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Transcrição:

I. Mensagem do Governador 11 II. Conselho de Administração do Banco Nacional de Angola 12 III. Corpo Directivo, Delegações Regionais e Centro de Desenvolvimento de Competências 13 PARTE I CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO 15 1. Evolução da Economia Internacional 16 a. Crescimento da Economia Mundial 16 b. Comércio Internacional 18 c. Preços 19 d. Mercado Monetário 20 e. Mercado Cambial 21 f. Mercado Accionista 23 g. Mercado das Commodities 24 h. Perspectivas 25 2. Evolução da Economia Nacional 25 a. Produto Interno Bruto 25 b. Índice de Produção Industrial 27 c. Indicador de Clima Económico 28 d. Preços 28 3. Sector Fiscal 30 a. Receita 31 b. Despesa 32 c. Saldos 33 d. Financiamento 33 4. Contas Externas 33 a. Balança de Pagamentos 33 i. Conta Corrente 34 ii. Conta de Capital e Financeira 35 b. Reservas Internacionais Líquidas 35 c. Taxa de Câmbio 36 i. Taxa de Câmbio Nominal 36 PARTE II SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO 37 5. Desempenho do Sistema Bancário 38 a. Activo 38 b. Passivo 39 c. Rendibilidade 40 d. Liquidez 40 e. Solvabilidade 40

6. Sistema de Pagamentos 41 a. Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola 41 b. Regulamentação dos Instrumentos de Pagamento 41 c. Sistema de Liquidação por Bruto em Tempo Real SPTR 41 d. Subsistemas de Compensação 44 e. Controlo das Reservas Obrigatórias 47 PARTE III RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 49 7. Actividades do Banco Nacional de Angola 50 7.1. Áreas de Negócio 50 a. Comités Colegiais 50 i. Política Monetária 50 1. Decisões sobre as Taxas de Juro Directoras 50 2. Análise do Panorama Monetário 57 3. Comportamento da Inflação 60 ii. Estabilidade Financeira 63 iii. Investimento 64 b. Emissão Monetária 64 c. Supervisão Comportamental 65 7.2. Actividades Corporativas 73 a. Desenvolvimento Organizacional 73 b. Gestão de Risco 74 c. Recursos Humanos 75 d. Tecnologias de Informação 76 PARTE IV DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 77 8. Demonstrações Financeiras 78 Notas às Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 81 Relatório e Parecer do Conselho de Auditoria do BNA 135 Relatório do Auditor Independente 139 Glossário 141

Gráfico 1: Evolução das Exportações (%) 18 Gráfico 2: Evolução das Importações (%) 19 Gráfico 3: Taxas de Juro de Referência (%) 20 Gráfico 4: Taxas de Juro a 3 meses 20 Gráfico 5: Taxas de Juro de Longo Prazo (10 anos) 21 Gráfico 6: Taxa de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD 22 Gráfico 7: Índices Accionistas das Principais Economias Desenvolvidas 23 Gráfico 8: Preços Internacionais das Matérias-Primas Energéticas 24 Gráfico 9: Índice de Preços dos Alimentos 24 Gráfico 10: Evolução do Indicador de Clima Económico 28 Gráfico 11: Comportamento da Inflação 28 Gráfico 12: Contribuição das Classes de Despesas na Inflação 29 Gráfico 13: Receitas Fiscais (% do PIB) 31 Gráfico 14: Estrutura das Receitas em 2013 31 Gráfico 15: Despesas Fiscais (% do PIB) 32 Gráfico 16: Estrutura das Despesas Fiscais em 2013 32 Gráfico 17: Saldos Fiscais em 2013 33 Gráfico 18: Conta Corrente 34 Gráfico 19: Conta Financeira 35 Gráfico 20: Evolução das Reservas Internacionais Líquidas 36 Gráfico 21: Estrutura do Activo Total 38 Gráfico 22: Crédito Vencido/Crédito Total 39 Gráfico 23: Estrutura do Passivo Total 39 Gráfico 24: Rácio de Solvabilidade 40 Gráfico 25: Estrutura do SPA, Situação Actual e Perspectivas 41 Gráfico 26: Número de Operações no SPTR em 2013 42 Gráfico 27: Valor das Operações SPTR em 2013 43 Gráfico 28: Evolução Anual do SPTR 44 Gráfico 29: Número e Montante de Documentos Compensados do SCV 45 Gráfico 30: Número e Valor das Transferências Efectuadas no STC 46 Gráfico 31: Número de Operações Multicaixa, por mês 46 Gráfico 32: Número de Cartões e de Operações Financeiras (Médias Mensais) 47 Gráfico 33: Base Monetária (Milhões de Kz) 51 Gráfico 34: Resumo Geral de Emissão de Títulos em 2013 52 Gráfico 35: Resumo Geral de Resgate de Títulos em 2013 53 Gráfico 36: Pagamento de Juros em 2013 53

Gráfico 37: Stock de Títulos em 2013 54 Gráfico 38: Evolução das Taxas de Juro do Mercado Primário em 2013 55 Gráfico 39: Evolução da LUIBOR em 2013 55 Gráfico 40: Venda de Divisas e Taxas de Câmbio em 2013 56 Gráfico 41: Activos Externos Líquidos 57 Gráfico 42: Activos Internos Líquidos 58 Gráfico 43: Crédito à Economia 58 Gráfico 44: Meios de Pagamento 59 Gráfico 45: Representação Financeira (Milhões de Kz) da Emissão vs Circulação Monetária em 2013 64 Gráfico 46: Evolução Homóloga das Contas e Cartões 66 Gráfico 47: Evolução Homóloga das Contas Bankita e Bankita a Crescer 66 Gráfico 48: Contas por Províncias 67 Gráfico 49: Tipologia de Documentos 68 Gráfico 50: Tipologia de Movimentos em Contas Bankita 68 Gráfico 51: Estrutura por Género 69 Gráfico 52: Estrutura Etária 69 Gráfico 53: Estrutura por Actividade Profissional 70 Gráfico 54: Evolução da Taxa Estimada de Bancarização 71 Gráfico 55: Contribuição das Contas Bankita para a Bancarização, 2012 e 2013 71 Gráfico 56: Reclamações por Tipo de Bancos (Estrutura Percentual) 72 Gráfico 57: Recepção de Reclamações por Tipo de Entidade (Estrutura Percentual) 72 Gráfico 58: Motivo da Reclamação (Estrutura Percentual) 73 Gráfico 59: Carteira de Projectos em Curso 74 Gráfico 60: Antiguidade por Número de Trabalhadores 75 Gráfico 61: Idade dos Trabalhadores 75 Gráfico 62: Formação Académica dos Trabalhadores 76

