e u n r(x) <. podem ser executados os casos relacionados a u de um γ modo análogo. mostraremos isso agora: () u n p(x) < ρ p(x) ( u n ) u n p p(x) e (2) u n p(x) < ρ p(x) ( u n ) u n p+ p(x). Uma situação possível a ser considerada é: u n p p(x) C [ ] u n β+ p(x) + u n γ r(x) + u n γ+ r(x) + C e pela da imersão contínua W,p(x) 0 () L r(x) () obtemos u n p p(x) C [ u n β+ p(x) + u n γ p(x) + u n γ+ p(x) + e porque p > β +, γ, γ + temos que (u n ) é limitada em W,p(x) 0 (). Os outros casos são cumpridos do mesmo modo para obter a limitação de (u n ) em W,p(x) 0 (), talvez para subseqüências. Desde que W,p(x) 0 () é um espaço de Banach reflexivo u n u em W,p(x) 0 (). Considerando ϕ W,p(x) 0 () como função-teste temos u n p(x) 2 h(x)ϕ u n ϕdx = (u n + )γ(x)dx + k(x)un α(x) dx. n Do Teorema. de Sobolev, temos uma subseqüência u n u em L t(x) (), t(x) < p (x). Usando u n u como função-teste e discutindo como na prova da afirmação, temos u n u em W,p(x) 0 (). Assim, devido ao Teorema da Convergência Dominada de Lebesgue, concluímos u n p(x) 2 u n ϕdx u p(x) 2 u ϕdx, e h(x)ϕ (u n + n )γ(x)dx k(x)un α(x) dx h(x)ϕ dx, uγ(x) k(x)u α(x) dx. Portanto, u é solução fraca de (4.2) e a prova do teorema está concluída. ]

Resumo. Neste trabalho estudamos os espaços L p(x) (Ω) e W 1, p(x) (Ω), bem como a exitência de solução fraca para problemas elípticos do tipo

Resumo. Neste trabalho estudamos os espaços L p(x) (Ω) e W 1, p(x) (Ω), bem como a exitência de solução fraca para problemas elípticos do tipo Resumo Neste trabalho estudamos os espaços L p(x) () e W 1, p(x) (), bem como a exitência de solução fraca para problemas elípticos do tipo p(x) u = f(x, u), x, u W 1, p(x) (), onde R N é um domínio limitado

Leia mais

Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período Professor: João Marcos do Ó. { 0 se j = 1 y j = (j 1) 1 x j 1 se j 2.

Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período Professor: João Marcos do Ó. { 0 se j = 1 y j = (j 1) 1 x j 1 se j 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período 2009.2. Professor:

Leia mais

Notas de Aula. Análise Funcional

Notas de Aula. Análise Funcional Notas de Aula Análise Funcional Rodney Josué Biezuner 1 Departamento de Matemática Instituto de Ciências Exatas (ICEx) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Notas de aula do curso Análise Funcional

Leia mais

Mini-Curso II. Introdução às Equações Elípticas

Mini-Curso II. Introdução às Equações Elípticas Mini-Curso II Introdução às Equações Elípticas Claudianor O. Alves Universidade Federal de Campina Grande Decania do CCMN/UFRJ IM/UFRJ Rio de Janeiro, 07-09 de novembro de 2007 1 Universidade Federal de

Leia mais

Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas.

Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas. Capítulo 2 Espaços de Banach Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas. 2.1 Espaços métricos O conceito de espaço métrico é um dos conceitos

Leia mais

Teoremas fundamentais dos espaços normados

Teoremas fundamentais dos espaços normados Capítulo 9 Teoremas fundamentais dos espaços normados 9.1 Teorema de Hahn-Banach O próximo teorema, conhecido como teorema de Hahn-Banach, é uma generalização do Teorema 4.12, o qual, recordamos para conveniência

Leia mais

1 Introdução. Problemas Elípticos Assintoticamente Lineares

1 Introdução. Problemas Elípticos Assintoticamente Lineares Problemas Elípticos Assintoticamente Lineares Caíke da Rocha DAMKE; Edcarlos Domingos da SILVA Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal de Goiás, Campus II- Caixa Postal 131, CEP 74001-970

