Polí%ca econômica em curto prazo: variáveis- instrumentos e variáveis- metas

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C = 0,8Yd i* = 12 T = 0,25Y X = e I = 300 5i Mimp= 50 6e + 0,1Y G = 400 Md= 0,2Y 12i Ms = 160

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Transcrição:

Polí%ca econômica em curto prazo: variáveis- instrumentos e variáveis- metas Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP hbp://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

Estrutura da apresentação Consistência Teórica dos Instrumentos Regras e Ações Discricionárias 2

Consistência Teórica dos Instrumentos Exame dos dois instrumentos de polí3ca de controle da demanda agregada (polí3ca fiscal e polí3ca monetária), dois regimes de câmbio (estabilizado e flexível) e quatro graus de mobilidade de capital

No nível mais elevado de abstração, estão as teorias puras que revelam a consistência no uso dos instrumentos de polí6ca econômica. No nível intermediário, o analista deve reincorporar todos os conflitos de interesse antes abstraídos. No nível mais baixo de abstração, quando (e onde) há a necessidade de se contextualizar, ou seja, datar e localizar os eventos, que se capta os impera3vos de dada conjuntura na prá3ca da arte de tomadas de decisões prá%cas. Neste âmbito dos conflitos sociais e polí6cos entre interesses antagônicos, via eleições democrá3cas, que se estabelece a definição do regime macroeconômico. Define- se, então, para determinado mandato, qual será a caracterís%ca estrutural do planejamento do desenvolvimento em longo prazo, condicionante do manejo dos diversos instrumentos das polí6cas públicas. A par3r daqueles pré- requisitos teóricos, é neste plano mais concreto que se demonstra a arte, a sensibilidade ou a habilidade no uso dos instrumentos de polí6ca econômica em curto prazo. 4

Trindade Impossível Não é possível conciliar: Os responsáveis pela política econômica não poderão alcançar, simultaneamente, esses três objetivos. Regimes Monetário- Cambiais plena abertura comercial e financeira Ou se restringe a mobilidade de capital Bretton Woods (ē + M s c p + K ) regulação via polí3ca monetária Ou aceita a taxa de juros interna acompanhar a taxa de juros internacional Currency Board (ē + K => M s ) taxa de câmbio estabilizada Ou se adota o regime de câmbio flutuante Câmbio Flutuante (M s + K => e )

combinação ótima de políticas econômicas com ē Mobilidade de Capital Fraca política fiscal expansionista + política monetária contracionista (em simultâneo, antes do BP < 0): Δ G => BTC < 0 vs. M s => BCA > 0 K* fraca: Δ G + M s => Δ i política fiscal expansionista + política monetária expansionista (simultaneamente) => (1º.) limitar alta de i; (2º.) evitar BP > 0 K* forte: Δ G + Δ M s => i Mobilidade de Capital Forte 6

políticas com câmbio flexível e controles relativos de capital política monetária: mais eficaz do que é com câmbio fixo; independentemente do grau de mobilidade de capitais. política fiscal com mobilidade forte: provoca superávit do balanço de pagamentos e apreciação da moeda nacional. Expansão da renda e do emprego política fiscal com mobilidade fraca: provoca déficit do balanço de pagamentos e depreciação da moeda nacional. 7

Modelo IS-LM MODELO IS-LM: mostra as condições de equilíbrio interno (sem inflação e desemprego), em economia fechada, através da interação entre: o setor real (IS: mercado de bens) e o setor monetário (LM: mercado monetário). IS para direita = f( Δ Y ) = f( Δ C, Δ I, Δ G, Δ [X-M] ) IS para esquerda = f( causas simétricas: Y / P, Δ T, e r ) LM = f( M s = M d ) M s = f( AM ) M d = f( i, Y d )

Equilíbrio do Balanço de Pagamentos Em economia aberta, há mais uma condição de equilíbrio: o equilíbrio externo e/ou do balanço de pagamentos (representada pela curva BP) = f( 1. não há entradas nem saídas líquidas de divisas; 2. o mercado de câmbio está em equilíbrio ): BP = BTC + BCA = 0 para dadas taxa de juros internacional i* e taxa de câmbio real e r, o equilíbrio do BP é determinado por uma combinação de Y e i. BTC = f( Y ) BCA = f ( i )

à esquerda de BP => 1. i elevada (in > i0), para dada Y 0 => entradas líquidas de capitais => superávit de BCA; 2. Y fraca (Y0 < Yn), para dada i0 => importações fracas => superávit no BTC. 1 + 2 => superávit do BP. i i 1 Pontos de Desequilíbrio Externo BP Superávit D C Déficit à direita de BP => 1. a taxa de juros e as entradas de capital são muito fracas e/ou 2. a renda e as importações são muito fortes para equilibrar BP => déficit do BP. i 0 0 A B Y 0 Y 1 Y

