Nossa meta é incrementar as exportações brasileiras, afirma presidente da Apex-Brasil

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1 Caso não esteja visualizando este , clique aqui Ano 1 Número 14 Segunda, 8 de junho de 2015 América Economia Nossa meta é incrementar as exportações brasileiras, afirma presidente da Apex-Brasil Em entrevista para a AméricaEconomia/The Winners, o executivo David Barioni Neto fala sobre as exportações brasileiras e os desafios do setor Gerar Arquivo PDF O executivo David Barioni Neto assumiu a presidência da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em fevereiro de Formado em Administração em Finanças pela FEA-USP, foi vice-presidente da GOL e presidente da TAM. O convite veio do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e representa um grande desafio, segundo Barioni. A meta que ele me colocou é incrementar as exportações brasileiras e ampliar o número de empresas atendidas pela Agência, afirma o presidente da agência. Leia a entrevista concedida para a AméricaEconomia/The Winners a seguir: AméricaEconomia/The Winners: Aos 21 anos de idade, em 1979 o senhor estava na VASP, onde ficou por mais de 20 anos e foi considerado o copiloto mais jovem da história da companhia. De lá para cá, pilotou toda a família BOEING 737, Airbus A300 e MD-11, participou da gestão administrativa, de treinamento e materiais na TAM - na época, a maior companhia aérea do Hemisfério Sul - onde chegou já como comandante à presidência, tendo sido, antes, vice-presidente da GOL; com muita experiência no mundo empresarial e corporativo, apaixonado pelo mundo da aviação e em pilotar: o que o motivou a assumir essa nova empreitada da vida na APEX? David Barioni:O convite para assumir a Apex-Brasil, feito pelo Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, representou um grande desafio. A meta que ele me colocou é incrementar as exportações brasileiras e ampliar o número de empresas atendidas pela Agência. E acredito que isso é possível. Sou pragmático. Venho do setor privado e gosto de assumir novas frentes de trabalho. Já trabalhei com governança e transparência e são esses os pilares em que me apoiarei para traçar o meu plano de trabalho no comando a Apex-Brasil. AE/TW: Depois de crescer por muitos anos, o comércio exterior brasileiro se estagnou e começou a diminuir, o que de novo a Apex-Brasil pensa em fazer para retornarmos ao necessário crescimento? David Barioni: A Agência realiza ações diversificadas de promoção comercial, para promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira, entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil. A Apex-Brasil também atua de diversas formas para promover a competitividade das empresas brasileiras em seus processos de internacionalização, especialmente em inteligência de mercado, qualificação empresarial, promoção de negócios e imagem, e atração de investimentos estrangeiros diretos (IED). Acredito que o que precisamos fazer para retomar o cenário de crescimento das exportações é entender as necessidades do setor privado e ajuda-los a aproveitar as oportunidades que o mercado internacional oferece. É preciso usar o

2 conhecimento técnico da Apex-Brasil para trabalhar para o interesse coletivo dos empresários brasileiros. AE/TW: Hoje, no mundo globalizado, para melhorar nossa competitividade e aumentar nossa exportação, precisamos participar mais do comércio global, ou seja, também importar mais. Como reverter esta tendência de políticas antigas de sobretaxar as importações, pensando que reduzindo importações beneficiamos as empresas brasileiras? David Barioni: Este é um tema que foge ao escopo e ação da Apex-Brasil. São tópicos importantes de discussão que estão sendo tratados pelo ministro Armando Monteiro e pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. AE/TW: Com a nossa idosa CLT, as empresas brasileiras têm dificuldade em ser competitivas. Alia-se a isto, a quantidade de impostos que temos que exportar. O senhor acredita que sem