Leia mais

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ PARA MEDIDAS DANIEL V. TAUSK Ao longo do texto, denotará sempre um espaço topológico fixado. Além do mais, as seguintes notações serão utilizadas: supp f denota o suporte

Leia mais

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que O Teorema de Peano Equações de primeira ordem Seja D um conjunto aberto de R R n, e seja f : D R n (t, x) f(t, x) uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e

Leia mais

Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018

Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018 Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018 Professor Marcos Leandro 17 de Junho de 2018 1. Sejam M um subespaço de um espaço de Hilbert H e f M. Mostre que f admite uma única extensão para H preservando

Leia mais

Compacidade de conjuntos e operadores lineares

Compacidade de conjuntos e operadores lineares Compacidade de conjuntos e operadores lineares Roberto Imbuzeiro Oliveira 13 de Janeiro de 2010 No que segue, F = R ou C e (X, X ), (Y, Y ) são Banach sobre F. Recordamos que um operador linear T : X Y

Leia mais

Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Exatas. Departamento de Matemática

Universidade de Brasília. Instituto de Ciências Exatas. Departamento de Matemática Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Existência e Multiplicidade de soluções limitadas para uma classe de equações quasilineares elípticas por Shirley da Silva

Leia mais

Mini Curso. O Lema de Lax-Milgram e Aplicações

Mini Curso. O Lema de Lax-Milgram e Aplicações Goiânia, 07 a 10 de outubro Mini Curso O Lema de Lax-Milgram e Aplicações Prof. Dr. Maurílio Márcio Melo - IME/UFG O LEMA DE LAX-MILGRAM E APLICAÇÕES MELO,M.M. 1. Introdução O principal objetivo destas

Leia mais

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R.

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R. UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM095 - Análise I Prof José Carlos Eidam Lista 4 INSTRUÇÕES Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam

Leia mais

Existência de solução fraca para um problema de Dirichlet não-linear com a condição de Ambrosetti-Rabinowitz

Existência de solução fraca para um problema de Dirichlet não-linear com a condição de Ambrosetti-Rabinowitz UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUACÃO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA José Pastana de Oliveira Neto Existência de solução fraca para um problema de Dirichlet não-linear com

Leia mais

A Projeção e seu Potencial

A Projeção e seu Potencial A Projeção e seu Potencial Rolci Cipolatti Departamento de Métodos Matemáticos Instituto de Matemática, Universidade Federal do Rio de Janeiro C.P. 68530, Rio de Janeiro, Brasil e-mail: cipolatti@im.ufrj.br

Leia mais

Produtos de potências racionais. números primos.

Produtos de potências racionais. números primos. MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA n o 4 Dezembro/2006 pp. 23 3 Produtos de potências racionais de números primos Mário B. Matos e Mário C. Matos INTRODUÇÃO Um dos conceitos mais simples é o de número natural e

Leia mais

Existência de soluções para equações elípticas semilineares envolvendo não linearidades do tipo côncavo-convexas

Existência de soluções para equações elípticas semilineares envolvendo não linearidades do tipo côncavo-convexas Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Existência de soluções para equações elípticas semilineares

Leia mais

Elifaleth Rego Sabino

Elifaleth Rego Sabino UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Elifaleth Rego Sabino Problemas elípticos com não linearidade descontínua envolvendo

Leia mais

Problemas Elípticos do tipo p(x)-kirchho em Espaços Generalizado de Lebesgue-Sobolev

Problemas Elípticos do tipo p(x)-kirchho em Espaços Generalizado de Lebesgue-Sobolev Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Exatas e Naturais Programa de Doutorado em Matemática UFPA/UFAM Tese de Doutorado Problemas Elípticos do tipo px-kirchho em Espaços Generalizado de Lebesgue-Sobolev

Leia mais

MAT 5798 Medida e Integração IME 2017

MAT 5798 Medida e Integração IME 2017 MAT 5798 Medida e Integração IME 2017 http://www.ime.usp.br/ glaucio/mat5798 Lista 11 - Integral de Bochner Fixemos um espaço de medida completo (X, M, µ) até o final desta lista. As duas primeiras questões

Leia mais

Operadores em espaços normados

Operadores em espaços normados Capítulo 7 Operadores em espaços normados Neste capítulo vamos introduzir uma série de operadores em espaços normados os quais são muito úteis, nomeadamente, na resolução de equações envolvendo operadores.

