5ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu 24 a 27 de Outubro de 2016, Botucatu São Paulo, Brasil
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- Ana Laura Luísa de Sá Bernardes
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1 BIOSSEGURIDADE EM GRANJA SUINÍCOLA E SUA IMPORTÂNCIA NO AGRONEGÓCIO Mario R. Galvão Neto 1, Geraldo de Nardi Júnior 2 1 Tecnologo em Agronegócio, Faculdade de Tecnologia de Botucatu - FATEC, netogalvo@gmail.com. 2 Prof. Dr. curso de Tecnologia em Agronegócio da Faculdade de Tecnologia de Botucatu FATEC. 1 INTRODUÇÃO Entre os setores da economia brasileira e mundial o agronegócio vem ganhando destaque, seus dois ramos produtivos são, a agricultura que corresponde as lavouras e demais atividades vegetais e florestais, e a pecuária que corresponde aos produtos de origem animal (SILVA et al., 2015). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), no período de 1993 a 2013 houve um crescimento de 103% no mercado agropecuário paulista e um crescimento de 29% na agricultura. Neste período a economia brasileira sofreu mudanças estruturais, sendo uma delas a aprovação da lei de biossegurança que favoreceu o pais aumentando a sua participação no comercio mundial de alimentos (DE CARLI, 2016). Sendo uma das tecnologias em crescente desenvolvimento no agronegócio, a biosseguridade se mostra essencial para a sobrevivência das explorações tecnificadas (BARCELLOS et al., 2008). Podem ser denominadas como medidas de biosseguridade ações com o objetivo de impedir a entrada e disseminação de doenças, assim como ações que visam a otimização da produção, adequação ambiental e melhoria da qualidade do produto final (AMARAL et al., 2006). O mercado suíno teve crescimento e modernização acentuados nos últimos 20 anos, aumentando a necessidade de uma atenção redobrada à saúde dos plantéis (BARCELLOS et al., 2008). Um dos riscos operacionais que a suinocultura enfrenta é a introdução de enfermidades, que acarretam elevados prejuízos econômicos. A entrada e disseminação destes patógenos ao rebanho pode ser de maneira direta, através da entrada de animais doentes ou portadores assintomáticos, ou de maneira indireta, através de aerossóis, o uso de programas de biosseguridade é uma das maneiras mais efetivas para promover o controle de patógenos e evitar efeitos negativos à produtividade (AGUILAR et al., 2015). Este trabalho tem como objetivo relatar as práticas de biosseguridade, desde o nascimento do leitão até o fim do período da creche com 95 dias, em uma granja de suínos no interior do estado de São Paulo, assim como sua importância no agronegócio. 2 MATERIAL E MÉTODOS Foi feito um estudo de caso em uma suinocultura na região de Botucatu SP, onde foi acompanhado desde a transferência das matrizes para a maternidade até o fim do período de
2 creche. Todo manejo sanitário foi relatado de acordo com o que é realizado no local, comparando-o com a literatura. RESULTADOS E DISCUSSÕES Maternidade. As matrizes são levadas a maternidade 3 a 7 dias antes da data provável do parto, para que elas se adaptem ao novo ambiente. Segundo Dias (2011), as matrizes que são transferidas para maternidade muito próximas da data prevista para o parto não conseguem se adaptar de forma satisfatória ao ambiente, o que resulta em um aumento do estrese no momento do parto, interferência na qualidade do colostro e partos no setor de gestação. O procedimento de lavagem das fêmeas é realizado em uma baia próxima a sala de maternidade para evitar que se sujem novamente. A lavagem é realizada utilizando agua, sabão e escova, sempre seguindo no sentido crânio caudal e dorso ventral, dando atenção especial para a região perianal, aparelho locomotor, aparelho mamário e orelhas, visando reduzir a contaminação tanto da sala de parto quanto dos leitões. Após lavagem são conduzidas até a gaiola de parição. Segundo Luiz (2008), antes da transferência para a maternidade deve ser feita uma lavagem rigorosa das matrizes, com escova, agua e sabão, dando atenção especial a região posterior, aparelho locomotor e mamário, falhas nos processos de transferência e lavagem podem acarretar em partos prematuros, abortos, mortalidades de fêmeas e nascimento de natimortos pré-parto. Durante os três primeiros dias após o parto, é realizada a observação do apetite das porcas, a produção de leite e o aspecto do aparelho mamário (coloração, sensibilidade e consistência), temperatura retal e características do corrimento vulvar (cor, consistência e cheiro), visando identificar fêmeas com a síndrome MMA (mastite, metrite e agalaxia), que pode ocorrer especialmente nos três primeiros dias. Segundo Barros (2008), uma das causas da síndrome MMA é a penetração de microrganismos no tecido mamário, através do canal do teto, que geralmente é provocado por falta de higiene. Na segunda semana após o parto é feita a vacinação das matrizes contra Parvovirose, Leptospirose e Erisipela, levando em conta a realização do desmame com 21 dias. Barcellos (2007), fala sobre a importância da imunização como maneira alternativa para evitar uso de medicações fortes e perdas de suínos por doenças, sendo uma maneira biológica e ecologicamente mais correta. Parto Assim que os leitões nascem é feita a limpeza, remove-se, preferencialmente com papel toalha os líquidos fetais e os restos de membrana que envolve o leitão recém-nascido, é