rever estes pontos fundamentais o Brasil pode ocupar o lugar que merece no comércio global? David Barioni: Nesse sentido, lembro que o ministro Armando Monteiro anunciará em breve o Plano Nacional de Exportação, ou seja, um conjunto de medidas para estimular e desburocratizar as exportações do País. O Plano Nacional de Exportação é resultado de uma forte interlocução com o setor privado e visa fortalecer a inserção comercial do Brasil no cenário internacional. AE/TW: Depois da estabilização da nossa moeda, da criação das agências reguladoras e da estabilidade jurídica (respeito aos contratos), o Brasil recebeu um grande volume de investimentos externos, mesmo com a taxa cambial desfavorável. Como o senhor imagina que possamos nos manter atrativos ao capital externo neste novo cenário global, pós crise 2008? David Barioni: O Brasil é hoje o quinto país no ranking da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) em atração de investimentos estrangeiros. Em 2014 recebemos investimentos da ordem de 62 bilhões de dólares, em um ano em que o fluxo global de capitais caiu 8%. Para este ano a previsão é de que o país seja destino de 60 bilhões de dólares em Investimentos Estrangeiros Diretos (IED). Costumo dizer que o investidor olha um filme, não uma fotografia quando se trata de investimentos em outros países. Ou seja, ele vai considerar o crescimento sustentável que o Brasil vem tendo. O país, ressalto, tem empresas multinacionais instaladas em diferentes estados há cerca de 100 anos. Isso mostra que os investimentos aqui são rentáveis, a médio e longo prazo. E são esses os investimentos que queremos trazer para o país: duradouros e que tragam bons resultados para todos. AE/TW: É notória a dependência brasileira em produtos primários, quando se trata de exportação. Diversos governos enfatizaram a necessidade de aumentar a exportação de manufaturados e criaram instrumentos para tanto. Esta política trouxe resultados? David Barioni: No comércio exterior, os números também falam por si. Em 2014 as empresas apoiadas pela Apex-Brasil exportaram 62 bilhões de dólares, o que representa 28% do volume total exportado pelo Brasil. São mais de empresas apoiadas pela Agência que, juntas, acessam 200 mercados ao redor do mundo. E mais. As empresas apoiadas pela Apex-Brasil tiveram um crescimento de 33,8%. As não apoiadas tiveram uma redução de 7%. Isso significa que com a orientação e o apoio que nós oferecemos é possível ter sucesso no mercado internacional. AE/TW: O crescimento do setor de serviços trouxe um aumento mundial de intercâmbio nesta área. Como o Brasil vem se saindo na área de exportação de serviços? David Barioni: Olha, o desempenho das exportações brasileiras de serviços melhorou bastante nos últimos anos. E ressalto que este é um setor que, ao crescer, gera um efeito multiplicador na geração de empregos, renda e tecnologia para o país. Recentemente foram divulgados dados do Banco Central que indicam que as operações externas no setor aumentaram de 13% para 15% a sua participação no total das exportações brasileiras. Serviços de engenharia se destacam pelo impacto na balança comercial. São contratos de infraestrutura, principalmente na América Latina e África, que acabam por beneficiar milhares de micro, pequenas e médias empresas da cadeia de fornecimento. O setor de tecnologia da informação (TI) brasileiro também vem ganhando projeção internacional. Temos hoje 14 setores apoiados pela Apex-Brasil que exportam serviços. Os produtores de games e os escritórios de arquitetura, por exemplo, evoluíram de US$ 650 milhões em 2013 para US$ 720 milhões no ano passado. As empresas de games, também apoiadas por nós, têm 70% do faturamento em comércio internacional. São bons exemplos que mostram a nossa evolução nesse segmento. AE/TW: Hoje o crescimento mundial está voltado para o Pacífico. Enquanto a Aliança do Pacífico aumenta seu relacionamento comercial com os países asiáticos, o Brasil fica limitado devido à sua participação no Mercosul?

