CONFERÊNCIA nos cuidados de saúde pilar essencial da qualidade Filipa Homem Christo Coordenadora do Programa Nacional de Acreditação em Saúde DQS DGS 1
Programa Nacional de Acreditação e do Doente MISSÃO satisfazer as necessidades de cuidados de saúde prevenção e promoção da saúde da pessoa dos cidadãos da população que serve Para isso Tem de ser capaz de responder a necessidades e solicitações explícitas dos seus utentes Tem de ser também capaz de satisfazer expetativas implícitas e legítimas dos seus utentes e de todas as partes interessadas entre elas a segurança 2
Programa Nacional de Acreditação e do Doente Cabe à unidade de saúde e à sua gestão Entender e transformar as necessidades e expetativas dos seus utentes em especificações técnicas de serviço neste caso de prestação de cuidados de saúde o que é o resultado e o produto da sua atividade Cabe à unidade de saúde e à sua gestão Identificar e descrever todos os processos que para isso concorrem todas as competências necessárias todos os recursos necessários e adequados todos os requisitos de qualidade e segurança para que o resultado esperado seja CUIDADOS de SAÚDE de QUALIDADE e SEGUROS 3
Programa Nacional de Acreditação e do Doente Programa Nacional de Acreditação em Saúde baseia-se num conjunto de padrões, pelos quais se deve reger uma unidade de saúde seja ela qual for, e que compõem os diferentes Manuais de Standards que têm o carater de Norma para a avaliação da qualidade da prestação de cuidados de saúde e com base nos quais se certificam as unidades e serviços de saúde. Os Manuais de standards englobam eles próprios os requisitos do sistema da qualidade e da gestão da segurança. Modelo ACSA
I - O Cidadão, Centro do Sistema de Saúde II Organização da actividade centrada na pessoa 1. Utentes: satisfação, participação e direitos 2. Acessibilidade e continuidade assistencial 3. Documentação clínica 4. Gestão por processos 5. Actividades de promoção da saúde 6. Direcção III Profissionais 7. Os profissionais: desenvolvimento e formação IV Áreas de Suporte 8. Estrutura, equipamentos e fornecedores 9. Sistemas e tecnologias de informação e comunicação 10. Melhoria contínua V Resultados 11. Resultados chaves da unidade
II Organização da atividade centrada na pessoa 2. Direção da Unidade de gestão clínica Standard 06.08 A direção da unidade definiu um plano de gestão da segurança centrado na segurança do doente Propósito Garantir que a unidade identifica os pontos críticos em termos de segurança do doente, incorpora as boas práticas necessárias para evitar o aparecimento de eventos adversos e avalia os resultados Elementos avaliáveis
II Organização da atividade centrada na pessoa 2. Direção da Unidade de gestão clínica Standard 06.08 Elementos avaliáveis Existe um plano de gestão da segurança onde se define: a metodologia de deteção de riscos (profissionais e pacientes) mediante utilização de metodologia validada, as responsabilidades em matéria de segurança, as medidas de prevenção, as medidas de controle em relação aos riscos identificados, etc Os profissionais conhecem o plano de gestão da segurança em função do seu nível de conhecimento e de responsabilidade Implementam-se práticas seguras para evitar o aparecimento de eventos adversos Estão definidos e medem-se os indicadores de segurança dos doentes O plano de segurança do doente é avaliado e introduzem-se melhorias
Blocos de standards I O Cidadão, Centro do Sistema de Saúde Critérios 1. A pessoa como sujeito ativo 2. Acessibilidade e continuidade assistencial 3. Informação clínica Contributo para a segurança Doente informado é doente atento e participante Respeito pela privacidade facilita a adesão e continuidade Saber quem nos trata e cuida é um requisito de segurança A possibilidade de aceder a uma segunda opinião pode ser decisivo para a sua segurança Mudanças organizacionais para facilitar o acesso podem ser decisivas em situações de emergência A existência de um plano assistencial explícito é fator de segurança A identificação dos doentes de maior risco permite a priorização de cuidados e a continuação de cuidados Processo clínico único por utente diminui o risco de erros e omissões Arquivo seguro garante segurança e preservação de dados Acesso à informação da sua história clínica 8
Blocos de standards II Organização da atividade centrada na pessoa Critérios 1. Processos assistenciais integrados e programas de saúde 2. Promoção da saúde na comunidade 3. Direcção da unidade Contributo para a segurança Identificação, descrição, implementação e monitorização dos processos assistenciais integrados (PAI) é um contributo decisivo para a qualidade e a segurança do doente. PAI incluindo a identificação dos pontos críticos de segurança no circuito do doente representado no processo e gestão da informação e da segurança com a participação do doente. A adesão a normas clínicas e recomendações de boa prática e a adesão às normas de prescrição e uso seguro dos medicamentos é determinante para a segurança do doente Implementação dos Programas de Saúde e acções de prevenção e rastreio são aspetos fundamentais para a segurança do doente e profissionais A direção tem de implementar um Plano de gestão da segurança para evoluir para um grau superior de qualidade e segurança 9