Leia mais

Sobre uma classe de problemas elípticos com não linearidades do tipo côncavo-convexa

Sobre uma classe de problemas elípticos com não linearidades do tipo côncavo-convexa Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Sobre uma classe de problemas elípticos com não linearidades

Leia mais

Existência, não existência e unicidade de solução positiva para problemas elípticos sublineares.

Existência, não existência e unicidade de solução positiva para problemas elípticos sublineares. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Dissertação de Mestrado Existência, não existência e unicidade de solução positiva

Leia mais

Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno. André Arbex Hallack

Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno. André Arbex Hallack Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno André Arbex Hallack Setembro/2011 Introdução O presente texto surgiu para dar suporte a um Seminário

Leia mais

Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas - CCE Departamento de Matemática Primeira Lista de MAT641 - Análise no R n

Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas - CCE Departamento de Matemática Primeira Lista de MAT641 - Análise no R n Universidade Federal de Viçosa Centro de Ciências Exatas - CCE Departamento de Matemática Primeira Lista de MAT641 - Análise no R n 1. Exercícios do livro Análise Real, volume 2, Elon Lages Lima, páginas

Leia mais

Topologia. Fernando Silva. (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) 13-agosto-2018

Topologia. Fernando Silva. (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) 13-agosto-2018 Topologia (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) Fernando Silva 13-agosto-2018 A última revisão deste texto está disponível em http://webpages.fc.ul.pt/~fasilva/top/ Este texto é uma revisão do texto

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Transporte de medidas Teoria da Medida e Integração (MAT505) Transporte de medidas e medidas invariantes. Teorema de Recorrência de Poincaré V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia

Leia mais

MARCOS LIMA CARDOSO. Solvabilidade de uma Classe de Problemas Parabólicos nos Espaços W 1,x. 0 L p(x) (Q T )

MARCOS LIMA CARDOSO. Solvabilidade de uma Classe de Problemas Parabólicos nos Espaços W 1,x. 0 L p(x) (Q T ) MARCOS LIMA CARDOSO Solvabilidade de uma Classe de Problemas Parabólicos nos Espaços W 1,x L p(x) ( ) BELÉM 212 MARCOS LIMA CARDOSO Solvabilidade de uma Classe de Problemas Parabólicos nos Espaços W 1,x

Leia mais

Sobre um Sistema do tipo Schrödinger-Poisson

Sobre um Sistema do tipo Schrödinger-Poisson Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Sobre um Sistema do tipo Schrödinger-Poisson por Alex de

Leia mais

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes Notas Sobre Sequências e Séries 2015 Alexandre Fernandes Limite de seqüências Definição. Uma seq. (s n ) converge para a R, ou a R é limite de (s n ), se para cada ɛ > 0 existe n 0 N tal que s n a < ɛ

Leia mais

= f(0) D2 f 0 (x, x) + o( x 2 )

= f(0) D2 f 0 (x, x) + o( x 2 ) 6 a aula, 26-04-2007 Formas Quadráticas Suponhamos que 0 é um ponto crítico duma função suave f : U R definida sobre um aberto U R n. O desenvolvimento de Taylor de segunda ordem da função f em 0 permite-nos

Leia mais

Topologia e Análise Linear. Maria Manuel Clementino, 2013/14

Topologia e Análise Linear. Maria Manuel Clementino, 2013/14 Maria Manuel Clementino, 2013/14 2013/14 1 ESPAÇOS MÉTRICOS Espaço Métrico Um par (X, d) diz-se um espaço métrico se X for um conjunto e d : X X R + for uma aplicação que verifica as seguintes condições,

Leia mais

( x)(x 2 ) n = 1 x 2 = x

( x)(x 2 ) n = 1 x 2 = x Página 1 de 7 Instituto de Matemática - IM/UFRJ Gabarito prova final unificada - Escola Politécnica / Escola de Química - 10/12/2009 Questão 1: (.0 pontos) (a) (1.0 ponto) Seja a função f(x) = x, com x

Leia mais

Resumo. u (t) + G (u(t)) = f(t). O segundo é referente ao sistema Hamiltoniano. u (t) = J H(t, u(t)).