Quadro 1: Evolução do Produto Interno Bruto 17 Quadro 2: Inflação (%) 19 Quadro 3: Indicadores Macroeconómicos 25 Quadro 4: Taxas de Crescimento do PIB Real (%) 26 Quadro 5: Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto (%) 26 Quadro 6: Índice de Produção Industrial (%) 27 Quadro 7: Execução Fiscal 2013 - Informação Preliminar 30 Quadro 8: Taxa de Câmbio e Variação Cambial Anual 36 Quadro 9: Número de Operações Liquidadas no SPTR em 2013 42 Quadro 10: Valor das Operações Liquidadas no SPTR em 2013 (Kz Mil Milhões) 43 Quadro 11: Número e Valor (Kz Mil Milhões) de Operações Liquidadas no SPTR 44 Quadro 12: Evolução dos Subsistemas de Compensação 45 Quadro 13: Histórico das Decisões do CPM em 2013 50 Quadro 14: Componentes das Séries Temporais Identificados na Inflação 61 Quadro 15: Balanços em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) e em 1 de Janeiro de 2012 (Abertura) 78 Quadro 16: Demonstrações dos Resultados para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) 79 Quadro 17: Demonstrações das Alterações nos Capitais Próprios para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) 79 Quadro 18: Demonstrações dos Resultados e do Outro Rendimento Integral para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) 80 Quadro 19: Demonstrações dos Fluxos das Operações em Moeda Estrangeira para os Exercícios Findos em 31 de Dezembro de 2013 e 2012 (Proforma) 80

Mensagem do Governador.11 O ano de 2013 foi caracterizado por um maior dinamismo da economia mundial, sobretudo no último trimestre, ocasião em que foram divulgados dados animadores sobre a retoma do crescimento económico nas principais economias. No contexto interno, destaca-se o crescimento real do PIB acima da média dos exercícios imediatamente precedentes, sem perturbação da estabilidade macroeconómica. A taxa de inflação situou-se em 7,69% em Dezembro de 2013, tendo mantido o curso decrescente dos últimos anos. Uma nova família do Kwanza entrou em circulação em 2013, destacando-se não apenas o enquadramento entre traços identificativos da cultura nacional e o potencial hidrográfico do país que as novas notas realçam, mas o facto de se ter reintroduzido moedas metálicas na economia. De facto, depois de uma ausência de mais de 15 anos, a moeda metálica voltou a retomar o seu curso, facilitando o pagamento de pequenos valores e a obtenção do troco certo, mas também permitindo uma gestão mais equilibrada do meio circulante. A implementação do Novo Regime Cambial para o Sector Petrolífero tem sido bem sucedida, sendo de destacar a terceira fase no início do segundo semestre do ano, ocasião em que os bens e serviços contratados pelas empresas operadoras do sector petrolífero passaram a ser pagos em moeda nacional. O BNA deixou de ser o único provedor de divisas ao mercado, tendo-se tornado normal observar períodos em que o volume de transacções de divisas no mercado secundário foi superior ao do mercado primário. Ao longo do ano, a taxa de câmbio de referência do Kwanza face ao dólar norte-americano, registou uma depreciação de apenas 1,85%. O nível de reservas internacionais líquidas cifrou-se em USD 30.945,30 milhões no final de 2013, permitindo que o rácio de meses de importação se situasse em cerca de 8 meses, acima do patamar de 6 meses, um dos indicadores de convergência macroeconómica da SADC. O sistema bancário angolano expandiu em 2013. Em Dezembro, o activo total cifrava-se em Kz 6.649.316,21 milhões, um crescimento de 11% face a Kz 5.982.813,20 milhões registados em Dezembro de 2012. Este crescimento foi motivado principalmente pelo aumento da carteira de crédito em cerca de Kz323.619 milhões (13,52%). O sistema, como um todo, manteve a sua solidez financeira, ao registar um rácio de solvabilidade de 19,47%, acima do limite mínimo exigido, de 10%. No que diz respeito à regulamentação do sistema bancário, mereceu especial atenção, a governação das instituições financeiras bancárias, designadamente o respeito das boas práticas. Com efeito, foram publicados pelo Banco Nacional de Angola, Avisos relacionados com a Governação Corporativa e com o Sistema de Controlo Interno. Não menos importante foi a publicação do Guia sobre a Implementação do Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo. A nível do sistema de pagamentos, procurámos trazer mais eficiência e qualidade ao nosso sistema. Todas as transferências interbancárias a crédito, passaram a ser obrigatoriamente efectuadas através do Subsistema de Transferências a Crédito (STC) ou do Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR). A robustez e qualidade do sistema bancário é importante para que o processo de inclusão financeira decorra normalmente, sendo de registar que cerca de 50% da população adulta é titular de conta bancária. Durante o ano de 2013, o Banco Nacional de Angola ajustou os seus procedimentos de tratamento e divulgação da informação contabilística às melhores práticas internacionais, ao apresentar as primeiras Demonstrações Financeiras de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade e Relato Financeiro (IFRS). A adopção deste referencial contabilístico, atendeu às especificidades e características dos bancos centrais, nomeadamente nos seguintes aspectos: (i) natureza e função dos bancos centrais, enquanto autoridade monetária e cambial; (ii) Legislação nacional, no que se refere à constituição de reservas e distribuição de resultados e (iii) a inexistência de normas específicas para o tratamento contabilístico do Ouro e das notas e moedas em circulação. Os resultados alcançados em 2013 foram possíveis com o empenhamento e devoção de todo o colectivo de responsáveis e trabalhadores do BNA, sendo justo deixar aqui uma palavra de apreço e reconhecimento. Todavia, o futuro impõe-nos desafios cada vez maiores, sendo por isso crucial manter o espírito de equipa, empenhamento e dedicação, visando o melhor contributo para o crescimento sustentável de Angola. O Plano Nacional de Desenvolvimento prevê metas ambiciosas em todos os quadrantes da vida económica e social do país. O BNA procurará participar no seu alcance, através da condução de uma política monetária propiciadora de um ambiente de estabilidade macroeconómica, condição que cremos ser fundamental para o desenvolvimento económico sustentável e para a melhoria das condições de vida das nossas populações. O presente relatório procura resumir a actividade económica internacional e doméstica, as principais actividades e os resultados financeiros do Banco Nacional de Angola, no ano de 2013. José de Lima Massano Governador

12. Relatório e Contas 2013 GOVERNADOR José de Lima Massano VICE-GOVERNADORES Ricardo Viegas D Abreu António André Lopes ADMINISTRADORES António Ramos da Cruz Cristina Van-Dúnem Vitor Costa e Silva Manuel António

Corpo Directivo.13 Gabinete do Governador Ana Maria de Oliveira Gabinete de Comunicação Institucional Amélia Borja Neto Gabinete de Desenvolvimento Organizacional Maria Adelaide Coelho Pires de Almeida Departamento de Auditoria Interna Maria Filomena Domingos António de Sousa Departamento do Meio Circulante Domingos Pinto Departamento de Mercados de Activos Ana Paula José Alves Coelho Departamento de Sistemas de Pagamentos João Romão Coje Departamento de Gestão de Reservas David Mauro Figueiredo de Carvalho Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras Beatriz Ferreira de Andrade dos Santos Departamento de Controlo Cambial Marília de Fátima Trindade Viana Poças Departamento de Estatísticas Manuel Tiago Dias Departamento de Operações Bancárias Marta Barroso Chiquito Paixão e Silva Departamento Jurídico Hernâni Santana Departamento de Recursos Humanos Tavares André Cristovão Departamento de Tecnologias de Informação João Fernando Quiúma Departamento Administrativo Ana Maria Cardoso Policarpo Gaspar Martins Departamento de Património e Serviços Maria Madalena João Disso Departamento de Contabilidade e Gestão Financeira Lúcia Nkengue Domingos Elisa Departamento de Gestão de Risco Sérgio Serrão Departamento de Supervisão Comportamental Avelino Caridade dos Santos Departamento de Estudos Económicos Pedro Castro e Silva Delegação Regional de Cabinda Sebastião Franque Banganga Delegação Regional da Huíla Joaquim Dias dos Santos Neto Delegação Regional de Malange José Baptista Delegação Regional do Huambo Rafael Bumba Delegação Regional de Benguela Luís Henrique da Silva Centro de Desenvolvimento de Competências Daniela Sousa

