O TERRITÓRIO DA SAÚDE E SUA (DES)CONTINUIDADE, UMA ANALISE PELA MICRORREGIÃO DE ARAGUAÍNA.
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- Aline Brás Gomes
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1 O TERRITÓRIO DA SAÚDE E SUA (DES)CONTINUIDADE, UMA ANALISE PELA MICRORREGIÃO DE ARAGUAÍNA. Vinicius Humberto Margarida 1 Eliseu Pereira de Brito 2 RESUMO: Nessa analise começamos por uma abordagem histórica, justificando a necessidade de uma analise sobre a saúde, por uma analise conceitual abrangente. Evidenciamos a complexidade territorial, advinda da criação da rodovia Belém-Brasília. Abordamos a descentralização dos serviços do SUS, a partir das NOB-01/91, NOB- 01/92 e da NOB-01/93, que tratam da descentralização político-administrativas e da municipalização da saúde, entre outras coisas, e a relação de tais normas com a espacialidade do Tocantins. Assim, através de uma analise pelas redes regionais de prestação de serviço, pensamos que as medidas, NOB(s) e das NOA(s), com possibilidades de ajustes que as mesmas abrem, se aplica satisfatoriamente, por assim dizer, para algumas localidades, como a região sudeste. Assim na microrregião em questão, de Araguaína, com um sistema de prestação de serviço hierarquizado e sem centros intermediários de prestação de serviços de saúde, ou com centros intermediários precários, supomos efetivar um processo, que combinando a) territorialidade, b) o não acesso, c) o deslocamento, d) o acesso a técnicas de alta complexidade, resultaria no que denominamos de O FENOMENO DA VOLTA AO MODELO HOSPITALAR, que seria, a nosso ver, descontinuidades históricas do modelo de prestação de serviços de saúde hospitalares. Para efeito de esclarecimento, não pretendemos exaltar a descontinuidade espaço-temporal, e sim a conjugação do elemento continuidade com descontinuidade,como superação de tal paradigma, como o velho que contem no novo, corroborando assim com Saquet (2007). PALAVRAS-CHAVE: Território em saúde; Redes Regionais; Continuidadesdescontinuidades. 1 Graduando em Geografia da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Araguaína. vinicius_margarida@uft.edu.br PIBIC/UFT, PIVIC/UFT 2 Professor do Curso de Geografia UFT Campus de Araguaína. eliseubrito@mail.uft.edu.br
2 INTRODUÇÃO Durante nossa pesquisa, nos propomos a pensar o espaço da saúde na microrregião de Araguaína de forma a refletir e abstrair suas problemáticas por uma perspectiva dos territórios e das territorialidades relacionais 3, e nos utilizamos de Haesbaert (2004) e de Saquet (2007), para trazer uma base material/imaterial e multidimensional e temporal do território, enfocando o poder, a fim de desvelar os conflitos territoriais entre a população, que utiliza os serviços de saúde, com o Estado e a iniciativa privada. Partimos de experiências de vida, de observações empíricas e de leituras teóricas para elaborar nosso primeiro trabalho, Margarida (2012), onde de uma forma geral, analisamos a região de Araguaína a partir de um recorte, a espacialidade do território em saúde. Nessa primeira analise começamos por uma abordagem histórica, justificando a necessidade de uma analise sobre a saúde, por uma analise conceitual abrangentes. Evidenciamos a complexidade territorial, advinda da criação da rodovia Belém-Brasília, o aumento populacional e a expansão da prestação de serviços de saúde na cidade de Araguaína. Por isso explanamos alguns conceitos importantes da Obra de Raffestin(1993) e de Haesbaert(2004), que a nosso ver, são abordagens condizentes com a complexidade, principalmente das territorialidades contemporânea. MATERIAL E MÉTODOS Estamos trabalhando nesse projeto com o projeto de Raffestin, em Por Uma Geografia do Poder (1993), que nos possibilitou uma articulação conceitual com outros autores e métodos, como as analises das redes regionais em Corrêa (1996), e com Haesbaert e as multiterritorialidades(2004). RESULTADOS E DISCUSSÃO Abordamos a descentralização dos serviços do SUS Sistema Único de Saúde, a partir das, (Normas Operacionais Básicas do SUS), NOB-01/91, NOB-01/92 e da NOB-01/93, que tratam da descentralização político-administrativas e da municipalização da saúde, e a relação de tais normas com a espacialidade do Tocantins. 3 Raffestin, 1993, p
3 Entendemos que a hierarquização dos serviços, através da regionalização e da municipalização dos serviços, torna-se uma medica com pouca eficácia, pois o estado, em termos de rede regional de prestação de saúde apresenta redes semelhantes as redes dêntricas 4. Tal argumentação se baseia no fato de a rede regional de prestação de serviços de saúde na microrregião de Araguaína, apresentar Araguaína de forma excentricamente localizada, e não apresentar centros de prestação de serviços intermediários, assim como argumenta Gaspar (2002) Baseado nesta classificação, o estado de Tocantins possui duas cidades que abrigam hospitais de Alta Complexidade (...) Os de média complexidade, distribuídos em torno do seu raio de influência, são: Hospital Comunitário de Augustinópolis, Hospital Comunitário de Arapoema, Hospital Comunitário de Guaraí, Hospital Comunitário de Xambioá. Estrategicamente, estes hospitais em relação a Araguaína, funcionam como barreira de triagem do fluxo de pacientes para a cidade pólo. (GASPAR 2002, p. 114) Em 2002, na