Grau de mobilidade de capitais A inclinação de BP é completamente determinada por dois indicadores de abertura externa da economia: 1. o de abertura comercial; 2. o de abertura financeira, que determina o grau de mobilidade dos capitais. Ausência de movimento de capitais Perfeita mobilidade de capitais Mobilidade imperfeita de capitais Superávit BP=BTC Déficit Superávit BP Superávit BP Déficit Déficit

Interpretação da posição de BP A posição de BP depende de: 1. demanda estrangeira ( Y* ) 2. taxa de câmbio real ( e r = e P* / P ) 3. taxa de juros internacional ( i* ) 4. taxa de câmbio antecipada (ê ) DESLOCAMENTO DA BP PARA A ESQUERDA = f( se uma das variáveis citadas aumenta a taxa de juros i, qualquer que seja o dado nível de Y ) DESLOCAMENTO DE BP PARA A DIREITA = f( se abaixa a taxa de juros por causas simétricas )

Mobilidade de Capital Relativamente Forte: expansão fiscal (Δ G) com regime de câmbio flexível (e ) IS 0 IS 1 (para a direita) equilíbrio temporário em Y 1 : B i LM 0 Y 0 Y 1 => ( X - Δ M) => BTC < 0 versus Δ M d => Δ i i 1 > i * => BCA > 0 ( Δ K ) predomina BP > 0 => e (apreciação imediata) => e r => BP 0 BP 1 (para a esquerda) + ( X M ) => IS 2 IS 1 (para a esquerda) B BP 1 i 1 C BP i 0 2 i 0 A IS 1 IS 2 política fiscal menos eficaz (equilíbrio em Y 2 : C) => Δ N menor (Y 2 < Y 1 ) Hipótese: Y 1 = Y pe 0 Y 0 Y 2 Y 1 IS 0 13 Y

Mobilidade de Capital Relativamente Fraca: expansão fiscal (Δ G) com regime de câmbio flexível (e ) IS 0 IS 1 (para a direita) equilíbrio temporário em Y 1 : B i BP 0 BP 1 LM 0 Y 0 Y 1 => ( X - Δ M) => BTC < 0 versus Δ M d => Δ i i 1 > i * => BCA > 0 ( Δ K ) não predomina BP < 0 => Δ e (depreciação imediata) => Δ e r => BP 0 BP 1 (para a direita) + Δ ( X M ) => IS 1 IS 2 (para a direita) i 2 i 1 i 0 A B C IS 1 IS 2 política fiscal eficaz (novo equilíbrio em Y 2 : C) => Δ N Hipótese: Y 2 = Y pe 0 Y 0 Y 1 Y 2 IS 0 14 Y

Mobilidade Imperfeita de Capital: expansão monetária (Δ M s ) com regime de câmbio flexível (e ) LM 0 LM 1 (para a direita) equilíbrio temporário em Y 1 : B i BP n LM 0 Y 0 Y 1 => ( X - Δ M) => BTC < 0 + Δ M s > Δ M d => i i 1 < i * => K => BCA < 0 BP < 0 => Δ e (depreciação imediata) => Δ e r => BP = 0 + Δ ( X M ) => IS O IS 1 (para a direita) política monetária eficaz (novo equilíbrio em Y 2 : C) => Δ N i 0 i 1 A B C IS 0 IS 1 LM 1 BP 0 BP 1 Obs.: mesmo raciocínio com Mobilidade Fraca BP n à esquerda de LM 0 Y 0 Y 1 Y 2 15 Y

políticas com câmbio flexível e controles relativos de capital e + Δ M s : qualquer que seja a inclinação de BP, os efeitos de propagação da expansão monetária acabam reforçando o efeito multiplicador inicial. e + Δ G: ao contrário do ē, a forte mobilidade de K limita os efeitos da política fiscal = f( e freia atividade das empresas exportadoras e das empresas competidoras com importações ) e + Δ G: com fraca mobilidade de K, o efeito expansionista da política fiscal (Δ G), reforçado pela depreciação da moeda nacional (Δ e), estimula exportações e desestimula importações. 16

Regras e Ações Discricionárias Metas para Variáveis- Resultantes (inflação, emprego e balanço de pagamentos) e Ações Discricionárias sobre Variáveis- Instrumentos