16. Relatório e Contas 2013 1. Evolução da Economia Internacional O ano de 2013 ficou marcado pelos sinais de recuperação da economia norte-americana, pelo fim da recessão da Zona Euro e pela vulnerabilidade das economias emergentes à queda dos preços das commodities nos mercados internacionais e ao programa de estímulos monetários da Reserva Federal norte-americana, causando fortes desvalorizações das moedas dos países emergentes e perdas nos índices bolsistas. a. Crescimento da Economia Mundial Ao longo de 2013 sucederam-se revisões em baixa dos cenários de expansão económica. As economias emergentes foram afectadas de forma mais expressiva, tendo sido desanimador o crescimento do produto interno bruto. O FMI divulgou no World Economic Outlook de Janeiro de 2014 informação recente sobre a actividade económica mundial, tendo sido revisto em alta para 3,00% em 2013 e 3,70% em 2014, assente nos dados relativos ao IV trimestre de 2013. Esta revisão em alta justifica-se pelo desempenho acima das expectativas das principais economias desenvolvidas, com destaque para os EUA, Zona Euro, Reino Unido e Japão. Contudo, o FMI alerta para a possibilidade de uma multiplicidade de riscos, nomeadamente, especulação nos mercados, pressões inflacionistas, assim como da saída de fluxos de capital das economias emergentes, em resultado da redução gradual do programa quantitative easing (QE) da Reserva Federal norte-americana.

Contexto Económico-Financeiro.17 Quadro 1 - Evolução do Produto Interno Bruto Evolução da Economia Mundial 1 2011 2012 2013 2014 2015 (variação percentual, salvo indicação em contrário) Crescimento do PIB Previsões Economia Mundial 3,90 3,10 3,00 3,70 3,90 Economias Desenvolvidas 1,70 1,40 1,30 2,20 2,30 EUA 1,80 2,80 1,90 2,80 3,00 Zona Euro 1,50-0,70-0,40 1,00 1,40 Alemanha 3,40 0,90 0,50 1,60 1,40 França 2,00 0,00 0,20 0,90 1,50 Itália 0,40-2,50-1,80 0,60 1,10 Espanha 0,10-1,60-1,20 0,60 0,80 Japão -0,60 1,40 1,70 1,70 1,00 Reino Unido 1,10 0,30 1,70 2,40 2,20 Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6,20 4,90 4,70 5,10 5,40 Rússia 4,30 3,40 1,50 2,00 2,50 China 9,30 7,70 7,70 7,50 7,30 Índia 6,30 3,20 4,40 5,40 6,40 Brasil 2,70 1,00 2,30 2,30 2,80 ASEAN 2 4,50 6,20 5,00 5,10 5,60 América Latina e Caraíbas 4,60 3,00 2,60 3,00 3,30 Médio Oriente, Norte de África, Afeganistão e Paquistão 3,90 4,10 2,40 3,30 4,80 África Subsaariana 5,50 4,80 5,10 6,10 5,80 SADC 5,36 4,75 5,07 5,70 Comércio Mundial Importação Economias Desenvolvidas 4,70 1,00 1,40 3,40 4,10 Economias Emergentes e em Desenvolvimento 8,80 5,70 5,30 5,90 6,50 Exportação Economias Desenvolvidas 5,70 2,00 2,70 4,70 Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6,80 4,20 3,50 5,80 Preço das Commodities (USD) Petróleo 31,60 1,00-0,90-0,30-5,20 Não Petrolíferas 17,90-10,00-1,50-6,10-2,40 Índice de Preços ao Consumidor Economias Desenvolvidas 2,70 2,00 1,40 1,70 1,80 Economias Emergentes e em Desenvolvimento 7,10 6,00 6,10 5,60 5,30 Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro 2014; Indicadores de Convergência da SADC. 1 Correspondem a taxas de crescimento anualizadas. 2 Grupo de cinco países: Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietname.

18. Relatório e Contas 2013 Os novos dados do FMI, que actualizam parcialmente os divulgados em Outubro de 2013, reflectem o maior dinamismo das economias denominadas como avançadas, especialmente aeconomianorte-americana onde agora é esperado que em 2013e 2014 o PIB real acelere para1,90% e 2,80%, a Japonesa para 1,70% em ambos os períodos e o Reino Unido para 1,70% e 2,40%, respectivamente. No caso da Zona Euro, as perspectivas de crescimento são mais moderadas (passando a taxa de crescimento de -0,4% em 2013 para 1,0% em 2014). Em relação às economias emergentes, as previsões também sofreram poucas alterações, com uma revisão do crescimento económico da China (de 7,60% para 7,70% em 2013 e 7,50% em 2014) e Índia (de 3,80% para 4,40% em 2013 e 5,40% em 2014). Contudo, prevê-se uma revisão em baixa no caso do Brasil (de 2,50% para 2,30% em 2013 e 2014) e uma manutenção na Rússia (em 1,50% em 2013 e uma subida para 2,0% em 2014). Em contrapartida, a África Subsaariana apresenta um crescimento económico robusto e elevado. Apesar de constrangimentos internos em vários países, terá crescido 5,1% em 2013 devido ao aumento das exportações de petróleo. Em geral, a região ficou marcada pela queda da produção de petróleo da Nigéria e pelo aumento da insegurança na República Centro-Africana. A procura interna, os fluxos de investimento directo estrangeiro em crescimento (43 mil milhões de dólares em 2013, contra 37 mil milhões de dólares em 2012) e os baixos níveis de inflação devem ajudar a sustentar o crescimento regional de 6,1% em 2014. A região é relativamente indiferente ao aumento das taxas de juros globais, mas muito vulnerável a possíveis quedas nos preços das commodities e a riscos internos relacionados com choques agrícolas e políticos. Em relação à região da SADC, prevê-se uma taxa de crescimento do PIB de 5,07% em 2013 e 5,70% em 2014. b. Comércio Internacional Pela primeira vez em dois anos, verificou-se uma recuperação do crescimento do comércio mundial, com as exportações e importações dos principais blocos económicos a crescerem, embora a um nível inferior ao observado em 2011. Gráfico 1 - Evolução das Exportações (%) 10,00% 9,00% 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% 5,70 6,80 2,00 4,20 2011 2012 2013 Previsões 2014 Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro 2014. Obs: São taxas de crescimento anualizadas. 2,70 3,50 4,70 5,80 Economias Desenvolvidas Economias Emergentes e em Desenvolvimento Em 2013, o total de exportações das economias desenvolvidas cresceu em média 2,70%, mais de 0,70 p.p. em relação ao ano anterior, enquanto que o total de exportações das economias emergentes e em desenvolvimento registou um crescimento de 3,50%, menos 0,70 p.p. relativamente a 2012. Observa-se uma desaceleração nas economias emergentes e em desenvolvimento, no entanto o seu crescimento continuou a ser superior ao das economias desenvolvidas, e de acordo com os últimos dados do FMI (WEO, Janeiro de 2014), tenderá a retomar elevadas taxas no ano de 2014 (para 5,80%).