Resumo. u (t) + G (u(t)) = f(t). O segundo é referente ao sistema Hamiltoniano. u (t) = J H(t, u(t)). Resumo Neste trabalho usamos métodos variacionais para mostrar a existência de solução fraca para dois tipos de problema. O primeiro trata-se de uma Equação Diferencial Ordinária do tipo u t) + G ut))

Leia mais

Física Matemática II: Notas de aula

Física Matemática II: Notas de aula Física Matemática II: Notas de aula Rafael Sussumu Y. Miada Nessas notas, faremos uma introdução à teoria dos espaços métricos e normados, e aos operadores lineares em espaços normados. Os resultados obtidos

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência. V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia Mestrado em Matemática, UFBA, 2014 Modos de convergência

Leia mais

) a sucessão definida por y n

) a sucessão definida por y n aula 05 Sucessões 5.1 Sucessões Uma sucessão de números reais é simplesmente uma função x N R. É conveniente visualizar uma sucessão como uma sequência infinita: (x(), x(), x(), ). Neste contexto é usual

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA TARCIANA MARIA SANTOS DA SILVA Ondas estacionárias para algumas classes de equações de

Leia mais

Começamos relembrando o conceito de base de um espaço vetorial. x = λ 1 x λ r x r. (1.1)

Começamos relembrando o conceito de base de um espaço vetorial. x = λ 1 x λ r x r. (1.1) CAPÍTULO 1 Espaços Normados Em princípio, os espaços que consideraremos neste texto são espaços de funções. Isso significa que quase todos os nossos exemplos serão espaços vetoriais de dimensão infinita.

Leia mais

Gelson Conceição Gonçalves dos Santos

Gelson Conceição Gonçalves dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Gelson Conceição Gonçalves dos Santos Um estudo sobre uma classe de problemas

Leia mais

O Espaço dos Operadores Compactos

O Espaço dos Operadores Compactos O Espaço dos Operadores Compactos Willian Versolati França Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Matemática, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

Leia mais

Existência de solução não-negativa para equações indefinidas do tipo Kirchhoff em domínio exterior com crescimento subcrítico ou crítico.

Existência de solução não-negativa para equações indefinidas do tipo Kirchhoff em domínio exterior com crescimento subcrítico ou crítico. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Dissertação de Mestrado Existência de solução não-negativa para equações indefinidas

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA. Medida e Probabilidade

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA. Medida e Probabilidade UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA Medida e Probabilidade Aluno: Daniel Cassimiro Carneiro da Cunha Professor: Andre Toom 1 Resumo Este trabalho contem um resumo dos principais

Leia mais

Convergência em espaços normados

Convergência em espaços normados Chapter 1 Convergência em espaços normados Neste capítulo vamos abordar diferentes tipos de convergência em espaços normados. Já sabemos da análise matemática e não só, de diferentes tipos de convergência

Leia mais

A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário

A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário Renan de Oliveira Pereira, Ouro Preto, MG, Brasil Wenderson Marques Ferreira, Ouro Preto, MG, Brasil Eder Marinho

Leia mais

Existência e multiplicidade de soluções positivas para problemas elípticos envolvendo um operador do tipo p&q-laplaciano

Existência e multiplicidade de soluções positivas para problemas elípticos envolvendo um operador do tipo p&q-laplaciano Universidade Federal do Pará Universidade Federal do Amazonas Programa em Associação Ampla de Doutorado em Matemática UFPA-UFAM Existência e multiplicidade de soluções positivas para problemas elípticos

Leia mais

Equações Semilineares Elípticas com o Termo Não-Linear Relacionado ao Primeiro Autovalor

Equações Semilineares Elípticas com o Termo Não-Linear Relacionado ao Primeiro Autovalor Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Matemática Programa de Pós-Graduação em Matemática Equações Semilineares Elípticas com o Termo Não-Linear Relacionado ao Primeiro Autovalor Dissertação

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência V. Araújo Mestrado em Matemática, UFBA, 2014 1 Modos de convergência Modos de convergência Neste ponto já conhecemos quatro modos de convergência

Leia mais

A forma canônica de Jordan

A forma canônica de Jordan A forma canônica de Jordan 1 Matrizes e espaços vetoriais Definição: Sejam A e B matrizes quadradas de orden n sobre um corpo arbitrário X. Dizemos que A é semelhante a B em X (A B) se existe uma matriz

Leia mais

No que segue, X sempre denota um espaço topológico localmente compacto

No que segue, X sempre denota um espaço topológico localmente compacto O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ PARA MEDIDAS DANIEL V. TAUSK No que segue, sempre denota um espaço topológico localmente compacto Hausdorff. Se f : R é uma função, então supp f denota o{ suporte (relativamente

Leia mais

O Teorema de Radon-Nikodým

O Teorema de Radon-Nikodým Universidade stadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência c Publicação eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit O Teorema de Radon-Nikodým

Leia mais

Resumo. ü + G (u) = f(t).

