CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 03 Aula Ministrada pelo Prof. Rubens Kindlmann 16/11/2017 E-mail: tributario@legale.com.br AULA 14 CRÉDITO TRIBUTÁRIO E SUAS FORMAS DE LANÇAMENTO - É somente após o lançamento que o crédito está devidamente constituído.
No momento em que se pratica o fato gerador não necessariamente torna o tributo imediatamente exigível. Exemplo: Encontrar grande quantia de dinheiro, não torna o Imposto de Renda imediatamente exigível. O crédito decorre da Obrigação Principal, obtendo a mesma natureza desta obrigação. Seja tributo, seja penalidade pecuniária, aquilo que for objeto da obrigação tributária será objeto do crédito tributário - Sem a figura do lançamento, não há que se falar em crédito tributário. - A Constituição Federal atribui competência aos entes, e este dentro de suas atribuições efetivam a tributação. Efetivando por meio de sua administração (compreende-se autoridade administrativa do art. 142).
- O ato administrativo feito pelo ente que detém a competência/capacidade, não podendo ser um ato discricionário. - É através do lançamento que o administrador público verifica a existência da ocorrência do fato gerador. - Há grande incidência de cobrança de tributo sem que haja sido praticado o fato gerador, muitas vezes por inocorrência de fiscalização anterior ou suspeita da pratica do fato. - A determinação da matéria tributável deve ser observada no lançamento. No caso de IR, se o lançamento utilizar como base de cálculo toda a movimentação financeira da conta, porém, nem todos os valores que passaram pela conta são tributáveis. - O Cálculo do montante devido deve vir expresso, a inequívoca identificação da base de cálculo e alíquota que deve incidir em decorrência da pratica de determinado fato gerador. - A identificação da sujeição passiva deve ser realizada pela administração, tanto o contribuinte como o responsável. - Deve verificar se o caso deve sofrer aplicação de penalidade (multa). No mesmo lançamento já é incluído o valor da multa. Observação: quando o fisco aplica somente a multa, e apenas cobra esta, deve fazer esse procedimento por meio de lançamento, - Ato obrigatório e vinculado, sob pena de responsabilização funcional. O fisco não tem a opção de não lançar o tributo quando atende todos os requisitos para tanto. - O lançamento deve reportar a lei vigente a época da prática do fato gerador.
LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO (forma de lançamento). Art. 147, CTN. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. - O contribuinte que informa a prática do fato gerador e a base de cálculo, e com essas informações o fisco efetua o lançamento. Exemplo: Lançamento por declaração: ITBI (via de regra) e ITCMD.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO 1- Acontece independente de qualquer interferência por parte do contribuinte no lançamento. Exemplo: IPVA e IPTU. 2- Nos lançamento por homologação ou declaração que foram feitos de maneira errônea por parte do contribuinte, no momento que a fazenda constata o erro, é facultado ao fisco lançar o valor da diferença por ofício. Observação: nos lançamentos de ofício que o fisco identifica um valor a ser recolhido (item 2), normalmente o lançamento do valor remanescente vem acompanhado de multa.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO Art. 150, CTN. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. O contribuinte traz as informações ao fisco, e este analisa as informações e as verifica, confrontando com as que já possui, para somente com o termino da análise, homologar o recebimento do tributo. Há o pressuposto que o contribuinte antecipe o pagamento do imposto. Sujeito passivo tem a obrigação de prestar informação. E a análise das informações é que irá definir se o fisco homologará ou não as informações. - A informação bem prestada junto com o pagamento do devido dará ensejo a homologação do crédito. Com a homologação do crédito, há extinção do credito tributário, conforme art. 156, VII: Art. 156, VII. - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus 1º e 4º 1 - Não declara ou mal declara e sem pagamento = não há nada para homologar, normalmente ensejaria ao fisco o lançamento de oficio. 2 - Não declara ou mal declara Mas pagou o imposto = não existe o que homologar, ensejará sanção pelo descumprimento da obrigação acessória.
3 - Declarado corretamente mas não pago = há a homologação do cálculo, mas não homologa a quitação do crédito. (homologação atípica). 4 - Declarado corretamente e pago = há a homologação do crédito e consequentemente a sua extinção. (homologação típica). LANÇAMENTO POR ARBITRAMENTO. - É considerado a existência de tributo devido, sem que haja a condição material de apuração deste. (casos em que haja omissão ou não mereçam fé as declarações prestadas) - A fazenda arbitra um valor do tributo, em razão da omissão do contribuinte. - O fisco deve fundamentar o arbitramento do valor que vai lançar.
É uma forma de apurar o valor do tributo, que em situações excepcionais, pode se valer da técnica de arbitramento. Observação: O arbitramento deve se aproximar da realidade. BONS ESTUDOS!!!! Prof. Ramiru Louzada