PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC
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1 PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC Francieli WEBER 1, Guilherme VITORIA 2, Rodrigo SALVADOR 2, Herberto Jose LOPES 2, Sidinei L. K. STURMER 3, Romano Roberto VALICHESKI Bolsista Pibiti- IFC. Aluna do Curso de Agronomia do IFC, Campus Rio do Sul. 2. Alunos do Curso de Agronomia do IFC, Campus Rio do Sul. 3. Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFC - Campus Rio do Sul (Orientador). 4. Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFC - Campus Rio do Sul. Introdução A cultura da batata (Solanum tuberosum) apresenta um grande destaque em função da sua qualidade nutricional, isso porque essa possui um alto conteúdo proteico e se constitui de uma importante fonte de fósforo, vitaminas e minerais, além da sua destacada relevância como fonte energética. Além de se constituir de uma importante fonte de alimento, a batata possui destaque no cenário agrícola por ser uma cultura que apresenta uma produtividade bastante significativa em relação a unidade de área e tempo necessários para um ciclo quando comparada a outras culturas. Dentro de um cenário nacional as áreas de cultivo de batata encontram-se concentradas nos estados da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e Sudeste (São Paulo e Minas Gerais). No estado de Santa Catarina a batata é cultivada em grande parte dos municípios, sendo que as regiões do Planalto Norte e Sul, do Litoral Centro e Sul, além da região do Alto Vale do Itajaí são destaque. A maior parte dos produtores catarinenses cultiva áreas de 1 a 2 hectares, onde a produtividade média destas lavouras apresenta-se em torno de 11 a 15 ton ha -1. No Brasil, a produtividade média de batata é de aproximadamente 20 toneladas por hectare. No entanto, algumas regiões têm obtido rendimentos de mais de 30 ton ha -1, enquanto em outras o rendimento não supera as 15 toneladas. Nesse sentido existe uma necessidade de se estabelecer a dose correta de fertilizantes a serem fornecidos às plantas, mormente o nitrogênio, bem como o nível de suficiência deste nutriente, para a obtenção de elevadas produtividades desta cultura e manejo mais racional/sustentável dos recursos minerais utilizados.
2 Material e Métodos O experimento foi conduzido em um Argissolo, alocado na área experimental do curso de Agronomia no Instituto Federal Catarinense Campus Rio do Sul, na região fisiográfica do Alto Vale do Itajaí. O clima da região, segundo a classificação de Köppen é o Cfb caracterizado como temperado úmido, ou sub-tropical com verão temperado, apresentando chuvas bem distribuídas durante o ano e verões brandos. A execução e condução do experimento ocorreram entre os meses de agosto de 2014 a julho de A cultivar utilizada foi a Asterix, esta se caracteriza por apresentar plantas de porte alto, com 3 a 5 hastes eretas, folhas grandes a médias de cor verde-escuro, alto vigor e com boa cobertura do solo, sendo de ciclo médio (QUADROS, 2007). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com cinco níveis de adubação no plantio e três repetições por tratamento. Os níveis de adubação foram compostos pela aplicação de 0, 70, 140, 210 e 280 kg de N por hectare, na forma de uréia. As parcelas experimentais constituíram-se de quinze plantas distribuídas em três sulcos espaçados 0,6 m entre sulcos e 0,3 m entre plantas. O plantio foi realizado manualmente cobrindo-se os tubérculos-semente com 5 cm de solo. A adubação em cobertura com N foi realizada de acordo com as recomendações técnicas. A amontoa, bem como a adubação de cobertura, foram realizadas aos 30 dias após o plantio. O controle das plantas infestantes ocorreu com a prática da amontoa, já a colheita ocorreu com a senescência total das ramas através do arranquio manual com auxílio de enxada, na mesma época para todas as parcelas. Aos 40 dias após o plantio foi avaliado o número absoluto de hastes principais emitidas (provindas do tubérculo) por planta, sem considerar a brotação lateral, a altura das plantas, em cm, da base da haste até o ápice e o número total de folhas por planta essa contagem foi efetuada em 3 plantas por linha em cada parcela, desconsiderando-se as linhas e as plantas das extremidades de cada unidade experimental. Após a senescência das plantas, na ocasião da colheita, foi avaliado o número absoluto de tubérculos por planta, utilizando-se das mesmas plantas centrais, determinando ainda o peso dos tubérculos ao ar livre e seco e com esses realizou-se a sua classificação em comerciais (>45 mm) e não comerciais (< 45mm). Pela produtividade total de tubérculos de cada parcela colhida e da classificação dos tubérculos, obteve-se a produtividade comercial dos tubérculos.