Polí%ca Econômica em Curto Prazo baseadas em Regras para Variáveis- metas e Variáveis- instrumentos Taxa de Inflação Dívida Interna / PIB Dívida Externa / PIB Taxa Desemprego 2002: 12,53% 2002: 60,6% 2002: 45,9% 2002 10,5% Taxa de Juros 2002: 25% 2009: 8,65% Carga Tributária/PIB 2002: 32,0% 2007: 33,9% Superávit Comercial 2002: US$ 13 bi 2007: US$ 40 bi Crescimento Crédito 2002: 10,7% 2007: 27,3% Taxa de Câmbio 2002: R$ 3,53 2009: R$ 1,74 Superávit Primário/PIB 2002: 3,2% 2007: 3,4% Transações Correntes 2002: (US$ 7,6 bi) 2007: US$ 3,6 bi Crédito Total 2002: R$ 384 bi 2007: R$ 936 bi Crescimento Real PIB 2002: 1,9% / 2007: 6,1% 2007: 4,46% 2007: 45,1% 2007: 15,1% 2007: 9,3% OBS: Se G => TDPF => i Risco Brasil 2002: 1.439 2009: 196 hbp://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Dívida Externa Total/ Exportações 2002: 3,2 / 2008: 1,1 Reservas Internacionais 2002: US$ 16,3 bi (s/fmi) 2009: US$ 239 bi Índice Bovespa 2002: 11.268 2009: 68.588 Índice de Popularidade: Recorde Histórico! 18

As regras que tem como meta colocar variáveis- instrumentos da polí%ca em certo patamar preços básicos como juro e câmbio, devem evitar terapia de choque que provocam súbitas variações de preços rela6vos. Seria sucesso irrelevante para o alcance dos resultados desejáveis para variáveis- meta como inflação, desemprego, balanço de pagamentos, devido a desvios advindos dos choques nos comportamentos regulares dos agentes econômicos. As regras para as variáveis- meta levam a melhores resultados, em princípio, mas sua implementação gradualista exige cautela: tateio em busca do equilíbrio geral (interno e externo). 19

Regra Ação Discricionária adoção de polí3ca de a3ngir certa taxa de crescimento estável em agregado monetário adoção de a%tude passiva quanto à oferta de moeda endógena não perturbar o livre funcionamento das forças de mercado. rígida fiscalização administra6va, controles financeiros sele6vos e/ou regulação macroprudencial sobre a atuação dos bancos. 20

sem abruptas oscilações na polí%ca persistência na manutenção da meta a Autoridade Monetária falha em não tolerar o diferimento entre: sem contrair ou expandir a oferta de moeda as suas ações = f(condições presentes) e os efeitos subsequentes (no futuro indeterminado) sobre a economia. a não ser acompanhando o crescimento do produto real. 21

Friedman: regra para uso do instrumento de controle monetário geral. RMI: regra baseada em resultados (metas) = f(uso discricionário do instrumento taxa de juros). Friedman versus Regime de Meta de Inflação Manipulação da taxa de juros = f(discernimento da diretoria do Banco Central). Regra torna- se, atualmente, um obje3vo em longo prazo, cujo sucesso no alcance implica em liberdade de ação no curto prazo.

Receita de polí%ca monetária a%tude acomodawcia quanto à oferta monetária endógena. rígido controle ins%tucional e/ou fiscalização administra%va sobre a atuação dos bancos. O papel primário para a polí%ca monetária é promover a estabilidade do mercado financeiro.

Polí%ca monetária alterna%va ao controle monetário geral, usando controles financeiros sele%vos, sob critério de prioridade setorial, para influenciar a alocação do crédito, entre outros instrumentos: a proposta de reserva dual, parte em depósito compulsório, parte em crédito sele6vo; a proposta de reserva suplementar, na qual se obriga a reter certa proporção das reservas sob forma de Stulos de desenvolvimento econômico; a proposta de reserva de a%vo, que desloca a exigência de reserva do lado passivo para o lado a6vo do balanço, através de regulação da carteira de emprés6mos. 24

A caixa de ferramentas da polí%ca econômica inclui as polí3cas fiscal e monetária, mas o papel do Banco Central vai além da visão estrita de perseguir um único obje%vo, a meta de inflação, com somente um instrumento, a taxa básica de juros. Inclui também a acumulação de reservas, as medidas macroprudenciais (requerimentos de capital contra excesso de alavancagem financeira, provisões dinâmicas, razão ajustável e an3cíclica entre crédito e colateral, etc.) e o controle de capital. A estabilidade financeira figura lado a lado com o controle da inflação e a expansão do emprego como obje3vo primordial da atuação mais proa6va dos Bancos Centrais. monitoramento microprudencial (fiscalização individual das ins3tuições financeiras) + emprestador de úl%ma instância em caso de uma crise sistêmica + regulação macroprudencial 25

aborto das crises financeiras Papel do Big Bank No auge econômico, o Banco Central deve acomodar a necessidade de liquidez real con3nuidade dos processos de expansão de capacidade produ6va lucros validados pagamento dos compromissos 26

aumento do gasto público autônomo (independentemente das expecta3vas reinantes) Na crise econômica, intervenção governamental via polí3ca fiscal a3va. garante o nível da demanda efe6va, compensando eventual queda do gasto privado Papel do Big Government mantém os lucros receitas tornam- se maiores que os pagamentos previstos no balanço de cada agente 27

fercos@eco.unicamp.br http://fernandonogueiracosta. wordpress.com/