Resumo. ü + G (u) = f(t). Resumo Neste trabalho usaremos métodos variacionais para mostrar a existência de solução fraca para dois tipos de problema. O primeiro consiste num problema não-linear da forma u + u = λ k hu + g(x, u),

Leia mais

Continuidade de processos gaussianos

Continuidade de processos gaussianos Continuidade de processos gaussianos Roberto Imbuzeiro Oliveira April, 008 Abstract 1 Intrudução Suponha que T é um certo conjunto de índices e c : T T R é uma função dada. Pergunta 1. Existe uma coleção

Leia mais

Parte II. Análise funcional II

Parte II. Análise funcional II Parte II Análise funcional II 12 Capítulo 5 Produto de Operadores. Operadores inversos Neste capítulo vamos introduzir a noção de produto de operadores assim como a de operador invertível. Para tal precisamos

Leia mais

1 Álgebra linear matricial

1 Álgebra linear matricial MTM510019 Métodos Computacionais de Otimização 2018.2 1 Álgebra linear matricial Revisão Um vetor x R n será representado por um vetor coluna x 1 x 2 x =., x n enquanto o transposto de x corresponde a

Leia mais

Multiplicidade de soluções para problemas elípticos singulares envolvendo crescimento crítico

Multiplicidade de soluções para problemas elípticos singulares envolvendo crescimento crítico Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Matemática Doutorado em Matemática Multiplicidade de soluções para problemas elípticos singulares envolvendo crescimento

Leia mais

d(t x, Ty) = d(x, y), x, y X.

d(t x, Ty) = d(x, y), x, y X. Capítulo 6 Espaços duais 6.1 Preliminares A análise funcional foi nos seus primórdios o estudo de funcionais. Assim, nos dias de hoje um princípio fundamental da análise funcional é a investigação de espaços

Leia mais

Métodos Topológicos e Variacionais para Problemas de Dirichlet com p Laplaciano

Métodos Topológicos e Variacionais para Problemas de Dirichlet com p Laplaciano UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMATICA Métodos Topológicos e Variacionais para Problemas de Dirichlet com p Laplaciano Segundo

Leia mais

MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos

MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos Prof. Edson de Faria 30 de Março de 2014 Observação: O objetivo desta lista é motivar uma revisão dos conceitos e fatos básicos sobre

Leia mais

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula bola fechada de centro a e raio r: B r [a] = {p X d(p, a) r} MAT5711 - Cálculo Avançado - Notas de Aula 2 de março de 2010 1 ESPAÇOS MÉTRICOS Definição 11 Um espaço métrico é um par (X, d), onde X é um

Leia mais

Polinômios de Legendre

Polinômios de Legendre Seção 5: continuação do método de resolução por séries de potências Na Seção foi exposto informalmente, através de exemplos, o método de resolução de equações diferenciais ordinárias por séries de potências.

Leia mais

Mateus Balbino Guimarães. Problemas elípticos não lineares envolvendo equações do tipo Kirchhoff

Mateus Balbino Guimarães. Problemas elípticos não lineares envolvendo equações do tipo Kirchhoff UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Mateus Balbino Guimarães Problemas elípticos não lineares envolvendo equações do tipo

Leia mais

Neste trabalho, mostramos a existência de soluções para a seguinte classe de problemas elípticos. u = λu + p(x, u), x Ω

Neste trabalho, mostramos a existência de soluções para a seguinte classe de problemas elípticos. u = λu + p(x, u), x Ω Resumo Neste trabalho, mostramos a existência de soluções para a seguinte classe de problemas elípticos u = λu + p(x, u), x u = 0, x. As principais ferramentas utilizadas são os Teoremas de Deformação,