3 dado maior atenção para boca e narinas. Dias (2011), diz que a secagem do leitão deve ser feita com o uso de papel toalha, tendo como objetivo retirar toda a secreção da boca e narinas para facilitar a respiração, secagem do corpo do leitão para manter a temperatura e ativar o sistema circulatório. É feito a ligadura e corte do cordão umbilical entre 3 e 5 cm de sua inserção com posterior desinfecção. Os materiais utilizados na ligadura são previamente desinfetados ou embebidos em solução desinfetante. A literatura nos mostra a importância da desinfecção correta no corte do cordão umbilical, segundo Furtado (2007), a má desinfecção do umbigo pode desencadear sérias inflamações locais, abcessos nos órgãos da cavidade abdominal, artrites e diarreias. As placentas, restos de umbigos e leitões mortos são depositados em fossas sépticas, para reduzir riscos de contaminação. Andreazzi (2015) ressalta a importância da destinação correta dos dejetos e resíduos da suinocultura, encontrando formas alternativas que reduzam a emissão de odores, assim como de gases nocivos e riscos de poluição de fontes de água, sendo uma delas a instalação de fossas sépticas. 24 horas após o parto é feito corte ou desgaste dos dentes (quatro caninos e quatro pré-molares). Segundo Koller (2006), é necessária a realização desse procedimento para evitar lesões cutâneas na face dos leitões, e nos tetos e úbere da fêmea lactante, quando lesados podem resultar em mastite, comprometimento da produção de leite, bem como predisposição a infecções, além de que, quando lesadas, as porcas ficam agitadas aumentando o número de esmagamento de leitões. No terceiro dia de vida é aplicado Ferro Dextrano (200mg por via intramuscular), para prevenção de anemia ferropriva nos leitões, assim como o fornecimento de anticoccidiano (1ml via oral), como prevenção a coccidiose que causa diarreia nos leitões. De acordo com Dias (2011), os leitões criados em confinamento total tem maior susceptibilidade ao surgimento da anemia ferropriva, o leite da fêmea suína disponibiliza apenas 10 a 20% do ferro diário que o leitão necessita. Outras vacinas são aplicadas nos leitões, dentre elas estão a tilosina e a vacina contra a doença de Glasser, aplicadas, respectivamente, nas primeiras 24 horas e do 7º ao 10º dia. É feita a limpeza diária dos bebedouros e comedouros dos leitões, afim de evitar contaminações e distúrbios digestivos. O desmame é realizado com aproximadamente 21 dias, as matrizes são levadas para as instalações de pré-gestação e os leitões para as baias de creche. Limpeza e desinfecção da maternidade É realizada a limpeza das gaiolas de parição 4 vezes ao dia, enquanto as porcas estiverem comendo, removendo as fezes para manter o ambiente mais saudável. Segundo
4 Ritterbusch (2014), a má higiene dos locais onde as porcas se sentam é um dos principais provocadores de infecções geniturinárias, que provocam diversos efeitos negativos para a produção. Assim que os leitões desmamam os comedouros são retirados para a limpeza seca da sala, para que a sujeira não seque e sua remoção se torne difícil. Após a limpeza seca, a maternidade e os comedouros são lavados com água e detergente, e enxaguado com água sob pressão, depois de seco é a realizado a desinfecção dos mesmos, com solução desinfetante. Após esse processo a sala é mantida fechada por um período de 4 dias (período de vazio sanitário). No quinto dia é realizada a caiação da sala. A literatura mostra uma grande importância na realização do vazio sanitário, segundo BARCELLOS (2008), esse período é utilizado para complementar o processo de desinfecção, permitindo que os microrganismos sejam destruídos com maior eficácia, auxiliando também na secagem completa do local. Creche Após o desmame os leitões são transferidos para a creche, onde são mantidos por um período de 95 dias. Á partir do sétimo dia de alojamento dos leitões na creche é realizada a lavagem e desinfecção do piso onde houver acumulo de fezes, de preferência realizar a lavagem nos períodos quentes do dia, sempre cuidando para não molhar os leitões. Morés (2001) aponta que a falta de higiene dos pisos durante a fase da creche é considerada um fator de risco para a ocorrência de linfoadenite nos leitões. Após a retirada dos leitões da sala deve-se adotar os mesmos procedimentos de limpeza e desinfecção realizados na maternidade. 4 CONCLUSÕES Cabe aos profissionais do agronegócio a aplicação correta das medidas de biosseguridade para que a suinocultura brasileira atinja o padrão mundial e possa ampliar ainda mais a sua participação no mercado. As técnicas de biosseguridade são ferramentas indispensáveis para que se tenha um rebanho saudável, produtivo e também assegura que os animais expressem seu potencial genético garantindo uma maior rentabilidade do setor suinícola. 5 REFERÊNCIAS AGUILAR, C. E. G. et al. Implementação e avaliação das práticas de biosseguridade na produção de suínos. Uma Revisão. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, 2015, 9.2: Disponível em: < Acesso em: 16 set, 2016.
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