Contexto Económico-Financeiro.19 Gráfico 2 - Evolução das Importações (%) 10,00% 9,00% 8,00% 7,00% 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% 4,70 8,80 1,00 5,70 1,40 2011 2012 2013 Previsões 2014 Previsões 2015 Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro 2014. Obs: São taxas de crescimento anualizadas. 5,30 3,40 5,90 4,10 6,50 Economias Desenvolvidas Economias Emergentes e em Desenvolvimento Relativamente ao total das importações no ano 2013, as economias desenvolvidas apresentaram uma subida de 0,40 p.p. para 1,40%. As economias emergentes e em desenvolvimento, por seu lado, registaram uma redução de cerca de 0,40 p.p. face a 2012. A redução das importações é resultante da desaceleração do crescimento das principais economias emergentes, limitadas por constrangimentos do lado da oferta, sobretudo ao nível de infra-estruturas. A contribuição destas economias para o crescimento mundial tenderá a diminuir, sendo compensado pelo crescimento das economias desenvolvidas. c. Preços Face aos reduzidos níveis de inflação, o FMI considera a deflação como um dos riscos mais importantes para as economias desenvolvidas, nomeadamente para alguns países da Zona Euro, num momento em que a política monetária está limitada pelas taxas de juro próximas de zero. Neste contexto, o FMI recomenda ao Banco Central Europeu (BCE) a continuação de uma política monetária expansionista. Quadro 2 - Inflação (%) Índice de Preços ao Consumidor 2011 2012 2013 2014 2015 Previsões Economias Desenvolvidas 2,70 2,00 1,40 1,70 1,80 Economias Emergentes e em Desenvolvimento 7,10 6,00 6,10 5,60 5,30 Fonte: FMI, World Economic Outlook, Update, Janeiro 2014. Especificamente, as economias desenvolvidas registaram uma diminuição dos níveis de inflação de 2,00% para 1,40% (menos 0,60 p.p.), devido a ajustamentos estruturais em algumas economias com peso a nível mundial, e à queda dos preços das commodities energéticas, em particular do petróleo. Na Zona Euro, assiste-se a um processo de redução da inflação, enquanto a economia japonesa caminha para um cenário de inflação. Na verdade, a recuperação da actividade económica, o aumento da procura e a melhoria do mercado de trabalho, contribuem para a lenta aceleração da subida dos preços ao consumidor no Japão. As economias emergentes e em desenvolvimento registaram uma ligeira subida da taxa de inflação em 2013, de 6,00% para 6,10% (mais 0,10 p.p.), continuando a apresentar taxas superiores em relação às economias desenvolvidas. Dentro deste conjunto de economias destaca-se a economia brasileira, por ter registado uma aceleração da inflação anual de 0,07 p.p. para 5,91%, em consequência da subida dos preços do sector dos transportes, da área de saúde e dos produtos alimentares e bebidas.

20. Relatório e Contas 2013 Em 2013, foi observado na maioria dos países da SADC um abrandamento do índice de preços do consumidor, destacando-se: Malawi ao ter registado uma diminuição de 11,60 p.p. (para 23,50%), Tanzânia 5,90 p.p. (para 6,20%), Botswana 3,40 p.p. (para 4,10%), Seychelles 2,50 p.p. (para 3,40%), Swazilândia 2,20 p.p (para 4,40%) e Zimbabwe 2,18 p.p (0,33%). Na África do Sul a variação de preços manteve-se no patamar de 5,40%. d. Mercado Monetário No período em análise, os principais bancos centrais das economias desenvolvidasdecidiram manter as suas taxas de juro de política monetária, à excepção do BCE que reduziu por duas vezes a sua taxa de referência em 25 p.b., uma no mês de Maio e outra no mês de Novembro, enquanto que o BoE, a FED e o BoJ mantiveram as suas taxas de referência e os programas de estímulos económicos. Gráfico 3 - Taxas de Juro de Referência 1,50 1,25 1,00 0,75 0,50 0,25 Jan 11 Fev 11 Mar 11 Abr 11 Mai 11 Jun 11 Jul 11 Ago 11 Set 11 Out 11 Nov 11 Dez 11 Jan 12 Fev 12 Mar 12 Abr 12 Mai 12 Jun 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12 Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13 Ago 13 Set 13 Out 13 Nov 13 Dez 13 Fonte: Bloomberg. JPY UK EUA ZONA EURO Nas principais economias emergentes (BRICS), os bancos centrais decidiram manter as suas taxas de juro directoras, à excepção do Banco Central do Brasil (BCB) e da Índia (RBI). No caso do Brasil a taxa de juro de referência subiu de 7,25% em Janeiro para 10,00% em Dezembro (mais 2,75 p.p.). O BCB subiu seis vezes a taxa Selic, com vista a controlar a inflação. O RBI reviu a taxa de juro de referência em 2013 por cinco vezes, três em baixa, de 8,00% em Dezembro para os 7,25% em Maio; e duas em alta, de 7,25% em Maio para 7,75% em Outubro de 2013, sempre ao ritmo de 25 p.b. O Banco Central da África do Sul manteve ao longo de 2013 a sua taxa de juro de referência em 5,00%, apesar do défice da conta corrente se ter agravado (de 3,4% do PIB em 2012 para 6,3% do PIB em 2013). De salientar que a África do Sul registou o maior défice comercial dos últimos 4 anos, acompanhado por uma desvalorização da moeda, por greves e uma diminuição da procura global pelos seus produtos de exportação. Gráfico 4 - Taxas de Juro a 3 meses 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 Jan 11 Mar 11 Mai 11 Jul 11 Set 11 Nov 11 Jan 12 Mar 12 Mai 12 Jul 12 Set 12 Nov 12 Jan 13 Mar 13 Mai 13 Jul 13 Set 13 Nov 13 Fonte: Bloomberg. Libor EUA - 3M Euribor - 3M Libor UK - 3M Libor JPY - 3M

