Desigualdade de Carleman e Controlabilidade Nula para uma EDP com Coeficientes Complexos

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Desigualdade de Carleman e Controlabilidade Nula para uma EDP com Coeficientes Complexos"

Transcrição

1 Desigualdade de Carleman e Controlabilidade Nula para uma EDP com Coeficientes Complexos por Maurício Cardoso Santos sob orientação de Prof. Dr. Fágner Dias Araruna (UFPB) Dissertação apresentada ao Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em Matemática- CCEN-UFPB, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Matemática. Agosto/21 João Pessoa - PB

2 Desigualdade de Carleman e Controlabilidade Nula para uma EDP com Coeficientes complexos por Maurício Cardoso Santos Dissertação apresentada ao Departamento de Matemática da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Matemática. Área de Concentração: Matemática Aprovada por: Prof. Dr. Fágner Dias Araruna (Presidente) (Universidade Federal da Paraíba - UFPB) Prof. Dr. Manuel Antolino Milla Miranda (Universidade Estadual da Paraíba - UEPB) Prof. Dr. Silvano Dias Bezerra de Menezes (Universidade Federal do Ceará - UFC) Prof. Dr. Milton de Lacerda Oliveira (Suplente) (Universidade Federal da Paraíba - UFPB) Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática ii

3 Sumário Introdução iv 1 Alguns resultados de análise funcional Espaços funcionais Distribuições e derivada fraca Espaços de Sobolev Os espaços C([, T ]; X) e L p (, T ; X) Principais resultados utilizados Existência e unicidade de solução Teoria de semigrupos Operadores não limitados em espaços de Hilbert Espaços de Hilbert complexos O semigrupo gerado por um operador m-dissipativo O problema não homogêneo Existência e unicidade de solução fraca Controlabilidade nula Controlabilidade nula no caso real Observabilidade Estimativa de Carleman Controlabilidade nula no caso complexo Considerações finais e problemas em aberto Referências Bibliográficas 54 iii

4 . Resumo Neste trabalho de dissertação, estudaremos a controlabilidade para alguns problemas de evolução que surgem em problemas da física matemática. Por meio do método HUM, veremos que para termos um resultado de controle é suficiente que tenhamos uma desigualdade de observabilidade para o problema adjunto associado. Para chegarmos no resultado desejado estudamos uma desigualdade do tipo Carleman. Precisamente estudaremos resultados de controle para a equação do calor e um problema complexo misto, em outras palavras, uma equação do calor com parte principal complexa. Palavras-Chave: Equação do Calor, Método HUM, Desigualdade de Carleman iv

5 Abstract In this work, we study controllability properties for some physical-mathematical evolution problems. By means of the HUM (Hilbet uniqueness Method), we see that an observability inequality to the adjoint equation is a sufficient condition to controllability. To reach the desired result we study a Carleman type inequality. Precisely we study controllability results to the heat equation and a complex mixed problem, in other words, an complex heat type equation. Key Words: Heat equation, HUM, Carleman Inequality v

6 Introdução A palavra controle tem um significado duplo. Primeiramente, controlar um sistema pode ser simplesmente entendido como testar ou checar se um determinado comportamento é satisfatório. Em um sentido mais profundo, o ato de controlar é agir de modo a garatir que um sistema se comporte da forma desejada. Relembrando um pouco a história, encontramos que os Romanos utilizaram alguns elementos de controle para a construção de seus arquedutos. Mais precisamente, sistemas engenhosos regulavam válvulas de modo a manter um nível de água constante. Algumas pessoas afirmam que na antiga mesopotâmia, mais de 2 anos antes de cristo o sistema de controle de irrigação também era uma arte conhecida. O trabalho de Ch. Huygens e R. Hooke ao final do século XVII sobre oscilação do pêndulo é um dos modelos mais modernos do desenvolvimento da teoria do controle. O objetivo deles era alcançar uma medida precisa de tempo e localização, tão preciosos na navegação. Estes trabalhos futuramente foram adaptados para regular a velocidade de moinhos de vento. O principal mecanismo era baseado em sistemas de esferas girando em torno de um eixo com velocidade proporcional a velocidade do moinho de vento. uando a velocidade rotacional aumentava, as esferas se afastavem do eixo, agindo nas asas do moinho por meio de um mecanismo apropriado. J.Watt adaptou este modelo em seu motor a vapor que constituiu um mecanismo importantíssimo na revolução industrial. Neste mecanismo, quando a velocidade das esferas aumentava, uma ou várias esferas destampavam algumas válvulas diminuindo a pressão e reduzindo a velocidade, consequentemente as esferas voltavam a tampar as válvulas novamente de modo a velocidade aumentar. Este mecanismo tinha o objetivo de controlar a velocidade de forma a ficar aproximadamente constante. O astrônomo britânico G. Airy foi o primeiro a analizar matematicamente o sistema regulador apresentado por Watt. Porém a primeira descrição matemática definitiva foi dada apenas no trabalho de J. C. Maxwell, em 1868, em que alguns comportamentos indesejados encontrados no motor a vapor foram descritos e alguns 1

7 mecanismos de controle foram propostos. Com o passar dos anos, as ideias centrais da teoria de controle sofreram um impacto notável. Em meados de 192, os engenheiros já estavam preferindo usar processamento contínuo usando técnicas de controle automático ou semi automático. E assim, a engenharia de controle germinou e ganhou o reconhecimento de uma área independente. Durante a segunda guerra mundial e os anos seguintes, engenheiros e cientistas melhoraram suas experiências com mecanismos de controle de rastreamento, mísseis balísticos e modelagem de esquadrões aéreos. Depois dos anos 6, os métodos e teorias mencionados acima passaram a ser considerados como parte da teoria clássica do controle. A segunda guerra mundial serviu para perceber que os modelos considerados até o momento não eram suficientes para descrever a complexidade do mundo real. Na verdade, já se sabia que os verdadeiros sistemas eram não lineares ou indetermináveis, desde que estes são afetados por alguma pertubação. As contribuções de R. Bellman no contexto de programação dinâmica, R. Kalman nas técnicas de filtragem e aproximações algébricas a sistemas lineares e Russian L. Pontryagin com o princípio do máximo para problemas de controle óptimo não linear estabeleceram a base para a teoria do controle moderna. Tal teoria ganhou um formalismo ou uma representação matemática de modo a conseguirmos usar as ferramentas matemáticas que temos para solucionarmos tais problemas de controle. Para compreendermos um problema de controle, iremos supor que queremos um bom comportamento para o sitema físico governado pela equação estado A(y) = f(v). Neste caso, y denota o estado, a variável do sistema que planejamos controlar e que pertence a um espaço vetorial Y e v é o controle. Tal controle pertencerá ao conjunto U ad que chamaremos de conjunto dos estados admissíveis. Vamos assumir que A : D(A) Y Y e f : U ad Y são aplicações lineares, ou não lineares, arbitrárias. O operador A determina a equação que deve ser satisfeita pelo estado de acordo com as leis da física. A função f indica a forma que o controle v age no sistema governado pelo estado. Dessa forma, um problema de controle, é encotrar um elemente em U ad, de modo que o seu estado atinja, em algum sentido, 2

8 o resultado desejado. No caso de dimensão finita, ou seja, sistemas modelados por EDO s, existem resultados devidos a R. E. Kalman que nos fornece uma resposta completa a problemas de controlabilidade exata. Kalman mostrou, neste caso, que a dependência do controle da variável tempo é irrelevante. Para sistemas modelados por EDP s, muitos trabalhos que tratam vários tipos de controlabilidade para diversos sistemas que modelam fenômenos que aparecem na natureza. Podemos citar aqui o clássico trabalho de Russel 12 [21] em que foi relatado os progressos e os resultados mais relevantes obtidos neste campo até o momento. Posteriormente J.-L. Lions (ver [18] 14 e [19]) 15 introduziu um método sistemático e construtivo conhecido como HUM (Hilbert Uniqueness Method). O HUM constitui em reduzir a controlabilidade exata de sistemas lineares em um resultado de continução única, que é equivalente à obtenção de uma desigualdade inversa, também denominada por Ho (ver 16 [13]), desigualdade de observabilidade. A partir do HUM muitas descobertas importantes foram feitas neste campo. Para leitores mais interessados em aspectos históricos e resultados recentes sobre a controlabilidade de sistemas governados por equações diferenciais, indicamos os trabalhos [8], 21 [1], 22 [17] 23 e [25]. 24 Nesta dissertação, analizaremos resultados de controlabilidade para dois sistemas governados por equações diferenciais parciais. O primeiro problema está associado à conhecida equação do calor: y t y = v1 ω em = (.T ) Ω, y = em Σ = (, T ) Ω, y() = y em Ω, em que Ω R N é um domínio limitado de classe C 2 e ω é um subconjunto aberto e não vazio de Ω. Temos também que T > é um tempo dado, e 1 ω é a função característica de ω. Os primeiros resultados sobre controlabilidade nula para ( calor 1) aparecem em 12 [21]. Posteriormente, Lebeau e Robbiano 13 [15] provaram, via estimativa de Carleman, a controlabilidade nula sem nenhuma restrição ao aberto ω em que o controle atua e com coeficientes dependendo apenas da variável espacial. Resultados similares, mas num contexto bem mais geral, incluindo a dependência do tempo para os coeficientes, foram provados por Fursikov e Imanuvilov 2 [11] utilizando estimativa de Carleman 3 (1) calor

9 global para a equação do calor. Neste trabalho, estudaremos a controlabilidade nula para ( calor 1) tomando como base o artigo de Fernández-Cara e Guerrero 1 [12], onde além de ter sido feito um estudo da estimativa de Carleman para o problema acima, aplica-se tal estimativas para problemas envolvendo termos de primeira ordem, problemas semilineares, entre outros. No segundo problema, generalizaremos o resultado obtido para o problema ( calor 1), considerando a seguinte EDP linear de segunda ordem com parte principal complexa: (a + ib)y t y = v1 ω em, y = em Σ, (2) 1 y() = y em Ω. Neste caso tomamos como base o trabalho de X. FU 2 [11], em que se encontra a estimativa de Carleman para um problema de segunda ordem com parte principal complexa em que o operador é fortemente elíptico. Se a = 1 e b =, o problema acima é um sistema desacoplado formado por duas equações do calor, e assim, poderemos utilizar os resultado obtidos no caso real. Se a = e b = 1, obtemos uma identidade descrita em 18 [14] para resultados de observabilidade para as equações do tipo Schrödinger não conservativa. Obtemos também resultados de [24] 19 para as equações de placas e problemas inversos para equação de Schrödinger em [2]. 2 O trabalho está dividido em 2 capítulos. No Capítulo 1, iremos expor alguns resultados de análise funcional, apresentando alguns resultados que necessitaremos durante o trabalho, e ainda, garantiremos a existência e unicidade da solução fraca para os problemas considerados acima. No Capítulo 2, veremos o conceito de controlabilidade nula para a equação do calor. Apresentaremos a desigualdade de observabilidade e a desigualdade de Carleman. Mostraremos que por meio da desigualdade de Carleman, podemos obter a desigualdade de observavilidade, que implicará na controlabilidade nula pra a equação do calor. Posteriormente, buscaremos controlabilidade nula para o sistema ( 1 2), com argumentos similares aos do caso real. 4

10 Capítulo 1 Alguns resultados de análise funcional No intuito de deixar o texto mais autosuficiente, vamos definir alguns conceitos básicos e apresentar alguns resultados que serão necessários posteriormente. 1.1 Espaços funcionais Distribuições e derivada fraca Dados Ω R n um aberto e uma função contínua f : Ω K, em que K denota R ou C, define-se o suporte de f e denota-se por supp(f), o fecho em Ω do conjunto {x Ω; f(x) }. Pela continuidade de f, supp(f) é um subconjunto fechado de Ω. Uma n-upla de inteiros não negativos α = (α 1,..., α n ) é denominada multi-índice e sua ordem é definida por α = α α n. Representa-se por D α o operador de derivação de ordem α, isto é, D α = α 1 α αn n Para α = (,,..., ), define-se D u = u, para toda função u. Por C (Ω) denota-se o espaço vetorial, com as operações usuais, das funções infinitamente diferenciáveis e com suporte compacto em Ω. Um exemplo de uma função de C (Ω) é dado por 5

11 Exemplo 1.1. Seja Ω R n um aberto tal que B 1 () Ω em que B 1 () = {x R n ; x R n 1}, e o símbolo denota que B 1 () Ω. Consideremos f : Ω R, tal que em que x = (x 1,..., x n ) e x R n 1 x e 2 R f(x) = n 1, se x R n < 1, se x R n 1 = ( n i=1 x2 i ) 12 é a norma euclidiana de x. Temos que f C (Ω) e supp(f) = B 1 () é compacto, isto é, f C (Ω). Seja Ω um subconjunto aberto de R N., Uma sequência {φ n } de funções pertencendo a C (Ω) é dita convergente no sentido do espaço D(Ω) a uma função φ C (Ω) se as seguintes condições são satisfeitas: i. Existe K Ω tal que Supp(φ n φ) K para todo n, e ii. lim n D α φ n (x) = D α φ(x) O espaço C (Ω), munido com a convergência acima definida, será denotado por D(Ω) e denominado o espaço das funções teste sobre Ω. Observação 1.1. É possível definir em D(Ω) uma topologia de forma que a noção de convergência nessa topologia coincida com a dada acima (veja 7 [22]). Uma distribuição escalar sobre Ω é todo funcional linear contínuo sobre D(Ω). Mais precisamente, uma distribuição sobre Ω é um funcional T : D(Ω) K satisfazendo as seguintes condições: i. T (αϕ + βψ) = αt (ϕ) + βt (ψ) α, β K e ϕ, ψ D(Ω), ii. T é contínua, isto é, se (ϕ n ) n N converge para ϕ, em D(Ω), então (T (ϕ n )) n N converge para T (ϕ) em R. Denotaremos o espaço das distribuições por D (Ω) a qual é espaço vetorial munido das operações: (S + T )(φ) = S(φ) + T (φ), φ D(Ω), (ct )(φ) = ct (φ), c K, ϕ D(Ω). Uma função u definida quase sempre em Ω é dita localmente integrável em Ω se u L 1 (A) para todo A Ω (A Ω), neste caso dizemos que u L 1 Loc (Ω). Para 6