Leia mais

Teorema Do Ponto Fixo Para Contrações 1

Teorema Do Ponto Fixo Para Contrações 1 Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 20 anos c Publicação Eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit Teorema Do Ponto Fixo

Leia mais

Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento

Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA APLICADA Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento Cleber de Medeira CURITIBA-PR

Leia mais

Leandro F. Aurichi de novembro de Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - Universidade de São Paulo, São Carlos, SP

Leandro F. Aurichi de novembro de Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - Universidade de São Paulo, São Carlos, SP Espaços Métricos Leandro F. Aurichi 1 30 de novembro de 2010 1 Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação - Universidade de São Paulo, São Carlos, SP 2 Sumário 1 Conceitos básicos 5 1.1 Métricas...........................................

Leia mais

O Teorema de Lax-Milgram e Algumas Aplicações

O Teorema de Lax-Milgram e Algumas Aplicações O Teorema de Lax-Milgram e Algumas Aplicações Aluno:David Stolnicki Orientador:Ricardo Alonso Resumo Este artigo tem como objetivo apresentar alguns resultados clássicos de análise funcional, culminando

Leia mais

Notas de Aula: Análise no R n

Notas de Aula: Análise no R n Universidade Federal da Bahia Instituto de Matemática e Estatística Programa de Pós-Graduação em Matemática Análise no R n Professor Dr. Jérôme François Alain Jean Rousseau Notas de Aula: Análise no R

Leia mais

Espaços de Orlicz e uma aplicação a sistemas hamiltonianos

Espaços de Orlicz e uma aplicação a sistemas hamiltonianos Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Espaços de Orlicz e uma aplicação a sistemas hamiltonianos

Leia mais

CDI-II. Resumo das Aulas Teóricas (Semana 1) 2 Norma. Distância. Bola. R n = R R R

CDI-II. Resumo das Aulas Teóricas (Semana 1) 2 Norma. Distância. Bola. R n = R R R Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Prof. Gabriel Pires CDI-II Resumo das Aulas Teóricas (Semana 1) 1 Notação R n = R R R x R n : x = (x 1, x 2,, x n ) ; x

Leia mais

7.3 Diferenciabilidade

7.3 Diferenciabilidade CAPÍTULO 7. INTRODUÇÃO À ANÁLISE EM RN 7.18 Estude quanto a continuidade a função f de R 2 com valores em R definida por: x 2, se x 2 + y 2 < 2y, f(x, y) = x, se x 2 + y 2 = 2y, y 2, se x 2 + y 2 > 2y.

Leia mais

O Método de Sub e Supersolução e Aplicações a Problemas Elípticos

O Método de Sub e Supersolução e Aplicações a Problemas Elípticos Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática O Método de Sub e Supersolução e Aplicações a Problemas Elípticos

Leia mais

[À funç~ao d chama-se métrica e aos elementos de X pontos do espaço métrico; a condiç~ao (3) designa-se por desigualdade triangular.

[À funç~ao d chama-se métrica e aos elementos de X pontos do espaço métrico; a condiç~ao (3) designa-se por desigualdade triangular. Aula I - Topologia e Análise Linear 1 Espaços Métricos ESPAÇO MÉTRICO Um par (X, d) diz-se um espaço métrico se X for um conjunto e d : X X R + for uma aplicação que verifica as seguintes condições, quaisquer

Leia mais

LISTA 3 DE INTRODUÇÃO À TOPOLOGIA 2011

LISTA 3 DE INTRODUÇÃO À TOPOLOGIA 2011 LISTA 3 DE INTRODUÇÃO À TOPOLOGIA 2011 RICARDO SA EARP Limites e continuidade em espaços topológicos (1) (a) Assuma que Y = A B, onde A e B são subconjuntos abertos disjuntos não vazios. Deduza que A B

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Riemann Derivadas Variação Limitada Cont. Abs. Teoria da Medida e Integração (MAT505) Teoria de Derivação de Lebesgue. Teorema Fundamental do Cálculo. V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal

Leia mais

Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais

Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais 9 de Dezembro de 2009 Resumo O material nestas notas serve como revisão e treino para o curso. Estudantes que nunca tenham estudado estes