Contexto Económico-Financeiro.21 O ano em análise ficou marcado pelo excesso de liquidez no mercado monetário. Num contexto de taxas de juro nominais em níveis próximos de zero, as principais autoridades monetárias recorreram a medidas alternativas de política monetária com o intuito de reduzir os custos de financiamento e fomentar o crescimento económico.perante as políticas acomodatícias dos principais bancos centrais mundiais, as principais taxas de juro de curto prazo (Euribor e Libor nas diversas moedas a 3 meses) no mercado monetário apresentaram em 2013 um comportamento estável, embora com uma tendência ligeira de queda. Gráfico 5 - Taxas de Juro de Longo Prazo (10 anos) 4,00 3,50 3,00 Percentagem 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 Jan 11 Fev 11 Mar 11 Abr 11 Mai 11 Jun 11 Jul 11 Ago 11 Set 11 Out 11 Nov 11 Dez 11 Jan 12 Fev 12 Mar 12 Abr 12 Mai 12 Jun 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12 Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13 Ago 13 Set 13 Out 13 Nov 13 Dez 13 Fonte: Bloomberg. Gilts UK - 10 anos Bonds Japão - 10 anos Treasuries EUA - 10 anos Bunds Alemanha - 10 anos A subida das taxas de juro das obrigações de tesouro no ano 2013,sinalizou um cenário mais favorável de crescimento, de diminuição de riscos e de expectativas de evolução da política monetária nas principais autoridades. Nos EUA e no Reino Unido, o comportamento foi mais acentuado, antecipando a possibilidade de no próximo ano, as yields das obrigações soberanas a 10 anos se situaremno intervalo entre 3,5% e 4,0%. Na Alemanha, que serve de referência para a Zona Euro, as yields situar-se-ão num intervalo entre 2,5% e 3,0%,enquanto que as Obrigações de Tesouro do Japão apresentaram uma tendência de queda, numa economia que tem tentado sair de uma zona deflacionista que a tem caracterizado nas últimas duas décadas. Os programas introduzidos no início do ano, incidindo sobre as compras de activos e cedências ilimitadas de liquidez ao sector bancário, contribuíram para manter uma tendência de queda nas taxas de juro ao indicar ao mercado a presença de um comprador de última instância ( buyeroflast resort ). De igual forma, a sinalização do comportamento expectável para as taxas de juro de referência ( forward-guidance ), tendo em conta as metas prosseguidas por cada banco central, foi também importante para manter as taxas do mercado monetário próximas de zero. Para 2014, poderá ser esperado um menor ritmo de expansão monetária acompanhado por uma recuperação da economia real. No entanto, a transmissão da política monetária à economia real continua limitada por vários factores, impedindo uma recuperação mais rápida destas economias, sugerindo a manutenção de taxas de juro em níveis reduzidos por um longo período de tempo.as políticas monetárias divergentes por parte dos bancos centrais podem condicionar as taxas de juro de curto e de longo prazo. e. Mercado Cambial Em 2013, o dólar norte-americano apreciou-se contra a maior parte das moedas (com excepção da moeda única europeia), decorrente, sobretudo, da incerteza quanto à aprovação do orçamento norte-americano e do início da redução do programa QE. Contra a libra esterlina, o dólar valorizou 2% no ano, tendo em conta que foi uma moeda igualmente com grande procura pelos investidores, sobretudo com o objectivo de cobertura face ao risco de fuga de capitais de algumas economias emergentes. Todavia, foi contra o iene que o dólar registou a maior apreciação, cerca de 20%, em resultado da fragilidade mostrada pela moeda nipónica, devido fundamentalmente à implementação de uma política monetária ultra-expansionista por parte do banco central. O Euro mostrou-se mais fortalecido com o fim da crise da dívida soberana de algumas economias periféricas, evidenciado pelo fim dos programas de ajuda financeira à Irlanda e pela conclusão muito próxima do de Portugal. Após um período de forte volatilidade, o Euro apreciou-se em 2013, encerrando o ano com valorizações em relação a quase todas as moedas internacionais. A paridade EUR/USD registou uma apreciação de 4,37%, tendo fechado o ano com a moeda única cotada em USD 1,379, um máximo histórico nos últimos 2 anos.

22. Relatório e Contas 2013 Gráfico 6 - Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD 1,8 120 USD/EUR e USD/GBP 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 100 80 60 40 20 USD/JPY 1 0 Jan 11 Fev 11 Mar 11 Abr 11 Mai 11 Jun 11 Jul 11 Ago 11 Set 11 Out 11 Nov 11 Dez 11 Jan 12 Fev 12 Mar 12 Abr 12 Mai 12 Jun 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12 Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13 Ago 13 Set 13 Out 13 Nov 13 Dez 13 Fonte: Bloomberg. USD/EUR USD/GBP USD/JPY Com a alteração das expectativas dos investidores acerca da continuidade da política de flexibilização monetária da FED, deu-se início à saída de capitais das economias emergentes para as economias avançadas, agravando alguns problemas estruturais das principais economias emergentes (exceptuando a China), nomeadamente os jáelevados défices correntes, abrandamento da actividade económica e deterioração das contas públicas. De acordo com o Instituto de Finanças Internacionais (IFI), em 2012 o valor líquido dos capitais privados nos mercados emergentes era de 1.215 mil milhões de dólares, enquanto que em 2013 esse montante reduziu-se em 153 mil milhões de dólares, situando-se em 1.062 mil milhões de dólares. Painel 1 - Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes face ao USD 75 13.000 6,70 11 USD/INR 70 65 60 55 50 45 12.000 11.000 10.000 9.000 USD/IDR USD/CNY 6,60 6,50 6,40 6,30 6,20 6,10 6,00 10 9 8 7 USD/ZAR 40 8.000 5,90 6 Jan 11 Abr 11 Jul 11 Out 11 Jan 12 Abr 12 Jul 12 Out 12 Jan 13 Abr 13 Jul 13 Out 13 Jan 11 Abr 11 Jul 11 Out 11 Jan 12 Abr 12 Jul 12 Out 12 Jan 13 Abr 13 Jul 13 Out 13 USD/INR (Índia) USD/IDR (Indonésia) USD/CNY (China) USD/ZAR (África do Sul) 7,00 3,00 USD/ARS 6,50 6,00 5,50 5,00 4,50 4,00 3,50 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 USD/BRL 3,00 0,00 Jan 11 Abr 11 Jul 11 Out 11 Jan 12 Abr 12 Jul 12 Out 12 Jan 13 Abr 13 Jul 13 Out 13 Fonte: Bloomberg. USD/ARS (Argentina) USD/BRL (Brasil)