3 David Barioni: É um tema que está na esfera ministerial. O que posso dizer é que as relações entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico vêm ganhando destaque em função de discussões sobre uma possível aproximação. Os dois blocos juntos contam com as sete maiores economias da América Latina e Caribe e representam mais de 80% da população da região e mais de 90% do PIB. A Aliança do Pacífico tem um maior peso no comércio exterior e fluxo de entrada de IED muito próximo ao Mercosul. Mas há convergências em temas como exportação de manufaturas e turismo, internacionalização de pequenas e médias empresas, integração energética e de infraestrutura. Há muito o que debater. Não podemos ter respostas simples nessa questão. AE/TW: O que os empresários devem ou precisam fazer para sobreviverem a este período de crise? Como a Apex-Brasil pode exercer papel relevante nesse auxílio? David Barioni: Como eu disse, a Apex-Brasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Realizamos diferentes ações de promoção comercial, no Brasil e no exterior, promovendo produtos e serviços brasileiros e apoiando cerca de 11 mil empresas. Além disso, acho que o simples fato de o ministro Armando Monteiro ter focado sua estratégia nas exportações é um passo fundamental para esse momento de crise, porque uma direção foi dada. Nosso objetivo é estimular as empresas que já exportam, a exportar mais. As que interromperam exportações, a voltar a olhar o mercado internacional. E, as que não exportam, que se preparem e iniciem o processo. Isso está sendo feito de diversas formas: capacitação, encontros de negócios, participação em grandes eventos e inteligência comercial, entre outros serviços. AE/TW: Quais são os principais pilares de ação da Apex-Brasil como Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos? David Barioni: Os principais pilares de trabalho da Apex-Brasil são a promoção das exportações brasileiras e a atração de investimentos estrangeiros. Para promover as exportações, a Agência realiza missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira, entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, conforme já citei anteriormente. Em relação à atração de investimentos estrangeiros diretos (IED), a Agência atende empresas interessadas em estabelecer operações e investimentos produtivos no país, com o viés da geração de trabalho ou da transferência e geração de tecnologia. AE/TW: O principal é ajudar nas exportações de produtos e serviços brasileiros? David Barioni: Sim, e além disso atuar na atração de investimentos estrangeiros produtivos, assim como promover a competitividade das empresas brasileiras no cenário internacional. AE/TW: O que tem a dizer sobre o derretimento da indústria brasileira. Onde, na sua visão, ocorreu o ponto de perda das oportunidades que o mundo nos ofereceu? David Barioni: Veja, o Governo está focado no aumento das exportações como um caminho essencial para a retomada do crescimento do país. Está sendo conferido um novo status ao comércio exterior. Em breve teremos o lançamento do Plano Nacional de Exportações. O ajuste fiscal, confio, será feito com rapidez e é fator essencial para recuperar o equilíbrio macroeconômico e levar o Brasil a retomar o seu crescimento econômico em bases sustentáveis. E o comércio exterior, nesse cenário, é um caminho óbvio para esta retomada. Estou muito confiante no trabalho que estamos fazendo. AE/TW: Quando uma empresa deve avaliar a hora de ingressar no mercado de exportação? Como agir nessa hora, o que fazer? Como a Apex-Brasil pode ajudar? David Barioni: Quando a empresa já tem vendas consolidadas no mercado nacional demonstrando que pode ser competitiva para atuar no exterior, ou então, se possuir um produto diferenciado, inovador, que a coloque num patamar de competição diferenciado perante concorrentes no Brasil e no exterior. Quando uma empresa vende no mercado interno está competindo com fornecedores locais e quando sai para o mercado internacional, essa competição se acirra. AE/TW: Compreender bem o contexto político também se mostra necessário para ajudar as empresas brasileiras a expandir suas fronteiras. O que a Apex-Brasil faz para formular estratégias de facilitação para a promoção da internacionalização das empresas brasileiras e da atração de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil, por meio da articulação com atores-chave nas esferas governamentais, em organismos de apoio e representações empresariais?