Leia mais

Monalisa Reis da Silva. Autovalor de Steklov-Neumann e Aplicações

Monalisa Reis da Silva. Autovalor de Steklov-Neumann e Aplicações Monalisa Reis da Silva Autovalor de Steklov-Neumann e Aplicações Brasil Abril de 2013 Monalisa Reis da Silva Autovalor de Steklov-Neumann e Aplicações Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em

Leia mais

Fabio Augusto Camargo

Fabio Augusto Camargo Universidade Federal de São Carlos Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia Departamento de Matemática Introdução à Topologia Autor: Fabio Augusto Camargo Orientador: Prof. Dr. Márcio de Jesus Soares

Leia mais

Existência de múltiplas soluções positivas para uma classe de problemas elípticos quaselineares

Existência de múltiplas soluções positivas para uma classe de problemas elípticos quaselineares Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Existência de múltiplas soluções positivas para uma classe

Leia mais

Existência de Soluções não-negativas para uma classe de problemas semilineares elípticos indefinidos

Existência de Soluções não-negativas para uma classe de problemas semilineares elípticos indefinidos Universidade Federal de Goiás Instituto de Matemática e Estatística Gustavo Silvestre do Amaral Costa Existência de Soluções não-negativas para uma classe de problemas semilineares elípticos indefinidos

Leia mais

O Teorema de Ramsey e o Último Teorema de Fermat em Corpos Finitos.

O Teorema de Ramsey e o Último Teorema de Fermat em Corpos Finitos. O Teorema de Ramsey e o Último Teorema de Fermat em Corpos Finitos. Leandro Cioletti Eduardo A. Silva 12 de setembro de 2011 Resumo O objetivo deste texto é apresentar a prova do Último Teorema de Fermat

Leia mais

Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia

Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia Giselle Moraes Resende Pereira Universidade Federal de Uberlândia - Faculdade de Matemática Graduanda em Matemática - Programa de Educação Tutorial

Leia mais

Lema. G(K/F ) [K : F ]. Vamos demonstrar usando o Teorema do Elemento Primitivo, a ser provado mais adiante. Assim, K = F (α).

Lema. G(K/F ) [K : F ]. Vamos demonstrar usando o Teorema do Elemento Primitivo, a ser provado mais adiante. Assim, K = F (α). Teoria de Galois Vamos nos restringir a car. zero. Seja K/F uma extensão finita de corpos. O grupo de Galois G(K/F ) é formado pelos isomorfismos ϕ : K K tais que x F, ϕ(x) = x. Lema. G(K/F ) [K : F ].

Leia mais

x B A x X B B A τ x B 3 B 1 B 2

x B A x X B B A τ x B 3 B 1 B 2 1. Definição e exemplos. Bases. Dar uma topologia num conjunto X é especificar quais dos subconjuntos de X são abertos: Definição 1.1. Um espaço topológico é um par (X, τ) em que τ é uma colecção de subconjuntos

Leia mais

A Solução de Douglas-Radó do Problema de Plateau Trabalho de Conclusão de Curso

A Solução de Douglas-Radó do Problema de Plateau Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Federal de Santa Catarina A Solução de Douglas-Radó do Problema de Plateau Trabalho de Conclusão de Curso Luiz Gustavo Cordeiro Orientador: Ivan Pontual Costa e Silva Florianópolis 2013 Luiz

Leia mais

PLANO DE TRABALHO PARA O BOLSISTA PROJETO DE PESQUISA ANÁLISE FUNCIONAL

PLANO DE TRABALHO PARA O BOLSISTA PROJETO DE PESQUISA ANÁLISE FUNCIONAL PLANO DE TRABALHO PARA O BOLSISTA E PROJETO DE PESQUISA INICIAÇÃO AO ESTUDO DA ANÁLISE FUNCIONAL 1 1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO 1. TÍTULO DO PROJETO: Iniciação ao Estudo da Análise Funcional 2. LOCAL DE

Leia mais

Heraclio Ledgar López Lázaro. Atratores pullback para equações parabólicas semilineares em domínios não cilíndricos

Heraclio Ledgar López Lázaro. Atratores pullback para equações parabólicas semilineares em domínios não cilíndricos Heraclio Ledgar López Lázaro Atratores pullback para equações parabólicas semilineares em domínios não cilíndricos São José do Rio Preto 2016 Heraclio Ledgar López Lázaro Atratores pullback para equações