12 cada u L 1 Loc (Ω) definindo T u (φ) = u(x)φ(x)dx, φ D(Ω), podemos mostrar que T u é linear e contínuo(ver 5 [1] p.2), ou seja, T u D (Ω). Isto nos permite identificar L 1 Loc (Ω) com um subconjunto (próprio) de D (Ω). Exemplo 1.2. Consideremos Ω e o funcional δ : D(Ω) R, definido por δ (ϕ) = ϕ(). Em 5 [1] p.2-21, vê-se que δ é uma distribuição sobre Ω. Além disso, mostra-se que δ não pode ser definido por uma função de L 1 Loc (Ω). Seja u C 1 (Ω) e φ D(Ω). Como φ se anula fora de um compacto de Ω, obtemos por integração por partes na variável x j ( u(x))φ(x)dx = u(x)( φ(x))dx. x j x j Ω Similarmente, itegrando por parte α vezes teremos (D α u(x))φ(x)dx = ( 1) α u(x)d α φ(x)dx, Ω se u C α (Ω). Isto motiva a seguinte definição da derivada D α T de uma distribuição T D (Ω) Ω Ω (D α T )(φ) = ( 1) α T (D α (φ)). (1.1) df Observação 1.2. Por ( df 1.1), notamos que T possui derivada de todas as ordem. Observação 1.3. Pode-se mostrar que D α é uma aplicação linear e contínua definida em D(Ω) e, portanto, D α D (Ω)(ver 5 [1] p.21) Espaços de Sobolev Definiremos os espaços de Sobolev e vamos expor algumas propriedades básicas. Tais espaços são definidos sobre um domínio Ω R N e são subespaços vetoriais de vários espaços L p (Ω). No que segue, e (; ) representarão, respectivamente, a norma e o produto interno em L 2 (Ω). Todas as derivadas utilizadas nesta seção, são derivadas fracas ou derivadas no sentido das distribuições definida em ( df 1.1). 7

13 Dado um número inteiro m >, por W m,p (Ω) representa-se o espaço de Sobolev de ordem m, as (classes de) funções u L p (Ω) tais que D α u L p (Ω), para todo multi-índice α com α < m. W m,p (Ω) é um espaço vetorial qualquer que seja 1 p. Munindo das normas { } 1 u m,p = 1 α m Dα u p p p u m, = max 1 α m D α u, se 1 p <, (1.2) 3 os espaços de Sobolev W m,p são espaços de Banach (veja 5 [1] p.6). Pode-se mostrar W m,p (Ω) é um espaço de Banach reflexivo, para 1 p <, e uniformemente convexo, para 1 < p <. Particularmente temos que W m,2 (Ω) é um espaço de Hilbert separável com o produto interno (u, v) m = α m (D α u, D α v). Denotaremos o espaço dual de W m,p (Ω) por W m,p (Ω). Em particular, quando p = 2 denotaremos W m,2 (Ω) = H m (Ω) e seu dual W m,2 (Ω) = H m (Ω). Definiremos agora o espaço W m,p (Ω), 1 p como sendo o fecho de C (Ω) em W m,p (Ω). imersões contínuas: W m,p (Ω) é, também, um espaço de sobolev e valem as seguintes W m,p (Ω) W m,p (Ω) L p (Ω). Seja Ω um domínio limitado, e seja Ω a fronteira de Ω. Temos a seguinte caracterização do espaço H 1 (Ω) onde a prova pode ser encontrada em 5 [1] p.165. zf Teorema 1.1. Seja ϕ H 1 (Ω), então ϕ H 1 (Ω) se, e somente se, u = sobre Ω Os espaços C([, T ]; X) e L p (, T ; X) Dado um espaço de Banach X, denotaremos por C([, T ]; X), o espaço de Banach das funções u, definidas em [, T ], com valores em X que são contínuas em [, T ]. Definimos em tal espaço a norma u = sup u(t) X. t [,T ] De forma análoga, dado um espaço de Banach X, denotaremos por L p (, T ; X), 1 p <, o espaço de Banach das (classes de) funções u, definidas em (, T ) com 8

14 valores em X, que são fortemente mensuráveis e u (t) p X é integrável a Lebesgue em ], T [, com a norma u (t) L p (,T ;X) = ( T u (t) p X dt ) 1 p. Por L (, T ; X) representa-se o espaço de Banach das (classes de) funções u, definidas em ], T [ com valores em X, que são fortemente mensuráveis e u (t) X possui supremo essencial finito em ], T [, com a norma u (t) L (,T ;X) = sup ess u (t) X. t ],T [ Observação 1.4. uando p = 2 e X é um espaço de Hilbert, o espaço L 2 (, T ; X) é um espaço de Hilbert, cujo produto interno é dado por T (u, v) L 2 (,T ;X) = (u (t), v (t)) X dt. 1.2 Principais resultados utilizados min Teorema 1.2. Seja E um espaço de Banach reflexivo, A E um convexo fechado, não vazio e J : A (, + ] uma função convexa, semi contínua inferiormente,ϕ tal que lim x A x E J(x) = +. Então J possui um mínimo sobre A, isto é, existe x tal que ϕ(x ) = min A ϕ. Prova: Veja [3, p.46]. Observação 1.5. Caso J seja estritamente convexa, o mínimo x obtido no Teorema min 1.2 é único. De fato, seja ψ outro mínimo para o funcional ϕ. Dessa forma, J(λψ + (1 λ)x ) < λj(ψ ) + (1 λ)j(x ) = J(x ) t (, 1), o que contradiz o fato de x ser mínimo do funcional J. bab Teorema 1.3. (Banach-Alaoglu-Bourbaki) O conjunto B E = {f E ; f E 1} é compacto pela topologia fraca * σ(e, E), em que E é um espaço de Banach. Prova: veja [3,p.42-43]. 9

15 poincare Teorema 1.4. (Desigualdade de Poincaré) Seja Ω R n limitado em alguma direção x i. Então existe uma constante K > tal que 2 ϕ 2 K ϕ x i para todo ϕ H 1 (Ω). Prova: Veja [19, p.36]. Observação 1.6. Se Ω é um domínio limitado, então ϕ 2 K ϕ 2 para todo ϕ H 1 (Ω). A aplicação H 1 (Ω) = define um norma em H 1 (Ω) a qual, pela desigualdade acima, é equivalente a norma de H 1 (Ω). Assim, podemos definir em H 1 (Ω) a norma H 1 (Ω) que denotaremos simplesmente por. laxmilgram Teorema 1.5. (Lax-Milgram) Seja H um espaço de Hilbert e B(u, v) uma forma bilinear, contínua e conerciva. Então para todo ϕ H existe um único u H tal que B(u, v) = (ϕ, v) v H, em que (, ) denota o produto interno em H. Prova: Veja [3, p.84]. gg Teorema 1.6. (Gauss-Green) Se u C 1 (Ω), então u xi dx = uν i dγ Ω Γ em que ν i é a i-ésima componente do vetor normal a fronteira, para i = 1,..., n. Prova: Ver 11 [6]. 1

16 Capítulo 2 Existência e unicidade de solução 2.1 Teoria de semigrupos A teoria de semigrupos constitui uma ferramenta bastante poderosa para garantir existência e unicidade de soluções para diversos problemas lineares e não lineares. Para isso, precisamos fazer um estudo do operador que constitui a equação de modo a estabelecer condições para que o problema em questão tenha solução. Em outras palavras, a teoria de semigrupos nos fornece condições para que o problema problema u t Au = f(t, u(t)), (2.1) EUACAO1 tenha solução. A teoria aqui apresentada será direcionada a garantir existência e unicidade de solução para o problema ( 1 2). Para um estudo mais detalhado de tal teoria, veja 4 [4]. Observando a seguinte equação diferencial ordinária dx dt temos que sua solução é dada por ax =, em que a é uma constante, x(t) = e at = (at) n. n! n= Desta forma, definindo de forma natural o operador e At = (At) n, n! n= 11

17 vemos que e, portanto, d dt eta = e ta A = Ae ta, de At dt = Ae At. Neste caso, sempre consideraremos um espaço de Banach X, e o operador A : D(A) X X não necessariamente limitado, D(A) representando o domínio do operador A. Para iniciar a teoria necessitaremos das seguintes definições. Definição 2.1. Um operador A em X é dissipativo se u λau X u X para todo u D(A) e λ >. Definição 2.2. Um operador A é m-dissipativo se i. A é dissipativo ii. Para todo λ > e f X, existe u D(A) tal que u λau = f. Observemos que se um operador A é m-dissipativo, então o operador I λa é bijetor e, portanto, existe sua inversa J λ = (I λ) 1, que para cada f X, J λ f = u em que u é a solução do problema u λau = f. Na realidade, veremos que não é necessário verificar a condição (ii.) para todo λ, como vemos na seguinte Proposição 2.1. Seja A um operador dissipativo em X. As seguintes propriedades são equivalentes i. A é m-dissipativo em X; ii. Existe λ > tal que para todo f X, existe uma solução u D(A) de u λ Au = f. Prova: Veja [4, p.19]. 12

18 2.1.1 Operadores não limitados em espaços de Hilbert Definimos o gráfico do operador A por G(A) = {(u, f) X X; u D(A) e f = Au}. Suponhamos que X seja um espaço de Hilbert e denotemos por (, ) X seu produto interno. Se A é um operador linear em X com domínio denso, então G(A ) = {(v, ϕ) X X; (ϕ, u) X = (v, f) X para todo (u, f) G(A)}, define o operador linear A. O domínio de A é dado por D(A ) = {v X, C <, (Au, v) X C u X, u D(A)}, e A satisfaz (A v, u) X = (v, Au) X, u D(A). Com base nisto, podemos deduzir o seguinte resultado Proposição 2.2. A é dissipativo em X se, e somente se, (Au, u) X, para todo u D(A). Prova: veja [4, p.22]. Definição 2.3. Dizemos que um operador A é auto-adjunto se A = A. As propriedades dos operadores auto-adjuntos nos permitem verificar de uma maneira bem mais eficiente se um dado operador A é m-dissipativo, como vemos por meio do Teorema 2.1. Se A é um operador auto-adjunto em X, e se (Au, u) X então A é m-dissipativo. Prova: veja [4, p.24]. 4 Teorema 2.2. Seja A um operador linear em X com dominio denso, tal que G(A) G(A ) e (Au, u). Então A é m-dissipativo se, e somente se, A é auto-adjunto. Prova: Veja [4, p.24]. Observação 2.1. Há outra classe de operadores das quais podemos extrair diversas propriedades interessantes, são os chamados operadores skew adjuntos. Tais Operadores tem a propriedade que A = A. Observemos que se A é auto adjunto, então (ia) = ia, ou seja, ia é um operador skew adjunto. Para mais detalhes, veja 4 [4]. 13

19 2.1.2 Espaços de Hilbert complexos Nesta seção teremos X sendo um espaço de Hilbert complexo. Lembremos que se X é um espaço de Hilbert complexo, então exite um forma R-bilinear b : X X C satisfazendo as seguintes propriedades b(iu, v) = ib(u, v), u, v X X, b(v, u) = b(u, v), u, v X X, b(u, u) = u 2 X, u X. Neste caso (u, v) = re(b(u, v)) é um produto interno real que torna X um espaço de Hilbert. Façamos agora alguns exemplos para ilustrar o que foi exposto até agora. 12 Exemplo 2.1. Seja Ω R N, e seja X = L 2 (Ω). Definiremos o operador linear B em X por D(B) = {u H 1 (Ω); u L 2 (Ω)}, B(u) = u u D(B). Neste caso, queremos mostrar que B é m-dissipativo com domínio denso. Mais precisamente, B é auto adjunto e (Bu, u) X para todo u D(A). Primeiramente, D(Ω) D(B) e assim, D(B) é denso em X. Pelos Teoremas ( zf 1.1) e ( gg 1.6), (Bu, u) = Ω uudx = u 2 Ω e, assim, B é dissipativo. A aplicação bilinear b(u, v) = (uv + u v)vdx, Ω é contínua e coerciva em H 1 (Ω). Então, pelo Teorema laxmilgram 1.5, para toda f L 2 (Ω) existe u H(Ω) 1 tal que (uv + u v)dx = Ω Ω fvdx v H 1 (Ω). Obtemos então que u u = f no sentido das distribuições. Como u H 1 (Ω) e f L 2 (Ω), temos u L 2 (Ω) e, portanto, u D(B). Por conseguinte, B é m-dissipativo. É facil ver que (Bu, v) = (u, Bv). Logo G(B) G(B ) e, pelo Teorema 4 2.2, segue que B é auto-adjunto. 14

20 13 Exemplo 2.2. Consideremos agora X = L 2 (Ω; C) e o operador D(C) = {H(Ω; 1 C), u X} C(u) = (c + id) u u D(B) c > Vejamos que B é m-dissipativo com domínio denso. Com efeito, ( ) (Cu, u) = Re (c + id) uudx Ω ( ) = Re (c + id) u 2 dx Ω = c u 2 dx. Dessa forma, C é dissipativo. Acima percebemos a necessidade de considerarmos c >. Definindo a forma bilinear d : H 1 (Ω; C) H 1 (Ω; C) C por d(u, v) = d é claramente contínua, e ainda Ω ((c + id) u v + uv) dx, Ω d(u, u) ( c 2 + d 2 ) 1 2 u 2. Portanto, pelo Teorema laxmilgram 1.5, para cada f L 2 (Ω; C) existe ξ f H 1 (Ω; C) tal que f(u) = d(ξ f, u), u H 1 (Ω; C). Em outros termos, fudx = ((c + id) ξ f u + ξ f u)dx, Ω Ω ou ainda, ξ f (c + id) ξ f = f em D (Ω; C). Como ξ f H 1 (Ω, C) e f L 2 (Ω; C) teremos que ξ f L 2 (Ω; C) e assim ξ f D(C) e assim C é m-dissipativo O semigrupo gerado por um operador m-dissipativo Seja A um operador m-dissipativo, podemos definir A λ = AJ λ, recordemos que J λ = (I λa) 1. Considerando T λ (t) = e ta λ temos o seguinte teorema 15

21 7 Teorema 2.3. Para todo x X, a sequência u λ (t) = T λ (t)x converge uniformemente em intervalos limitados [, T ] a uma função u C([, ); X), quando λ. Escreveremos T (t)x = u(t), para todo x X e t. Então T (t) L(X) e T 1, t, T () = I, T (t + s) = T (t)t (s) s, t. (2.2) 5 Mais ainda, para todo x D(A), u(t) = T (t)(x) é a única solução do problema u C([, ); D(A)) C 1 ([, ); X), u (t) = Au(t) t, (2.3) 6 u() = x. Prova: veja [4, p.33]. Observação 2.2. No caso em que A é auto adjunto, teremos um resultado similar ao Teorema Mais precisamente, se x X e A é auto adjunto então u(t) = T (t)x satisfaz u C([, ); X) C((, ); D(A)) C 1 ((, ); D(A)), u (t) = Au(t) t, u() = x. Observe que para o caso auto adjunto, conseguimos que a solução seja mais regular que o dado inicial. operador auto adjunto. Este fenômeno é chamado de efeito regularizante do Definição 2.4. Seja (T (t)) t uma família de aplicações de um parâmetro, dizemos que L definido por { D(L) = x X; T (h) I } x possui limite em X quando h, h e é dito gerador da família (T (t)) t. T (h) I Lx = lim x, x D(L), h h Definição 2.5. Dizemos que a família (T (t)) t é um semigrupo de contração se satisfaz as propriedades ( 5 2.2) para todo t. 16