3 Resultados e discussão Em relação ao número de folhas (Tabela 01), o maior número foi encontrado quando as plantas foram submetidas à dose de adubação de 210 Kg ha -1 de N, essa dose pode ser considerada satisfatória, isto porque esse numero é menor nas demais dosagens quando comparadas com a dosagem testemunha ( 0 Kg ha -1 de N), assim o N não apresentou interferência direta na produção de folhas, isso porque não se observa uma crescente de número de folhas conforme o aumento da adubação nitrogenada. Quanto ao número de hastes por planta (Tabela 01), percebe-se que foram encontradas 2 hastes/planta para os tratamentos com 0, 70, 140 e 280 Kg ha -1 de N e 3 hastes/planta para o tratamento com aplicação de 210 Kg ha -1 de N. Estes números encontrados corroboram com Nivaa (1997), que afirma que o número de hastes eretas para esta variedade é de 2-5 hastes. Bregagnoli (2006) também não encontrou grandes diferenças entre doses de fertilizante para este parâmetro, segundo este autor, a homogeneidade das batatas-semente no momento do plantio, pode contribuir para este comportamento. Em relação à altura das plantas, percebe-se que apesar de pouco significativo esse atributo apresentou um pequeno incremento até a dose de 210 Kg ha -1, decrescendo logo em seguida, porém esses valores são elevados, mesmo em condições de adubação com baixas doses de nitrogênio (testemunha). Em solos de baixa fertilidade Bregagnoli (2006) encontrou altura média de 20,2 cm para a cultivar Asterix aos 45 dias após o plantio, valor inferior ao encontrado no tratamento sem a presença de fertilizantes neste estudo. Entretanto, em solos com maior fertilidade inicial, a altura de plantas apresentada foi de 47,4 cm para a mesma cultivar e época de avaliação. TABELA 1. Biometria da parte aérea das plantas de batata, cultivar Asterix, cultivadas sob distintas doses de fertilizantes. A produção total de tubérculos (Figura 01) variou de 15, para o tratamento sem aplicação de fertilizantes, até 25 para o tratamento com aplicação de 140 Kg ha -1 de N. Inicialmente, com o incremento na dose de fertilizante aplicado há um aumento no número de tubérculos. Esta tendência, no entanto, se inverte com doses superiores a 140 Kg ha -1 de N,
4 ocorrendo uma diminuição no número total de tubérculos produzidos. Bregagnoli (2006) cita que o número de tubérculos correlaciona-se diretamente com o número de hastes, o que explica o comportamento observado neste estudo. Porém, quando se faz a análise de tubérculos comerciais, a dose de 210 Kg ha -1 de N foi a que apresentou melhor produtividade. Neste sentido, é preciso analisar o destino final da produção, caso seja para comércio a dose de 210 Kg ha -1 de N é mais recomendada, conferido maior qualidade e tamanho aos tubérculos. Figura 1. Número de tubérculos totais e comerciais da batata cultivar Asterix, submetida a distintas doses de fertilizantes nitrogenado. A produtividade total não foi influenciada pela dose mínima aplicada quando comparada com o tratamento sem aplicação nitrogenada, ficando com valores próximos a 26 ton/ha, porém, com o aumento das doses de N observa-se um aumento da produtividade, onde o tratamento com 210 Kg ha -1 de N apresentou a maior produtividade atingindo o valor de 41,1 ton/ha (Figura 02). Na dose de N máxima utilizada, podemos ver um decréscimo de produtividade comparando com o tratamento de 210 Kg ha -1 de N. É comum de se observar principalmente em propriedades que não tem um acompanhamento técnico o uso de doses subestimadas ou superestimadas. Sendo assim, quando se utiliza uma dose subestimada podemos tem grandes perdas na produtividade da cultura, já quando temos a aplicação de doses superestimadas acaba diminuindo o lucro do produtor, pelo uso desnecessário de adubos nitrogenados, além de afetar o meio ambiente. A produção comercial (Figura 02) encontra-se relacionada com a produtividade total, apresentado cerca de 60 a 80% da produtividade total, isto mostra que grande parte da produtividade tem valor comercial.
5 Figura 2. Produtividade média dos tubérculos de batata, cultivar Asterix, cultivada sob diferentes doses de nitrogênio. O tratamento contendo a dose de 210 Kg ha -1 de N foi a que apresentou a maior produção comercial com valor de acima de 33,1 ton/ha, mostrando que essa dose nitrogenada é a mais indicada para o cultivo de batata cultivar Asterix nas condições do Alto Vale do Itajaí. Conclusão A cultura da batata da variedade Asterix apresenta maiores padrões de atributos biométricos, como também de números de tubérculos com diâmetro adequado para comercialização quando submetida à dose de 210 Kg ha -1 de N. O tratamento com a dosagem de 210 Kg ha -1 de N foi o que apresentou melhor produção comercial e produtividade total quando comparado com os outros tratamentos. Referências BREGAGNOLI, M. Qualidade e produtividade de cultivares de batata para indústria sob diferentes adubações. 141f. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, QUADROS, D. A. Qualidade da batata, Solanum tuberosum L. cultivada sob diferentes doses e fontes de potássio e armazenadas em temperatura ambiente. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, NIVAA - NETHERLANDS CONSULTAINE POTATO INSTITUTE. Catálogo holandês de variedades de batata. Den Hagg, 1997.
Material e Métodos O experimento foi conduzido em um Argissolo, alocado no campo experimental do curso de Engenharia Agronômica do Instituto Federal
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