Contexto Económico-Financeiro.23 Durante o exercício de 2013, as principais moedas das economias emergentes que mais depreciaramface ao dólar foram o peso argentino (com uma depreciação de 32,5%) e a rúpia indonésia (com uma queda de 26%). O rand sul-africano perdeu ao longo do ano cerca de 22% em relação ao dólar, o real brasileiro desvalorizou 14% e a rúpia indiana 12%. De realçar que nestes três países as autoridades monetárias tiveram que intervir no mercado cambial, através da venda de reservas ou através da subida das taxas de juro de referência, por forma a conter a depreciação das suas moedas e controlar a inflação. O renminbi foi das poucas moedas que se apreciou face ao dólar, 2,9% ao longo de 2013, numa altura em que a economia chinesa cresceu menos do que o esperado. No final do ano, o Banco Popular da China (PBoC) injectou mais moeda para o sistema bancário para tentar aliviar a agitação no mercado, no entanto as taxas retomaram a tendência de subida. f. Mercado Accionista O ano que termina foi excepcional para as principais bolsas mundiais, tendo sido liderado pelas bolsas norte-americanas. 160 Gráfico 7 - Índices Accionistas das Principais Economias Desenvolvidas 120 80 40 0 Jan 11 Fev 11 Mar 11 Abr 11 Mai 11 Jun 11 Jul 11 Ago 11 Set 11 Out 11 Nov 11 Dez 11 Jan 12 Fev 12 Mar 12 Abr 12 Mai 12 Jun 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12 Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13 Ago 13 Set 13 Out 13 Nov 13 Dez 13 S&P 500 (EUA) FTSE/JSE (África do Sul) EuroStoxx 600 (Europa) FTSE 100 (Reino Unido) IBovespa (Brasil) Shangai Composite Index (China) Nikkey 225 (Japão) BSE Sensex 30 (Índia) Fonte: Bloomberg. O índice S&P 500 fechou o ano com um ganho de 26% para 1.848,36 pontos. O índice Nikkei 225 obteve um desempenho excepcional, tendo registado uma subida de 45% no ano, dadas as boas condições económico-financeiras verificadas no país, com uma taxa de inflação e de juro próximas de zero. No período em análise, o índice EuroStoxx 600 cresceu 16%, tendo fechado o ano em 328,26 pontos, enquanto que o índice FTSE 100 do Reino Unido subiu 13% para 6.749,09 pontos. Nas praças financeiras sedeadas nas principais economias emergentes os resultados apresentaram-se mistos. Enquanto que na África do Sul (JSE 40) e na Índia (BSE Sensex 30) valorizaram 18% e 9%, no Brasil (IBovespa) e na China (Shangai Composite 50 Index) registaram quedas de 17% e 7%, respectivamente. Em suma, a expectativa de crescimento económico mundial oferece suporte aos mercados de capitais, traduzindo-se num sinal positivo em termos de ganhos acrescidos para as empresas, que possivelmente estarão a aumentar os seus lucros. Outro factor que torna atractiva as bolsas das economias avançadas,é o facto de as taxas de juro se encontrarem em níveis próximos de zero. Os riscos surgem do lado das economias emergentes que podem não conseguir alcançar as metas de crescimento, conforme projectado pelo FMI e pelo Banco Mundial.

24. Relatório e Contas 2013 g. Mercado das Commodities No sector energético, a evolução do preço do petróleo reflectiu um ambiente de baixo crescimento, reduzida inflação nas principais economias e manutenção da oferta de petróleo sem interrupções, diante da possibilidade cada vez mais remota,de uma intervenção militar na Síria. Os valores máximos do ano no Brent e no WTI foram 119,75 (no dia 12 de Fevereiro) e 112,24(no dia 28 de Agosto) dólares por barril, respectivamente. O consumo total de crude em 2013 (91,2 milhões de barris por dia) foi ligeiramente superior ao verificado em 2012 (90 milhões de barris por dia), e a Agência Internacional de Energia (AIE) espera uma média de 92,4 mb/d em 2014. A oferta foi sempre superior, acima dos 92 mb/d, com 34,0% da produção concentrada na Rússia, EUA e Árabia Saudita. Por outro lado, os dados económicos positivos nos EUA (queda da taxa de desemprego para 6,7%) e da China (exportações a crescerem acima das previsões de Novembro, elevando-se 12,7% face ao mesmo mês do ano anterior), sinalizam que o ritmo de crescimento económico está a recuperar. Quanto ao gás natural, a sua produção aumentou no final do ano, devido ao frio que se fez sentir nos países desenvolvidos. Ao longo do ano o contrato Henry Hub subiu cerca de 22% para os 4,23 dólares/mmbut. Gráfico 8 - Preços Internacionais das Matérias-Primas Energéticas 130 O preço Brent mais alto em 2013 foi atingido a 12 Fev. O preço WTI mais alto em 2013 foi atingido a 28 Ago. 6,00 120 5,00 USD/Barril 110 100 90 4,00 3,00 2,00 USD/MMBut 80 70 1,00 - Jan 11 Fev 11 Mar 11 Abr 11 Mai 11 Jun 11 Jul 11 Ago 11 Set 11 Out 11 Nov 11 Dez 11 Jan 12 Fev 12 Mar 12 Abr 12 Mai 12 Jun 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12 Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13 Ago 13 Set 13 Out 13 Nov 13 Dez 13 Brent WTI Gás Natural (Henry Hub) Fonte: Bloomberg. Obs.: Gás Natural está expresso em USD/milhões de BTU; Brent e WTI estão expressos em USD/barril. No que respeita aos bens alimentares, o Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) encontrou-se em termos médios em 206,7 pontos em Dezembro de 2013, registando uma queda anual de 3,60%. As reduções dos preços estiveram associadas ao aumento das quantidades para exportação destes produtos, devido aos elevados stocks, à fraca procura em alguns meses do ano, bem como às boas colheitas. No entanto, o preço dos lacticínios atingiu valores recorde (+25,39%), pelo facto de a procura por produtos lácteos permanecer firme, especialmente na China, Norte de África, Médio Oriente e Rússia. Gráfico 9 - Índice de Preços dos Alimentos 225 200 175 150 400 350 300 250 200 150 Jan 11 Fev 11 Mar 11 Abr 11 Mai 11 Jun 11 Jul 11 Ago 11 Set 11 Out 11 Nov 11 Dez 11 Jan 12 Fev 12 Mar 12 Abr 12 Mai 12 Jun 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12 Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13 Ago 13 Set 13 Out 13 Nov 13 Dez 13 Índice de alimentos da FAO Índice de preço do óleo Índice de preço dos lacticínios Índice de preço do açúcar Índice de preço dos cereais Índice de preço da carne Fonte: FAO.

Contexto Económico-Financeiro.25 h. Perspectivas Para 2014, as economias desenvolvidas como os EUA, a Zona Euro, o Reino Unido e o Japão deverão aumentar as taxas reais de crescimento económico. Apesar de as economias emergentes se depararem com uma posição externa menos favorável à medida que forem reduzidos os estímulos monetários, continuarão a ser o grupo de economias com maior contribuição para o crescimento mundial. No entanto, e apesar das expectativas optimistas de retoma económica, o período que se aproxima para o sistema financeiro global será acompanhado por um aumento de riscos, nomeadamente especulação nos mercados, pressões inflacionistas, assim como asaída de capitais das economias emergentes. Em 2014, o processo de redução da liquidez introduzida mensalmente pela FED, poderá ser determinante no comportamento do dólar norteamericano em relação às principais moedas internacionais. O carácter acomodatício da política monetária manter-se-á nas economias avançadas, nomeadamente nos EUA e na Zona Euro. No entanto, o sistema financeiro global deverá preparar-se para um novo paradigma, caracterizado pela redução dos estímulos monetários concedidos ao longo dos últimos anos. A redução de liquidez deverá continuar a depender dos progressos nos principais indicadores económicos. Conseguir definir o timing apropriado para a redução dos estímulos será o ponto central de 2014. Reduzi-lo demasiado cedo, poderá colocar em risco a recuperação das economias, sobretudo as mais periféricas; por outro lado, fazê-lo demasiado tarde, poderá resultar numa acumulação de desequilíbrios financeiros, constituindo riscos acrescidos de inflação e que poderão colocar em causa a própria credibilidade dos bancos centrais. As taxas de juro das obrigações de tesouro deverão manter a tendência de aumento ao longo de 2014, assumindo um cenário de crescimento económico optimista, níveis reduzidos de inflação e de prolongamento do ciclo de políticas monetárias flexíveis. Nos EUA e no Reino Unido, o movimento de subida das yields será ligeiramente mais acentuado do que na Zona Euro, antecipando-se a possibilidade de, no prazo de um ano, as Treasuries e as Gilts a 10 anos se situarem num intervalo entre 3,5%-4,0%. Por outro lado, na Zona Euro, as taxas de juro deverão situar-se entre 2,5% e 3,0%. Ainda na Zona Euro, mas nos países periféricos, o movimento de queda dos prémios de risco exigidos pelos investidores deverá sentir-se significativamente, dependendo da capacidade destas economias corrigirem os seus desequilíbrios orçamentais. 2. Evolução da Economia Nacional a. Produto Interno Bruto Estima-se que em 2013 o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 7,43% em termos reais, o que representa um aumento de 2,25 p.p. entre os anos de 2012 e 2013. Este crescimento resulta sobretudo da performance favorável do sector não petrolífero que terá crescido 11,54% em termos reais, compensando a contracção observada no PIB petrolífero (-0,33%). Quadro 3 - Indicadores Macroeconómicos Indicadores Macroeconómicos 2011 2012 2013 Dif 13/12 Inflação 11,38 9,02 7,69-1,33 Crescimento do PIB (%) 3,86 5,18 7,43 2,25 Sector Petrolífero -5,57 4,31-0,33-4,64 Sector não Petrolífero 9,74 5,64 11,54 5,89 Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial / INE.