22 9 Teorema 2.4 (Teorema de Hille-Yosida-Philips). Um operador linear A é o gerador de um semigrupo de contração em X se, e somente se, A é m-dissipativo e com domínio denso. Prova: Veja [4, p.4]. 8 Proposição 2.3. Seja A um operador m-dissipativo com domínio denso. Suponha que A é o gerador de um semigrupo de contração (S(t)) t. Então (S(t)) t é o semigrupo correspondente a A no Teorema Prova: Veja [4, p.41]. Observação 2.3. A proposição nos permite concluir a unicidade do semigrupo gerado por um dado operador m-dissipativo. Observação 2.4. O Teorema e o Teorema nos diz que, para sabermos se o problama ( 6 2.3) possui uma única solução (x D(A)), basta verificarmos que o operador A é m-dissipativo com domínio denso, ou então que o semigrupo gerado por A é de contração. Observação 2.5. Como foi mostrado, os operadores B e C definidos nos exemplos e são m-dissipativos com domínio denso e, se x D(A), existe solução para o problema ( 6 2.3) para tais operadores. Como B é auto-adjunto, garantimos solução para x X O problema não homogêneo Seja T > e f : [, T ] X, nosso objetivo é encontrar uma função u C([, T ]; D(A)) C 1 ([, T ]; X), tal que u (t) = Au(t) + f(t), t, u() = x. (2.4) 1 Definição 2.6. Seja A o gerador de um semigrupo (T (t)) t de contração e seja x X e f L 1 ((, T ); X). A função u C([, T ]; X) dada por u(t) = T (t)x + t é chamada solução generalizada do problema ( 1 2.4). 17 T (t s)f(s)ds, (2.5) 11

23 Temos agora o seguinte Lema 2.1. Seja x D(A) e f C([, T ]; X). Se u é solução de ( 1 2.4), então ( ) vale para todo t [, T ]. Prova: Veja [4, p.5]. 15 Proposição 2.4. Seja x D(A) e f C([, T ]; X). Se além disso f L 1 ((, T ); D(A)) ou f W 1,1 ((, T ); X), então u dada por ( 2.5) 11 é solução de ( 2.4). 1 Prova: Veja [4, p.51]. 2.2 Existência e unicidade de solução fraca Vamos agora garantir a existência de uma única solução fraca para o problema ( 2). 1 Definimos o conceito de solução fraca como segue. Definição 2.7. Dizemos que y : C é solução fraca de ( 2) 1 se y C([, T ]; L 2 (Ω; C)) L 2 (, T ; H 1 (Ω, C)), (2.6) sf1 e t com y() = y. (y(s), ϕ )ds = t ((c + id) y(s), ϕ)ds + t (f(s), ϕ)ds, (2.7) sf2 Teorema 2.5. Seja y L 2 (Ω; C) e f L 1 ((, T ); L 2 (Ω; C)) então existe uma única y C([, T ], L 2 (Ω; C)) L 2 ((, T ); H(Ω; 1 C)) solução fraca para o problema y = C(y) + f, em, y =, sobre Σ, y() = y, em Ω, em que C é o operador definido no Exemplo Prova: Sejam (y n) n N e (f n ) n N sequências em C (Ω; C) e C (; C), respectivamente, tal que y n y f n f em L 2 (Ω; C), em L 2 (; C). (2.8) 14 18

24 Como C é m-dissipativo e D(C) é denso em L 2 (Ω; C), temos que C gera um semigrupo de contração e, assim, podemos definir a solução generalizada y n (t) = T (t)y n + t T (t s)f n (s)ds do problema y n(t) = Cy n (t) + f n (t) t, y n () = yn. Por outro lado, é fácil ver que ) y(t) y n (t) 2 L 2 (Ω;C) ( y C n y 2 L 2 (Ω;C) + f n f 2 L 2 (;C). Assim, y n y em C([, T ]; L 2 (Ω; C)), em que y é a solução generalizada do problema y (t) = Cy(t) + f(t) t, y() = y. Pela regulariade dos dados, e pela proposição 2.4, 15 temos que y n satisfaz y n C([, T ]; D(A)) C 1 ([, T ]; X), y n(t) = Cy n (t) + f n (t), t, y n () = yn. (2.9) 16 Multiplicando ( ) 2 por y n, integrando em Ω (, t) e, em seguida, considerando a parte real, temos 1 2 y n(t) 2 + c Ω (,t) y n (s) 2 dxds = 1 2 y n 2 + Ω (,t) f n (s)y n (s)dxds. Pela desigualdade de Young, e pela imersão contínua H(Ω; 1 C) L 2 (Ω; C) temos 1 2 y n(t) 2 + c y n (s) 2 dxds y 2 n f n (s) 2 dxds. 2c Ω (,t) Em virtude das convergências ( ) conluimos que Ω (,T ) y n (t) 2 + t y n (s) 2 ds C, C independe de m e t. Portanto, a menos de subsequências, y n y em L 2 (, T ; H(Ω; 1 C)). (2.1) 31 19

25 Multiplicando ( ) 2 por por uma função teste ϕ D(; C) temos, t (y n (s), ϕ (s))ds = t ((c + id) y n (s), ϕ(s))ds + t (f n (s), ϕ(s))ds, (2.11) 32 o que conclui a prova do resultado. Pelas convergências ( ) e ( ) temos t (y(s), ϕ )ds = t ((c + id) y(s), ϕ)ds + t (f(s), ϕ)ds. obs1 Observação 2.6. Para o problema não homogêneo envolvendo o operador B (veja Exemplo 2.2), 13 temos que dado y L 2 (Ω), existe uma única função y na classe C([, T ]; L 2 (Ω)) L 2 (, T ; H 1 (Ω)), tal que t (y(s), ϕ )ds = t ( y(s), ϕ)ds + t (f(s), ϕ)ds, com y() = y. Notemos que a solução tem um caráter mais regular que o dado inicial, o que caracteriza o efeito regularizante da equação do calor. 2

26 Capítulo 3 Controlabilidade nula 3.1 Controlabilidade nula no caso real Com o intuito de obter alguns resultados de controlabilidade para ( 1 2), estudaremos primeiramente alguns resultados de controlabilidade para o seguinte sistema associado à equação do calor: y t y = v1 O em, y = sobre Σ, y() = y em Ω. Há diferentes noções de controlabilidade que necessitam ser distinguidas. Controlabilidade exata: Dado y 1 L 2 (Ω), queremos encontrar uma função v L 2 (O (, T )) tal que a solução y do problema ( ) seja tal que y(t ) = y 1. O conceito de controlabilidade exata é, em alguns casos, muito forte de modo que dependendo da natureza do problema seja impossível obter tal resultado de controlabilidade. Por este motivo outros conceitos surgem naturalmente, tais como (3.1) 17 Controlabilidade aproximada: Dado y 1 L 2 (Ω), e ɛ >, existe uma função controle v L 2 (Ω) tal que a solução y, do problema ( 3.1), 17 associada ao controle v satisfaz E ainda, y(t ) y 1 < ɛ. Controlabilidade exata para as trajetórias: Se z é uma trajetória, ou seja, z é 21

27 solução do problema z t z = em, z = sobre Σ, z() = z em Ω, (3.2) tj1 em que z é um dado em L 2 (Ω), então existe um controle v L 2 (O (, T )) tal que a solução de ( ) satisfaz y(t ) = y(t ). Controlabilidade nula: ueremos encontrar uma função v L 2 (O (, T )) tal que a solução y do problema ( 3.1) 17 seja tal que y(t ) =. Observação 3.1. Devido ao efeito regularizante da equação do calor (veja Observação 2.6), obs1 não podemos ter controlabilidade exata para ( 3.1). 17 De fato, se y 1 L 2 (Ω) \ H 1 (Ω) temos que para qualquer função controle v L 2 (Ω), y(t ) H 1 (Ω). Dessa forma não poderemos ter y(t ) = y 1. Observação 3.2. Podemos ver, devido a linearidade do problema, que controlabilidade exata para as trajetórias é equivalente a controlabilidade nula. De fato, suponhamos controlabilidade nula. Seja z uma trajetória (ver ( 3.2)). tj1 Temos que existe um controle v tal que a solução do problema y t y = v1 O em, y =, em Σ, y() = y z em Ω. satisfaz y(t ) =. Pela linearidade do problema, a função w = y + z satisfaz w t w = v1 O em, w = sobre Σ, w() = y em Ω, e ainda w(t ) = z(t ). Reciprocamente, se z for a trajetória nula, temos, por hipótese, que existe um controle v tal que a solução y associada ao controle v é tal que y(t ) = z(t ) = Observabilidade Mostraremos que a a controlabilidade nula de ( ) pode ser obtida por meio de uma desigualdade de observabilidade do sistema adjunto associado. 22

28 Para cada ϕ L 2 (Ω), consideremos o seguinte sistema adjunto: ϕ t ϕ = em, ϕ = sobre Σ, ϕ(t ) = ϕ em Ω. (3.3) 18 Observação 3.3. De forma inteiramente análoga a que foi mostrada no primeiro capítulo, podemos assegurar a existência e unicidade da solução fraca para ( 3.3) Teorema 3.1. A controlabilidade nula de ( ) é equivalente a seguinte desigualdade: ϕ() 2 C ϕ 2 dxdt. (3.4) 19 Observação 3.4. A desigualdade ( ) é conhecida como desigualdade de observabilidade, e a constante C é conhecida como constante de observabilidade. Prova: Por simplicidade, dividiremos a prova em três passos. No primeiro passo, obteremos um controle v ɛ por meio da miniminzação de um funcional. No segundo passo obteremos a controlabilidade aproximada para o problema ( ), ou seja, mostraremos que a solução y ɛ associadas ao controle aproximado v ɛ satisfaz y ɛ (T ) ɛ. (3.5) d4 No terceiro passo,combinando a controlabilidade aproximada com a limitação do controle, poderemos concluir a controlabilidade nula. Passo 1: Minimização do funcional. Dados y L 2 (Ω) e ɛ >, consideremos o funcional J ɛ : L 3 (Ω) L 2 (Ω) definido por: J ɛ (ϕ ) = 1 2 ϕ 2 dxdt + ɛ ϕ + (ϕ(), y ), (3.6) 2 em que ϕ é a solução de ( ) com dado ϕ. Mostraremos que o controle aproximado v ɛ que procuramos está relacionado com o mínimo do funcional J ɛ. Para garantir a existência de tal mínimo, faremos uso do Teorema min 1.2. Assim, devemos mostrar que J ɛ é estritamente convexo, contínuo e coercivo. a. J ɛ é estritamente convexo. Sendo a função ϕ ϕ 2 L 2 () estritamente convexa, temos imediatamente a convexidade estrita de J ɛ. 23

29 b. J ɛ é contínuo: Multiplicando ( ) por ϕ e integrando em Ω (t, T ) obtemos Assim, ϕ(t) 2 + Por ( ) e ( ) teremos T t ϕ 2 dxdt = ϕ 2, t [, T ]. ϕ 2 dxdt Ω (,T ) ϕ 2 dxdt CT ϕ 2. (3.7) 21 (ϕ(), y ) ϕ() y C ϕ (3.8) 22 Sejam ϕ e ψ soluções de ( 3.3) 18 com dados ϕ e ψ respectivamente. Pela linearidade do problema, ϕ ψ é solução para o problema ( 3.3) 18 com dado ϕ ψ. Assim, por ( 3.7) 21 e ( 3.8) 22 teremos que J ɛ (ϕ ψ ) C ϕ ψ 2 + C(ɛ) ϕ ψ, o que é suficiente para concluirmos a continuidade de J ɛ. c. J ɛ é coercivo: Para ϕ, temos por ( 3.6) 2 que Se J ɛ (ϕ ) ϕ = 1 ϕ 2 dxdt + ɛ ϕ ϕ (ϕ(), y ). (3.9) 26 ( ) 1 1 lim inf ϕ 2 dxdt + (ϕ(), y ), ϕ ϕ 2 então existe K > tal que ϕ > K implica 1 ϕ 2 dxdt + (ϕ(), y ). 2 Assim, por ( 3.4) Logo, ( ϕ 2 dxdt ϕ 2 dxdt (ϕ(), y ) ) 1 ϕ() y ( C y ϕ 2 dxdt ) C y, para todo ϕ K. (3.1) 24 24

30 Fixado ϕ tal que ϕ K, temos que nϕ K para todo n K. Pela linearidade do problema e por ( 3.1) 24 teremos ( ϕ 2 dxdt donde concluimos que ) 1 2 C n y, para todo ϕ K, ϕ 2 dxdt = sempre que ϕ K. Pela desigualdade de observabilidade ( 3.4), 19 temos também que ϕ() = e, portanto, (ϕ(), y ) =. Dessa forma, segue por ( 3.9) 26 J ɛ (ϕ ) ϕ = ɛ. Caso lim inf ϕ ( ) 1 1 ϕ 2 dxdt + (ϕ(), y ), ϕ 2 teremos diretamente, por ( ),que J ɛ (ϕ ) lim inf ϕ ϕ ɛ. O que nos permite conluir que J ɛ é coercivo. Das propriedades a, b, c provadas acima e pelo Teorema min 1.2, segue que o funcional J ɛ possui um mínimo que denotaremos ϕ ɛ. Passo 2: Controlabilidade aproximada. Consideremos v ɛ = ϕ ɛ, e por y ɛ a solução do problema ( ) com controle v ɛ. Se ϕ ɛ =, então sua solução correspondente ϕ ɛ é a solução nula e, portanto, J ɛ (ϕ ɛ) =. Como ϕ ɛ é o mínimo do funcional J ɛ temos lim t J ɛ (tϕ ) t = ɛ ϕ + (y(t ), ϕ ) J ɛ (ϕ ɛ) =, ϕ L 2 (Ω), e dessa forma (y ɛ (T ), ϕ ) ɛ ϕ ϕ L 2 (Ω). Sabendo que y ɛ (T ) = inf{k > ; (y(t ), ϕ ) k ϕ ϕ L 2 (Ω)}, 25

31 concluimos ( d4 3.5). Caso ϕ ɛ, podemos diferenciar o funcional J ɛ em ϕ ɛ obtendo ϕ ɛ ϕdxdt + ɛ( ϕ ɛ ϕ ɛ, ϕ ) + (ϕ(), y ) =, (3.11) i1 para todo ϕ L 2 (Ω). Como os sistemas ( ) e ( ) estão em dualidade, é valido Substituindo ( ) em ( i1 3.11) deduzimos ( d4 3.5). ϕ ɛ ϕdxdt = (y ɛ (T ), ϕ ) (y, ϕ()). (3.12) 27 Passo 3: Controlabilidade nula. Considerando ϕ = ϕ ɛ em ( 3.11), i1 e utilizando a desigualdade de observabilidade ( 3.4) 19 temos donde concluimos que v ɛ 2 L 2 () (ϕ ɛ (), y ) ϕ ɛ () y ( C ) 1 ϕ ɛ 2 2 dxdt y, v ɛ L 2 () C y, (3.13) d2 em que C é a constante de observabilidade em ( ). Multiplicando ( ) por y ɛ e integrando em Ω (, T ) obtemos, por procedimentos padrões, a seguinte desigualdade de energia y ɛ (t) 2 + T y ɛ (t) C Por ( d2 3.13) e ( d3 3.14) temos que ( ) y 2 + v ɛ 2 L 2 (). (3.14) d3 (v ɛ ) é limitada em L 2 (O (, T )), (3.15) l3 Pelo Teorema bab 1.3, (y ɛ ) é limitada em L 2 (, T ; H 1 (Ω)). (3.16) l1 v ɛ v em L 2 (O (, T )), y ɛ y em L 2 (, T ; H 1 (Ω)). (3.17) 28 26