4 David Barioni: A Apex-Brasil trabalha em parceria com mais de 70 setores que representam a indústria brasileira, construindo e executando projetos de promoção comercial. Também trabalha em parceria com Federações de Indústria e Câmaras de Comércio, sempre com foco na ampliação de possibilidades e construção de estratégias que ajudem o empresário brasileiro. Em muitas de nossas ações envolvemos Ministérios. Sem contar a Confederação Nacional da Indústria. Temos nove escritórios no exterior. Ou seja, há uma gama de ações e parcerias que nos colocam aptos a atender esse imenso universo de empresários brasileiros que já exportam, ou estão se preparando para entrar no mercado internacional. Nossas estratégias são construídas dessa forma, em rede, em conjunto com esses vários atores que participam do esforço exportador. AE/TW: A Apex-Brasil tem algum programa de capacitação focado no preparo das empresas e empresários brasileiros para atuar no exterior? Quais são? David Barioni: Sim, temos o PEIEX - Programa de Extensão Industrial Exportadora que é um projeto de incremento à competitividade e promoção da cultura exportadora empresarial, por meio da solução de problemas técnico-gerenciais e tecnológicos. O PEIEX oferece às empresas um diagnóstico gratuito com o objetivo de, posteriormente, no desenvolvimento do trabalho, apresentar soluções a fim de impactar sobre seu desempenho competitivo. Ao mesmo tempo, sinaliza aos agentes econômicos o esforço de médio e longo prazos que se deve empreender no sentido de operar mudanças no padrão de competitividade da região atendida, fundamentado no trabalho de gestão. AE/TW: Feiras Internacionais, Missões empresariais e Ações de promoção de imagens em lojas são ações de promoção comercial internacional da Apex-Brasil, quais são os mais expressivos resultados de casos recentes? David Barioni: Olha, posso dizer que em 2014 a Apex-Brasil realizou mais de 850 eventos de promoção comercial e 26 de promoção de investimentos, além de 11 eventos de articulação internacional. Houve, por exemplo, o projeto Copa do Mundo quando foram realizadas várias ações de marketing de relacionamento, colocando compradores internacionais e empresários brasileiros para cumprir uma agenda de negócios durante o período do Mundial e depois assistir a jogos juntos. Com isso, houve uma aproximação natural que, em muitos casos, renderam novos contratos. Foram mais de US$ 6 bilhões em negócios. Esse ano houve a participação do Brasil no South by Southwest (SXSW) - um dos mais importantes eventos de economia criativa do mundo, realizado no mês de março, em Austin (EUA). Gerou US$ 18,9 milhões em negócios realizados durante o festival ou nos próximos 12 meses para as empresas brasileiras que foram ao Texas com o apoio da Agência. Em junho próximo teremos 36 marcas brasileiras à venda na rede japonesa Isetan, uma ação da Apex-Brasil com a rede, que inclui eventos promocionais, além de campanha publicitária. São todos excelentes exemplos. AE/TW: China, Rússia, Índia e África do Sul, como e o que a Apex-Brasil tem planejado para dinamizar as relações de relacionamento comercial com esses países? Qual é a agenda? David Barioni: Temos escritórios de negócios em Pequim e Moscou, e estamos avaliando a abertura de outro escritório na China, além do que já temos em Pequim. Em relação à Índia, algumas das entidades setoriais com que desenvolvemos projetos têm o mercado como prioridade, por isso atuamos de forma mais direcionada a esses setores. Nossa agenda para esse ano inclui quase mil eventos em vários países. Alguns realizados sob a nossa coordenação, outros em parceria com entidades setoriais. AE/TW: Qual será a participação da Apex-Brasil na ExpoMilão 2015, quantas empresas leva na comitiva, qual foi o investimento e quais as expectativas? David Barioni: O Pavilhão do Brasil na Expo Milão 2015 é um sucesso. Recebe, em média, 15 mil pessoas por dia e devemos chegar a 20 mil no verão. Fomos escolhidos como um dos três melhores. A partir desse mês vamos receber empresários, formadores de opinião, autoridades e especialistas para discutir tópicos importantes sobre o tema da Expo Alimentando o Planeta, Energia para a Vida e, também, para realizar encontros de negócios. Três entidades representativas dos setores de café, carne e bioetanol, e o Ministério do Desenvolvimento Social, além da Apex-Brasil, realizarão de seminários a shows de degustação para público selecionado. O primeiro evento, um Seminário sob o tema Produzindo Alimentos e Energia para um Planeta mais Saudável, será conduzido pela UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), em parceria conosco. A proposta é discutir o projeto brasileiro de produção de etanol e a transformação da cana-de-açúcar em uma ampla gama de produtos de valor agregado que incluem além do etanol, a bioeletricidade, bioplásticos e muito mais. O convidado especial para o evento é o físico e ex-ministro José Goldemberg. E nos dias 3 e 4 de junho a Ministra do Desenvolvimento Social, Teresa Campelo, conduz o Seminário Brasil: Superar a Fome é Possível. Ainda em junho, a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) organiza uma aula de culinária no Pavilhão do Brasil na Expo Milão com carnes brasileiras principalmente a Angus e chefs italianos renomados. A ideia é promover a carne brasileira. E o pessoal da BSCA (Associação