26. Relatório e Contas 2013 Quadro 4 - Taxas de Crescimento do PIB Real (%) Taxas de Crescimento do PIB Real 2011 2012 2013 Sector Primário Agricultura 9,17-22,50 47,61 Pescas e Derivados 17,23 9,70 9,80 Diamantes e Outros -0,69 0,33 6,56 Petróleo -5,57 4,31-0,33 Sector Secundário Indústria Transformadora 13,02 14,00 8,00 Construção 12,02 11,70 7,60 Energia 3,46 10,40 22,40 Sector Terciário Serviços Mercantis 9,47 13,40 5,30 Outros 9,56 8,35 5,00 Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial / INE. Na evolução do PIB Não-Petrolífero, destaca-se o desempenho do sector da Agricultura com um crescimento estimado de 47,61%, dos Diamantes e Outros, que terão passado de um crescimento de 0,33% em 2012 para 6,56% em 2013, e do sector Energético que terá expandido 22,40% em 2013, face a 10,40% registado em 2012. Quadro 5 - Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto (%) Estrutura Percentual (%) 2011 2012 2013 Sector Primário 59,05 54,96 52,91 Agricultura 9,28 7,05 10,24 Pescas e Derivados 0,23 0,25 0,27 Diamantes e Outros 0,93 0,81 0,80 Petróleo 48,60 46,86 41,59 Sector Secundário 14,09 15,56 16,53 Indústria Transformadora 6,12 6,83 7,27 Construção 7,86 8,60 9,11 Energia 0,11 0,12 0,15 Sector Terciário 26,86 29,49 30,56 Serviços Mercantis 19,86 22,05 22,87 Outros 7,01 7,43 7,69 Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial / INE. O quadro acima apresenta o PIB global divido pelos sectores primário, secundário e terciário. Nota-se que o sector primário da economia mantém o maior peso na estrutura do PIB em 2013, com 52,91%, seguido do sector terciário com 30,56%. Apesar de ser aquele com menor peso no PIB global, o sector secundário da economia tem apresentado contribuições crescentes em detrimento do sector primário, reflectindo o esforço dirigido à diversificação da economia.

Contexto Económico-Financeiro.27 b. Índice de Produção Industrial Em 2013, os sectores das Indústrias Transformadoras e de Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água foram os que apresentaram um maior crescimento, apesar do índice total que reflecte a evolução da actividade industrial Angolana, o IPI, ter decrescido em 0,53%, devido principalmente ao comportamento do sector de Petróleo, Gás e Serviços (-0,79%). Quadro 6 - Índice de Produção Industrial (%) Variação Trimestral - Índice de Produção Industrial 2011 2012 2013 INDÚSTRIA TOTAL 1,60% 0,41% -0,53% Indústrias Extractivas 1,88% 0,08% -0,71% Petróleo, Gás e Serviços 1,69% 0,11% -0,79% Diamantes 5,81% -1,86% 1,43% Resto Indústrias Extractivas 0,02% 18,96% 0,49% Indústrias Transformadoras -0,20% 1,09% 0,85% Indústrias Alimentares, Bebidas e Tabaco 1,96% 4,50% 0,15% Indústrias Alimentares 27,38% -9,12% 0,19% Indústrias das Bebidas e do Tabaco 4,75% 3,63% 1,33% Fabricação de Têxteis, Vestuário e Calçado 4,87% -5,35% 1,83% Indústrias de Madeira 2,09% 3,56% 1,39% Fabric. Pastas de Papel, Edição e Impressão 0,73% 1,84% 0,27% Fabric. de Prod. Petrolíferos, Químicos e Outros 1,95% 1,86% 0,95% Indústrias Metalúrgicas -0,75% 10,73% 3,02% Fabri. de Máquinas, Equipam. e Aparelhos 7,90% -1,07% -0,13% Fabricação de Mobiliário 3,71% 20,27% 42,24% Produção e Distrib. de Elect., Gás e Água -0,79% 26,19% 6,24% Electricidade, Gás, Vapor -1,67% 3,39% 11,06% Tratamento de Água 2,13% 63,50% 35,67% Fonte: INE.

28. Relatório e Contas 2013 c. Indicador de Clima Económico O Indicador de Clima Económico (ICE) mede a percepção dos empresários sobre o desempenho dos sectores da economia num determinado período de tempo que se pretende de curto prazo, neste caso, sendo trimestral. Este é calculado com base numa recolha de dados realizada através de um Inquérito de Conjuntura dos Sectores da Indústria Extractiva, Indústria Transformadora, Construção, Comércio, Turismo e Transportes nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla e Kwanza Sul. Gráfico 10 - Evolução do Indicador de Clima Económico 14 12 10 8 11 8,75 10,25 13 6 2011 2012 2013 Fonte: INE. Média ICE Caixa 1: Indicador de Clima Económico O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) pretende retratar a situação económica actual na óptica dos agentes económicos através da compilação de um indicador de confiança. O Indicador de Clima Económico (ICE) é um instrumento de avaliação das expectativas dos empresários sobre a evolução da economia no curto prazo. Este indicador é resultado da média aritmética simples dos saldos das respostas extremas (SER) das mesmas variáveis que compõem os diferentes indicadores de confiança (IC) sectoriais após a sua normalização e aplicação da média móvel (Fonte: INE). Como pode ser observado no gráfico acima, o ICE tem demonstrado uma tendência crescente, tendo em 2013 se situado acima da média dos últimos 3 anos. A evolução positiva deve-se aos comportamentos positivos das indústrias transformadora e extractiva, o que terá permitido o aumento do ICE de 10,25 em 2012, para 13 em 2013. d. Preços A taxa de inflação é medida pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da cidade de Luanda e, em 2013, foi de 7,69% (final do ano), abaixo da taxa de inflação observada em 2012 (9,02%).