32 Como y ɛ é solução fraca de ( ) T (y ɛ (s), ϕ (s))ds = T ( y ɛ, ϕ)ds + e pelas convergências temos que T T (y(s), ϕ (s))ds = ( y, ϕ)ds + ou seja, y é solução de ( ) com função controle v. Pela limitação ( l1 3.16) concluimos que v ɛ ϕdxds, vϕdxds, ( y ɛ ) é limitada em L 2 (, T ; H 1 (Ω)). (3.18) l2 Por ( l3 3.15) e ( l2 3.18), e sendo y ɛ solução de ( ), segue que (y ɛ) é limitada em L 2 (, T ; H 1 (Ω)), e assim y ɛ y em L 2 (, T ; H 1 (Ω)). (3.19) c7 Seja v D(Ω) e θ C 1 [, T ], tal que θ() = e θ(t ) = 1. Temos que (y ɛ (T ), v) = T y ɛ(t), v θ(t)dt + T Pelas convergências ( ) 2 e ( c7 3.19) concluimos que (y ɛ (t), v)θ (t)dt. (y ɛ (T ), v) (y(t ), v) para todo v D(Ω). Como L 2 (Ω) é reflexivo, teremos que Por ( d4 3.5) obtemos y ɛ (T ) y(t ) em L 2 (Ω). y(t ) lim inf y ɛ (T ) =. Observação 3.5. Reciprocamente, vamos supor controlabilidade nula para ( ). Suponhamos também que o controle seja limitado, ou seja, para cada y L 2 (Ω) se v L 2 (Ω) é o controle que conduz a solução de ( 3.1) 17 a zero com dado y, então v L 2 () C y. 27

33 Dessa forma, podemos garantir que a desigualdade de observabilidade é válida. De fato, por dualidade temos Nessas condições, (y, ϕ()) = vϕdxdt v L 2 () ϕ L 2 () ( C y ϕ 2 dxdt ϕ() ( C ϕ 2 dxdt ) 1 2. ) 1 2. Nosso objetivo agora é mostrar que ( 3.4) 19 é válida. Faremos uso da desigualdade de Carleman para ( 3.3) 18 a qual tem a seguinte forma Ω (,T ) ρ 2 ϕ 2 dxdt ρ 2 ϕ 2 dxdt, (3.2) onde ρ = ρ(x, t) é uma função peso contínua e estritamente positiva Estimativa de Carleman Para iniciar o estudo da estimativa Carleman para a equação do calor, precisaremos inicialmente do seguinte resultado cuja prova pode ser encontrado em 1 [12]. 3 Lema 3.1. Seja ω Ω um subconjunto aberto e não vazio. Então existe η C 2 (Ω) tal que η > em Ω, η = sobre Ω e η > em Ω \ ω. Tendo em posse o Lema 3 3.1, definamos as seguintes funções peso: α(x, t) = e2λm η e λ(m η +η (x)), t(t t) +η (x)) ξ(x, t) = eλ(m η, t(t t) (3.21) 29 em que (x, t) e m > 1 um número real. Denominamos essas funções por funções peso. As funções definidas em ( ) foram inicialmente introduzidas por Imanuvilov em 1 [12]. Vamos agora ao principal resultado. 28

34 43 Lema 3.2. Existe uma constante λ 1 = λ 1 (Ω, O) 1, s 1 = C(Ω, O)(T + T 2 ) e C 1 (Ω, O) tal que, para qualquer λ λ 1 e qualquer s s 1, a seguinte desigualdade é válida: s 1 λ 1 e 2sα ξ 1 ( q t 2 + q 2 )dxdt + sλ 2 e 2sα ξ q 2 )dxdt ( +s 3 λ 4 e 2sα ξ 3 q 2 dxdt C e 2sα q t + q 2 dxdt ) + s 3 λ 4 ξ 3 e 2sα q 2 dxdt, ω (,T ) para toda q C 2 () com q = em Σ. No que segue, C = C(Ω, O) ou simplesmente C denotará uma constante genérica que depende apenas de Ω e O. Antes de provarmos o Lema 3.2, 43 deduziremos por meio do mesmo, a desigualdade de observabilidade ( 3.4) 19 e, consequentemente, teremos controlabilidade nula para ( 3.1). 17 Por densidade, podemos supor que ( 3.22) carleman é válida para a solução do problema ( 3.3). 18 Então, fixando λ = λ 1, obtemos e 2sα t 3 (T t) 3 ϕ 2 dxdt C para todo s s 1. Utilizandos ( ) e as desigualdades (3.22) carleman e 2sα t 3 (T t) 3 ϕ 2 dxdt, (3.23) 44 e 2s 1α t 3 (T t) 3 e 2C(1+ 1 T ) 1 T 6 em Ω ( T 4, 3T 4 ), e 2s 1α t 3 (T t) 3 e C(1+ 1 T ) 1 T 6 em Ω (, T ), obtemos ϕ 2 dxdt K Ω ( T 4, 3T 4 ) Ω (,T ) ϕ 2 dxdt, (3.24) 48 em que a constante K = K(Ω, O, T ) = e C(1+ 1 T ). Multiplicando ( ) por ϕ e integrando em Ω (, t) obtemos Integrando ( 3.25) 49 em ( T, 3T ) segue que 4 4 ϕ() 2 ϕ(t) 2. (3.25) 49 ϕ() 2 2 T 3T 4 T 4 ϕ(t) 2 dt. (3.26) 5 29

35 Assim, combinando ( 3.24) 48 e ( 3.26) 5 conluimos a desigualdade de observabilidade ( 3.4). 19 Passemos agora para a demonstração do Lema Prova do Lema 3.2: Tomemos q C 2 () tal que q = sobre Σ. Consideremos a mudança de variável ψ = e sα q ou q = e sα ψ. Consideremos também a seguinte função g = e sα f, onde f = q t + q. Observemos que q t = se sα α t ψ + e sα ψ t, e q = e sα ψ + 2se sα α ψ + s 2 e sα α 2 ψ + se sα αψ. Assim, f = e sα ( sα t ψ + ψ t + ψ + 2s α ψ + s 2 α 2 ψ + s αψ ). Multiplicando a expressão acima por e sα obtemos g = sα t ψ + ψ t + ψ + 2s α ψ + s 2 α 2 ψ + s αψ. Como e α = ξλ η, α = λ 2 ξ η 2 λξ η, segue que g = sα t ψ + ψ t + ψ 2sλξ η ψ + s 2 λ 2 ξ 2 η 2 ψ sλ 2 ξ η 2 ψ λξ η ψ. Considerando M 1 ψ = 2sλ 2 η 2 ξψ 2sλξ η ψ + ψ t, M 2 ψ = s 2 λ 2 ξ 2 η 2 ψ + ψ + sα t ψ, (3.27) 52 3

36 temos que M 1 ψ + M 2 ψ = g s,λ, (3.28) 51 onde g s,λ = g + sλ η ξψ sλ 2 η 2 ξψ. Para simplificar a notação, denotaremos (M i ψ) j (i = 1, 2; j = 1, 2, 3) o j-ésimo termo da expressão M i ψ dado em ( 3.27). 52 Com a notação anterior, temos por ( 3.28) 51 que M 1 ψ 2 + M 2 ψ ((M 1 ψ)) i, (M 2 ψ) j ) = g s,λ 2. (3.29) 54 i,j=1 Observação 3.6. A primeira vista, parece natural pôr o termo (M 1 ψ) 1 do lado direito de ( 3.28), 51 entretando decidimos mantê-lo na esquerda pois ajudará a produzir o segundo termo do lado esquerdo de ( 3.22) carleman (Isto será melhor esclarecido mais adiante quando necessitarmos do produto escalar ((M 1 ψ)) 1, (M 2 ψ) 2 ) L 2 ()). O próximo passo é desenvolver os nove termos que surgem do produto interno em ( ). Com esta finalidade, faremos integração por partes várias vezes e, naturalmente, as derivadas das funções peso aparecerão. Portanto precisaremos das estimativas i α = i ξ = λ i η ξ Cλξ, (3.3) 55 α t = (T 2t) e2λm η e λ(m η +η (x)) t 2 (T t) 2 CT ξ 2. (3.31) 56 A última desigualdade segue do fato que e 2λm η e 2λ(m η +η ) em Ω. (3.32) 57 Primeiramente temos ((M 1 ψ) 1, (M 2 ψ) 1 ) = 2s 3 λ 4 η 4 ξ 3 ψ 2 dxdt = A. (3.33) 58 31

37 Temos também ((M 1 ψ) 2, (M 2 ψ) 1 ) = 2s 2 λ 3 = 3s 3 λ 4 + s 3 λ 3 N + 2s 3 λ 3 i,j=1 = B 1 + B 2 + B 3, η 2 ξ 3 ( η ψ)ψdxdt η 4 ξ 3 ψ 2 dxdt η η 2 ξ 3 ψ 2 dxdt (3.34) i η ij η j η ξ 3 ψ 2 dxdt onde B i (i = 1, 2, 3), representa o i-ésimo termo do lado direito de ( 3.34). 53 Claramente temos que A + B 1 é um número positivo e, pelo Lema 3.1, 3 temos T A + B 1 = s 3 λ 4 η 4 ξ 3 ψ 2 dxdt s 3 λ 4 η 4 ξ 3 ψ 2 dxdt T Cs 3 λ 4 = Cs 3 λ 4 = Ã B. Ω\ω Ω\ω ξ 3 ψ 2 dxdt (3.35) T ξ 3 ψ 2 dxdt Cs 3 λ 4 Como η C 2 (), teremos T B 2 Cs 3 λ 3 T B 3 Cs 3 λ 3 ω ξ 3 ψ 2 dxdt ξ 3 ψ 2 dxdt, (3.36) ξ 3 ψ 2 dxdt. (3.37) Dessa forma, se K < C é um número real, considerando λ C segue que K Ã + B 2 + B 3 Cs 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt Cs 3 λ 3 ξ 3 ψ 2 dxdt (3.38) (C K)s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt = Cs 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt, em que C é uma constante positiva. Assim, podemos observar que B 2 e B 3 foram absorvidas por Ã. Isto foi possível pois as potências de s e λ de B 2 e B 3 são menores que a ordem s 3 λ 4. Notemos agora que ((M 1 ψ) 3, (M 2 ψ) 1 ) = s 2 λ 2 η 2 ξ 2 ψ t ψdxdt, = s 2 λ 2 η 2 ξξ t ψ 2 dxdt. (3.39) 32

38 Como deduzimos que ξ t = ξ T 2t t(t t) CT ξ2, (3.4) ((M 1 ψ) 3, (M 2 ψ) 1 ) Cs 2 λ 2 T ξ 3 ψ 2 dxdt, que também poderá ser absorvido como no caso anterior, bastando considerar λ 1 e s CT. Consequentemente (M 1 ψ, (M 2 ψ) 1 ) L 2 () = ((M 1 ψ) 1 + (M 1 ψ) 2 + (M 1 ψ) 3, (M 2 ψ) 1 ) L 2 () Cs 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt (3.41) para qualquer λ C e s CT. Por outro lado, T Cs 3 λ 4 ((M 1 ψ) 1, (M 2 ψ) 2 ) L 2 () = 2sλ 2 ω = 2sλ 2 ξ 3 ψ 2 dxdt, N + 4sλ 2 i,j=1 + 2sλ 3 = C 1 + C 2 + C 3, η 2 ξ ψψdxdt η 2 ξ ψ 2 dxdt i η ij η ξ j ψψdxdt (3.42) η 2 ξ( η ψ)ψdxdt em que C i (i = 1, 2, 3) representa o i-ésimo termo do lado direito de ( ). Obtemos as seguintes estimativas para C 2 e C 3 : C 2 Csλ 4 ξ ψ 2 dxdt + Cs ξ ψ 2 dxdt (3.43) 62 e C 3 Cs 2 λ 4 ξ ψ 2 dxdt + Cλ 2 Como ξ 1 t(t t), temos que T 2 ξ 2 ξ. Assim, Csλ 4 ξ ψ 2 dxdt CT 2 sλ 4 ψ 2 dxdt. (3.44) 63 ξ 2 ψ 2 dxdt. (3.45) 64 33

39 Dessa forma, C 1 + C 2 + C 3 2sλ 2 η 2 ξ ψ 2 dxdt (3.46) Csλ 4 ξ 2 ψ 2 C (sξ + λ 2 ) ψ 2 dxdt. Sendo ψ = sobre Σ, obtemos i ψ = ψ n ni e, portanto, ((M 1 ψ) 2, (M 2 ψ) 2 ) L 2 () = 2sλ ξ( η ψ) ψdσdt = 2sλ ξ η 2 ψ Σ n n dxdt N + 2sλ ij η ξ i ψ j ψdxdt i,j=1 + 2sλ 2 ξ η ψ 2 dxdt (3.47) + sλ ξ η ψ 2 dxdt = D 1 + D 2 + D 3 + D 4, onde D i (i = 1,..., 4) corresponde ao i-ésimo termo do lado direito de ( ). Observemos que D 3 é um termo positivo, e D 2 Csλ ξ ψ 2 dxdt. (3.48) Após alguns cálculos, obtemos D 4 = sλ ξ η ψ 2 dxdt = sλ ξ η 2 ψ Σ n n dxdt sλ 2 η 2 ξ ψ 2 dxdt sλ 2 η ξ ψ 2 dxdt (3.49) = D 41 + D 42 + D 43 Observação 3.7. Como mencionamos na observação 3.6, é importante salientar nesse ponto a importância de termos preservado, na decomposição ( ), o termo sλ 2 η 2 ξψ em M 1 ψ e em g s,λ. Caso não o tivessemos feito, teríamos M 1 ψ = sλ 2 η 2 ξψ 2sλξ η ψ + ψ t, e g s,λ = g + sλ η ξψ. 34

40 Logo, ((M 1 ψ) 1, (M 2 ψ) 2 ) L 2 () = sλ 2 η 2 ξ ψψdxdt = sλ 2 η 2 ξ ψ 2 dxdt N + 2sλ 2 i,j=1 + sλ 3 = C 1 + C 2 + C 3. i η ij η ξ j ψψdxdt η 2 ξ( η ψ)ψdxdt Assim C 1 + D 42 = e, portanto, perderemos o termo que nos fonece a integral em Ω envolvendo ψ 2 que necessitaremos que fique do lado esquerdo. Notemos que, sendo η uma função positiva que se anula na fronteira, existe uma vizinhança para cada ponto dessa fronteira, tal que η é decrescente. Assim, η n negativa e, por este motivo, D 1 + D 41. Temos ainda que D 43 pode ser limitado da mesma forma que D 2. Portanto, D 1 + D 2 + D 3 + D 4 sλ 2 η 2 ξ ψ 2 dxdt (3.5) Csλ ξ ψ 2 dxdt. Novamente, como ψ = sobre Σ temos ((M 1 ψ) 3, (M 2 ψ) 2 ) L 2 () = ψ t ψdxdt =. (3.51) 69 Assim, combinando ( ), ( ), ( ), ( ) e ( ) concluimos (M 1 ψ, (M 2 ψ) 2 ) L 2 () = ((M 1 ψ) 1 + (M 1 ψ) 2 + (M 1 ψ) 3, (M 2 ψ) 2 ) sλ 2 η 2 ξ ψ 2 dxdt Cs 2 λ 4 ξ 2 ψ 2 dxdt (3.52) C (sλξ + λ 2 ) ψ 2 dxdt = F 1 + F 2 + F 3, para λ 1 e s CT 2, em que F i (i = 1, 2, 3) corresponde ao i-ésimo termo do lado é 35