obra de Gaspar, podemos citar dois hospitais que deveriam desenvolver papel de centro intermediário, entre as localidades da hinterlândia e sua centralidade, Araguaína. Seriam Arapoema e Xambioá com seus respectivos hospitais comunitários. Em 2012, ano de inicio da pesquisa, seriam os mesmos Comunitário de Xambioá, comunitário de Arapoema, adicionando o de comunitário de Paraíso. Sobre a descentralização e regionalização dos serviços de saúde, Rodrigues et al (2007), através de uma analise econômica, sobre as regiões do pais, argumenta O que podemos esperar para o Brasil é uma rede urbana inconclusa, com forte concentração espacial nos principais centros metropolitanos e seu entorno estendido, uma incipiente capilaridade nas regiões sul sudeste e um vazio na porção centro-norte nordeste. (p. 86) Assim, através de uma analise pelas redes regionais de prestação de serviço, proposta de Correa (1996) e na analise em escala nacional dos recursos técnicos e humanos de Rodrigues et al (2007), pensamos que as medidas das NOB(s) e das NOA(s) (Norma Operacional Básica à Saúde), com ajustes que as mesmas abrem espaço, se aplica satisfatoriamente, por assim dizer, para algumas localidades, como a região sudeste. Entretanto na região norte, e no nosso caso, na microrregião de Araguaína devemos repensar, com correspondência a nosso espaço, a região que emerge da população, como o que Raffestin definiria como região vivida 5, e não como os recortes territoriais abstratos promovidos pelo Estado e pelos atores Sintagmaticos, 4 Ler sobre a rede urbana regional, Corrêa (1996) 5 Conceito em Raffestin (p. 1993
4 como as empresas hospitalares. Entretanto, essas postulações de nosso primeiro trabalho, precisam ser revisadas e aprofundadas, como uma face importante do real, do espaço percebido, a face econômica. Importante também citar que uma abordagem relacional e multidimensional é necessária. Terminamos nosso trabalho, Margarida (2012), apresentando uma descontinuidade histórica do território da saúde. Haveria no Brasil antes da aprovação e efetivação do SUS, criação em 1988 e efetivação na década de 90, um modelo de saúde, publica e privada, dita hospitalar. Se formos pensar a saúde pelo espaço, teríamos territórios de saúde hospitalar, onde os esforços se concretizem no processo de cura. Como oposto ao modelo de saúde hospitalar, o SUS teria como base a prevenção e a promoção a saúde e seus princípios seriam Universalidade, Integralidade, Equidade, Participação da comunidade, Descentralização político-administrativa e consequentemente a hierarquização. Assim na microrregião em questão, de Araguaína, com um sistema de prestação de serviço hierarquizado e sem centros intermediários de prestação de saúde, ou com centros intermediários precários, supomos (pelo fato de estarmos longe de terminar a pesquisa), através de um conceito de territorialidade, para os 16 municípios das cidades da hinterlândia de Araguaína, encontraríamos sujeitos que desenvolvem patologias e que ao não encontrarem acesso aos serviços de saúde, o que poderia ser apenas uma doença de fácil tratamento, torna-se uma patologia seria de difícil tratamento e que seria tratável apenas em territórios onde há prestação de serviços de alta complexidade. Tal processo, combinando a) territorialidade, b)o não acesso, c) o deslocamento, d) o acesso a técnicas de alta complexidade, denominamos de O FENOMENO DA VOLTA AO MODELO HOSPITALA, que seria, a nosso ver, uma descontinuidade histórica do modelo de prestação de serviços de saúde hospitalares. Para efeito de esclarecimento, não pretendemos exaltar a descontinuidade espaço-temporal, e sim a conjugação do elemento continuidade com a descontinuidade, como o velho que contem no novo, corroborando assim com Saquet (2007)
5 LITERATURA CITADA No presente trabalho, por tentarmos uma abordagem mais totalizadora, e simples por ser um primeiro ensaio de construção de um recorte regional de prestação de serviços de saúde, utilizamos como já afirmamos, de forma simples (com necessidade de aprofundamento) a analise das redes regionais em Trajetórias Geográficas, Corrêa, (1996). Ainda sobre o aspecto econômico, nos utilizamos também de Rodrigues et al, em Rede Urbana da Oferta de Serviços de Saúde: Uma Análise Multivariada Macro Regional Brasil, 2002 (2007). Introduzimos algumas invariáveis espaciais do projeto de Raffestin, Por uma Geografia do Poder, (1993)., que pretendemos aprofundar, principalmente do sistema territorial. Elementos esses que tenham correspondência com o real, dos lugares observados, percebidos. Nossa contemporaneidade complexa, com uma lógica espacial conjugada em territórios-redes, com predominância das redes como invariáveis territoriais, Rogério Haesbaert rompe com o paradigma tempo-espaço, somando a nosso trabalho os múltiplos territórios, com territórios de integração, e a Multiterritorialidade, com as experiências nesses muitos territórios que compõe nossa territorialidade. Uma obra interessante para nossa analise, O Mito da Desterritorialização (2004) Para o fechamento de nossa idéia de descontinuidade-continuidade, nos utilizamos de Saquet em Abordagens e concepções de território (2007). AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT.
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