Contexto Económico-Financeiro.29 Gráfico 11 - Comportamento da Inflação 16,00% 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% Jan 12 Fev 12 Mar 12 Abr 12 Mai 12 Jun 12 Jul 12 Ago 12 Set 12 Out 12 Nov 12 Dez 12 Jan 13 Fev 13 Mar 13 Abr 13 Mai 13 Jun 13 Jul 13 Ago 13 Set 13 Out 13 Nov 13 Dez 13 Homóloga Média dos últimos 12 meses Fonte: INE O gráfico anterior apresenta o comportamento da inflação nos últimos dois anos, sendo evidente a sua trajectória descendente ao longo desse período. Gráfico 12 - Contribuição das Classes de Despesas na Inflação Ano 2012 Ano 2013 0% 2% 4% 3% 7% 3% 7% 54% 0% 2% 4% 3% 3% 9% 8% 52% 11% 7% 7% 9% 2% 3% Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas Vestuário e Calçado Mobiliário, Equipamento Gás e Combustíveis Transportes Hotéis, Cafés e Restaurantes Bebidas Alcoólicas e Tabaco Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis Saúde Lazer, Recriação e Cultura Bens e Serviços Diversos Fonte: INE. A classe da Alimentação e Bebidas Não-Alcoólicas, devido ao seu maior peso no IPC, continua a ser a que mais contribuiu (52%) para a variação dos preços em Angola. A classe Vestuário e Calçado bem como a classe Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção também contribuíram consideravelmente para a inflação em 2013, conforme indica o gráfico acima.

30. Relatório e Contas 2013 3. Sector Fiscal Quadro 7 - Execução Fiscal 2013 - Informação Preliminar Em Mil Milhões de KZ Em Percentagem do PIB (%) 2011 2012 2012 2013 2013 2011 2012 2013 2013 Exec Exec OGE OGE prel. Exec Exec OGE prel. RECEITAS 4.775,6 5.053,8 3.760,7 4.570,4 4.249,1 48,79 46,47 38,24 35,33 Impostos 4.527,7 4.825,9 3.564,3 4.400,9 4.065,8 46,26 44,37 36,82 33,80 Petrolíferos 3.817,1 4.102,7 2.559,9 3.281,8 3.247,0 39,00 37,72 27,46 26,99 Não Petrolíferos 710,6 723,2 1.004,4 1.119,2 818,8 7,26 6,65 9,36 6,81 Contribuições Sociais 89,9 106,6 71,7 72,4 87,7 0,92 0,98 0,61 0,73 Doações 2,4 1,6 0,2 0,1 1,2 0,02 0,01 0,00 0,01 Outras Receitas 156,2 119,8 124,5 97,0 94,4 1,60 1,10 0,81 0,78 Despesa Total 3.773,8 4.329,2 3.500,7 4.975,8 4.494,7 38,56 39,81 41,63 37,37 Despesas Correntes 2.928,3 3.184,7 2.578,4 3.336,4 3.334,1 29,92 29,28 27,92 27,72 Despesas de Capital 845,5 1.144,5 922,2 1.639,4 1.160,6 8,64 10,52 13,72 9,65 Saldo Global (Óptica de Compromisso) 1.002,3 724,6 260,0-405,4-245,6 10,24 6,66-3,39-2,04 Variação de Atrasados 150,4 289,0 0,0 0,0 679,6 1,54 2,66 0,00 5,65 Saldo Global (Óptica de Caixa) 1.152,7 1.013,6 260,0-405,4 434,0 11,78 9,32-3,39 3,61 Financiamento Líquido -1.152,6-1.013,6-260,0 405,4-434,0-11,78-9,32 3,39-3,61 Financiamento Interno (líquido) -1.203,5-1.231,5-323,8-190,5-330,0-12,30-11,32-1,59-2,74 Financiamento Externo (líquido) 50,8 217,9 63,8 595,9-104,0 0,52 2,00 4,99-0,86 Variação Percentual (%) Peso de cada Sector (%) 2011 2012 2013 2013 2011 2012 2013 2013 Exec Exec OGE prel. Exec Exec OGE prel. RECEITAS 44,91 5,83 21,53-15,92 - - - - Impostos 46,31 6,59 23,47-15,75 94,81 95,49 96,29 95,69 Petrolíferos 52,66 7,48 28,20-20,86 79,93 81,18 71,81 76,42 Não Petrolíferos 19,61 1,77 11,43 13,22 14,88 14,31 24,49 19,27 Contribuições Sociais 18,92 18,58 0,98-17,73 1,88 2,11 1,58 2,06 Doações -5,26-33,33-50,00-25,00 0,05 0,03 0,00 0,03 Outras Receitas 26,48-23,30-22,09-21,20 3,27 2,37 2,12 2,22 Despesa Total 35,81 14,72 42,14 3,82 - - - - Despesas Correntes 43,11 8,76 29,40 4,69 77,60 73,56 67,05 73,56 Despesas de Capital 15,41 35,36 77,77 1,41 22,40 26,44 32,95 26,44 Saldo Global (Óptica de Compromisso) 94,26-27,71-255,92-133,89 - - - - Variação de Atrasados 1.170 92,15 0,00 135,16 - - - - Saldo Global (Óptica de Caixa) 160,47-12,07-255,92-57,18 - - - - Financiamento Líquido 160,47-12,06-255,92-57,18 - - - - Financiamento Interno (líquido) 162,49 2,33-41,17-73,20 104,42 121,50-46,99 76,04 Financiamento Externo (líquido) 219,50 328,94 834,01-147,73-4,41-21,50 146,99 23,96 Fonte: Ministério das Finanças Programação Macro Fiscal 2014.

Contexto Económico-Financeiro.31 Os dados preliminares disponibilizados pelo Ministério das Finanças indicam que em 2013 a execução orçamental foi de 92,97% para a receita e 90,33% para a despesa. A taxa de execução das despesas de capital face ao OGE para 2013 foi apurada em 70,79%. a. Receita As receitas totais preliminares registaram uma diminuição de 7,03% face ao previsto no OGE para 2013, correspondendo a Kz 321,3 mil milhões e 15,92% face a 2012. Entre as rubricas que compõem as receitas fiscais, as receitas petrolíferas obtiveram uma taxa de execução de 98,94% face ao OGE de 2013. No entanto, esta rubrica registou uma diminuição de 20,86% em comparação com o ano anterior. As receitas não petrolíferas, por seu lado, contaram com uma taxa de execução de 73,16% face ao OGE de 2013, tendo registado, contudo, uma expansão de 13,22% face ao executado em 2012, dando um sinal positivo do largamento da base tributária. Gráfico 13 - Receitas Fiscais (% do PIB) 45 40 35 30 % PIB 25 20 15 10 5 0 2011 Exec 2012 Exec 2013 OGE 2013 Prel. Fonte: Ministério das Finanças - Programação Macro Fiscal 2014. Impostos Petrolíferos Impostos não Petrolíferos Gráfico 14 - Estrutura das Receitas em 2013 4,31% 19,27% Petrolíferos Não Petrolíferos Outros 76,42% Fonte: Ministério das Finanças - Programação Macro Fiscal 2014.