41 direito de ( 3.52). d5 Notemos que T F 1 Csλ 2 T = Csλ 2 Ω\ω Ω ξ ψ 2 dxdt T ξ ψ 2 dxdt Csλ 2 ω ξ ψ 2 dxdt, (3.53) e ainda F 3 Csλ ξ ψ 2 dxdt + CT 2 λ 2 ψ 2 dxdt. (3.54) 7 Como em ( 3.54) 7 as potências de s e λ sao menores que a ordem sλ 2, estes termos podem, como anteriormente, ser absorvidos. Dessa forma, (M 1 ψ, (M 2 ψ) 2 ) L 2 () Csλ 2 ξ ψ 2 dxdt Cs 2 λ 4 ξ 2 ψ 2 dxdt (3.55) Csλ 2 ξ ψ 2 dxdt, para λ C e s CT 2. Por ( ) temos ((M 1 ψ) 1, (M 2 ψ) 3 ) L 2 () = 2s 2 λ 2 ω (,T ) Cs 2 λ 2 T que é absorvido por Ã, bastando tomar λ 1 e s CT. η 2 α t ξ ψ 2 dxdt ξ 3 ψ 2 dxdt, (3.56) Observemos que ((M 1 ψ) 2, (M 2 ψ) 3 ) L 2 () = 2s 2 λ α t ξ( η ψ)ψdxdt = s 2 λ 2 α t η 2 ξ ψ 2 dxdt (3.57) + s 2 λ α t η ξ ψ 2 dxdt + s 2 λ α t η ξ ψ 2 dxdt. Por ( ) Assim, s2 λ (T 2t) α t = λ t(t t) ξ η. α t η ξ ψ 2 dxdt = s 2 λ 2 (T 2t) t(t t) ξ2 η 2 ψ 2 dxdt Cs 2 λ 2 T ξ 3 ψ 2 dxdt. (3.58) 36

42 Por raciocínio análogo, podemos mostrar que os outros dois termos do lado direito de ( 3.57), 73 também são limitados, em módulo, por Cs 2 λ 2 T ξ3 ψ 2 dxdt (λ 1). Então, Finalmente, ((M 1 ψ) 2, (M 2 ψ) 3 ) L 2 () Cs 2 λ 2 T ξ 3 ψ 2 dxdt. (3.59) 74 ((M 1 ψ) 2, (M 2 ψ) 3 ) L 2 () = s α t ψ t ψdxdt (3.6) = 1 2 s α tt ψ 2 dxdt CsT 2 ξ 3 ψ 2 dxdt, visto que α tt Cξ 2 (1 + T 2 ξ) CT 2 ξ 3. (3.61) alpha1 Por ( ), ( ), ( d6 3.58), ( ) e ( ) concluimos (M 1 ψ, (M 2 ψ) 3 ) L 2 () = ((M 1 ψ) 1 + (M 1 ψ) 2 + (M 1 ψ) 3, (M 2 ψ) 3 ) L 2 () Cs 3 λ 2 ξ 3 ψ 2 dxdt, (3.62) para λ C e s CT. Por ( ), ( ) e ( ) temos (M 1 ψ, M 2 ψ) L 2 (Ω) para qualquer λ C e s C(T + T 2 ). Aplicando ( 3.63) 79 em ( 3.29) 54 obtemos (sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 )dxdt (3.63) C (sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 )dσdt, ω (,T ) M 1 ψ 2 + M 2 ψ 2 + (sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 )dxdt ( ) C g s,λ 2 + (sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 )dσdt + ω (,T ) ( C e 2sα f 2 dxdt + s 2 λ 4 ξ 2 ψ 2 dxdt (3.64) ) (sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 )dσdt. ω (,T ) A integral em envolvendo o termo ψ, que se encontra do lado direito de ( ), pode ser facilmente absorvida pelos termos do lado esquerdo, bastando considerar 37

43 s > 2C. Daí M 1 ψ 2 + M 2 ψ 2 + ( C + ω (,T ) (sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 )dxdt e 2sα f 2 dxdt + ) s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dσdt. ω (,T ) sλ 2 ξ ψ 2 dσdt (3.65) Nosso objetivo agora é acrescentar as integrais dos termos ψ 2 e ψ t 2 no lado esquerdo de ( 3.65). 81 Por ( 3.27) 52 vemos que s 1 ξ 1 ψ t 2 dxdt C (sλ 2 ξ ψ 2 dxdt (3.66) ) + sλ 4 ξ ψ 2 dxdt + M 1 ψ 2 e s 1 ξ 1 ψ 2 dxdt C (s 3 λ 4 + st 2 ξ 3 ψ 2 dxdt (3.67) ξ 3 ψ 2 dxdt + M 2 ψ 2 ), para s CT 2. Logo, combinando ( ), ( ) e ( ) segue que s 1 ξ 1 ( ψ t 2 + ψ 2 )dxdt + para qualquer λ C e s C(T + T 2 ). + (sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 )dxdt ( C e 2sα f 2 dxdt + sλ 2 ξ ψ 2 dxdt ω (,T ) ) s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt, (3.68) ω (,T ) O intuito agora é eliminar a segunda integral do lado direito de ( ). Para este fim, consideremos θ = θ(x) tal que θ C 2 (O), θ 1 em ω, θ 1. (3.69) 85 38

44 Assim sλ 2 ξ ψ 2 dxdt sλ 2 θξ ψ 2 dxdt ω (,T ) = sλ 2 θξ ψψdxdt sλ 2 ξ( θ ψ)ψdxdt (3.7) sλ 3 θξ( η ψ)ψdxdt = G 1 + G 2 + G 3, em que G i (i = 1, 2, 3) representa o i-ésimo termo do lado direito de ( i4 3.7). Pela desigualdade de Young, Temos também que G 1 = sλ s 1 + 2s 3 λ 4 G 2 = sλ 2 = sλ2 2 = sλ3 2 + sλ2 2 sλ 4 θξ ψψdxdt θξ 1 ψ 2 dxdt θξ 3 ψ 2 dxdt. (3.71) ξ( θ ψ)ψdxdt ξ( θ ψ 2 )dxdt ξ( θ η ) ψ 2 dxdt ξ θ ψ 2 dxdt ξ ψ 2 dxdt, (3.72) 39

45 e que G 3 = sλ 3 = sλ3 2 = sλ3 2 + sλ4 2 + sλ3 2 sλ 4 Logo, combinando ( i4 3.7)-( ) sλ 2 ω (,T ) θξ( η ψ)ψdxdt θξ( η ψ 2 )dxdt ξ( η θ) ψ 2 dxdt θξ η 2 ψ 2 dxdt θξ η ψ 2 dxdt ξ ψ 2 dxdt 1 2 s 1 ξ ψ 2 dxdt. (3.73) ξ 1 ψ 2 dxdt + C (s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt (3.74) ) + sλ 4 ξ ψ 2 dxdt. A desigualdade ( 3.74) 89 é suficiente para removermos a integral em ω (, T ) do termo ψ 2 no lado direito de ( 3.68). 84 Assim, concluimos que ( s 1 ξ 1 ( ψ t 2 + ψ 2 ) + sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2) dxdt (3.75) ( ) C e 2sα f 2 dxdt + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt, para λ C e s C(T + T 2 ). Finalmente voltaremos para nossa função original q. diretamente por ( 3.75) 9 que Sendo q = e sα ψ, segue ( s 1 ξ 1 ( ψ t 2 + ψ 2 ) + sλ 2 ξ ψ 2 + s 3 λ 4 e 2sα ξ 3 q 2) dxdt (3.76) Pelo fato que ( ) C e 2sα f 2 dxdt + s 3 λ 4 e 2sα ξ 3 q 2 dxdt. q = e sα ( ψ sλ η ξψ), 4

46 obtemos sλ 2 Por ( ) e ( ) obtemos e 2sα ξ q 2 dxdt Csλ 2 ξ ψ 2 dxdt (3.77) + Cs 3 λ 4 e 2sα ξ 3 q 2 dxdt. ( s 1 ξ 1 ( ψ t 2 + ψ 2 ) + sλ 2 ξ q 2 + s 3 λ 4 e 2sα ξ 3 q 2) dxdt (3.78) ( ) C e 2sα f 2 dxdt + s 3 λ 4 e 2sα ξ 3 q 2 dxdt. Consideremos agora a seguinte identidade: ψ = e sα ( q + sλ η ξq + sλ 2 η 2 ξq + 2sλξ η q + s 2 λ 2 η 2 ξ 2 q). Assim s 1 e 2sα ξ 1 q 2 dxdt C (s 1 e 2sα ξ 1 ψ 2 dxdt + sλ 2 e 2sα ξ q 2 dxdt + sλ 4 e 2sα ξ q 2 dxdt + sλ 2 e 2sα ξ q 2 dxdt ) + s 3 λ 4 e 2sα ξ 3 q 2 dxdt. (3.79) Temos também que q t = sα t q + e sα ψ t, (3.8) e, portanto, s 1 e 2sα ξ 1 q t 2 dxdt C (s 1 e 2sα ξ 1 ψ t 2 dxdt ) + st 2 e 2sα ξ 3 q 2 dxdt. (3.81) Tomando λ 1, s C(T + T 2 ) e combinando ( )-( ), obtemos a desigualdade ( carleman 3.22). 3.2 Controlabilidade nula no caso complexo O objetivo desta seção é o estudo da controlabilidade nula para o problema ( 1 2). De maneira inteiramete análoga ao que fizemos na seção anterior, podemos afirmar 41

47 que, para obtermos um resultado de controlabilidade nula para este problema, é suficiente obtermos uma desigualdade de observabilidade para o sistema adjunto de ( 2). 1 Mais uma vez obteremos a observabilidade como consequência da desigualdade de Carleman. Assim, a obtenção dessa desigualdade nos levará a atingir nossa principal meta. Somos levados a pensar que nosso problema seja talvez seja uma simples adaptação do caso real, mas infelizmente o caso complexo é, sem trocadilhos, de fato mais complexo. Consideremos o seguinte sistema adjunto de ( 2): 1 ( a + ib)ϕ t ϕ = em, ϕ = sobre Σ, ϕ() = ϕ em Ω. Vamos agora ao principal resultado do nosso trabalho. (3.82) a1 Teorema 3.2. Seja a, b R com a >, então existe um λ >, s > tal que para todo λ λ e s s temos s 1 λ 1 e 2sα ξ 1 ( ϕ t 2 + ϕ 2 )dxdt + sλ 2 e 2sα ξ ϕ 2 dxdt ( +s 3 λ 4 e 2sα ξ 3 ϕ 2 dxdt C e 2sα ( a + ib)ϕ t + ϕ 2 dxdt ) + s 3 λ 4 ξ 3 e 2sα ϕ 2 dxdt, ω (,T ) em que ϕ é solução do problema ( a1 3.82). Prova: Tomemos q C 2 (, C) tal que q = sobre Σ. Consideremos a mudança de variável ψ = e sα q ou q = e sα ψ. Consideremos também a seguinte função g = e sα f, em que f = ( a + ib)q t q. Observemos que q t = se sα α t ψ + e sα ψ t, (3.83) carlemanc e q = e sα ψ + 2se sα α ψ + s 2 e sα α 2 ψ + se sα αψ. 42

48 Assim, f = e sα ( ( a + ib)sα t ψ + ( a + ib)ψ t + ψ + 2s α ψ + s 2 α 2 ψ + s αψ ). Multiplicando a expressão acima por e sα obtemos g = ( a + ib)ψ t + ( a + ib)sα t ψ + ψ + 2s α ψ + s 2 α 2 ψ + s αψ. Considerando I 1 ψ = ibψ t asα t ψ + ψ + s 2 α 2 ψ, I 2 ψ = aψ t + ibsα t ψ + 2s α ψ + s αψ, (3.84) c1 temos que ( I 1 ψ 2 + I 2 ψ 2 + I1 ψi 2 ψ + I 1 ψi 2 ψ ) dxdt = g 2. (3.85) c2 Como no caso real, nosso objetivo agora é obter uma estimativa para o termo ( I1 ψi 2 ψ + I 1 ψi 2 ψ ) dxdt. Multiplicando diretamente termo a termo e em seguida considerando a parte real, obtemos a seguinte identidade: I 1 ψi 2 ψ + I 1 ψi 2 ψ = iab(ψ t ψ t ψ t ψ t ) + b 2 sα t (ψ t ψ + ψ t ψ) ib2s[ψ t ( α ψ) ψ t ( α ψ)] ibs α(ψ t ψ ψ t ψ) + a 2 sα t (ψψ t + ψψ t ) iabs 2 α t 2 ( ψ 2 ψ 2 ) 2as 2 α t [ψ( α ψ) + ψ( α ψ)] as 2 α t α(ψψ + ψψ) a( ψψ t + ψψ t ) ibsα t ( ψψ ψψ) (3.86) + 2s[ ψ( α ψ) + ψ( α ψ)] + s α( ψψ + ψψ) as 2 α 2 (ψψ t + ψψ t ) ibs 3 α t α 2 ( ψ 2 ψ 2 ) + 2s 3 α 2 [ψ( α ψ) + ψ( α ψ)] + s 3 α 2 α(ψψ + ψψ) 16 = T j, j=1 em que T j (j = 1,..., 16) representa o j-ésimo termo de ( c3 3.86). Observemos que T 1 = T 6 = T 14 =. 43

49 Tentaremos agora obter uma nova identidade, similar à identidade ( c3 3.86), combinando os termos da mesma. Por meio desta nova identidade, poderemos obter a estimativa desejada para o termo I 1 ψi 2 ψ + I 1 ψi 2. Analizando T 2 temos que T 2 = b 2 sα t (ψ t ψ + ψ t ψ) = b 2 sα t ( ψ 2 ) t = b 2 s(α t ψ 2 ) t b 2 sα tt ψ 2. (3.87) Observemos que T 3 2 = ibs (ψ t ( αψ) ψ t ( αψ) ) + ibs ( ψ t αψ ψ t αψ ) (3.88) + ibs α(ψ t ψ ψ t ψ) = L 1 + L 2 T 4, em que L i (i = 1, 2) corresponde ao i-ésimo elemento do lado direito de ( c4 3.88). E, ainda temos, T 3 2. Combinando ( 3.88) c4 e ( 3.89) c5 obtemos, Para o termo T 5 segue que L 2 = ibs ( ψ t αψ ψ t αψ ) = ibs ( ( ψ α)ψ ( ψ α)ψ ) t (3.89) ibs ( ( ψ α t )ψ ( ψ α t )ψ ) T 3 + T 4 = ibs (ψ t ( αψ) ψ t ( αψ) ) + ibs ( ( ψ α)ψ ( ψ α)ψ ) t (3.9) + ibs α t ( ψψ ψψ). Observemos agora que T 5 = a 2 sα t (ψψ t + ψψ t ) = a 2 sα t ( ψ 2 ) t = a 2 s(α t ψ 2 ) t a 2 sα tt ψ 2. (3.91) T 7 2 = 2as 2 (α t α ψ 2) + 2as 2 ( α t α ψ 2) T 7 2 T 8, 44