Leia mais

Uma demonstração elementar de um resultado sobre a noção de diferencial em espaços normados

Uma demonstração elementar de um resultado sobre a noção de diferencial em espaços normados Uma demonstração elementar de um resultado sobre a noção de diferencial em espaços normados Cecília S. Fernandez UFF Neste trabalho vamos apresentar uma demonstração elementar de um resultado envolvendo

Leia mais

DERIVADAS PARCIAIS. y = lim

DERIVADAS PARCIAIS. y = lim DERIVADAS PARCIAIS Definição: Seja f uma função de duas variáveis, x e y (f: D R onde D R 2 ) e (x 0, y 0 ) é um ponto no domínio de f ((x 0, y 0 ) D). A derivada parcial de f em relação a x no ponto (x

Leia mais

INTRODUÇÃO À ANÁLISE CONVEXA E APLICAÇÕES INTRODUCTION TO CONVEX ANALYSIS AND APLICATIONS

INTRODUÇÃO À ANÁLISE CONVEXA E APLICAÇÕES INTRODUCTION TO CONVEX ANALYSIS AND APLICATIONS X CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PIBIC/CNPq/UFCG-2013 INTRODUÇÃO À ANÁLISE CONVEXA E APLICAÇÕES João Paulo Formiga de Meneses 1, Jefferson Abrantes dos Santos

Leia mais

Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov

Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov 1 Motivação Considere as equações diferenciais que modelam o oscilador harmônico sem amortecimento e sem força aplicada, dada por: M z + Kz = 0 Escolhendo-se x 1 = z e x

Leia mais

Um estudo sobre problemas elípticos singulares perturbados por termos sublineares

Um estudo sobre problemas elípticos singulares perturbados por termos sublineares Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Um estudo sobre problemas elípticos singulares perturbados por termos sublineares por Laura Cristina Lobato de Olivindo

Leia mais

Problemas de Kirchhoff com crescimento

Problemas de Kirchhoff com crescimento Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Problemas de Kirchhoff com crescimento crítico por Luan Diego de Oliveira Orientador: Marcelo Fernandes Furtado Brasília

Leia mais

Existência de soluções para duas classes de problemas elípticos usando a aplicação bração relacionada à Variedade de Nehari

Existência de soluções para duas classes de problemas elípticos usando a aplicação bração relacionada à Variedade de Nehari UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA MESTRADO ACADÊMICO EM MATEMÁTICA Sandra Machado de Souza Lima Existência de soluções para duas classes de problemas elípticos

Leia mais

1 Diferenciabilidade e derivadas direcionais

1 Diferenciabilidade e derivadas direcionais UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM048 - Cálculo II - Matemática Diurno Prof. Zeca Eidam Nosso objetivo nestas notas é provar alguns resultados

Leia mais

Espaços de Orlicz e uma aplicação a sistemas hamiltonianos

Espaços de Orlicz e uma aplicação a sistemas hamiltonianos Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Espaços de Orlicz e uma aplicação a sistemas hamiltonianos

Leia mais

PROBLEMAS ELÍPTICOS SEMILINEARES COM NÃO LINEARIDADES DO TIPO CÔNCAVO-CONVEXO

PROBLEMAS ELÍPTICOS SEMILINEARES COM NÃO LINEARIDADES DO TIPO CÔNCAVO-CONVEXO Universidade Federal de Goiás Instituto de Matemática e Estatística Karla Carolina Vicente de Sousa PROBLEMAS ELÍPTICOS SEMILINEARES COM NÃO LINEARIDADES DO TIPO CÔNCAVO-CONVEXO Goiânia 2017 Karla Carolina

Leia mais

MULTIPLICIDADE DE SOLUÇÕES PARA UM PROBLEMA DO TIPO AMBROSETTI-PRODI

MULTIPLICIDADE DE SOLUÇÕES PARA UM PROBLEMA DO TIPO AMBROSETTI-PRODI Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Exatas Mestrado Acadêmico em Matemática BRUNO MENDES RODRIGUES MULTIPLICIDADE DE SOLUÇÕES PARA UM PROBLEMA DO TIPO AMBROSETTI-PRODI Juiz de Fora

Leia mais