5 Brasileira de Cafés Especiais) prepara um show de quatro baristas no Pavilhão do Brasil, na última semana de junho. AE/TW: Quais são os números mais expressivos e resultados que a Apex-Brasil coleciona sobre os Projetos Setoriais com entidades? David Barioni: Em 2014 a Apex-Brasil apoiou 84 setores por meio dos Projetos Setorais. Esses setores abrigam empresas. E os resultados estão englobados nos nossos números globais que já citei aqui. América Economia: A Apex-Brasil tem uma agenda com ênfase e foco nas nossas forças-motrizes da economia brasileira para promover as exportações no exterior? Quais são os principais pontos dessa agenda? David Barioni: Sim, atuamos na promoção da competitividade das empresas brasileiras e da imagem dos produtos e serviços brasileiros no exterior, assim como trabalhamos para atrair investimentos produtivos ao país. AE/TW: É sabido que na maioria dos países desenvolvidos as pequenas e médias empresas têm uma participação no comércio exterior bem significativa, contribuindo destarte com superávits na balança comercial e com a geração de empregos na economia doméstica. No Brasil, infelizmente, não temos uma estatística favorável, pois as pequenas empresas são muito pouco competitivas e enfrentam enormes dificuldades para alcançar o mercado externo. A Apex-Brasil, uma vez que é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, tem planos para ajudar a mudar esse cenário? David Barioni: Sim, nosso escopo de trabalho abrange desde as grandes empresas até as micro e pequenas, sem deixar de lado as médias empresas. AE/TW: Qual o peso da Amazônia na Apex-Brasil com o foco exportador? E o estado do Pará? David Barioni: Temos um convênio com a CNI, por meio do qual 22 ações no exterior serão lideradas por diferentes estados em Em março, o Estado do Amazonas liderou a participação na feira OTC, voltada ao setor de petróleo e gás, em Houston, EUA. E agora em maio o estado do Pará liderou a participação brasileira na Beauty World Middle East, importante evento do setor de cosméticos realizado em Dubai, EAU, com o apoio fundamental do nosso escritório no Oriente Médio. AE/TW: Qual o seu maior desafio para os próximos anos? David Barioni: Um dos meus principais desafios será conciliar a necessidade de rapidez do setor privado e ter decisões mais ágeis. Creio que isso seja possível à medida em que procuramos simplificar. A simplicidade ajuda a ganhar agilidade e rapidez. E é isso que pretendo fazer. AE/TW: Como a Apex-Brasil opera em relação ao que fazem os sistemas: SEBRAE, FECOMERCIO e Federação das Indústrias? David Barioni: Temos uma boa relação de trabalho com todas essas instituições, especialmente com as Federações de Indústrias, com as quais trabalhamos em estreita parceria para manter Unidades de Atendimento em 24 unidades da federação. Também temos perspectivas de estreitar o relacionamento com o SEBRAE para ampliar as linhas de trabalho em capacitação empresarial. Recentemente me reuni com o Presidente do SEBRAE nacional, Luiz Eduardo Barretto, para discutir possíveis parcerias com a Apex-Brasil. AE/TW: O Brasil vive um momento muito importante, de grandes definições e mudanças. Que mensagem o senhor gostaria de deixar ao setor empresarial do Brasil, aos presidentes, CEOs e Lideranças empresariais e aos políticos? David Barioni: Uma mensagem de otimismo. Nossa meta aqui na Apex-Brasil será de manter um alinhamento absoluto com a política estratégica do Brasil e do MDIC. Somos uma ferramenta de promoção das exportações e atração de investimentos. Em um curto espaço de tempo, vamos atuar na capacitação da indústria e na otimização da produção. Apenas 20 mil empresas exportam no Brasil. Isso é pouco para a sétima economia do mundo. Teremos um foco extremo na ampliação desse número. Temos que desfazer a imagem preconcebida de que é difícil e burocrático exportar. Não é tão complexo quanto parece. O empresário pode estar certo que teremos uma gestão calcada na eficiência e com uma ideia expansionista. Vou usar a minha experiência no setor privado para imprimir maior agilidade nas ações e nos projetos da Agência e contribuir para uma aproximação mais forte com o setor produtivo. Acredito que só conseguiremos aumentar as exportações com um trabalho conjunto. Link original: Clique aqui para ver o link original

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