50 e, portanto, T 7 + T 8 = 2as 2 (α t α ψ 2) + 2as 2 ( α t α ψ 2). (3.92) Ainda temos que T 9 = a( ψψ t + ψψ t ) (3.93) = a ( ψψ t + ψψ t ) + a( ψ ψ t + ψ ψ t ), e T 1 = ibsα t ( ψψ ψψ) = ibs (α t ( ψψ ψψ) ) + ibs α t ( ψψ ψψ). (3.94) Para T 11, segue que T 11 = 2s( ψ( α ψ) + ψ( α ψ)) (3.95) = s ( ψ( α ψ) + ψ( α ψ) ) 2s( α) ψ 2. Para T 12 e T 13 deduzimos, T 12 = s α( ψψ + ψψ) = s (( α)( ψψ + ψψ)) s ( α) ( ψψ + ψψ) (3.96) 2s( α) ψ 2 e T 13 = as 2 α 2 (ψψ t + ψψ t ) = as 2 α 2 ψ 2 t = as 2 ( α 2 ψ 2 ) t + 2as 2 α α t ψ 2. (3.97) Para finalizar, T 15 2 = 2s 3 ( α 2 α ψ 2) 2s 3 ( α 2 α ψ 2) donde T 15 2 T 16, T 15 + T 16 = 2s 3 ( α 2 α ψ 2) 2s 3 ( α 2 α ψ 2). (3.98) 45

51 Por ( )-( c6 3.98), obtemos a seguinte identidade: I 1 ψi 2 ψ + I 1 ψi 2 ψ = [ ibs α(ψψ t ψ t ψ) 2as 2 α t α ψ 2 a( ψψ t + ψψ t ) ibsα t ( ψψ ψψ) + s( ψ( α ψ) + ψ( α ψ) + α( ψψ + ψψ)) + 2 s 3 α 2 α ψ 2] + [ b 2 sα t ψ 2 + ibs ( ( α ψ)ψ ( α ψ)ψ ) + a 2 sα t ψ 2 as 2 α 2 ψ 2] t (3.99) b 2 sα tt ψ 2 + 2ibs α t ( ψψ ψψ) a 2 sα tt ψ 2 + 4as 2 ( α t α) ψ 2 + a( ψ ψ t + ψ ψ t ) 4s( α) ψ 2 s ( α) ( ψψ + ψψ) 2s 3 ( α 2 α) ψ 2, em que simplesmente escreveremos ( I1 ψi 2 ψ + I 1 ψi 1 ψ ) = H 1 + (H 2 ) t 8 + K j, (3.1) em que H 1 representa todos os termos em que a divergência está aplicada, H 2 todos os termos que a derivação com respeito ao tempo está aplicada, e K j representa o j-ésimo termo seguinte. Por ( 3.61) alpha1 segue que Para K 2, temos que j=1 K 1 CT 2 sξ 3 ψ 2. (3.11) 19 K 2 = 2ibs α t ( ψψ ψψ) = 2ibs T 2t t(t t) ξλ η ( ψψ ψψ). (3.12) Consequentemente K 2 CT 3 sλξ 2 ψ ψ Csλξ ψ 2 + Csλξ 3 ψ 2. (3.13) Novamente por ( 3.61), alpha1 K 3 CT 2 sξ 3 ψ 2. (3.14) Para o termo K 4 obtemos K 4 = 2as 2 ξ 2 ( α t α) v 2 = 2as 2 ξ 2 λ 2 T 2t t(t t) η 2 ψ 2, 46

52 concluindo que K 4 Cs 2 λ 2 T 3 ξ 3 ψ 2. (3.15) Analizando K 6 temos K 6 = 4s( α) ψ 2 = 4sλ 2 η 2 ξ ψ 2 + 4sλ η ξ ψ 2 = K 61 + K 62. Notemos que K 61 nos forenecerá a integral em de ψ 2 que se encontra do lado esquerdo da desigualdade ( 3.83). carlemanc Por outro lado K 62 = 4sλ η ξ ψ 2 Csλξ ψ 2. (3.16) Para K 7 obtemos K 7 = s ( α) ( ψψ + ψψ) = sλ 3 ξ η 2 η ( ψψ + ψψ) + sλ 2 ξ η 2 ( ψψ + ψψ) (3.17) + sλξ ( η ) ( ψψ + ψψ) + sλ 2 ξ η η ( ψψ + ψψ) e para λ 1, obtemos que K 7 Csλ 3 ξ ψ ψ Cλ 2 ψ 2 + Cs 2 λ 4 ξ 2 ψ 2 Cλ 2 T 2 ξ ψ 2 + CT 2 s 2 λ 4 ξ 3 ψ 2. (3.18) Finalmente, para o termo K 8 temos K 8 = 2s 3 ( α 2 α) ψ 2 = 4s 3 λ 4 ξ 3 η 4 ψ 2 + 2s 3 λ 3 ξ 3 η η ψ 2 = K 81 + K 82. (3.19) Notemos que K 81 nos forenecerá a integral em de ψ 2 que se encontra do lado esquerdo da desigualdade ( 3.83), carlemanc mais ainda K 82 Cs 3 λ 3 ξ 3 ψ 2. (3.11)

53 Integrando ( 3.99) 11 em obtemos ( I1 ψi 2 ψ + I 1 ψi 2 ψ ) dxdt s ( ψ( α ψ) + ψ( α ψ) ) νdσ Σ + F ψ (3.111) em que F ψ = n j=1 Por ( 3.11)-( ), 111 e utilizando o fato que K 5 dxdt = a K j dxdt. d dt ψ 2 dxdt =, obtemos, por procedimento inteiramente análoago ao do caso real, que F ψ sλ 2 ξ ψ 2 dxdt + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt (3.112) sλ 2 ξ ψ 2 dxdt s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt. ω (,T ) ω (,T ) Considerando ( ) temos, pelo mesmo arugmento usado para obter ( ), que ψ n s e, portanto Σ ( ) η 2 ψ( α ψ) + ψ( α ψ) νdσ = 2sλ Σ n ξ ψ n dσ (3.113) Assim, por ( 3.111),( ) 115 e ( 3.113) 114 conseguimos obter I 1 ψ 2 + I 2 ψ 2 + sλ 2 ξ ψ 2 dxdt + s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt (3.114) ( C sλ 2 ξ ψ 2 dxdt + ω (,T ) ω (,T ) s 3 λ 4 ξ 3 ψ 2 dxdt + g 2 ). De forma inteiramente análoga ao caso real, podemos acrescentar as integrais em dos termos ψ t 2 e ψ 2, remover o termo local de ψ 2 e ainda voltar a variável original. 3.3 Considerações finais e problemas em aberto Em se tratando do caso complexo, existem interessantes problemas que podemos tratar de maneira similar ao que fizemos na seção anterior e outros que ainda não possuem uma resposta. 48

54 Sistema Parabólico Geral Linear: Usando as mesmas técnicas de 3 [9], é possível encontrar uma estimativa Carleman para o seguinte sistema: (a ib)ϕ t ϕ B(x, t) ϕ + a(x, t)ϕ = em, ϕ = sobre Σ, ϕ(t ) = ϕ em Ω, com a L () e B L () N. Isto nos permite obter uma desigualdade de observabilidade e, portanto, controlabilidade nula para o problema (a + ib)y t y + (yb(x, t)) + a(x, t)y = v1 O em, y = sobre Σ, y() = y em Ω. Condições de Fronteira: Seria possível obter controlabilidade nula para o problema (a + ib)y t y = v1 ω em, y + a(x, t)y = n sobre Σ, y() = y em Ω, em que a L (Σ) e y L 2 (Ω, C)? Esta é uma questão em aberto. Controle na Fronteira: Outra questão interessante e ainda sem resposta é sobre a controlabilidade do seguinte sistema: (a + ib)y t y = em, y = v1 γ sobre Σ, y() = y em Ω, em que o controle atua na fronteira (ou em parte dela). Importante salientar que para o caso real,todos estes resultados ja são conhecidos (ver 3 [9]). Equação de Schrodinger: Em ( 26 [16]) Lebeau provou que para estudarmos a controlabilidade exata para a equação de Schrödinger, uma condição geométrica é requirida. Tal condição pode ser formulada exigindo que os raios que se propagam dentro de Ω que rebatem em sua fronteira atingem ω em um tempo T finito. 49

55 É possível obter uma versão da desigualdade de Carleman dada por 116 Lema 3.3. Existe um λ >, s > tal que para todo λ λ e s s temos, a seguinte desigualdade é válida: sλ e 2sϕ q 2 )dxdt + s 3 λ 4 e 2sϕ q 2 dxdt ( C e 2sϕ iq t + q 2 dxdt + s 3 λ 4 para toda q C 2 (, C) com q = em Σ. Γ (,T ) e 2sα θ q ) ν 2 dσdt No lema acima temos que ϕ(x, t) = β eλψ(x) (T t)(t + t), θ(x, t) = e λψ(x) (T t)(t + t), e ainda existe x R n, tal que Γ {x Ω : (x x ν )}. Com esta desigualdade, é possível obter controlabilidade nula para o problema iy t y = em, y = v1 γ sobre Σ, y() = y em Ω. Em outros termos, para o caso da equação de Schrödinger, é possível obter uma desigualdade de Carleman que resulte em controlabilidade nula com controle na fronteira. Entretanto, este resultado de controlabilidade nos garante uma (3.115) schf controlabilidade com controle distribuido, ou seja, considerando o problema iy t y = v1 ω em, y = sobre Σ, (3.116) schf y() = y em Ω, em que ω é um aberto que satisfaz uma condição geométrica que mencionamos acima. Consideremos Ω 1 um novo domínio de tal forma que Ω 1 ω e que exista x 1 R n tal que {x R n : (x x 1 ) ν > } Ω 1 ω. 5

56 Alguns cálculos são necessários, mas a idéia é controlar nesse pedaço da fronteira de Ω 1 contido em ω e depois estender a solução para todo o Ω obtendo assim um controle distribuído que garante a controlabilidade nula. Da mesma forma feita no trabalho, poderíamos pensar em obter uma desigualdade global de Carleman distribuída de modo a obtermos a controlabilidade nula por meio dela, entretanto o fato que na equação de Scrhödinger o coeficiente é um número imaginário puro realmente gera muita dificuldade técnica. Podemos ser levados a pensar que na demostração da desigualdade de Carleman para o problema complexo que fizemos, poderíamos ter simplesmente ter considerado a = nos cálculos que tudo se comportaria da mesma forma. No entanto se observarmos a decomposição ( 3.84), c1 se considerarmos a = teriamos que adicionar os termos envolverdo ψ t 2 e ψ 2 apenas com a equação I 1 ψ o que não é possível. Na verdade, esta desigualdade para a equação de Scrhödinger é um problema em aberto. 51

Desigualdade de Carleman e Controlabilidade Nula para uma EDP com Coeficientes Complexos

Desigualdade de Carleman e Controlabilidade Nula para uma EDP com Coeficientes Complexos Desigualdade de Carleman e Controlabilidade Nula para uma EDP com Coeficientes Complexos por Maurício Cardoso Santos sob orientação de Prof. Dr. Fágner Dias Araruna (UFPB) Dissertação apresentada ao Corpo

Leia mais

Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018

Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018 Lista 8 de Análise Funcional - Doutorado 2018 Professor Marcos Leandro 17 de Junho de 2018 1. Sejam M um subespaço de um espaço de Hilbert H e f M. Mostre que f admite uma única extensão para H preservando

Leia mais

Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas.

Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas. Capítulo 2 Espaços de Banach Faremos aqui uma introdução aos espaços de Banach e as diferentes topologías que se podem definir nelas. 2.1 Espaços métricos O conceito de espaço métrico é um dos conceitos

Leia mais

Parte II. Análise funcional II

Parte II. Análise funcional II Parte II Análise funcional II 12 Capítulo 5 Produto de Operadores. Operadores inversos Neste capítulo vamos introduzir a noção de produto de operadores assim como a de operador invertível. Para tal precisamos

Leia mais

Controlabilidade Finito-Aproximada e Nula para a Equação do Calor Semilinear

Controlabilidade Finito-Aproximada e Nula para a Equação do Calor Semilinear Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Controlabilidade Finito-Aproximada e Nula para a Equação

Leia mais

Desigualdade de Carleman para Controlabilidade Exata e Problema Inverso

Desigualdade de Carleman para Controlabilidade Exata e Problema Inverso Desigualdade de Carleman para Equação da Onda e Aplicações à Controlabilidade Exata e Problema Inverso por Elizabeth Lacerda Gomes sob orientação do Prof. Dr. Fágner Dias Araruna UFPB Dissertação apresentada

Leia mais

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que

O Teorema de Peano. f : D R n. uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e uma função ϕ : I R n tais que O Teorema de Peano Equações de primeira ordem Seja D um conjunto aberto de R R n, e seja f : D R n (t, x) f(t, x) uma função contínua. Vamos considerar o seguinte problema: Encontrar um intervalo I R e

Leia mais

Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período Professor: João Marcos do Ó. { 0 se j = 1 y j = (j 1) 1 x j 1 se j 2.

Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período Professor: João Marcos do Ó. { 0 se j = 1 y j = (j 1) 1 x j 1 se j 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA Quinta lista de Exercícios - Análise Funcional, período 2009.2. Professor:

Leia mais

Topologia. Fernando Silva. (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) 13-agosto-2018

Topologia. Fernando Silva. (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) 13-agosto-2018 Topologia (Licenciatura em Matemática, 2007/2008) Fernando Silva 13-agosto-2018 A última revisão deste texto está disponível em http://webpages.fc.ul.pt/~fasilva/top/ Este texto é uma revisão do texto

Leia mais

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ PARA MEDIDAS DANIEL V. TAUSK Ao longo do texto, denotará sempre um espaço topológico fixado. Além do mais, as seguintes notações serão utilizadas: supp f denota o suporte

Leia mais

Começamos relembrando o conceito de base de um espaço vetorial. x = λ 1 x λ r x r. (1.1)

Começamos relembrando o conceito de base de um espaço vetorial. x = λ 1 x λ r x r. (1.1) CAPÍTULO 1 Espaços Normados Em princípio, os espaços que consideraremos neste texto são espaços de funções. Isso significa que quase todos os nossos exemplos serão espaços vetoriais de dimensão infinita.