Blocos de standards Critérios Contributo para a segurança III Os profissionais 1. Os profissionai s da Unidade de Gestão Clínica Profissionais competentes e bem adaptados ao seu posto de trabalho permitem que os cuidados sejam mais seguros O acompanhamento do desenvolvimento profissional de acordo com os objetivos da unidade de saúde permite a deteção atempada de lacunas de formação ou atualização A auto-avaliação em relação à adesão às normas de prescrição terapêutica e de meios de diagnóstico e a sua utilização como técnica formativa potenciam a segurança do doente Os planos de formação incluem todas as áreas da segurança em que se detetaram lacunas ou desatualização de conhecimentos e abrangem todos os profissionais que delas necessitam 10
Blocos de standards IV processos de suporte Critérios 1. Estrutura, equipamento fornecedores 2. Sistemas e tecnologias de informação e comunicação Contributo para a segurança Existência de espaços, instalações, recursos e meios técnicos para a carteira de serviços autorizada Gestão e controlo do equipamento médico, cumprimento dos planos de manutenção, identificação da cadeia de responsabilidades, formação aos profissionais, manuais de uso, registo de incidentes são requisitos para a segurança da sua utilização. Conhecimento dos critérios de qualidade a esperar dos serviços fornecidos e registo de ocorrências Garantia de respeito pelas condições de armazenamento, conservação, controlo de prazos de validade de medicamente e material de uso clínico. Medidas de segurança e de combate perante emergências, organização das equipas de intervenção e formação Sistemas de informação que garantam a disponibilidade e preservação dos dados e informação Integração de todos os dados na história clínica 11
Blocos de standards Critérios Contributo para a segurança IV processos de suporte 3 Melhoria contínua Melhoria permanente da qualidade e segurança: adesão a normas, protocolos, boas práticas, Monitorização e deteção de desvios Notificação de incidentes e eventos adversos acções corretivas e preventivas, Avaliação de registos e histórias clínicas Auto-auditorias e auditorias a processos assistenciais Indicadores, reavaliação, melhoria da eficácia Identificação inequívoca do doente Identificação de riscos e Mapas de riscos Uso racional das tecnologias de saúde Uso racional e seguro de medicamentos e material clínico Estão aqui os requisitos específicos e mais desenvolvidos da segurança de doentes e profissionais 12
Blocos de standards Critérios Contributo para a segurança V Resultados 1. Resultados da unidade de gestão clínica Existência de um quadro de Indicadores, incluindo indicadores dos processos assistenciais e indicadores de segurança Indicadores sobre cumprimento de tempos de resposta Cumprimento de metas estabelecidas e acções efetivas para alcançar os resultados propostos Conhecimento de custos diretos das atividades e controlo orçamental contribuem para a segurança Publicitação dos resultados assistenciais e outros Inquéritos de satisfação que incluem um item sobre a percepção do doente acerca da informação dada, acerca das condições de segurança e acerca das condições de higiene e limpeza Comparação dos resultados da unidade com os de outras unidades e de unidades de referencia no setor 13
O processo de acreditação fez-nos tomar consciência e valorizar a SEGURANÇA na prestação de cuidados de um modo e com uma abrangência nunca antes pensado Josefina Torrão, Ana Luisa Cavaco, Ana Vitória Dias, enfermeiras CH do Algarve
A reflexão sobre os Processos Assistenciais Integrados, permitiu e incentivou a ligação com todos os intervenientes, dando visibilidade e responsabilidade a todos os que nele estão descritos nas diferentes fases. É um trabalho com continuidade, quer em relação aos PAIs já apresentados, quer em relação aos que estão planeados e vão ser apresentados nos próximos anos. Espera-se tornar esta prática cada vez mais abrangente, melhorar referenciações, melhorar a comunicação, integrar práticas seguras, etc. Concretização de melhorias relativas à qualidade do atendimento e segurança, desde a privacidade ao consentimento informado, passando pela reorganização dos processos clínicos, pelo processo único, e por todas as áreas que sendo uniformizadas facilitam o registo, diminuem tempos de consulta, contribuem para a rentabilização do trabalho de todos, para a satisfação dos utentes e para a segurança Enfermeiros do Departamento de Pediatria do CHLN
Melhoria de circuitos: num hospital tão grande como o de Stª Maria, o trabalho desenvolvido na Pediatria para a certificação, permitiu refletir sobre aspetos que anteriormente eram aceites como imutáveis, e que assim foram melhorados permitindo regular atividades, diminuir tempos de espera e otimizar recursos (ex: comunicação inter-unidades, transferências de doentes, circuitos de medicamentos, de lixos, comunicação com SIEs, etc.) Facilitação da comunicação inter-pares e multidisciplinares: ao obrigar a refletir sobre circuitos, procedimentos, ligações com serviços de apoio, etc, o processo de acreditação aproximou profissionais da organização, com diferentes visões e realidades e que duma forma transparente e efetiva colaboraram para a melhoria das suas práticas. Esta comunicação aumentou a segurança Enfermeiros do Departamento de Pediatria do CHLN