Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo. Planejamento de Experimentos

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Transcrição:

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de São Paulo Planejamento de Experimentos Piracicaba Agosto 2016 Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 1 / 24

Definições importante Planejamento Fase de grande importância do experimento! A partir do planejamento teremos orientações para a instalação, condução, coleta de dados, análise estatística. Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 2 / 24

Exemplo Supondo-se que tenha sido avaliada a altura de cada uma de cinco plantas de milho, que vieram da mesma variedade e foram cultivadas sob as mesmas condições, temos que o correspondente valor da altura y j será dado por: y j = µ + ɛ j, em que µ corresponde à média da altura das plantas e e j corresponde à variação do acaso, ou seja, a variação devida aos fatores não controláveis. Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 3 / 24

Variação do Acaso Variação devida a fatores não controláveis. Como medir a variação do acaso? Como é a dispersão dos dados ao redor da média? S 2 = n j=1 (y j ˆµ) 2 n 1 Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 4 / 24

Outros exemplos: variações nos pesos dos animais variações de fertilidade do solo variações de espaçamento... Objetivo do planejamento: Tornar mínima a variação do acaso! Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 5 / 24

Estudo observacional Consiste em observar fenômenos na natureza, sem submeter os indivíduos, plantas, animais,..., a condições específicas. Planejamento de um estudo observacional Uso de técnicas de Amostragem Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 6 / 24

Planejamento de Experimentos Estudo observacional Avaliar n umero de esp ecies, altura da arvore, DAP,... em uma floresta nativa. Estat ıstica Experimental 11 de Agosto de 2016 7 / 24

Experimento As observações são geradas, comumente sob condições controladas pelo pesquisador, de tal modo que os indivíduos avaliados (plantas, animais, etc) sejam submetidos a condições específicas, denominadas tratamentos. Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 8 / 24

Tratamentos São variações de um ou mais fatores de interesse em avaliar no estudo. São exemplos de tratamentos: Variedades de soja, cana-de-açúcar, café,... Raças de gado Linhagens de frango Inseticida para controle de determinada praga Espaçamento entre linhas Doses de um determinado nutriente... Tratamento controle ou testemunha Caracterizado pela ausência de tratamento (controle negativo) ou por um tratamento padrão (controle positivo). Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 9 / 24

Tratamentos Os exemplos apresentados correspondem a casos em que se tem apenas um FATOR de tratamento, com diferentes níveis. Entretanto, os tratamentos podem ser compostos pelas combinações dos níveis de vários fatores. Qual armadilha captura mais insetos considerando ambientes claros e escuros? A 1 C A 2 C A 3 C A 1 E A 2 E A 3 E Como se comporta a produtividade média de três diferentes variedades de cana-de-açúcar considerando-se quatro doses de N? V 1 D 0 V 1 D 1 V 1 D 2 V 1 D 3 V 2 D 0 V 2 D 1 V 2 D 2 V 2 D 3 V 3 D 0 V 3 D 1 V 3 D 2 V 3 D 3 Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 10 / 24

Unidades Experimentais ou Parcelas Entidade física ou biológica que irá fornecer os dados para as análises estatísticas. São as parcelas que irão receber os tratamentos. Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 11 / 24

Unidades Experimentais ou Parcelas Exemplos: um animal um vaso com uma planta um vaso com três plantas cana-de-açúcar: cinco linhas de 10 metros 5 galinhas duas mangueiras... Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 12 / 24

Unidades Experimentais ou Parcelas Observações: As parcelas em um experimento devem apresentar mesmo tamanho e mesma forma! + de um indivíduo por parcela < risco de perda de parcela trabalhar com a média observada na parcela + de um indivíduo por parcela medida de precisão do experimento Tamanho da parcela Variabilidade Variabilidade dentro da entre as parcela parcelas Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 13 / 24

Variável resposta ou variável em análise Característica medida ou observada no experimento objetivo da pesquisa. São exemplos: peso produtividade altura DAP BRIX número de insetos mortos em n insetos peso de matéria seca altura de inserção da primeira espiga (milho)... Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 14 / 24

Bordadura Deve ser utilizada quando um tratamento atribuído a uma parcela pode influenciar a resposta observada na parcela vizinha. São comuns ém vários experimentos: cana-de-açúcar fungicidas variedades que apresentam alturas diferentes evitar sombreamento... Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 15 / 24

Bordadura Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 16 / 24

Escolha do delineamento experimental Depende do material experimental da área experimental das condições de coleta dos dados Relacionados aos Princípios Básicos da Experimentação, são eles: Repetição Casualização Controle local Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 17 / 24

Repetição Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 18 / 24

Casualização Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 19 / 24

Controle local (Ambientes Heterogêneos) Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 20 / 24

Princípios básicos da Experimentação Os princípios da repetição e da casualização devem estar presentes em todos os experimentos. Entretanto, o princípio do controle local está presente apenas em experimentos que apresentam condições heterogêneas (ambiente, material, pessoal, etc.) Repetição + Casualização Delineamento Inteiramente Casualizado Homogeneidade entre as parcelas Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 21 / 24

Princípios básicos da Experimentação Repetição + Casualização + Controle Local Delineamento Casualizado em Blocos Controle local em um sentido Delineamento Quadrado Latino Controle local em dois sentido Heterogeneidade entre as parcelas Subgrupos de parcelas homogêneas Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 22 / 24

Fases posteriores ao planejamento do experimento Instalação do experimento; Condução (memória); Coleta dos dados (pessoal treinado); Análise dos dados; Interpretação dos resultados (pesquisador). Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 23 / 24

Planejamento Referências ANDRADE, D.F. & OGLIARI, P.J. Estatística para as ciências agrárias e biológicas com noções de experimentação. Editora da UFSC. 2007. 438p. BARBIN, D., 1994. Planejamento e análise estatística de experimentos agronômicos, Piracicaba, SP. DIAS, C.T. dos S. 2010. Estatística Experimental. LCE, ESALQ/USP. Disponível em http://www.lce.esalq.usp.br/tadeu.html ou https://sites.google.com/site/carlostadeudossantosdias/ VIEIRA, S. & HOFFMANN, R. Estatística Experimental. 2 a. Ed. Atlas, São Paulo, 1999. 185p. Estatística Experimental 11 de Agosto de 2016 24 / 24