Leia mais

A Projeção e seu Potencial

A Projeção e seu Potencial A Projeção e seu Potencial Rolci Cipolatti Departamento de Métodos Matemáticos Instituto de Matemática, Universidade Federal do Rio de Janeiro C.P. 68530, Rio de Janeiro, Brasil e-mail: cipolatti@im.ufrj.br

Leia mais

d(t x, Ty) = d(x, y), x, y X.

d(t x, Ty) = d(x, y), x, y X. Capítulo 6 Espaços duais 6.1 Preliminares A análise funcional foi nos seus primórdios o estudo de funcionais. Assim, nos dias de hoje um princípio fundamental da análise funcional é a investigação de espaços

Leia mais

3 Apresentação do processo e resultados preliminares

3 Apresentação do processo e resultados preliminares 3 Apresentação do processo e resultados preliminares O Capitulo 1 dá a ferramenta para construir uma cadeia de Markov a tempo contínuo, a partir de uma cadeia de Markov a tempo discreto. Agora, queremos

Leia mais

SMA 5878 Análise Funcional II

SMA 5878 Análise Funcional II SMA 5878 Análise Funcional II Alexandre Nolasco de Carvalho Departamento de Matemática Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação Universidade de São Paulo 16 de Março de 2017 Objetivos da Disciplina

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Instituto de Matemática e Estatística

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Instituto de Matemática e Estatística UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Instituto de Matemática e Estatística Controlabilidade do sistema N-dimensional de Navier-Stokes com N-1 controles escalares Dany Nina Huaman Dissertação submetida ao Corpo

Leia mais

Continuidade de processos gaussianos

Continuidade de processos gaussianos Continuidade de processos gaussianos Roberto Imbuzeiro Oliveira April, 008 Abstract 1 Intrudução Suponha que T é um certo conjunto de índices e c : T T R é uma função dada. Pergunta 1. Existe uma coleção

Leia mais

Notas de Aula. Análise Funcional

Notas de Aula. Análise Funcional Notas de Aula Análise Funcional Rodney Josué Biezuner 1 Departamento de Matemática Instituto de Ciências Exatas (ICEx) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Notas de aula do curso Análise Funcional

Leia mais

Mini Curso. O Lema de Lax-Milgram e Aplicações

Mini Curso. O Lema de Lax-Milgram e Aplicações Goiânia, 07 a 10 de outubro Mini Curso O Lema de Lax-Milgram e Aplicações Prof. Dr. Maurílio Márcio Melo - IME/UFG O LEMA DE LAX-MILGRAM E APLICAÇÕES MELO,M.M. 1. Introdução O principal objetivo destas

Leia mais

SEILA BARBOSA DE LIMA. Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Maringá. Mestrado em Ciências Matemáticas

SEILA BARBOSA DE LIMA. Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Maringá. Mestrado em Ciências Matemáticas EXISTÊNCIA, UNICIDADE E DECAIMENTO DE SOLUÇÕES DE UMA EQUAÇÃO NÃO LINEAR SOBRE UMA VARIEDADE SEILA BARBOSA DE LIMA Centro de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Maringá Mestrado em Ciências Matemáticas

Leia mais

O Espaço dos Operadores Compactos

O Espaço dos Operadores Compactos O Espaço dos Operadores Compactos Willian Versolati França Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Matemática, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

Leia mais

= f(0) D2 f 0 (x, x) + o( x 2 )

= f(0) D2 f 0 (x, x) + o( x 2 ) 6 a aula, 26-04-2007 Formas Quadráticas Suponhamos que 0 é um ponto crítico duma função suave f : U R definida sobre um aberto U R n. O desenvolvimento de Taylor de segunda ordem da função f em 0 permite-nos

Leia mais

Um espaço métrico incompleto 1

Um espaço métrico incompleto 1 Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência anos c Publicação Eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit Um espaço métrico incompleto

Leia mais

Convergência em espaços normados

Convergência em espaços normados Chapter 1 Convergência em espaços normados Neste capítulo vamos abordar diferentes tipos de convergência em espaços normados. Já sabemos da análise matemática e não só, de diferentes tipos de convergência

Leia mais

i : V W V W é o produto tensorial de V e W se, ao considerarmos um outro espaço vetorial U sobre o mesmo corpo K e B também uma aplicação bilinear:

i : V W V W é o produto tensorial de V e W se, ao considerarmos um outro espaço vetorial U sobre o mesmo corpo K e B também uma aplicação bilinear: 3 Produto Tensorial Sistemas quânticos individuais podem interagir para formarem sistemas quânticos compostos. Existe um postulado em Mecânica Quântica que descreve como o espaço de estados do sistema

Leia mais

Decaimento Exponencial para uma Classe de Operadores Parabólicos que podem Degenerar

Decaimento Exponencial para uma Classe de Operadores Parabólicos que podem Degenerar UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA (Mestrado) AMANDA ANGÉLICA FELTRIN NUNES Decaimento Exponencial para uma Classe

Leia mais

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais:

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: Espaços Euclidianos Espaços R n O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: R n = {(x 1,..., x n ) : x 1,..., x n R}. R 1 é simplesmente o conjunto R dos números

Leia mais

Decaimento da Energia de Placas Termoelásticas Linear

Decaimento da Energia de Placas Termoelásticas Linear Sumário Decaimento da Energia de Placas Termoelásticas Linear com memória PEDRO GAMBOA ROMERO Instituto de Matemáticas. Universidade Federal do Rio de Janeiro Av. Brigadeiro Trompowski s/n.caixa Postal

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência V. Araújo Mestrado em Matemática, UFBA, 2014 1 Modos de convergência Modos de convergência Neste ponto já conhecemos quatro modos de convergência

Leia mais

Física Matemática II: Notas de aula

Física Matemática II: Notas de aula Física Matemática II: Notas de aula Rafael Sussumu Y. Miada Nessas notas, faremos uma introdução à teoria dos espaços métricos e normados, e aos operadores lineares em espaços normados. Os resultados obtidos

Leia mais

Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov

Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov Cap. 5 Estabilidade de Lyapunov 1 Motivação Considere as equações diferenciais que modelam o oscilador harmônico sem amortecimento e sem força aplicada, dada por: M z + Kz = 0 Escolhendo-se x 1 = z e x

Leia mais

Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno. André Arbex Hallack

Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno. André Arbex Hallack Noções (básicas) de Topologia Geral, espaços métricos, espaços normados e espaços com produto interno André Arbex Hallack Setembro/2011 Introdução O presente texto surgiu para dar suporte a um Seminário

Leia mais

ORDINÁRIAS. Víctor Arturo Martínez León

ORDINÁRIAS. Víctor Arturo Martínez León INTRODUÇÃO ÀS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS Víctor Arturo Martínez León September 3, 2017 Súmario 1 Equações diferenciais lineares de primeira ordem 2 2 Equações diferenciais lineares de segundo ordem

Leia mais

Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento

Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA APLICADA Comportamento Assintótico de uma Equação de Onda Não-linear com Amortecimento Cleber de Medeira CURITIBA-PR

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência Teoria da Medida e Integração (MAT505) Modos de convergência. V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia Mestrado em Matemática, UFBA, 2014 Modos de convergência

Leia mais

Produtos de potências racionais. números primos.

Produtos de potências racionais. números primos. MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA n o 4 Dezembro/2006 pp. 23 3 Produtos de potências racionais de números primos Mário B. Matos e Mário C. Matos INTRODUÇÃO Um dos conceitos mais simples é o de número natural e

Leia mais

de modo que γ (t) 2 = 3e t. Pelo Proposição 6.3, γ é retificável no intervalo [0, T], para cada T > 0 e lim γ (t) 2 dt = 3, )) se t 0 0 se t = 0

de modo que γ (t) 2 = 3e t. Pelo Proposição 6.3, γ é retificável no intervalo [0, T], para cada T > 0 e lim γ (t) 2 dt = 3, )) se t 0 0 se t = 0 Solução dos Exercícios Capítulo 6 Exercício 6.1: Seja γ: [, + [ R 3 definida por γ(t) = (e t cos t, e t sen t, e t ). Mostre que γ é retificável e calcule seu comprimento. Solução: γ é curva de classe

Leia mais

Teoremas fundamentais dos espaços normados

Teoremas fundamentais dos espaços normados Capítulo 9 Teoremas fundamentais dos espaços normados 9.1 Teorema de Hahn-Banach O próximo teorema, conhecido como teorema de Hahn-Banach, é uma generalização do Teorema 4.12, o qual, recordamos para conveniência

Leia mais

Construção dos Números Reais

Construção dos Números Reais 1 Universidade de Brasília Departamento de Matemática Construção dos Números Reais Célio W. Manzi Alvarenga Sumário 1 Seqüências de números racionais 1 2 Pares de Cauchy 2 3 Um problema 4 4 Comparação

Leia mais

Sistemas de Equações Diferenciais Lineares

Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Capítulo 9 Sistemas de Equações Diferenciais Lineares Agora, estamos interessados em estudar sistemas de equações diferenciais lineares de primeira ordem: Definição 36. Um sistema da linear da forma x

Leia mais

CONTROLABILIDADE EXATA NA FRONTEIRA DA EQUAÇÃO DA ONDA SEMILINEAR. Marieli Musial

CONTROLABILIDADE EXATA NA FRONTEIRA DA EQUAÇÃO DA ONDA SEMILINEAR. Marieli Musial CONTROLABILIDADE EXATA NA FRONTEIRA DA EQUAÇÃO DA ONDA SEMILINEAR Marieli Musial Centro de Ciências Exatas Universidade Estadual de Maringá Programa de Pós-Graduação em Matemática (Mestrado) Orientador:

Leia mais

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R.

Lista 4. Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam sobre séries, funções contínuas e funções diferenciáveis em R. UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM095 - Análise I Prof José Carlos Eidam Lista 4 INSTRUÇÕES Esta lista, de entrega facultativa, tem três partes e seus exercícios versam

Leia mais

Operadores em espaços normados

Operadores em espaços normados Capítulo 7 Operadores em espaços normados Neste capítulo vamos introduzir uma série de operadores em espaços normados os quais são muito úteis, nomeadamente, na resolução de equações envolvendo operadores.

Leia mais

Teoria Escalar da Difração

Teoria Escalar da Difração Teoria Escalar da Difração Em óptica geométrica, o comprimento de onda da luz é desprezível e os raios de luz não contornam obstáculos, mas propagam-se sempre em linha reta. A difração acontece quando

Leia mais

f(x) = max{f 1 (x),..., f k (x)}. a + b + a b, a, b R., f 2 (x) =

f(x) = max{f 1 (x),..., f k (x)}. a + b + a b, a, b R., f 2 (x) = Solução dos Exercícios Capítulo 4 Exercício 4.1: Sejam f 1 e f 2 duas funções de R n em R e considere g: R n R definida por g(x) = max{f 1 (x), f 2 (x)}. Prove se verdadeira ou dê contra-exemplo se falsa:

Leia mais

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula

MAT Cálculo Avançado - Notas de Aula bola fechada de centro a e raio r: B r [a] = {p X d(p, a) r} MAT5711 - Cálculo Avançado - Notas de Aula 2 de março de 2010 1 ESPAÇOS MÉTRICOS Definição 11 Um espaço métrico é um par (X, d), onde X é um

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula João Roberto Gerônimo 1 1 Professor Associado do Departamento de Matemática da UEM. E-mail: jrgeronimo@uem.br. ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO Esta notas de aula

Leia mais

Notas de Análise Real. Jonas Renan Moreira Gomes

Notas de Análise Real. Jonas Renan Moreira Gomes Notas de Análise Real Jonas Renan Moreira Gomes 6 de novembro de 2008 ii Sumário 1 Séries de Fourier 1 1.1 Produto Hermitiano......................... 1 1.1.1 Definições........................... 1 1.1.2

Leia mais

Lista 1 - Cálculo Numérico - Zeros de funções

Lista 1 - Cálculo Numérico - Zeros de funções Lista 1 - Cálculo Numérico - Zeros de funções 1.) De acordo com o teorema de Bolzano, se uma função contínua f(x) assume valores de sinais opostos nos pontos extremos do intervalo [a, b], isto é se f(a)

Leia mais

1 Álgebra linear matricial

1 Álgebra linear matricial MTM510019 Métodos Computacionais de Otimização 2018.2 1 Álgebra linear matricial Revisão Um vetor x R n será representado por um vetor coluna x 1 x 2 x =., x n enquanto o transposto de x corresponde a

Leia mais

O teorema do ponto fixo de Banach e algumas aplicações

O teorema do ponto fixo de Banach e algumas aplicações O teorema do ponto fixo de Banach e algumas aplicações Andressa Fernanda Ost 1, André Vicente 2 1 Acadêmica do Curso de Matemática - Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas - Universidade Estadual do

Leia mais

Topologia do espaço Euclidiano

Topologia do espaço Euclidiano Capítulo 1 Topologia do espaço Euclidiano 1 O espaço vetorial R n iguais a R: Seja n N. O espaço euclidiano n dimensional é o produto cartesiano de n fatores R n = R R R }{{} n cópias Os pontos de R n

Leia mais

Compacidade de conjuntos e operadores lineares

Compacidade de conjuntos e operadores lineares Compacidade de conjuntos e operadores lineares Roberto Imbuzeiro Oliveira 13 de Janeiro de 2010 No que segue, F = R ou C e (X, X ), (Y, Y ) são Banach sobre F. Recordamos que um operador linear T : X Y

Leia mais

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes Notas Sobre Sequências e Séries 2015 Alexandre Fernandes Limite de seqüências Definição. Uma seq. (s n ) converge para a R, ou a R é limite de (s n ), se para cada ɛ > 0 existe n 0 N tal que s n a < ɛ

Leia mais

Manoel Lucival da Silva Oliveira

Manoel Lucival da Silva Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE MESTRADO EM MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA Manoel Lucival da Silva Oliveira EQUAÇÃO NÃO LINEAR DA VIGA COM DISSIPAÇÃO INTERNA

Leia mais

Existência de Solução Global e Taxas de Decaimento para uma Equação de Placas Semilinear em R n

Existência de Solução Global e Taxas de Decaimento para uma Equação de Placas Semilinear em R n Existência de Solução Global e Taxas de Decaimento para uma Equação de Placas Semilinear em R n Cleverson Roberto da Luz Universidade Federal do Rio de Janeiro-Instituto de Matemática 21945-97, CT, Ilha

Leia mais

Apostila Minicurso SEMAT XXVII

Apostila Minicurso SEMAT XXVII Apostila Minicurso SEMAT XXVII Título do Minicurso: Estrutura algébrica dos germes de funções Autores: Amanda Monteiro, Daniel Silva costa Ferreira e Plínio Gabriel Sicuti Orientadora: Prof a. Dr a. Michelle

Leia mais

controlabilidade exata na fronteira para o sistema de bresse e controlabilidade exato-aproximada interna para o sistema de bresse termoelástico

controlabilidade exata na fronteira para o sistema de bresse e controlabilidade exato-aproximada interna para o sistema de bresse termoelástico controlabilidade exata na fronteira para o sistema de bresse e controlabilidade exato-aproximada interna para o sistema de bresse termoelástico Juliano de Andrade Centro de Ciências Exatas Universidade

Leia mais

Noções de Álgebra Linear

Noções de Álgebra Linear Noções de Álgebra Linear 1. Espaços vetoriais lineares 1.1. Coordenadas 2. Operadores lineares 3. Subespaços fundamentais 4. Espaços normados 5. Espaços métricos 6. Espaços de Banach 7. Espaços de Hilbert

Leia mais

A forma canônica de Jordan

A forma canônica de Jordan A forma canônica de Jordan 1 Matrizes e espaços vetoriais Definição: Sejam A e B matrizes quadradas de orden n sobre um corpo arbitrário X. Dizemos que A é semelhante a B em X (A B) se existe uma matriz

Leia mais

Professor João Soares 20 de Setembro de 2004

Professor João Soares 20 de Setembro de 2004 Teoria de Optimização (Mestrado em Matemática) Texto de Apoio 2A Universidade de Coimbra 57 páginas Professor João Soares 20 de Setembro de 2004 Optimização Linear Considere o problema (1) abaixo, que

Leia mais

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Matemática. José Luis Arrué Reyes

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Matemática. José Luis Arrué Reyes Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Matemática José Luis Arrué Reyes Controlabilidade exata das trajetórias da equação de Korteweg-de Vries em um domínio limitado Dissertação Orientador:

Leia mais

Um Estudo Sobre Espaços Vetoriais Simpléticos

Um Estudo Sobre Espaços Vetoriais Simpléticos Um Estudo Sobre Espaços Vetoriais Simpléticos Fabiano Borges da Silva Lívia T. Minami Borges 28 de novembro de 2015 Resumo O presente artigo estuda de maneira detalhada espaços vetoriais que possuem uma

Leia mais

3 AULA. Séries de Números Reais LIVRO. META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais.

3 AULA. Séries de Números Reais LIVRO. META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais. LIVRO Séries de Números Reais META Representar funções como somas de séries infinitas. OBJETIVOS Calcular somas de infinitos números reais. PRÉ-REQUISITOS Seqüências (Aula 02). Séries de Números Reais.

Leia mais

2 A métrica de Sasaki

2 A métrica de Sasaki 2 A métrica de Sasaki Para dar inicio ao estudo do fluxo geodésico em variedades de curvatura negativa ou sem pontos conjugados é preciso definir alguns conceitos básicos. O sistema de equações diferenciais

Leia mais

Campos hamiltonianos e primeiro grupo de cohomologia de De Rham.

Campos hamiltonianos e primeiro grupo de cohomologia de De Rham. Campos hamiltonianos e primeiro grupo de cohomologia de De Rham. Ronaldo J. S. Ferreira e Fabiano B. da Silva 18 de novembro de 2015 Resumo Neste trabalho vamos explorar quando um campo vetorial simplético

Leia mais

Existência e Taxas de Decaimento para uma Equação Semilinear de Segunda Ordem com Derivadas Fracionárias

Existência e Taxas de Decaimento para uma Equação Semilinear de Segunda Ordem com Derivadas Fracionárias Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Pós-Graduação em Matemática Pura e Aplicada Existência e Taxas de Decaimento para uma Equação Semilinear de Segunda Ordem com Derivadas Fracionárias Claunei

Leia mais

Cap.2. Representação de Estado e Controlabilidade

Cap.2. Representação de Estado e Controlabilidade Cap.2. Representação de Estado e Controlabilidade Visão geral do capítulo Neste capítulo trataremos o problema da controlabilidade de sistemas lineares invariantes no tempo. Faremos antes uma breve revisão

Leia mais

Então (τ x, ) é um conjunto dirigido e se tomarmos x U U, para cada U vizinhança de x, então (x U ) U I é uma rede em X.

Então (τ x, ) é um conjunto dirigido e se tomarmos x U U, para cada U vizinhança de x, então (x U ) U I é uma rede em X. 1. Redes Quando trabalhamos no R n, podemos testar várias propriedades de um conjunto A usando seqüências. Por exemplo: se A = A, se A é compacto, ou se a função f : R n R m é contínua. Mas, em espaços

Leia mais

Unidade 5 - Subespaços vetoriais. A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa. 10 de agosto de 2013

Unidade 5 - Subespaços vetoriais. A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa. 10 de agosto de 2013 MA33 - Introdução à Álgebra Linear Unidade 5 - Subespaços vetoriais A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa PROFMAT - SBM 10 de agosto de 2013 Às vezes, é necessário detectar, dentro

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA. Medida e Probabilidade

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA. Medida e Probabilidade UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA Medida e Probabilidade Aluno: Daniel Cassimiro Carneiro da Cunha Professor: Andre Toom 1 Resumo Este trabalho contem um resumo dos principais

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA MESTRADO EM MATEMÁTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA MESTRADO EM MATEMÁTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA MESTRADO EM MATEMÁTICA Controle Hierárquico para uma Equação da Onda via Estratégia de Stackelberg - Nash Bruno

Leia mais

II. REVISÃO DE FUNDAMENTOS

II. REVISÃO DE FUNDAMENTOS INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA-AERONÁUTICA MPS-43: SISTEMAS DE CONTROLE II. REVISÃO DE FUNDAMENTOS Prof. Davi Antônio dos Santos (davists@ita.br) Departamento de Mecatrônica

Leia mais

A DEFINIÇÃO AXIOMÁTICA DO CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS.

A DEFINIÇÃO AXIOMÁTICA DO CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS. A DEFINIÇÃO AXIOMÁTICA DO CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS. SANDRO MARCOS GUZZO RESUMO. A construção dos conjuntos numéricos é um assunto clássico na matemática, bem como o estudo das propriedades das operações

Leia mais

O Teorema de Radon-Nikodým

O Teorema de Radon-Nikodým Universidade stadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência c Publicação eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit O Teorema de Radon-Nikodým

Leia mais

Teorema Do Ponto Fixo Para Contrações 1

Teorema Do Ponto Fixo Para Contrações 1 Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 20 anos c Publicação Eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit Teorema Do Ponto Fixo

Leia mais

Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais

Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais Exercícios de topologia geral, espaços métricos e espaços vetoriais 9 de Dezembro de 2009 Resumo O material nestas notas serve como revisão e treino para o curso. Estudantes que nunca tenham estudado estes

Leia mais

Controlabilidade Exata na Fronteira e Fórmula de Reconstrução para Equação Viscoelástica

Controlabilidade Exata na Fronteira e Fórmula de Reconstrução para Equação Viscoelástica CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA Controlabilidade Exata na Fronteira e Fórmula de Reconstrução para Equação Viscoelástica Vinicius Araujo Peralta LONDRINA - PR 21 UNIVERSIDADE ESTADUAL

Leia mais

TEOREMAS CLÁSSICOS DE ANÁLISE APLICADOS AO ESPAÇO C(K; R m )

TEOREMAS CLÁSSICOS DE ANÁLISE APLICADOS AO ESPAÇO C(K; R m ) UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ COLEGIADO DE MATEMÁTICA CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA RAFAELA GOVEIA BRITO TEOREMAS CLÁSSICOS DE ANÁLISE APLICADOS AO ESPAÇO C(K; R m ) MACAPÁ - AP 216 RAFAELA GOVEIA

Leia mais

Probabilidade de Ruína e Processos de Lévy α-estáveis

Probabilidade de Ruína e Processos de Lévy α-estáveis Apresentação Probabilidade de Ruína e Processos de Lévy α-estáveis Universidade de São Paulo IME - USP 08 de abril, 2010 Apresentação Distribuições Estáveis e Processos de Lévy α-estáveis Convergência

Leia mais

1. Não temos um espaço vetorial, pois a seguinte propriedade (a + b) v = a v + b v não vale. De fato:

1. Não temos um espaço vetorial, pois a seguinte propriedade (a + b) v = a v + b v não vale. De fato: Sumário No que se segue, C, R, Q, Z, N denotam respectivamente, o conjunto dos números complexos, reais, racionais, inteiros e naturais. Denotaremos por I (ou id) End(V ) a função identidade do espaço

Leia mais

Propriedades assintóticas das soluções de. modelos de placas dissipativos com efeito. de inércia rotacional em domínio exterior

Propriedades assintóticas das soluções de. modelos de placas dissipativos com efeito. de inércia rotacional em domínio exterior Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Pós-Graduação em Matemática e Computação Científica Propriedades assintóticas das soluções de modelos de placas dissipativos com efeito de inércia rotacional

Leia mais

este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0)

este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0) este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0) vetor vetor Teoria Quântica de Campos II 39 estamos generalizando

Leia mais

Introduzir os conceitos de base e dimensão de um espaço vetorial. distinguir entre espaços vetoriais de dimensão fnita e infinita;

Introduzir os conceitos de base e dimensão de um espaço vetorial. distinguir entre espaços vetoriais de dimensão fnita e infinita; META Introduzir os conceitos de base e dimensão de um espaço vetorial. OBJETIVOS Ao fim da aula os alunos deverão ser capazes de: distinguir entre espaços vetoriais de dimensão fnita e infinita; determinar

Leia mais

Cap. 3 - Observabilidade e desacoplamento da Saída

Cap. 3 - Observabilidade e desacoplamento da Saída Cap. 3 - Observabilidade e desacoplamento da Saída Visão geral do capítulo No capítulo 2 mostramos que a controlabilidade está relacionada com o menor subespaço A-invariante que contém a imagem de B. Mostramos

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Instituto de Matemática. Alguns aspectos teóricos sobre um sistema termo-elástico não linear

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Instituto de Matemática. Alguns aspectos teóricos sobre um sistema termo-elástico não linear UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Instituto de Matemática Alguns aspectos teóricos sobre um sistema termo-elástico não linear Patricia Hilario Tacuri Dissertação submetida ao Corpo Docente do Instituto de

Leia mais

Cálculo avançado. 1 TOPOLOGIA DO R n LISTA DE EXERCÍCIOS

Cálculo avançado. 1 TOPOLOGIA DO R n LISTA DE EXERCÍCIOS LISTA DE EXERCÍCIOS Cálculo avançado 1 TOPOLOGIA DO R n 1. Considere o produto interno usual, no R n. ostre que para toda aplicação linear f : R n R existe um único vetor y R n tal que f (x) = x, y para

Leia mais

c + 1+t 2 (1 + t 2 ) 5/2 dt e 5 2 ln(1+t2 )dt (1 + t 2 ) 5/2 dt (c 5/2 + (1 + t 2 ) 5/2 (1 + t 2 ) 5/2 dt ϕ(t) = (1 + t 2 ) 5/2 (1 + t).

c + 1+t 2 (1 + t 2 ) 5/2 dt e 5 2 ln(1+t2 )dt (1 + t 2 ) 5/2 dt (c 5/2 + (1 + t 2 ) 5/2 (1 + t 2 ) 5/2 dt ϕ(t) = (1 + t 2 ) 5/2 (1 + t). Análise Complexa e Equações Diferenciais 2 o Semestre 206/207 3 de junho de 207, às 9:00 Teste 2 versão A MEFT, MEC, MEBiom, LEGM, LMAC, MEAer, MEMec, LEAN, LEMat [,0 val Resolva os seguintes problemas

Leia mais

Fabio Augusto Camargo

Fabio Augusto Camargo Universidade Federal de São Carlos Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia Departamento de Matemática Introdução à Topologia Autor: Fabio Augusto Camargo Orientador: Prof. Dr. Márcio de Jesus Soares

Leia mais

σ-álgebras, geradores e independência

σ-álgebras, geradores e independência σ-álgebras, geradores e independência Roberto Imbuzeiro M. F. de Oliveira 15 de Março de 2009 Resumo Notas sobre a σ-álgebra gerada por uma variável aleatória X e sobre as condições de independência de

Leia mais

A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário

A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário A Equivalência entre o Teorema do Ponto Fixo de Brouwer e o Teorema do Valor Intermediário Renan de Oliveira Pereira, Ouro Preto, MG, Brasil Wenderson Marques Ferreira, Ouro Preto, MG, Brasil Eder Marinho

Leia mais

Controlabilidade Exata e Aproximada da Equação da Onda Linear

Controlabilidade Exata e Aproximada da Equação da Onda Linear Controlabilidade Exata e Aproximada da Equação da Onda Linear por Kelly Patricia Murillo sob orientação de Prof. Dr. Fágner Dias Araruna (UFPB) Dissertação apresentada ao Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação

Leia mais

y (n) (x) = dn y dx n(x) y (0) (x) = y(x).

y (n) (x) = dn y dx n(x) y (0) (x) = y(x). Capítulo 1 Introdução 1.1 Definições Denotaremos por I R um intervalo aberto ou uma reunião de intervalos abertos e y : I R uma função que possua todas as suas derivadas, a menos que seja indicado o contrário.

Leia mais

Funções ortogonais e problemas de Sturm-Liouville. Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE

Funções ortogonais e problemas de Sturm-Liouville. Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE Funções ortogonais e problemas de Sturm-Liouville Prof. Rodrigo M. S. de Oliveira UFPA / PPGEE Série de Fourier Soma de funções ortogonais entre si Perguntas: -existem outras bases ortogonais que podem

Leia mais

Variedades diferenciáveis e grupos de Lie

Variedades diferenciáveis e grupos de Lie LISTA DE EXERCÍCIOS Variedades diferenciáveis e grupos de Lie 1 VARIEDADES TOPOLÓGICAS 1. Seja M uma n-variedade topológica. Mostre que qualquer aberto N M é também uma n-variedade topológica. 2. Mostre

Leia mais

Séries de Laurent e Teoremas de Cauchy

Séries de Laurent e Teoremas de Cauchy Séries de Laurent e Teoremas de Cauchy Roberto Imbuzeiro Oliveira 3 de Abril de 20 A maior parte destas notas tem como refererência o livro de David Ullrich, Complex Made Simple. Preliminares sobre séries

Leia mais

Fórmulas de Taylor - Notas Complementares ao Curso de Cálculo I

Fórmulas de Taylor - Notas Complementares ao Curso de Cálculo I Fórmulas de Taylor - Notas Complementares ao Curso de Cálculo I Gláucio Terra Sumário 1 Introdução 1 2 Notações 1 3 Notas Preliminares sobre Funções Polinomiais R R 2 4 Definição do Polinômio de Taylor

Leia mais

Teoria da Medida e Integração (MAT505)

Teoria da Medida e Integração (MAT505) Transporte de medidas Teoria da Medida e Integração (MAT505) Transporte de medidas e medidas invariantes. Teorema de Recorrência de Poincaré V. Araújo Instituto de Matemática, Universidade Federal da Bahia

Leia mais

Estabilização de Sistemas a Excitação Persistente

Estabilização de Sistemas a Excitação Persistente 13 de janeiro de 2014 CMAP, École Polytechnique França Tópicos 1 Introdução Problema de interesse Sistemas a excitação persistente 2 (T, µ)-estabilizador Estabilização com hipóteses espectrais sobre A

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC RONY CRISTIANO TEORIA DO CONTROLE EXATO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC RONY CRISTIANO TEORIA DO CONTROLE EXATO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC MATEMÁTICA - LICENCIATURA RONY CRISTIANO TEORIA DO CONTROLE EXATO Florianópolis - SC 29 RONY CRISTIANO TEORIA DO CONTROLE EXATO Trabalho de conclusão de Curso

Leia mais